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PRÁTICAS CONTÁBEIS EM LABORATÓRIO AULA 4 Prof.ª Edenise Aparecida dos Anjos 2 CONVERSA INICIAL Caros alunos, anteriormente apresentamos procedimentos necessários para a abertura de empresas, registros nos órgãos governamentais, obrigações acessórias, entre outros temas. Nesta aula, vamos apresentar alguns elementos básicos necessários para a parametrização dos sistemas, sejam sistemas integrados utilizados por empresas que possuem a contabilidade interna, ou sistemas contábeis utilizados em escritórios. CONTEXTUALIZANDO A contabilidade é o principal sistema de informação das organizações. Assim, é evidente a importância do contador na implementação de sistemas integrados de gestão, fundamentais para a geração de informações úteis para a tomada de decisão. As micro e pequenas empresas buscam os serviços dos escritórios de contabilidade como apoio às suas atividades. As empresas mais estruturadas conseguem manter na sua estrutura um departamento contábil, com uma equipe de profissionais, responsáveis pela geração de informações contábeis, tributárias e gerenciais. Mas o que é comum a esses dois tipos de serviços oferecidos pela contabilidade? O sistema utilizado para os registros contábeis. O sistema pode ser abordado por duas perspectivas: do escritório de contabilidade onde são efetuados todos os lançamentos, migrados dos sistemas dos clientes ou lançamentos manualmente. E dos sistemas integrados de gestão (ERP – Enterprise Resource Planning), onde as transações feitas nos módulos ou subsistemas carregam automaticamente o sistema contábil. É sobre esse contexto que preparamos esta aula, para tratar da importância de conhecimento e habilidades do profissional contábil em implementação, desenho de rotinas e parametrização de sistemas contábeis. TEMA 1 – ESTRUTURA CADASTRAL CONTÁBIL – PLANO DE CONTAS E CENTRO DE CUSTOS/RESULTADOS O contador, com base em sua visão de negócio, tem como função analisar e parametrizar sistemas para receber os lançamentos contábeis. Entre os 3 primeiros passos, é preciso elaborar um elenco do plano de contas, identificar as principais atividades da empresa, e classificar as contas em contábeis e gerenciais. As contas contábeis são estruturadas, ordenadas e codificadas de acordo com os níveis de informação de cada empresa, segmentadas em contas de centros de custos ou centros de resultados. O processo de ordenação de contas permite o armazenamento e a acumulação de dados, que ao serem agrupados de forma lógica (Ativos, Passivos, Receitas e Despesas) sistematizam o trabalho contábil na forma de plano de contas. No plano de contas, elas são classificadas em contas patrimoniais e de resultados. As contas patrimoniais são contas permanentes, cuja função é classificar e evidenciar a qualidade do ativo e do passivo (bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido), e as contas de resultados são contas transitórias, com o objetivo de determinar o lucro ou prejuízo de um período convencionado (Padoveze, 2015). Assim, ao preparar um projeto para desenvolver um Plano de Contas, a empresa deve ter em mente as várias possibilidades de relatórios gerenciais para uso interno, além de relatórios contábeis e financeiros para uso externo. Neste entendimento, o projeto deve levar em consideração as contas e a necessidade informacional da organização (Gelbcke et al., 2018). Vamos, agora, entender o que são contas e como os planos de contas são estruturados. 1.1 Plano de contas A “Conta Contábil” é definida por Padoveze (2015, p. 190) como a “representação contábil de elementos patrimoniais de natureza igual ou semelhante”. Assim, as contas são criadas com a função de acumular, sintetizar e classificar os elementos patrimoniais necessários para os lançamentos contábeis. O plano de contas é numerado ou codificado de forma racional, de modo a facilitar os lançamentos por meio de processos mecânicos ou processos eletrônicos. Segundo Marion e Santos (2018, p. 116), “o plano de contas é o agrupamento ordenado de todas as contas utilizadas pela Contabilidade dentro de determinada empresa, considerado indispensável para os registros de todos os fatos contábeis.” 4 A ordenação se dá por convenção, de modo que todas as contas patrimoniais de ativos são codificadas com o número 1, e as de passivo com o número 2. Já as contas de resultados, de receitas e despesas normalmente recebem os códigos 3 e 4, não necessariamente nesta ordem. Figura 1 – Plano de Contas sintético Crédito: Sistema Datacempro. A elaboração do plano de contas deve respeitar, ainda, a natureza da conta. Por exemplo, as Contas Patrimoniais (ativo e passivo) são necessárias para a elaboração do Balanço Patrimonial e Contas de resultados (receitas e despesas) devem compor a Demonstração do Resultado. Um último agrupamento de contas ainda é necessário para o encerramento do exercício; as contas de apuração de resultados ou contas transitórias são utilizadas, como já descrito anteriormente, somente para zerar as contas de resultados e transferir o resultado (lucro ou prejuízo) para o patrimônio líquido. Importante