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Síndrome dispéptica e hemorragia digestiva

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MED – SÍNDROME DISPÉPTICA e HEMORRAGIA DIGESTIVA 
 
SÍNDROME DISPÉPTICA 
 
Basta a presença de uma das três manifestações abaixo: 
DOR/ QUEIMAÇÃO EPIGÁSTRICA 
PLENITUDE PÓS-PRANDIAL 
SACIEDADE PRECOCE 
 
CAUSAS 
Refluxo 
Úlcera péptica 
Câncer 
Doença biliar 
Dispepsia funcional (não há causa orgânica – é sempre 
um diagnóstico de exclusão) 
 
Quando iremos indicar a EDA na primeira consulta 
em um paciente com síndrome dispéptica? 
INDICAÇÕES DE EDA 
1. Idade > 45 anos 
2. Presença de sinais de alarme para câncer 
 Emagrecimento 
 Anemia 
 Disfagia 
 Odinofagia (dor durante a deglutição) 
 
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) 
Retorno de um conteúdo gástrico (ácido) na direção 
do esôfago. 
A ocorrência de um fenômeno de refluxo não é 
necessariamente patológico. Existe uma entidade 
chamada de refluxo fisiológico (todos já tiveram e 
podem voltar a apresentar algum episódio ao longo da 
vida). Existe outra entidade, porém, que configura a 
doença do refluxo gastroesofágico. O que caracteriza a 
doença em si é um refluxo insistente, persistente, que 
gera um incômodo/ sintoma para o paciente. 
 
FISIOPATOLOGIA 
PERDA DE MECANISMOS ANTIRREFLUXO: 
 EEI: hipotonia, relaxamento inadequado 
 Junção esôfago-gástrica alterada 
Existe uma patologia denominada de hérnia de hiato, na 
qual há alteração da junção esôfago-gástrica – assim, a 
hérnia de hiato pode predispor à ocorrência de refluxo. 
 
QUADRO CLÍNICO 
ESOFAGIANO EXTRA-ESOFAGIANO 
 
Complicações: esofagite, 
úlcera, estenose péptica 
(disfagia), esôfago de Barrett 
TÍPICOS: 
 PIROSE 
 REGURGITAÇÃO 
 Faringite 
 Rouquidão 
 Tosse crônica 
 Broncoespasmo 
 PNM de repetição 
 
ATÍPICOS 
As complicações (vistas na EDA) são vistas em 50% dos 
casos. 
DIAGNÓSTICO 
CLÍNICO !! 
(PIROSE + REGURGITAÇÃO) 
 
.... ENDOSCOPIA? 
 EDA normal: não exclui DRGE (as complicações 
vistas na EDA são encontradas em apenas 50%) 
 EDA: afastar câncer e outras patologias 
IDADE > 45 anos 
SINAIS DE ALARME 
REFRATARIEDADE AO TRATAMENTO 
 
I DADE >45 ANOS 
H ISTÓRIA FAMILIAR 
H EMATÊMESE 
O DINOFAGIA & DISFAGIA 
A NEMIA 
L INFADENOPATIA 
A MARELÃO (ICTERÍCIA) 
R AUULL (VÔMITOS DE REPETIÇÃO) 
M ASSA 
E MAGRECIMENTO 
*Mnemônico para indicações de EDA 
 
ENDOSCOPIA: em metade dos paciente são encontradas 
complicações – esofagite, ulcera, estenose, Barrett 
 
ESÔFAGO DE BARRETT 
Trata-se de uma adaptação – uma troca de epitélio nativo 
do esôfago (escamoso estratificado) – geralmente da área 
mais distal, que é a que sofre mais agressão – por um 
epitélio colunar do tipo intestinal (mais resistente à 
acidez). 
 
Histologia: metaplasia INTESTINAL 
O diagnóstico de Barrett é histológico. A EDA não dá 
diagnóstico de esôfago de Barrett, o que a EDA faz é 
sugerir a existência de áreas esofagianas de esôfago de 
Barrett (área esofagiana de cor vermelho-salmão >> 
conduta: biópsia). 
 
