Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI EAD ARTES VISUAIS ANTONIO LEONARDO RUFINO RODRIGUES O POVO MAIA, RELIGIÃO E PRODUÇÃO ARTISTÍCA Atividade 1 (A1) São Paulo 2021 ANTONIO LEONARDO RUFINO RODRIGUES O POVO MAIA, RELIGIÃO E PRODUÇÃO ARTISTÍCA Atividade 1 (A1) Atividade 1 (A1) de História da Arte apresentado ao curso de Artes Visuais da Anhembi Morumbi como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciatura em Artes Visuais. Tutor(a): Cida Oliveira São Paulo 2021 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SUMÁRIO ORIGEM E TRAÇOS RELIGIOSOS DO PERÍODO. 3 DEUSES MAIA. 4 PRODUÇÃO ARTÍSTICA 4 ESCULTURA E PINTURA: 5 Máscaras maias 5 ARQUITETURA E URBANISMO 6 DANÇA, TEATRO E VESTIMENTAS 7 CONTRIBUIÇÕES DESSE PERÍODO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ARTE 7 REFERÊNCIAS 9 1 ORIGEM E TRAÇOS RELIGIOSOS DO PERÍODO. A origem e expansão cultural e artística do período clássico Maia desdobrou- se em torno de 250 até 900d.C na região hoje denominada como Mesoamérica com uma população que apresentava cerca de 2 milhões de pessoas. Tendo como obras originais do período o “o Popol Vuh (Livro da Comunidade ou do Conselho)”, sendo considerada a bíblia dos maia-quiches, elaborada em 1550 e o “o Chilam Balam, escrito em maia de Yucatã na época da conquista e a Relação das Coisas de Yucatã, de 1566, composta pelo espanhol Diego de Landa, que inclui interessantes dados sobre a vida dos maias no século XVI.” O primeiro dado e mais significativo para o estudo da religião maia é de que eles eram politeístas, ou seja, reconheciam e aceitavam um ou mais deuses, que segundo sua crença residiam em Tamoanchan, lugar mitológico conhecido na cultura mesoamericana pós-clássica como o paraíso onde foi gerado o primeiro elemento da raça humana. Como na mitologia grega e egípcia o antropomorfismo fazia parte da crença do povo maia, seus deuses apresentavam essa característica de contrastar concepções humanas a animais. Tanto quanto o fitomorfismo, relacionado as plantas e seus órgãos, o zoomorfismo, atribuindo as divindades formas animais e a natureza astral, que correlaciona o plano físico ao espiritual, sendo um povo muito avançado nos estudos da astronomia. A natureza cercava grande parte da religião maia, já que segundo seus princípios ela era sagrada e controlada por forças espirituais e por seus antepassados. As cavernas, por exemplo, eram vistas como portais para o sobrenatural e usadas como templos divinos para a realização de rituais, popularizados pela utilização de substâncias alucinógenas, como o balche "composto por bebida alcoólica feita de mel, cascas de árvore e cogumelos alucinógenos". Porém os ritos de traspassamento eram exclusivos para a alta sociedade. Assim como outros povos antigos os maias realizavam, baseados em sua fé, sacrifícios humanos. Essas mortes eram vistas como uma forma de agradar aos deuses para que eles continuassem os abençoando e mantendo o plano físico em perfeito estado, já que os mesmos acreditavam que eram os deuses que controlavam a natureza e o sangue humano era de vital importância para o desenvolvimento do universo. Normalmente os sacrificados eram prisioneiros de guerra e aprisionados do rei, já que mais tarde o historiador Nicholas J. Saunders mostrou que os sacrifícios 3 feitos também poderiam ser vistos como uma questão política onde os reis administravam emboscadas para o aprisionamento de guerreiros, governantes e lideres de outras cidades-estado. Ainda assim existia a possibilidade de se voluntariar, sendo visto como uma oferenda aos deuses e o sacrifíco infantil, visto que as crianças representavam a pureza. 