observar que cada conta contábil do plano de contas tem um desdobramento, para que receba o detalhamento necessário para identificar o lançamento contábil. Esse detalhamento é discriminado, por Padoveze (2015), como uma estrutura de relacionamento do plano de contas tradicional. Apresentado em forma de hierarquia ou árvore, é possível identificar, por exemplo, classe, subgrupo, conta, subconta e item que recebe lançamentos da conta nos bancos de conta corrente. As contas são agrupadas de acordo com o nível. Primeiro, observa-se a classe de contas inserida (Conta de Ativo – nível 1), seguida de subgrupo (Ativo Circulante – nível 2), conta contábil (Bancos – nível 3) e detalhamento por subconta (Bancos conta corrente – nível 4). Esse agrupamento é definido como contas sintéticas, e por fim há a conta analítica, que receberá o lançamento – nível 5. São identificadas pelos nomes dos bancos, como: Banco do Brasil, Bradesco, Santander (veja figura 2) 5 Figura 2 – Exemplo de agrupamento de contas por níveis No nível 1 ao 4 são denominadas como contas sintéticas. não recebem lançamentos, são o que chamamos de contas sintéticas Apenas no nível 5 estarão as contas analíticas que recebem os lançamentos de valores. Ativo Ativo circulante Disponível Bancos conta corrente 1 1.01 1.01.01 1.01.01.02 1.01.01.02.0001 1.01.01.02.0002 1.01.01.02.0003 Classe Subgrupo Conta Subconta item No exemplo exposto, pode-se observar que a nomenclatura é clara e concisa, e assim a codificação do grupo de contas permite identificar o posicionamento da conta na estrutura do plano. Os termos utilizados são comuns às características da empresa. Ressalta-se que o plano de contas deve ser organizado de forma a permitir a inserção de novas contas ou grupos de contas, possibilitando assim acompanhar o crescimento e a consequente evolução da estrutura organizacional da empresa (Favero; Lonardoni; De Souza, 2011). Os sistemas contábeis utilizados em escritórios, e até mesmo nos sistemas de gestão integrados (ERP), já vêm parametrizados com um plano de 1.Nível 1 1.1 1.Ativo 1.Nível 2 1.1.01 1.Ativo Circulante 1.Nível 3 1.1.01.01 1.Disponível 1.Nível 4 1.1.01.01.02 1.Bancos Conta Corrente 1.Nível 5 1.1.01.01.02.0001 1.Banco do Brasil 1.1.01.01.02.0002 1.Banco bradesco 1.1.01.01.02.0003 1.Banco Santander 6contas padrão, com uma máscara de contas, e desdobrados em até cinco níveis. Permitem também que as empresas utilizem planos de contas ampliados, para identificar lançamentos em centros de custos ou centros resultados para geração de relatório gerenciais. 1.2 Plano de contas ampliado A estrutura do plano de contas ampliado deve criar relações dos segmentos e necessidades informacionais das empresas com a estrutura do plano de contas contábil tradicional (Padoveze, 2015). O contador deve considerar as seguintes informações para parametrizar o plano de contas da empresa: Quadro 1 – Tabelas de plano de contas Tabelas de empresas a empresa e suas filiais Tabelas de Unidades divisões ou fábricas; a empresa poder ser administrada por seus negócios menores. Tabela de centros ou subcentro de custos detalhamento de centro de custos, permite a emissão de relatório analíticos gerenciais, por faturamento, custos dos produtos, atividades. Tabela de contas e subcontas contábeis ampliação do conceito tradicional das contas, ampliação. Tabela de contas gerenciais acumulação de dados para emissão de relatórios gerenciais. Tabela de ordens de trabalho, projeto ou serviço dependendo da empresa, podem ser necessárias a acumulação de dados e a emissão de relatórios por ordem de execução ou ordem de serviço. Tabela de produtos e linhas de produtos este detalhamento das contas é importante, na medida em que fornece informações de rentabilidade por produtos, vendas, desempenho. Tabela de recursos acumulação de informações contábeis; apresenta o detalhamento relativo ao consumo de recursos e receitas. Fonte: Padoveze, 2015, p. 187-189. Vejam uma sugestão de plano de contas ampliado, conforme figura a seguir. 7 Figura 3 – Plano de Contas ampliado Fonte: Padoveze, 2015. 1.3 Departamentalização (Centros de Custos, Despesas e Receitas) A departamentalização compreende uma segunda classificação das contas contábeis, com a função de absorver os endereçamentos das contas de resultados (receitas e despesas) por departamentos, setores ou atividades que consomem recursos. Neste sentido, é imprescindível que a departamentalização seja complementar ao plano de contas tradicional. Na visão de Padoveze (2015), a departamentalização tem como base a estrutura organizacional da empresa, conforme a Figura 4. Figura 4 – Exemplo de estrutura organizacional Fonte: Padoveze, 2015, p. 208. Presidência Diretoria Administração Financeira Controladoria Tesouraria Recursos Humanos Tecnologia da informação Administração Diretoria Operacional Suprimentos Compras Estoques Planejamento Marketing Produtos Diretoria de Produção Loja 1 Gerência Manutenção Frios Secos Utensílios Loja 2 Gerência Manutenção Frios Secos Utensílios Loja 3 Gerência Manutenção Frios Secos Utensílios Auditoria Interna 8 Esta segmentação dá origem à criação das