O esôfago de Barrett é o principal fator de risco para 
o adenocarcinoma de esôfago (lesão pré-cancerosa) 
 
DRGE – TRATAMENTO 
MEDIDAS ANTIRREFLUXO 
Perda de peso, elevação da cabeceira, evitar comer 2-3 
horas antes de deitar (para aqueles com sintomas 
noturnos), eliminar alimentos que pessoalmente 
causem sintomas 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
Objetivo: reduzir a acidez gástrica 
Duração: 8 semanas 
 
INIBIDOR DE BOMBA DE PRÓTON (IBP) em “dose plena” 
Omeprazol 20mg/panto 40mg/ esome 40mg/ lanso 30 mg 
 
Tomar em jejum / 30 minutos antes do café da manhã 
*Recorrência: IBP “sob demanda” ou crônico 
*Sem melhora: IBP “dose dobrada” (2x/dia) 
Obs.: ao suspender a medicação, o indivíduo pode voltar 
a apresentar sintomas – nesse caso é recomendável que 
ele faça uso do IBP ‘sob demanda’ (durante o período em 
que estiver sintomático); outra possibilidade é que ele 
utilize a medicação de forma crônica (ininterrupta). 
Para aqueles indivíduos que inicialmente não 
apresentam melhora, deve-se dobrar a dose de IBP. E, o 
indivíduo refratário é aquele que não responde à dose 
dobrada da medicação. 
 
MED – SÍNDROME DISPÉPTICA e HEMORRAGIA DIGESTIVA 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
Para quem: 
 Refratário (sintoma mesmo com IBP 2x) 
 Alternativa ao uso crônico 
 Complicação: estenose/ úlcera 
 
CIRURGIA: FUNDOPLICATURA 
 
Fazer antes: 
 pH metria 24 horas 
 Esofagomanometria 
 
FUNDOPLICATURA DE NISSEN / TOTAL (360º.) 
 Evitar se: esofagomanometria com 
 <30mmHg no esôfago distal 
 <60% de atividade peristáltica 
Fundoplicatura parcial anterior (DOR/ THAL) 
Fundoplicatura parcial posterior (TOUPET/LIND) 
 
 
PARA A PROVA: ESÔFAGO DE BARRETT 
IBP 1x/dia (independente de manifestação clínica) 
Independente da manifestação de refluxo, eles devem 
utilizar IBP 1x/dia. E, além disso, como esses pacientes 
podem evoluir para adenocarcinoma ... devemos ter mais 
cuidado (veja a evolução): 
Pelo novo consenso americano (dezembro de 2015) 
SEM DISPLASIA EDA 3-5 anos 
 
DISPLASIA DE BAIXO 
GRAU 
 Ablação endoscópica (ou 
EDA 12 meses) 
 
DISPLASIA DE ALTO 
GRAU 
 Ablação endoscópica 
 
ADENOCARCINOMA 
INVASIVO 
 Aula de câncer ... 
 
ÚLCERA PÉPTICA 
Estômago/ Duodeno 
 
QUADRO CLÍNICO & DIAGNÓSTICO 
ÚLCERA GÁSTRICA ÚLCERA DUODENAL 
Dispepsia pior com 
alimentação 
Dispepsia pior 2-3 horas 
após alimentação e à noite 
 <45 anos e sem sinais de alarme: diagnóstico 
presuntivo 
 >45 anos ou sinais de alarme: EDA 
 Se úlcera gástrica: pode ser câncer! 
 Biopsiar sempre 
 Controle de cura (nova EDA) 
**Câncer de duodeno é extremamente incomum, ao 
contrário de câncer gástrico. 
Ao alimentar >> o estômago aumenta a produção de ácido >> 
a úlcera gástrica piora com a alimentação. Já no duodeno, para 
que o ácido chegue até o duodeno e piore a dor, isso demanda 
um certo tempo após a alimentação. 
 
FISIOPATOLOGIA 
AGRESSÃO: ÁCIDO 
FACILITADORES: H. pylori, AINES 
 
 
FISIOLOGIA GÁSTRICA 
A maior produção de ácido ocorre no fundo gástrico 
(onde há maior população das células que possuem as 
bombas de prótons – células parietais). As bombas de 
prótons para funcionarem, devem ser estimuladas. 
 
