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Aula 4: Sistema Cardiovascular

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Aula 4: Sistema Cardiovascular
Sistema Cardiovascular
O sistema cardiovascular não possui comunicação com o meio exterior, ele é um sistema
fechado que tem circulação de humores, o sangue e a linfa
A principal função do sistema cardiovascular é levar, através do sangue, oxigênio e material
nutritivo para as células.
O sangue circula por uma extensa rede de vasos para realizar as trocas gasosas. Essas
trocas ocorrem em vasos de calibre tão reduzido que chegam à espessura de um fio de cabelo,
por isso recebem o nome de capilares.
Esse sistema tem um órgão responsável por bombear o sangue para essa extensa rede de
vasos, e esse órgão funciona como uma bomba que se contrai e propulsiona o sangue, a essa
bomba contrátil-propulsora chamamos coração.
Coração
Já vimos que o coração é uma bomba contrátil-propulsora formado por um tecido muscular
estriado cardíaco, de contração involuntária.
Esse órgão muscular é dividido em três camadas:
● Endocardio
Camada mais interna.
● Miocárdio
Camada média, composta de tecido muscular estriado cardíaco.
● Epicárdio
Camada mais externa, lâmina visceral do pericárdio seroso
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Como é o coração?
• Tem a forma de um cone truncado.
• Apresenta uma base, que é superior e o ápice, que é inferior.
• É delimitado anteriormente pelo osso esterno e as cartilagens costais, inferiormente pelo
músculo diafragma e, lateralmente, pelas pleuras pulmonares.
• Possui três faces, que são:
Esternocostal
Diafragmática
Pulmonar
• Está posicionado de forma oblíqua, de maneira que a base fica nas partes superior e medial.
Já o seu ápice fica na parte inferior e lateral à esquerda.
• Encontra-se localizado na caixa torácica, acima do músculo diafragma, entre os dois sacos
pleurais, atrás do osso esterno, no mediastino médio.
Pericárdio
Trata-se de um saco fibrosseroso, cuja função é separar o coração dos demais órgãos do
mediastino – evitando o atrito –, e limitar o enchimento cardíaco (pericárdio fibroso).
O pericárdio é dividido em duas camadas: uma externa, que é o pericárdio fibroso, e outra
mais interna, dividida em duas lâminas, que é o pericárdio seroso.
O pericárdio seroso também se divide em duas lâminas, sendo uma mais externa forrando
internamente o pericárdio fibroso e que recebe o nome de lâmina parietal; e outra intimamente
relacionada ao coração chamada lâmina visceral (epicárdio).
Entre as duas lâminas há uma cavidade, a cavidade pericárdica, cujo interior possui o líquido
pericárdico com a função de lubrificar, evitando o atrito entre as lâminas.
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O pericárdio não contorna integralmente os vasos da base, formando recessos, que são
chamados de seios.
Um deles, o seio transverso do pericárdio, é de extrema importância para o cirurgião cardíaco,
pois permite o desvio temporário de sangue por meio de clampeamento da aorta e do
tronco pulmonar.
Septos e câmaras
O coração possui quatro câmaras (cavidades) formadas por “paredes” colocadas dentro do
coração, que recebem o nome de septos.
Existe um septo que divide o coração em parte superior e inferior. Na parte superior ficam
os átrios, e na parte inferior, os ventrículos.
Esse septo recebe o nome de septo atrioventricular.
Outro septo divide a parte superior do coração em átrio direito e átrio esquerdo.
É chamado de septo interatrial.
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Por fim, há um septo que divide a parte inferior do coração em ventrículo direito e
ventrículo esquerdo, que é o septo interventricular.
Complexo estimulante do coração
Você já deve ter escutado alguém falar que fez ou vai fazer um “eletro”, referindo-se a um exame
do coração. Mas, afinal, o que é isso e para que serve?
A pessoa referia-se a um exame chamado eletrocardiograma (ECG), que registra de forma
gráfica as oscilações da atividade elétrica do músculo cardíaco.
Essas oscilações seguem um padrão que estabelece o nível de normalidade da atividade
cardíaca, porém podem ocorrer variações nesse padrão, sugerindo algum indício
patológico.
Como o impulso elétrico é muito rápido, todo o coração poderia receber o estímulo
simultaneamente, resultando em um colapso e o órgão não saberia qual a sua ordem certa de
contração.
