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Aula 09
Direito Internacional Público e Privado p/ Magistratura Federal (Curso Regular)
Professor: Ricardo Vale
   
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL P/ MAGISTRATURA FEDERAL 
Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 
!ULA 09 
DIREITO!INTERNACIONAL!PRIVADO 
 
Direito Internacional Privado ......................................................................... 2 
1 Ð Objeto e Conceitos Introdut—rios ........................................................... 2 
2 Ð Elementos de Conex‹o no Direito Brasileiro .......................................... 4 
2.1 - Lex Domicilli: ..................................................................................... 4 
2.2 Ð Lex rei sitae: ...................................................................................... 5 
2.3 Ð Lex loci contractus / Locus Regit Actum: ................................................ 6 
2.4- Contratos de Trabalho: ......................................................................... 6 
3 Ð Aplica‹o do Direito estrangeiro ............................................................ 6 
3.1- Interpreta‹o e Prova do Conteœdo do Direito Estrangeiro: ........................ 6 
3.2- Ordem Pœblica: .................................................................................... 7 
3.3- Fraude ˆ Lei: ....................................................................................... 8 
3.4- Reenvio: ............................................................................................. 9 
3.5- Prova de Fatos Ocorridos no Exterior: ..................................................... 9 
4 Ð Homologa‹o de Sentena estrangeira ................................................ 10 
5 Ð Cartas Rogat—rias ................................................................................ 11 
6- Arbitragem Internacional: ..................................................................... 12 
7 Ð Competncia Internacional .................................................................. 13 
Lista de Quest›es ......................................................................................... 37 
Gabarito ....................................................................................................... 48 
 
Ol‡, pessoal! Tudo bem? 
Na aula de hoje, dando continuidade ao nosso curso para a Magistratura 
Federal, estudaremos sobre o Direito Internacional Privado. 
Abraos, 
Ricardo Vale 
ÒO segredo do sucesso Ž a const‰ncia no objetivoÓ. 
   
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL P/ MAGISTRATURA FEDERAL 
Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 
Direito Internacional Privado 
1 Ð Objeto e Conceitos Introdut—rios 
A globaliza‹o e o aprofundamento das rela›es internacionais gerou a 
intensifica‹o dos fluxos comerciais, de investimentos e de pessoas 
entre os pa’ses. 
Com isso, h‡ cada vez um maior nœmero de rela›es privadas que 
transcendem as fronteiras de um Estado, envolvendo tanto pessoas 
jur’dicas quanto pessoas f’sicas. Empresas situadas em Estados diferentes 
celebram entre si contratos de compra e venda, pessoas f’sicas adquirem 
im—veis no exterior, indiv’duos de nacionalidades diferentes se casam. Enfim, 
h‡ um grande incremento da quantidade de rela›es privadas com conex‹o 
internacional. 
Nesse contexto, surgem quest›es complexas a serem resolvidas. Qual o 
direito aplic‡vel a um contrato internacional celebrado entre uma empresa 
alem‹ e uma empresa brasileira? Qual legisla‹o ir‡ regular a sucess‹o de 
bens do Òde cujusÓ? 
Para responder a essas e outras perguntas Ž que se faz necess‡rio o estudo do 
Direito Internacional Privado, cujo objetivo Ž solucionar os conflitos de leis 
no espao, determinando qual o direito aplic‡vel a uma rela‹o privada 
com conex‹o internacional. O Direito Internacional Privado n‹o busca dar 
uma solu‹o de mŽrito para uma controvŽrsia jur’dica; ele apenas indica qual 
direito (nacional ou estrangeiro) ir‡ se aplicar a uma rela‹o privada com 
conex‹o internacional. 
Segundo alguns autores, o direito internacional privado teve suas primeiras 
manifesta›es na Roma Antiga. Naquele tempo, vigorava o jus civile para 
os cidad‹os romanos e o jus peregrinum para os estrangeiros. Por sua vez, 
para regular as rela›es entre peregrinos de diferentes origens e entre 
cidad‹os romanos e peregrinos, vigorava o jus gentium. Tentava-se, dessa 
forma, solucionar o problema de conflito entre dois regimes jur’dicos distintos 
(o aplic‡vel aos cidad‹os romanos e o aplic‡vel aos peregrinos).1 
H‡ uma variedade de fontes do Direito Internacional Privado, seja no plano 
interno ou no plano internacional. As fontes internas s‹o aquelas que 
comp›em o ordenamento jur’dico de cada Estado. A Lei de Introdu‹o ˆs 
Normas do Direito Brasileiro (LINDB) Ž um exemplo de fonte interna do Direito 
Internacional Privado. As fontes internacionais, por sua vez, surgem a partir 
da ideia de que os Estados devem buscar a harmoniza‹o das normas de 
                                                        
1
 DOLINGER, Jacob. Direito Internacional Privado, 10a edi‹o. Editora Forense. Rio 
de Janeiro: 2012, pp. 180-181. 
   
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL P/ MAGISTRATURA FEDERAL 
Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 
Direito Internacional Privado, que antes constavam apenas de suas legisla›es 
nacionais. Com isso, surgem tratados versando sobre matŽria relativa ao 
Direito Internacional Privado. 
H‡ que se destacar uma diferena muito relevante entre as fontes do 
Direito Internacional Pœblico e as fontes do Direito Internacional Privado. No 
‰mbito do Direito Internacional Pœblico, as fontes s‹o internacionais, 
produzidas a partir da vontade convergente dos Estados. J‡ no ‰mbito do 
Direito Internacional Privado, h‡ preponder‰ncia das fontes internas. 
As fontes internacionais atŽ existem, mas a fonte prim‡ria do Direito 
Internacional Privado Ž a lei. 
As normas de Direito Internacional Privado podem ser classificadas em: 
a) normas indiretas. Essas normas definem qual ordenamento jur’dico 
ser‡ aplicado para solucionar uma controvŽrsia com conex‹o 
internacional. Elas n‹o solucionam a controvŽrsia propriamente dita, mas 
apenas estabelecem qual a norma deve ser aplicada. S‹o, 
portanto, normas instrumentais, que resolvem conflitos (normas 
conflituais) Como exemplo, citamos o art. 9¼, da Lei de Introdu‹o ˆs 
Normas do Direito Brasileiro, que estabelece que as obriga›es ser‹o 
regidas pela lei do pa’s no qual forem constitu’das. 
b) normas diretas: S‹o normas que solucionam uma quest‹o 
jur’dica com conex‹o internacional, buscando harmonizar 
procedimentos entre os diferentes pa’ses. Como exemplo de norma 
direta, citamos a Conven‹o de Viena sobre o Contrato de Compra e 
Venda Internacional de Mercadorias. Essas normas s‹o substantivas e 
aparecem s— excepcionalmente no direito internacional privado. 
c) normas qualificadoras. N‹o s‹o normas conflituais, tampouco 
harmonizadoras. S‹o normas que definem o conceito de algum 
instituto previsto na legisla‹o. Por exemplo, Ž norma qualificadora 
aquela que estabelece que o domic’lio da pessoa f’sica Ž definido pelo 
local de sua residncia habitual. 
No Brasil, as principais regras de Direito Internacional Privado est‹o previstas 
na Lei de Introdu‹o ˆs Normas do Direito Brasileiro (LINDB). TambŽm 
h‡ que se destacar a Lei n¼ 9.307/96, que versa sobre a arbitragem, e os arts. 
21 a 25, do Novo C—digo de Processo Civil, que tratam da competncia 
internacional. 
Para que se possa determinarqual a norma (estrangeira ou nacional) aplic‡vel 
a um caso concreto, Ž fundamental entender a estrutura das normas de Direito 
Internacional Privado, que se apoiam em duas partes: o objeto de conex‹o e 
o elemento de conex‹o. O objeto de conex‹o diz respeito ˆ matŽria sobre a 
   
 
 
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qual versa a norma (personalidade, direito de fam’lia, obriga›es). O elemento 
de conex‹o, por sua vez, Ž o fator que determina a sede jur’dica de uma 
determinada rela‹o privada que transcende as fronteiras de um Estado 
(domic’lio, nacionalidade, local de celebra‹o, local de execu‹o). 
Dito isso, vamos, no pr—ximo t—pico, perscrutar a Lei de Introdu‹o das 
Normas do Direito Brasileiro (LINDB) a fim de identificar quais os elementos de 
conex‹o utilizados pela legisla‹o brasileira. 
 
2 Ð Elementos de Conex‹o no Direito Brasileiro 
Os elementos de conex‹o, conforme j‡ afirmamos, s‹o os fatores que 
determinam a sede jur’dica de uma determinada rela‹o privada que 
transcende as fronteiras nacionais. S‹o os elementos de conex‹o que definem 
se ser‡ aplicado a uma rela‹o jur’dica o direito nacional ou o direito 
estrangeiro. 
ƒ a lei de cada Estado (Òlex foriÓ) que ir‡ definir os elementos de conex‹o 
utilizados em cada situa‹o. No exerc’cio de sua soberania, o Estado ir‡ 
permitir a aplica‹o, em alguns casos, do direito estrangeiro, desde que 
ele n‹o seja contr‡rio ˆ ordem pœblica. 
 
