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Livro Eletrônico Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida 1 105 Aula 1: Gestão por processos Olá pessoal, tudo bem? Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico: ➢ Gestão por processos. Espero que gostem da aula! Quer receber dicas de estudo e conteúdo gratuito de Administração em seu e-mail? 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........................................................................................................................... 14 Tipos de Processos ...................................................................................................................... 15 Processos Transversais ................................................................................................................................................... 18 Níveis de detalhamento dos processos ........................................................................................ 20 Ciclo de Gerenciamento de Processos ......................................................................................... 22 Ciclo do CBOK ................................................................................................................................................................. 22 Ciclo da SDPS .................................................................................................................................................................. 23 Projeto de Mapeamento e Modelagem de Processos .................................................................. 24 Técnicas de Mapeamento de Processos ......................................................................................................................... 28 Técnicas de Coleta de Dados .......................................................................................................................................... 29 Nível de Maturidade em Processos ............................................................................................. 30 Visão do CBOK ................................................................................................................................................................ 30 Visão da SDPS ................................................................................................................................................................. 32 Processos e certificação ISO 9000:2000 ....................................................................................... 34 Noções de Estatística Aplicada ao Controle e à Melhoria de Processos ....................................... 36 População e Amostra ...................................................................................................................................................... 36 Média e Variabilidade ..................................................................................................................................................... 38 Melhoria dos Processos .................................................................................................................................................. 39 Lean Management ...................................................................................................................... 40 Reengenharia .............................................................................................................................. 41 Tecnologia da informação e Automação ..................................................................................... 43 Cultura organizacional e a gestão por processo .......................................................................... 44 Integração para frente e para trás .............................................................................................. 45 Resumo ................................................................................................................................ 46 Questões Comentadas ........................................................................................................ 49 Lista de Questões Trabalhadas na Aula............................................................................... 85 Gabarito ............................................................................................................................ 102 Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 3 105 Bibliografia ........................................................................................................................ 103 Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 4 105 ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS A função de Organização, Sistemas e Métodos engloba diversas técnicas e ferramentas que são utilizadas na Administração. Seu objetivo é o de aprimorar o funcionamento e operação das instituições. Essa função também é conhecida por suas siglas (OSM e O&M) e esteve muito em voga nos anos 70 e 80 do século passado. De acordo com Cury1, “A função de Organização e Métodos é uma das especializações de Administração que tem como objetivo a renovação organizacional. Ela modela a empresa, trabalhando sua estrutura (organograma), seus processos e métodos de trabalho”. Desta forma, os principais “eixos” da função OSM estão: a estrutura organizacional, a gestão de processos e os métodos de trabalho que os administradores utilizam. A função do analista de O&M é conseguir a eficiência e a eficácia da estrutura administrativa por meio da aplicação de certas técnicas científicas de redução de tempo, esforços e custos2. Assim, o profissional de OSM realiza o que chamamos de análise administrativa, em que identifica os problemas da organização, coleta os dados e informações e propõe mudanças que melhorem o funcionamento da empresa ou órgão público. Estas melhorias podem ocorrer, por exemplo, com a mudança da estrutura organizacional da empresa, com a revisão e melhoria dos processos de trabalho e com a manualização e padronização de procedimentos e técnicas de trabalho. MANUALIZAÇÃO Os manuais de uma instituição servem para informar os diversos agentes que se relacionam com a mesma e para padronizar a atuação destes agentes. Um manual, de acordo com Oliveira3, é “Todo e qualquer conjunto de normas, procedimentos, funções, atividades, políticas, objetivos, instruções e orientaçõesque devem ser obedecidos e cumpridos pelos executivos e funcionários da empresa, bem como a forma como esses assuntos devem ser executados, quer seja individualmente, quer seja em conjunto”. Os manuais administrativos servem para detalhar e normatizar uma série de assuntos em uma instituição. Como exemplos de manuais, temos: 1 (Cury, 2007) 2 (Chinelato Filho, 2008) 3 (Oliveira, 2011) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 5 105 ✓ Manual do funcionário, ✓ Manual de normas e procedimentos, ✓ Manual de políticas e diretrizes, ✓ Manual de instruções, etc. Um manual pode servir para facilitar o treinamento de novos funcionários, pode facilitar a disseminação de boas práticas na organização como um todo, bem como auxiliar os empregados na adaptação a um novo sistema operacional. Entretanto, a manualização não só apresenta algumas vantagens, mas também algumas desvantagens. Dentre as principais vantagens da utilização de um manual, temos as seguintes4: Os manuais podem, portanto, facilitar a disseminação de conhecimento e das melhores práticas da instituição a muitos empregados ao mesmo tempo. Apesar disso, os manuais podem, se mal utilizados, gerar problemas como a falta de inovação e a dificuldade de seu entendimento pelos próprios funcionários. As principais desvantagens são as seguintes5: 4 (Oliveira, 2011) 5 (Oliveira, 2011) Vantagens da manualização • Correspondem a uma importante e constante fonte de informações sobre os trabalhos na empresa; • Facilitam o processo de efetivar normas, procedimentos e funções administrativas; • Ajudam a fixar critérios e padrões; • Possibilitam treinamento aos novos e antigos empregados; • Aprimoram o sistema de autoridade da empresa, pois possibilitam melhor delegação mediante instruções escritas, proporcionando ao superior controlar apenas os fatos que saem da rotina normal, ou seja, o controle por exceção. Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 6 105 GERENCIAMENTO POR PROCESSOS A gestão de processos é uma das ferramentas de gestão mais utilizadas ultimamente. Além disso, é um dos temas mais cobrados em concursos de Administração nos últimos anos. Vamos ver então do que se trata? Todos nós sabemos o que é uma atividade, não é verdade? Quando carimbamos um papel, por exemplo, estamos executando uma atividade. O mesmo acontece quando telefonamos para um cliente, quando preenchemos um formulário, dentre diversas atividades que são necessárias para fazermos nosso trabalho. Mas as atividades normalmente têm uma lógica, um encadeamento necessário para que as empresas consigam fazer e vender seus produtos. Este “encadeamento” das atividades é que chamamos de um “processo”. Fique Atento! De acordo com Davenport, um processo é uma série de atividades estruturadas para produzir um produto ou serviço para um cliente ou mercado em particular. Desvantagens da manualização • Constituem um ponto de partida, porém não a solução para todos os problemas administrativos que possam ocorrer na empresa; • O custo de preparação e de atualização pode ser elevado, dentro de uma relação de custos versus benefícios identificada pela empresa; • Quando não são utilizados adequada e permanentemente, perdem rapidamente sua validade; • São, em geral, pouco flexíveis; • Incluem, somente, os aspectos formais da empresa, deixando de lado os aspectos informais, cujas vigência e importância para o dia a dia da organização são muito grandes; • Quando muito sintéticos, tornam-se pouco úteis e, por outro lado, quando muito detalhados, correm o risco de se tornarem obsoletos diante de quaisquer mudanças pequenas; • diminuem a incidência do julgamento pessoal, tornando-se, muitas vezes, um freio para a iniciativa e a criatividade individuais. Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 7 105 De acordo com a norma ISO 9001:2008, processo é ”um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas) ”. Já Palvarini descreve um processo como6: “Conjunto integrado e sincrônico de insumos, infraestruturas, regras e transformações, que adiciona valor às pessoas que fazem uso dos produtos e/ou serviços gerados”. Um processo é, assim, um conjunto de atividades e tarefas que são estruturadas para que a organização possa oferecer seus produtos e serviços aos seus clientes. Portanto, nenhuma organização existe sem a existência de processos e todo tipo de trabalho importante em uma organização faz parte de algum processo7. Sem eles, as empresas não teriam como ter uma consistência na oferta de produtos ou serviços. Muitos autores conhecem um processo como um fluxo de trabalho. Vamos ver na prática como isso funciona? Você chega em uma sapataria e vê um sapato bonito na vitrine. Ao entrar na loja, o vendedor vem ao seu encontro e você mostra o modelo que lhe interessou. Este vendedor logo lhe perguntará seu número para que possa checar no estoque se este par está disponível. Ele poderá solicitar ao estoquista o modelo pedido. Se estiver disponível, ele trará o par para que você possa experimentá-lo. Se o par não estiver no estoque, o vendedor lhe oferecerá outro modelo semelhante. Após sua escolha, ele o encaminhará para o caixa. Este profissional solicitará seu modo de pagamento, e procederá com o processo de cobrança. Finalmente, outro profissional fará o empacotamento do produto para que você possa leva-lo para casa. Reparou que neste processo de compra existiram várias atividades? Todas elas são interdependentes e interligadas, pois não adianta o vendedor lhe atender bem se o caixa te insultar, não é mesmo? Todos os envolvidos neste processo devem fazer seu trabalho com qualidade para que a venda tenha sucesso. O importante é que o cliente final seja bem atendido e saia satisfeito. Isto é o que chamamos de processo organizacional. Uma definição adequada de processo seria: a utilização de recursos da empresa para oferecer resultados objetivos aos seus clientes8. Para facilitar a visualização do que ocorre em um processo, podemos imaginá-lo como um fluxo. Na entrada existem demandas e recursos (informações, materiais, ferramentas, etc.), ou seja, os inputs. Estas demandas e recursos serão trabalhados de diversas formas para gerar valor. Assim, várias atividades são executadas dentro do processo. Finalmente, o processo gera algum produto ou serviço para um cliente, que pode ser interno ou externo. Este produto ou serviço é o que chamamos de outputs. 6 (Palvarini, 2010) 7 (Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000) 8 (Harrington, 1991) apud (Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 8 105 Figura 1 - Esquema básico de um processo Naturalmente, cada uma destas tarefas ou atividades pode agregar ou não valor ao processo. O cliente não está interessado em uma atividade isolada, pois esta não lhe “serve” sem que as outras sejam bem executadas. Basta um destes“atores” envolvidos em nosso exemplo “pisar na bola” para que o atendimento não atinja o resultado desejado. Assim, dizemos que um processo envolve atividades interligadas e interdependentes. Assim sendo, a gestão por processos traz um enfoque no “como” os produtos e serviços são entregues aos clientes, e não um foco no “quê” é produzido. Abaixo podemos ver melhor os “passos” que são dados para que o processo de atendimento acima seja realizado: Figura 2 - Processo simplificado de atendimento Claro que este é um exemplo muito simplificado, mas nos serve para entendermos que um processo de trabalho envolve uma série de atividades relacionadas. Vendedor inicia o atendimento ao cliente Vendedor solicita ao estoquista o modelo de sapato pedido pelo cliente Estoquista entrega o par ao vendedor Vendedor auxilia o cliente com o sapato Vendedor encaminha o cliente ao caixa Caixa pergunta ao cliente qual modo de pagamento Caixa processa o pagamento Embalador finaliza o pacote e entrega o produto ao cliente Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 9 105 Continuando, vamos agora entender melhor a diferença entre a gestão de um processo e a gestão por processos? Quando falamos de gestão de processo, estamos nos referindo ao gerenciamento de um processo específico, ou seja, a análise e melhoria de um fluxo de trabalho, como o de atendimento em uma sapataria que mencionamos acima. Já a gestão por processos significa muito mais do que isso. É uma forma diferente de gerenciarmos uma empresa ou instituição. Neste modelo, não ficamos focados nas necessidades de cada departamento, mas nas interdependências entre eles e nos fluxos de trabalho (os processos). GESTÃO FUNCIONAL VERSUS GESTÃO POR PROCESSOS A gestão por processos tenta mudar bastante o enfoque utilizado pelas empresas, tradicionalmente chamada de gestão funcional. Na gestão funcional tradicional, as organizações funcionam com uma visão verticalizada, com cada área ou setor se preocupa somente com suas necessidades – sem uma visão sistêmica. Com isso, muita energia se perde e muitas vezes as pessoas perdem de vista os interesses dos seus clientes, sejam eles internos (outros órgãos da instituição) ou externos (os clientes finais). Assim, os departamentos trabalham isolados uns dos outros e a coordenação dos trabalhos é difícil. As empresas que trabalham de forma verticalizada são mais voltadas para dentro, ou seja, preocupadas com seus problemas internos9. A gestão por processos não deixa de ser então um novo direcionamento – a organização volta suas atenções para os seus clientes e como satisfazê-los. Devem estabelecer seus processos mais críticos para que os clientes sejam bem atendidos e definir quais tarefas geram ou não valor para esse cliente. De acordo com Nunes10, “O modelo de organização orientado por processos passou a ser considerado como alternativa mais adequada para promover uma maior efetividade organizacional. ” A ideia principal dos autores que propõem a gestão por processos é a de uma derrubada geral das barreiras internas da empresa, de maior interação entre as diversas áreas (além de fornecedores e clientes), gerando uma visão do todo e um melhor resultado11. 9 (Davenport, 1992) 10 (Nunes, 2010) 11 (Nunes, 2010) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 10 105 Para que as empresas possam funcionar neste novo modelo, necessitam rever o seu modo de trabalhar. Todos os executores envolvidos no processo precisam se conhecer e saber qual é a necessidade de cada um. Cada ator precisa saber qual é o seu papel e como seu trabalho influência no resultado final. Esta nova visão deve alterar a divisão das pessoas em departamentos e setores. De acordo com Hammer e Stanton12, “Ao procurar se estruturar por processos, as empresas acabam descobrindo que é impossível sobrepor um processo integrado a uma organização fragmentada pelo desenho funcional tradicional. “ Dessa maneira, as organizações tradicionais, ou seja, que são estruturadas por departamentos, precisam ser remodeladas e redesenhadas para que possam passar a ser gerenciadas por processos. De acordo com Gonçalves13, as principais mudanças necessárias para que estas organizações mudem de uma gestão tradicional para uma gestão por processos envolvem: Figura 3 - Passos para que uma organização tradicional se adapte para a gestão por processos Desta maneira, a gestão por processos visa à melhoria dos processos críticos e o melhor aproveitamento dos recursos e profissionais envolvidos. Quando isso ocorre, menos tempo é necessário para que os produtos e serviços fiquem prontos e menor é o gasto de energia (dinheiro, esforço, materiais, etc.) no processo. 