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O complexo estimulante do coração funciona da seguinte maneira:
● após receber os estímulos determinando aceleração ou redução dos batimentos
cardíacos, o nó sinoatrial (marcapasso) irradia esse impulso por ambos os átrios por
feixes internodais, gerando a contração atrial, em direção ao nó atrioventricular;
● após sair do nó atrioventricular, o impulso segue pelo fascículo atrioventricular – única
conexão normal entre átrio e ventrículos –, em direção aos ramos direito e esquerdo, e chega
aos ramos subendocárdicos (antigas fibras de Purkinje), gerando a contração ventricular.
Esqueleto fibroso do coração
Em nível das aberturas das valvas existentes no coração, existe um esqueleto fibroso,
identificado pela presença dos trígonos direito (entre o contorno posterior do óstio da aorta e o
óstio das atrioventriculares) e esquerdo (entre o óstio da atrioventricular esquerda e o óstio da
aorta).
Esse esqueleto tem a função de formar o arcabouço do coração e ser ponto de origem da
musculatura ventricular e inserção da musculatura atrial, além de servir com um isolante na
condução elétrica.
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Valvas
No septo atrioventricular encontramos dispositivos responsáveis por impedir o retorno do
sangue para a câmara na qual ele se encontrava. Esses dispositivos são as valvas, e essas
valvas são formadas pelo conjunto de válvulas (antigamente conhecidas como cúspides).
Para melhor entendimento, vamos descrever as valvas de acordo com a câmara na qual se
encontram.
Chegada do sangue “ruim”
No ventrículo direito há uma valva impedindo o retorno do sangue para o átrio direito, ela
recebe o nome de valva atrioventricular direita e é composta por três válvulas: anterior,
posterior e septal. Por ser composta por três válvulas, ela também é conhecida como valva
tricúspide.
Outra valva presente no ventrículo direito é a que impede o retorno do sangue do tronco
pulmonar para o ventrículo direito, essa válvula é conhecida como valva do tronco
pulmonar, composta por três válvulas semilunares: anterior, direita e esquerda.
Preparação para a saída do sangue “bom”
No ventrículo esquerdo também temos duas valvas, uma é a que impede o retorno do
sangue para o átrio esquerdo – que recebe o nome de valva atrioventricular esquerda.
Essa valva possui duas válvulas, que são as válvulas anterior e posterior. Por possuir
somente duas válvulas, é também conhecida como valva bicúspide.
Essa válvula possui uma particularidade: alguns anatomistas a achavam semelhante a uma
mitra. Por esse motivo, também é conhecida como valva mitral.
Ainda no ventrículo esquerdo, temos uma valva de saída impedindo que o sangue retorne ao
ventrículo após ir para artéria aorta.
Essa recebe o nome de valva da aorta, e é composta por três válvulas semilunares: direita,
esquerda e posterior.
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As válvulas semilunares direita e esquerda possuem um orifício cada uma, chamado óstio
da coronária, onde se originam as artérias coronárias que irrigam o coração.
Arterial
As coronárias surgem a partir das válvulas semilunares direita e esquerda, nas quais
aparecem os óstios das artérias coronárias direita e esquerda. O refluxo do sangue que vai
da aorta enche os “bolsos” formados pelas semilunares, escorrendo pelos óstios.
Os orifícios estão localizados na parte superior das valvas e não imediatamente colados nelas,
para prevenir o risco de colabamento.
As coronárias direita e esquerda contornam, como se fosse uma coroa, o coração (daí seu
nome). O primeiro ramo da coronária esquerda é a descendente anterior ou
interventricular anterior. Após esta temos o ramo circunflexo e o marginal esquerdo.
Estudos indicam que a coronária esquerda predomina em 60% dos casos. Em termos da
coronária direita, temos um importante ramo chamado de nodal, que nutre o nó sinoatrial.
Depois, ela prossegue e dá origem à marginal direita, e ao ramo interventricular posterior.
Venosa
Todoo sistema venoso do coração converge para o seio coronário, sendo que ele
desemboca na veia cava inferior. As veias cardíacas mínimas drenam o sangue das paredes
do coração.
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Morfologia das câmaras
Você já viu que o coração possui quatro câmaras, que são os átrios e ventrículos direito e
esquerdo.
Agora vamos estudar a morfologia interna dessas câmaras e identificar se existem vasos
chegando ou saindo de cada uma delas.
Vasos de base do coração
Átrio Direito Veias cavas
Superior
Inferior
Átrio Esquerdo Veias pulmonares
Direita (2)
Esquerda (2)
Ventrículo Direito Tronco pulmonar
Artéria pulmonar direita
Artéria pulmonar esquerda
Ventrículo Esquerdo Artéria aorta
Ramo ascendente
Arco ou cajado aórtico
Ramo descendente
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O átrio direito tem um aspecto totalmente pregueado, internamente, formado pelos músculos
pectíneos ou pectinados. Também existe uma área lisa.
