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Prof. Doutor Cuinica Química Analítica I lcuinica2010@gmail.com lazarocuinica@yahoo.com.br Gravimetria e Volumetria FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS, MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA LICENCIATURA EM ENSINO DE QUÍMICA mailto:lcuinica2010@gmail.com mailto:lazarocuinica@yahoo.com.br Gravimetria Princípio da análise gravimétrica O método baseia-se na transformação do componente a determinar (analito) num material de composição bem definida e quimicamente relacionado ao analito, que depois de isolado é pesado para a determinação da massa ou seja baseia-se na avaliação da quantidade do elemento a dosear a partir do peso do produto de reacção. Cl- + Ag+ → AgCl↓ Ba2+ + SO42- → BaSO4↓ Etapas do método gravimétrico Etapas do método gravimétrico Dissolução da amostra (abertura). Escolha do precipitante ideal; Conhecimento prévio do tipo de precipitado a ser obtido. Separação do precipitado do meio; A forma de filtração depende do tratamento subsequente do precipitado. Remoção da parte de água-mãe e de impurezas solúveis e não voláteis na temperatura de secagem. Remoção da água de lavagem residual. Secagem (T < 250 oC em estufas) e Calcinação (T > 250 oC em muflas) Determinação da massa do precipitado ponderal Os métodos que permitem quantificar a substância em análise a partir de análise gravimétrica são: Método de precipitação Método de destilação por aquecimento ou volatilização Método de calcinação Destes o mais relevante é o método de precipitação, onde a espécie química a determinar é precipitada sob forma de um composto pouco solúvel, de composição química conhecida. O precipitado é separado por filtração, lavado, seco e/ou calcinado e determina-se a sua massa. É a partir da massa do precipitado e da sua fórmula química que se calcula o teor da substância em análise. Exprime-se o resultado em percentagem (g da substância/100g da amostra). A precisão da análise do resultado depende em grande parte da escolha conveniente do precipitante e da sua quantidade Condições a exigir dos precipitados/ Escolha dos precipitados Precipitado depositado e precipitado ponderal Precipitado depositado é o composto que precipita sob acção de um reagente, enquanto que precipitado ponderal é o composto cuja a massa se determina para obter o resultado definitivo da análise. Ex: Ao dosear-se os iões Fe+++ e Al+++, os precipitados obtidos pela acção de NH4OH são Fe(OH)3 e Al(OH)3 respectivamente. Os precipitados ponderais formados por calcinação são Fe2O3 e Al2O3. Reacções para a determinação do ião cálcio por gravimetria 2NH3(g) + H2C2O4(dil) → 2NH4+(aq) + C2O42-(aq) Ca2+(aq) + C2O42-(aq) → CaC2O4(s) O precipitado depois de filtrado, lavado, seco, é calcinado: CaC2O4(s) → CaO(s) + CO(g) + CO2(g) Características do precipitado depositado para análise gravimétrica Deve ter uma solubilidade suficientemente baixa para se poder obter uma precipitação complete do analito; A estrutura do precipitado deve permitir uma filtração e uma lavagem que rapidamente eliminem as impurezas. Portanto, os cristais do precipitado devem possuir um tamanho razoável para não obstruírem os poros do filtro. Cristais de tamanho maior possuem menor superfície de contacto e portanto adsorvem poucas impurezas. O Precipitado depositado deve ser facilmente transformado em precipitado ponderal; Deve haver uma correspondência completa entre a sua composição e a sua formula química; Deve ter uma estabilidade química suficiente; O teor da substância em análise ou a dosear no precipitado deve ser mais baixo possível para que os erros de doseamento se reflictam menos no resultado final; NOTA: Nem é sempre possível arranjar-se um precipitado específico, temos então que provocar uma dissimulação dos iões que prejudicam o doseamento. Condições a que deve obedecer o precipitado ponderal em