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Tuberculose cutânea Dermatologia 5° período Maria Geovana Resultam de infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, M. bovis, ou pelo bacilo de Calmette Guerin (BCG). → o bacilo é feito com o M. bovis atenuado Ocorrem por: *Colonização da pele pelo bacilo → tuberculose cutânea propriamente dita, tem o bacilo, bacilíferas, ou *Por processo de hipersensibilidade a foco tuberculoso ativo→ tuberculides: abacilares ou paucibacilares (raro). As lesões sofrem várias influências, nem todo bacilo se comporta da mesma forma e nem todo pc tem estado imunológico competente, gerando diferentes virulência. Também influencia se o pc já teve contato prévio com o bacilo. Bacilos de baixa virulência: causam lúpus vulgar Hospedeiro: idade (+ novo ou + velho)/estado geral de saúde (se tem dç de base, como Ca ou HIV +)/estado nutricional/fatores genéticos (HLA-B15 são mais predispostos à infecção). TUBERCULOSE PRIMÁRIA: o contato inicial com o bacilo de Koch se dá na infância, tendo a primoinfecção. Se a infecção é no pulmão ocorre o complexo primário tuberculoso, com lesão pulmonar (nódulo) + linfadenopatia regional. Se é na pele, faz complexo primário tuberculoso na pele (cancro) + linfadenopatia com ou sem linfangite. São pc virgens de exposição. TUBERCULOSE SECUNDÁRIA: ocorre em indivíduos previamente infectados com certo grau de imunidade. Tem PPD +. A TB pode ser classificada pela porta de entrada ou pela imunidade. Porta de entrada: Infecção exógena: primoinfecção na pele→ cancro tuberculoso (não tem imunidade prévia) . Tuberculose verrucosa cútis → tem imunidade prévia. Reação imune, decorrente de vacinação pelo BCG. Foco endógeno: extensão por continuidade de foco tuberculoso chega até a pele→ escrofuloderma (esse pc já é sensibilizado). Por disseminação linfática → Lúpus vulgar. Disseminação hematogênica → lúpus vulgar e tuberculose miliar aguda da pele. Auto-inoculação → pc muito imunocomprometidos, quando liberam bacilos por tosse, fezes, geram lesões por autoinoculação. Tuberculose primária Paciente que NÃO teve contato prévio com o bacilo CANCRO TUBERCULOSO: Inoculação da micobactéria na pele de indivíduo NÃO previamente infectado. Não tem resposta imunológica. Maior frequência em crianças. O bacilo penetra através de abrasões ou feridas na pele. Lesões orais podem ser oriundas de bacilos bovinos de leites não pasteurizados(M. bovis) (penetram em áreas traumatizadas ou extrações dentárias). COMPLEXO PRIMÁRIO DA PELE: 3-4 semanas após a inoculação = pápula, placa ou nódulo inflamatório = ulceração = sem tendência a cicatrização= linfadenopatia regional com ou sem linfagite = semanas ou meses fistuliza (abcesso frio) = material rico em bacilos. Cancro: tuberculose primária e exógena Possui curso crônico, podendo ter cura espontânea, pode permanecer ativa por meses, raramente evolui para lúpus vulgar e formas miliares de disseminação hematogênica. 10% com eritema nodoso (reação inflamatória por estímulo infeccioso), 3-6 semanas + à tuberculina. O pc inicia com PPD neg (pq nunca tinha tido contato com a doença) e depois de uns 2 meses evolui para PPD + HISTOPATOLOGIA: com granuloma tuberculóide e bacilos álcool-ácido-resistentes. DIAGNÓSTICO: bacilos nas secreções e histopatológico; cultura; PPD (inicialmente é negativo e depois na evolução fica positivo). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: esporotricose, doença da arranhadura do gato, sífilis, outras micobacterioses, outras formas de tuberculose cutânea→ são dçs verrucosas TUBERCULOSE CUTÂNEA DO BCG: Complicações da vacina: NÃO ESPECÍFICAS: erupções exantemáticas, eritema nodoso, reações eczematosas, granulomas, cistos epiteliais e cicatrizes queloidianas. ESPECÍFICAS: Lúpus vulgar (meses até 3 anos da vacinação)→ ocorre NO LOCAL da aplicação. São características de lúpus vulgar, mas no local da vacina. O paciente desenvolve tuberculose primária por causa do M. bovis atenudo. Fenômeno de Koch → indivíduo previamente sensibilizado ao bacilo (paciente já secundário) e corresponde a necrose e ulceração, com linfagite regional frequentemente); Escrofuloderma (pode ocorrer com fistulização que pode durar meses) + saída de secreção Outros: linfangite regional intensa complicação mais comum); abcessos subcutâneos (quando material da vacinação é aplicado muito profundamente) e erupções tipo tubercúlides (raro). Tuberculose secundária LÚPUS VULGAR: Não é complicação da BGC. É uma lesão em outras áreas que não