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Risco de Contaminação por Glifosato em Recursos Hídricos

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UNIVERSIDADE FEDERAL FRONTEIRA SUL – UFFS
CAMPUS ERECHIM
ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
TOXICOLOGIA AMBIENTAL
RISCO DE CONTAMINAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS POR PESTICIDAS 
GLIFOSATO
DISCENTE: CHARLINE VENERAL
DOCENTE: MARILIA TERESINHA HARTMANN
OUTUBRO, 2020.
RESUMO 
Devido ao aumento populacional a cultura agrícola necessita de maior efetividade na produ-
ção a fim de suprir a demanda destes indivíduos. Para garantir elevada produtividade, utiliza de
agentes químicos tanto para inserção de nutrientes no solo, quanto para o controle de pragas e ervas
daninhas.
O glifosato, devido sua eficiente e praticidade, é um dos herbicidas mais comercializados
mundialmente. O mesmo possui aplicação nos mais variados cultivos, caracterizando assim sua am-
pla utilização entre os agricultores. 
Com tamanho uso e efetividade, alguns estudiosos passam a analisar seu efeito em corpos
hídricos, fauna e flora. Para avaliar o potencial de contaminação pelo glifosato pesquisadores verifi-
cam concentrações encontradas em meios de despejos e analisam os efeitos em seres ditos como
não alvo.
O presente trabalho, busca mensurar o grau de toxicidade em águas superficiais e subterrâneas
através de comparativo entre valores tabelados com valores obtidos por intermédio dos modelos
matemáticos de GUS e LEACH. Entre os dados obtidos e valores calculados, não se pode concluir a
efetiva contaminação por glifosato. 
INTRODUÇÃO
Dado o elevado crescimento populacional, conota-se um crescente desenvolvimento das áreas
agrícolas na necessidade de suprir a demanda de tantos indivíduos. Para garantir produtividade cor-
riqueiramente os agricultores utilizam agentes químicos com finalidades diversas, variando deste a
fertilização dos solos até o controle de pragas e ervas daninhas. Tal via econômica, apesar de pare-
cer bastante viável e prática, apresenta agravantes por se tratar de produtos potencialmente poluen-
tes.
Dentre os mais variados compostos químicos empregados na agricultura, o glifosato apresenta
uma certa preferência entre usuários. Resultados vantajosos como método de controle para ervas da-
ninhas anuais e perenes, salientam a ampla utilização do glifosato em diversas culturas de plantio.
Entre outros aspectos como toxicologia, ecotoxicologia, praticidade quanto ao manuseio, ocasiona-
ram na liderança mundial nas vendas desde herbicida que é comercializado em mais de 119 países
por mais de 150 marcas (Moraes e Rossi, 2010).
“O herbicida Glifosato, sal de isopropilamina de N-(fosfonometil)-glicina, C3 H8
NO5 P, é um dessecante sistêmico, pós-emergente, de largo espectro e não-seleti-
vo. Em contato com ervas daninhas indesejadas é rapidamente absorvido pelas fo-
lhas, interrompendo a biossíntese de ácidos aminoaromáticos essenciais. Assim,
compromete a produção de clorofila e carotenóides, causando danos celulares ir-
reversíveis.(...)” (Silva et al, 2003).
O mecanismo de atuação do herbicida glifosato e seus derivativos é idêntico, ambos atuam
como inibidores da enzima enol-piruvil-shiquimato-fosfato-síntase (EPSPs), impedindo a síntese de
aminoácidos aromáticos essenciais, fenilalanina, tirosina e triptofano que precedem a formação de
produtos como lignina, alcalóides, flavonóides e ácidos benzóicos. Assim de modo sistemático as
plantas apresentam sintomas característicos passando por amarelamento dos tecidos vegetais, necro-
se e consequentemente morte em curto período de tempo (Amarante, 2002).
Visto que a efetividade do glifosato é demasiada agressiva como herbicida, preocupações pas-
sam a assolar a mente de ambientalistas e pesquisadores. Em virtude de tais preocupações, estudio-
sos dedicam-se a investigar o potencial de contaminação do glifosato em corpos hídricos, fauna e
flora. Como é o caso de Moraes e Rossi que avaliaram os impactos do glifosato no ar, água e solo.
Constataram com esta pesquisa que em questões de contaminação do ar o glifosato, apesar de apre-
sentar concentrações máximas de 6,2 μg/L em uma frequência de 10% em águas pluviais na Bélgica
entre outras ocorrências na União Europeia e Estados Unidos, não se mostra como contaminante la-
tente devido sua pressão de vapor não ser significativa. Entretanto devido a alta capacidade de ad-
sorção de solos e o glifosato ser essencialmente imóvel na maioria dos mesmos, sua persistência no
meio pode afetar a viabilidade da microbiota, inibindo ou estimulando a proliferação de algumas es-
pécies. Quanto sua presença em águas o glifosato apresenta grande solubilidade, portanto elevada
mobilidade e baixa persistência principalmente em águas superficiais e turbulentas.
Não obstante, em uma revisão da toxicidade em peixes por glifosato, Lorensi et al. apresenta
dados de elevada toxicidade generalizada em peixes, que por viés metabólico tiveram contato com o
herbicida e suas variadas formulações. Entre as perturbações causadas aos indivíduos, o autor sali-
enta alterações em marcadores bioquímico, oxidativos e comportamentais. Deste modo, os peixes
apresentam-se como possíveis biomarcadores de toxicologia ambiental de contaminante em meio
aquático.