12 (Hammer e Stanton, 1999) apud (Gonçalves, As Empresas são Grandes Coleções de Processos, 2000) 13 (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) A definição das responsabilidades pelo andamento dos processos A minimização das transferências internas (a troca de informações e materiais entre os setores) A maximização do agrupamento de atividades conexas A diminuição do gasto de tempo e energia Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 11 105 Além disso, estas organizações passam a se conhecer melhor e conhecer a fundo as necessidades de seus clientes. Com isso, ficam mais ágeis e mais focadas nas mudanças externas. Tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de aprendizado14. Abaixo, temos as principais diferenças entre a gestão funcional e a gestão por processos: Característica Gestão Funcional Gestão por Processos Alocação de Pessoas Agrupados junto aos seus pares em áreas funcionais Times de processos envolvendo diferentes perfis e habilidades Autonomia operacional Tarefas executadas sob rígida supervisão hierárquica Fortalece a individualidade dando autoridade para tomada de decisões Avaliação de desempenho Centrada no desempenho individual do indivíduo Centrada nos resultados do processo de negócio Cadeia de Comando Forte supervisão de níveis hierárquicos superpostos Fundamentada na negociação e colaboração Capacitação dos indivíduos Voltada ao ajuste da função que desempenham / especialização Dirigido às múltiplas competências da multifuncionalidade requerida Escala de valores da organização Metas exclusivas de áreas geram desconfiança e competição entre as áreas Comunicação e transparência no trabalho gerando clima de colaboração mútua Estrutura organizacional Estrutura hierárquica, departamentalização - vertical Fundamentada em equipes de processos - horizontal Medidas de desempenho Foco no desempenho de trabalhos fragmentados das áreas funcionais Visão integrada do processo de forma a manter uma linha de agregação constante de valor Natureza do trabalho Repetitivo e com escopo bastante restrito / mecanicista Bastante diversificado, voltado ao conhecimento / evolutivo- adaptativo Organização do trabalho Em procedimentos de áreas funcionais / mais linear Por meio de processos multifuncionais / mais sistêmico Relacionamento externo Pouco direcionado, maior concentração no âmbito interno Forte incentivo por meio de processos colaborativos de parcerias14 (Gonçalves, 1997) apud (Gonçalves, As Empresas são Grandes Coleções de Processos, 2000) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 12 105 Utilização da tecnologia Sistemas de informação com foco em áreas funcionais Integração e “orquestração” dos sistemas de informação Tabela 1 - Principais diferenças entre a gestão por processos e a gestão funcional. Fonte: (De Sordi, 2008) (CESPE – IBRAM - ADMINISTRADOR) Pode-se considerar como processo organizacional o conjunto de atividades, mesmo que não relacionadas entre si, que transformam insumos (entradas) em produtos ou serviços (saídas) que têm valor para um grupo específico de clientes. Comentários: Pegadinha na área! A frase está toda bonitinha, mas as atividades devem ser relacionadas entre si para que sejam consideradas um processo. Gabarito: errada (FGV – IBGE – ANALISTA – 2016) Determinada organização adotou uma nova perspectiva de gestão, assumindo o Gerenciamento de Processos de Negócio – BPM. Assim, é possível inferir que ela: a) reforçou a visualização das operações de negócios com base nas áreas funcionais e localizações envolvidas. b) adotou uma nova forma de visualizar as operações de negócios que vai além das estruturas funcionais tradicionais c) reforçou a visualização das operações de negócios com base nas competências de seus colaboradores. d) adotou uma nova forma de visualizar as operações de negócios que está baseada nas estruturas funcionais e hierárquicas. e) reforçou a visualização das operações de negócios com base nas estruturas funcionais tradicionais. Comentários: O enfoque ou abordagem de processos engloba uma visão da organização baseada em seus processos, e não em seus departamentos – a visão tradicional da gestão. Esta gestão tradicional causa uma dificuldade na coordenação entre os vários setores envolvidos em um processo de trabalho. Cada área funcional busca apenas seus objetivos internos e perde o foco nas necessidades dos clientes. Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 13 105 A dificuldade na comunicação e na harmonização dos esforços gera desperdícios e perda de competitividade, além da insatisfação dos clientes. Na abordagem de processos, os profissionais envolvidos em um processo devem trabalhar juntos e conhecer as demandas e problemas de cada área. Esta seria uma visão horizontal da instituição, que olha para seus fluxos de trabalho e não apenas para as “caixinhas” ou departamentos. Gabarito: letra B (CESPE – TCE-ES - ACE) O foco no processo, a promoção de uma visão sistêmica da organização e a melhor compreensão da cadeia de valor da organização caracterizam a gestão por processos. Comentários Perfeito. A gestão por processos envolve, naturalmente, um foco nos processos críticos das organizações. Esta visão engloba desde os fornecedores até os clientes e possibilita uma visão do “todo”, ou seja, uma visão sistêmica da instituição. Para gerenciar estes processos críticos, devemos ter em mente quais são as cadeias de valor – quais são os processos e atividades que geram benefícios para os clientes - e buscar melhorá- los de forma contínua. Gabarito: correta O GESTOR DE PROCESSOS Em organizações que estão focadas em processos, existe um responsável por cada processo, o gestor de processos. De acordo com De Sordi15, “O aspecto mais visível de diferenciação entre as organizações tradicionais estruturadas por funções empresariais e as empresas orientadas a processos de negócios é a existência do gestor, o dono do processo de negócios (em inglês chamado de process owner).” O gestor de processos, ao contrário do gerente funcional, não lida apenas com profissionais especializados em uma função ou área, mas sim com todos os profissionais envolvidos no processo. Desta forma, sua equipe envolve pessoas de diversas especialidades e funções, que podem estar em diversos setores da empresa. Deste modo, deve ser um profissional que saiba gerir conflitos e tenha uma visão sistêmica da organização. 15 (De Sordi, 2008) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 14 105 Outro aspecto importante é que sua posição é perene, não temporária. Ao contrário do gerente de projetos, que lida com seu projeto durante um tempo determinado, o gestor de processos não tem um prazo determinado para gerir seu processo. Dentre suas responsabilidades e atividades, temos16: ✓ Assegurar os recursos necessários para atender às demandas do processo de negócios conforme seu projeto em vigor; ✓ Realizar a medição contínua do desempenho de aspectos críticos do processo; ✓ Assegurar a capacitação dos profissionais que cooperam com o processo por meio de programas de treinamento; ✓ Definir e coordenar as alterações necessárias para a evolução contínua do processo. CADEIA DE VALOR Quando falamos de valor gerado ou agregado pelos processos, não estamos necessariamente falando de valor financeiro. Estamos nos referindo ao benefício gerado para seus clientes com as diversas atividades de um processo. De acordo com Maranhão e Macieira17, “A agregação de valor em um processo é a diferença de valor entre o produto (na saída de um processo) e a soma dos valores das entradas (matérias-primas ou insumos), acrescida dos custos intrínsecos de transformação. ” Desta maneira, quando estamos vendo que alguma atividade ou processo não agrega valor para os clientes, devemos eliminá-los. O conceito de “valor” está ligado com as entregas finais, ou seja, o que é “entregue” para o cliente, seja ele um cliente interno ou externo. A preocupação de um gestor na abordagem por processos deve ser a de visualizar qual é a cadeia de valor – as atividades e processos que efetivamente agregam benefícios aos clientes. De acordo com Porter18, “Cadeia de Valor é o conjunto de atividades tecnológicas e econômicas distintas que uma organização utiliza para entregar produtos e serviços aos seus clientes. ” Dentro desta ideia de cadeia de valor, devemos analisar quais são as atividades que geram valor para que possamos melhorá-las. Já as atividades que não agregam valor devem ser reduzidas ou eliminadas. 