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MEDIDAS DE DESEMPENHO Resumo DESEMPENHO DA PRODUÇÃO • Um termo comum que tenta conter a ideia de uma abordagem mais ampla para avaliar o desempenho de uma organização é a abordagem de resultado triplo (triple bottom line2 – TBL ou 3BL), também conhecida como “pessoas (people), planeta(planet) e lucro (profit)” Slack(2015) https://jigsaw.vitalsource.com/books/9788597003352/epub/OEBPS/Text/chapter02.html#ch2fn-2 OBJETIVOS DE DESEMPENHO ✓ Qualidade - fazer as coisas certas, ✓ Velocidade - fazer as coisas com rapidez, ✓ Confiabilidade - fazer as coisas com pontualidade, ✓ Flexibilidade - ter condições de mudar o que faz, ✓ Custo – fazer as coisas o mais barato possível. • Esses objetivos de desempenho são definidos por Slack (2015), no cap. 2 do livro Administração da Produção. AVALIANDO O DESEMPENHO OPERACIONAL • Dimensões do diagnóstico: ✓ Eficácia, ✓ Eficiência, ✓ Qualidade, ✓ Produtividade e ✓ Efetividade. • Essas dimensões de desempenho são definidos por Costa (2017) no cap. 2 do livro Gestão de operações de produção e serviços. O QUE E COMO MEDIR DESEMPENHO • Grupos relacionados a: • custo; • qualidade; • flexibilidade; • velocidade; • confiabilidade. • Esses grupos de medidas de desempenho, propostos por Slack (2015), são esmiuçados por Correa (2017) no cap. 5 do livro Administração de Produção e Operações – Manufatura e serviços: Uma abordagem estratégica. GRUPO CUSTO » custos relativos à concorrência; » custos de manufatura (operação); » produtividade do capital; » produtividade da mão de obra; » produtividade do equipamento; » produtividade total dos fatores; » mão de obra direta; » mão de obra indireta; » redução média de estoques por tipo de material; » índice de refugos; » retrabalhos e reparos; » custos referentes a qualidade; » custo relativo (percentual) da mão de obra; » custo relativo (percentual) do equipamento; » custo relativo (percentual) dos materiais; » redução média de tempos de preparação de equipamento; » redução média de custos de rotatividade de mão de obra; » custos com materiais; » custos com estoques por tipo (matéria-prima em processo, produtos acabados, em trânsito, consignado no cliente, entre outros); » custos de projeto; » despesas relativas com pesquisa e desenvolvimento; » iniciativas do fornecedor para redução de custos; » custos de distribuição; » custos com terceirização; » custos administrativos. GRUPO QUALIDADE » qualidade relativa percebida do produto; » qualidade relativa percebida das instalações e do atendimento (em várias submedidas: limpeza, conforto, estética, segurança, integridade, cortesia, competência, atenção no atendimento); » qualidade comparada aos concorrentes; » qualidade da comunicação com o cliente; » confiabilidade do produto (probabilidade de falhar em determinado período); » durabilidade do produto (até o final da vida econômica do produto); » percentual de clientes satisfeitos e grau de satisfação de clientes; » número de reclamações; » taxa de entregas perfeitas dos fornecedores; » assistência do fornecedor para resolver problemas técnicos; » taxa de ligações para serviço de assistência; » taxa de retenção de clientes; » valor de mercadorias devolvidas; » falhas no campo; » tempo médio entre falhas do produto; » percentual de tempo disponível do produto; » taxa de aprovação no controle de qualidade; » defeitos; » redução percentual de produtos defeituosos; » redução percentual de tempo decorrido entre geração e detecção de falhas; » redução percentual de refugo; » custos da qualidade (prevenção, inspeção, falhas internas e falhas externas); » qualidade dos fornecedores; » competência do fornecedor para responder a problemas