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Legislação Aplicada à Área de Riscos e Emergências Alcione Moraes de Melo Ericka Patrícia Lima de Brito Curso Técnico em Segurança do Trabalho Educação a Distância 2021 Legislação Aplicada à Área de Riscos e Emergências Alcione Moraes de Melo Ericka Patrícia Lima de Brito Curso Técnico em Segurança do Trabalho Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Educação a Distância Recife 1.ed. | Mar. 2021 Catalogação e Normalização Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) Diagramação Jailson Miranda Coordenação Executiva George Bento Catunda Renata Marques de Otero Manoel Vanderley dos Santos Neto Coordenação Geral Maria de Araújo Medeiros Souza Maria de Lourdes Cordeiro Marques Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa Gerência de Educação a distância Professor(es) Autor(es) Alcione Moraes de Melo Ericka Patrícia Lima de Brito Revisão Alcione Moraes de Melo Ericka Patrícia Lima de Brito Coordenação de Curso Druzila Maria Lustosa da Cunha Coordenação Design Educacional Deisiane Gomes Bazante Design Educacional Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Helisangela Maria Andrade Ferreira Izabela Pereira Cavalcanti Jailson Miranda Roberto de Freitas Morais Sobrinho Descrição de imagens Sunnye Rose Carlos Gomes Sumário Introdução .............................................................................................................................................. 6 1.Competência 01 | Legislação Brasileira Específica a Incêndios .......................................................... 7 1.1. Aspectos legais, legislação de prevenção contra incêndio ........................................................................ 7 1.2.NR-23 ........................................................................................................................................................ 12 1.3. COSCIP-PE ................................................................................................................................................ 14 1.3.1 Classificação das edificações e definição de sistemas ........................................................................... 15 1.4. ABNT ........................................................................................................................................................ 22 2.Competência 02 | Legislação Brasileira Específica a Procedimentos de Emergências..................... 24 2.1. NBR 15219 - Plano de Emergência contra Incêndios .............................................................................. 24 2.1.1. Objetivo................................................................................................................................................. 25 2.1.2. Referências Normativas ........................................................................................................................ 25 2.1.3. Definições da NBR 15219:2005 ............................................................................................................ 26 2.1.4. Requisitos .............................................................................................................................................. 28 2.1.5. Elaboração do plano de emergência contra incêndio .......................................................................... 29 2.1.6. Implantação do plano de emergência contra incêndio ........................................................................ 29 2.2. NBR 14.276 - Programa de Brigada de Incêndio ..................................................................................... 32 2.2.1. Objetivo................................................................................................................................................. 34 2.2.2. Definições ............................................................................................................................................. 34 2.2.3. Requisitos .............................................................................................................................................. 36 2.2.3.1. Composição da Brigada de Incêndio.................................................................................................. 36 2.2.3.2. Organograma da Brigada de Incêndio ............................................................................................... 37 2.2.3.3. Critérios básicos para a seleção de candidatos a brigadista ............................................................. 39 2.2.3.4. Formação da brigada de incêndio ..................................................................................................... 39 2.2.3.5. Atribuições da brigada de incêndio ................................................................................................... 39 2.3. Exemplos de Normas Regulamentadoras que tratam sobre prevenção para situações de emergência 40 3.Competência 03 | Legislação Brasileira Específica a Acidentes do Trabalho ................................... 42 3.1. Acidente do Trabalho: Conceito Legal e Conceito Prevencionista .......................................................... 42 3.2 Lei 8.213/1991 .......................................................................................................................................... 45 3.2.1 Considera-se acidente do trabalho (art. 20 Lei n. 8213) ....................................................................... 46 3.2.2 Não é considerado como doença do trabalho (art. 20 inciso 1 da lei .8213) ........................................ 46 3.2.3 Equiparam-se a acidente do trabalho (Art. 21 da lei n. 8.213) ............................................................. 46 3.2.4 Comunicação de acidente do trabalho .................................................................................................. 48 3.2.5 Dia do acidente do trabalho .................................................................................................................. 50 3.3 Da responsabilidade sobre o acidente de trabalho .................................................................................. 50 Conclusão ............................................................................................................................................. 53 Referências ........................................................................................................................................... 54 Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 55 Alcione Moraes de Melo ................................................................................................................................. 55 Ericka Patrícia Lima de Brito ........................................................................................................................... 