2.1 - Lex Domicilli: 
Um dos principais elementos de conex‹o previstos no ordenamento jur’dico 
brasileiro Ž o domic’lio. A lei do domic’lio (lex domicilli) Ž utilizada, 
fundamentalmente, como critŽrio de solu‹o de conflitos de leis no espao 
envolvendo o estatuto pessoal. 
O art. 7¼ da LINDB Ž expl’cito nesse sentido, ao dispor que Òa lei do pa’s em 
que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o comeo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de fam’liaÓ. Suponha, 
por exemplo, que Jo‹o, brasileiro, tenha domic’lio na It‡lia. Nesse caso, a lei 
italiana Ž que ir‡ determinar as regras sobre o comeo e fim da personalidade, 
o nome, a capacidade e os direitos de fam’lia de Jo‹o. 
A aplica‹o da lex domicilli na solu‹o de conflitos de leis no espao tambŽm 
fica evidenciada nas regras a respeito do casamento. Segundo o art. 7¼, ¤ 1¼, 
Òrealizando-se o casamento no Brasil, ser‡ aplicada a lei brasileira 
quanto aos impedimentos dirimentes e ˆs formalidades da celebra‹o.Ó 
   
 
 
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No ordenamento jur’dico brasileiro, n‹o se admite, por exemplo, o casamento 
de uma pessoa que j‡ Ž casada (art. 1521, inciso VI, CC); se o casamento se 
realizar no Brasil, essa regra dever‡ ser observada, mesmo que o casamento 
seja de estrangeiro cujo pa’s de origem admite a bigamia ou poligamia. 
Destaque-se que Ž plenamente poss’vel que, no Brasil, ocorra casamento 
entre estrangeiros, que poder‡ celebrar-se perante autoridades 
diplom‡ticas ou consulares do pa’s de ambos os nubentes. 
TambŽm poder‡ ocorrer casamento de brasileiros no exterior, na forma 
do art. 18, da LINDB. A competncia para celebra‹o do casamento ser‡ das 
autoridades consulares brasileiras; Ž o que se tem chamado de 
Òcasamento diplom‡ticoÓ ou Òcasamento consularÓ. Essa regra est‡ prevista no 
art. 18, da LINDB, segundo o qual Òtratando-se de brasileiros, s‹o 
competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o 
casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o 
registro de nascimento e de —bito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido 
no pa’s da sede do ConsuladoÓ. 
O regime de bens (legal ou convencional) e os casos de invalidade do 
matrim™nio obedecer‹o ˆ lei do pa’s em que os nubentes tiverem 
domic’lio. Caso o domic’lio dos nubentes seja diverso, ser‡ aplic‡vel a lei do 
primeiro domic’lio conjugal. 
A lex domicilli Ž usada, ainda, quanto aos bens m—veis que o propriet‡rio 
trouxer para o Brasil ou que se destinarem a transporte para outros lugares. 
Nesse caso, ser‡ aplicada a lei do domic’lio do propriet‡rio. 
TambŽm se aplica a lex domicilli ˆ sucess‹o por morte e ˆ capacidade para 
suceder. Segundo o art. 10, da LINDB, Òa sucess‹o por morte ou por ausncia 
obedece ˆ lei do pa’s em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, 
qualquer que seja a natureza e a situa‹o dos bensÓ. A capacidade para 
suceder Ž regulada pela lei do domic’lio do herdeiro ou do legat‡rio. 
 
2.2 Ð Lex rei sitae: 
O critŽrio Òlei rei sitaeÓ leva em considera‹o a lei do local em que uma 
determinada coisa est‡ situada. Segundo o art. 8¼, da LINDB, Òpara qualificar 
os bens e regular as rela›es a eles concernentes, aplicar-se ˆ lei do 
pa’s em que estiverem situadosÓ. O estatuto dos bens Ž, dessa maneira, 
objeto da solu‹o de conflitos por meio da aplica‹o da lex rei sitae. 
A sucess‹o de bens de estrangeiros, situados no Pa’s, ser‡ regulada pela 
lei brasileira em benef’cio do c™njuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que n‹o lhes seja mais favor‡vel a lei pessoal do de 
   
 
 
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cujus. O conflito de leis, nesse caso, resolver-se-‡ pela aplica‹o da lei mais 
benŽfica ao c™njuge ou filhos brasileiros. 
 
2.3 Ð Lex loci contractus / Locus Regit Actum: 
No Brasil, o critŽrio lex loci contractus Ž empregado para solucionar conflitos 
de leis no espao que envolvam contratos e obriga›es em geral 
(contratuais e extracontratuais). Com base nesse critŽrio, aplica-se a norma do 
local em que a obriga‹o tiver sido constitu’da. 
A LINDB prev, em seu art. 9¼, que Òpara qualificar e reger as obriga›es, 
aplicar-se-‡ a lei do pa’s em que se constitu’remÓ. A obriga‹o reputa-se 
constitu’da, destaque-se, no lugar em que residir o proponente. 
Suponha, por exemplo, que seja celebrado, na Alemanha, um contrato de 
compra e venda entre uma empresa alem‹ e uma empresa brasileira. Esse 
contrato, por ter sido constitu’do na Alemanha, ser‡ regido pela legisla‹o 
alem‹. 
 
2.4- Contratos de Trabalho: 
A atual jurisprudncia do TST considera que aos contratos de trabalho 
executados no exterior ser‡ aplicada a norma mais favor‡vel ao 
trabalhador. Esse Ž um entendimento recente, que resultou no 
cancelamento da Sœmula TST n¼ 207, que estabelecia o seguinte: ÒA 
rela‹o jur’dica trabalhista Ž regida pelas leis vigentes no pa’s da presta‹o de 
servio e n‹o por aquelas do local da contrata‹oÓ. 
 
3 Ð Aplica‹o do Direito estrangeiro 
3.1- Interpreta‹o e Prova do Conteœdo do Direito Estrangeiro: 
Em geral, o direito aplic‡vel ˆs rela›es jur’dicas Ž o direito interno de cada 
Estado. No entanto, em determinadas rela›es jur’dicas com conex‹o 
internacional, Ž poss’vel que as regras de Direito Internacional Privado 
conduzam ˆ aplica‹o do direito estrangeiro. 
Quando um juiz aplica o direito interno, ele o faz de of’cio, havendo presun‹o 
de que tem pleno conhecimento do ordenamento jur’dico p‡trio. Todavia, 
   
 
 
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quando se trata de aplicar o direito estrangeiro, essa presun‹o n‹o existe: o 
juiz pode n‹o conhecer o direitoestrangeiro. 
Caso o juiz conhea a lei estrangeira, ele poder‡ aplic‡-la de of’cio. Se, 
por outro lado, n‹o a conhecer, o juiz poder‡ exigir a prova da existncia 
e do conteœdo da norma estrangeira. 
ƒ exatamente isso o que prev o art. 14, da LINDB, que disp›e que Òn‹o 
conhecendo a lei estrangeira, poder‡ o juiz exigir de quem a invoca prova 
do texto e da vignciaÓ. Se o juiz assim o determinar, caber‡ ˆ parte que 
alega direito estrangeiro provar-lhe o teor e a vigncia (art. 376, Novo CPC). 
Cabe destacar que, mesmo que o juiz n‹o o exija, a parte poder‡ trazer 
esses elementos aos autos. 
 
3.2- Ordem Pœblica: 
As normas de Direito Internacional Privado permitem que, em algumas 
situa›es, seja aplicado o direito estrangeiro em outro Estado. Entretanto, a 
aplica‹o do direito estrangeiro poder‡ sofrer limita›es. 
No Brasil, o art. 17, da LINDB, estabelece que Òas leis, atos e sentenas de 
outro pa’s, bem como quaisquer declara›es de vontade, n‹o ter‹o efic‡cia 
no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pœblica e 
os bons costumesÓ. TambŽm n‹o dever‡ ser aplicado o direito estrangeiro 
quando houver fraude ˆ lei. 
Segundo Jacob Dolinger, a ordem pœblica representa a moral b‡sica de uma 
na‹o.2 ƒ claro que esse Ž um conceito um tanto quanto vago, cabendo ao 
aplicador da lei definir, no caso concreto, se algo fere ou n‹o a ordem pœblica. 
Observe que o conceito de Òordem pœblicaÓ n‹o Ž estanque; ao contr‡rio, 
ele Ž din‰mico, variando no tempo e no lugar. 
A ordem pœblica tem 3 (trs) n’veis de aplica‹o. 
O primeiro n’vel se refere ao funcionamento da ordem pœblica no plano 
interno, impedindo que a vontade das partes derrogue certas regras jur’dicas. 
Como exemplo, no ordenamento jur’dico brasileiro, h‡ regra que estabelece 
que ser‡ nula a cl‡usula do contrato de loca‹o que impede a sua renova‹o. 
Veja que a ordem pœblica limita a autonomia da vontade das partes nesse 
tipo de contrato. 
                                                        
2 DOLINGER, Jacob. Direito Internacional Privado, 10a edi‹o. Editora Forense. Rio 
de Janeiro: 2012, pp. 385-387. 
   
 
 
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O segundo n’vel diz respeito ˆ veda‹o de que sejam aplicadas leis 
estrangeiras no territ—rio do outro Estado. Por exemplo, no Brasil n‹o se 
admite a poligamia. Em consequncia, alguŽm que j‡ seja casado n‹o poder‡ 
contrair novo matrim™nio aqui no Brasil. Isso seria incompat’vel com a ordem 
pœblica. Anote-se que, segundo a doutrina, para que a norma estrangeira seja 
afastada, ela dever‡ ser manifestamente incompat’vel com a ordem 
pœblica. 
Por œltimo, o terceiro n’vel de aplica‹o da ordem pœblica versa sobre o 
reconhecimento de direitos adquiridos no exterior. Vejamos um 
exemplo! Mohamad Salim Ž nacional do Marrocos, pa’s que admite a 
poligamia. Ele imigra para o Brasil trazendo uma de suas esposas, deixando 
outra esposa no Marrocos. Passando dificuldades financeira, ela recorre ˆ 
Justia brasileira requerendo o direito a receber obriga‹o aliment’cia. Tal 
direito adquirido h‡ de ser reconhecido pelos tribunais brasileiros. Nesse 
exemplo, a ordem pœblica incidiria no sentido de impedir que o estrangeiro 
imigrasse para o Brasil trazendo a segunda esposa. 
 
O direito adquirido em um Estado poder‡ ser reconhecido no 
Brasil, desde que n‹o conflite com a ordem pœblica. 
 
3.3- Fraude ˆ Lei: 
A fraude ˆ lei Ž outra hip—tese em que se restringe a aplica‹o do direito 
estrangeiro no Brasil. Segundo Jacob Dolinger, ela fica caracterizada Òquando 
o agente, artificiosamente, altera o elemento de conex‹o que indicaria a lei 
aplic‡vel. 3 O objetivo Ž fugir ˆ aplica‹o da norma de um Estado, por 
entender que a norma do outro Estado lhe Ž mais favor‡vel, o que configura 
verdadeiro abuso de direito. 
Suponha, como exemplo, que um indiv’duo queira se divorciar e o direito 
interno de seu Estado n‹o autoriza. A’, com o objetivo de furtar-se ao rigor 
desse ordenamento jur’dico, o indiv’duo altera a sua nacionalidade ou o seu 
domic’lio. Ficar‡, nessa situa‹o, caracterizada a fraude ˆ lei. 4 
                                                        
3
 DOLINGER, Jacob. Direito Internacional Privado, 10a edi‹o. Editora Forense. Rio 
de Janeiro: 2012, pp. 431-444. 
4
 Por mais estranho que esse exemplo possa ser, ele ocorreu bastante no Brasil 
antes da edi‹o da Lei do Div—rcio.  
   
