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CURARES E QUINAS

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CURARES E QUINAS
Olá!
O curare é uma substância antiga utilizada pelos nativos da América do Sul. Essa substância é amplamente conhecida, e há relatos de que os povos indígenas utilizavam-na para a caça. No Brasil, os índios da Região Amazônica utilizavam nas flechas o curare obtido a partir de cascas de espécies de cipós das famílias Menispermaceae e Loginaceae. O motivo para isso é que o curare tem grande potencial de envenenamento, e sua utilização pode provocar paralisia da musculatura. Sabe-se também que os alcaloides presentes no curare apresentam benefícios, e ele foi o primeiro fármaco utilizado na anestesiologia em cirurgias e tratamento do tétano.
Já a quinina é um alcaloide usado pelos incas no Peru. Essa substância ficou conhecida devido a uma lenda espanhola durante a invasão no Peru, quando se teve conhecimento de uma árvore empregada para o tratamento da febre da malária. Relata-se que um soldado espanhol, que tinha sido contaminado pelo vírus da malária, bebeu uma água de cor amarronzada na qual essas árvores haviam caído. Após uma noite de sono, quando acordou, observou que a febre havia desaparecido. A quinina é empregada para o tratamento e o desenvolvimento de novos fármacos antimaláricos, isolados do gênero Cinchona, e aplicada como aditivo amargo na produção de alimentos e bebidas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a química e a biologia dessas substâncias, os métodos de extração, sua caracterização, doseamento e propriedades farmacológicas, além de entender como o farmacêutico desempenha um papel importante na segurança e na utilização dos produtos naturais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
· Definir, quimicamente, plantas que contenham curares e quinas.
· Relacionar aspectos farmacológicos de plantas que contenham curares e quinas.
· Descrever, de forma prática, a identificação desses compostos e a sua correlação com espécies brasileiras.
DESAFIO
A malária é uma doença infecciosa que atinge regiões tropicais, causada pelo protozoário do gênero Plasmodium. Os principais sintomas são febre alta, calafrios, suores e cefaleia que ocorre ao longo do ciclo da doença, e o vetor da doença é o P. falcipaum. O Ministério da Saúde no Brasil, por muitos anos, instituiu um protocolo que preconiza o uso da quinina como fármaco de primeira escolha. A quinina é obtida a partir das cascas da quina do gênero da Cinchona. Essa extração ocorre em meio aquoso e ácido, e várias outras substâncias são extraídas concomitantemente.
Então, Marcos começa a questionar como deverá ser a extração e o doseamento. Você faz parte da equipe de Marcos no laboratório de pesquisa em produtos naturais, e ele precisa que você o ajude a resolver esse problema.
Com a finalidade de compreender o procedimento de extração e doseamento, analise:
a) Qual a melhor forma de extração a ser feita e qual o melhor solvente para o processo? Quais outros processos de extração são aceitáveis?
b) Quais testes são aplicáveis para identificação e doseamento da quinina?
Parte superior do formulário
Escreva sua resposta no campo abaixo:
a) A quinina pode ser obtida a partir da casca do caule da quina (Cinchona) por extração em meio aquoso e ácido, porém, junto com a quinina, inúmeras outras substâncias também são extraídas. A separação da quinina e de outros alcaloides das demais substâncias hidrossolúveis presentes no extrato pode ser realizada por partição através da sua transformação em uma forma de menor solubilidade em água. A quinina por ser um alcaloide, possui em sua forma livre caráter básico. Em algumas situações a quinina encontra-se como base livre e, consequentemente, só pode ser extraída com solvente orgânico. b) O doseamento é efetuado por cromatografia líquida a alta pressão (HPLC).Parte inferior do formulário
a) A extração deve ser feita de forma líquida – em meio aquoso ácido com pH 2, a partição em solvente orgânico (clorofórmio) em meio básico.