contas de centros de custos, detalhada até o menor nível hierárquico. Deve seguir a mesma lógica de codificação em níveis. Segue exemplo: Figura 5 – Centros de custos e de receitas Centros de Custos e de Receitas: 1 11 111 112 12 121 122 123 124 125 126 2 21 211 212 212.01 212,02 213 213.01 213.02 Administração Presidência Presidência Auditoria Interna Diretoria Administrativa e Financeira Diretoria Administrativa e Financeira Controladoria Tesouraria Recursos Humanos Tecnologia de Informação Administração Geral Diretoria Operacional Diretoria Operacional Diretoria Operacional Suprimentos Compras Estoques Planejamento Marketing Produto 3 311 312 312.01 312.02 312.03 312.04 312.05 313 313.01 313.02 313.03 313.04 313.05 314 314.01 314.02 314.03 314.04 314.05 Diretoria de Produção Diretoria de Produção Loja 1 Gerência Manutenção Frios Secos Utensílios Loja 2 Gerência Manutenção Frios Secos Utensílios Loja 3 Gerência Manutenção Frios Secos Utensílios A parametrização do plano de conta contábil padrão recebe o desdobramento do centro de custo, conforme tela apresentada na sequência. Figura 6 – Exemplo de Centro de Custos Crédito: Sistema WK solução. 9 Após a parametrização do plano de contas e os centros de custos, deve- se ainda proceder a conciliação do plano de contas da empresa com o plano de contas referencial da receita federal, para que se possa enviar as obrigações acessórias relativas aos SPED (Sistema público de escrituração digital) da Receita Federal. Figura 7 – Parametrização do Plano de contas Referencial (SPED) O procedimento seguinte consiste na parametrização do exercício social, e assim o sistema estará pronto para a parametrização de contas padrões, saldos e lançamentos iniciais. Figura 8 – Exercício social Na sequência, vamos apresentar os componentes necessários para os lançamentos contábeis, como: data, conta debitada, conta creditada, histórico e valor. 10 TEMA 2 – HISTÓRICOS E LANÇAMENTOS PADRONIZADOS Após a parametrização do plano de contas e a definição do exercício social, vamos agora verificar quais os elementos necessários para a escrituração contábil dos eventos organizacionais. 2.1 Componentes do lançamento contábil Os componentes do lançamento contábil devem ser suficientes para entender, identificar e compreender a transação dos eventos econômicos e fiscais das operações da empresa. São eles: Data: o A informação da data é importante por retratar o momento da ocorrência dos atos e fatos contábeis. São necessários ainda para a modelagem e padronização do sistema para fechamento do período e emissão de relatórios para tomada de decisão. o Datas possíveis: data de emissão de nota fiscal, data de recebimento de produtos ou insumos, data de pagamento, recebimento de produto físico, entre outros. Conta debitada e conta creditada: o O lançamento contábil, usa como base o plano de contas, permite a revisão das atividades. o Segue o método das partidas dobradas, para cada lançamento a débito existe pelo um crédito de igual valor. o Permite acumulação de dados por conta, sendo de de vital importância para a geração das informações contábeis e gerenciais. Exemplo: Lançamento contábil de venda a prazo: Conta debitada – Clientes; Conta Creditada – Receita de Vendas a Prazo. 11 Histórico: o O elemento do histórico do lançamento deve conter as informações referente ao registro efetuado. Descrevendo a ação do evento, como compra, venda, transferência, pagamento etc. o Algumas empresas padronizam seus históricos, atribuindo códigos para cada evento. o Cada módulo deve conter pelo menos um histórico padrão. Figura 9 – Histórico padrão Valor: o Este elemento é o item de maior relevância do lançamento contábil. o É o que se denomina como valor base ou contábil da transação. o Composição de valor: quantidade, preço unitário, total, valor dos impostos, valor do frete e seguros (Padoveze, 2015). Figura 10 – Elementos básicos para lançamento contábil 12 2.1.1 Lançamentos contábeis padronizados Os lançamentos contábeis são parametrizados de acordo com a natureza da transação, de modo a facilitar o trabalho de contabilização. Em alguns sistemas, apenas os dados importados ou migrados de outros sistemas são padronizados, comoas notas fiscais de saída (venda) que com o advento da obrigatoriedade da nota fiscal eletrônica dos clientes, até mesmo nos escritórios de contabilidade são importadas do sistema do cliente. Nas empresas que possuem ERP, a maioria dos lançamentos são padronizados. Ou seja, no ato do registro de uma venda pelo departamento comercial, automaticamente o sistema faz pelo menos 3 lançamentos: 1. Credita a conta de estoques, fazendo a baixa por venda, e debita a conta de custo mercadoria vendida (CMV). 2. Credita a conta de receitas de vendas e debita a conta caixa (se a vista) ou a conta clientes (se a prazo). 3. Debita a conta de dedução de impostos sobre vendas (ICMS, PIS, Cofins) e credita a conta de impostos a recolher (ICMS, PIS, Cofins). 