 
 
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3.4- Reenvio: 
As regras de Direito Internacional Privado determinam qual o direito 
(nacional ou estrangeiro) que ser‡ aplicado a uma determinada rela‹o 
jur’dica. Nesse processo de determina‹o do direito aplic‡vel, podem ocorrer 
algumas situa›es inusitadas. 
Suponha que uma empresa do Estado A celebre um contrato com uma 
empresa do Estado B. As regras de direito internacional privado do Estado A 
determinam que ˆquele contrato ser‡ aplicada a lei do Estado B. PorŽm, a lei 
do Estado B determinam que ao contrato ser‡ aplicada a lei do Estado A. Foi 
um verdadeiro ÒloopingÓ!  Esse Ž o fen™meno do reenvio, que consiste em 
verdadeiro conflito negativo entre sistemas de solu‹o de conflitos. 
H‡ v‡rios graus de reenvio. No exemplo apresentado acima, falamos de um 
reenvio de 1¼ grau, que envolve 2 (dois) Estados. As regras de Direito 
Internacional Privado do Estado A determinaram a aplica‹o do direito do 
Estado B e este, por sua vez, imp™s a aplica‹o do direito do Estado A. 
O reenvio de 2¼ grau envolve a participa‹o de 3 (trs) Estados. Nele, as 
regras de Direito Internacional Privado do Estado A determinam a aplica‹o do 
direito do Estado B que, por sua vez, imp›em a aplica‹o do ordenamento 
jur’dico do Estado C. 
No Brasil, n‹o se admite o reenvio. ƒ o que se conclui a partir da leitura do 
art. 16, da LINDB, segundo a qual, Òquando, nos termos dos artigos 
precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-‡ em vista a 
disposi‹o desta, sem considerar-se qualquer remiss‹o por ela feita a outra 
leiÓ. Em outras palavras, quando a lei brasileira manda aplicar o direito 
estrangeiro, Ž este mesmo que dever‡ ser aplicado; n‹o ser‡ 
considerada qualquer remiss‹o que o direito estrangeiro faa a outra lei. 
 
3.5- Prova de Fatos Ocorridos no Exterior: 
Nas rela›es jur’dicas com conex‹o internacional submetidas ˆ aprecia‹o do 
Poder Judici‡rio, h‡ uma sŽrie de fatos ocorridos no exterior que devem ser 
provados em um processo. Segundo o art. 13, da LINDB, Òa prova dos fatos 
ocorridos em pa’s estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto 
ao ™nus e aos meios de produzir-se, n‹o admitindo os tribunais brasileiros 
provas que a lei brasileira desconheaÓ. 
Com base nesse dispositivo, Ž poss’vel verificar que: 
   
 
 
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a) O ™nus da prova e os meios de produzir as provas de fatos ocorridos 
no exterior s‹o regidos pela lei do pa’s estrangeiro. 
b) N‹o s‹o admitidas pelos tribunais brasileiros provas que a lei 
brasileira desconhea. Por exemplo, uma grava‹o telef™nica submetida 
a cl‡usula de sigilo Ž considerada il’cita e n‹o ser‡ aceita pelo Poder 
Judici‡rio brasileiro. 
 
4 Ð Homologa‹o de Sentena estrangeira 
A pergunta que se faz, nesse momento, Ž a seguinte: Ž poss’vel que uma 
sentena emanada de um tribunal estrangeiroseja executada no Brasil? 
Sim, Ž plenamente poss’vel. Para que possa ser executada, a sentena 
estrangeira precisar‡, no entanto, ser homologada pelo STJ, na forma do 
art. 105, inciso I, da CF/88 que disp›e o seguinte: 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justia: 
I - processar e julgar, originariamente: 
... 
i) a homologa‹o de sentenas estrangeiras e a concess‹o de 
exequatur ˆs cartas rogat—rias. 
 
 
Na LINDB, h‡ men‹o expressa ao STF como sendo o 
tribunal competente para homologar sentena estrangeira. 
No entanto, essa disposi‹o foi revogada pela CF/88, 
que atribui tal competncia ao STJ. 
Assim, em qualquer legisla‹o na qual for feita men‹o ao 
STF como respons‡vel por homologa‹o de sentena 
estrangeira, deve ser entendido que essa regra j‡ foi 
revogada; hoje, a competncia Ž do STJ. 
Na homologa‹o de sentena estrangeira, o STJ n‹o aprecia o mŽrito da 
decis‹o, mas apenas aspectos formais. ƒ o que se chama de ju’zo de 
deliba‹o do STJ. O art. 15, da LINDB, relaciona os requisitos a serem 
observados na homologa‹o de sentena estrangeira: 
Art. 15. Ser‡ executada no Brasil a sentena proferida no estrangeiro, 
que reœna os seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado ˆ 
revelia; 
   
 
 
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c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necess‡rias 
para a execu‹o no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intŽrprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. 
A competncia do STJ para homologar sentena estrangeira n‹o se limita ˆs 
sentenas do Poder Judici‡rio. O STJ tambŽm homologa sentenas arbitrais 
estrangeiras, assim consideradas aquelas proferidas fora do territ—rio 
nacional. A atribui‹o de competncia a um œnico —rg‹o para realizar o ju’zo 
de deliba‹o caracteriza o modelo de deliba‹o concentrada, adotado pelo 
Brasil. 
N‹o se adota, em nosso pa’s, o modelo de deliba‹o difusa, que seria 
aquele em que mais os diversos —rg‹os do Poder Judici‡rio teriam competncia 
para realizar o ju’zo de deliba‹o. Isso fica claro a partir do exame do art. 961, 
do Novo CPC, que prev que a decis‹o estrangeira somente ter‡ efic‡cia no 
Brasil ap—s a homologa‹o da sentena ou a concess‹o de exequatur ˆs cartas 
rogat—rias. 
ƒ importante ressaltar que as leis, atos e sentenas de outro pa’s, bem 
como quaisquer declara›es de vontade, n‹o ter‹o efic‡cia no Brasil, quando 
ofenderem a soberania nacional, a ordem pœblica e os bons costumes. 
Nesses casos, n‹o ser‡ realizada homologa‹o pelo STJ. 
 
5 Ð Cartas Rogat—rias 
As cartas rogat—rias s‹o instrumentos de coopera‹o judici‡ria 
internacional, na medida em que, por meio delas, o Poder Judici‡rio de um 
Estado solicita apoio ao Poder Judici‡rio de outro ente estatal. Por meio de 
uma carta rogat—ria, busca-se aux’lio para a produ‹o de provas, 
intima›es e outros atos processuais. 
A concess‹o de exequatur ˆs cartas rogat—rias Ž competncia do Superior 
Tribunal de Justia, nos termos do art. 105, inciso I, al’nea ÒiÓ, da CF/88. 
H‡ dois tipos de cartas rogat—rias: i) rogat—rias ativas (enviadas pela 
autoridade judici‡ria brasileira) e; ii) rogat—rias passivas (recebidas pela 
autoridade judici‡ria brasileira). 
No Brasil, o exame da rogat—ria Ž feito mediante ju’zo de deliba‹o, o que 
significa que o STJ n‹o analisa o mŽrito da diligncia pretendida pela Justia 
estrangeira, salvo para se verificar o respeito ˆ ordem pœblica, aos bons 
costumes e ˆ soberania nacional. Segundo Boni de Moraes, Òh‡ no ju’zo 
delibat—rio uma aprecia‹o material do ato estrangeiro, ainda que m’nima, 
   
 
 
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restrita ˆ aferi‹o de eventual ofensa ˆ ordem pœblica do Estado requeridoÓ.5 
No ju’zo de deliba‹o, a an‡lise do STJ se limita, essencialmente, ˆs quest›es 
formais: autenticidade dos documentos e observ‰ncia dos requisitos legais. 
N‹o ser‡ concedido o exequatur ˆs cartas rogat—rias que ofenderem a 
ordem pœblica, os bons costumes e a soberania nacional. Um exemplo 
de carta rogat—ria que viola a soberania e a ordem pœblica Ž aquela referente a 
processo de competncia exclusiva dos tribunais brasileiros. Somente podem 
ser concedidas cartas rogat—rias quando a competncia do Poder Judici‡rio for 
relativa ou concorrente. 
Fala-se em ju’zo de deliba‹o sum‡rio diante da possibilidade de que a 
medida de carta rogat—ria seja realizada sem ouvir a parte 
interessada, o que acontecer‡ quando a sua intima‹o puder resultar na 
inefic‡cia da coopera‹o internacional. TambŽm fica caracterizado o ju’zo de 
deliba‹o sum‡rio quando Ž concedida tutela de urgncia em 
procedimento de homologa‹o de sentena estrangeira. 
 
