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Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez Lipídios METABOLISMO DOS LIPÍDIOS São biomoléculas orgânicas compostas, principalmente, por hidrogênio, oxigênio, carbono. Possuem a característica de serem insolúveis na água (apolar). Porém, são solúveis nos solventes orgânicos (álcool, éter, benzina, etc). • Diversos compostos químicos nos alimentos e no organismo são classificados como lipídios. Entre eles se encontram: • Gordura Neutra, também conhecida como triglicerídeos • Fosfolipídios • Colesterol • Alguns outros de menor importância • Quimicamente, a parte lipídica básica dos triglicerídeos e dos fosfolipídios é formada por ácidos graxos, que são, simplesmente, cadeias longas de hidrocarbonetos ácidos. • Apesar de o colesterol não apresentar ácidos graxos na sua fórmula, seu núcleo esterol é sintetizado a partir de partes de moléculas de ácidos graxos, o que lhe dá, as - sim, muitas das propriedades físicas e químicas de outras substâncias lipídicas. • Estrutura Química Básica dos Triglicerídeos (Gordura Neutra) As três moléculas de cadeia longa dos ácidos graxos estão ligadas a uma molécula de glicerol. Os três ácidos graxos, mais comumente encontrados nos triglicerídeos do corpo humano são Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez • Os três ácidos graxos, mais comumente encontrados nos triglicerídeos do corpo humano são: Ácido esteárico, Ácido oleico e Ácido palmítico • Síntese de Lipídios: Pode ocorrer a partir de carboidratos e proteínas. Nosso corpo pode converter carboidrato em gordura e o excesso de proteína também vai ser convertida na forma de gordura. A síntese de ácido graxo ocorre principalmente no fígado e menos no tecido adiposo. O substrato inicial da síntese de lipídios é o acetil- coA e o produto final é, geralmente o ácido palmítico. A síntese de lipídios é estimulada quando tem muito ATP e acetil-coA. FUNÇÃO São quatro funções básicas nos organismos: Fornecimento de energia para as células. Porém, estas preferem utilizar primeiramente a energia fornecida pelos glicídios; Alguns tipos de lipídios participam da composição das membranas celulares; Nos animais endodérmicos, atuam como isolantes térmicos; Facilitação de determinadas reações químicas que ocorrem no organismo dos seres vivos. Possuem esta função os seguintes lipídios: hormônios sexuais, vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, K, D e E) e as prostaglandinas. DIGESTÃO Através da via exógena, quando o alimento é ingerido, já em nossa boca ele começa a ser quebrado pelas Lipases lingual, direge-se ao estômago onde sofrem ação da Lipase gástrica. A emulsificação dos lipídeos ocorre no duodeno, onde os sais biliares vão emulsificam essas gorduras formando micelas, para facilitar a ação das enzimas lipases. As lipases então hidrolisam as ligações éster dos lipídios saponificáveis, liberando ácidos graxos e os outros produtos como o glicerol. O glicerol atravessa então a mucosa intestinal, sendo convertidos em triacilgliceróis. Os triacilgliceróis são as principais gorduras da dieta humana devido ao fato de serem os principais lipídeos de armazenamento. Os triacilgliceróis, juntamente com o colesterol são incorporados às proteínas transportadoras, as apolipoproteínas, formando os quilomícron. Os quilomicron se movem pela corrente sanguínea até chegar aos tecidos e órgãos que metabolizam lipídios, sendo novamente hidrolisados e penetrando nas células. O principal órgão que metaboliza os lipídios é o fígado. O fígado exporta lipídios metabolizados para outros tecidos como o cérebro na forma de corpos cetônicos, já que estes não metabolizam lipídios mas convertem os corpos cetônicos em acetil-CoA, sendo esta metabolizada no ciclo do ácido cítrico. ➢ Ação dos sais biliares: A gordura da dieta sai do estômago e entra no intestino delgado, onde é emulsificada (suspendida em partículas pequenas no meio aquoso) pelos sais biliares. Os sais biliares são compostos anfipáticos ( Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez hidrofílicos+ hidrofóbicos) sintetizados no fígado e secretados via vesícula biliar para dentro do lúmen intestinal. A contração da vesícula biliar e a secreção das enzimas pancreáticas são estimuladas pelo hormônio intestinal