 
 
 
No antro existem dois tipos de células: 
1. Célula G: produtora de gastrina (estimuladora da 
bomba de H+ >> acidez) 
2. Célula D: libera outro hormônio chamado de 
somatostatina, que irá inibir a gastrina. 
Outro estímulo para as bombas de H+ é o nervo vago, e, 
por último, temos também a histamina. 
 
REDUZIR A ACIDEZ 
 Inibidor da bomba de próton (prazol) 
 Bloqueador histamínico (ranitidina...) 
 Vagotomia/ antrectomia 
 
Anti-inflamatórios 
Mecanismo de ação: inibidores da COX (cicloxigenase) 
(1) COX-1: prostaglandinas “do bem” >> são mantenedoras da 
barreira mucosa 
(2) COX-2: prostaglandinas “do mal”>> responsáveis pelo 
processo inflamatório 
 
Tipos de AINES: 
 Não seletivos: ao inibir a COX-1 >> perda da barreira 
mucosa >> facilita a ação do ácido 
 Seletivos da COX-2 >> receio de que possam induzir 
agregação plaquetária (por esse motivo muitos já foram 
retirados do mercado) 
 
Helicobacter pylori 
Bacilo gram (-) 
Mecanismo de ação: 
INFECÇÃO NO ANTRO 
>> destruição das células D (somatostatina) 
 
HIPERCLORIDRIA 
 
ÚLCERA PÉPTICA 
 
INFECÇÃO DISSEMINADA 
>> destruição das células parietais (ácido) 
 
HIPOCLORIDRIA + BARREIRA 
 
ÚLCERA PÉPTICA 
 
Outra patologia: 
ESTIMULO AOS LINFÓCITOS B 
 
CÉLS PARIETAIS ÁCIDO 
CÉLS G GASTRINA 
CÉLS D SOMATOSTATINA 
NERVO VAGO 
HISTAMINA 
 
 
MED – SÍNDROME DISPÉPTICA e HEMORRAGIA DIGESTIVA 
 
LINFOMA MALT 
Para todo paciente com diagnóstico de úlcera péptica 
= pesquisa de HP 
Por endoscopia 
(Testes invasivos) 
Sem endoscopia 
(Testes não-invasivos) 
 TESTE DA UREASE NA 
BIÓPSIA 
 HISTOLOGIA 
 CULTURA 
 TESTE DA UREASE 
RESPIRATÓRIA 
 AG FECAL 
 SOROLOGIA 
Obs.: a sorologia não serve para controle de cura – o anticorpo 
pode permanecer (+) indefinidamente, ou, mesmo que o HP 
seja erradicado, o ac pode demorar muito tempo para 
negativar. 
 
Helicobacter pylori – indicações de ERRADICAÇÃO 
 Úlcerapéptica 
 Linfoma MALT 
 Dispepsia funcional 
 Prevenção de câncer gástrico: pós-gastrectomia 
por CA, metaplasia intestinal no estômago, parente 
de 1º. Grau com CA 
 Uso crônico de AAS/AINE e alto risco de úlcera 
 
Helicobacter pylori – esquema para erradicação 
CLARITROMICINA 500mg – 2 x/dia 
AMOXICILINA 1g 2x/dia 7 dias 
OMEPRAZOL 20mg 2x/dia 
 
Indicações de controle de cura: 
 ÚLCERA PÉPTICA 
 LINFOMA MALT 
≥4 semanas após o término do tratamento ... 
 
Sorologia NÃO !!! 
 
Úlcera péptica refratária ... 
Quando não houver H. pylori e nem AINEs, lembrar de: 
SÍNDROME DE ZOLLINGER-ELLISON (GASTRINOMA) 
 
DISPEPSIA POR ULCERA? 
>45 anos OU 
Sinais de alarme 
 <45 anos e sem 
sinais de alarme 
  
Diagnóstico por EDA Diagnóstico 
presuntivo 
Pesquisar HP 
(invasivo-EDA) 
 Pesquisar HP 
(não invasivo) 
 
Tratamento 
 IBP por 4-8 semanas 
 Tratamento HP (se positivo...) 
 