análise gravimétrica A principal é que haja correspondência completa entre a sua composição e a sua fórmula química. Ex: Se isso não se verificar o precipitado não é uma substância pura e o cálculo de resultado de análise é impossível. Tenha uma estabilidade química suficiente Se o precipitado mudar facilmente de composição por exemplo pela absorção de vapores de água ou de CO2 da atmosfera por oxi-redução ou ainda por decompor a temperaturas elevadas, neste caso deixa de haver correspondência entre a composição do precipitado e a sua fórmula, quando isso acontece é preciso tomar precauções que impeçam que mude de composição, o que é muito difícil. Para tal transforma-se o precipitado por meio de reagentes apropriados noutro mais conveniente. È vantajoso que o teor do elemento a dosear no precipitado seja o mais baixo possível, pois assim, os erros de doseamento (por exemplo, os erros de pesagem, as perdas devido à solubilidade do precipitado ou a sua transferência incompleta para o filtro) reflectem-se menos no resultado final da analise. As condições dos precipitados determinam a escolha do precipitante. Mas é preciso fazer uma boa lavagem porque o precipitado arrasta consigo sempre substâncias ou iões estranhos. Características do precipitante ideal para análise gravimétrica O precipitante ideal para análise gravimétrica é aquele (de preferência composto volátil) que reage específica e selectivamente com o analito formando um precipitado que: Apresente uma solubilidade suficientemente baixa; Possua cristais de tamanho maior; Tenha uma estabilidade química suficiente e não reaja com os restantes constituentes da amostra; Apresente uma composição química conhecida depois de submetido à secagem ou, calcinação. Além destes requisitos, o reagente precipitante deve ser de preferência, um composto volátil – Usa-se por ex. O H2SO4 para precipitar o Ba++ sob forma de BaSO4 em vez do Na2SO4. Também deve ser específico – é por isso que para precipitar os iões Al+++ numa amostra contendo iões Fe+++ para além dos primeiros usa-se o Na2S2O3 no lugar do amoníaco (normalmente usado na ausência de iões Fe+++). O Na2S2O3 reage com os iões Al+++ Segundo a reacção: 2Al++ + 3S2O3- + 3H2O → 2Al(OH)3(s) + 3S(s) + 3SO2(g) Cálculo dos resultados em doseamentos gravimétricos São geralmente calculados a apartir de medidas experimentais: a massa da amostra e a massa de um produto de composição conhecida. Os cálculos deste género realizam-se estabelecendo uma proporção entre a molécula-grama ou átomo-grama da espécie a dosear, a molécula- grama do precipitado ponderal e a sua massa determinada no doseamento. Os resultados dos doseamentos gravimétricos são geralmente calculados em termos de percentagem (% p/p, % p/v e ppm). Exemplo de % p/p, é calculada pelo peso do analito dividido pelo peso da amostra tomada para análise, multiplicado por 100. Se partir d 1,0000g de uma amostra de cal se obtém 0,3752g de cálcio, então, o teor em cálcio no produto é de 37,5% p/p, isto é: (0,3752/1,0000)x100=37,52% Cálculo dos resultados em doseamentos gravimétricos Escrever a equação da reacção que ocorre; Acertar a equação da reacção; Fazer proporções estequiometrias entre a substância a dosear e a substância cuja massa é rigorosamente conhecida Procedimentos para o cálculo de resultados Exemplo Dissolveu-se 0,4799 g de BaCl2.2H2O em água destilada e a seguir adicionaram-se 5,00 mL de uma solução diluída de H2SO4. O precipitado de BaSO4 formado pesou 0,4530 g depois de lavado e calcinado. Determine a percentagem do Ba na amostra analisada. Exemplo Determine a quantidade de magnésio a partir de um peso de precipitado de Mg2P2O7 igual a 0,3515 gramas. Teremos: (Mg2P2O7) (2Mg) 222,6g------------------------------------------------- 2x24,31g 0,3515g-------------------------------------------------xgx = 0,7782g . BaCl2.2H2O + H2SO4 → BaSO4 + HCl 0,4799g BaCl2.2H2O ------------------ 100% 0,4530g BaSO4 -----------------------------x% X = 94,4% 233g BaSO4---------------------------------------- 137g Ba 0,4530g BaSO4---------------------------------- yg Y = 0,266g Ba 0,4530g BaSO4---------------------------------- 94,4% 0,266g Ba ----------------------------------------- Z% Z = 55,4% Ba BaCl2.2H2O + H2SO4 → BaSO4 + 2HCl Neste caso, na análise gravimétrica não se pesa a substância cuja quantidade queremos determinar mas sim uma quantidade equivalente de uma outra substância que se chama precipitado ponderal, pois, é que se calcula a quantidade da substância a dosear correspondente à quantidade encontrada do precipitado ponderal. Precipitado depositado Precipitado ponderal Vantagens e desvantagens do método gravimétrico Vantagens As operações unitárias utilizadas no procedimento gravimétrico são de fácil execução e de boa reprodutibilidade; Utiliza materiais e equipamentos simples e de baixo custo; O domínio da sua aplicação é muito vasto, pois a maioria de elementos forma compostos pouco solúveis que permite doseá-los quantitativamente por este método. Desvantagens Tempo necessário para a sua execução “muito longo”. Risco de erros acumulativos devido ao número de operações efectuadas; Quantidade da amostra necessária; Carência de precipitantes bastante selectivos. Volumetria Análise Volumétrica ou Volumetria – Baseia-se na medição do volume da solução reagente de concentração rigorosamente conhecida (titulante) que se gasta para efectuar a reacção completa com a substância a analisar. O processo de adição da solução titulante à solução titulada é chamado de Titulação A análise volumétrica é de execução mais rápida que a gravimetria uma vez que nesta técnica em vez de se efectuar a pesagem do produto da reacção, mede-se o volume da solução do reagente cuja concentração é rigorosamente conhecida numa única operação e não em 5 ou mais como na gravimetria. A precisão das volumetrias é um pouco inferior à das gravimetrias pois, a pesagem numa balança analítica é um pouco mais precisa que a medição do volume com uma bureta ou proveta. Mas com muitos cuidados e correcções correctas dos erros associados é sempre preferível trabalhar com análises volumétricas. Titulação volumétrica Medindo com a bureta o volume da solução de reagente necessário para a titulação e conhecendo-se o seu titulo, multiplica-se estes valores e obtem-se a quantidade de reagente (expressa em gramas) que se gastou na reacção. É fácil calcular-se a quantidade da substância que existe na solução em estudo se conhecermos o seu volume. Chama-se título à quantidade em gramas da substância dissolvida existente em um mililitro de solução. Por exemplo, a expressão “ o título de uma solução de H2SO4, é 0,0049 g/mL” significa que em cada mililitro dessa solução existem 0,0049g de H2SO4. O título designa-se pela letra T, com indicação da fórmula química do composto. Ex. T H2SO4 = 0,0049g/ml Condições a que devem satisfazer as reacções utilizadas em Análise Volumétrica Uma das diferenças fundamentais entre a volumetria e a gravimetria é que na titulação tem de se utilizar não um excesso mas sim uma quantidade de reagentes quimicamente equivalentes à substância a dosear e correspondendo rigorosamente à equação da reacção. É nesta equivalência que se baseia o cálculo dos resultados da análise. As substâncias em reacção devem fixar o ponto de equivalência A evolução quantitativa desta reacção è caracterizada pelo valor correspondente da constante de equilíbrio da reacção. Esta constante deve ser suficientemente grande ou seja, a constante de equilíbrio da reacção inversa deve ser suficientemente pequena. Pois, doutro modo a titulação rigorosa torna-se impossível. Assim, só é possível um doseamento suficientemente rigoroso de um ácido fraco por titulação com uma solução de base forte se a reacção de hidrólise do sal formado se