16 (De Sordi, 2008) 17 (Maranhão & Macieira, 2010) 18 (Martins, Humberto Falcão & Marini, 2010) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 15 105 Quanto mais valor agregado, mais competitiva ficará a empresa, de acordo com o conceito de vantagem competitiva de Porter. Mas este conceito também é usado no setor público – a criação de valor público. Este valor público, de acordo com Maranhão e Macieira, “Vai muito além do ponto de vista meramente financeiro. Nesta linha, estariam enquadrados resultados mensuráveis como a redução da pobreza e do analfabetismo, ou a melhoria das condições do meio ambiente, entre outros aspectos. ” Por isso que a gestão por processos é fundamental também para o setor público: para que o Estado consiga utilizar da melhor forma possível seus recursos na geração de serviços desejáveis pela população. (TCDF - ACE) De acordo com a abordagem por processos, o fatode um auditor procurar reduzir os custos financeiros dos insumos envolvidos no desenvolvimento de suas atividades de fiscalização constitui um exemplo de auditor que busca melhorar a cadeia de valor do seu processo de fiscalização. Comentários: O erro da frase está no seguinte: a cadeia de valor não está ligada diretamente ao custo dos produtos e serviços. O conceito não é financeiro, mas sim ligado aos benefícios gerados para os clientes. Um bom atendimento pode custar até menos do que um atendimento ruim. Um custo reduzido pode identificar uma empresa ou órgão do governo como eficiente na sua gestão interna, mas não necessariamente uma que está oferecendo um melhor serviço ao seu cliente. Gabarito: errada TIPOS DE PROCESSOS As bancas costumam cobrar diversas classificações ou tipos de processos nas provas. Abaixo, vou citar os principais tipos cobrados para que vocês não esqueçam na hora “H”. O primeiro tipo divide os processos em três: processos de negócios, os processos organizacionais e os processos gerenciais19. 19 (Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 16 105 Os processos de negócio são aqueles mais “centrais” para que a organização cumpra sua missão e atenda aos seus clientes. São, portanto, os que caracterizam a atuação da empresa. Como exemplo, poderíamos citar o processo de atendimento em um hotel. Estes processos são, naturalmente, suportados pelos outros tipos de processos que existem na organização. Já os processos organizacionais são aqueles que integram todos os setores da instituição e viabilizam os subsistemas da organização. São processos que não “aparecem” para os clientes externos, mas são vitais para que a organização funcione. Como exemplos destes processos poderíamos citar: o processo de contratação de funcionários, o processo de faturamento, o processo de treinamento dos novos funcionários, dentre outros. Finalmente, teríamos os processos gerenciais. Estes últimos incluiriam todos os processos que facilitam a tomada de decisão gerencial, como os processos de avaliação de desempenho, bem como as pesquisas de opinião. Sem estes processos, a vida de um gestor seria muito complicada, pois não teriam informações de qualidade para que pudessem gerenciar as instituições. Abaixo, podemos ver as principais características dos três tipos de processo, de acordo com Gonçalves: Figura 4 - Tipos de processos. Fonte: (Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000) Desta forma, os processos de negócio estão ligados à cadeia de valor (que veremos a seguir), ao negócio da empresa ou o que é chamado de seu “core business”. Sem eles, nenhuma organização atinge seus objetivos estratégicos e alcança sucesso. Processos gerenciais Facilitam a tomada de decisão dos gestores. Processos organizacionais Funcionam como integradores dos diversos sistemas e setores da organização. Processos de negócio São os principais processos da empresa, que geram os produtos e serviços desejados pelos clientes. Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 17 105 Outra classificação envolve a geração de valor para o cliente. Esta classificação divide os processos em processos primários e processos de suporte20. Os processos primários são aqueles que geram os produtos e serviços. Seriam os processos principais e que “definem” o sucesso da organização. Já os processos de suporte são todos os demais, que naturalmente são necessários para que os processos primários possam existir. Em um hotel de veraneio, por exemplo, o processo de atendimento seria um processo primário. Já o processo de compra dos materiais seria um exemplo de processo de suporte. Sem que os materiais estejam comprados, seria muito difícil que o atendente consiga satisfazer o cliente, não é mesmo? Fazendo uma correlação com a classificação anterior, os processos primários seriam os mesmos dos que os processos de negócio. Já os processos de suporte englobariam tanto os processos organizacionais e os processos gerenciais. Abaixo temos um resumo destes tipos de processos: Figura 5 - Processos quanto à geração de valor. Outra classificação divide os processos em verticais e horizontais21. Esta classificação entende os processos como fluxos de informação e decisão. Assim, processos verticais envolveriam fluxos de “cima para baixo” ou de “baixo para cima”. Seriam relacionados, por exemplo, com o processo de planejamento estratégico da instituição. O processo de planejamento estratégico inicia-se na cúpula da empresa e é desdobrado até seu nível operacional. Assim, é um processo que funciona em uma lógica de “cima para baixo”. Outros exemplos seriam: o processo de orçamento e de orientação. Mas nem todos os processos de uma organização tem uma lógica vertical, muito pelo contrário. Os principais processos têm uma lógica horizontal, que acompanham o fluxo de trabalho. 20 (Martin, 1996) apud (Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000) 21 (Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000) • são os processos que geram os produtos e serviços desejados pelos clientes Processos Primários • São todos os demais - tornam possíveis os processos primários Processo de suporte Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 18 105 Estes processos estariam classificados como processos horizontais. Seriam todos os processos principais, ou de negócio, que geram os produtos e serviços das instituições. São eles que integram as diversas áreas e profissionais da empresa na produção destes bens e possibilitam a satisfação dos clientes finais. Figura 6 - Processos verticais e horizontais Outra classificação divide os processos em processos internos e processos externos. Os primeiros são aqueles que começam e terminam dentro de uma mesma empresa ou órgãos públicos. Já os processos externos são aqueles que não se limitam à apenas uma empresa. Eles dependem da atuação de mais de uma instituição para que sejam realizados. Naturalmente, são os mais complexos e difíceis de gerenciar. São muito comuns nos órgãos públicos. Cabe aqui também citar alguns conceitos utilizados em provas de concurso. O primeiro seria o de processos transversais. Chamamos estes processos assim quando atravessam diversas áreas da organização e até mesmo outras organizações. Outro conceito importante é a de processos-chave ou processos críticos. Estes são aqueles processos que causam maior impacto nos resultados da empresa e na satisfação dos clientes. São os processos que devem ser acompanhados pela gerência com maior cuidado, naturalmente. Quando falamos da gestão por processos, estamos dizendo que estes processos críticos serão gerenciados de perto. Nenhuma empresa conseguirá gerenciar todos seus processos em minúcias, pois alguns processos não geram muito impacto nos seus resultados e a gestão deles traria mais custos do que benefícios. A organização terá de focar nos processos mais importantes – ou processos-chave – para que atinja seus resultados estratégicos. Processos Transversais Processos Verticais •Processos com uma lógica "de cima para baixo". •Exemplo: processo de planejamento estratégico. Processos Horizontais •Processoscom uma lógica "lateral", que acompanham o fluxo de trabalho •São os principais processos, que geram os produtos e serviços. Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 19 105 Um ponto que temos de entender, quando falamos de gestão de processos no setor público, é que muitos processos não estão limitados a um só órgão ou ministério. Na verdade, os principais processos no setor público (aqueles que entregam serviços à sociedade) envolvem diversos órgãos diferentes, o que torna sua gestão e melhoria muito mais complexa. No jargão da área, chamamos esses processos que envolvem várias áreas de “processos transversais”, pois eles “atravessam” a estrutura dos órgãos e envolvem diversos setores. De acordo com o Ministério do Planejamento22, “Uma característica importante dos processos é a interfuncionalidade, segundo Gonçalves. Embora existam processos realizados inteiramente em uma unidade funcional, os principais processos de uma instituição (sobretudo os processos de negócio) atravessam as fronteiras das áreas funcionais, sendo conhecidos como processos transversais, transorganizacionais (crossorganizational), interfuncionais, interdepartamentais ou horizontais. Tais processos são executados de forma transversal à estrutura “vertical”, típica das organizações estruturadas funcionalmente. Além disso, no caso da Administração Pública, deve ser dada importância especial aos processos que ultrapassam as fronteiras das instituições, como ocorre na execução de políticas públicas. ” Deste modo, no setor público devemos sempre estar atentos a esses processos que geram maior impacto na vida da população e que envolvem mais de um órgão na sua execução. (FCC – TRT-9º REGIÃO – ANALISTA) Conforme apontado pela doutrina especializada, a gestão por processos possibilita que a organização seja vista, não como um conjunto de departamentos estanques, mas sim como um fluxo contínuo de atividades encadeadas visando satisfazer a necessidade dos clientes. Nesse contexto, a diferenciação entre os processos principais ou primários e os secundários, consiste, basicamente, na circunstância de que os (A) secundários são uma sequência lógico-temporal dos principais e agregam valor para o produto ou serviço finais. (B) primários resultam na entrega de algum bem ou serviço ao cliente final, enquanto os secundários são processos internos. (C) secundários podem ser dispensados no contexto da gestão por processos, eis que não contribuem para a execução dos principais. (D) principais são de natureza eminentemente gerencial, ligados à estratégia e utilizados na tomada de decisões. (E) secundários são ligados à produção de bens ou serviços e os primários à gestão de pessoas. Comentários 22 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 20 105 A letra A está errada, pois os processos secundários não ocorrem depois dos processos primários. E são os processos primários que agregam valor aos produtos e serviços oferecidos aos clientes finais. Desta forma, a letra B está perfeita e é o gabarito da banca. Os processos secundários ou de suporte estão associados a atividades fins da instituição e os processos principais geram os produtos e serviços oferecidos aos clientes finais. A letra C é absurda, pois os processos secundários suportam os processos principais. Nenhuma empresa pode dispensar seus processos secundários. A letra D está equivocada, pois essa descrição está relacionada com os processos gerenciais, não com os processos principais. Finalmente, a letra E inverte os conceitos e está incorreta. Gabarito: letra B NÍVEIS DE DETALHAMENTO DOS PROCESSOS Podemos dizer que os processos sempre podem ser inseridos em algum processo mais amplo, ou que os processos podem ser decompostos em outros subprocessos23. Naturalmente, alguns processos são mais abrangentes e complexos e outros são mais simples. Além disso, os processos podem ser descritos em detalhes e outros apenas em um “plano” mais superficial. É isto o que dizemos quando falamos em “nível de detalhamento” de um processo. Quanto mais complexo for um processo, ou seja, quanto maior for este processo (envolvendo mais áreas, atividades e decisões), maior será a nossa necessidade de “decompô-lo” em subprocessos para que possamos analisa-lo e compreendê-lo. O nível de detalhamento dos processos, do maior para o menor, pode ser definido assim: macroprocesso, processo, subprocessos, atividade e tarefa. 23 (Maranhão & Macieira, 2010) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 21 105 (CESPE – ABIN - AGENTE TÉCNICO) Os macroprocessos, processos e subprocessos são atividades e (ou) tarefas que iniciam e terminam com o cliente externo, variando apenas o nível de complexidade e tamanho de cada um deles. Comentários A questão traz uma afirmação que não é sempre verdadeira. O processo normalmente termina com o cliente sendo atendido, mas nem sempre se inicia assim. Gabarito: errada Macroprocesso - gera um alto impacto e envolve, normalmente, diversas áreas e funções da empresa Processo - somatório de atividades e/ou subprocessos interrelacionados Subprocesso - é um processo que está inserido “dentro” de outro processo. Corresponde a uma parte específica do seu processo maior Atividade - são trabalhos executados nos processos Tarefa - é um elemento ainda menor. Uma parte específica de uma atividade ou subdivisão de algum trabalho Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 22 105 CICLO DE GERENCIAMENTO DE PROCESSOS De acordo com o guia CBOK24, a prática de gerenciamento de processos de negócio pode ser caracterizada como um ciclo de vida contínuo (processo) de atividades integradas. Só que a nossa vida não é fácil e existem duas classificações cobradas pelas bancas: a do próprio CBOK e a da SDPS. Veremos a seguir cada uma delas. Ciclo do CBOK Para o CBOK, o ciclo de gerenciamento de processos é o seguinte: Planejamento; Análise; Desenho e Modelagem; Implementação; Monitoramento; e Refinamento25. Abaixo, podemos ver em mais detalhes: Etapa Descrição Planejamento Nessa etapa são vistas as necessidades de alinhamento estratégico dos processos. Deve-se desenvolver um plano e uma estratégia dirigida a processos para a organização, onde sejam analisadas suas estratégias e metas, fornecendo uma estrutura e o direcionamento para gerenciamento contínuo de processos centrados no cliente. Além disso, são identificados papéis e responsabilidades organizacionais associados ao gerenciamento de processos, aspectos relacionados a patrocínio, metas, expectativas de desempenho e metodologias. Análise A análise tem por objetivo entender os atuais processos organizacionais no contexto das metas e objetivos desejados. Ela reúne informações oriundas de planos estratégicos, modelos de processo, medições de desempenho, mudanças no ambiente externo e outros fatores, a fim de compreender os processos no escopo da organização como um todo. Durante essa etapa são vistospontos como: objetivos da modelagem de negócio, ambiente do negócio que será modelado, principais stakeholders e escopo da modelagem (processos relacionados com o objetivo geral). Desenho e Modelagem O desenho de processo consiste na “criação de especificações para processos de negócio novos ou modificados dentro do contexto dos objetivos de negócio, objetivos de desempenho de processo, fluxo de trabalho, aplicações de negócio, plataformas tecnológicas, recursos de dados, controles financeiros e operacionais, e integração com outros processos internos e externos". Já a modelagem de processo é definida como "um conjunto de atividades envolvidas na criação de representações de um processo de negócio 24 (ABPMP - Association of Business Process Professionals, 2014) 25 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 23 105 existente ou proposto", tendo por objetivo "criar uma representação do processo em uma perspectiva ponta-a-ponta que o descreva de forma necessária e suficiente para a tarefa em questão". Implementação A fase que tem por objetivo realizar o desenho aprovado do processo de negócio na forma de procedimentos e fluxos de trabalho documentados, testados e operacionais; prevendo também a elaboração e execução de políticas e procedimentos novos ou revisados. Monitoramento / Gerenciamento de Desempenho A etapa de implementação avalia o desempenho do processo através de métricas relacionadas às metas e ao valor para a organização, podendo resultar em atividades de melhoria, redesenho ou reengenharia. A etapa de gerenciamento de desempenho, também pode ser chamada de “simulação e emulação”, sendo responsável pela aferição e validação do processo, como forma de garantir que o mesmo está representado conforme sua realidade, bem como pelo estudo de diversos cenários, possibilitando a análise de mudanças no processo. Refinamento Essa etapa é a responsável pela transformação dos processos, implementando o resultado da análise de