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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Campo Mourão Curso de Engenharia Ambiental O USO DA MACROFAUNA COMO BIOINDICADORES DE SOLO NO SÍTIO APARECIDA, LIMEIRA - SP NATHALIA BORDON PIRONATO SIA 1. INTRODUÇÃO A macrofauna é composta por microorganismos com diâmetro do corpo maior do que 2 mm, decompositores, que desempenham papel fundamental para o funcionamento do ecossistema, como a decomposição da matéria orgânica, mineralização dos nutrientes, revolvimento, agregação do solo, proteção da planta contra pragas e a recuperação de áreas degradadas ou contaminadas. Com isso, estão ocupando diversos níveis tróficos da cadeia alimentar do solo, sendo assim, afetam direta e indiretamente a produção primária do ecossistema, podem ser chamados de engenheiros de solo, como as minhocas, cupins e formigas. Entre os grupos taxonômicos existentes, os que melhor se destacam na macrofauna edáfica são: Oligochaeta, Coleoptera, Isoptera, Hymenoptera, Diplopoda, Chilopoda, Arachnida, entre outros. A maior concentração de organismos da macrofauna é encontrada na camada superficial do solo (de 0 a 10 cm de profundidade), que é a camada mais afetada pelas práticas de manejo. A diversidade dos organismos existentes demonstra indiretamente as condições ambientais da área, servindo como indicadores de qualidade do solo. Os bioindicadores são seres vivos, animais ou vegetais que podem ser utilizados para avaliar a qualidade do meio ambiente e a perceber as consequências das intervenções humanas na natureza, controlando impactos negativos decorrentes das atividades antrópicas nos ecossistemas. Para isso, organismos podem ser utilizados de forma passiva, sendo analisados dentro de seu próprio habitat e notando suas mudanças, e também na forma ativa, quando são inseridos em um habitat para verificar sua resistência em determinadas condições. As vantagens do uso de bioindicadores para a avaliação da qualidade ambiental estão em seu baixo custo, podendo ser utilizados para avaliações cumulativas de eventos ocorridos em um determinado período de tempo, resgatando um histórico ambiental não passível de detecção ou medição por outros métodos. A qualidade do solo envolve todos os componentes físicos, químicos e biológicos e sua capacidade de funcionar pode ser definida como sustento para a produtividade biológica e manutenção da qualidade ambiental. Com isso é visto a importância de uma gestão sustentável para que o solo continue útil e fértil para futuras gerações. Um solo saudável é composto por uma série de microorganismos e substâncias que ajudam no crescimento das plantas, absorção de água, nutrientes e filtragem de poluentes. Os indicadores de qualidade avaliam se o mesmo está funcionando corretamente e se todas as substâncias e microrganismos presentes estão na quantidade certa, para isso existem os indicadores químicos, como a quantidade de matéria orgânica e pH, físicos, representados pela quantidade de água, densidade e taxa de infiltração e os indicadores biológicos, que pode ser a quantidade de minhocas, matéria orgânica particulada e a quantidade de enzimas presente. 2. OBJETIVO O objetivo do presente trabalho foi fazer um levantamento da macrofauna do solo da área de pesquisa. 3. MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Sítio Aparecida, município de Limeira, interior de São Paulo, onde o solo de maior ocorrência é o latossolo vermelho-amarelo, o qual é associado com relevos plano, suave ondulado e ondulado, ocorrem em ambientes bem drenados, são profundos e uniformes em características de cor, textura e estrutura em profundidade. 3.1 Procedimento da coleta 1 (fauna edáfica) Para a coleta de macrofauna edáfica, foram realizados, com a ajuda de uma escavadeira, três buracos com dimensões de 10 cm x 10 cm x 10 cm (largura, altura e profundidade). A amostra de cada buraco (A, B e C) foi colocada em uma forma e com a ajuda de uma colher foi separada e analisada à procura de invertebrados. Os mesmos, assim que achados foram colocados em um copo com solução de 300 mL de água e álcool etílico 70%. Em seguida foram identificados a níveis taxonômicos. Figura 1 - amostra de solo A Fonte: Autoria própria, 2021 Figura 2 - amostra de solo B Fonte: Autoria própria, 2021. Figura 3 - amostra de solo C Fonte: Autoria própria, 2021. 