H. pylori 
Úlcera gástrica 
(nova EDA) 
Controle de 
cura? 
H. pylori 
 
 
CIRURGIA NA ÚLCERA PÉPTICA 
ÚLCERA PÉPTICA 
(HIPERCLORIDRIA) 
 DUODENAL 
 GÁSTRICA II 
(corpo gástrico) 
 GÁSTRICA III 
(pré-pilórica) 
ÚLCERA PÉPTICA 
(HIPOCLORIDRIA) 
 GÁSTRICA I 
(pequena curvatura baixa) 
 GÁSTRICA IV 
(pequena curvatura alta) 
 
 
Se hipercloridria: vagotomia +/- antrectomia 
Se gástrica: retirar a área do estômago que contiver a 
úlcera (pelo medo de câncer) 
 
ÚLCERA DUODENAL 
VAGOTOMIA TRONCULAR + PILOROPLASTIA 
VAGOTOMIA TRONCULAR + ANTRECTOMIA 
VAGOTOMIA SUPERSELETIVA (GÁSTRICA PROXIMAL) 
Uma das funções do nervo vago é o relaxamento do 
piloro (para permitir que o alimento passe 
gradualmente do estômago para o duodeno). Assim, se 
o indivíduo for submetido a uma vagotomia troncular, 
o cirurgião terá de associar ao procedimento uma 
piloroplastia (nada mais é do que uma incisão na 
musculatura do piloro – que ficará permanentemente 
relaxado, permitindo assim o esvaziamento do 
estômago) ou uma antrectomia (o porte da cirurgia é 
muito maior, mas em compensação, irá reduzir muito 
mais a acidez gástrica – lembrando que no antro temos 
as células G produtoras de gastrina). Se o antro for 
retirado, o trânsito deve ser reconstruído ... 
RECONSTRUÇÃO DO TRÂNSITO 
 BILLROTH I (gastroduodenostomia) 
 BILLROTH II (gastrojejunostomia+ alça aferente >> 
alça de duodeno que se continua com a anastomose 
gastrojejunal) 
Outra opção cirúrgica é a vagotomia superseletiva – 
nesta, é mantida a inervação vagal para o piloro – esse 
paciente não terá problemas de esvaziamento gástrico e 
assim não será necessária a associação de outro 
procedimento. 
 
VAGOTOMIA SUPERSELETIVA  recidiva 
 complicações 
VAGOTOMIA TRONCULAR + 
PILOROPLASTIA 
Intermediária 
VAGOTOMIA TRONCULAR + 
ANTRECTOMIA 
 recidiva 
 complicações 
 
ÚLCERA GÁSTRICA 
TIPO I 
(HIPOCLORIDRIA) 
Pequena curvatura 
baixa 
ANTRECTOMIA + 
RECONSTRUÇÃO A BILLROTH I 
TIPO II 
(HIPERCLORIDRIA) 
Corpo 
VAGOTOMIA TRONCULAR + 
ANTRECTOMIA + 
RECONSTRUÇÃO A BILLROTH II 
(ou I) 
Obs.: a antrectomia é estendida para 
que seja retirada a área que contém a 
úlcera. 
TIPO III 
(HIPERCLORIDRIA) 
Pré-pilórica 
VAGOTOMIA TRONCULAR + 
ANTRECTOMIA + RECONSTRUÇÃO A 
BILLROTH II (ou I) 
TIPO IV GASTRECTOMIA SUBTOTAL + 
 
TIPO IV 
TIPO I 
TIPO II 
TIPO III 
DUODENAL 
MED – SÍNDROME DISPÉPTICA e HEMORRAGIA DIGESTIVA 
 
(HIPOCLORIDRIA) 
Pequena curvatura 
alta 
RECONSTRUÇÃO EM Y DE ROUX 
 
 
COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS 
Gastrectomia + reconstrução 
 Sìndrome de Dumping 
 Gastrite Alcalina 
 Síndrome da Alça Aferente 
 