desempenho. Ela ainda trata de desafios associados à gestão de mudanças na organização, à melhoria contínua e à otimização de processo. Alternativamente, é chamada de “encenação”, revendo o modelo de processo e implantando na prática as mudanças propostas após o estudo de variados cenários. Ciclo da SDPS Já segundo a SDPS, o ciclo de gerenciamento de processos consiste das etapas de Modelagem; Simulação; Emulação; e Encenação. Abaixo, podemos ver as etapas mais detalhadamente26: Etapa Descrição Modelagem Nessa etapa são identificados os valores que o processo em estudo deverá gerar. Após a identificação dos itens que compõem a “cadeia de valores” do processo, verifica-se os papeis assumidos por tais elementos, ou seja, valores adicionados (resultados do processo), insumos (que são transformados), referências (que orientam a transformação) ou infraestruturas (que são consumidos pelo processo). Ainda na modelagem são verificadas as sincronias necessárias entre insumos, referências e infraestruturas para a geração do valor esperado, sendo que devem ser compatibilizadas as expectativas entre as várias partes que produzem cada um dos elementos. Também são previstas as condições que os elementos do processo podem assumir e as respectivas ações a serem tomadas, planejando-se para possíveis contingências e melhorias. 26 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br ==10ef0== 24 105 As atividades envolvidas são registradas e são identificados os efeitos colaterais causados por cada elemento presente na cadeia de valor, ou seja, são visualizados os processos que geram um determinado valor / resultado e também os processos que são gerados a partir de tal elemento. Simulação A simulação incorpora dados estatísticos aos modelos de processos desenhados na etapa anterior, visando à minimização dos riscos de efeitos indesejáveis quando de sua implantação. Devem ser previstos itens tais como existência ou não de estoques antes do início dos processos, seus pontos de indução, as distribuições estatísticas e os tempos associados às transformações, dentre outros. A partir de tais dados estimados, são gerados cenários alternativos que devem ser avaliados e, quando necessário, induzirão alterações nos modelos para que sejam o mais próximo do resultado desejado quando de sua implantação. Emulação Nessa etapa são incluídos dados da realidade junto aos dados estimados identificados na fase de simulação. É o momento em que, por exemplo, são construídas as telas de sistemas automatizados que serão utilizados no processo e é solicitado o preenchimento das suas informações a uma amostra de pessoas, evitando que requisitos modelados sejam impossíveis de serem obtidos na prática. É também a fase em que fazemos turmas-piloto de algo que queremos ver funcionando na “vida real”. Como no caso da simulação, quaisquer necessidades de ajustes devem ser comunicadas para que os modelos (e os cenários) sejam alterados e voltem a ser emulados, até que os níveis de qualidade desejados sejam atingidos. Encenação Fase do ciclo de gestão de processos que representa a “vida real” dos processos modelados, simulados e emulados, ou seja, é a única etapa que não se pode faltar durante a execução de um trabalho (ela ocorre, quer o processo tenha sido modelado / simulado / emulado ou não). Portanto, se desejarmos reduzir ou eliminar os riscos de algum efeito que não desejamos observar em nosso processo, é importante realizarmos boas modelagens, simulações e emulações, porém nunca perdendo de vista as exigências que as partes envolvidas no processo possuem – caso contrário boa parte de nosso esforço pode ser desconsiderada face à velocidade requerida pela realidade. PROJETO DE MAPEAMENTO E MODELAGEM DE PROCESSOS O primeiro passo na gestão de um processo é sabermos afinal quais são seus passos ou atividades, ou seja, é conhecermos seu funcionamento. Não podemos melhorar o que desconhecemos, não é mesmo? Quais são os envolvidos? Quais são as atividades? Quem toma decisões e quando? Todas estas questões devem ser conhecidas. Isto é chamado de mapeamento de um processo. Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 25 105 Para que os gestores consigam “pôr no papel” estas informações, é geralmente utilizada uma ferramenta chamada fluxograma. Um fluxograma, como o próprio nome diz, é utilizado para descrever um fluxo de trabalho. O mapeamento gera diversos benefícios para as organizações. Dentre elas teríamos: ✓ Conhecer e entender quais são os diversos agentes internos e externos envolvidos no processo ✓ Uma melhor compreensão do real impacto que o processo tem para a organização e seus clientes; ✓ Saber quais são as interdependências e as relações entre as diversas áreas envolvidas no processo; ✓ Identificar quais são os fatores críticos no processo; ✓ Avaliar se o processo é bem executado e se é necessário; ✓ Propor alterações no processo; Isto pode ser feito “na mão” ou através de ferramentas tecnológicas, como os programas Bizagi ou Microsoft Visio. Veremos um exemplo de fluxograma em breve. Existem diversas técnicas que devem ser utilizadas. As principaisque normalmente são usadas envolvem27: ✓ Entrevistas e reuniões; ✓ Observação das atividades “in loco”; ✓ Análise da documentação e dos sistemas existentes; ✓ Coleta de dados e evidências Um processo normalmente se inicia com uma demanda de um cliente ou uma decisão de produzir algum produto. Após isto, ele atravessa todas as etapas necessárias para que este produto e/ou serviço seja entregue ao cliente. Assim, o profissional envolvido no mapeamento analisará diversos elementos. Alguns autores chamam estes envolvidos pela sigla FEPSC, que se refere aos elementos relacionados no mapeamento de um processo: fornecedores, entradas, processos, saídas e clientes. Após o mapeamento de um processo, devemos buscar melhorá-lo sempre que possível. Isto é feito através do redesenho do processo ou da modelagem de processos. Este pode ser definido assim28: “a modelagem de processos da organização pode ser compreendida como o conjunto de atividades necessárias para redesenhar e documentar os processos de trabalho anteriormente mapeados.” O padrão atualmente utilizado para a modelagem (ou redesenho) de processos é o BPMN (Business Process Modeling Notation). Este é um modo de facilitar a visualização de um processo e construir o fluxograma. 27 (Rennó, 2013) 28 (Maranhão & Macieira, 2010) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 26 105 Este padrão engloba uma série de “notações gráficas”, ou seja, diversos símbolos padronizados que a atividade de descrever um processo seja simples e que estes documentos gerados sejam facilmente interpretados por outras pessoas. As principais “notações” são as seguintes: Figura 7 - Principais notações do BMPN. Desta forma, as notações são usadas para que um profissional possa descrever graficamente um processo através do uso de símbolos e linhas. Abaixo podemos ver um de um processo mapeado e disposto em forma de um fluxograma: Elementos Atividades Eventos Gateways Linha de Sequência Linha de Mensagem Símbolo Significado São as diversas etapas do processo Inicio e fim de um processo pontos em que uma decisão deve ser tomada Indicam a direção do fluxo Indicam a comunicação entre os processos Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 27 105 Figura 8 – Fluxograma básico Normalmente, fazemos dois tipos de diagrama: um antes de propormos modificações e outro com as mudanças propostas. Eles são identificados como “AS-IS” E “TO-BE”. O primeiro deles é chamado de “AS-IS” (“como está” em inglês) e descreve como o processo funciona no momento, sem nenhuma alteração proposta. Serve como uma “linha de base” para entendermos quais são os atores que atuam no processo e quais as decisões tomadas. Após a análise da equipe, é proposto um segundo diagrama que contém as modificações propostas: o diagrama “TO-BE” (“como será” em inglês). Este novo fluxograma vai incorporar, portanto, as melhorias necessárias para que o processo funcione melhor. Com os dois diagramas na mão, os gestores terão maior facilidade para verem quais são as deficiências no processo atual e buscar alterá-lo e melhorá-lo. Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 28 105 (CESPE – MPS - ADMINISTRADOR) Um fluxograma dentro de uma organização mostra como se faz o trabalho e analisa problemas cuja solução é compatível com o exercício de uma administração racional. Trata-se da representação gráfica seqüencial de um trabalho, caracterizando as operações e os responsáveis pelo processo. Comentários: Perfeito. A frase é uma definição válida de um fluxograma. Gabarito: correta Técnicas de Mapeamento de Processos Além do Fluxograma, existem diversas técnicas conhecidas para fazermos o mapeamento dos processos de trabalho. Cada uma apresenta um enfoque distinto. De acordo com Mello, as principais técnicas de mapeamento são29: ✓ SIPOC: é uma ferramenta usada por um time para identificar todos os elementos pertinentes de um projeto de melhoria de processo antes de o trabalho começar. ✓ Blueprinting: representa um fluxograma de todas as transações integrantes do processo de prestação de serviço; ✓ Fluxograma: técnica que permite o registro de ações de algum tipo e pontos de tomada de decisão que ocorrem no fluxo real. ✓ Mapofluxograma: segundo Barnes (1982), o mapofluxograma é um fluxograma desenhado sobre a planta de um edifício ou layout para visualizar melhor o processo. ✓ Diagrama homem-máquina: tem por objetivo o estudo da inter-relação entre o trabalho do homem e o da máquina, identificando os tempos ociosos de ambos e balanceando a atividade do posto de trabalho. ✓ IDEF0 a IDEF9: Diagramas que representam um desenho do comportamento dos clientes. 29 (De Mello, 2008) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 29 105 Técnicas de Coleta de Dados De acordo com o CBOK, existem diversas técnicas para a captura das informações necessárias ao mapeamento e modelagem de processos de trabalho. As principais são30: ➢ Observação direta - é uma boa alternativa para entender em detalhes o processo atual. Possibilita descobrir atividades e tarefas que não poderiam ser reconhecidas de outra maneira e pode ser efetiva para identificar variações e desvios que ocorrem no trabalho diário. Entretanto, por ser limitada necessariamente a uma pequena amostragem, pode não capturar o intervalo de variações ao longo de grupos e localizações. Observação direta também envolve o risco de que os executores possam fazer o que pensam que se deseja ver, em vez do que normalmente fazem. ➢ Entrevistas - podem criar um senso de propriedade e participação no processo de modelagem e documentação de processos de negócio. Tal abordagem requer um mínimo de tempo e interrupção do trabalho do dia-a-dia dos participantes. Entretanto, pode tomar mais tempo agendando e conduzindo entrevistas do que outros métodos. Pode ser difícil, mais tarde, construir um fluxo de processo coeso e mapear as diferentes visões em uma visão única. Essa técnica geralmente requer acompanhamento e, às vezes, não identifica todas as atividades para descrever completamente o processo. ➢ Observação e feedback por escrito - requer tempo e interrupção na execução das tarefas. Normalmente, informações podem ser coletadas dessa forma. Entretanto, frequentemente tende a apresentar as mesmas dificuldades encontradas em entrevistas individuais, tais como tomada de mais tempo, falta de alguma informação, tempo gasto reconciliando diferenças de opinião ou quando o mesmo trabalho tem sido descrito de forma diferente por pessoas diferentes, podendo demandar acompanhamento. ➢ Workshops estruturados - são focados, facilitando reuniões quando houver suficientes profissionais com conhecimento e pessoas impactadas pelo assunto, reunidos para criar o modelo de forma interativa. Oferece a vantagem de encurtar tempo necessário para desenvolver os modelos, criando maior senso de propriedade pelos participantes do workshop do que outras técnicas. Workshops estruturados podem também apresentar a vantagemde um facilitador habilitado em técnicas de modelagem normalmente não conhecidas pelos participantes do processo. Entretanto, devido ao eventual custo com viagem e despesas que podem ser requeridos, workshops tendem a ser mais caros do que outros métodos. Geralmente, os modelos produzidos em workshops exigem menos acompanhamento e geram uma descrição comum acordada de um processo de maneira mais rápida e com melhor qualidade do que outras técnicas. 30 (Association of Business Process Management Professionals, 2009) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 30 105 ➢ Videoconferência - pode ser utilizada para ganhar muitos dos mesmos benefícios que os workshops presenciais oferecem, mas funciona melhor com resultado com grupos menores. Videoconferência pode ser mais conveniente e menos cara quando os participantes estão muito distantes um do outro. Utilizar esse tipo de tecnologia realmente depende da existência de facilitadores que tenham habilidade no uso dessas técnicas. Nos workshops realizados dessa forma, pode ser mais difícil de monitorar e gerenciar a participação individual no trabalho em grupo. NÍVEL DE MATURIDADE EM PROCESSOS Nem todas as organizações detêm os mesmos conhecimentos e habilidades no que toca a gestão dos seus processos de trabalho. Para avaliar a “maturidade” de cada organização no desenvolvimento de seus processos, foi desenvolvido um modelo de maturidade de processos de negócio, o Business Process Maturity Model31. Visão do CBOK O CBOK, em sua versão 2.0, trazia um modelo dividido em cinco níveis de maturidade. Os estágios eram os seguintes: inicial, gerenciado, padronizado, previsível e otimizado. Abaixo, podemos ver cada um destes estágios com mais detalhes: Níveis de Maturidade Nível 1 - Inicial Os processos são executados de maneira ad-hoc, o gerenciamento não é consistente e é difícil prever os resultados. 31 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 31 105 Nível 2 – Gerenciado A gestão equilibra os esforços nas unidades de trabalho, garantindo que sejam executados de modo que se possa repetir o procedimento e satisfazer os compromissos primários dos grupos de trabalho. No entanto, outras unidades de trabalho que executam tarefas similares podem usar diferentes procedimentos. Nível 3 – Padronizado Os processos padrões são consolidados com base nas melhores práticas identificadas pelos grupos de trabalho, e procedimentos de adaptação são oferecidos para suportar diferentes necessidades do negócio. Os processos padronizados propiciam uma economia de escala e base para o aprendizado através de meios comuns e experiências. Nível 4 – Previsível As capacidades habilitadas pelos processos padronizados são exploradas e devolvidas às unidades de trabalho. O desempenho dos processos é gerenciado estatisticamente durante a execução de todo o workflow, entendendo e controlando a variação, de forma que os resultados dos processos sejam previstos ainda em estados intermediários. Nível 5 – Otimizado Ações de melhorias proativas e oportunistas buscam inovações que possam fechar os gaps entre a capacidade atual da organização e a capacidade requerida para alcançar seus objetivos de negócio. Tabela 2 - Maturidade de Processos. Adaptado de: CBOK 2.0. Fonte: (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Este modelo, entretanto, foi revisado na terceira versão do CBOK. Deste modo, este guia de conhecimentos no gerenciamento de processos de trabalho atualmente indica outros cinco estágios de maturidade: inicial, gerenciado, definido, gerenciado quantitativamente e em otimização. Neste modelo, a maturidade da organização é medida por um conjunto de processos, não só cada processo isoladamente. Desta forma, é necessário que todos os processos atinjam nível de maturidade “definido” para que a empresa seja certificada com nível “definido”. Este modelo é derivado do CMMI (Capability Maturity Model – Integration ou Modelo de Maturidade em Capacitação - Integração). Abaixo, podemos ver um gráfico com os cinco níveis de maturidade do CBOK V 3.0: Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 32 105 Tabela 3 - Níveis de Maturidade do CBOK V 3.0. Fonte: (ABPMP - Association of Business Process Professionals, 2014) Visão da SDPS Outra classificação é a da SDPS (Society for Design and Process Science). Esta visão de maturidade de processos segue a definição de seu ciclo de gestão, ou seja, os níveis estão relacionados com cada uma das etapas do conhecimento dos membros envolvidos e da minimização dos riscos de efeitos indesejados nos processos. Abaixo, podemos ver cada um dos níveis de maturidade na visão da SDPS32: Níveis de Maturidade da SDPS Nível 1 – Processos modelados Os processos são identificados a partir de seus valores, de seus impactos / motivações / características, de seus papéis (valor adicionado, insumo, referência, infraestrutura), das sincronias envolvidas (critérios, condições / ações, atividades) e de seus efeitos colaterais. 