4. Se for uma empresa fabril, gera informações ao departamento de planejamento de produção (PCP), indicando que houve a venda, sinalizando a necessidade de reposição do produto. Neste exemplo citado, observe a importância da contabilidade na parametrização do plano de contas, devido ao relacionamento entre os lançamentos. Isto posto, na sequência vamos apresentar a parametrização de um lançamento de venda por CFOP (Código Fiscal de Operação e de Prestações), códigos atribuídos para lançamentos de compra e vendas de mercadorias ou insumos. Segue exemplo. Figura 11 – Exemplo de Parametrização de Vendas 13 Observação: É importante destacar que esse é um exemplo de um sistema específico e não significa que todos os sistemas funcionam iguais. Provavelmente, apresentam as mesmas configurações, mas não necessariamente igual a desse modelo. Conforme pode-se observar na Figura 11, serão configuradas as contas contábeis a serem utilizadas por CFOP. Assim como os históricos padrões que sempre serão utilizados ao exportar os dados da Escrituração Fiscal para a Contabilidade, a padronização dos lançamentos, por natureza de operação, permite que os dados sejam acumulados nas mesmas contas contábeis automaticamente. No caso de não haver esta integração via sistema, as notas deverão ser lançadas manualmente na contabilidade, para que o processo de acúmulo de dados sejam equivalente. Dando sequência, além disso, muitos sistemas (softwares) contábeis permitem que sejam configurados os complementos dos históricos padrões dos lançamentos, de modo a deixá-los mais detalhados, conforme exemplo a seguir. Figura 12 – Histórico padrão para vendas por CFOP Observação: É importante destacar que esse é um exemplo de um sistema específico e não significa que todos os sistemas funcionam iguais. Provavelmente, apresentam as mesmas configurações, mas não necessariamente igual a desse modelo. A configuração mostrada acima abrange no Histórico os dados “Conforme NF (nota fiscal) – número: “9999”, emitida em (data): “99/99/9999” para o cliente “nome do cliente”. Os campos serão preenchidos automaticamente pelo sistema conforme os dados das notas fiscais lançados na escrituração fiscal da empresa. Assim, o histórico será padronizado em seu início com a descrição de qual tipo 14 de operação se refere, mas o complemento acrescentará ao histórico os dados específicos de cada nota fiscal escriturada. Anteriormente, evidenciamos as relações de uma transação de vendas; vamos apresentar, agora, a parametrização do sistema para o lançamento padronizado. Figura 13 – Exemplo de criação de um lançamento padrão Observação: É importante destacar que esse é um exemplo de um sistema específico e não significa que todos os sistemas funcionam igualmente. Provavelmente, apresentam as mesmas configurações, mas não necessariamente iguais à do modelo. Na Figura 13, pode-se observar que o sistema permite informar as contas que serão utilizadas em um lançamento padrão. Ou seja, toda revenda de mercadoria a vista utilizará esse lançamento com estas contas contábeis e esse histórico. Outro exemplo de padronização dos lançamentos pode ser visualizado na configuração de importações dos sistemas contábeis diversos, em que são informadas as descrições de contas e históricos que serão utilizados em todas os dados importados, como é o caso a seguir, um modelo de parametrização de dados da área fiscal. Figura 14 – Exemplo de configuração de CFOP por tipo de operação 15 Observação: É importante destacar que esse é um exemplo de um sistema específico e não significa que todos os sistemas funcionam iguais. Provavelmente, apresentam as mesmas configurações, mas não necessariamente igual a desse modelo. Importante: em um único CFOP, podem ser configurados vários tipos de operações. No exemplo temos a operação de “Venda de Mercadoria”, que operação pode ocorrer à vista e a prazo; sendo a prazo, podem ser informados os dados dos vencimentos e pagamentos das duplicatas, assim como seus respectivos juros ou descontos em caso de pagamento atrasado ou antecipado. Além disso, podem ser informados os créditos de impostos diversos que vier a ter direito, assim como seguros, despesas acessórias, entre outros tipos de operações. Ou seja, considerando as situações que podem ocorrer em função da escrituração de determinada nota fiscal, todos os seus escriturados poderão ser configurados/parametrizados com as contas contábeis, que deverão ser exportadas para a escrituração fiscal. Isso é uma “padronização de lançamentos”. TEMA 3 – CONTABILIZAÇÃO O processo de contabilização compreende os registros de todos os eventos e transações que acontecem no cotidiano das empresas, desde a sua constituição. Na contabilidade, mesmo em um sistema ERP, alguns lançamentos não estão relacionados a outros eventos, devendo ser efetuados manualmente. Um destes exemplos é o lançamento de constituição de uma empresa. 3.1 Eventos e fatos contábeis na constituição da empresa A constituição de uma empresa normalmente é regida pela decisão do proprietário, ou sócios, e formalizada em forma de contrato social, estatuto social, onde são redigidas e estruturadas as regras da entidade. Uma das regras fundamentais refere-se à subscrição/promessa de capital inicial, que posteriormente deve ser entregue à organização que está sendo instituída. Contabilmente, este valor deve ser registrado. A Tabela 1 apresenta um trecho do contrato social como exemplo. 