SÍNDROME DE DUMPING 
Perde barreira pilórica  alimento direto ao duodeno 
 
Dumping precoce Dumping tardio 
Distensão intestinal: 
Gastrointestinais 
(mecânicos): dor, náusea, 
diarreia,.. 
Vasomotores: taquicardia, 
palpitação, rubor.. 
Ocorre cerca de 15 -20 min 
após a alimentação 
2 a 3 horas – HIPOGLICEMIA 
A refeição chega de uma vez 
só ao duodeno>> a refeição é 
simultaneamente absorvida 
>> liberação exagerada de 
insulina >> com o passar do 
tempo (2-3h) a glicose 
circulante acaba, mas ainda 
há insulina sobrando ... >> 
hipoglicemia 
 
TRATAMENTO: dietético 
Deitar após a alimentação: lentifica a passagem de alimento 
ao duodeno 
Fracionar as refeições 
O piloro tem uma função de ‘barreira’ de maneira que ao 
se relaxar aos poucos, permite a passagem gradual dos 
alimentos do estômago para o duodeno. Com isso, há 
também uma absorção gradual dos alimentos, e, 
consequentemente, o pâncreas também libera pequenas 
alíquotas de insulina. 
Na síndrome de Dumping, há uma perda dessa barreira 
pilórica (função de ‘freio’), de maneira que a refeição é 
‘derramada’ diretamente no duodeno. Temos a Dumping 
precoce e a tardia 
 
GASTRITE ALCALINA 
(Gastropatia por refluxo biliar) 
Refluxo de conteúdo biliar e pancreático  Gastrite 
 MAIS COMUM: BILLROTH II 
 CLÍNICA: DOR CONTÍNUA, SEM MELHORA COM VÔMITO 
(BILIOSO) 
 TRATAMENTO: REOPERAÇÃO (Y DE ROUX) 
Obs.: colestiramina: pode atenuar os sintomas (é uma 
droga que inativa a bile – é na realidade, um quelante de 
sal biliar) 
Na gastrite alcalina o estômago torna-se inflamado e 
irritado pois não está preparado para receber secreções 
pancreática e biliar. 
Em BII as secreções biliares e pancreáticas acabam se 
aproximando do estômago, de modo que refluem mais 
facilmente; em BI, isso também pode ocorrer, mas é 
mais difícil, pois as secreções precisam caminhar em 
sentido antiperistáltico. 
Como a inflamação persiste, a dor é contínua e não há 
melhora com os vômitos. O tratamento padrão é a 
reoperação em Y de Roux. A colestiramina é uma droga 
que pode melhorar/ atenuar os sintomas por inativar a 
bile (porém, o estômago continuará a ser agredido pela 
secreção pancreática). 
 
SÍNDROME DA ALÇA AFERENTE 
Angulação da alça aferente  semi-obstrução 
 Só ocorre em BILLROTH II 
 Clínica: dor melhora com vômito (bilioso e em jato) 
 Tratamento: Y de Roux 
A alça aferente sofre uma angulação/ dobra de maneira 
que há uma semi-obstrução >> a alça começa a 
distender (pois ela recebe bile e suco pancreático mas 
não há para onde drenar) >> dor >> em determinado 
momento, essa obstrução pode se desfazer >> o 
conteúdo da alça é rapidamente expulso >> vômito 
bilioso >> melhora da dor após o vômito (são vômitos 
não precedidos por náuseas – em jato). 
Para que o doente não tenha novos episódios, o ideal é 
que o doente seja reoperado pela técnica de Y de Roux 
Obs.: a técnica de Y de roux é uma cirurgia de maior 
porte e mais sujeita a complicações, e, considerando que 
as complicações cirúrgicas com as demais técnicas são 
relativamente raras, não se justifica operar todos os 
pacientes com a técnica de Y de Roux. 
 
Obs.: 
NEM -1 (Síndrome de Werner) 
*Lembrar: 3Ps 
Úlceras pépticas refratárias sem relação com AINEs ou 
HP  pensar em GASTRINOMA! 
Síndrome de Zolliner –Ellinson (gastrinomas) 
Confirmação 
 Gastrinemia (>1000pg/mL) 
 pH gástrico (<2,5) 
 Teste da secretina (gastrinemia) 
Tratamento 
 Terapia antissecretora intensa 
 Localizar e extrair o tumor 
 PÂNCREAS 
 PITUITÁRIA (hipófise) 
 PARATIREOIDE 
 