55 6 Introdução Caro Estudante, Nesta disciplina serão abordados conhecimentos importantes para você e para a sociedade, relacionados à Legislação Aplicada à Área de Riscos e Emergências. Apesar de esta ser uma temática de ampla gama de informações, iremos abordar conteúdos introdutórios, fundamentais e conceituais sobre medidas para minimizar os efeitos de uma emergência, onde você, como futuro profissional de Segurança do Trabalho poderá observar que esta disciplina é essencial dentre as atribuições ao qual você irá desempenhar no dia a dia. Em termos práticos, iremos observar comoa influência de grandes incêndios nortearam mudanças importantes nas normas e legislações do País. Na segunda competência vamos conhecer sobre o plano de emergência e formação da brigada de incêndio. Ao final, conheceremos um pouco mais sobre os conceitos e tipos de acidentes do trabalho, como realizar a comunicação de acidente e benefícios dos trabalhadores e observar a importância da prevenção para evitar o acidente para todos. Bons Estudos! 7 Competência 01 1.Competência 01 | Legislação Brasileira Específica a Incêndios 1.1. Aspectos legais, legislação de prevenção contra incêndio Ao longo dos anos, a sociedade foi aumentando a percepção sobre a importância da prevenção contra incêndios nas edificações, ao observar que a falta e/ou adoção de medidas erradas, não planejadas, poderiam acarretar em perdas de vidas, prejuízo ao patrimônio, ao meio ambiente, entre outros. O conhecimento de medidas de prevenção contra incêndios é essencial para todos, especialmente para sua formação como futuro Técnico de Segurança do Trabalho - TST. Na Portaria 3.275/1989, o Ministério do Trabalho e Emprego, definiu as atribuições do técnico em segurança do trabalho, constando dentre as atividades: informar os riscos existentes do ambiente de trabalho ao empregador e aos empregados, orientar sobre as devidas medidas para eliminação e/ou controle dos riscos, etc. Como também, três atribuições que consideramos relacionados com a proteção contra incêndio que gostaríamos de destacar: (...) VII - Executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, ampliação, reforma, arranjos físicos e de fluxos, com vistas à observância das medidas de segurança e higiene do trabalho, inclusive por terceiros; (...) IX - Indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos audiovisuais e didáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a Legislação vigente, dentro das qualidades e especificações técnicas recomendadas, avaliando o seu desempenho; (...) XVII - Articular-se e colaborar com os órgãos e entidades à prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho; Observe que resumindo os três incisos acima, segundo a Portaria 3.275, o técnico de segurança deverá aplicar medidas de segurança para qualquer alteração no ambiente de trabalho, ou seja, da fase do projeto à execução da atividade; identificar e inspecionar os sistemas de proteção contra incêndio, bem como articular e contribuir com outras instituições relacionadas com prevenção de acidentes, exemplo: o Corpo de Bombeiros Militar. 8 Competência 01 Nesse contexto, caro estudante, vamos conhecer algumas Leis e Normas que são imprescindíveis para proteção contra incêndio, como é o caso da NR – 23, que trata sobre a proteção contra incêndios, o Coscip-PE, que é o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico para o Estado de Pernambuco, entre outras referentes ao tema. No passado não existia legislações específicas no País sobre a temática, após grandes incêndios que essa realidade foi sendo alterada. Vamos conhecer alguns incêndios de grandes proporções no Brasil? 1. GRAN CIRCO NORTE-AMERICANO Em dezembro de 1961, o Gran Circo Norte-Americano estava se apresentando em Niterói/RJ, para três mil pessoas. O fogo começou minutos antes do encerramento do show e logo se alastrou pelo picadeiro, pois a lona era de material altamente inflamável. O local não possuía medidas de proteção a incêndio, saída de emergência, extintores, etc. Existem relatos que o local apresentava problemas também nas instalações elétricas. O incêndio matou mais de 500 pessoas. Segundo investigações da justiça, o incêndio teve causa criminosa, que foi comandado por um ex-funcionário do circo, com ajuda de dois cúmplices. Acesse o link abaixo para conhecer as atribuições do técnico de segurança do trabalho: https://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-3275-1989_180582.html Para saber mais detalhes sobre esse incêndio, conhecido como um dos maiores do Brasil acesse os link’s: https://www.youtube.com/watch?v=y12CuYOf5T8 https://www.youtube.com/watch?v=Y60fY5ocz7o https://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-3275-1989_180582.html https://www.youtube.com/watch?v=y12CuYOf5T8 https://www.youtube.com/watch?v=Y60fY5ocz7o 9 Competência 01 2. EDIFÍCIO JOELMA No centro de São Paulo, um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado no 12º andar provocou um grande incêndio, no Edifício Joelma, no dia 1 de fevereiro de 1974. O prédio de 25 andares, utilizado para funcionamento de um banco e salas comerciais, contava com mais de 750 funcionários. O fogo se propagou rapidamente entre os andares, resultando na morte de mais de 187 pessoas e 300 feridos. Algumas pessoas desesperadas se jogaram pelas janelas e sacada, para se livrarem do fogo e da fumaça. O prédio apresentava problemas de construção, não tinha escada de emergência, porta corta-fogo, etc. Figura 01: Registro do incêndio no Edifício Joelma Fonte: https://jovempan.com.br/noticias/relembre-o-incendio-no-edificio-joelma-marco-na-historia-quadricentenaria- de-sao-paulo.html Descrição da imagem: prédio em chamas 3. BOATE KISS O incêndio na Boate Kiss, ocorreu em janeiro de 2013, completou mais de 7 (sete) anos e ainda está sendo investigado. Essa tragédia ocasionou na morte de 242 jovens, no município de Santa Maria, que fica a 290km de Porto Alegre, no Rio grande do Sul. Nos laudos periciais falam de uma sucessão de erros que ocasionou essa tragédia, como o caso da realização de show pirotécnico em ambiente fechado. O teto da boate era coberto de espuma altamente inflável e tóxico, que facilitou o alastramento rapidamente do fogo. O local só continha uma única porta para saída das pessoas, no https://jovempan.com.br/noticias/relembre-o-incendio-no-edificio-joelma-marco-na-historia-quadricentenaria-de-sao-paulo.html https://jovempan.com.br/noticias/relembre-o-incendio-no-edificio-joelma-marco-na-historia-quadricentenaria-de-sao-paulo.html 10 Competência 01 momento do incêndio muitos morreram tentando sair da Boate. Além da falta de equipamentos adequados e funcionários treinados para atuarem em situações emergência Figura 02: Boate Kiss após o incêndio Fonte: https://www.cruzeirodovale.com.br/brasil/sete-anos-apos-incendio-na-boate-kiss-primeiro-reu-sera-julgado/ Descrição da imagem: área da Boate Kiss com o que sobrou após o incêndio. São inúmeras as causas que contribuíram nesses casos de incêndios relatados, numa análise simplória percebemos que ambos não foram projetados avaliando a prevenção contra incêndio, como também faltavam equipamentos de combate ao princípio de incêndio, pessoas treinadas para atuarem em situações de emergência, locais com rotas de fuga e sinalizações adequadas, além da falta de legislações específicas ou descumprimento das existentes, entre outras causas. Acesse o link abaixo e veja nesta reportagem mais erros que colaboraram para tragédia da Boate Kiss http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/01/dois-anos-depois- veja-24-erros-que-contribuiram-para-tragedia-na-kiss.html https://www.cruzeirodovale.com.br/brasil/sete-anos-apos-incendio-na-boate-kiss-primeiro-reu-sera-julgado/ http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/01/dois-anos-depois-veja-24-erros-que-contribuiram-para-tragedia-na-kiss.html http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2015/01/dois-anos-depois-veja-24-erros-que-contribuiram-para-tragedia-na-kiss.html 11 Competência 01 Mas afinal de contas, o que esses incêndios interferiram na Legislação brasileira? Após os grandes incêndios todos começaram a ter maior percepção dos riscos e assim tendo regras de prevenção e proteção mais rigorosas no País.No entanto, o processo para elaboração, aprovação e fiscalização do cumprimento de Leis no Brasil ainda é lento. Observe que as primeiras legislações de segurança no Brasil apresentavam como foco a proteção ao trabalhador, como visto na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, emitida em 1943. A partir da atualização da CLT em 1977, foi dada ao Ministério do Trabalho a responsabilidade de complementar as Normas existentes, conforme Art. 200, do capítulo V: (...) estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre: (...) IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização; Em 1978, o Mistério do Trabalho, através da Portaria de 3.214, aprovou as primeiras 28 Normas Regulamentadoras, sendo a NR-23 específica para proteção contra incêndios. No País tivemos, também, a criação de diversas Normas Brasileiras que padronizaram os sistemas e plano de combate à emergência. Outro exemplo foi a Lei nº 13.425, assinada em 30 de março de 2017, que entrou em vigor cinco anos após o incêndio na Boate Kiss, conhecida popularmente como a Lei Kiss, que “estabelece diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público". Com essa Lei, o governo federal reforçou a responsabilidade de segurança contra incêndios de todos os envolvidos no projeto, descrevendo quem tem competência para expedir o alvará de funcionamento, fiscalizar, como também os estabelecimentos e profissionais envolvidos. Dentre as exigências da Lei, temos que os órgãos que realizam a fiscalização das atividades de 12 Competência 01 engenharia e arquitetura exigem a apresentação de projetos técnicos devidamente aprovados pelo poder público municipal. Quais os estabelecimentos devem adequar-se a essa Lei? De acordo com o Art 2º, § 1º: os “estabelecimentos, edificações de comércio e serviços e áreas de reunião de público, cobertos ou descobertos, cercados ou não, com ocupação simultânea potencial igual ou superior a cem pessoas” devem cumprir as diretrizes da Lei. Mas, essa regra tem exceção, sendo estendida também para estabelecimentos com o número de pessoas inferior a cem pessoas, desde que sejam destinadas a locais: • Principalmente ocupados por idosos, crianças ou pessoas com dificuldade de locomoção; • Ou estabelecimentos com grande quantidade de materiais de alta inflamabilidade em seu interior. O não cumprimento dessa Lei poderá acarretar na aplicação de advertência, multa, interdição e embargo do estabelecimento. 1.2.NR-23 De acordo com a NR-23 que trata de Proteção contra incêndios, no item 23.1, fala que: “Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis”. Ou Seja, fica obrigatório seguir os requisitos da Atenção A partir dessa Lei ficou exigido que seja ministrado conteúdo relativo à prevenção e ao combate a incêndio e a desastres, nos cursos de graduação em Engenharia e Arquitetura, nos cursos de tecnologia e de ensino médio correlatos. Acesse o link abaixo e conheça a Lei 13.425/17: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13425.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13425.htm 13 Competência 01 NR-23, que são itens fundamentais de proteção contra incêndios, como também o empregador deverá cumprir os decretos estaduais, considerando a particularidade de cada tipo de estabelecimento. Corrobora nesse sentido a Consolidação das Leis de Trabalho – CLT, de 1977, capítulo V, sobre segurança e medicina do trabalho, que segundo seu Art. 154, o cumprimento das empresas “de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho”. Adicionalmente, o empregador deverá informar para todos os empregados, segundo a NR-23, os seguintes assuntos: • A utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; • Os procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; e • Os dispositivos de alarme existentes. O ambiente de trabalho deverá ter saídas, em número suficiente, a fim de evitar dificuldades para o abandono do local, nas situações de emergência. Bem como, essas saídas deverão ser projetadas de modo a garantir que possam ser utilizada de forma rápida e segura. Por isso, fica proibido o fechamento de qualquer saída de emergência, durante o período de trabalho. Mas, de acordo com a NR-23, pode-se utilizar dispositivo de travamento nas saídas de emergência, no entanto, esse deverá permitir “fácil abertura do interior do estabelecimento”. Os locais que forem planejados para utilização em caso de emergência precisam indicar a direção da saída, através de sinalizações que podem ser placas ou sinais luminosos. A Figura abaixo apresenta alguns modelos de placa utilizadas para sinalizar as rotas de fuga. 14 Competência 01 Figura 03: Exemplos de placas de sinalizações de rota de fuga Fonte: https://setechamas.com.br/portfolio/placa-sinalizacao-rota-de-fuga/ Descrição da imagem: A imagem representa figuras de placas verde, com bonecos andando para direita ou esquerda, subindo ou descendo escada, conforme direção da seta que representa a saída de emergência. Tem, também, o desenho de uma placa escrita: SAIDA DE EMERGÊNCIA. 1.3. COSCIP-PE As edificações, além de cumprir as exigências da NR-23, precisam atender também as legislações, Decretos, Instruções Técnicas, estabelecidas pelo Estado, como vimos no tópico anterior. Nesse sentido, cada Estado deve possuir suas próprias Normativas de proteção contra incêndio e/ou indicar as instruções técnicas que serão adotadas. Neste contexto, temos o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico para o Estado de Pernambuco – Coscip-PE, que tem por finalidade, conforme seu Art. 1º. “estabelecer as condições mínimas de segurança contra incêndio e pânico em edificações, determinar o seu cumprimento e fiscalizar sua execução”. No qual, esse Código, tem abrangência para as edificações construídas, em construção e a que venham ser construídas localizadas na área do Estado de Pernambuco. De acordo com o Código apenas as residências privativas unifamiliares estão isentas do cumprimento das exigências estabelecidas, exceto as exceções previstas. Para conhecer na íntegra a NR-23, acesse: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-23.pdf https://setechamas.com.br/portfolio/placa-sinalizacao-rota-de-fuga/ https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-23.pdf 15 Competência 01 O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco – CBMPE tem dentre suas competências a função de estudar, planejar e fiscalizar o cumprimento desse Código. 