a da vacina e que vem de outros focos. É um bacilo de baixa virulência Forma crônica der tuberculose cutânea, em indivíduos tuberculinos positivos, com moderada imunidade ao bacilo. Rara, origina-se de foca tuberculoso (pulmonar ou adenite cervical), dissemina por via hematogênica, linfática ou contiguidade. Acomete face, mento, mucosa oral, nasal e conjuntiva. Lesões em mácula, pápula ou nódulo de cor vermelha acastanhada e consistência mole, lesões coalescem e se tornam placas infiltradas circulares ou giratas, com evolução para atrofia central e ulceração. ** pela vitropressão obtém-se cor amarelada de geleia de maçã. Possui formas planas, hipertróficas, ulcerosas e cicatriciais. Evolução crônica sem tratamento (de anos ou décadas); Possível complicação é o carcinoma espinocelular, se não tto; HISTOPATOLOGIA: granulomas tuberculóides dérmicos com necrose caseosa central e bacilos raramente são encontrados. DIAGNÓSTICO: clínico, histopatológico, PPD forte reator e culturas +. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: lupus eritematoso, linfocitoma, sarcoidose, hanseníase, paracoccidioidomicosis, leishmaniose e sífilis terciária. Lesões infiltradas / Lesão ulcerada com borda elevada Contaminação: secundária (PPD +), disseminação linfática e hematogênica (ou contiguidade - menos comum) TUBERCULOSE VERRUCOSA: Entra no quadro de infecções exógenas, mas o é secundária (pc vacinado ou já entrou em contato na infância) e na vida adulta entram em contato novamente. Forma verrucosa, em doentes previamente sensibilizados através de infecção exógena. O bacilo penetra na pele de indivíduos com certo grau de imunidade, com PPD positivos. Médicos, patologistas, laboratoristas, fazendeiros e açougueiros se infectam acidentalmente na atividade profissional. Classificação: secundária e exógena Pápula ou pápulo-pústula que evolui para placa verrucosa no ponto de inoculação do bacilo. Crescimento excêntrico e pode ocorrer atrofia central. Acomete dorso de mãos, dedos e pés, unilateral. HISTOPATOLOGIA: hiperplasia epitelial com hiperqueratose e papilomatose , na derme infiltrado inflamatório com células epitelióides e células gigantes , eventualmente granulomas tuberculóides. Bacilos raramente encontrados. DIAGNÓSTICO: clínico, histopatológico, PPD fortemente positivo e culturas. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: síndrome verrucosa LECT (leishmaniose, esporotricosis, cromomicosis e TB cutânea), paracoccidioidomicose, micobacterioses atípicas, queratoacantoma, carcinomas (pp espinocelular), bromoderma e piodermites vegetantes. ESCROFULODERMA: É a forma mais comum. Em geral no pescoço, supraclavicular e submandibular, ao redor dos seios. Pela propagação de contiguidade à pele de lesões tuberculosas (linfonodos, ossos, articulações e epidídimo). PPD positivos, mais em crianças, adolescentes e idosos. *Nódulos subcutâneos que se fistulizam e ulceram eliminando material caseoso e purulento HISTOPATOLOGIA: no centro da lesão não é específico, mas na periferia observa-se granulomas tuberculóides. Bacilos ocasionalmente encontrados. DIAGNÓSTICO: clínico, histopatológico, PPD e culturas. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: paracoccidioidomicosis, actinomicosis, sifilíticas, esporotricose e hidrosadenitis. TUBERCULOSE ORIFICIAL: É uma forma rara da tuberculose das mucosas e da pele periorificial. Através da auto inoculação em doentes com tuberculose visceral progressiva → eliminação da micobactéria e assim há autoinoculação São pacientes com imunidade muito debilitada (anérgico) Tuberculose avançada, PPD negativo→ o déficitimunológico é tão grande que o PPD não + Lesões mucosas pápulo-pústulas que surgem, gerando úlceras irregulares circundadas por edema. Lesões dolorosas. HISTOPATOLOGIA: granulomas tuberculóides na profundidade do cório, infiltrado inflamatório inespecífico, bacilos facilmente demonstrados. DIAGNÓSTICO: quando já se tem o diagnóstico de tuberculose de órgãos internos, fica mais fácil, confirmando na histopatologia e culturas. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: sífilis, aftas e neoplasias. ** Esses pacientes eliminam grandes quantidades de bacilos e desenvolvem lesões por autoinoculação na boca e lábios (portadores de tuberculose pulmonar), em torno do ânus (tuberculose intestinal) e nos genitais (tuberculose urogenital). Dificultam na alimentação. TUBERCULOSE MILIAR AGUDA: É uma forma rara de tuberculose devido à disseminação hematogênica. Mais frequente em crianças. Forma septicêmica a partir de foco pulmonar ou meníngeo. Pode ter associação com doenças que reduzem as defesas imunológicas (AIDS, Ca). PPD negativos → pc anérgicos *Lesões disseminadas em tronco, maculosas, papulares, eritematosas e purpúricas com necrose central e crostas. HISTOPATOLOGIA: há necrose e infiltrado inflamatório inespecífico, com bacilos em torno e no interior dos vasos. DIAGNÓSTICO: A presença de tuberculose grave gera suspeita clínica, histopatologia e culturas. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: doença de Letterer-Siwe** (alterações dos histiócitos e células de Langerhans), pitiríase liquenóide aguda varioliforme, exantemas medicamentosos e sífilis secundária. ** A histiocitose de células de Langerhans é proliferação clonal de células fenotípicamente semelhantes às células de Langerhans. Anteriormente denominada Letterer-Siwe, é a forma mais comum e mais grave dessa enfermidade, acometendo sobretudo crianças até os dois anos de idade.A maioria dos casos ocorre em crianças. As manifestações podem incluir infiltrações nos pulmões, lesões ósseas, exantemas e disfunções hepáticas, hematopoéticas e endócrinas. O diagnóstico baseia-se na biópsia. Os indicadores de mau prognóstico são idade < 2 anos e doença disseminada, particularmente comprometendo sistema hematopoético, fígado, baço ou sua combinação. Os tratamentos compreendem medidas de apoio e quimioterapia ou tratamento local com cirurgia ou radioterapia, conforme indicado pela extensão da doença. Tubercúlides Hipersensibilidade à distância → pc tem foco de TB interna (óssea, pulmonar, ganglionar) e por hipersensibilidade desenvolvem lesões na pele Lesões abacilares. Tipos: ● TUBERCÚLIDE PÁPULO-NECRÓTICA; ● LÍQUEN ESCROFULOSO; ● ERITEMA INDURADO DE BAZIN. TUBERCÚLIDE PÁPULO-NECRÓTICA Indivíduos tuberculino positivos. Bacilos procedentes de um foco tuberculoso são liberados periodicamente na circulação, localizando-se em capilares cutâneos → Reação de hipersensibilidade tardia ao bacilo. Ocorrem em surtos, mais nas superfícies de extensão de membros (joelhos, cotovelos, dorso das mãos e dos pés) e porções inferiores do tronco e nádegas. *Pápulas e nódulos que sofrem pustulização e necrose central, com crosta e deixa cicatriz varioliforme HISTOPATOLOGIA: há necrose da derme com infiltrado inflamatório não específico circundando, contendo granulomas tuberculóides. Lesão vascular granulomatosa com formação de trombos. Geralmente abacilares. DIAGNÓSTICO: clínico, PPD +, histopatologia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: pitiríase liquenóide e varioliforme aguda, prurigos, vasculites e sífilis secundária. Lesões ativas: solta bacilo no sg e eles vão até capilares, gerando hipersensibilidade LÍQUEN ESCROFULOSO Tubercúlide rara. Mais comum em crianças e adolescentes. PPD +. *Superfícies laterias do corpo, composta por pápulas agrupadas em pequenas placas eritêmato-acastanhadas. HISTOPATOLOGIA granulomas tuberculóides na derme perifolicular e em torno dos ductos sudoríparos. DIAGNÓSTICO: clínico e histopatológico. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: erupções liquenóides de exantemas, sífilis secundária e mícides foliculares. ERITEMA INDURADO DE BAZIN Nódulos nas pernas que relaciona-se à tuberculose, constituindo uma verdadeira tubercúlide → esses nódulos são inflamações do TCSC, ou seja, uma paniculite. Paniculite lobular que quando está relacionada com tuberculose se denomina eritema indurado, quando se tem outra causa é denominado vasculite nodular. Liberação hematogênica de raros bacilos e condições circulatórias próprias desses doentes (eritrocianose, perniose e livedo reticular). PPD + nos casos relacionados com tuberculose; *Nódulos inflamatórios preferencialmente na parte posterior das pernas com tendência à ulceração. Pode ter hiperidrose palmo-plantar. HISTOPATOLÓGICO: paniculite granulomatosa lobular e vasculite granulomatosa de veias subcutâneas, raramente com bacilos. DIAGNÓSTICO: histopatológico, PPD +, cultivo do bacilo. Tratamentos De 8 a 10 meses. ISONIAZIDA: Na dose de 5-7 mg/kg/dia VO (máximo de 400 mg/dia), administra-se piridoxina junto para prevenção de neuropatia periférica. RIFAMPICINA: 600 mg/dia VO em jejum; ETAMBUTOL: 15-25mg/kg/dia VO (não pode para menores de 13 anos) ESTREPTOMICINA: 1-2g/dia com isoniazida ou outra droga; DROGAS DE SEGUNDA LINHA: pirazinamida, etionamida, kanamicina, cicloserina e ácido p-aminosalicílico.
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