16 Tabela 1 – Exemplo de cláusula do capital social integralizado no ato Cláusula xxxxx (conforme a ordem do contrato social): O Capital Social de R$ 100.000,00 (cem mil reais) é dividido em 100.000 (cem mil) quotas de R$1,00 (Um Real) cada uma, integralizados neste ato em moeda corrente nacional, assim subscritas: Parágrafo único: A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social, nos termos da legislação em vigor. SOCIO 1 95.000 R$ 95.000,00 95% SÓCIO 2 5.000 R$ 5.000,00 5% TOTAL 100.000 R$ 100.000,00 100% Com base no exemplo da Tabela 1, a contabilização ficaria da seguinte forma: Lançamento: Conta do Patrimônio líquido. Subscrição do Capital: Débito: Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 95.000,00 Débito: Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 5.000,00 Crédito: Capital Social subscrito R$ 100.000,00 Histórico: Capital social subscrito no ato de formalização do contrato ou estatuto social. Ativo Passivo Patrimônio líquido Capital Social subscrito R$ 100.000,00 (-) Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 95.000,00 (-) Capital Social a integralizar do Sócio 2R$ 5.000,00 Total do Ativo R$ 0,00 Total do Passivo + PL R$ 0,00 Neste momento, só há uma promessa de integralização de capital. Integralização em caixa do Capital: Débito: Caixa ou bancos R$ 100.000,00 Crédito: Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 95.000,00 Crédito: Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 5.000,00 Histórico: Capital social integralizado no ato de formalização do contrato ou estatuto social. Ativo Passivo Caixa ou bancos R$ 100.000 Patrimônio líquido Capital Social subscrito R$ 100.000,00 Total do Ativo R$ 100.000,00 Total do Passivo + PL R$ 100.000,00 A conta capital social a integralizar é zerada neste momento, em decorrência da entrega do capital prometido no caixa ou banco da entidade empresarial. 17 No entanto, é importante observar que, no ato da constituição da empresa, o proprietário ou sócios se comprometem a realizar o capital, seja em dinheiro ou bens. No caso das sociedades anônimas, os acionistas devem integralizar imediatamente 10% do capital subscrito (Marion; Santos, 2018). Nos casos em que o capital é parcialmente integralizado, procede-se com a subscrição: Tabela 2 – Exemplo de cláusula do capital social integralizado parcialmente Cláusula xxxxx (conforme a ordem do contrato social): O Capital Social de R$ 100.000,00 (cem mil reais) é dividido em 100.000 (cem mil) quotas de R$1,00 (Um Real) cada uma, integralizados metade neste ato em moeda corrente nacional e metade a ser integralizada em 6 (seis) meses após a constituição, conforme subscrito: Parágrafo único: A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social, nos termos da legislação em vigor. Sócio Integralizado À Integralizar Total % SOCIO 1 47.500,00 47.500,00 R$ 95.000,00 95% SÓCIO 2 2.500,00 2.500,00 R$ 5.000,00 5% TOTAL 50.000,00 50.000,00 R$ 100.000,00 100% Com base no exemplo da Tabela 2, a contabilização ficaria da seguinte forma: Lançamento: Conta do Patrimônio líquido. Subscrição do Capital: Débito: Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 95.000,00 Débito: Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 5.000,00 Crédito: Capital Social subscrito R$ 100.000,00 Histórico: Capital social subscrito no ato de formalização do contrato ou estatuto social. Ativo Passivo Patrimônio líquido Capital Social subscrito R$ 100.000,00 (-) Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 95.000,00 (-) Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 5.000,00 Total do Ativo R$ 0,00 Total do Passivo + PL R$ 0,00 Neste momento, só há uma promessa de integralização de capital. Integralização em caixa do Capital: Débito: Caixa ou bancos R$ 50.000,00 Crédito: Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 47.500,00 Crédito: Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 2.500,00 18 Histórico: Capital social integralizado parcialmente no ato de formalização do contrato ou estatuto social. Ativo Passivo Caixa ou bancos R$ 50.000 Patrimônio líquido Capital Social subscrito R$ 100.000,00 (-) Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 47.500,00 (-) Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 2.500,00 Total do Ativo R$ 50.000,00 Total do Passivo + PL R$ 50.000,00 Neste caso, a empresa tem direitos a receber dos sócios no valor de R$ 50.000. Outra forma de integralizar o capital inicial na empresa é por meio de bens. Tabela 3 – Exemplo de cláusula do capital social integralizado com bens Cláusula xxxxx (conforme a ordem do contrato social): O Capital Social de R$ 100.000,00 (cem mil reais) é dividido em 100.000 (cem mil) quotas de R$1,00 (Um Real) cada uma, integralizados neste ato em bens imóveis e em moeda corrente nacional, conforme subscritas: Parágrafo único: A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social, nos termos da legislação em vigor. Sócio Moeda Nacional Bens Imóveis Total % SOCIO 1 45.000 50.000,00 R$ 95.000,00 