1.1 DEUSES MAIA. A figura mais importante do panteão maia é Itzamná, deus criador, senhor do fogo e do coração. Representa a morte e o renascimento da vida na natureza. Itzamná é vinculado ao deus Sol, Kinich Ahau, e à deusa Lua, Ixchel, representada como uma velha mulher demoníaca. Alguns pesquisadores acreditam que seu nome deriva das palavras com as quais supostamente se definiu ante os homens: "Itz en Caan, itz en muyal" ("Sou o orvalho do céu, sou o orvalho das nuvens"). Porém, também parece significar 'Casa da Iguana'. Segundo esta idéia, haveria quatro Itzamnás, correspondentes às quatro direções do Universo. Quatro gênios ou divindades, os Bacabs, por outro lado, aparecem sustentando o céu, identificados com os quatro pontos cardeais, que por sua vez estão associados a quatro cores simbólicas (Leste,vermelho; Norte, branco; Oeste, preto; Sul, amarelo), uma árvore (a seiva sagrada) e uma ave. Segundo a versão de alguns povos maias, seria filho de Hunab Ku, ser supremo e todo-poderoso. Chac, que se destacava pelo nariz comprido, ocupava o lugar de deus da chuva e costumava aparecer multiplicado em chacs, divindades que produzem a chuva esvaziando suas cabaças e jogando machados de pedra. As uo (rãs) são suas companheiras e agem anunciando a chuva. O jovem deus do milho, Ah Mun estava relacionado com a vegetação e com o alimento básico; frequentemente brigava com o deus da morte, Ah Puch, Senhor do nono inferno. Outras divindades associadas às trevas e à morte são Ek Chuah, deus negro da guerra, dos mercadores e das plantações de cacau, e também Ixtab, deusa dos suicídios (GONÇALVES SOUSA)1. 2 PRODUÇÃO ARTÍSTICA A arte maia é uma das mais distintas do período em que se encontra, utilizando diversos materiais em suas composições, abusando das técnicas de estilo naturalista trazendo figuras humanas como principal característica e com o intuito dominante de adornar palácios e templos que também se enquadram na contribuição desse povo para história da arte, trazendo sempre uma forte ligação com a religião, ao governo, sua narrativa e cultura. 1 Citação sobre os deuses retirada do estudo "História da religião maia" de Rainer Gonçalves Sousa apresentado nas Referências. 4 2.1 ESCULTURA E PINTURA: A pintura maia se entrelaça muito a arte da escultura, já que grande parte das obras pintadas por eles são cerâmicas. Contudo, os murais multicoloridos, executados através da técnica do afresco, encontrados nas paredes dos palácios e templos recebe grande visibilidade por representar cenas históricas, sociais, rituais e recorrentes na vida daquelas pessoas, podendo ser utilizado como documento histórico. Assim como o povo asteca, também de cultura mesoamericana, os maias produziam suas esculturas fundamentadas na religião. Carregando o estilo naturalista, tendo como materiais mais utilizados a madeira, pedras e gesso, sendo colocadas para embelezar escadarias, lápides e templos. 2.1.1 Máscaras maias No Templo das Máscaras, situado na Guatemala e utilizado pelos maias como centro para rituais e funerais, duas máscaras foram encontradas destacando mais uma vez a relação da arte com a religiosidade já que ambas foram construídas voltadas para os deuses do sol. De acordo com a mitologia, essas divindades inventaram a escrita hieroglífica e o desenho, elementos essenciais da arte maia.A configuração arquitetônica do Templo das Máscaras é a seguinte: • Fica a oeste da Grande Praça de Tikal, antiga cidade maia; • Tem altura de 38 metros; • Formato piramidal, com quatro plataformas, uma escada que vai da base ao topo e escadas de serviço nas laterais; • Três quartos no santuário superior; • Na decoração exterior, destacam-se estrelas com altares. No sítio arqueológico da Guatemala, para mostrar a importância da astronomia para os maias, existem máscaras para o Deus Sol (Kinich- Ahau) que foram confeccionadas em gesso ou jade. O jade era um material considerado mágico, por isso, era mais valorizado que o ouro. Os reis maias utilizavam a pedra ornamental como dentes postiços. Quando os reis eram enterrados, as máscaras fúnebres, peças importantes da arte maia, cobriam o seu rosto. As estátuas de Tikal em jade eram construídas dentro e fora dos túmulos. Segundo as crenças maias, isso favorecia a boa passagem do falecido para o país dos mortos. Uma das esculturas mais conhecidas da civilização é a máscara mortuária do Rei Pakal (23 Março 603 – 28 Agosto de 683). O governante do antigo estado de B’aakal, no México, foi encontrado por arqueólogos usando a máscara de jade e adornado com joias como braceletes, anéis e um volumoso colar. O uso de mascaras funerais na cultura maia era comum, mas somente em reis e pessoas de grande relevância. 