6- Arbitragem Internacional: 
A arbitragem Ž um meio extrajudicial de solu‹o de controvŽrsias, bastante 
utilizado no ‰mbito do comŽrcio internacional. No Brasil, Ž regida pela Lei n¼ 
9.307/96, que disp›e que as pessoas capazes de contratar poder‹o valer-
se da arbitragem para dirimir lit’gios relativos a direitos patrimoniais 
dispon’veis. Assim, a arbitragem pode ser utilizada tanto por pessoas f’sicas 
quanto por pessoas jur’dicas; basta que a pessoa tenha capacidade para 
contratar e os conflitos que a envolvam poder‹o ser objeto de solu‹o por 
meio da arbitragem. 
A arbitragem poder‡ ser de direito ou de equidade, a critŽrio das partes. 
Quando se fala em arbitragem de direito, a referncia que se faz Ž ˆ aplica‹o 
de normas jur’dicas pelo ‡rbitro a um caso concreto com o objetivo de decidir 
o lit’gio instaurado. Por outro lado, quando se trata de emprego da equidade, o 
objetivo Ž a aplica‹o de considera›es de justia a um caso concreto; nesse 
caso, n‹o se levar‡ em conta regras jur’dicas prŽ-estabelecidas. 
As partes poder‹o escolher livremente as regras de direito que ser‹o 
aplicadas na arbitragem, desde que n‹o haja viola‹o aos bons costumes e ˆ 
ordem pœblica. Trata-se de manifesta‹o do princ’pio da autonomia da 
vontade, segundo o qual as partes tm ampla liberdade para convencionar 
qual o direito material e processual aplic‡vel aos lit’gios que porventura 
                                                        
5 SOARES, Boni de Moraes. Ju’zo de Preliba‹o no Direito Processual 
Internacional. Disserta‹o. UNICEUB. 2010. 
   
 
 
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surjam entre elas. Destaque-se que as partes tambŽm poder‹o decidir que a 
arbitragem se realize com base nos princ’pios gerais de direito, nos usos e 
costumes e nas regras internacionais de comŽrcio. 
A instaura‹o de um procedimento arbitral para solucionar um lit’gio poder‡ 
decorrer de uma Òcl‡usula compromiss—riaÓ ou de um Òcompromisso 
arbitralÓ. A Lei n¼ 9.307/96, ao tratar do tema, denominou esses dois 
institutos, genericamente, como conven‹o de arbitragem. 
A cl‡usula compromiss—ria nada mais Ž do que uma cl‡usula prevista no 
contrato. Essa cl‡usula prev que as partes se comprometem a submeter ˆ 
arbitragem os lit’gios que possam vir a surgir relativamente ao contrato. Veja: 
antes de surgir uma controvŽrsia sobre um determinado contrato, as partes j‡ 
estabeleceram que ela seria solucionada por arbitragem. 
O compromisso arbitral, por sua vez, Ž posterior ao surgimentode um 
lit’gio. ƒ uma espŽcie de contrato, por meio do qual as partes decidem 
submeter um determinado lit’gio ˆ esfera do ju’zo arbitral, afastando-o do 
campo de atua‹o do Poder Judici‡rio. 
As decis›es dos ‡rbitros s‹o emanadas por meio de sentenas arbitrais 
(laudos arbitrais). A sentena arbitral produz, entre as partes e seus 
sucessores, os mesmos efeitos da sentena proferida pelos —rg‹os do Poder 
Judici‡rio e, sendo condenat—ria, constitui t’tulo executivo judicial. 
Quando uma determinada controvŽrsia Ž submetida ˆ arbitragem, fica 
afastada a competncia do Poder Judici‡rio para apreciar a quest‹o. 
Segundo o art. 485, do Novo CPC, o juiz n‹o resolver‡ o mŽrito quando 
acolher a alega‹o da existncia de conven‹o de arbitragem ou 
quando o ju’zo arbitral reconhecer sua competncia. Assim, se um juiz 
se deparar com cl‡usula compromiss—ria ou com compromisso arbitral, ele 
dever‡ simplesmente proferir sentena terminativa, sem resolu‹o de mŽrito. 
 
7 Ð Competncia Internacional 
A competncia internacional da autoridade judici‡ria brasileira Ž regulada 
pelos arts. 21 a 25, do Novo C—digo de Processo Civil. 
Nos arts. 21 e 22, do Novo CPC, s‹o relacionados os casos de competncia 
concorrente, os quais destacam situa›es que poder‹o ser apreciadas pela 
autoridade judici‡ria brasileira sem que seja afastada tambŽm a competncia 
da autoridade judici‡ria estrangeira. Apenas nos casos de competncia 
concorrente Ž que se poder‡, ap—s a devida homologa‹o pelo STJ, atribuir-se 
efic‡cia ˆ sentena estrangeira. 
   
 
 
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Vejamos quais s‹o os casos de competncia concorrente previstos pelo 
Novo CPC. Comecemos, primeiro, com o art. 21, do Novo CPC: 
Art. 21. Compete ˆ autoridade judici‡ria brasileira processar e julgar as 
a›es em que: 
I - o rŽu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obriga‹o; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Par‡grafo œnico. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se 
domiciliada no Brasil a pessoa jur’dica estrangeira que nele tiver agncia, 
filial ou sucursal. 
O art. 21, inciso I disp›e que a autoridade judici‡ria brasileira ser‡ 
competente para apreciar uma lide quando o rŽu, qualquer que seja sua 
nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil. A nacionalidade do rŽu 
(brasileira ou estrangeira) Ž irrelevante; se o rŽu estiver domiciliado no Brasil, 
a autoridade judici‡ria brasileira poder‡ apreciar a controvŽrsia sem, Ž claro, 
afastar a competncia da autoridade judici‡ria brasileira. Destaque-se que 
reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jur’dica estrangeira que aqui tiver 
agncia, filial ou sucursal. 
O art. 21, inciso II, por sua vez, disp›e que a autoridade judici‡ria brasileira 
ser‡ competente para apreciar uma lide quando a obriga‹o tiver de ser 
cumprida no Brasil. Assim, as obriga›es exequ’veis no Brasil, contratuais ou 
extracontratuais, poder‹o ser julgadas pela autoridade judici‡ria nacional, sem 
preju’zo da submiss‹o da lide ˆ autoridade judici‡ria estrangeira. 
Suponha, por exemplo, que seja celebrado um contrato entre uma empresa 
alem‹ e uma empresa brasileira para que seja realizada uma obra de 
constru‹o civil em territ—rio nacional. Considerando-se que a obriga‹o (obra 
de constru‹o civil) ser‡ concretizada no Brasil, a autoridade judici‡ria 
brasileira ter‡ competncia para apreciar a quest‹o, sem excluir a 
possibilidade de aprecia‹o pela autoridade judici‡ria brasileira. 
O art. 21, inciso III trata da possibilidade de aprecia‹o, pela autoridade 
judici‡ria brasileira, de a›es que tenham como fundamento fatos 
ocorridos ou de atos praticados no Brasil. 
Um exemplo seria um acidente de autom—vel ocorrido no Brasil envolvendo um 
alem‹o e um francs. Qualquer um deles poder‡ acionar o outro perante a 
justia brasileira para promover a repara‹o de danos, uma vez que a a‹o 
ter‡ derivado de fatos ocorridos no territ—rio brasileiro. 
Agora, vejamos o art. 22, que tambŽm trata de matŽrias da competncia 
concorrente. 
   
 
 
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Art. 22. Compete, ainda, ˆ autoridade judici‡ria brasileira processar e 
julgar as a›es: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domic’lio ou residncia no Brasil; 
b) o rŽu mantiver v’nculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de 
bens, recebimento de renda ou obten‹o de benef’cios econ™micos; 
II - decorrentes de rela›es de consumo, quando o consumidor tiver 
domic’lio ou residncia no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem ˆ 
jurisdi‹o nacional. 
O art. 22, inciso I, nos mostra que a autoridade judici‡ria brasileira tem 
ampla competncia nas a›es de alimentos. A Justia brasileira ser‡ 
competente para julgar as a›es de alimentos quando: 
- o credor tiver domic’lio ou residncia no Brasil. Ex: A criana (credor 
dos alimentos) mora no Brasil e o pai (devedor dos alimentos) no 
exterior. 
- o rŽu mantiver v’nculos no Brasil. Ex: O pai (devedor dos alimentos) 
tem um im—vel no Brasil. 
O art. 22, inciso II, trata da competncia da autoridade judici‡ria brasileira 
para julgar as a›es decorrentes de rela›es de consumo, desde que o 
consumidor tenha domic’lio ou residncia no Brasil. Suponha, por 
exemplo, que um brasileiro faa compras pela Internet em uma loja de e-
commerce norte-americana. ƒ poss’vel que o Poder Judici‡rio brasileiro seja 
acionado em a‹o decorrente dessa rela‹o de consumo. 
O art. 22, inciso III, ilustra a aplica‹o do princ’pio da autonomia da 
vontade. ƒ poss’vel que as partes decidam se submeter ˆ jurisdi‹o brasileira. 
ƒ o que se chama de foro de elei‹o. 
Aqui, cabe uma observa‹o importante. 
Suponha que uma empresa brasileira e uma empresa alem‹ celebrem um 
contrato internacional. Nesse contrato, ambas concordam que qualquer 
controvŽrsia envolvendo aquele contrato ser‡ submetida ˆ Justia alem‹. Tem-
se a’ uma cl‡usula de elei‹o de foro exclusivo estrangeiro. Essa cl‡usula 
afastar‡ qualquer competncia da autoridade judici‡ria brasileira para 
apreciar lides em torno daquele contrato. ƒ o que se depreende da leitura do 
art. 25, do Novo CPC. 
Art. 25. N‹o compete ˆ autoridade judici‡ria brasileira o processamento e o 
julgamento da a‹o quando houver cl‡usula de elei‹o de foro exclusivo estrangeiro 
em contrato internacional, arguida pelo rŽu na contesta‹o. 
   
 
 
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Vamos falar, agora, sobre os casos de competncia exclusiva da autoridade 
judici‡ria brasileira. 
No art. 23, do Novo CPC, est‹o relacionados os casos de competncia 
exclusiva. S‹o situa›es em que fica afastada por completo a competncia da 
autoridade judici‡ria estrangeira; apenas a autoridade judici‡ria brasileira 
poder‡ apreciar lides que envolvam as hip—teses relacionadas nesse 
dispositivo. N‹o h‡ que se falar em efic‡cia de sentena estrangeira que 
disponha sobre as quest›es afetas ˆ competncia exclusiva da autoridade 
judici‡ria brasileira. 
Vejamos quais s‹o os casos de competncia exclusiva, previstos no art. 23, do 
CPC: 
Art. 23. Compete ˆ autoridade judici‡ria brasileira, com exclus‹o de qualquer 
outra: 
I - conhecer de a›es relativas a im—veis situados no Brasil; 
II - emmatŽria de sucess‹o heredit‡ria, proceder ˆ confirma‹o de testamento 
particular e ao invent‡rio e ˆ partilha de bens situados no Brasil, ainda que o 
autor da herana seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domic’lio fora do 
territ—rio nacional; 
III - em div—rcio, separa‹o judicial ou dissolu‹o de uni‹o est‡vel, proceder ˆ 
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domic’lio fora do territ—rio nacional. 
O inciso I disp›e que a autoridade judici‡ria brasileira tem competncia 
exclusiva para conhecer de a›es relativas a im—veis situados no Brasil. 
Suponha, por exemplo, que um alem‹o seja propriet‡rio de um im—vel situado 
aqui no Brasil e que isso seja questionado por um francs. O francs dever‡ 
entrar com a‹o junto ˆ autoridade judici‡ria brasileira, que tem competncia 
exclusiva para apreci‡-la. Caso o francs ingresse com uma a‹o perante 
tribunal estrangeiro e este emita sua sentena, esta n‹o ser‡ homologada pelo 
STJ, por tratar-se a quest‹o de competncia exclusiva da autoridade judici‡ria 
brasileira. 
O inciso II, por sua vez, prev que a autoridade judici‡ria brasileira tem 
competncia exclusiva para, em matŽria de sucess‹o heredit‡ria, proceder ˆ 
confirma‹o de testamento particular e ao invent‡rio e ˆ partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domic’lio fora do territ—rio nacional. 
O inciso III estabelece que a autoridade judici‡ria brasileira tem competncia 
exclusiva para, em div—rcio, separa‹o judicial ou dissolu‹o de uni‹o est‡vel, 
proceder ˆ partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domic’lio fora do territ—rio nacional. ƒ 
relevante destacar, para que n‹o se faa confus‹o, que o art. 23, inciso III, 
   
 
 
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est‡ definindo o foro ao qual a quest‹o ser‡ submetido; ele n‹o est‡ 
definindo qual direito material (nacional ou estrangeiro) ser‡ aplic‡vel. 
 