HEMORRAGIA DIGESTIVA 
 
(1) Estabilização clínica 
Nas primeiras 48h:não confiar no hematócrito! 
Avaliar diurese !! 
(2) Descobrir fonte e tratar 
Sangramento alto ou baixo? 
(3) Prevenir novos sangramentos: 
Drogas/ endoscopia/ cirurgia 
 
DESCOBRIR FONTE 
Quem faz a divisão entre o duodeno e o jejuno = LIGAMENTO 
DE TREIZ. As hemorragias acima desse ligamento serão 
denominadas de altas, e as hemorragias abaixo desse 
ligamento, serão chamadas de baixas 
 
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA 
 
LIGAMENTO DE TREITZ 
 
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA 
 
 
MED – SÍNDROME DISPÉPTICA e HEMORRAGIA DIGESTIVA 
 
ALTA 
MAIS 
COMUM 
(80%)E 
MAIS 
GRAVE 
Clínica: hematêmese/ melena 
Sonda nasogástrica: presença de sangue 
Exame confirmatório e terapêutico: EDA 
nas primeiras 24 horas (a EDA resolve até 98% 
dos casos de sangramento digestivo alto) 
BAIXA Clínica: hematoquezia/ enterorragiaSonda nasogástrica: líquido bilioso sem 
sangue 
Exame confirmatório e terapêutico: 
colonoscopia 
Enterorragia = sangramento vermelho-vivo em grande 
quantidade 
Hematoquezia = sangramento vermelho-vivo nas fezes em 
pequena quantidade 
Obs.: muitas vezes os termos são utilizados como sinônimos 
nas questões. 
 
O sangue para ser digerido no tubo digestivo demora cerca de 
14h, assim, diante de grandes hemorragias de sítio alto, o 
sangue não terá tempo para ser digerido e assim, o doente pode 
apresentar sangue vivo nas fezes – 10-20% das 
hematoquezias tem origem alta! 
 
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA 
 
CAUSAS 
 ÚLCERA (+ comum) 
 VARIZES ESOFAGO-GÁSTRICAS 
 LACERAÇÕES -MALLORY-WEIS (vômitos de repetição) 
Mnemônico: ÚVULA 
 
ÚLCERA PÉPTICA 
As principais complicações de uma UP são: 
sangramento, perfuração e obstrução. A que mais mata 
é o sangramento! 
CLASSIFICAÇÃO DE FORREST 
I A – arterial Risco de ressangramento 
ALTO B - babando 
II A – vaso visível ALTO 
B- coágulo MÉDIO 
C - hematina BAIXO 
III Base clara BAIXO 
 
Para lembrar 
 CHILD-PUGH(BEATA)/ MELD (BIC) 
 FORREST 
 
Conduta 
1) Terapia clínica e endoscópica 
 Inibidor de bomba de protons 
 Suspender AINEs 
 Tratamento de Helicobacter pylori 
I-IIA/B* Inibidor de bomba de próton IV + 
Endoscopia (química/térmica/mecânica) – o 
melhor é a combinação entre elas 
Por definição, a falha endoscópica define-se com 2 tentativas 
(*) teoricamente, na presença de coágulo, a conduta seria 
lavagem; porém, na prática, ele é encarado como alto risco. 
 
2) Terapia cirúrgica 
 Falha endoscópica: 2 tentativas 
 Choque refratário: >6U sangue; hemorragia 
recorrente 
 Hemorragia contínua: >3U/dia 
 
Qual a cirurgia? 
ÚLCERA 
DUODENAL 
PILOROTOMIA + ULCERORRAFIA + VAGOTOMIA 
TRONCULAR + PILOROPLASTIA (de HEINEKE-
MIKULICZ) 
 
Outras causas de HDA 
VARIZES Pressão portal > 12mmHg 
Volume: reposição cautelosa 
Droga: terlipressina, octreotide 
EDA: ligadura ou escleroterapia 
Profilaxia: beta-bloq+ligadura+atb 
MALLORY-
WEISS 
VÔMITOS VIGOROSOS 
... junção esofagogástrica 
90% dos casos são autolimitados 
HEMOBILIA Sangue na via biliar 
Trauma, cirurgia de via biliar 
Tríade de Sandblom: hemorragia 
digestiva + dor em hipocôndrio direito + 
icterícia 
Diag. e tratamento: arteriografia 
ECTASIA 
VASCULAR 
(ESTÔMAGO EM 
MELANCIA) 
Mulher, cirrose,.. 
Clínica: anemia ferropriva 
Tratamento: ferro, transfusão 
 