colecistocinina, o qual é secretado pelas células intestinais quando o conteúdo do estômago entra no intestino. Os sais biliares agem como detergentes, ligando-se aos glóbulos de gorduras da dieta conforme eles são quebrados pela ação peristáltica do músculo intestinal. Essa gordura emulsificada, que possui superfície de área maior do que a gordura não-emulsificada, sofre a ação das enzimas digestivas provenientes do pâncreas ➢ Ação da Lipase Pancreática: A principal enzima que digere os triacilgliceróis da dieta é uma lipase produzida no pâncreas. A lipase pancreática é secretada concomitantemente com uma outra proteína, a colipase, e com bicarbonato, o qual neutraliza o ácido que entra no intestino com os alimentos parcialmente digeridos provenientes do estômago. O bicarbonato aumenta o pH do conteúdo do lúmen intestinal para uma faixa (pH~6) que corresponde ao pH ótimo para a ação de todas as enzimas digestivas do intestino. A secreção de bicarbonato proveniente do pâncreas é estimulada pelo hormônio secretina, o qual é liberado pelo intestino quando o ácido entra no duodeno. A colipase se liga tanto à gordura da dieta quanto à ➢Absorção e transporte dos Ácidos Graxos: Os ácidos graxos de cadeia longa (>12 Carbonos) e os 2-monoacilgliceróis são absorvidos pelos enterócitos (Células presentes na mucosa intestinal), principalmente no jejuno e íleo, onde são resterificados como triacilgliceróis, que necessitam de estruturas denominadas lipoproteínas, para que seja realizado o seu transporte para os órgãos. A enzima lipase lipoproteica faz a hidrólise dos triacilgliceróis das lipoproteínas, de maneira similar à lipase pancreática, isto é, libera ácidos graxos para o fígado, músculo e tecido adiposo. Após essa distribuição, estes ácidos graxos podem ser diretamente metabolizados, incorporados às membranas celulares à camada fosfolipídica ou armazenados, a depender da necessidade do organismo no momento. A via de degradação dos ácidos graxos chama-se -oxidação e ocorre na matriz mitocondrial. A albumina atua no metabolismo de lipídeos transportando os ácidos graxos provenientes da degradação dos triglicerídeos do tecido adiposo através da corrente sangüínea. ABSORÇÃO E TRANSPORTE Os Lipídios livres são, então, emulsificados pelos sais biliares em micelas e absorvidos pela mucosa intestinal que promove a liberação da porção polar hidrófila (sais biliares) para a circulação porta hepática e um processo de ressíntese dos lipídios absorvidos com a formação de novas moléculas de triacil-gliceróis e ésteres de colesterol, que são adicionados de uma proteína (apo-proteína 48) formando a lipoproteína quilomicron, que é absorvida pelo duto linfático abdominal, seguindo para o duto linfático torácico e liberada na Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez circulação sangüínea ao nível da veia jugular. O glicerol será absorvido por vasos linfáticos e ser levado ao fígado. Os monoglicerídeos e ácidos graxos livres quando absorvidos pela parede intestinal sofrem uma no esterificação pela enzima triacil sintetase dando origem a novos triacilglicerois que por sal vês se ligam a proteínas produzidas no REG formando os quilomicrons que são partículas lipoprotéicas (98%lipídios e 2%proteínas). Após isso se formarão vacúolos que com destino aos espaços intersticiais atingindo os vasos linfáticos > ducto torácico e veia cava superior. Os quilomicrons atingem finalmente a corrente sanguínea, mas antes de chegar ao fígado passam por tecido muscular e adiposo aumentando sua densidade, pois pequena quantidade de apoproteína B é adsorvida às superfícies externas dos quilomícrons.Isso deixa o restante das moléculas de proteína projetando-se na solução hídrica adjacente, o que aumenta, consequentemente, a estabilidade da suspensão dos quilomícrons no líquido linfático e impede sua aderência às paredes dos vasos linfáticos,pois são enriquecidos com proteínas podendo resultar em: VLDL , LDL e HDL Grande parte dos quilomícrons é removida da circulação sanguínea, à medida que passa pelos capilares de vários tecidos, especialmente do tecido adiposo, do músculo esquelético e do coração. Esses tecidos sintetizam a enzima lipase lipoproteica, que é transportada para a superfície das células endoteliais capilares, onde hidrolisa os