95% SÓCIO 2 5.000 0,00 R$ 5.000,00 5% TOTAL 50.000 50.000,00 R$ 100.000,00 100% Com base no exemplo da Tabela 3, a contabilização ficaria da seguinte forma: Lançamento: Conta do Patrimônio líquido. Subscrição do Capital: Débito: Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 95.000,00 Débito: Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 5.000,00 Crédito: Capital Social subscrito R$ 100.000,00 Histórico: Capital social subscrito no ato de formalização do contrato ou estatuto social. Ativo Passivo Patrimônio líquido Capital Social subscrito R$ 100.000,00 (-) Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 95.000,00 (-) Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 5.000,00 Total do Ativo R$ 0,00 Total do Passivo + PL R$ 0,00 Integralização do Capital: Débito: Caixa ou bancos R$ 50.000,00 Débito: Bens e imóveis do sócio 1 R$ 50.000,00 Crédito: Capital Social a integralizar do Sócio 1 R$ 95.000,00 19 Crédito: Capital Social a integralizar do Sócio 2 R$ 5.000,00 Histórico: Capital social integralizado no ato de formalização do contrato ou estatuto social. Ativo Passivo Caixa ou bancos R$ 50.000 Bens e Imóveis R$ 50.000 Patrimônio líquido Capital Social subscrito R$ 100.000,00 Total do Ativo R$ 100.000,00 Total do Passivo + PL R$ 100.000,00 Neste exemplo o capital foi entregue na forma de bens e valores monetários, sendo integralizado integralmente. A conta bens e imóveis receberá o detalhamento necessário, para posterior ajuste. 3.2 Estrutura funcional da empresa – despesas pré-operacionais Gastos ou despesas pré-operacionais são relacionados ao investimento de recursos para a estruturação da empresa, ou à ampliação de novas plantas de fábrica, que incorrem antes da geração de receitas. Na abertura de uma empresa, por exemplo, os empresários investem em estrutura, para colocá-la em operação, como construção, montagem de imobilizados, entre outros. Entende-se desse modo que não podem ser reconhecidas como despesas antes da geração de receitas; assim, os lançamentos contábeis são registrados em dois momentos. Na ocorrência da despesa: D - Despesas ou gastos pré-operacionais (ativo circulante); C - Caixa, bancos. Quando da geração e receitas, procede-se com a baixa dos gastos. Na baixa de despesa: D - Despesas de exercícios anteriores (dra); C - Despesas ou gastos pré-operacionais (ativo circulante). 3.3 Contabilização de imobilizados A contabilização dos ativos imobilizados compreende as transações de aquisição e manutenção dos bens tangíveis da organização. São exemplos de bens e direitos imobilizados: terrenos; edifícios; instalações; máquinas; móveis e utensílios; veículos; obras em andamento; jazidas etc. Os sistemas contábeis usados em escritórios ou sistemas ERPs são parametrizados para a manutenção dos ativos imobilizados, com campos específicos para inserir custo de aquisição, tipos de financiamento, detalhes como modelo, origem, impostos que podem ser recuperados (ICMS, PIS e COFINS), tempo de vida útil, percentual de depreciação, data em que o bem 20 entra em operaçãopara fins de depreciação, número de controle patrimonial, baixa, valor residual, entre outros aspectos. A Figura 15 apresenta um exemplo de um sistema que contempla o módulo de manutenção de Ativos Imobilizados. Figura 15 – Manutenção de Ativos Imobilizados Essas informações são relevantes na medida em que fornecem dados para a emissão de relatórios para a gestão de ativos, capacidade operacional ativa, capacidade de geração de benefícios futuros à organização, e principalmente o controle e a salvaguarda do patrimônio. Para fins fiscais, a parametrização do sistema, efetua automaticamente os lançamentos para compensação de impostos, assim como a depreciação mensal. No entanto, salienta-se que cada sistema contábil, possui suas especificidades, não permitindo a generalização de que “todos” apresentam as mesmas funcionalidades. Assim, cabe ao contador analisar as necessidades informacionais de cada empresa quando da escolha de um sistema contábil, ou ERP. 21 TEMA 4 – CONTABILIZAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES BANCÁRIAS A contabilização bancária de uma empresa permeia todas os seus eventos e transações financeiras. Este processo se inicia com parametrização do sistema, cadastro de bancos, históricos, importação de extratos bancários ou lançamentos das transações bancárias, e finaliza com a conciliação das contas. 4.1 Parametrização da conta bancária A Figura 16 apresenta uma tela de um sistema contábil, apresentando a ficha cadastral das contas bancárias nas quais a empresa faz movimentação de recursos financeiros. Há elementos básicos para a identificação, como banco, agência, tipo da conta. Além desses elementos, o cadastro permite alocação da conta contábil, (débito e créditos na estrutura do plano de contas) para identificação dos registros das transações bancárias. Figura 16 – Cadastro de conta bancária Após o cadastro de contas, deve-se observar os extratos emitidos pelos bancos, e cadastrar o histórico de transações de cada banco, conforme Figura 17. Este procedimento permite identificar qual o tipo de transação realizada. 