DIEULAFOY ... no estômago: artéria dilatada na 
submucosa 
Mais comum em homens 
Pode levar a sangramento maciço 
Tratamento: EDA 
 
 
HEMATOQUEZIA 
HEMATOQUEZIA ... HD BAIXA PROVÁVEL 
 
EXCLUIR DOENÇA ANORRETAL 
(principalmente em pacientes jovens, 
sem história para câncer) 
 
EXCLUIR HD ALTA 
(nos sangramentos volumosos) 
 
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA 
 
CAUSAS 
 DIVERTÍCULO 
DIVERTÍCULO DE MECKEL (crianças/ adultos jovens) 
 ANGIODISPLASIA 
É a principal causa de sangramento obscuro (delgado) 
 CÂNCER (principal tipo: adenocarcinoma) 
 Obs.: hoje o mais correto é que o sangramento só seja chamado 
de obscuro quando for investigado o delgado e verificado que o 
sangramento não é proveniente deste segmento. 
 
ABORDAGEM 
COLONOSCOPIA 
Lesão visualizada Lesão não visualizada 
TRATAR ... CINTILOGRAFIA* (0,1mL/min ) 
 
ARTERIOGRAFIA 
(>0,5ml/min) 
 
COLECTOMIA TOTAL ou SUBTOTAL 
(*) Vantagens: capaz de detectar fluxo a partir de 0,1mL/min (mais 
sensível)/ Desvantagens: localização imprecisa; não é terapêutica 
 
MED – SÍNDROME DISPÉPTICA e HEMORRAGIA DIGESTIVA 
 
DOENÇAS ANORRETAIS 
AVALIAÇÃO INICIAL 
 Orientação 
 Posição: 
1) Posição de Sims 
2) Posição genupeitoral (melhor para o exame) 
3) Posição de litotomia modificada 
Obs.: a mais utilizada por proctologistas é a genupeitoral. 
 Inspeção e toque retal 
 Retossigmoidoscopia e anuscopia 
 
1) HEMORROIDAS 
2) FISSURAS 
3) ABSCESSOS 
 
HEMORROIDAS 
 Hemorroidas externas: abaixo da linha pectínea 
... dieta + higiene local 
... EXCISÃO SE TROMBOSE < 72 HORAS 
 Hemorroidas internas: acima da linha pectínea 
 
SANGRAMENTO INDOLOR E PRURIDO 
Obs.: a dor só estará presente se houver trombose 
 
1º. Grau Sem prolapso Dieta e higiene local 
2º. Grau Redução espontânea Ligadura/ 
escleroterpia/ 
infravermelho 
3º. Grau Redução manual Idem 2º. grau 
4º. Grau Sem redução Hemorroidectomia 
 
 
 
FISSURA ANAL 
 
SANGRAMENTO DOLOROSO À EVACUAÇÃO 
Local mais comum: linha média posterior 
(se ela foge da linha média: pensar em causa secundária 
 Doença de Crohn – principalmente) 
AGUDA Dieta/ higiene/ analgesia/ corticoide 
CRÔNICA* 
(>3-6 sem) 
Relaxante esfincteriano: nitrato/ 
bloqueador de canal de cálcio 
Lateral esfincterotomia interna 
(*)Fissura >> hipertonia >>vascularização >> fissura 
 
Podem complicar: FÍSTULA ANAL 
A mais comum é a interesfinctérica (45%) 
 
REGRA DE GOODSALL-SALMON 
 Orifício externo posterior >> trajeto curvo e 
chega até a linha média para drenar .. 
 Orifício externo anterior >> trajeto retilíneo 
 
Tratamento: 
 Fistulotomia 
 Tração com seton 
 
 
 
ABSCESSO ANORRETAL 
 
DOR PERIANAL + FEBRE 
 
Drenagem de urgência !!

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