A crista terminal é um limite entre a área pectinada e a área lisa. Externamente, esta área é
visível pela linha terminal. Apresenta também no septo interatrial (entre as veias cavas) a
fossa oval, que possui o limbo da fossa oval.
O óstio da veia cava inferior e o óstio coronário possuem válvulas com o mesmo nome.
O átrio direito possui uma projeção lingular chamada de aurícula, que é o átrio primitivo.
No ventrículo direito observa-se um aspecto trabeculado nas paredes do ventrículo, as
trabéculas cárneas.
Em geral, temos três trabéculas mais desenvolvidas, os músculos papilares:
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ANTERIOR
Mais desenvolvido.
2
SEPTAL
Que nasce no septo.
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POSTERIOR
Que nasce na parede posterior.
O septo se une ao músculo papilar anterior pela trabécula septomarginal. Dos músculos
papilares partem as cordas tendíneas, fazendo a ligação entre o músculo papilar e as válvulas.
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O músculo papilar anterior tem cordas tendíneas que se ligam à cúspide anterior e posterior;
o músculo papilar posterior emite cordas tendíneas para a cúspide posterior e septal; o músculo
papilar septal emite cordas tendíneas para a cúspide septal e anterior.
Superiormente, o ventrículo direito se dirige para o cone arterial (ou infundíbulo), que é a
área em direção ao tronco pulmonar. O aspecto trabeculado somente existe na região externa
do cone arterial, limitado pela crista supraventricular.
O átrio esquerdo não possui tantos músculos pectinados quanto o átrio direito, e possui
também um forame oval, com sua respectiva válvula.
Já o ventrículo esquerdo é cerca de três vezes mais espesso que o ventrículo direito.
● Em seu interior encontra-se também o aspecto trabecular das trabéculas cárneas.
● Também em seu interior, dois músculos papilares (normalmente), um anterior e outro
posterior.
● É possível que aconteça uma dicotomização de cada um deles, reforçando suas
dimensões
● Da mesma forma, as cordas tendíneas ligam os músculos papilares às válvulas
cardíacas.
Circulações
A circulação sistêmica (grande circulação ou circulação nutridora) é aquela onde o sangue,
que chega ao ventrículo esquerdo, pelo átrio esquerdo (antes pelas veias pulmonares),
penetra nos ventrículos por ação da força da gravidade, forçando a abertura da valva.
1. Quando o volume de sangue do ventrículo vai aumentando, força o fechamento das
valvas. No final da diástole ocorre a sístole atrial, obrigando a passagem de 25 a 30% do
sangue restante para os ventrículos.
2. Os músculos papilares se contraem, quando o ventrículo vai contrair, para evitar um
refluxo do sangue ao átrio, por meio do prolapso das válvulas.
3. Quando o sangue tende a refluir, ele enche a cavidade formada pela aorta com o
fechamento da valva aórtica, e os “bolsos” formados pelo enchimento das válvulas semilunares
faz com que cada vez mais se impeça o refluxo para o ventrículo.
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Essa circulação tem início no ventrículo esquerdo, de onde o sangue (rico em O2) é
bombeado para a rede capilar dos tecidos do organismo, via artéria aorta.
Após as trocas sanguíneas, o sangue rico em CO2 retorna ao átrio direito, por meio das
duas veias cavas superior e inferior, se dirigindo então ao ventrículo direito.
A circulação pulmonar ou pequena circulação ou circulação purificadora é aquela que tem
início no ventrículo direito, de onde o sangue (rico em CO2) é bombeado para a rede
capilar dos pulmões, via tronco pulmonar (artérias pulmonares direita e esquerda).
Após sofrer hematose, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo, por meio das duas
veias pulmonares direita e esquerda, se dirigindo então para o ventrículo esquerdo.
A circulação colateral caracteriza-se por um conjunto de vasos que correm colateralmente a
vasos principais de forma a suprir, alternativamente de sangue, a mesma região.
É um mecanismo de defesa do organismo, que serve para irrigar ou drenar determinada
região do corpo, em caso de obstrução de artérias e veias de grande calibre.
Já a portal é um tipo de circulação na qual redes de capilares são unidos diretamente por uma
veia.
Sistema porta hepático: fígado + baço + (2/3 dir. do cólon transverso + colo ascendente +
jejunoileo) + (1/3 cólon transverso + colos descendente e sigmoide).
Nos rins, a arteríola aferente passa pelos glomérulos e continua na arteríola eferente.
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