triglicerídeos dos quilomícrons à medida que entram em contato com a parede endotelial, liberando assim, ácidos graxos e glicerol. • Os ácidos graxos liberados dos quilomícrons, sendo altamente miscíveis nas membranas das células, se difundem para o tecido adiposo e para as células musculares. Uma vez dentro dessas células, esses ácidos graxos podem ser usados como combustível ou, novamente, sintetizados em triglicerídeos, com novo glicerol sendo suprido pelos processos metabólicos das células de armazenamento. • A lipase também causa hidrólise dos fosfolipídios; isso também libera ácidos graxos para serem armazenados do mesmo modo nas células. • Após os triglicerídeos serem removidos dos quilomícrons, os remanescentes dos quilomícrons enriquecidos com colesterol são rapidamente depurados do plasma. Os remanescentes de quilomícrons se ligam a receptores nas células endoteliais dos sinusoides do fígado.. • LIPOPROTEÍNAS • As lipoproteínas plasmáticas contêm, no seu miolo, lipídeos hidrofóbicos (triacilgliceróis e ésteres de colesterol) e, no exterior, em monocamada, lipídeos anfipáticos (fosfolipídeos e colesterol) associados a proteínas (apolipoproteínas) • Função Especial no Transporte do Colesterol e dos Fosfolipídios Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez • No estado pós-absortivo, depois que todos os quilomícrons tiverem sido removidos do sangue, mais de 95% de todos os lipídios no plasma vão estar sob a forma de lipoproteínas. • São partículas pequenas — muito menores do que os quilomícrons, mas, qualitativamente, similares na sua composição — contendo triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios e proteínas. A concentração total das lipoproteínas no plasma é, em média, de 700 mg por 100 mL de plasma — ou seja, 700 mg/dL. • Tipos de Lipoproteínas= Além dos quilomícrons, que são, eles próprios, lipoproteínas muito grandes, existem quatro tipos importantes de lipoproteínas, classificados segundo suas densidades, medidas pela ultracentrifugação: • Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDLs), contendo altas concentrações de triglicerídeos e concentrações moderadas de colesterol e de fosfolipídios. • Lipoproteínas de densidade intermediária (IDLs), lipoproteínas de muito baixa densidade das quais uma parte de triglicerídeos foi removida, ficaram aumentadas as concentrações de colesterol e de fosfolipídios. • Lipoproteínas de baixa densidade (LDLs), derivadas das lipoproteínas de densidade intermediária, com a remoção de quase todos os triglicerídeos, deixando concentração especialmente elevada de colesterol e aumento moderado de fosfolipídios. • Lipoproteínas de alta densidade (HDLs), contendo concentração elevada de proteínas (cerca de 50%), mas concentrações muito menores de colesterol e fosfolipídios. • As apolipoproteínas podem ser integrais (como as tipo B) ou periféricas (como as tipos A, C e E). As periféricas, ao contrário das integrais, são trocadas entre diferentes lipoproteínas plasmáticas e podem existir livres no plasma. As apolipoproteínas participam no metabolismo dos lipídeos contidos nas lipoproteínas de diferentes maneiras: Interagindo com receptores celulares. Sendo assim, são elas que irão promover a entrada das lipoproteínas no fígado e em outros tecidos, as apo E ; Ativar ou inibir enzimas dos ciclos endógeno e exógeno, as apo CII . • O quilomícron é originado do intestino e possui pouca proteína e muitos triglicerídios. A apoproteína do quilomícron é a B48, que permite a entrada dele no fígado Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez • A apoproteína B100 está no VLDL(que origina o IDL), IDL(que origina o LDL) e LDL. Esta apoproteína serve para promover entrada do VLDL no fígado e nos tecidos periféricos. Assim, ela ajuda a ativar receptores para permitir a internalização do VLDL no fígado e nos tecidos periféricos • O HDL possui quatro origens: pode ser da síntese intestinal, da síntese hepática ou da síntese no sangue, a partir do VLDL ou do quilomícron. As suas apoproteínas são a A-I, A-II, C e E. • A apoproteína C será transferida do HDL para as outras lipoproteínas. • A apoproteína C-II vai ativar a LPL (lipoproteína lipase).. • A apoproteína E está presente no HDL e será transferida para o VLDL e para o LDL. A sua função é ajudar