Artigos relatam que os outros métodos aceitáveis para a extração são maceração, extração por ultrassom e decocção.
b) Os testes aplicáveis para a identificação da quinina são aqueles que apresentam coloração:
- teste da herapatita: obtenção de cristais de iodossulfato de quinina (herapatita) que apresentam aspecto metálico;
- teste da taleioquina: desenvolvimento de coloração verde-esmeralda;
- teste da eritroquinina: desenvolvimento de coloração vermelha;
- ácidos oxigenados: apresenta fluorescência azul na presença de ácido sulfúrico a 1%.
Teste para identificação: cromatografia delgada de alta eficiência (CCD).
Teste de quantificação: cromatografia líquida de alta eficiência.
NFOGRÁFICO
A quinina é um composto da classe dos alcaloides e derivado do triptofano. Ela apresenta um núcleo quinolítico, responsável por diferentes efeitos farmacológicos. Esse grupo de alcaloides pertence à espécie da Cinchona e tem sido utilizado no tratamento de malária, neuralgia, espasmos musculares, fibrilação cardíaca, além de ser utilizado na indústria alimentícia como flavorizante. A quinina está presente nas cascas da quina, encontrada em árvores nativas da América do Sul.
Neste Infográfico, veja como ocorre a formação da quinina e o processo de extração e identificação dos alcaloides.
CONTEÚDO DO LIVRO
O curare foi utilizado por muito tempo nas florestas tropicais da América do Sul como um veneno extremamente forte, sendo empregado em flechas. A mistura do curare era fervida em água por cerca de dois dias e, então, evaporava para se tornar uma pasta escura e espessa com gosto amargo. A morte por curare é causada por asfixia, uma vez que os músculos esqueléticos ficam relaxados e paralisados.
O curare começou a ser utilizado como anestésico em 1943, quatro anos depois que a substância tubocurarina foi isolada, sendo empregada em processos cirúrgicos. A quinina é um alcaloide que apresenta gosto amargo, tendo várias funções farmacológicas (antiarrítmicos, antimaláricos e analgésicos) e sendo utilizada como flavorizante na indústria alimentícia.
A descoberta da quinina ocorreu durante a conquista do Império Inca pelos espanhóis na região do Peru (século XVI). Os invasores tomaram conhecimento dessa árvore, que era utilizada para tratamento da malária. A fama da quinina se espalhou pelo mundo, e seus benefícios para diversos tratamentos farmacológicos foram apresentados. Existem alguns testes que ajudam na identificação e na quantificação da quinina.
No capítulo Curares e quinas, da obra Farmacognosia aplicada, você irá estudar quimicamente e biologicamente essas substâncias, os métodos de extração, caracterização e doseamento e suas propriedades farmacológicas.
Boa leitura.
DICA DO PROFESSOR
O curare e as quinas representam um avanço na medicina para o desenvolvimento de novos medicamentos. A história da humanidade e a utilização de plantas medicinais por povos que tinham os conhecimentos empíricos foram fundamentais para o desenvolvimento de novos fármacos.
Nesta Dica do Professor, você irá compreender mais sobre os aspectos farmacológicos do curare e da quinina.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​
EXERCÍCIOS
1) A tubocurarina é o principal aditivo encontrado no curare. O curare recebe esse nome por apresentar vários compostos que são considerados venenosos. A tubocurarina tem ação paralisante e é utilizada como relaxante muscular.
​​​​​​​
É possível visualizar, em sua estrutura química, algumas funções orgânicas, entre elas:
e) éter.
 RESPOSTA CORRETA
Um dos motivos da solubilidade em água da tubocurarina está relacionado à presença do éter em sua estrutura química. As outras funções não estão presentes na estrutura.
O ácido carboxílico é uma estrutura que resulta nos ácidos graxos, originado de uma carboxila. O álcool é considerado um ácido fraco, e o oxigênio se apresenta muito eletronegativado, atraindo, assim, elétrons de ligação e deixando o hidrogênio com caráter ácido. A tubocurarina não apresenta caráter ácido.
Os anidridos são compostos derivados de reações de desidratação dos ácidoscarboxílicos. Cetonas apresentam um grupo carbonila no meio da cadeia (carbono secundário), sendo formada pela oxidação de álcoois. Cadeias pequenas (10 carbonos) apresentam densidade menor que a água quando em estado líquido.