32 (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011) Inicial Gerenciado Definido Gerenciado Quantitativamente Em Otimização / Otimizado Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 33 105 Nível 2 – Processos simulados Os processos são simulados a partir da introdução de dados estimados (quantidades, filas, tempos de espera, tempos de transformação, distribuições estatísticas, valores máximo / mínimo / médio, etc) que nos permitem a criação e a análise de cenários distintos, reduzindo os riscos da implantação e induzindo, quando necessário, mudanças nos modelos de processos. Nível 3 – Processos emulados Os processos são emulados a partir da coexistência de dados da realidade junto aos dados estimados, permitindo um maior refinamento dos cenários e dos possíveis impactos e, novamente, minimizando a possibilidade de efeitos indesejáveis. Nível 4 – Processos encenados Os processos são realizados conforme os modelos desenhados, simulados e emulados, e a observação das novas condições exigidas pela realidade induz a permanentes adequações dos requisitos de processo. Nível 5 – Processos interoperados Os processos são executados e geridos além das fronteiras organizacionais, promovendo cadeias de valor entre instituições como, por exemplo, no caso da execução de políticas públicas. (FCC – TRE-AP – ANALISTA) O grau de maturidade dos processos de uma organização pode ser descrito a partir de determinados modelos conceituais. Um deles é a visão do BPM CBOK, que indica como nível mais avançado de maturidade dos processos o (A) gerenciado, quando a gestão equilibra os esforços nas unidades de trabalho, garantido que sejam executados de forma eficiente. (B) interoperado, onde os processos são identificados a partir de seus valores, de seus impactos, das sincronias envolvidas e efeitos colaterais. (C) otimizado, onde ações pró-ativasbuscam inovações que possam fechar as lacunas entre a capacidade atual da organização e a capacidade requerida para alcançar seus objetivos. (D) padronizado, quando os processos são realizados a partir de modelos desenhados, simulados e emulados, reduzindo as desconformidades e ineficiências. (E) avançado, quando os processos são executados de maneira ad hoc, de acordo com as necessidades identificadas para o momento. Comentários Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 34 105 O CBOK, em sua versão 2.0, trazia um modelo dividido em cinco níveis de maturidade. Os estágios eram os seguintes: inicial, gerenciado, padronizado, previsível e otimizado. O nível otimizado seria o estágio de maturidade mais avançado, em que as ações de melhorias seriam proativas e buscariam eliminar o "gap" entre as capacidades atuais e as necessárias para atingir os objetivos de negócio. Gabarito: letra C PROCESSOS E CERTIFICAÇÃO ISO 9000:2000 A gestão por processos está muito relacionada com a gestão da qualidade, pois a gestão dos processos de trabalho é fundamental para que uma organização mantenha seus clientes satisfeitos. As ISO 9000 são, portanto, normas internacionais que estabelecem requisitos para sistemas de qualidade. Este nome (ISO) é derivado do próprio nome da instituição que criou as normas (em inglês: International Organization for Standardization). Essa organização foi criada em 1947 e conta com mais de 130 países membros. Aqui no Brasil, é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Segundo a ISO 900033, gestão da qualidade é conjunto de “Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade” De acordo com a ABNT, os oito princípios de gestão da qualidade que devem ser seguidos pelos gestores para melhorar o desempenho são34: 33 (ABNT, 2000) apud (Valls, 2004) 34 (ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2000) Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 35 105 Figura 9 - Princípios da Gestão da Qualidade Vejam que a gestão por processos é um dos princípios da gestão da qualidade. A ISO 9000:2000, existe um foco ainda maior na gestão por processos. Os itens mais importantes são35: ✓ Satisfação do cliente; ✓ Melhoria contínua; ✓ Processos. Assim sendo, o enfoque ou abordagem de processos engloba uma visão da organização baseada em seus processos, e não em seus departamentos – a visão tradicional da gestão. Esta gestão tradicional causa uma dificuldade na coordenação entre os vários setores envolvidos em um processo de trabalho. Cada área busca apenas seus objetivos internos e perde o foco nas necessidades dos clientes. A dificuldade na comunicação e na harmonização dos esforços gera desperdícios e perda de competitividade, além da insatisfação dos clientes. Na abordagem de processos, os profissionais envolvidos em um processo devem trabalhar juntos e conhecer as demandas e problemas de cada área. 35 (Zacharias, 2001) apud (Valls, 2004) Princípios da Qualidade Foco no cliente Liderança Envolvimento de pessoas Abordagem de processo Abordagem sistêmica para a gestão Melhoria contínua Abordagem factual para tomada de decisão Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital 69360 www.estrategiaconcursos.com.br 36 105 Esta seria uma visão horizontal da instituição, que olha para seus fluxos de trabalho e não apenas para as “caixinhas” ou departamentos. As normas ISO 9000 buscam, através de uma maior padronização dos processos, uma previsibilidade no fornecimento de bens e serviços, a redução dos custos de operação e dos riscos envolvidos no negócio. Agora, a adoção destas normas não garante nenhum produto com qualidade. Prestem atenção nisso! Em provas, é muito recorrente que as bancas afirmem algo como: a observância das normas ISO 9000 “garantem” um produto de qualidade. Estas normas ISO 9000 não são suficientes, por si só, para que uma empresa garanta a qualidade de seus produtos. São requisitos necessários, mas não suficientes! Além disso, estas normas não são limitadas ao setor privado! Podem e devem ser utilizadas no setor público, bem como diversos tipos de empresas (como indústria, serviços, comércio etc.), bem como podem ser utilizadas por organizações de tamanhos variados. NOÇÕES DE ESTATÍSTICA APLICADA AO CONTROLE E À MELHORIA DE PROCESSOS O conhecimento de estatística é fundamental na análise e na melhoria de processos organizacionais. Somente com base em opiniões e no “achômetro” dos gestores, é muito difícil fazer um diagnóstico correto sobre os resultados de um processo. Para podermos analisar um processo corretamente, necessitamos de uma análise com base em dados e indicadores de desempenho. Para isso, utilizamos diversas ferramentas estatísticas, que iremos apresentar aqui. Nosso intuito não será, naturalmente, de esgotar o assunto e trabalhar as equações matemáticas envolvidas nos estudos estatísticos, mas somente de explicar como a estatística pode auxiliar o trabalho dos administradores e quais são os principais conceitos. População e Amostra Quando queremos estudar algum fenômeno, devemos entender e identificar a população envolvida. Este conceito significa todos os “eventos” ou integrantes do fenômeno trabalhado. Alguns autores também chamam esse conceito de universo. Assim sendo, se estivermos analisando o comportamento dos brasileiros perante o casamento, por exemplo, o universo englobaria todos os cidadãos brasileiros. Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida Aula 01 (Prof. Rodrigo Rennó) Governança Corporativa e Compliance p/ BRB (Cargos Nível Superior) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 69360 37 105 Quando estamos nos referindo a um processo de trabalho, a população poderia ser descrita como todos os resultados apresentados pelo processo (produtos, serviços, etc.). Naturalmente, o controle ou a avaliação de toda uma população seria extremamente cara e demorada (como ocorre no Censo). Com isso, utilizamos ferramentas estatísticas para podermos analisar partes da população. Estas “partes” são chamadas de amostras. Uma amostra é, portanto, um subconjunto qualquer da população36. De acordo com Maranhão e Macieira, “Usualmente há grande dificuldade e por vezes até há impossibilidade de tratar com toda a população. Isso se dá por uma questão de custos ou até mesmo por impossibilidade técnica. ” Assim, ao analisarmos um processo, deveremos escolher uma amostra que represente de maneira correta o processo como um “todo”. Figura 10 - População e Amostra. Adaptado de: (Maranhão & Macieira, 2010) A característica mais importante então ao analisarmos uma amostra é a sua representatividade. Uma amostra é representativa quando ela tem as mesmas (ou semelhantes) características da população ou universo da qual ela foi retirada. Deste modo, em uma pesquisa de opinião devemos ter o cuidado de escolher um número de entrevistados que, somados, sejam um reflexo do total das pessoas envolvidas. 36 (Maranhão & Macieira, 2010) População Amostra Herbert Almeida, Rodrigo Rennó, Time Herbert Almeida
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