1.3.1 Classificação das edificações e definição de sistemas As edificações são classificadas quanto ao risco de incêndio em conformidade com a Tarifa de Seguro-Incêndio do Brasil – TSIB, do Instituto de Resseguros do Brasil - IRB. Para realizar essa classificação de risco deve-se tomar como base a classificação da ocupação, seguida pelo Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco - CBMPE. Essa classificação de ocupação, descrita abaixo, servirá para dimensionar o sistema de segurança contra incêndio da edificação.TIPO OCUPAÇÃO DESCRIÇÃO DA OCUPAÇÃO A Residencial Privativa Unifamiliar Residência de uma só família, onde independe número de pavimentos ou área construída. Ex.: Casas. B Residencial Privativa Multifamiliar Conjunto de unidades habitacionais, reunidos em um só bloco ou edifício, tendo a existência de áreas Conheça na íntegra o Coscip do estado de PE, através do link: https://www.intranet.bombeiros.pe.gov.br/storage/get/file/1684 Caso a edificação tenha mais de uma classificação de ocupação e risco, para fins de dimensionamento de sistemas de segurança contra incêndio e pânico, prevalecerá, a ocupação de maior risco. https://www.intranet.bombeiros.pe.gov.br/storage/get/file/1684 16 Competência 01 coletivas cobertas no interior da edificação ou fazendo parte da mesma. Ex.: Apartamentos. C Residencial Coletiva Abrigam, grupos de pessoas, com aproveitamento e ocupação de áreas coletivas, com a ocupação domiciliar de intenção permanente, não inferior a seis meses. Ex.: conventos, internatos, etc. D Residencial Transitória Abrigam, em regime residencial ou domiciliar exclusivamente transitório, grupos de pessoas com aproveitamento e ocupação de áreas coletivas, por tempo não superior a 30 dias, podendo, em casos ter exceção desse tempo. Ex.: hotéis, motéis, albergues, etc. E Comercial São desenvolvidos processos de trabalho mercantil, de compra e venda e de oficinas de consertos ou serviços, como também pequenas lanchonetes, área inferior a 50 m², sendo o atendimento desenvolvido exclusivamente no balcão. Ex.: Supermercado, padaria, oficina, açougues, etc. F Escritório São destinadas à condução de negócios e prestação de serviços pessoais. Ex.: Consultórios médicos, escritórios, agências de viagens e empregos, barbearias, etc. G Mista Abrigam ocupações residenciais privativas conjugadas com comerciais ou de escritórios. H Reunião de Público Tem natureza de congregar uma população flutuante ou temporária em um dado momento, provocada por um evento isolado esporádico, transitório ou descontínuo. Ex.: Teatro, cinema, bares, estádios, boate, auditório, etc. 17 Competência 01 I Hospitalar São destinadas ao tratamento de pessoas portadoras de distúrbios de qualquer natureza, deficiências físicas ou psíquicas e de patologias clínicas diversas, ou cuidados especiais, desde que impliquem internamentos ou permanência temporária. Ex.: hospital, asilos, etc. J Pública São aquelas administradas pelos poderes públicos constituídos. K Escolar São destinadas ao ensino pedagógico, à formação, aperfeiçoamento, habilitação e atualização de profissionais, à educação ou à formação escolar em todos os graus, e, ainda, aquelas destinadas à formação e modelação muscular e corporal, com permanência de tempo não inferior a 60 (sessenta) dias. L Industrial São aquelas destinadas às ocupações com processos de industrialização, atividades fabris, e similares. Serão classificados em conformidade com a TSIB – IRB. M Garagem São as edificações destinadas, exclusivamente, a estacionamento e guarda de veículos automotores, inclusive embarcações e aeronaves, exploradas ou não comercialmente, e a garagens coletivas, desde que instaladas no interior de áreas edificadas ou construídas. N Galpão ou Depósito São aquelas construções em que o risco de ocupação envolva armazenamento, guarda, depósito ou estoque de materiais. As edificações definidas neste artigo serão classificadas em função da natureza do material a ser armazenado. 18 Competência 01 O Produção, manipulação, armazenamento e distribuição de derivados de petróleo e/ou álcool e/ou produtos perigosos Serão classificadas em função das seguintes ocupações: destilarias, refinarias e congêneres; parques de tancagem ou tanques isolados; plataformas de carregamento; postos de serviços e/ou pontos de vendas a varejo; armazéns ou depósitos de produtos acondicionados; instalações e/ou parques de acondicionamento; instalações que envolvam recipientes estacionários. P Templos Religiosos Edificações destinadas a realização de atos litúrgicos ou religiosos, seitas religiosas, sessões, reuniões e/ou eventos que envolvam religião, crença ou qualquer manifestação de fé, independente da forma de expressão. Q Especiais São aquelas que, por sua natureza de ocupação ou condições de existência apresentem processos de trabalho que envolvam riscos específicos, ou que tenham existência efêmera ou temporária quanto à sua instalação, exigindo proteção especial contra sinistros. Ex.: Museus, bibliotecas, etc. Quadro 02: Classificação de ocupação. Fonte: COSCIP-PE - Governo do Estado de Pernambuco (1994) A partir da classificação da ocupação, podem-se definir os sistemas de segurança contra incêndio, mas é necessário seguir a análise de alguns parâmetros, tais como: • Área total construída e/ou coberta; • Área construída por pavimento; • Número de pavimentos; • Altura total da edificação ou de áreas ou setores específicos, em caso de ocupações diversas; 19 Competência 01 • Número total de economias habitáveis na edificação e/ou em agrupamentos e por pavimento edificado; • Distâncias a serem percorridas pela população no caminhamento em circulações ou acessos, partindo-se do local mais afastado até às saídas de emergência, em cada pavimento considerado; • Natureza das circulações e/ou acessos; • Natureza específica de sua ocupação, nos casos de indústrias, depósitos, galpões e casas comerciais, isoladas ou não, e edificações congêneres, entre outros descritos no Coscip. 1.3.2 Sistemas de prevenção e combate a incêndios Caro estudante, vamos aprender sobre os sistemas de prevenção de combate a incêndios? Os sistemas citados pelo Coscip-PE são os: • Portáteis e transportáveis; • Fixos automáticos e sob comando; • Chuveiros automáticos. Dos sistemas portáteis e transportáveis – são os extintores de incêndios que podem ser manual ou sobre rodas. • Manual – destinado a combater o princípio de incêndio, com capacidade mínima de uma Unidade Extintora; • Sobre rodas – que contém mangueira de no mínimo 5,0 m de comprimento, e provido de difusor, esguicho ou pistola, apresente-se montado sobre carretas e tenha, no mínimo, as capacidades previstas do Coscip-PE, em função do agente extintor. 