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A economia brasileira no século XIX

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O século XIX é um momento de grandes transformações para a população brasileira. O início do período se depara com a recepção do monarca em sua metrópole. Não obstante, é estabelecida na cidade do Rio de Janeiro, a capital política e econômica de todo o Império Português. A economia brasileira foi marcada pelo fato de o país ser um centro periférico agroexportador. Porém, essa economia voltada para o mercado externo permitiu que fossem estabelecidas condições para que se fortalecesse o seu mercado interno. Um exemplo disso foi o Estado de Minas Gerais, que diversificou sua produção voltada para a agro exportação do café, sendo que, ao mesmo tempo, foram oferecidas condições para que atividades como as agropastoris, mineradoras, têxteis, entre outras, exercessem um papel fundamental na sua economia, atendendo ao seu mercado interno e abastecendo as unidades vizinhas. 
Logo, gerou condições para um desenvolvimento socioeconômico regional diversificado, chegando ao ponto de uma camada de produtos exportáveis, como o algodão e o açúcar, a partir de 1889, tivessem mais de 2/3 de sua produção vendida no mercado interno. Fatores de produção como pecuária, agricultura, mineração e outros compunham a balança comercial dessa região, porém o café proporcionou um encadeamento de fatores infra estruturais que merecem ser revistos com destaque: investimentos provenientes da produção de café para outros setores da economia, transição da mão de obra escrava para a livre e a questão da imigração são muito relevantes nesse contexto.
Primeiro é preciso destacar a vigência entre o século XVIII (economia do ouro) e o século XIX (economia de base escravista) em que há uma transição a partir do declínio da produção aurífera, havendo uma reestruturação produtiva da economia escravista, visto a diversificação econômica como uma imposição para a economia, principalmente, mineira. O trabalho em Minas, no século XIX apresenta polivalência e versatilidade dos escravos, devido a questão da sazonalidade. A policultura era combinada com várias modalidades de pecuária, forte presença do artesanato, atividades mercantis próprias (tropeiros e moares), assim como a siderurgia (autoconsumo, mineração, etc.).
A expansão urbana associada à cafeicultura cria novos espaços no país. Alguns muito importantes que causaram o declínio urbano em algumas áreas. A rede urbana que se desenvolveu em São Paulo possibilitou a concentração de serviços e estruturas que antes não existiam, por exemplo: em São Paulo passam ferrovias, existem instituições modernas de crédito, máquinas que beneficiam café, armazenamento de café, serviços modernos em geral, saneamento, energia elétrica, etc. O mercado de trabalho contava com escravos e a contratação de imigrantes, administração-pública, saúde, educação, segurança, entre outros que demonstravam o alto desenvolvimento da região.
A transição do trabalho escravo para o livre, não pode ser considerada homogênea ou válida para todo o território brasileiro devido à uma profunda diferenciação regional do próprio enraizamento da escravidão. Isso está associado a base social e econômica da instituição da escravidão e às crises do sistema servil. Esta, não acompanhou processos de reforma agrária e por isso é verificado que, com o fim da escravidão, a estrutura fundiária permanece inalterada. A ideia está associada a progressiva desestruturação de processos do tipo colonial para a montagem de estruturas modernas capitalistas. 
Uma série de transformações importantes facilitarão a segunda onda de imigrações para o Brasil. Entre elas, temos uma forte expansão da agricultura com elevação dos preços do café no mercado internacional, presença de mecanismos de diversificação dos ativos, modernização dos transportes, que reduzem os custos dos mesmos, viabilizando a interiorização brasileira, mecanização do beneficiamento do café, processo de urbanização e avanço da discussão sobre o trabalho no parlamento que, entre outras consequências, gera a lei de vocação dos serviços de 1879.
Essa lei será base para os novos contratos de trabalho com os imigrantes, permitindo o surgimento do colonato, forma que abrange os contratos de trabalhos em aspectos estritamente ligados ao trabalho e aspectos da relação entre imigrantes e fazendeiros. Adicionalmente, fatores europeus favoreceram a imigração como a unificação italiana e alemã. O segundo aspecto é o abolicionismo, que é, portanto, um conjunto de atividades que erodem a instituição social da escravidão e a torna inviável.
Essa transição para o imigrante estrangeiro se efetivou apenas no oeste de São Paulo. Não que a presença desses imigrantes se limitasse a essa área, mas foi nela em que os escravos foram substituídos por imigrantes, significando uma transição espacialmente muito restrita. No restante do país, temos majoritariamente, a transição do trabalho escravo para o trabalhador livre nacional, seja ele ex-escravo ou indivíduo ‘’livre’’.

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