22 Figura 17 – Histórico bancário padrão Após a cadastro de bancos, contas contábeis e históricos, procede-se com a contabilização. Os lançamentos podem ser automatizados (importados) ou manuais: Importação de extratos bancários: os sistemas contábeis e ERP permitem importação dos extratos para o seu sistema. Quando isto, ocorre os lançamentos e históricos são carregados automaticamente. Lançamento manual dos extratos bancários: se o sistema não permitir a importação dos extratos, o contador deve efetuar os lançamentos diários das transações bancárias; neste caso, deverá já ter o cadastro dos históricos para identificar as transações. Após os lançamentos das transações bancárias, é necessário fazer a conciliação dos eventos e registros das operações de entrada de recursos, pagamento, juros, empréstimos etc., com os extratos bancários. A Figura 18, apresenta um exemplo da conciliação bancária com os lançamentos contábeis registrados. 23 Figura 18 – Histórico bancário padrão Nesta aula, apresentamos a parametrização dos elementos necessários para a contabilização bancária. Mais adiante vamos abordar como essas contas são conciliadas. TEMA 5 – CONTABILIZAÇÃO DO CICLO DE VENDAS E COMPRAS A contabilização do ciclo de vendas e compras de uma empresa requer, do contador, pleno conhecimento do negócio da empresa, como atividade principal, tipo de produtos, mercado e questões tributárias. A parametrização do sistema tem como função carregar dados em todos os subsistemas relacionados. Pode-se citar como exemplos de subsistemas: compras (entrada de produtos por meio de nota fiscal e estoque), faturamento (venda de produtos/insumos, baixa dos estoques), fiscal (apuração de impostos e obrigações fiscais como os SPEDs) e financeiro (recebimentos e pagamentos). Este processo pode ser integrado, por exemplo em sistemas ERPs; a parametrização adequada permite que apenas uma transação que promova todos os lançamentos, no momento da venda de um produto. Por outro lado, nos escritórios contábeis, esses processos, quando não são importados/migrados dos sistemas das empresas clientes, são lançadas manualmente. 5.1 Elementos necessários para a parametrização das compras A parametrização das transações de compras é um processo que requer que sejam elaboradas tabelas para cadastro do produto, NCM, tipos de produtos, 24 impostos incidentes, fornecedores, sistema de inventário, alocação no almoxarifado, controles de inventários, entre outros. Essas tabelas devem ter um vínculo relacional entre elas, conforme exemplo de tela de compras, na Figura 19. Figura 19 – Parâmetros de manutenção de compras A Figura 19 apresenta uma tela de rotina de compras, como cadastro de produtos, cadastro de fornecedor, vínculo com o financeiro (contas a pagar) e com as rotinas de vendas (disponibilização de produtos para a venda) e natureza das operações, se a compra é para consumo ou para venda. Neste procedimento de parametrização, é preciso observar se os dados do sistema serão migrados ou digitados. A Figura 20 apresenta a tela de lançamento de uma nota de entrada. 25 Figura 20 – Lançamento de uma nota de entrada No exemplo da Figura 20, pode-se observar, que no sistema, as notas podem ser digitadas, ou importadas por meio de arquivo XML da NF-e (eXtensible Markup Language) – versão digital da nota fiscal. Se digitadas, o operador/contador deve inserir item por item. Caso seja importada, o sistema deve estar parametrizado para reconhecer os itens e valores constantes na nota fiscal eletrônica. Entre as atividades de compra, uma das rotinas de processo mais importantes está relacionada com a tributação dos produtos. Esta rotina compreende a rotina tributárias e fiscal, onde o contador deve observar e cadastrar: a tributação de entrada (ver Figura 21) tributação por produto; por estado; NCM; entrada de importação; código fiscal de operação (CFOP). Exemplo: entrada, devolução, transferência, retorno, bonificação, entre outros. Deve observar também A classificação fiscal e o tipo de tributação de saída. 26 Figura 21 – Exemplo de tipos de tributação por produto No exemplo da Figura 21, pode-se observar que a parametrização do sistema é fundamental para a apuração fiscal e o envio das obrigações acessórias. Assim, ao cadastrar um produto, a tabela deve fornecer campos para inserir as informações necessárias. A Figura 22 apresenta exemplo de campos para inserção dos dados necessários para cadastro de produtos, além dos aspectos tributários. Figura 22 – Cadastro de produtos 27 E quando uma empresa, não possui um sistema que permita integrar todas as tabelas? Neste caso, a empresa pode fazer o controle em planilhas eletrônicas, procurando fazer o vínculo das relações, conforme exemplo da Figura 23. Figura 23 – Exemplo de cadastro do Excel Vale esclarecer: quando não há uma integração via sistema, como no exemplo do uso de planilhas eletrônicas, a contabilidade deve realizar todos os lançamentos manualmente: registrar a nota de entrada, lançar os itens na conta estoques, reconhecer a obrigação com fornecedor, além dos impostos. 