1. (AGU Ð 2015) Regras de conex‹o s‹o normas que indicam o 
direito aplic‡vel a situa›es jur’dicas que digam respeito a mais de um 
ordenamento jur’dico. 
Coment‡rios: 
As regras de conex‹o s‹o normas que indicam qual o direito aplic‡vel a 
situa›es jur’dicas com conex‹o internacional. Quest‹o correta. 
2. (Defensor Pœblico da Uni‹o Ð 2014) No que concerne ˆ aplica‹o 
da lei estrangeira no pa’s, a Lei de Introdu‹o ˆs Normas do Direito 
Brasileiro refere-se expressamente ao princ’pio da ordem pœblica. 
Coment‡rios: 
O art. 17, da LINDB, estabelece que Òas leis, atos e sentenas de outro pa’s, 
bem como quaisquer declara›es de vontade, n‹o ter‹o efic‡cia no Brasil, 
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pœblica e os bons 
costumesÓ. Assim, h‡ men‹o expressa ˆ ordem pœblica. Quest‹o correta. 
3. (Consultor Legislativo / C‰mara dos Deputados Ð 2014) Haver‡ 
reenvio se o direito internacional privado do pa’s A indicar o direito do 
pa’s B como aplic‡vel ao caso, sendo que o direito internacional 
privado do pa’s B indica, na mesma hip—tese, a aplica‹o de seu 
pr—prio direito material nacional. 
Coment‡rios: 
Nesse caso, n‹o h‡ reenvio, pois a legisla‹o do pa’s B n‹o faz remiss‹o a 
outra lei. Quest‹o errada. 
4. (Consultor Legislativo / C‰mara dos Deputados Ð 2014) O regime 
de bens convencionado pelo casal ser‡ regido pela legisla‹o do local 
da celebra‹o do casamento. 
Coment‡rios: 
   
 
 
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O regime de bens, legal ou convencional, obedece ˆ lei do pa’s em que tiverem 
os nubentes domic’lio e, se este for diverso, a do primeiro domic’lio conjugal. 
Quest‹o errada. 
5. (AGU Ð 2012) O reenvio Ž proibido pela Lei de Introdu‹o ˆs 
Normas do Direito Brasileiro. 
Coment‡rios: 
De fato, o reenvio n‹o Ž admitido pelo ordenamento jur’dico brasileiro. ƒ o 
que se depreende a partir da leitura do art. 16, LINDB, que estabelece que 
Òquando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei 
estrangeira, ter-se-‡ em vista a disposi‹o desta, sem considerar-se qualquer 
remiss‹o por ela feita a outra lei.Ó Quest‹o correta. 
6. (DPU Ð 2010) A prova dos fatos ocorridos em pa’s estrangeiro 
rege-se pela lei que nele vigorar, raz‹o pela qual os tribunais 
brasileiros podem, excepcionalmente, admitir provas que a lei 
brasileira desconhea. 
Coment‡rios: 
Segundo o art. 13, LINDB, a prova dos fatos ocorridos em pa’s estrangeiro 
rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ™nus e aos meios de produzir-se, 
n‹o admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconhea. Quest‹o errada. 
7. (DPU Ð 2010) A competncia jurisdicional brasileira somente 
incide sobre indiv’duo estrangeiro se este residir no Brasil durante 
mais de quinze anos ininterruptos. 
Coment‡rios: 
N‹o h‡ exigncia de tempo de residncia ininterrupto. A autoridade judici‡ria 
brasileira ser‡ competente quando o rŽu, qualquer que seja sua nacionalidade, 
estiver domiciliado no Brasil. Quest‹o errada. 
8. (DPU Ð 2010) ƒ absoluta a competncia internacional brasileira 
em a‹o relativa a im—vel situado no Brasil. 
Coment‡rios: 
De fato, trata-se de competncia absoluta (ou exclusiva), conforme art. 23, I, 
CPC. Quest‹o correta. 
   
 
 
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9. (DPU Ð 2010) A parte que, em processo, alegar direito 
estrangeiro dever‡ provar-lhe o teor e a vigncia, se assim determinar 
o juiz. 
Coment‡rios: 
ƒ isso mesmo. A parte que invocar direito estrangeiro dever‡ provar-lhe o teor 
e a vigncia, se o juiz assim determinar (art. 376, Novo CPC). Quest‹o correta. 
10. (DPU Ð 2010) Por constitu’rem forma de coopera‹o 
internacional cl‡ssica, as cartas rogat—rias estrangeiras s‹o cumpridas 
no Brasil, independentemente de se referirem ou n‹o a processos de 
competncia exclusiva dos tribunais brasileiros. 
Coment‡rios: 
N‹o ser‡ concedido o exequatur a cartas rogat—rias que se refiram a processos 
de competncia exclusiva da autoridade judici‡ria brasileira. Isso porque, por 
tratar-se de competncia exclusiva, a autoridade judici‡ria estrangeira n‹o 
poder‡ emitir sentena sobre o tema. Quest‹o errada. 
11. (DPU Ð 2010) A sentena proferida por tribunal estrangeiro tem 
efic‡cia no Brasil depois de homologada pelo STF. 
Coment‡rios: 
A homologa‹o de sentena estrangeira compete ao STJ. Quest‹o errada. 
12. (DPU Ð 2010) Um dos requisitos para que a sentena estrangeira 
seja homologada no Brasil Ž terem as partes sido citadas ou haver-se 
legalmente verificado a revelia. 
Coment‡rios: 
ƒ o que prev o art. 15, al’nea ÒaÓ, da LINDB. Quest‹o correta. 
13. (Juiz Federal TRF 1a Regi‹o Ð 2013) Segundo a Lei de Introdu‹o 
ˆs Normas do Direito Brasileiro, aos bens m—veis que o propriet‡rio 
trouxer ao pa’s ou ˆqueles que se destinarem a transporte para outros 
lugares aplicar-se-‡ a lei 
a) do pa’s que tiver regido a œltima transmiss‹o de propriedade. 
b) de nacionalidade do possuidor de boa-fŽ. 
c) mais favor‡vel ao adquirente. 
   
 
 
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d) do pa’s em queestiverem situados. 
e) de domic’lio do propriet‡rio. 
Coment‡rios: 
Segundo o art. 8¼, ¤ 1¼, LINDB Òaplicar-se-‡ a lei do pa’s em que for 
domiciliado o propriet‡rio, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se 
destinarem a transporte para outros lugaresÓ. A resposta Ž a letra E. 
14. (MPF / Procurador da Repœblica Ð 2013) No Direito Internacional 
Privado, a remiss‹o feita por lei estrangeira: 
a) n‹o Ž de ser considerada quando se tiver que aplic‡-la; 
b) Ž de ser considerada sempre em sua aplica‹o, sob pena de mutilar o 
elemento de qualifica‹o; 
c) Ž de ser considerada em sua aplica‹o nos estritos limites da Lei de 
Introdu‹o ˆ Normas do Direito Brasileiro; 
d) s— Ž de ser considerada quando a remiss‹o for de 2.¼ grau, n‹o, porŽm, 
quando for de 1.¼ grau. 
Coment‡rios: 
No ordenamento jur’dico brasileiro, n‹o se admite o reenvio. Nesse sentido, 
o art. 16, LINDB, estabelece que, quando houver de ser aplicada a lei 
estrangeira, ter-se-‡ em vista a disposi‹o desta, sem considerar-se 
qualquer remiss‹o por ela feita a outra lei. A resposta Ž a letra A. 
15. (MPF / Procurador da Repœblica Ð 2011) As regras sobre o 
comeo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade ou o direito de 
fam’lia de brasileiro que tenha outra nacionalidade origin‡ria: 
a) s‹o determinadas pelo direito brasileiro; 
b) s‹o determinadas pelo direito brasileiro e pelo direito do pais da outra 
nacionalidade, cabendo ao juiz dirimir as dœvidas decorrentes sobre eventual 
colis‹o normativa: 
c) s‹o determinadas pelo direito do pais em que for domiciliado: 
d) s‹o determinadas pelo direito da pais de local de seu nascimento. 
Coment‡rios: 
   
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL P/ MAGISTRATURA FEDERAL 
Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
 
