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Ginecologia DEFINIÇÃO: Patologia ginecológica caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade endometrial uterina, e que tem função semelhante ao endométrio normalmente situado. Os eventos do ciclo menstrual ocorrem fora do endométrio. Paciente pode apresentar dor de caráter cíclico. A cada menstruação ocorre piora do quadro (quadro progressivo). Pode ocorrer no ovário, na cavidade peritoneal, mas seguirá proliferando, secretando e descamando. FORMAS CLÍNICAS: Endometriose peritoneal; endometriose pélvica; endometriose do septo retovaginal. EPIDEMIOLOGIA: 2-22%: assintomáticas; 20-40%: inférteis; 15-60%: mulheres em investigação por dor pélvica; 8.3-25%: das submetidas a histerectomia; Alguns autores: Raça negra e amarela. ETIOPATOGENIA: Teoria da menstruação retrógrada: Menstruação (descamação endometrial) que ao invés de sair pela vagina, sairia pelas trompas uterinas e se distribuiria pela cavidade peritoneal, formando vários focos de endometriose. Teoria mais aceita. Teoria metastática (linfática e/ou hematogênica): Focos de endometriose em outras localidades atráves dos vasos, alcançando a circulação e fazendo implantes a distancia. ex: foco no pulmão. Teoria Iatrogênica: Teoria Imunológica: Todos podem ter a menstruação retrógrada, porem algumas pacientes podem ter deficiência imunológica que responde de maneira exagerada. CLASSIFICAÇÃO: Superficial: Peritoneal, Endometrioma (cisto de endometriose em ovário, com característica de sangue coagulado, achocolatado). Profunda: foco de endometriose com invasão tecidual maior que 5mm ou que atinge a camada muscular do tecido afetado. Ex: bexiga e reto; Paciente pode ter disúria, tenesmo, melena, outras queixas urinárias. DIAGNÓSTICO: Quadro Clínico geral: Dor pélvica crônica – Dor há mais de 6 meses de caráter progressivo. Ginecologia Infertilidade (ex: alteração da tuba) Massa pélvica Disquesia Disúria Outros sintomas relacionados a dor: Dismenorréia secundária e progressiva – Nas primeiras menstruações não havia cólica, foi aparecendo e ficando cada vez pior). Dispareunia de profundidade e progressiva (acometimento da pelve e septo retovaginal). Dor pélvica acíclica. Acometimento em outros órgãos: disuria, polaciúria, menuria, disquesia retal, enterorragia cíclica no período menstrual, dor a eliminação de flatus e dispareunia. MECANISMOS RESPONSÁVEIS: Menor fecundibilidade Distorções graves da anatomia tubo-ovariana. Disfunções ovulatórias Alterações de foliculogenese Fagocitose espermática Defeitos fase lútea Alterações da motilidade tubaria e disfunção do ovulo. Alteração da função peritoneal Alterações de implantação Diminuição a reserva ovariana EXAME GINECOLÓGICO DETALHADO: Pode encontrar dor, massas e estreitamento vaginal do exame especular. À nível do colo, pode haver endometriose (raro). No toque pode- se perceber nódulos, ponto doloroso, o septo reto-vaginal também pode encontrar-se doloroso, com a segunda mãe pode-se perceber útero doloroso, aumento de volume ovário (correspondendo a um endometrioma). Obs: É uma das poucas indicações de toque retal. o Deve ser realizado no período menstrual; o Inspeção de vulva e cicatrizes; o Exame especular: Ver focos de endometriose; o Toque: identificar pontos dolorosos. EXAMES LABORATORIAIS : Anticorpo CA-125 (Marcador não tão específico, mas pode ser pedido na endometriose) EXAMES DE IMAGEM: USG transvaginal c/ preparo intestinal prévio (laxante): útil no diagnóstico e acompanhamento de endometriomas ovarianos. RNM: Importante do diagnostico da endometriose profunda; LAPAROSCOPIA (PADRÃO OURO) o Diagnóstico de lesões, aderências o Avalia permeabilidade tubaria (fazer contraste e avaliar a trompa) o Estadiamento o Coleta de material e confirmação histológica e ressecção de foco com cirurgia de micro acesso. TRATAMENTO Objetivos: Avaliar os sintomas; Preservar a fertilidade; Impedir a progressão da doença. CLÍNICO: 1) Hormonal (Maior manejo, medicações disponíveis na rede básica): Ginecologia PROGESTOGÊNIOS: Acetato de medroxiprogesterona (150mg) IM a cada 15-30 dias x 6 meses ou mais (FEBRASGO/ Na posologia é a cada 3 meses). (Vai deixar o endométrio em atrofia, impedindo o pico de LH). Dose para depósito, também utilizada para contracepção. Dienogeste 2mg/dia (Isolado ou associado a estrógeno – Mais utilizado atualmente e de melhor ação, não é considerado contraceptivo. Eficaz no controle da dor e na atrofia dos focos de endometriose inicial; DIU levonogestreal a cada 5 anos; Implante levonogestrel SC a cada 3 anos; Tratamento é eficaz para endometriose superficial, no entando não resolve os problemas mais graves de focos disseminados. Pacientes >35ª não devem receber estrogênio. ANTICONCEPCIONAIS ORAIS: Bloqueio de FSH e LH; inicialmente o endométrio e focos são estimulados, e posteriormente, sob efeito da progesterona, submetidos a uma pseudogravidez. Deve ser mantido por 8 a 9 meses. GASTRINONA DANAZOL o 400-800mg/dia o Induz anovulação o Ação androgênica ANÁLOGOS DE GNRH o São bem tolerados o Produz hipoestrogenismo (menopausa precoce); Mantidos por 6 meses. o Ex: Goserelina SC, Luprolide IM, Buserelina/Nafarelina Intranasal Diário. o A longo prazo: osteopenia, fogachos, depressão. O tratamento hormonal não mostra resultado satisfatórios O tratamento cirúrgico nos estágios 1 e 2 aumenta as chances de gestação espontânea A exérese dos endometriomas aumenta a chance de gestação Considerar diminuição da reserva ovariana CIRURGICO: LAPAROSCOPIA.
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