2) A quantificação dos principais ativos presentes em plantas pode ser feita de diferentes maneiras. Existem alguns métodos que auxiliam na quantificação de princípios ativos, a qual tem um papel importante para o desenvolvimento de novos estudos. J.L.M é pesquisador de uma universidade e necessita realizar uma quantificação de tubocurarina e quininas em seu laboratório. Então, precisa saber qual método empregar para a quantificação da tubocurarina.
De acordo com seus conhecimentos, qual método dever ser utilizado para a quantificação da tubocurarina?
b) CLAE.
 RESPOSTA CORRETA
O CLAE é um método empregado na quantificação de alcaloides; a cromatografia é o método mais indicado para doseamento de compostos não voláteis e muito sensível.
O CCD é um método utilizado para a identificação de compostos. O Dragendroff é um método colorimétrico usado para a confirmação de alcaloides em plantas.
O teste de taliquimia e o teste de Mayer são métodos utilizados para a identificação de espécies que apresentam quinina em sua constituição química.
3) O curare apresenta atividade paralisante quando em contato com o corpo, trabalhando de forma competitiva com a acetilcolina. A tubocurarina, por muito tempo, foi utilizada como relaxante muscular em processos cirúrgicos.
A ação da tubocurarina ocorre em quais receptores?
e) Receptores nicotínicos.
 RESPOSTA CORRETA
A tubocurarina age no antagonismo de ação da acetilcolina, em que ocorre o bloqueio neuromuscular e, assim, fraqueza muscular, agindo sobre os receptores nicotínicos.
Os receptores muscarínicos são encontrados em todas as células-alvo do sistema nervoso parassimpático, assim como nas células-alvo dos neurônios pós-ganglionares simpáticos que são colinérgicos. A tubocurarina não age sobre os receptores muscarínicos.
Anticolinesterásicos é o termo usado para denominar os fármacos inibidores da acetilcolinesterase (IAChE). Essa classe farmacológica é usada terapeuticamente para casos em que é necessário reverter o bloqueio neuromuscular.
Os fármacos inibidores da monoaminoxidase (MAO) inibem a enzima MAO, responsável por degradar monoaminas como noradrenalina, tiramina, dopamina e serotonina, aumentando, assim, a concentração dessas substâncias no corpo e no cérebro, condicionando maior excitação dos neurônios que apresentam receptores para esses mediadores.
Os receptores adrenérgicos, que são alvos das catecolaminas, são ativados por seus ligantes endógenos, sendo estes as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina).
4) Durante o processo de metabolismo da quina, ocorrem algumas transformações no fármaco, chamadas de oxidação. Essa oxidação gera um metabólito secundário, chamado de 3-hidroxiquina.
Em qual desses grupos de pacientes deve-se ter atenção redobrada durante a administração de quinina?​​​​​​​
a) Pacientes renais.
 RESPOSTA CORRETA
Pacientes renais apresentam índice de filtração glomerular reduzido e não têm a mesma capacidade de excreção. Então, deve-se ter atenção redobrada na administração de quinina e realizar avaliação constante da filtração glomerular, havendo risco de aumento da toxicidade.
A quinina é contraindicada a pacientes hipertensos e asmáticos. Não há evidências que apresentem contraindicações a pacientes com osteoporose e a mulheres na menopausa.
5) Durante a aula de Biologia, um professor explicou que os índios nativos da América do Sul utilizavam o curare em flechas para a caça, explicando que o termo era designado para denominar a palavra veneno. O curare é uma mistura de cipós de várias espécies da Amazônia. Então, um aluno da classe levantou a seguinte questão: “Se o curare é um veneno, os índios não poderiam consumir a carne da caça morta com as flechas”.
Por que os índios não morriam ao consumirem a carne envenenada?
a) O curare apresenta baixa toxicidade e é pouco absorvido pelo trato gastrintestinal.
 RESPOSTA CORRETA
Os fármacos bloqueadores neuromusculares são pouco absorvidos no trato gastrintestinal por um sal quartenário. O curare, quando em contato com a ferida ou lesão, tem rápida absorção, provocando bloqueio neuromuscular.
NA PRÁTICA
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