Segundo o art. 7¼, LINDB, Òa lei do pa’s em que domiciliada a pessoa 
determina as regras sobre o comeo e o fim da personalidade, o nome, a 
capacidade e os direitos de fam’liaÓ. O gabarito Ž a letra C. 
16. (MPF / Procurador da Repœblica Ð 2012) A sucess‹o de bens de 
estrangeiro situados no Brasil: 
a) Ž regulada pela lei do œltimo domicilio em beneficio do c™njuge e filhos 
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que n‹o lhes seja mais 
favor‡vel a lei brasileira; 
b) Ž regulada pela lei pessoal do de cujus; 
c) Ž regulada pela lei brasileira em beneficio do c™njuge e filhos brasileiros, ou 
de quem os represente, sempre que n‹o lhes seja mais favor‡vel a lei pessoal 
do de cujus; 
d) Ž regulada pela lei do œltimo domicilio em beneficio do c™njuge e filhos 
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que n‹o lhes seja mais 
favor‡vel a lei pessoal do de cujus. 
Coment‡rios: 
A sucess‹o de bens de estrangeiros, situados no Pa’s, ser‡ regulada pela lei 
brasileira em benef’cio do c™njuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que n‹o lhes seja mais favor‡vel a lei pessoal do de 
cujus. O conflito resolve-se a favor da lei mais benŽfica aos c™njuges ou filhos 
brasileiros. A resposta Ž a letra C. 
17. (Juiz Federal Ð TRF 1a Regi‹o Ð 2011) No que diz respeito ˆs 
fontes do direito internacional privado, ao conflito de leis, ao reenvio e 
ˆ interpreta‹o do direito estrangeiro, assinale a op‹o correta. 
a) A prova dos fatos ocorridos em pa’s estrangeiro rege-se pela lei que nele 
vigorar, quanto ao ™nus e aos meios de produzir- se, n‹o admitindo, porŽm, os 
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconhea. 
b) As partes tm liberdade para escolher a lei de regncia em contratos 
internacionais em raz‹o da regra geral da autonomia da vontade, em matŽria 
contratual. Nesse sentido, as leis, atos e sentenas de outro pa’s, bem como 
quaisquer declara›es de vontade, ter‹o plena efic‡cia no Brasil, 
independentemente de qualquer condi‹o ou ressalva. 
c) Entre as fontes do direito internacional privado incluem-se as conven›es 
internacionais, o costume internacional e os princ’pios gerais do direito, mas 
n‹o as decis›es judiciais e a doutrina dos juristas, estas, somente obrigat—rias 
   
 
 
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DIREITO INTERNACIONAL P/ MAGISTRATURA FEDERAL 
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para as partes litigantes e a respeito dos casos em quest‹o. 
d) Embora entenda o STF que haja paridade entre o tratado e a lei nacional, 
esse tribunal firmou a tese de que, no conflito entre tratado de qualquer 
natureza e lei posterior, esta h‡ sempre de prevalecer, pois a CF n‹o garante 
privilŽgio hier‡rquico do tratado sobre a lei, sendo inevit‡vel que se garanta a 
autoridade da norma mais recente. 
e) Para resolver os conflitos de lei no espao, o Brasil adota a pr‡tica do 
reenvio, mediante a qual se substitui a lei nacional pela estrangeira, 
desprezando-se o elemento de conex‹o apontado pela ordena‹o nacional, 
para dar preferncia ˆ indicada pelo ordenamento jur’dico alien’gena. 
Coment‡rios: 
Letra A: correta. ƒ exatamente o que prev o art. 13, LINDB. A prova dos 
fatos ocorridos em pa’s estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, 
quanto ao ™nus e aos meios de produzir-se. Cabe destacar, ainda, que n‹o 
ser‹o admitidas provas que a lei brasileira desconhea. 
Letra B: errada. Aos contratos internacionais ser‡ aplicada a lei do pa’s em 
que tiverem sido constitu’dos. 
Letra C: errada. As decis›es judiciais e a doutrina tambŽm s‹o consideradas 
fontes do direito internacional privado. 
Letra D: errada. No conflito entre tratado e lei, deve-se aplicar o critŽrio 
cronol—gico e o critŽrio da especialidade. 
Letra E: errada. No ordenamento jur’dico brasileiro, n‹o se admite a pr‡tica do 
reenvio. Nesse sentido, quando se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-‡ 
em vista a disposi‹o desta, sem considerar-se qualquer remiss‹o por ela feita 
a outra lei. 
18. (Juiz Federal TRF 1a Regi‹o Ð 2011) Considerando a legisla‹o 
brasileira relativa ˆ competncia jurisdicional nas rela›es jur’dicas 
com elemento estrangeiro, as cartas rogat—rias e a homologa‹o de 
sentenas estrangeiras, assinale a op‹o correta. 
a) Tanto a autoridade judici‡ria brasileira quanto a autoridade do pa’s de 
origem do autor da herana, se este for estrangeiro, tm competncia para 
proceder a invent‡rio e partilha de bens situados no Brasil. 
b) A homologa‹o de sentena estrangeira no Brasil, cuja natureza Ž 
jurisdicional, pode ser concedida a sentena de qualquer natureza, com 
exce‹o das que sejam meramente declarat—rias do estado das pessoas. 
   
 
 
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c) A carta rogat—ria obedecer‡, quanto ˆ admissibilidade e ao modo de 
cumprimento, ao disposto na legisla‹o brasileira, devendo necessariamente 
ser remetida aos ju’zes ou tribunais estrangeiros por contato direto entre as 
autoridades judici‡rias dos Estados envolvidos. 
d) N‹o conhecendo a lei estrangeira, o juiz brasileiro n‹o pode exigir da parte 
que a invoque o fornecimento de prova do seu texto e vigncia, mas, sim, 
solicitar ˆs autoridades de outro Estado os elementos de prova ou informa‹o 
sobre o texto, sentido e alcance legal de seu direito. 
e) A competncia jurisdicional brasileira Ž territorial-relativa e incide sobre o 
estrangeiro domiciliado no pa’s, sendo competente tambŽm o juiz brasileiro 
quando a obriga‹o tiver de ser cumprida no Brasil e quando a a‹o se originar 
de fato ocorrido ou de ato praticado no territ—rio nacional. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. Segundo o art. 23, II, Novo CPC, Ž competnciaexclusiva 
da autoridade judici‡ria brasileira proceder a invent‡rio e partilha de bens 
situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja estrangeiro e tenha 
residido fora do territ—rio nacional. 
Letra B: errada. Nem todas as sentenas estrangeiras ser‹o homologadas. As 
sentenas estrangeiras que ofenderem a soberania nacional, a ordem pœblica e 
os bons costumes n‹o ter‹o efic‡cia no Brasil. 
Letra C: errada. A carta rogat—ria obedecer‡, quanto ˆ admissibilidade e ao 
modo de cumprimento, ao disposto em conven‹o internacional. Na falta 
desta, a carta rogat—ria ser‡ encaminhada ˆ autoridade judici‡ria estrangeira 
por via diplom‡tica. 
Letra D: errada. Segundo o art. 14, LINDB, Òn‹o conhecendo a lei estrangeira, 
poder‡ o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vignciaÓ. 
Letra E: correta. ƒ exatamente o que prev o art. 21, Novo CPC. 
19. (Juiz Federal TRF 2a Regi‹o Ð 2011) Os elementos de conex‹o 
brasileiros constituem parte da norma do direito internacional privado 
que determina o ordenamento jur’dico a ser aplicado a determinada 
causa. Assinale a op‹o correspondente ˆ correta correla‹o entre 
fato(s) jur’dico(s) e elemento de conex‹o na Lei de Introdu‹o do 
C—digo Civil 
a) situa‹o do regime de bens Ñ nacionalidade dos c™njuges 
b) qualifica‹o e regula‹o das obriga›es Ñ domic’lio dos contratantes 
   
 
 
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c) formalidades de celebra‹o e impedimentos do casamento Ñnacionalidade 
dos nubentes 
d) personalidade e capacidade Ñ domic’lio da pessoa 
e) penhor Ñ local do bem 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. O regime de bens obedece ˆ lei do pa’s de domic’lio dos 
nubentes. 
Letra B: errada. Para qualificar e reger as obriga›es, aplica-se a lei do pa’s 
em que se constitu’rem. 
Letra C: errada. Se o casamento se realizar no Brasil, ser‡ aplicada a lei 
brasileira quanto aos impedimentos dirigentes e ˆs formalidades de 
celebra‹o. 
Letra D: correta. Segundo o art. 7¼, LINDB, Òa lei do pa’s em que 
domiciliada a pessoa determina as regras sobre o comeo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de fam’liaÓ. 
Letra E: errada. O penhor regula-se pela lei do domic’lio que tiver a pessoa, 
em cuja posse se encontre a coisa apenhada. 
20. (II Exame de Ordem Unificado Ð OAB- 2010.2) Jogador de futebol 
de um importante time espanhol e titular da sele‹o brasileira Ž 
filmado por um celular em uma casa noturna na Espanha, em avanado 
estado de embriaguez. O v’deo Ž veiculado na internet e tem grande 
repercuss‹o no Brasil. Temeroso de ser cortado da sele‹o brasileira, o 
jogador aju’za uma a‹o no Brasil contra o portal de v’deos, cuja sede 
Ž na Calif—rnia, Estados Unidos. O juiz brasileiro: 
a) n‹o Ž competente, porque o rŽu Ž pessoa jur’dica estrangeira. 
b) ter‡ competncia porque os danos ˆ imagem ocorreram no Brasil. 
c) dever‡ remeter o caso, por carta rogat—ria, ˆ justia norte-americana. 
d) ter‡ competncia porque o autor tem nacionalidade brasileira. 
Coment‡rios: 
Na situa‹o apresentada pela quest‹o, temos um jogador de nacionalidade 
brasileira com domic’lio na Espanha. Ele Ž filmado embriagado e o v’deo Ž 
   
 
 