técnicos. GRUPO FLEXIBILIDADE » flexibilidade percebida; » quanto a qualidade não é afetada por mudanças de mix/volume; » quanto os custos não são afetados por mudanças de mix/volume; » quanto o desempenho de entregas não é afetado por mudanças de mix/volume; » tempo de desenvolvimento de novos produtos; » tempo entre a ideia e o produto estar no mercado; » flexibilidade percebida para customizar produtos; » faixa (variedade) de produtos; » percentual de produtos customizados vs. produtos padrão; » número de novos produtos introduzidos por ano; » velocidade da operação para responder a mudanças de mix; » número de itens processados simultaneamente; » frequência de entregas da operação; » frequência de entregas do fornecedor; » tempo médio de preparação de equipamento; » quão rápido a operação se ajusta a mudanças de volume; » percentual possível de alteração de quantidade pedida sem alteração de lead time; » lote mínimo produzido economicamente; » tamanhos médios de lote; » percentagem da mão de obra que é polivalente; » percentagem de equipamento de múltiplos propósitos; » percentagem de equipamento programável; » percentagem de tempo de folga nos recursos; » nível de estoque em processo; » nível de descontinuidade por quebras de equipamento; » lead time dos fornecedores. GRUPO VELOCIDADE » tempo entre o cliente perceber a necessidade e a entrega; » lead times internos; » tempos de ciclo da operação; » tempo de processamento de pedidos; » tempo de resposta a solicitações de clientes; » tempo de resposta a solicitações urgentes de clientes; » tempo de resposta a perguntas e dúvidas dos clientes; » tempo médio de atravessamento de materiais; » estoques em processo; » tempo de agregação de valor por tempo total no sistema; » distância percorrida pelos fluxos; » tempos de ciclo para decisões; » tempos perdidos em atividades não agregadoras de valor. GRUPO CONFIABILIDADE » confiabilidade percebida; » acurácia das previsões de demanda; » percentual de entregas no prazo (pedidos); » percentual de entregas no prazo (linhas de pedidos); » percentual de entregas no prazo (unidades); » percentual de entregas totais no prazo (On Time In Full – OTIF); » percentual de datas renegociadas com clientes; » aderência às datas prometidas; » percentual de pedidos com quantidade incorreta; » aderência aos planos de operação; » atraso médio; » aderência ao plano de distribuição; » percentagem de redução de lead times por linha de produto; » percentagem de melhoria na fração saída real/saída desejada; » percentagem de redução dos lead times de compras. PRODUTIVIDADE O exemplo e problemas resolvidos a seguir foram tirados do Cap. 1 do livro Administração de produção e operações, do Krajewsky (2012). PROBLEMA RESOLVIDO 1 (KRAJEWSKY) • A taxa de ensino para o aluno da Boehring University é de 100 dólares por crédito (credit hour)* por semestre. O Estado complementa a renda da escola com um valor igual à despesa de instrução do estudante, dólar por dólar. O tamanho médio em uma disciplina para um curso típico de 3 créditos é de 50 alunos. O custo da mão-de-obra é de 4.000 dólares por aula, o de material é de 20 dólares por aluno por disciplina e as despesas fixas são de 25.000 dólares por disciplina. a. Qual é a razão da produtividade multifatorial para esse processo da oferta da disciplina? b. Se os professores trabalham em média 14 horas por semana durante 16 semanas para cada disciplina de 3 créditos com 50 alunos, qual é a razão de produtividade da mão-de-obra? * Credit hour são créditos acadêmicos. Foi traduzido como ‘hora/crédito’ - representa uma hora de aula por semana durante um semestre. SOLUÇÃO 1 • a. A produtividade multifatorial é o quociente do valor do produto (output