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2º Bimestre Aula 03- HIV e Suas Implicações Imunológicas HIV no mundo mais de 30 milhões de pessoas, possui uma alta mortalidade (60 a 80%). É um problema de saúde pública. De 2000 a 2010 o HIV estava controlado, a partir de 2010 aumentou de 10 a 30% o número de casos por ano Hoje o grupo de risco do HIV são mulheres jovens de 16 a 35 anos de idade (maior prevalência), antigamente eram os homens e principalmente homossexuais A américa latina possui em torno de 1,8 milhões de pessoas infectadas Origem evolucional do HIV SIV (vírus da imunodeficiência em macacos). Possui em algum momento um ancestral único entre o SIV e o HIV, conclui-se que a origem do HIV vem do contato com o vírus do macaco, por meio do contato, por exemplo, com a carne in natura de macacos contaminados. Ao longo do tempo houve adaptação do vírus que se tornou capaz de utilizar células humanas para o ciclo viral, não apenas do macaco Existem dois tipos de HIV, o HIV-1 e HIV-2 Na America e na Europa principalmente o HIV-1 África e Ásia HIV-2, este tipo possui um melhor prognóstico HIV-1 possui maior virulência, tendo assim maior capacidade de infecção e patogenicidade (produzir imunodeficiência) Subdivide-se em 4 grupos: · M (main) · N (não M, não O) · O (outlier) · P (forma recente, vem do gorila) Cada um dos grupos apresenta mutações específicas de maior ou menor virulência. HIV-2 8 grupos de A a H Estrutura do HIV-1 Vírus pequeno (7 nanometros) A região externa é chamada ENV. Possui espículas, esta região é formada por membrana fosfolipídica que vem da célula do hospedeiro, proteínas virais externas (espículas). A mais importante das proteínas externas é a gp120 (presente no HIV-1 e HIV-2) O vírus faz infecção, pois tem proteína que se liga a célula humana. A glicoproteína 41 está abaixo da gp120 no HIV-1 A glicoproteína 120 possui abaixo a gp36 no HIV-2 Mudanças estruturais mínimas diferenciam o HIV-1 do HIV-2 A região GAG é constituída por proteínas esféricas que dão conformação ao vírus, formada pelo capsômero a união dos capsômeros forma o capsidio constituindo a região GAG. A região POL (ou por) é onde está o material genético, RNA, há também nessa região enzimas e proteínas para ocorrer a replicação e formação das partículas virais. A transcriptase reversa, é umas das enzimas, ela sintetiza o DNA a partir de RNA, há também na região pol proteases e integrases. ENV – dá proteção e fixação ao vírus GAG – dá conformação ao vírus POL – cerne do vírus O fragmento de RNA do vírus HIV tem em torno de 70 a 90 pares de bases, é um pequeno segmento, isto é ruim, pois no processo de transcrição reversa não tem mecanismos de checkpoint, logo apresenta altas taxas de mutação. Se fosse um pequeno segmento de DNA seria excelente para o combater ao HIV, pois apresentaria sempre os mesmos epitopos e seria facilmente destruído. O material genético do HIV tem os RDL, várias regiões com expressão de proteínas diversas (proteínas VPR, NEF, TATI) que são responsáveis pela patogenicidade, região POL, região GAG. A proteína NEF codificada a partir do gene NEF – diminui a expressão de MHC-I e diminui a ativação de CD4+ e CD8+. O HIV quando infecta a célula, dentre uma das suas ações é a diminuição da expressão do MHC-I, ou seja, se tornando invisível ao LTCD8+ Tropismo Celular do HIV São as células preferencialmente infectadas De acordo com o tropismo o HIV-1 pode ser classificado em duas maneiras: · HIV-R5 – utiliza como correceptor a CCR5 · HIV – utiliza além do CCR5 o CXCR4 como correceptor Sempre o receptor que o HIV vai utilizar é a proteína CD4+, além do receptor a célula precisa apresentar correceptores, se não, não será infectada. - CCR5: se o HIV utiliza exclusivamente este correceptor será classificado como HIV-1 (R5). Este tipo infecta preferencialmente macrófago, célula dendríticas e linfócitos TCD4+ ativados (localizados nos órgãos linfoides secundários) -CXCR4 e CCR5: se o HIV utiliza esses dois correceptores será classificado como HIV-1 (X4) Este tipo infecta preferencialmente células T naive e células dendríticas Não se sabe porque o macrófago e a célula denditica expressam CD4+, só se sabe que serve para ser receptor do HIV CD4+ no linfócito T serve para se ligar ao MHC-II Como o HIV infecta uma célula A gp120 tem um domínio fechado e uma região em forma de V que faz o contato com a célula no receptor CD4+. O domínio fechado se abre e se liga aos correceptores (CCR5 ou CXCR4), fazendo uma fusão com a célula. A gp41 se liga as outras proteínas diversas de fusão (receptoras) da membrana da célula, fixa a membrana fosfolipidica da