20 Competência 01 Figura 04: Extintores, com carga de água, portátil manual de 10l e sobre rodas com 75l Fonte: https://www.bucka.com.br/extintores/ Descrição da imagem: Dois exemplos de extintores de incêndio, com carga de água. O primeiro na versão de 10l e o segundo sobre rodas, na versão de 75 litros. O agente extintor é a substância que é eficaz para a extinção do fogo, exemplo: água, pó químico e gás carbônico - CO2. Para realizar o dimensionamento de proteção por extintores será conforme a necessidade de Unidades Extintoras – UE, do ambiente que será protegido. Observe no quadro abaixo como se constitui uma Unidade Extintora – UE, considerando um aparelho e o mínimo da capacidade do agente ou substância: Substância ou Agente Capacidade do extintor Água ou espuma 10 litros Gás carbônico 6 kg Pó químico 4 kg Quadro 04: Extintor - Agente e capacidade Fonte: Governo do Estado de Pernambuco (1994) De acordo o Coscip-PE, Art. 33, para realizar o dimensionamento da quantidade, tipo e a capacidade dos extintores faz-se necessário saber: • Natureza do fogo a extinguir; • Área total a ser protegida; • Riscos que os mesmos venham a oferecer ao operador; Atenção - É exigido no mínimo de duas Unidades Extintoras para cada pavimento, mezanino, jirau ou risco isolado; - É aceita a instalação de apenas uma Unidade Extintora, desde que a área a ser protegida seja igual ou inferiora 50 m²; - Na instalação, os extintores não devem ter a sua parte superior acima de 1,60 m do piso e não devem ser instalados nas escadas e nas antecâmaras das escadas a prova de fumaça; - Devendo ser instalados em locais com menor possibilidade do fogo bloquear seu acesso; boa visibilidade; protegidos contra intempéries e não fiquem encobertos ou obstruídos. https://www.bucka.com.br/extintores/ 21 Competência 01 • Classe ocupacional do risco isolado; • Área máxima de proteção de uma unidade extintora; • Distância a ser percorrida para alcançar o extintor. Nas suas inspeções de segurança, como futuro técnico, deverá verificar se os extintores encontram-se devidamente sinalizados, com fácil visualização, rápida localização e identificação do equipamento e de seu agente extintor. O Coscip-PE fala da utilização de discos de sinalização, que deverão ser formados por um círculo interno, com a cor identificadora do agente extintor correspondente, a indicação do fone do Corpo de Bombeiros (193) e circunscrito por outro na cor vermelha, em cores firmes. Esse círculo interno dos discos de sinalização deverá obedecer à seguinte configuração: • Círculo interno na cor BRANCA, para identificação dos aparelhos com o agente extintor a base de água; • Círculo interno na cor AMARELA, para identificação dos aparelhos com o agente extintor gás carbônico; • Círculo interno na cor AZUL, para identificação dos aparelhos com o agente extintor pó químico. Obs.: Segundo o Coscip, poderão ser admitidas também setas de sinalização. Dos sistemas fixos automáticos e sob comando - são formados por sistemas de hidrantes, de mangueiras semi-rígidas e de chuveiros automáticos. - Os sistemas de proteção por hidrantes e por carretel com mangotinho são conjuntos formados por canalizações, reservatórios de água, mangueiras ou mangotinhos, esguichos e acessórios hidráulicos, destinado exclusivamente para a extinção de incêndios. A instalação da rede de hidrantes poderá ser interna e/ou externos da edificação. - Chuveiros automáticos – sprinklers - conjunto formado por canalizações, válvulas, reservatório d’água, chaves de fluxo, bicos dos chuveiros, e, quando for o caso, sistema de bombas, destinado à proteção contra incêndio e pânico. Os sprinklers têm por finalidade: proteger áreas de maior risco; evitar a propagação dos incêndios; garantir um caminhamento seguro às rotas de fuga. 22 Competência 01 Figura 05: Hidrante e chuveiro automático Fonte: https://bombeiros.com.br/hidrante-incendio/ https://www.gcbrazil.com.br/chuveiros-automaticos/ Descrição da imagem: Primeira imagem é um hidrante instalado em abrigo/armário vermelho com mangueira. A segunda imagem é um chuveiro automático - sprinkler de teto em metal inox circular e bulbo central com líquido interno na cor vermelha, logo abaixo deste um dispersor. O Coscip-PE ainda trata do sistema de detecção e alarme de incêndio, dos sistemas e dispositivos para evacuação de edificações em caso de emergência, do sistema de proteção e de estruturas, por isso é essencial e importante à leitura completa desse Código. Lembrete: É necessária a aprovação do projeto de prevenção de combate e incêndio pelo Corpo de Bombeiros. 1.4. ABNT Caro estudante, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT ganhou poder de lei, em relação às normas de proteção contra incêndios, ao ser citada pela NR-23, ou seja, ficando obrigatória o seu cumprimento caso não exista decreto estadual específico sobre determinado tema na área de proteção contra incêndios. Sendo assim, os ambientes de trabalho também precisam estar em conformidades com as normas técnicas aplicáveis. Segue algumas NBR’s relacionadas com a prevenção e o combate a incêndios, conforme apresentado na Tabela abaixo. Nº da Norma Norma NBR 9077 Saídas de emergência; NBR 11742 Portas corta-fogo para saída de emergência https://bombeiros.com.br/hidrante-incendio/ https://www.gcbrazil.com.br/chuveiros-automaticos/ 23 Competência 01 NBR 13714 Hidrantes ou mangotinhos NBR 10897 Proteção contra incêndios por chuveiro automático NBR 12693 Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio NBR 14276 Programa de brigada de incêndio NBR 10898 Sistemas de iluminação de emergência NBR 12692 Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio NBR 9441 Sistemas de Detecção e Alarme de incêndio NBR 15219 Plano de emergência NBR 12962 Extintores de incêndio — Inspeção e manutenção Quadro 03: NBR’s Fonte: http://www.abnt.org.br/ Pesquise sobre os objetivos da ABNT, para conhecer mais sobre o tema. Agora que você acabou de ler esta competência, assista a Videoaula. http://www.abnt.org.br/ Competência 02 24 2.Competência 02 | Legislação Brasileira Específica a Procedimentos de Emergências 2.1. NBR 15219 - Plano de Emergência contra Incêndios Visando evitar que uma diversidade de ações fossem realizadas e assim houvesse uma certa confusão no momento da aplicação das possíveis ações, surgiu a necessidade de uma padronização, ou seja, a realização de especificações que pudessem ser utilizadas por todos visando a eficiência, bem como a realização de padrões mínimos no combate a incêndios. Desta forma, a NBR 15219 de 2005 apresenta de forma clara o plano de emergência contra incêndios, porém, é importante lembrar que, mesmo diante dessa normatização, as empresas podem, de acordo com a sua característica ou riscos envolvidos, ampliar esta norma com outros parâmetros visando o combate ao incêndio. De maneira geral, esta norma está subdividida em 04 (quatro) principais tópicos, com 03 (três) anexos, conforme apresentado na Figura1: Figura 06: Principais Tópicos abordados na NBR 15219:2005 Fonte: As autoras Descrição da imagem: fluxograma em formato de setas coloridas, onde cada seta tem a seguinte sequência: objetivo, referências normativas, definições, requisitos e anexos. A seguir, iremos estudar de forma detalhada cada item desta norma. OBJETIVO REFERÊNCIAS NORMATIVAS DEFINIÇÕES REQUISITOS ANEXOS Agora que você já entendeu um pouco da importância da NBR 15219:2005, vamos estudar de forma mais detalhada os tópicos desta norma? Acesse: http://safebombeirocivil.com.br/wp-content/uploads/2017/09/nbr152192005- bombeiro-profissional-civil.pdf http://safebombeirocivil.com.br/wp-content/uploads/2017/09/nbr152192005-bombeiro-profissional-civil.pdf http://safebombeirocivil.com.br/wp-content/uploads/2017/09/nbr152192005-bombeiro-profissional-civil.pdf Competência 02 25 2.1.1. Objetivo A NBR 15219:2005 tem por objetivos: • Estabelecer os requisitos mínimos para a ELABORAÇÃO, IMPLANTAÇÃO, MANUTENÇÃO e REVISÃO de um plano de emergência contra incêndio, visando proteger a vida e o patrimônio, bem como reduzir as consequências sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente. • Ser de aplicabilidade em toda e qualquer planta, com exceção das edificações residenciais unifamiliares. 