5 Por causa da tradição, as máscaras mais trabalhadas eram feitas de diferentes tons de verde e azul. Para conseguir tais cores, além da jade, a arte maia era confeccionada com minerais e rochas. Os principais exemplos eram: • Turquesa; • Amazonita; • Malaquita; • Travertino; • Diorito; • Serpentinito. De volta para o exemplo da máscara mortuária do Rei Pakal, ela foi feita com mais de 300 pedacinhos de jade, todos montados em uma base de madeira. Como resultado da forma de elaboração, cada pedaço tem entre 2 milímetros a 7 centímetros de comprimento. Na grande parte dos casos, a matéria-prima das máscaras da arte maia vinha do rio Motagua, na Guatemala2. 2.2 ARQUITETURA E URBANISMO As cidades-estado da civilização maia são repletas de monumentos arquitetônicos, desde seus túmulos e observatórios até seus palácios e pirâmides reconhecidos ao redor do mundo, formando cartões postais inesquecíveis. A Chichen Itzá foi a capital dos maias, sendo a cidade mais importante da civilização, a qual era formada pela pirâmide de Kukulkan (El Castillo), o Templo de Chac Mool, a Praça das Mil Colunas e o Campo de Jogos dos Prisioneiros. Além dela, merecem destaque as cidades de Tikal, Uxmal, Quiriguá, Copán, Mayapán e Palenque3. Elaboradas em imensas estruturas de pedra, as construções eram levantadas com parede de terra batida e revestidas de pedra talhada ou argamassa. Já as casas comuns, que passam muitas vezes batidas pela história, eram construídas com matérias mais acessíveis como madeira e palha, tendo algumas poucas edificadas de pedra calcária, fugindo à regra. Dos tipos de construções feitas com a contribuição artística da civilização maia, as mais relevantes são: As plataformas cerimoniais; Os palácios; Os grupos E; As pirâmides e os templos; Os observatórios astronômicos. As plataformas cerimoniais eram feitas de pedra calcária com muros de menos de quatro metros de altura. Esse era o local reservado para as cerimônias públicas e ritos religiosos. Elas eram decoradas com figuras talhadas em pedra. Em alguns casos, a estrutura cerimonial tinha um tzompantli, tipo de estante de madeira usada 2 Citação sobre as máscaras maias retirada do estudo "Arte maia" de Thiago Conceição apresentado nas Referências. 3 Citação sobre a capital maia e suas cidades retirada do estudo "Arte Maia" de Daniela Diana apresentado nas Referências. 6 para a exibição pública de crânios humanos, geralmente de prisioneiros ou pessoas sacrificadas para as divindades.4. 2.3 DANÇA, TEATRO E VESTIMENTAS Assim como todas as outras formas de expressão artísticas anteriormente citadas, a dança e o teatro maia trazem consigo uma vertente agudamente religiosa. As apresentações desses estilos desenrolavam-se em cerimônias voltadas para os deuses. Nesses rituais eram comum oferendas, que poderiam ser desde alimentos, até sacrifícios animais e humanos. Por ser uma civilização voltada para agricultura, as vestimentas favoreciam essa ocupação. - As mulheres Maias usavam geralmente saias compridas e camisas largas de algodão, que cobriam com lenços de cores para tapar os ombros. Muitas destas camisas tinham flores bordadas e cores alegres. - Os homens Maias vestiam uma calça especial que chamavam "patí", com o peito descoberto. Esta calça também era enfeitada sempre com cores e bordados dando um toque colorido e alegre às peças. - A nobreza, que era bem mais rica, possuía muitos trajes e