o VLDL a entrar no fígado e nos tecidos periféricos. • Receptores para lipoproteínas entrarem nas células = As lipoproteínas necessitam de apoproteínas para serem ligantes aos receptores de diversas células do organismo. Assim, com exceção do receptor Scavenger, o processo de entrada (endocitose) da lipoproteína LDL se inicia. Nesse caso, os receptores são encontrados nas membranas plasmáticas e possuem invaginações chamadas de clatrina (proteína). Nesse processo, a membrana forma uma vesícula endocítica, logo encontra-se com o lisossomas e conjunto com as enzimas degradativas e realizam a hidrólise do colesterol-éster, logo ocorre a reesterificação, utilizados para evitar altos níveis de colesterol em excesso sobre as membranas celulares. • Receptor de LDL e Receptor Scavenger de macrófago= Receptor Scavenger de macrófago – Os receptores encontrados nos macrófagos englobam diversas moléculas, entre elas o LDL oxidativo. Existem diversos tipos de receptores, entre eles o SR-B1 (específico para HDL). Os encontrados no macrófago são SR-A1 e SR-A2, os quais englobam os LDL modificados, reconhecendo e englobando-os mesmo após altos níveis de colesterol. Os macrófagos ficam cheios de lipídeos e se armazém próximo às células endoteliais de vasos, cujo englobamento forma CÉLULAS ESPUMOSAS, as quais são percussoras da aterosclerose. • Formação e Função das Lipoproteínas • Quase todas as lipoproteínas são formadas no fígado, que é também, onde ocorre a síntese da maior parte do colesterol plasmático dos fosfolipídios e dos triglicerídeos. Além disso, pequenas quantidades de Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez HDLs são sintetizadas no epitélio intestinal, durante a absorção dos ácidos graxos no intestino. • A função primária das lipoproteínas é a de transportar seus componentes lipídicos no sangue. As VDLs transportam os triglicerídeos sintetizados no fígado, em sua maior parte para o tecido adiposo, enquanto as outras lipoproteínas são especialmente importantes nos diferentes estágios de transporte dos fosfolipídios e colesterol do fígado para os tecidos periféricos ou da periferia de volta para o fígado • ➡ MORFOLOGIA DO TECIDO ADIPOSO • O tecido adiposo é um tecido especial (conjuntivo), encontradas de forma isolada ou no tecido conjuntivo frouxo, contendo células chamadas de adipócitos. Nas mulheres o tecido adiposo tem cerca de 25% na massa corporal, já nos homens chega até 15% da massa corporal. Nesse sentido, o tecido adiposo possui a maior reserva energética corporal, sob forma de triglicerídeos. fornecem 9,3 kcal/g de energia, diferindo do glicogênio com apenas 4,1 kcal/g. Além da função de reserva energética, o tecido adiposo possui funções de: isolamento térmico, produção de diversas moléculas secretoras, preenchimento próximo à pele, sustenta órgãos viscerais e participam na proteção contrachoques mecânicos. O tecido adiposo eleé dividido em 2 tipos, entre eles: Unilocular, amarelo ou comum e o Multilocular ou pardo. Formação dos adipócitos – Ocorre com célula tronco mesenquimal até lipoblastos, transformando-o em multilocular ou unilocular. • 1. UNILOCULAR, AMARELO OU COMUM: Tem variação da cor entre branco-amarelo escuro, essa coloração se dá pela presença de Caroteno (pigmentos orgânicos) no tecido. Acredita-se que a maior parte do corpo humano é composta por tecido unilocular, o qual difere no sexo, idade, quantidade de hormônios. Nas crianças esse tecido pode formar o PANÍCULO ADIPOSO, revestindo todo o corpo do bebê. Encontramos no tecido adiposo nervos e vasos sanguíneos, sendo bastante abundante na sua vascularização. Ademais, o tecido é visualizado em forma de anéis, pois durante o processo de formação da lâmina os triglicérides perdem a gotícula de gordura, ficando apenas a lâmina basal que reveste o tecido. O tecido adiposo possui função secretora bastante eficiente porque realiza a produção de leptina (é um hormônio proteico, com cerca de 164 aminoácidos, com a função de regular a quantidade de tecido adiposo no organismo e atuar no hipotálamo na saciedade dos indivíduos ) e lipase lipoproteica. • 2. MULTILOCULAR OU PARDO: Distribuído de maneira limitada, não é encontrado em todo o corpo, com suas características ricas em Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez mitocôndria e diversas bolhas lipídicas. Há uma grande presença desse tecido em animais hibernantes. Sua forma tem aparência de glândula, com formato poligonal. Sua maior funcionalidade é acelerar a lipólise e regular a temperatura, pois encontra-se proteínas termorreguladoras como a termogenina. • Tecido adiposo como glândula endócrina = Antes de tudo é necessário caracterizar tecido adiposo visceral do subcutâneo. • Visceral: É a gordura que pode se acumular de maneira ectópica, pode- se localizar nas porções de órgãos vitais como coração, músculos, fígado, entre diversos. Essa gordura visceral é extremamente alarmante, devido aos estilos de vida construído entre as pessoas, como fumo, estresse diário, além da predisposição genética como o genótipo determinante. • Subcutâneo: Também é importante na regulação de taxas metabólicas, produção de hormônio, mas encontra-se logo abaixo da pele, sem revestir órgãos, porém com algumas predeterminações a serem tomadas, pois também participam das ações metabólicas tornando-as benéficas ou maléficas ao organismo. Proteínas e hormônios secretados: • A LPL (lipase-lipoproteica) é sintetizada nos tecidos adipócitos com função de degradar triglicerídeos e liberar ácidos graxos. Os genes de transcrição RNAm se expressam da mesma intensidade em subcutâneo e visceral, produzindo a LPL. • A ASP (Estimuladora da acilação) sintetizada para regular a quantidade de triglicerídeo que é produzido ou não no tecido. A ASP, é maior produção no tecido subcutâneo que no visceral. • A CETP (Proteínas de transferência do éster de colesterol) é uma reguladora no transporte reverso do colesterol para facilitar a quebra de HDL (alta densidade) para transportá-lo pelas lipoproteínas de muito baixa densidade como o VLDL. As gorduras viscerais (omento maior) são maiores produtoras dessa proteína comparando-as com os adipócitos subcutâneos. • O RBP (Ligante de retinol) é responsável pelo depósito e metabolismo do retinol: Substância encontra da principalmente em compostos ricos em vitamina A, o RBP é maior sintetizado pelos tecidos adiposos subcutâneos • A PAI- (Proteína relacionada com a coagulação) sendo sintetizada pelos tecidos adiposos, em maior quantidade pelo visceral, participam da coagulação, com regulação fibrinolítica, como defesa natural de trombose, em caso de obesidade acentuada a produção dessa protease é inibida e um dos fatores mais associados é a formação de Aterosclerose. Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez • Um forte produtor de estrogênios, o tecido adiposo age no sexo masculino e no feminino, em casos de obesidade e menopausa (nas mulheres) esses estrogênios são produzidos de maneira mais acentuada, logo participam da síntese de hormônios para ambiente extracelular. • Sendo um dos mais importantes, a Leptina, sintetizada mais em gordura subcutânea, participam da regulação de ingestão alimentar e da quantidade de gordura corporal energética. Seu ciclo circadiano é melhor analisado durante a parte noturna, a qual no momento de sono, ativa-se a Leptina, agindo em conjunto com os estímulos nervosos. • O Angiotensinogênio é um fator produzido em quantidades equivalentes pelo adiposo visceral e subcutâneo, com regulação da diferenciação e formação de pré adipócitos em adipócitos, além de ser um fator essencial na acusa de que a tensão arterial está aumentada em casos de obesidade por exemplo. • Por fim a adiponectina, proteína presente nos tecidos adiposos, principalmente, no visceral com fator inverso à quantidade de gordura corporal, expressando no plasma sanguíneo o inverso encontrado de gordura no corpo. • • Troca de Gordura Entre o Tecido Adiposo e o Sangue — as Lipases Teciduais • Grande quantidade de lipases está presente no tecido adiposo. Algumas dessas enzimas catalisam a deposição de triglicerídeos, dos quilomícrons e das lipoproteínas. Outras, quando ativadas por hormônios, causam a clivagem dos triglicerídeos, liberando ácidos graxos livres. • Devido à rápida troca de ácidos graxos, os triglicerídeos, nas células adiposas, são renovados uma vez a cada 2 ou 3 semanas, o que significa que a gordura, hoje armazenada nos tecidos, não é a mesma que foi armazenada no mês passado, enfatizando assim, o estado dinâmico do armazenamento das gorduras. • Obesidade