2.1.2. Referências Normativas Uma norma técnica para ser elaborada é pautada em requisitos de outras normas, desta forma, com a NBR 15219:2005, podemos observar que a mesma seguiu determinações abordadas nas seguintes NBRs: • ABNT NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios • ABNT NBR 13434-1 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 1: Princípios de projeto • ABNT NBR 13434-2 – Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores • ABNT NBR 14023 – Registro de atividades de bombeiros • ABNT NBR 14276 – Programa de brigada de incêndio • ABNT NBR 14608 – Bombeiro profissional civil Vamos relembrar? O são edificações residenciais unifamiliares? Segundo o artigo 8º do COSCIP – PE, estudado durante a Competência 01, temos: As Edificações Residenciais PrivativasUnifamiliares - casas, são aquelas destinadas à residência de uma só família, independentemente do número de pavimentos ou área construída. Competência 02 26 2.1.3. Definições da NBR 15219:2005 Para facilitar o entendimento de alguns termos utilizados, a norma apresenta algumas definições. É importante que você estudante esteja sempre atento as diferenciações de cada um destes termos utilizados na NBR 15219:2005, que são: • Bombeiro profissional civil: Conforme ABNT NBR 14608. • Brigada de incêndio: Conforme ABNT NBR 14276. • Grupo de apoio: Grupo de pessoas composto por terceiros (por exemplo: pessoal de manutenção, patrimonial, telefonista, limpeza etc.) ou não, treinados e capacitados, que auxiliam na execução dos procedimentos básicos na emergência contra incêndio. • Emergência: Situação crítica e fortuita que representa perigo à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio, gerando um dano continuado que obriga a uma imediata intervenção operacional. • Perigo: Situação com potencial de provocar lesões pessoais ou danos à saúde, ao meio ambiente ou ao patrimônio, ou combinação destas. • Planta: Local onde estão situadas uma ou mais edificações ou área a ser utilizada para um determinado evento ou ocupação. • Ponto de encontro: local seguro e protegido dos efeitos do sinistro. • População fixa: Aquela que permanece regularmente na planta, considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os terceiros nestas condições. • População flutuante: Aquela que não permanece regularmente na planta. Será sempre considerado o número máximo diário de pessoas. • Profissional habilitado: Profissional com formação em prevenção, combate a incêndio e abandono de área, com carga horária mínima de 200 h para risco baixo, 300 h para risco médio ou 400 h para risco alto; primeiros-socorros com carga horária mínima de 60 h para risco baixo, 120 h para risco médio ou 240 h para risco alto; e análise de risco com carga horária mínima de 60 h para risco baixo, 100 h para risco médio ou 140 h para risco alto. Ou profissional que tenha elaborado planos de emergência contra incêndio nos últimos cinco Competência 02 27 anos, específicos para o risco baixo, médio ou alto, confirmados por atestado de capacitação técnica emitido por instituição ou empresa de notório reconhecimento no Brasil. Vamos fixar esses números? A Figura apresenta um resumo do que a norma entende por Profissional Habilitado. Figura 07: Resumo das cargas horárias do Profissional Habilitado segundo definição da NBR 15219:2005 Fonte: As autoras Descrição da imagem: Dois quadros. O primeiro consta a carga-horária mínima do profissional habilitado com formação em prevenção, combate a incêndio e abando de área, sendo 200 horas para risco baixo, 300 horas para risco médio e 400 horas para risco alto. No segundo tem a carga-horária mínima em primeiros socorros, sendo 60 horas risco baixo, 100 horas risco médio e 140h risco alto. • Risco: Propriedade de um perigo promover danos, com possibilidade de perdas humanas, ambientais, materiais e/ou econômicas, resultante da combinação entre frequência esperada e consequência destas perdas. Figura 08: Classificação dos riscos de acordo com a carga de incêndio conforme NBR15219:2005 Fonte: As autoras Descrição da imagem: quatro quadros com cores diferentes. No primeiro quadro – Risco alto: Planta com carga de incêndio acima de 1.200 MJ/m²; segundo quadro – Risco baixo: Planta com carga de incêndio até 300 MJ/m²; terceiro quadro – Risco iminente: Risco que requer ação imediata. Quarto e último quadro – Risco médio: Planta com carga de incêndio entre 300 e 1.200 MJ/m² Primeiros-socorros com carga horária mínima de 60 h para risco baixo 100 h para risco médio 140 h para risco alto Profissional com formação em prevenção, combate a incêndio e abandono de área, com carga horária mínima de 200 h para risco baixo 300 h para risco médio 400 h para risco alto RISCO ALTO •Planta com carga de incêndio acima de 1.200 MJ/m² RISCO BAIXO •Planta com carga de incêndio até 300 MJ/m² RISCO IMINENTE •Risco que requer ação imediata RISCO MÉDIO •Planta com carga de incêndio entre 300 e 1.200 MJ/m². Competência 02 28 • Rota de fuga: Caminhos e saídas devidamente sinalizados, dotados de proteção contra incêndio e desobstruídos, a serem percorridos pelas pessoas para um rápido e seguro abandono de qualquer local da planta até o ponto de encontro previamente determinado pelo plano de emergência contra incêndio. • Saída de emergência: Saídas que atendam os requisitos da ABNT NBR 9077. • Sinistro: Ocorrência proveniente de risco que resulte em prejuízo ou dano. • Terceiros: Pessoal pertencente a uma empresa prestadora de serviço. 2.1.4. Requisitos Os requisitos são as principais exigências que a norma prevê para a elaboração do plano de emergência. A NBR 15219:2005 apresenta 05 (cinco) itens fundamentais, conforme Figura 04. Figura 09: Principais itens para a elaboração do Plano de Emergência segundo NBR 15219:2005. Fonte: As autoras Descrição da Imagem: Quadros descrevendo os 5 requisitos para elaboração do plano de emergência. Os requisitos são: Elaboração do plano de emergência contra incêndio; Implantação do plano de emergência contra incêndio; Manutenção do plano de emergência contra incêndio; Revisão do plano de emergência contra incêndio e auditoria do plano. R EQ U IS IT O S Elaboração do plano de emergência contra incêndio Implantação do plano de emergência contra incêndio Manutenção do plano de emergência contra incêndio Revisão do plano de emergência contra incêndio Auditoria do plano Competência 02 29 2.1.5. Elaboração do plano de emergência contra incêndio O plano de emergência contra incêndio deve ser elaborado para toda e qualquer planta, com exceção das edificações residenciais unifamiliares. A confecção deverá ser elaborada por PROFISSIONAL HABILITADO, levando-se em conta os seguintes aspectos: a) Localização (por exemplo: urbana, rural, características da vizinhança, distâncias de outras edificações e/ou riscos, distância da unidade do Corpo de Bombeiros, existência de Plano de Auxílio Mútuo - PAM etc.); b) Construção (por exemplo: alvenaria, concreto, metálica, madeira etc.); c) Ocupação (por exemplo: industrial, comercial, residencial, escolar etc.); d) População (por exemplo: fixa, flutuante, características, cultura etc.); e) Característica de funcionamento (horários e turnos de trabalho e os dias e horários fora do expediente); f) Pessoas portadoras de deficiências; g) Outros riscos específicos inerentes à