ou ganho) sobre o valor dos recursos (input ou insumo ou gasto). valor do produto = (3 créditos/aluno) x (($100 taxa de ensino + $100 apoio do estado)/créditos) x (50 alunos/disciplina) = $ 30.000/disciplina valor dos recursos = Mão-de-obra + Materiais + Custos fixos = $ 4.000 + ($ 20/aluno x 50 alunos/aula) + $ 25.000 = $ 30.000/aula produtividade geral =output / input = $ 30.000/disciplina / $ 30.000/disciplina =1,00 • b. A produtividade de mão-de-obra é o quociente do valor do produto sobre as horas de trabalho. valor do produto é o mesmo que na parte (a), ou 30.000/disciplina horas de trabalho do input = (14 horas/semana) x (16 semanas/disciplina) = 224 horas/disciplina produtividade da mão-de-obra = output/input = $ 30.000/disciplina / 224 horas/disciplina = $133,93/hora PROBLEMA RESOLVIDO 2 (KRAJEWSKY) • Natalie Attire confecciona roupas da moda. Durante uma determinada semana, os funcionários trabalharam 360 horas para produzir um lote de 132 peças de roupa das quais 52 eram ‘secundárias’ (o que significa que tinham imperfeições). As secundárias são vendidas por 90 dólares cada na Attire’s Factory Outlet Store. As outras 80 peças de vestuário são vendidas por 200 dólares cada. Qual é a relação de produtividade de mão-de-obra desse processo de fabricação? SOLUÇÃO 2 • Output (valor esperado das vendas ou receita ou ganho) = = (52 peças com defeito × $ 90 / peça) + (80 peças perfeitas × $ 200 / peça) = $ 20.680 • Input (horas trabalhadas) = 360 horas • Produtividade da mão-de-obra = output / input = $ 20.680 / 360 horas = $ 57,44 em vendas / hora trabalhada PRODUTIVIDADE • Benefícios advindos do aumento da produtividade, segundo Contador (1998), autor do Cap 9 do livro Gestão de Operações –A Engenharia de Produção a serviço da modernização da empresa. • 1º benefício é a redução dos preços dos produtos. • 2º benefício a ser comentado é a redução da jornada de trabalho e o aumento do tempo de lazer. • 3º benefício do aumento da produtividade é a geração de emprego na indústria de bens de capital. • 4º benefício é o aumento do lucro das empresas. • 5º benefício é o aumento da renda per capita, que, em média, favorece toda a sociedade. RESPONSABILIDADE DO GESTOR DA PRODUÇÃO • “Cabe a todos, em especial ao leitor, que é ou será parte da elite brasileira responsável pelos destinos do nosso país, refletir sobre as possibilidades de conciliação entre os fatores aqui abordados (globalização da economia, aumento da produtividade, competição empresarial, consumismo, desemprego, escassez de recursos para investimentos públicos e privados, distribuição de renda, etc.), ou seja, refletir sobre a possibilidade de conciliação entre desenvolvimento econômico e bem estar social.” CONTADOR(1998) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • CONTADOR, José Celso (Coord). Gestão de Operações – A Engenharia de Produção a serviço da modernização da empresa - 2 ed. São Paulo: Editora Blucher, 1998. • CORREA, Henrique L.; CORREA, Carlos A. Administração de Produção e Operações – Manufatura e serviços: Uma abordagem estratégica – 4 ed. – São Paulo: Atlas, 2017. • COSTA, Ricardo Sarmento; JARDIM, Eduardo Galvão Moura. Gestão de operações de produção e serviços - 1. ed. - São Paulo: Atlas, 2017. • KRAJEWSKY, Lee J. RITZMAN, Larry P. MALHOTRA, Manoj K. Administração de produção e operações. Tradução Mirian Santos Ribeiro de Oliveira ; revisão técnica André Luís de Castro Moura Duarte e Susana Carla Farias Pereira. -- São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 3ª reimpressão, 2012. • SLACK, Nigel, BRANDON-JONES, Alistair, JOHNSTON, Robert. Administração da Produção – 4 ed. São Paulo: Atlas, 2015.
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