3.2 Procedimento da coleta 2 (fauna epígea) Para a amostragem da macrofauna epígea foi realizada uma coleta utilizando três armadilhas do tipo Pitfall, constituídas por um copo enfincado no solo, contendo uma solução de 100mL de água e quatro gotas de detergente. As armadilhas foram colocadas aleatoriamente em três pontos diferentes, permanecendo por 24 horas. Após o tempo, as armadilhas 1, 2 e 3, foram levadas para serem analisadas e fazer a contagem e identificação taxonômica dos organismos. Figura 4 - pitfall 1 Fonte: Autoria própria, 2021. Figura 5 - pitfall 2 Fonte: Autoria própria, 2021. Figura 6 - pitfall 3 Fonte: Autoria própria, 2021. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Procedimento de identificação dos invertebrados Os invertebrados da primeira e da segunda coleta foram classificados com suas ordens. Tabela 1: Classificação das amostras Figura 7 - invertebrados coletados pelos pitfalls (fauna epígea) Fonte: Autoria própria, 2021. Tipo de amostragem Amostra Identificação do invertebrado Nome popular do invertebrado Abundância (quantos destes encontrou na amostra) solo A Oligochaeta minhoca 2 solo B Oligochaeta minhoca 1 solo C Oligochaeta minhoca 2 pitfall 1 Hymenoptera: formicidae formiga 3 pitfall 2 Hymenoptera: formicidae formiga 1 pitfall 2 Hymenoptera: apocrita vespa 1 pitfall 3 Hymenoptera: apoieda abelha 1 pitfall 3 Hymenoptera: formicidae formiga 2 Figura 7 - invertebrados coletados pelo solo (fauna edáfica) Fonte: Autoria própria, 2021. 5. CONCLUSÃO O fato de haver minhocas no solo pode determinar sua saúde, já que é normal sua presença em solos saudáveis. Ao se remexerem e escavarem o solo, as minhocas ingerem porções de terra, e, assim, decompõem e transformam resíduos orgânicos em húmus, que serve de adubo para as plantas. Além disso, arejam a terra facilitando a penetração de água e de raízes. A mesma ocorre com a presença das formigas, sendo um bioindicador de que o solo está ‘’funcionando’’ corretamente, já que grande parte das formigas são responsáveis pela mineralização dos detritos vegetais em decomposição, circulação das águas de lixiviação e da oxigenação do solo superficial. Já a presença da vespa e da abelha, não tem muito a agregar no estudo do solo, as mesmas devem ter caído nas armadilhas acidentalmente, mas ainda sim podem ser vistas como bioindicadores. A abelha tem como função principal polinizar o ambiente e sua presença indica que não há tanta poluição, já que são sensíveis a essa condição. Ao contrário das abelhas, as vespas não cumprem um papel tão importante, sendo predadores naturais e essenciais para manter o equilíbrio entre as espécies que compõem seu ecossistema, impedindo que alguns insetos ou parasitas se proliferem excessivamente, mas ainda assim, a vespa não tem um papel bioindicador para o presente trabalho. REFERÊNCIAS Jamhour, Jorge Macrofauna epígea de besouros coprófilos em sistema de integração lavoura-pecuária / Jorge Jamhour. – 2016 LIMA, Sandra Santana de et al . Relação entre macrofauna edáfica e atributos químicos do solo em diferentes agroecossistemas. Pesq. agropec. bras., Brasília , v. 45, n. 3, p. 322-331, Mar. 2010 . Availablefrom <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2010000300013&lng= en&nrm=iso>. access on 22 Mar. 2021. SETZER, José. As características dos principais tipos de solos do estado de São Paulo. Bragantia, Campinas , v. 1, n. 4, p. 255-359, 1941 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051941000400001&lng=e n&nrm=iso>. access on 22 Mar. 2021. SOUZA, M. M. de. Vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) indicadoras do grau de conservação de florestas ripárias. 2010. 65 p. Dissertação (Mestrado em Entomologia)-Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2010. WOLFF, Luis Fernando. Abelhas melíferas: bioindicadores e qualidade ambiental e de sustentabilidade da agricultura familiar de base ecológica / Luis Fernando Wolff, Vanderlei Doniseti Acassio dos Reis, Régis Sivori Silva dos Santos – Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2008. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2010000300013&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2010000300013&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051941000400001&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051941000400001&lng=en&nrm=iso
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