atividade; h) Recursos Humanos (por exemplo: brigada de incêndio, bombeiros profissionais civis, grupos de apoio etc.) e i) Materiais existentes (por exemplo: extintores de incêndio, iluminação de emergência, sinalização, saídas de emergência, sistema de hidrantes, chuveiros automáticos, sistema de detecção e alarme de incêndio etc.). j) 2.1.6. Implantação do plano de emergência contra incêndio Na fase de implantação, basicamente 03 (três) requisitos devem ser atendidos: FIQUE LIGADO: Segundo a NR 10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade, o PROFISSIONAL HABILITADO é aquele trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe. Competência 02 30 Figura 10: Requisitos da fase de implantação do plano de emergência contra incêndio Fonte: As autoras Descrição da imagem: a imagem apresenta as fases da implantação do plano de emergência contra incêndio, que são: divulgação e treinamento; exercícios simulados; e, procedimentos básicos nas emergências. Agora que fixamos quais são os requisitos básicos, vamos conhecer de forma detalhada quais as principais funções de cada um na implantação do planode emergência contra incêndio. a) Divulgação e treinamento Em termos de divulgação, para os ocupantes o plano de emergência contra incêndio deverá ser divulgado em geral por meio de manual básico de forma a garantir que todos tenham conhecimento dos procedimentos a serem executados em caso de emergência. Os visitantes também deverão ser informados sobre o plano de emergência em geral por meio de panfletos, vídeos e/ou palestras. No que se refere ao treinamento, o plano de emergência contra incêndio deve fazer parte dos seguintes treinamentos: • Treinamento de formação; • Treinamentos periódicos; e • Reuniões ordinárias dos membros da brigada de incêndio, dos bombeiros profissionais civis, do grupo de apoio dentre outros. b) Exercícios simulados Implantação do plano de emergência contra incêndio Divulgação e Treinamento Exercícios Simulados Procedimentos Básicos nas Emergências NÃO SE ESQUEÇA: A representação gráfica contida no plano de emergência contra incêndio, com destaque para as rotas de fuga e saídas de emergência, deve estar afixada na entrada principal e em locais estratégicos de cada edificação, de forma a divulgar o plano e facilitar o seu entendimento. Competência 02 31 Para ter uma maior visibilidade de como poderia ser realizado os procedimentos de emergência, deverão ser realizados exercícios simulados de abandono de área, sejam eles parciais e completos, no próprio estabelecimento de trabalho, com a participação de todos que fazem parte daquele local, sendo da seguinte forma: • Para risco baixo ou médio: período máximo de seis meses para simulados parciais e 12 meses para simulados completos; • Para risco alto: período máximo é de três meses para simulados parciais e seis meses para simulados completos. Após a simulação, deverá ser realizada uma reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas. c) Procedimentos básicos na emergência contra incêndio Para a fase de procedimentos básicos na emergência contra incêndio, ou seja, na fase efetiva, uma sequência de parâmetros devem ser seguidos, conforme apresentado na Quadro abaixo. SEQUÊNCIA PARÂMETROS RESUMO 1 ALERTA Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode, pelos meios de comunicação disponíveis ou alarmes, alertar os ocupantes, os brigadistas, os bombeiros profissionais civis e o apoio externo. Este alerta pode ser executado automaticamente em edificações que possuem sistema de detecção de incêndio. 2 ANÁLISE DA SITUAÇÃO Após o alerta, deve ser analisada a situação, desde o início até o final da emergência 3 APOIO EXTERNO O Corpo de Bombeiros e/ou outros órgãos locais devem ser acionados imediatamente, preferencialmente por um brigadista 4 PRIMEIROS SOCORROS Prestar os primeiros-socorros às possíveis vítimas, mantendo ou estabilizando suas funções vitais Competência 02 32 5 ELIMINAR RISCOS Eliminar os riscos por meio do corte das fontes de energia e do fechamento das válvulas das tubulações quando possível e necessário, da área sinistrada atingida ou geral. 6 ABANDONO DE ÁREA Proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme comunicação preestabelecida, conduzindo a população fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo até a definição final da emergência. O plano deve contemplar ações de abandono para portadores de deficiência física permanente ou temporária, bem como as pessoas que necessitem de auxílio (por exemplo: idosos, gestantes etc.). 7 ISOLAMENTO DA ÁREA Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local. 8 CONFINAMENTO DO INCÊNDIO Confinar o incêndio de modo a evitar a sua propagação e consequências. 9 COMBATE AO INCÊNDIO Proceder ao combate, quando possível, até a extinção do incêndio, restabelecendo a normalidade. 10 INVESTIGAÇÃO Levantar as possíveis causas do alerta e os demais procedimentos adotados. Emitir relatório conforme ABNT NBR 14023, com o objetivo de propor medidas preventivas e corretivas para evitar a sua repetição. Quadro 04: Sequência, parâmetros e resumo dos procedimentos básicos na emergência contra incêndio Fonte: as autoras 2.2. NBR 14.276 - Programa de Brigada de Incêndio Outra NBR de extrema importância com relação à Legislação de Riscos e Emergências, é a NBR 14.276, que define sobre a necessidade de uma padronização sobre a atividade de brigada de incêndio. Mas, o que seria uma brigada de incêndio? Segundo Brentano (2015), a brigada de incêndio é definida como um grupo organizado de pessoas que são treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, realizando ações como auxílio na Competência 02 33 evacuação do local, priorizando a segurança das pessoas, prestação dos primeiros socorros, bem como no combate ao princípio de incêndio. Figura 10: Brigada de Incêndio Fonte: https://blog.previnsa.com.br/wp-content/uploads/2018/02/158673-guia-completo-sobre-brigada-de-incendio- saiba-mais-649x433.jpg Descrição da imagem: Dois homens utilizando os equipamentos de proteção individual, segurando mangueira de incêndio para resfriar o local na frente dele que encontra-se em chamas. Assim, ainda segundo Brentano (2015), como principais funções de uma brigada, seguindo uma ordem de prioridades, são: 1. Orientar e ajudar na saída com segurança das pessoas que ocupam a edificação; 2. Prestar os primeiros socorros; 3. Combater o foco de fogo para proteger a vida humana e a propriedade; 4. Avisar, receber e orientar o corpo de bombeiros para o acesso ao local do fogo Mas, e como está organizada a NBR 14.276? Esta NBR está subdividida em 06 (seis) principais tópicos e 04 (quatro) anexos, conforme apresentado na Figura 07. https://blog.previnsa.com.br/wp-content/uploads/2018/02/158673-guia-completo-sobre-brigada-de-incendio-saiba-mais-649x433.jpg https://blog.previnsa.com.br/wp-content/uploads/2018/02/158673-guia-completo-sobre-brigada-de-incendio-saiba-mais-649x433.jpg Competência 02 34 Figura 11: Principais itens para a elaboração do Plano de Emergência segundo NBR 14.276:2007 Fonte: As autoras Descrição da Imagem: Quadro descrevendo como é a subdivisão da NBR 14.276, que é: objetivo, referências normativas, definições, requisitos, procedimentos complementares, recomendações gerais para a população da planta e anexos. 