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divulgado na Internet, por um portal de v’deos com sede nos EUA. O fato tem 
grande repercuss‹o, extremamente negativa para sua imagem, aqui no Brasil. 
A pergunta Ž: perante qual autoridade judici‡ria, o jogador brasileiro 
poder‡ ajuizar a‹o para reparar os danos ˆ sua imagem? 
Segundo o art. 21, III, Novo CPC, a autoridade judici‡ria brasileira tem 
competncia para apreciar a‹o que se origine de fato ocorrido ou de ato 
praticado no Brasil. Trata-se de competncia concorrente, motivo pelo qual o 
jogador brasileiro poder‡ ingressar com a a‹o perante autoridade 
judici‡ria brasileira (os danos ˆ imagem ocorreram no Brasil), sem que isso 
exclua a possibilidade de aprecia‹o por autoridade judici‡ria estrangeira. 
Diante do exposto, o gabarito Ž a letra B. 
21. (II Exame de Ordem Unificado Ð OAB - 2010.2) Um contrato 
internacional entre um exportador brasileiro de laranjas e o comprador 
americano, previu que em caso de lit’gio fosse utilizada a arbitragem, 
realizada pela C‰mara de ComŽrcio Internacional. O exportador 
brasileiro fez a remessa das laranjas, mas estas n‹o atingiram a 
qualidade estabelecida no contrato. O comprador entrou com uma 
a‹o no Brasil para discutir o cumprimento do contrato. O juiz decidiu: 
a) extinguir o feito sem julgamento de mŽrito, em face da cl‡usula arbitral. 
b) deferir o pedido, na forma requerida. 
c) indeferir o pedido porque o local do cumprimento do contrato Ž nos Estados 
Unidos. 
d) deferir o pedido, em raz‹o da competncia concorrente da justia brasileira. 
Coment‡rios: 
Na situa‹o apresentada pela quest‹o, foi celebrado um contrato entre um 
exportador brasileiro e um comprador americano. No contrato, as partes 
estabeleceram uma cl‡usula compromiss—ria (cl‡usula arbitral). A qualidade do 
produto brasileiro n‹o atendeu ˆs expectativas do comprador americano, 
motivo pelo qual ele acionou a Justia brasileira. Considerando que existe uma 
cl‡usula compromiss—ria, o juiz dever‡ extinguir o processo sem 
resolu‹o de mŽrito. Portanto, a resposta correta Ž a letra A. 
22. (III Exame de Ordem Unificado Ð OAB - 2010.3) Em junho de 
2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, çfrica do 
Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto 
a duplica‹o de um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo ˆ 
   
 
 
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capital do pa’s, Pret—ria. As contratantes elegem o foro da comarca de 
S‹o Paulo para dirimir eventuais dœvidas. Um ano depois, as partes se 
desentendem quanto aos critŽrios tŽcnicos de medi‹o das obras e n‹o 
conseguem chegar a uma solu‹o amig‡vel. A construtora brasileira 
decide, ent‹o, ajuizar, na justia paulista, uma a‹o rescis—ria com o 
objetivo de colocar termo ao contrato. 
Com rela‹o ao caso hipotŽtico acima, Ž correto afirmar que: 
a) o Poder Judici‡rio brasileiro n‹o Ž competente para conhecer e julgar a lide, 
pois o foro para dirimir quest›es em matŽria contratual Ž necessariamente o 
do local onde o contrato Ž assinado. 
b) o juiz brasileiro poder‡ conhecer e julgar a lide, mas dever‡ basear sua 
decis‹o na legisla‹o sul-africana, pois os contratos se regem pela lei do local 
de sua assinatura. 
c) o juiz brasileiro poder‡ conhecer e julgar a lide, mas dever‡ basear sua 
decis‹o na legisla‹o brasileira, pois um juiz brasileiro n‹o pode ser obrigado a 
aplicar leis estrangeiras. 
d) o juiz brasileiro poder‡ conhecer e julgar a lide, mas dever‡ se basear na 
legisla‹o brasileira, pois em lit’gios envolvendo brasileiros e estrangeiros 
aplica-se a lex fori. 
Coment‡rios: 
Na situa‹o apresentada pela quest‹o, Ž celebrado um contrato entre uma 
empresa brasileira e uma empresa sul-africana. O contrato Ž assinado na 
çfrica do Sul e as partes elegem o foro da cidade de S‹o Paulo para dirimir as 
controvŽrsias que possam surgir. 
Ora, quanto ao foro competente para apreciar a quest‹o, n‹o resta dœvida. Se 
as partes optaram por solucionar controvŽrsias no foro da cidade de S‹o Paulo, 
tal escolha dever‡ prevalecer, em homenagem ao princ’pio da autonomiada 
vontade. Mas qual ser‡ a legisla‹o aplic‡vel? 
Segundo o art. 9¼, caput, da LINDB, para qualificar e reger as obriga›es, ser‡ 
aplicada a lei do pa’s em que estas se constitu’rem. Como o contrato foi 
assinado na çfrica do Sul, ser‡ aplicada a legisla‹o sul-africana. Assim, Òo juiz 
brasileiro poder‡ conhecer e julgar a lide, mas dever‡ basear sua decis‹o na 
legisla‹o sul-africana, pois os contratos se regem pela lei do local de sua 
assinaturaÓ (Letra B). 
23. (V Exame de Ordem Unificado Ð OAB - 2011) Em janeiro de 2003, 
Martin e Clarisse Green, cidad‹os brit‰nicos domiciliados no Rio de 
   
 
 
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Janeiro, casam-se no Consulado-Geral brit‰nico, localizado na Praia do 
Flamengo. Em meados de 2010, decidem se divorciar. Na ausncia de 
um pacto antenupcial, Clarisse requer, em peti‹o ˆ Vara de Fam’lia do 
Rio de Janeiro, metade dos bens adquiridos pelo casal desde a 
celebra‹o do matrim™nio, alegando que o regime legal vigente no 
Brasil Ž o da comunh‹o parcial de bens. Martin, no entanto, contesta a 
pretens‹o de Clarisse, argumentando que o casamento foi realizado no 
consulado brit‰nico e que, portanto, deve ser aplicado o regime legal 
de bens vigente no Reino Unido, que lhe Ž mais favor‡vel. 
Com base no caso hipotŽtico acima e nos termos da Lei de Introdu‹o 
ˆs Normas do Direito Brasileiro, assinale a alternativa correta. 
a) O juiz brasileiro n‹o poder‡ conhecer e julgar a lide, pois o casamento n‹o 
foi realizado perante a autoridade competente. 
b) Clarisse tem raz‹o em sua demanda, pois o regime de bens Ž regido pela 
lex domicilli dos nubentes e, ao tempo do casamento, ambos eram 
domiciliados no Brasil. 
c) Martin tem raz‹o em sua contesta‹o, pois o regime de bens se rege pela lei 
do local da celebra‹o (lex loci celebrationis), e o casamento foi celebrado no 
consulado brit‰nico. 
d) O regime de bens obedecer‡ ˆ lex domicilli dos c™njuges quanto aos bens 
m—veis e ˆ lex rei sitae (ou seja, a lei do lugar onde est‹o) quanto aos bens 
im—veis, se houver. 
Coment‡rios: 
Diante da situa‹o apresentada, a primeira pergunta que se faz Ž a seguinte: Ž 
poss’vel que dois estrangeiros se casem no Brasil? 
Sim, Ž plenamente poss’vel que dois estrangeiros se casem no Brasil. E, 
segundo o art. 7¼, ¤ 2¼, da LINDB, o casamento de estrangeiros poder‡ 
celebrar-se perante autoridades diplom‡ticas ou consulares do pa’s de 
ambos os nubentes. Foi o que aconteceu no caso relatado pela quest‹o: Martin 
e Clarisse se casaram no Consulado-Geral Brit‰nico. 
Agora uma segunda pergunta: tendo Martin e Clarisse se divorciado, qual 
regime legal de bens ser‡ aplicado? 
A resposta tambŽm nos Ž dada pela LINDB. Segundo o art. 7¼ ¤ 4¼, da LINDB, 
o regime de bens, legal ou convencional, obedece ˆ lei do pa’s em que 
tiverem os nubentes domic’lio, e, se este for diverso, a do primeiro 
   
 
 
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domic’lio conjugal. Ora, considerando que Clarisse e Martin tinham domic’lio no 
Brasil, o regime de bens a ser aplicado Ž o previsto na legisla‹o brasileira. 
Dessa forma, a resposta correta Ž a letra B: ÒClarisse tem raz‹o em sua 
demanda, pois o regime de bens Ž regido pela lex domicilli dos nubentes e, ao 
tempo do casamento, ambos eram domiciliados no BrasilÓ. 
24. (VI Exame de Ordem Unificado Ð OAB - 2011) Uma sociedade 
brasileira, sediada no Rio de Janeiro, resolveu contratar uma 
sociedade americana, sediada em Nova York, para realizar um estudo 
que lhe permitisse expandir suas atividades no exterior, para poder 
vender seus produtos no mercado americano. Depois de v‡rias 
negocia›es, o representante da sociedade americana veio ao Brasil, e 
o contrato de presta‹o de servios foi assinado no Rio de Janeiro. N‹o 
h‡ no contrato uma cl‡usula de lei aplic‡vel, mas alguns princ’pios do 
UNIDROIT foram incorporados ao texto final. Por esse contrato, o 
estudo deveria ser entregue em seis meses. No entanto, apesar da 
intensa troca de informa›es, passados 10 meses, o contrato n‹o foi 
cumprido. A sociedade brasileira ajuizou uma a‹o no Brasil, 
invocando a cl‡usula penal do contrato, que previa um desconto de 
10% no preo total do servio por cada ms de atraso. A sociedade 
americana, na sua contesta‹o, alegou que a cl‡usula era inv‡lida 
segundo o direito americano. 
Conforme a Lei de Introdu‹o ˆs Normas do Direito Brasileiro, qual Ž a 
lei material que o juiz dever‡ aplicar para solucionar a causa? 
a) A lei brasileira, pois o contrato foi firmado no Brasil. 
b) A lei americana, pois o rŽu Ž domiciliado nos Estados Unidos. 
c) Os princ’pios do UNIDROIT, porque muitas cl‡usulas foram inspiradas nessa 
legisla‹o. 
d) A Lex Mercatoria, porque o que rege o contrato internacional Ž a pr‡tica 
internacional. 
Coment‡rios: 
O contrato foi assinado no Brasil, logo ser‡ aplic‡vel a lei brasileira. Isso Ž o 
que prev o art. 9¼, da LINDB, segundo o qual para qualificar e reger as 
obriga›es, aplicar-se-‡ a lei do pa’s em que se constitu’rem. A resposta, 
portanto, Ž a letra A. 
25. (VI Exame de Ordem Unificado Ð OAB - 2011) T’cio, espanhol, era 
casado com T‡cita, brasileira. Os c™njuges eram domiciliados no Brasil. 
   