5.1 Elementos necessários para a parametrização das Vendas Assim como a parametrização das compras, as transações de vendas devem ser cadastradas em tabelas, que devem ser inter-relacionadas entre si, e com as tabelas de compras,fechando o ciclo operacional das empresas. Exemplos de tabelas: cadastro de clientes, cadastro de código fiscal de operação, natureza da operação, além do vínculo com estoques, financeiro, fiscal e contábil. A Figura 24 apresenta alguns elementos básicos da rotina, que devem ser definidos para a emissão de nota fiscal, de modo que gerem, por meio da parametrização, as informações contábeis e fiscais. 28 Figura 24 – Parametrização de Vendas: tributação Para cada tipo de tributação deve ser informado um código fiscal de operação – CFOP. Por exemplo, vendas dentro do estado recebem o código 5102, interestadual 6102 e internacional 7102, respeitando ainda natureza de operação praticada pela empresa (vendas produtos industrializados, venda de mercadorias adquiridas por terceiros, vendas de entrega futura (vendas no mercado interno ou externo); e saída por: bonificação, transferência, remessa simples de entrega futura, devolução de cliente, entre outros tipos). Por exemplo, se a empresa vende um produto que produz internamente o código CFOP será o “5101. Vendas de produtos industrializados”; se a empresa revende mercadorias, deverá usar o “5102. Venda de mercadorias adquiridas de terceiros para revenda”. Ver exemplos na Figura 25. Figura 25 – Cadastros de códigos fiscais Recomenda-se que, para cada transação, os lançamentos sejam padronizados por código fiscal. E quando a empresa não possui um sistema integrado? Neste caso, a empresa pode fazer o controle por meio planilhas 29 eletrônicas, conforme exemplo na Figura 26, contemplando os elementos necessários para a identificação de clientes, vendas por produto, vendedor, valor e tributação. Figura 26 – Controle de Vendas em planilhas eletrônicas A rotina de vendas inicia-se com a conferência da disponibilidade do produto, onde o vendedor efetua pedido ou a pré-venda (efetua-se o cadastro do cliente). Este processo segue os procedimentos normais de análise; após a autorização, emite-se a nota fiscal para o cliente. Assim, a simples emissão da nota fiscal alimenta com dados os subsistemas, estoques, financeiro, contábil e fiscal, além dos subsistemas gerenciais, conforme exemplo na Figura 27. Figura 27 – Exemplo de emissão de nota fiscal de venda 30 Em sistemas integrados, a emissão da nota fiscal efetua o lançamento da receita e debita a conta caixa ou clientes a receber; também credita os estoques, reconhecendo a baixa por venda, e debita a conta de resultados de Custos da mercadoria vendida, reconhecendo os impostos sobre vendas e a recolher. E como a contabilidade efetua os registros das transações quando a empresa não tem um sistema integrado? Nesses casos, a contabilidade faz os lançamentos em cada um dos subsistemas, registrando todas as transações manualmente. TROCANDO IDEIAS Considerando o conteúdo abordado nesta aula, procure identificar na sua empresa, ou em uma empresa que conhece, qual o papel do contador na implementação e parametrização de um sistema contábil. NA PRÁTICA Na parametrização padrão dos lançamentos das transações de vendas, no mercado interno, deve-se considerar: a. Os códigos fiscais de operações internacionais de revenda de mercadorias adquiridas de terceiros. b. As transações de vendas de produtos industrializados internamente. c. Os códigos fiscais de operações e a naturezas da ação praticadas pela empresa. d. A natureza das ações praticadas dentro e fora do estado. e. As transações de vendas de produtos adquiridos de terceiros para revenda. Gabarito: a resposta correta é a (c), pois na parametrização das transações de vendas, é preciso identificar os códigos fiscais de operações, que devem estar de acordo com a naturezas da ação praticadas pela empresa. Por exemplo, se é uma indústria, utiliza o CFOP 5101 – Venda de produtos industrializados. Se a empresa pratica atividades de revenda, utiliza-se o CFOP 5102 – Venda de mercadorias adquiridas para revenda. 31 FINALIZANDO Nesta aula, estudamos alguns elementos necessários para a parametrização padrão dos lançamentos contábeis e posterior contabilização. Evidenciamos a importância dos conhecimentos contábeis na estruturação de um plano de contas, com seus históricos, iniciando com a estrutura do plano de contas, e partindo para elementos necessários aos lançamentos contábeis, a contabilização e parametrização dos lançamentos padronizados das operações bancárias e o ciclo de vendas e compras. 32 REFERÊNCIAS FAVERO, H. L.; LONARDONI, M.; DE SOUZA, C. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2011. GELBCKE, E. R. et al. Manual de Contabilidade Societária. 3. ed. 2018. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103>. Acesso em: 22 jul. 2019. MARION, C.; SANTOS, J. Contabilidade Básica. 2018. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/>. Acesso em: 22 jul. 2019. PADOVEZE, C. L. Sistemas de informações contábeis: fundamentos e análise. São Paulo: Atlas, 2015.
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