peças bordadas com pedras preciosas e plumas. Além disso, usavam grandes cintos, penteados, sandálias e todo tipo de complementos luxuosos que os distinguiam das classes inferiores. - Costumavam usar muitos ornamentos na cabeça, para dar um toque colorido aos cabelos: lenços, tiaras, chapéus, gorros em forma de cono, etc. - As classes superiores acrescentavam sempre jóias e ouro nos complementos que usavam para se enfeitar, independente do momento do dia. Eram muito conhecidos por essa particularidade. - Em momentos especiais onde celebravam e festejavam alguma coisa, costumavam ampliar o uso das jóias e de trajes como mostra de reverência. Sendo assim, aumentavam o uso do ouro, das jóias e de tudo o que pudessem estar usando5. 3 CONTRIBUIÇÕES DESSE PERÍODO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ARTE "A arte maia, a exemplo de outras civilizações, é o reflexo do estilo de vida e cultura de um povo", sendo assim toda sua arte é referencial de estudo para a nossa geração e as que ainda virão. Tendo como base os estilos aqui apresentados, "A arquitetura foi responsável pelo desenvolvimento de grandes construções em toda a mesoamérica, as quais se destacam hoje como sítios arqueológicos, visitados por milhões de pessoas anualmente". Fora o sistema de escrita até hoje estudado por muitos historiadores por conta de todo o mistério que o ronda, "parte importante do conhecimento que se tem 4 Citação sobre as principais construções retirada do estudo "Arte maia" de o_autor2019 (autor desconhecido) apresentado nas Referências. 5 Citação sobre as vestimentas maias retirada do estudo "Como se vestiam os Maias" de Redação umCOMO (autor desconhecido) apresentado nas Referências. 7 sobre a escrita e outros aspectos da cultura maia provém de três códices (manuscritos antigos), que foram levados para a Europa. Esses códices são chamados de Dresden, Madrid e Paris." Sendo assim, a arte maia foi excepcionalmente à frente de seu tempo em vários aspectos, proporcionando objetos de estudo riquíssimos para o campo das artes, para astronomia e para a história da humanidade. 8 REFERÊNCIAS ANÔNIMO, o_autor2019. Arte maia. Guia Estudo. Disponível em: https://www.guiaestudo.com.br/arte-maia. Acesso em: 23 fev. 2021. ANÔNIMO, Redação umCOMO. Como se vestiam os maias: 6 passos. Um Como. Disponível em: https://educacao.umcomo.com.br/artigo/como-se-vestiam-os-maias- 3672.html. Acesso em: 23 fev. 2021. ANÔNIMO, Sleipnir. Tamoanchan. Portal dos Mitos. Disponível em: http://portal- dos-mitos.blogspot.com/2016/05/tamoanchan.html. Acesso em: 23 fev. 2021. BEZERRA, Juliana. Maias: Tudo sobre a civilização maia. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/maias/. Acesso em: 23 fev. 2021. CONCEIÇÃO, Thiago. Arte Maia. Educa Mais Brasil. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/arte-maia. Acesso em: 23 fev. 2021. DIANA, Daniela. Arte Maia. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/arte- maia/#:~:text=A%20arte%20maia%20apresenta%20um,%C3%A9poca%20em%20q ue%20fora%20produzida.&text=Possui%20uma%20forte%20rela%C3%A7%C3%A3 o%20com,diversas%20divindades%20da%20civiliza%C3%A7%C3%A3o%20maia.. Acesso em: 23 fev. 2021. GONÇALVES SOUSA, Rainer . Religião Maia : História da ReligiãoMaia. História do Mundo. Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/maia/religiao- maia.htm. Acesso em: 23 fev. 2021. NEVES , Daniel. Maias: Introdução. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da- america/maias.htm#:~:text=Os%20maias%20acreditavam%20em%20diversos,de%2 0v%C3%A1rios%20povos%20da%20Mesoam%C3%A9rica.. Acesso em: 23 fev. 2021. NEVES SILVA, Daniel. Civilização Maia: Religião, política, decadência. História do Mundo. Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/maia. Acesso em: 23 fev. 2021. SOUSA, Rainer . Maias: Religião. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/maias-religiao.htm. Acesso em: 23 fev. 2021. 9
Compartilhar