 
 
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T’cio possu’a uma filha adotiva espanhola, cujo nome Ž MŽvia, e que 
residia com o pai. Em raz‹o de um grave acidente na Argentina, T’cio 
faleceu. O de cujus era propriet‡rio de dois bens im—veis em Barcelona 
e um bem im—vel no Rio de Janeiro. 
Diante da situa‹o exposta, ˆ luz das regras de Direito Internacional 
Privado veiculadas na Lei de Introdu‹o ˆs Normas do Direito 
Brasileiro (LINDB) e do C—digo de Processo Civil Brasileiro (CPC), 
assinale a assertiva correta. 
a) Ainda que a lei espanhola n‹o conceda direitos sucess—rios ˆ filha adotiva, 
poder‡ ela habilitar-se na a‹o de invent‡rio ajuizada pelo c™njuge supŽrstite, 
no Brasil, regendo-se a sucess‹o pela lei brasileira, que n‹o faz qualquer 
distin‹o entre filhos naturais e adotivos. 
b) A capacidade de suceder da filha Ž regulada pela legisla‹o espanhola. 
c) A a‹o de invent‡rio e partilha de todos os bens Ž de competncia exclusiva 
do Poder Judici‡rio Brasileiro, j‡ que o de cujus era domiciliado no Brasil. 
d) Se o de cujus houvesse deixado bens im—veis somente na Espanha, a 
sucess‹o seria regida pela lei espanhola. 
Coment‡rios: 
Na situa‹o apresentada, T’cio, de nacionalidade espanhola, vem a falecer, 
deixando como herana 2 im—veis na Espanha e 1 im—vel no Brasil. 
Quanto ao foro competente, Ž importante destacar que a autoridade judici‡ria 
brasileira tem competncia exclusiva para proceder ao invent‡rio e ˆ 
partilha do im—vel situado no Brasil. Quanto aos im—veis situados na 
Espanha, a competncia para proceder ao invent‡rio e ˆ partilha n‹o Ž da 
autoridade judici‡ria brasileira. (Letra C errada) 
Definidos os foros competentes, cabe agora analisar qual a legisla‹o aplic‡vel 
ˆ sucess‹o. 
Primeira pergunta: qual legisla‹o ir‡ regular a capacidade para suceder da 
filha (MŽvia)? Segundo a LINDB, a capacidade para suceder Ž regulada pela 
lei do domic’lio do herdeiro ou do legat—rio. Considerando que MŽvia tem 
domic’lio no Brasil, a capacidade para suceder ser‡ regulada pela lei brasileira. 
(Letra B errada) 
Segunda pergunta: qualŽ a legisla‹o aplic‡vel ˆ sucess‹o? 
   
 
 
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Segundo a LINDB, a sucess‹o por morte ou por ausncia obedece ˆ lei do 
pa’s em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a 
natureza e a situa‹o dos bens. Assim, um brasileiro com domic’lio na Espanha 
ter‡ sua sucess‹o regulada pela lei espanhola. Trata-se da aplica‹o da lex 
domicilii. 
A LINDB estabelece, ainda, que a sucess‹o de bens de estrangeiros, 
situados no Pa’s, ser‡ regulada pela lei brasileira em benef’cio do c™njuge 
ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que n‹o lhes seja 
mais favor‡vel a lei pessoal do de cujus. Trata-se da aplica‹o da lex rei sitae. 
No caso concreto, T’cio Ž estrangeiro e deixou 1 (um) im—vel no Brasil. 
Portanto, a sucess‹o ser‡ regulada pela lei brasileira em benef’cio do 
c™njuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, desde que n‹o 
lhes seja mais favor‡vel a lei pessoal do de cujus. Quanto aos im—veis 
situados na Espanha, ser‡ aplicada a lei do domic’lio de T’cio; logo, ser‡ 
aplic‡vel a legisla‹o brasileira. 
Perceba que, mesmo que o Òde cujusÓ tivesse deixado im—veis apenas na 
Espanha, seria aplic‡vel ˆ sucess‹o a lei brasileira, uma vez que o elemento de 
conex‹o, nesse caso, Ž a lei do domic’lio (e n‹o a da situa‹o do im—vel). 
Portanto, a Letra D est‡ errada. 
Resta-nos o exame da Letra A, que est‡ correta. Ser‡ aplic‡vel ˆ sucess‹o a 
lei brasileira e, portanto, MŽvia poder‡ habilitar-se na a‹o de invent‡rio 
ajuizada pelo c™njuge supŽrstite (c™njuge que n‹o faleceu!), no Brasil, 
regendo-se a sucess‹o pela lei brasileira, que n‹o faz qualquer distin‹o entre 
filhos naturais e adotivos. 
26. (VI Exame de Ordem Unificado Ð OAB - 2011) A sociedade 
empres‡ria do ramo de comunica›es A Not’cia Brasileira, com sede no 
Brasil, celebrou contrato internacional de presta‹o de servios de 
inform‡tica com a sociedade empres‡ria Santiago Info, com sede em 
Santiago. O contrato foi celebrado em Buenos Aires, capital argentina, 
tendo sido estabelecido como foro de elei‹o pelas partes Santiago, se 
porventura houver a necessidade de resolu‹o de lit’gio entre as 
partes. 
Diante da situa‹o exposta, ˆ luz das regras de Direito Internacional 
Privado veiculadas na Lei de Introdu‹o ˆs Normas do Direito 
Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual civil p‡trio (C—digo de 
Processo Civil Ð CPC), assinale a alternativa correta. 
a) No tocante ˆ regncia das obriga›es previstas no contrato, aplica-se a 
legisla‹o chilena, j‡ que Santiago foi eleito o foro competente para se dirimir 
eventual controvŽrsia. 
   
 
 
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b) Nos contratos internacionais, a lei que rege a capacidade das partes pode 
ser diversa da que rege o contrato. ƒ o que se verifica no caso exposto acima. 
c) Como a execu‹o da obriga‹o avenada entre as partes se dar‡ no Brasil, 
aplica-se, obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do contrato, a 
legisla‹o brasileira. 
d) A Lei de Introdu‹o ˆs Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o 
foro de elei‹o, raz‹o pela qual Ž nula ipso jure a cl‡usula estabelecida pelas 
partes nesse sentido. 
Coment‡rios: 
Letra A: errada. Ser‡ aplicada a legisla‹o argentina, uma vez que o contrato 
foi celebrado em Buenos Aires. 
Letra B: correta. A lei que rege a capacidade das partes Ž a lei do pa’s em 
que ele estiver domiciliado. Os contratos, por sua vez, s‹o julgados 
levando-se em considera‹o o local onde a obriga‹o for constitu’da. 
Letra C: errada. Para definir qual o direito aplic‡vel, deve ser verificado onde a 
obriga‹o foi assumida. Tendo sido assumida na Argentina, o direito aplic‡vel 
ser‡ o urgente. 
Letra D: errada. A LINDB n‹o veda expressamente o foro de elei‹o. 
27. (VI Exame de Ordem Unificado Ð OAB - 2011) Arnaldo Butti, 
cidad‹o brasileiro, falece em Roma, It‡lia, local onde residia e tinha 
domic’lio. Em seu testamento, firmado em sua residncia poucos dias 
antes de sua morte, Butti, que n‹o tinha herdeiros naturais, deixou um 
im—vel localizado na Avenida Atl‰ntica, na cidade do Rio de Janeiro, 
para Jœlia, neta de sua enfermeira, que vive no Brasil. Inconformada 
com a partilha, Fernanda, brasileira, sobrinha-neta do falecido, que h‡ 
dois anos vivia de favor no referido im—vel, questiona no Judici‡rio 
brasileiro a validade do testamento. Alega, em s’ntese, que, embora 
obedecesse a todas as formalidades previstas na lei italiana, o ato n‹o 
seguiu todas as formalidades preconizadas pela lei brasileira. 
Com base na hip—tese acima aventada, assinale a alternativa correta. 
a) Fernanda tem raz‹o em seu questionamento, pois a sucess‹o testament‡ria 
de im—vel localizado no Brasil rege-se, inclusive quanto ˆ forma, pela lei do 
local onde a coisa se situa (lex rei sitae). 
   
 
 
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b) Fernanda tem raz‹o em questionar a validade do testamento, pois a Lei de 
Introdu‹o ˆs Normas do Direito Brasileiro veda a partilha de bens im—veis 
situados no Brasil por ato testament‡rio firmado no exterior. 
c) Fernanda n‹o tem raz‹o em questionar a validade do testamento, pois o ato 
testament‡rio se rege, quanto ˆ forma, pela lei do local onde foi celebrado 
(locus regit actum). 
d) O questionamento de Fernanda n‹o ser‡ apreciado, pois a Justia brasileira 
n‹o possui competncia para conhecer e julgar o mŽrito de a›es que versem 
sobre atos testament‡rios realizados no exterior. 
Coment‡rios: 
Segundo art. 9¼, da LINDB, para qualificar e reger as obriga›es aplica-se a lei 
do pa’s em que estas se constitu’rem. Com base nesse dispositivo, 
entende a doutrina que o testamento, em seus aspectos formais, Ž regido 
pela lei do local em que ele foi celebrado (locus regit actum). Por outro 
lado, em seus aspectos substanciais (materiais), a sucess‹o testament‡ria 
ser‡ regida pela lei do domic’lio do Òde cujusÓ. 
Diante disso, Fernanda n‹o tem raz‹o em argumentar que o testamento n‹o 
seguiu as formalidades preconizadas pela legisla‹o brasileira. A validade 
formal do testamento deve cumprir, na verdade, a legisla‹o italiana, uma vez 
que ele foi celebrado naquele pa’s. A resposta, portanto, Ž a letra C. 
28. (VII Exame de Ordem Unificado Ð OAB - 2012) Um jato privado, 
pertencente a uma empresa norte-americana, se envolve em um 
incidente que resulta na queda de uma aeronave comercial brasileira 
em territ—rio brasileiro, provocando dezenas de mortes. A fam’lia de 
uma das v’timas brasileiras inicia uma a‹o no Brasil contra a empresa 
norte-americana, pedindo danos materiais e morais. A empresa norte-
americana alega que a competncia para julgar o caso Ž da justia 
americana. 
Segundo o direito brasileiro, o juiz brasileiro: 
a) tem competncia concorrente porque o acidente ocorreu em territ—rio 
brasileiro. 
b) n‹o tem competncia concorrente porque o rŽu Ž empresa estrangeira que 
n‹o opera no Brasil. 
c) n‹o tem competncia, absoluta ou relativa, e dever‡ remeter o caso, por 
carta rogat—ria, ˆ justia americana. 
   
 
 
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d) tem competncia concorrente porque

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