ESPECIFICAÇÃO QUÍMICA 
Entre as descrições técnicas descritas pelo GSI Environmental para o glifosato podemos des-
tacar algumas, de acordo com a tabela que segue:
Propriedades físicas Valor
Massa Molecular (g/mol) 169,07
Solubilidade em água 20-25ºC (mg/L) 12.000
Coeficiente de adsorção (Koc) (mg/L) 24.000
Tempo de meia vida em solo (dias) 47
Coeficiente de partição octanol/água (Kow)
(log L/kg)
-1,6
Pressão de vapor 20-25ºC (mmHg) 3,0x10-7
Coeficiente de difusão no ar (cm2/s) 5,07x10-2
Tabela 1. Propriedades do Glifosato. 
As condições de meia-vida do glifosato e seus derivativos podem ser variáveis de acordo com
o tipo de ambiente a que ele é despejado. Em casos de solo esses valores variam entre 2 e 197 dias,
mas em contato com água esses valores são reduzidos para 12 a 60 dias. As condições climáticas
podem interferir consideravelmente para essa permanência, como foi o caso das florestas Suecas,
devido ao congelamento do solo um metabólico do glifosato, o ácido aminometilfosfônico (AMPA),
foi encontrado 2 anos após sua aplicação (Torstensson, 1989).
MODELOS MATEMÁTICOS
O presente trabalho se destina a uma verificação do glifosato como um potencial contaminan-
te em águas superficiais e profundas. Para tal, utilizaremos os modelos matemáticos de Groundwa-
ter Ubiquity Score ou índice de GUS e LEACH, que mediante comparativo do valor obtido com da-
dos tabelados, conforme as tabelas que seguem, conseguimos predizer qual o grau de toxicidade. 
Escala de Classificação do índice de GUS
GUS < 1,8
1,8 < GUS ≤ 2,8
GUS > 2,8
Não sofre Lixiviação (NL)
Faixa de Transição (T)
Lixiviante (L)
Tabela 2. Classificação do risco de contaminação da água subterrânea de acordo com o índice de
GUS.
Escala de Classificação do índice de LEACH
LEACH < 3
3 LEACH ≤ 7
LEACH > 7
Baixo
Médio
Alto
Tabela 3. Classificação do risco de contaminantes para água superficial de acordo com o índice de
LEACH.
Cálculo de GUS
GUS = log10(t1/2Solo) x [4 – log10(Koc)]
GUS = log10(47) x [4 – log10(24.000)]
GUS = - 6,36x10-1
Cálculo de LEACH
LEACH = (SA x t1/2Solo) / (Pv x Koc)
LEACH = (12.000 x 47) / (3,0x10-7 x 24.000)
LEACH = 7,83x107
Aplicando log10 LEACH = 7,89
CONCLUSÃO
De acordo com os parâmetros de solubilidade em água, volatilidade e coeficiente de partição
octano/água podemos dizer que o glifosato não é um contaminante de água. 
Com o resultado obtido para GUS, obtivemos um valor baixo, caracterizando baixo risco para
águas subterrâneas, mas para LEACH de acordo com o valor encontrado o glifosato representa um
risco elevado para águas superficiais.
Para os dados apresentados e resultados obtidos, não encontramos conclusividade quanto a to-
xicidade do glifosato em águas. Entretanto, devido aos relatos apontados na bibliografia utilizada,
salienta-se maior cautela para suas aplicações, concentrações e efeitos. 
REFERÊNCIASAMARANTE JUNIOR, Ozelito Possidônio de et al. Glifosato: propriedades, toxicidade, usos e le-
gislaçãoQuimica nova, v. 25, n. 4, p. 589-593, 2002. Acesso em: 23, out 2020.
GSI Chemical Database. GSI Environmetal, 2014. Disponível em: <https://www.gsi-net.com/en/pu-
blications/gsi-chemical-database/single/293-glyphosate.html>. Acesso em: 23, out 2020.
LORENSI, Cristhian; JESSE, Cristiano Ricardo; RUFF, Jossana Rodrigues. GLIFOSATO: UMA 
REVISÃO DA TOXICIDADE EM PEIXES. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e 
Extensão, v. 9, n. 2, 2017. Acesso em: 23, out 2020.
MORAES, P. V. D.; ROSSI, P. Comportamento ambiental do glifosato. Scientia Agraria Paranaen-
sis, v. 9, n. 3, 2010. Acesso em: 23, out 2020.
SILVA, Marcelo Dutra da; PERALBA, Maria do Carmo Ruaro; MATTOS, Laura Turino. Determi-
nação de glifosato e ácido aminometilfosfônico em águas superficiais do Arroio Passo do Pilão. 
2003. Acesso em: 23, out 2020.
TORSTENSSON, N. T. L.; LUNDGREN, L. N.; STENSTRÖM, J. Influence of climatic and edap-
hic factors on persistence of glyphosate and 2, 4-D in forest soils. Ecotoxicology and Environmental
Safety, v. 18, n. 2, p. 230-239, 1989. Acesso em: 23, out 2020.

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