célula à região env do vírus se abrindo como um zíper. A região ENV se liga a membrana da célula, abre e entra na célula a região GAG e POL. Ativa as enzimas virais da região POL, tem rompimento da região POL, as enzimas ativadas passam a produzir o DNA viral a partir do RNA viral. O DNA viral é produzido no citoplasma das células. DNA viral entra pelos poros no núcleo, junto com a integrasse, esta fará a integração do DNA do vírus com o DNA do hospedeiro, estabelecendo assim a infecção. O tempo máximo para tudo acontecer é de 72h. Logo, tem 72h no máximo para entrar com terapia antirretroviral, quanto mais rápido maiores são as chances de não ter o estabelecimento da infecção do HIV. Como ocorre a infecção no organismo em geral O melhor modelo é por via vaginal, pois no encontro entre pênis existe micro lesões, quanto maior a lubrificação menor as lesões. O HIV passa pelas micro lesões, isso justifica que a relação pênis anus leva um favorecimento maior a infecção por conta da ausência de lubrificação. O HIV penetra e encontra as APC’s que estão no tecido conjuntivo. As próprias células de defesa do hospedeiro levam a infecção para o organismo, quando chega no linfonodo o vírus se distribui por toda a circulação, infectando todo o território do hospedeiro. Em menos de uma semana vai ter vírus em todos os lugares que tem células do SI. Chegam inclusive no SNC e isto é um grande problema, pois os vírus conseguem passar para o SNC mas o fármaco para destruir ou inibir o vírus não consegue penetrar tão facilmente, sendo assim o SNC um reduto para o HIV. Fases da Infecção Todos nós temos linfócitos TCD8+ para combater HIV, indicando que o HIV está em contato com o ser humano há muito mais tempo que imaginamos · Aguda · Crônica · Sintomática (IMUNODEFICIÊNCIA – AIDS) AGUDA -Infecção das células de memória a nível de órgãos linfoides, levado pelas APCs -2 semana diminuição drástica de TCD4+ -Viremia e quando o vírus chega ao sangue surge a RI celular (Th1 e Tc1) e Th2 (tendo a produção de Ac). Em 6 semana a partir do contato já tem presença de Ac contra o HIV, eles limpam a viremia em até 12 semana, não tem particulas virais circulantes, mas não quer dizer que a infecção acabou. Reduz a viremia no sangue e não nos tecidos -A célula Dendritica captura o HIV na porção ENV pela DC-SGIGN (lectina) e leva para o órgão linfoide secundário, infectando o TCD4+ LATENTE (2 – 12 anos) -A duração depende de comorbidades do hospedeiro (idade, hábitos, alimentação..) - “Turn over” é o equilíbrio entre a replicação e morte dos vírions (10 milhoes de novas partículas virais/dia o SI destrói todas, a infecção não evolui, mas o SI está trabalhando intensamente. Enquanto o paciente ficar em TURN OVER a carga viral se mantém baixa -10% dos linfócitos TCD4+ estão infectados pelo HIV -Menos de 0,1% TCD4+ infectados circulantes SINTOMÁTICA (IMUNODEFICIÊNCIA) -SI entra em ANERGIA reduz sua competência, (ativa Th3 – iTreg causando imunossupressão) -Deficiência na resposta imune adaptativa e inata, pois as células vão morrendo mais rápido do que conseguem ser repostas -As células que estão infectadas não participam mais da RI, principalmente as células T. As células T CD4+ não vão mais promover resposta, pois elas estão infectadas formando partículas virais -O próprio SI combate o SI. O linfócito T CD4+ expressa MHC de classe I, o linfócito TCD8+ destrói essa célula pelo mecanismo de perfurinae granzima. O Ac são específicos contra os vírus, só que tem vários Ag virais presentes na membrana fosfolipídica da célula infectada, o Ac atua contra as células TCD4+ (resposta humoral), destruindo-a. -Quando TH3 é ativado os linfócitos TCD4+ naive passam a ser ativados em iTreg (Th3) que passam a produzir IL-10 e TGF-β que fazem bloqueio da RI inata e adaptativa. -Apoptose LTCD4+ não infectados Logo o HIV consegue destruir todas as RI, aumentando a carga viral Diagnóstico laboratorial AIDS - Concentração de LTCD4+ menor que 200 cel/mm³ de sangue - Aumento nos níveis de carga viral de HIV Paciente portador de AIDS com esses fatores acima. Manifestações clínicas - Monolíase oral -Aftas de grande extensão e persistentes -Herpes zoster (infecções virais são combatidas por Th1) -Sarcoma de Kaposi (associação entre HHV8 e HIV) -Erupções papulopuriginosa (em decorrência das citocinas inflamatórias) -Emagrecimento (ocasionado pela produção de citocinas inflamatórias) Complicações frequentes -Pneumonias bacterianas -Neurotoxoplasmose -Pneumonia fungica (Pneumocystis carinii) -Sinusite -Diarreia -Neurocriptococose (fungo Cryptococcus neoformans)
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