visceral = É a gordura na cavidade abdominal, a gordura da barriga, que apresenta as maiores complicações. Chamamos de gordura visceral a gordura que se acumula nas camadas profundas do abdômen; envolvendo os órgãos internos como é o caso do coração, fígado, estômago, rins, intestinos e pâncreas. A função da gordura visceral é proteger os órgãos do aparelho digestivo, mas o problema é quando o nível de depósito dessa gordura ultrapassa os limites. O perigo da obesidade visceral está na sua associação direta com outros fatores de risco cardiovasculares, entre eles a hipertensão, o diabetes e a dislipidemia. O acúmulo dessa gordura provoca desarranjos metabólicos, hormonais, inflamatórios e hemodinâmicos. Por isso, além da associação clássica com a doença coronariana; a obesidade visceral Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez é relacionada à hipertrofia ventricular esquerda e a microalbuminúria, ambos fatores de risco cardiovascular e nefrológico. Através das influências ambientais, endócrinas e idade, indivíduos geneticamente predispostos podem apresentar a síndrome metabólica mais intensamente. Manifestando aí o impacto do peso, especialmente da gordura visceral, sobre as demais doenças. Neste sentido, o acúmulo de gordura visceral, com as suas células adiposas maiores, mais responsivas às enzimas lipolíticas e em parte resistentes à insulina; aumenta a produção de ácidos graxos livres que causarão: • 1. Piora na sensibilidade à insulina na célula muscular; • 2. Diminuição na extração hepática de glicose e insulina; • 3. Aumento da gliconeogenese e da produção de lipídeos a nível • hepático (VLDL-triglicérides); • 4. Prejuízo na secreção pancreática de insulina. • 5. Além disso, haverá aumento da fração de LDL pequenas, potencialmente mais aterogênicas • Contribuirá, também para piora na sensibilidade à insulina, a diminuição do fluxo na musculatura esquelética causadas, por sua vez, por alterações estruturais e funcionais ligadas ao: • -> Tipo de musculatura, que se mostra menos vascularizada em obesos viscerais; • -> Ao aumento da reatividade vascular, por sua vez vinculada a alterações tróficas, disfunção endotelial,alterações iônicas e ativação do sistema nervoso simpático na musculatura esquelética, todos vinculados à obesidade. Em resumo, o acúmulo de gordura visceral, está associado com hiperglicemia, hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia e intolerância à glicose. • Obesidade Periférica: Este tipo de obesidade é mais comum em mulheres, pois a gordura se localiza mais nas coxas, quadris e nádegas, e é conhecido como obesidade em pêra, devido ao formato da silhueta, ou obesidade ginóide. A obesidade periférica é mais associada a problemas circulatórios, como insuficiência venosa e varizes, e osteoartrite nos joelhos, devido à sobrecarga do peso nestas articulações, apesar de também aumentar o risco de doenças cardíacas e diabetes. Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez • PÂNCREAS • ANATOMIA. • O pâncreas é achatado, medindo aprox. 12,5 a 15cm de comprimento, pesa 70g.Ele é retro peritoneal e está localizado ao níveis das vertebras L1 e L2 mais ou menos. Ele fica logo atrás do estomago e está entre o duodeno e o baço, mas mantem relações anatômicas com outras estruturas importantes e para saber essas relações é necessário saber que o pâncreas é dividido em 4 partes: Cauda, corpo, colo e cabeça. • Cabeça - é a parte mais larga que fica encaixada na curvatura do duodeno. Na parte inferior da cabeça existe um lobo acessório chamado de processo uncinado. A face anterior é encoberta por peritônio e está relacionada com a origem do mesocolo transverso. A face posterior está relacionada com a veia cava inferior, com o ducto colédoco, que se une ao ducto pancreático principal e desemboca no duodeno, a veia renal direita, o pilar direito do diafragma e a aorta. A cabeça é continua com o colo. • Colo - é uma parte bem estreita, com cerca de 2cm e é marcada pelo sulco da união das veias mesentérica superior e esplênica que vão formar a veia porta. • Corpo - é a maior parte da glândula e possui 3 faces e 3 bordas. Possui a face anterior, posterior e inferior e as bordas superior, anterior e inferior. Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez • Cauda - a cauda é a parte mais estreita e mais lateral da glândula e está intimamente relacionada ao íleo esplênico, principalmente a ponta da cauda. • HISTOLOGIA • Sua parte endócrina é formada por ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans. Essas ilhotas está em menor quantidade do que os ácinos e compõe uma parte pequena da massa pancreática. Essas ilhotas são formadas por células poligonais que estão dispostas em cordões e em intimo contato com os capilares frenestados, justamente para facilitar a secreção no sangue. Além disso, uma fina camada de tecido conjuntivo envolve a ilhota e a separa do restante do tecido pancreático. Espalhadas entre os ácinos exócrinos encontram-se 1 a 2 milhões de minúsculas aglomerações de tecido endócrino chamadas de ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans. • Tipos de Células nas Ilhotas Pancreáticas • Cada ilhota pancreática contém 4 tipos de células produtoras de hormônios: • Células A ou α constituem aprox. 17% das células da ilhota pancreática e secretam glucagon. • Células B ou β constituem aprox. 70% das células da ilhota pancreática e secretam insulina. • Células D ou delta constituem cerca de 7% das células da ilhota pancreática e secretam somatostatina (idêntica ao hormônio inibidor do hormônio do crescimento, secretado pelo hipotálamo). • Celulas F constituem o restante das células da ilhota pancreática e secretam polipeptídeo pancreático. • As interações dos 4 hormônios pancreáticos são complexas e não completamente compreendidas • Sabemos, realmente, que o glucagon eleva a concentração sanguínea de glicose e a insulina reduz. • A somatostatina atua de forma parácrina para inibir a liberação tanto de insulina quanto de glucagon, a partir das células β e α Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez vizinhas. Alem disso, pode atuar também como hormônio circulante para reduzir a absorção de nutrientes pelo trato gastrointestinal. • O polipeptídeo pancreático inibe a secreção de somatostatina, a contração da vesícula biliar e a secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas. • FISIOLOGIA • A insulina (produzida pelas célula beta) e o glucagon (pelas células alfa) vão agir nos mesmos aspectos fisiológicos, só que de maneira antagônica, tendo um papel importantíssimo no metabolismo da glicose, proteínas e lipídios. O estímulo principal a produção de insulina é a concentração de glicose no intersticio que varia em paralelo a concentração de substrato no sangue • ➢ Efeitos da insulina sobre os lipídios: A insulina favorece o armazenamento de gordura pelo tecido adiposo, ela aumenta a utilização de glicose pela a maioria dos tecidos e isso automaticamente diminui a utilização de ácidos graxos, funcionando como um poupador de gordura. Além disso, ela promove a síntese de gordura quando o fígado não consegue mais armazenar glicose e exerce outros efeitos como inibir a lipase hormônio sensível que é uma enzima que promove hidrolise de triglicerídeo no tecido adiposo, e dessa forma inibe a liberação de ácidos graxos para o sangue. E também promove o transporte de glicose para as células adiposas, onde parte é sintetizada em ácidos graxos e a outra em glicerol para formar os triglicerídeos. Ou seja, a insulina poupa gordura, dessa forma, quando há uma deficiência de insulina, como na diabetes, ocorre basicamente lipólise. A lipase hormônio sensível fica intensamente ativada promovendo hidrolise de triglicerídeos e liberando ácidos graxos e glicerol no sangue, assim como os ácidos graxos passa a ser a principal fonte de energia para a Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez célula, exceto o cérebro. E a metabolização desses ácidos, produz ácido acético e cetona que acumulam no organismo, causando cetose e acidose. Além disso, a deficiência de insulina e o excesso de ácidos graxos no sangue promove a conversão hepática desses ácidos em fosfolípideos e colesterol,aumentando a concentração de lipídios no sangue. • DISLIPIDEMIA • São distúrbios no metabolismo de lipoproteínas que resultam em alteração dos níveis séricos dos lipídeos. As alterações do perfil lipídico podem incluir: • Colesterol total alto • Triglicerídeos (TG) alto • Colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo (HDL-c) • Níveis elevados