der de maneira muito atenuada. Na titulação só se podem usar reacções que tenham velocidades suficientes. Pois, é difícil ou até impossível fixar com precisão o ponto de equivalência em reacções lentas: A solução seria necessariamente sobre titulada. O titulante deve reagir exclusivamente com a substância a dosear, pois, seria impossível o cálculo rigoroso do resultado da análise se durante a titulação ocorrer reacções secundárias. Além disso não devem existir na solução substâncias estranhas que interfiram com a reacção ou impeçam a determinação do ponto de equivalência. Todas estas exigências limitam os domínios de aplicação da análise volumétrica. Classificação dos métodos de analise volumétrica Os doseamentos volumétricos podem ser divididos nos seguintes métodos fundamentais: Método de Neutralização, método de Oxidação-redução, método de precipitação e complexação Método de Neutralização – São todos os doseamentos volumétricos baseados na interacção dos ácidos e das bases H2SO4 + NaOH → Na2SO4 + H2O H+ + OH- ↔ H2O Doseia-se por este método a quantidade de ácidos (alcalimetria) ou de bases (acidimetria) numa dada solução. Titulação de ácidos fortes com bases fortes Titulação de ácidos fortes com bases fracas ou Titulação de ácidos fracos com bases fortes Métodos de oxidação-redução. Os métodos mais usados são: Permanganimetria – que se baseia nas reacções de oxidação-redução em que intervém o permanganato de potássio KMnO4, como oxidante. 2MnO4- + 5C2O42- + 16H+ → 2Mn2+ 10CO2 + 8H2O Iodometria – que se baseia nas reacções de oxidação-redução em que intervém o iodo livre como oxidante ou ião I- como redutor. I2 + 2e- ↔ 2I- Dicromatometria - que se baseia nas reacções de oxidação-redução em que intervém o dicromato de potássio K2Cr2O7, como oxidante. Bromatometria - que se baseia nas reacções de oxidação-redução em que intervém o bromato de potássio KBrO4, como oxidante. Método de precipitação e complexação – incluem-se nestes métodos os doseamentos volumétricos baseados na precipitação de qualquer ião sob a forma de um composto pouco solúvel ou na fixação de um ião num complexo pouco dissociado. Seja qual for o doseamento ele implica sempre: Uma medição rigoroso de volumes das soluções que reagem; A existência de uma solução titulada padrão, por meio do qual se efectua o doseamento; O cálculo dos resultados da análise. Portanto, antes de estudarmos os vários métodos de análise volumétrica, vejamos como proceder à medida de volumes, como determinar concentrações, como preparar uma solução padrão e como efectuar os cálculos. Exemplo Pipeta-se 25 mL de uma solução de H2SO4 para um Erlenmeyer de 250 mL e adiciona-se umas gotas de solução de vermelho de fenol. Em seguida titula-se com a solução padrão de NaOH 0,506 M e gastam-se 40,85 mL. Calcule a concentração molar da solução de H2SO4. Cálculo dos resultados em doseamentos volumétricos Escrever a equação da reacção que ocorre Acertar a equação da reacção Fazer proporções estequiometrias entre a substância a dosear e a substância cuja concentração e o volume são rigorosamente conhecidos Resolução H2SO4 + NaOH → Na2SO4 + H2O H2SO4 + 2NaOH → Na2SO4 + 2H2O C = n/V então n = C x V n (NaOH) = 0,506 mol/L x 0,04085L = 0,0207 mol 1mol H2SO4-------------------------- 2 mol NaOH X mol H2SO4 ------------------------ 0,0207 mol NaOH X = 0,0104 mol H2SO4 [H2SO4] = 0,0104 mol/0,025L [H2SO4] = 0,416 M Dados V (H2SO4) = 25 mL=0,025L V (NaOH) = 40,85 mL = 0,04085L [NaOH] = 0,506 M [H2SO4] = ? 1mol H2SO4-------------------------- 2 mol NaOH Prof. Dr. Cuinica Slide Number 1 Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 SlideNumber 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 Slide Number 28 Slide Number 29 Slide Number 30 Slide Number 31 Slide Number 32 Slide Number 33 Slide Number 34 Slide Number 35 Slide Number 36
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