de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c). • É considerada como um dos principais determinantes da ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV) e cerebrovasculares, dentre elas aterosclerose (espessamento e perda da elasticidade das paredes das artérias), infarto agudo do miocárdio, doença isquêmica do coração (diminuição da irrigação sanguínea no coração) e AVC (derrame). • De acordo com o tipo de alteração dos níveis séricos de lipídeos, a dislipidemia é classificada como: • Hipercolesterolemia isolada • Hipertrigliceridemia isolada • Hiperlipidemia mista • HDL-C baixo • Os níveis de lipídios na corrente sanguínea estão associados ao hábito de praticar exercícios, de ingerir bebidas alcoólicas, carboidratos e gorduras. Além disso, o índice de massa corpórea e idade influenciam as taxas de gordura sérica. A atividade física aeróbica regular, como corrida e caminhada, constitui medida auxiliar para o controle da dislipidemia. • Tratamento Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez • De maneira geral, os hipolipemiantes, medicamentos usados no tratamento de dislipidemias, devem ser empregados quando não houver efeito satisfatório do tratamento não medicamentoso ou na impossibilidade de aguardar seus efeitos.3,9 Dentre os medicamentos, destacam-se os seguintes grupos: • Estatinas • Ezetimiba • Colestiramina • Fibratos • Ácido nicotínico • SÍNDROME METABÓLICA O que é = Conjunto de fatores de risco que semanifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames, diabetes e câncer. Ela tem como base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo da glicose), daí também ser conhecida como síndrome de resistência à insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. Critérios = Grande quantidade de gordura abdominal - em homens, cintura com mais de 102 cm e nas mulheres, maior que 88 cm; Baixo HDL ("bom colesterol")- em homens, menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl; Triglicerídeos elevados (nível de gordura no sangue): 150mg/dl ou superior; Pressão sanguínea alta -135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão; Glicose elevada - 110mg/dl ou superior. A maioria das pessoas que tem a Síndrome Metabólica sente-se bem e não tem sintomas. Fatores de Alerta = Baixa Testosterona livre; Excesso de estrogênio ; Baixa Vitamina K e D; Exame PCR-US alta; Fibrinogênio alto; Homocisteína alta no sangue, Gordura no fígado; Síndrome de Ovários policísticos ; Pedra na vesícula; Apnéia do sangue Sequência de Eventos = Estresse oxidativo ( formação de muitos radicais Livres) , Excesso de carbo e gorduras ruins, Intoxicações , Inatividade Física. Leva a desregulações como -> Disfunção no endotélio , Resistência a insulina, LDL oxidado e glicado (causa destruição nas paredes do entotélio), Aumento da pressão arterial, Aumento da glicemia , Aumento dos erros genéticos, Arteriosclerose, Aumento do tecido gorduroso OBS : A síndrome metabólica é uma doença da civilização moderna. Exame físico necessário para diagnóstico da SM: Mód. Metabolismo- Anne Caroline Maltez Medida da circunferência abdominal. A medida da circunferência abdominal é tomada na metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior. Níveis de pressão arterial. Deve-se aferir no mínimo duas medidas da pressão por consulta, na posição sentada, após cinco minutos de repouso Peso e estatura. Devem ser utilizados para o cálculo do índice de massa corporal através da fórmula: IMC = Peso/Altura2. Exame da pele para pesquisa de acantose nigricans. Examinar pescoço e dobras cutâneas. Exame cardiovascular. Exames laboratoriais necessários para o diagnóstico da SM: Glicemia de jejum. A SM, definida pelos critérios do NECP-ATP III, recomenda para o diagnóstico das alterações da tolerância à glicose apenas a avaliação laboratorial de jejum, não exigindo teste de tolerância oral à glicose (TOTG) nem métodos acurados de avaliação da insulino-resistência (clamp euglicêmico, HOMA–IR). Dosagem do HDL-colesterol e dos triglicerídeos Prevenção: Atividade física, 1 copo de agua por hora , Evitar estresse , 7;8 horas de sono por dia, Exposição Solar , Dieta Adequada - Ingestão de alimentos ricos em Carotenóides, em Vitaminas E, Curcumina, Omega 3, Probióticos
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