2.2.1. Objetivo A NBR 14276:2007 tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a composição, formação, implantação e reciclagem de brigadas de incêndio, preparando-as para atuar na prevenção e no combate ao PRINCÍPIO de incêndio, abandono de área e primeiros-socorros, visando, em caso de sinistro, proteger a vida e o patrimônio, reduzir as consequências sociais do sinistro e os danos ao meio ambiente. É importante ressaltar que, esta norma é aplicável para toda e qualquer planta. 2.2.2. Definições Um dos itens da NBR 14276:2007 apresenta alguns conceitos, tais como: N B R 1 4. 27 6 Objetivo Referências Normativas Definições Requisitos Procedimentos Complementares Recomendações gerais para a população da planta ANEXOS A seguir iremos nos aprofundar no estudo de alguns tópicos relevantes que compõem a NBR 14276:2007. Porém, é importante que você estudante e futuro Técnico de Segurança do Trabalho busque conhecer ainda mais as determinações desta norma. Acesse: http://cipa.iqsc.usp.br/files/2016/05/NBR-14276-Brigada-de- Inc%C3%AAndio.pdf http://cipa.iqsc.usp.br/files/2016/05/NBR-14276-Brigada-de-Inc%C3%AAndio.pdf http://cipa.iqsc.usp.br/files/2016/05/NBR-14276-Brigada-de-Inc%C3%AAndio.pdf Competência 02 35 • Bombeiro: pessoa treinada e capacitada que presta serviços de prevenção e atendimento a emergênciaatuando na proteção da vida, do meio ambiente e do patrimônio; • Bombeiro Profissional Civil: bombeiro que presta serviços em uma planta ou evento; • Bombeiro Público: bombeiro que pertence a uma corporação seja ela governamental ou civil, de atendimento a emergências públicas; • Bombeiro Voluntário: bombeiro pertencente a uma organização não governamental ou organização da sociedade civil de interesse público que presta serviços de atendimento a emergências públicas; • Brigada de Incêndio: Grupo organizado de pessoas voluntárias ou indicadas, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros, dentro de uma área preestabelecida; • Exercício Simulado: Exercício prático realizado periodicamente para manter a equipe de emergência e os ocupantes das edificações em condições de enfrentar uma situação real de emergência; • População Fixa: Aquela que permanece regularmente na edificação, considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os terceiros nestas condições; • População Flutuante: Aquela que não permanece regularmente na planta, devendo sempre considerar o número máximo diário de pessoas; • Risco: Propriedade de um perigo promover danos, com possibilidade de perdas humanas, ambientais, materiais e/ou econômicas, resultante da combinação entre frequência esperada e consequência destas perdas. O quadro apresenta um resumo dos diferentes riscos citados nesta norma. Tipo de Risco Carga de Incêndio da Planta Risco Alto Acima de 1.200 MJ/m² Risco Baixo Até 300 MJ/m² Risco Médio Entre 300 MJ/m² e 1.200 MJ/m² Quadro 04: Diferentes tipos de riscos e suas cargas de incêndio com base na NBR 14276:2007 Fonte: As autoras, baseada na NBR 14.276:2007 Competência 02 36 2.2.3. Requisitos Agora estudante, chegamos num item de grande relevância da norma, que apresenta significados importantes para que se tenham resultados satisfatórios quando relacionados as ações da brigada quando do incêndio. Para tanto, a realização de planejamento, monitoramento e análise crítica são de extrema relevância. De nada adianta possuir equipamentos apropriados, se não existe uma organização na equipe. Assim, a Figura 8 apresenta os pontos que iremos nos atentar para entender melhor os itens que serão fundamentais para o funcionamento adequado da brigada de incêndio. Figura 12: Itens fundamentais para o funcionamento adequado da brigada de incêndio Fonte: As autoras Descrição da imagem: Figura apresenta pontos fundamentais para funcionamento da brigada que são: Composição da brigada de incêndio, organograma da brigada de incêndio, critérios básicos para seleção de candidatos a brigada, formação da brigada de incêndio, atribuições e implantação da brigada de incêndio. Vamos agora nos aprofundar nestes tópicos? 2.2.3.1. Composição da Brigada de Incêndio Para a realização do cálculo para a composição da brigada de incêndio, é preciso consultarmos o anexo A da NBR 14276:2007, levando-se em consideração três itens: 1. População Fixa; 2. Grau de Risco; e 3. Grupos/Divisões de ocupação da planta. Composição da Brigada de Incêndio Organograma da Brigada de Incêndio Critérios básicos para a seleção de candidatos a brigadista Formação da brigada de incêndio Atribuições da brigada de incêndio Implantação da brigada de incêndio Competência 02 37 2.2.3.2. Organograma da Brigada de Incêndio A estrutura para a realização do organograma da planta é variável a depender de três principais parâmetros: 1. Número de Edificações; 2. Número de empregados em cada pavimento, compartimento, setor ou turno; 3. Número de pavimentos/compartimentos em cada edificação. A norma apresenta 04 (quatro) exemplos de formação de brigadas de incêndio, conforme apresentado nas Figuras abaixo: Figura 13: Exemplo de formação de brigadas de incêndio em planta com uma edificação, um pavimento e quatro brigadistas Fonte: NBR 14276:2007 Descrição da imagem: Organograma contendo três estágios, onde no topo, tem-se a palavra: coordenador geral da brigada, abaixo líder do setor (brigadista) e logo abaixo três quadrados contendo a palavra brigadista. Figura 14: Exemplo de formação de brigadas de incêndio em planta com uma edificação, três pavimentos e três brigadistas por pavimento. Fonte: NBR 14276:2007 Competência 02 38 Descrição da imagem: Organograma contendo três estágios, onde no topo, tem-se a palavra coordenador geral da brigada, abaixo o segundo estágio contendo três blocos com a palavra líder e a seguir, o último estágio, com seis blocos contendo a palavra brigadista. Figura 15: Exemplo de formação de brigadas de incêndio em planta com duas edificações, a primeira com três pavimentos e dois brigadistas por pavimento e a segunda com um pavimento e quatro brigadistas por pavimento Fonte: NBR 14276:2007 Descrição da imagem: Organograma contendo quatro estágios, onde no topo, tem-se a palavra coordenador de brigada, abaixo o segundo estágio contendo dois blocos com a palavra chefe da brigada, na sequência temos quatro blocos com a palavra líder do setor, e no último estágio temos seis blocos com a palavra brigadista cada um. Figura 16: Exemplo de formação de brigadas de incêndio em planta com duas edificações, com três turnos de trabalho e três brigadistas por edificação Fonte: NBR 14276:2007 Descrição da imagem: Organograma contendo cinco estágios, onde no topo, tem-se a palavra coordenador de brigada, abaixo o segundo estágio contendo três blocos com a palavra chefe, na sequência temos seis blocos com a palavra líder, e no penúltimo estágio temos seis blocos com a palavra brigadista cada um e no último estagio mais seis blocos de coma palavra brigadista. Competência 02 39 2.2.3.3. Critérios básicos para a seleção de candidatos a brigadista Para a seleção dos candidatos a brigadistas, os mesmos devem atender ao maior número de critérios relacionados a seguir: a) Permanecer na edificação durante seu turno de trabalho; b) Possuir boa condição física e boa saúde; c) Possuir bom conhecimento das instalações d) Ter mais de 18 anos e) Ser alfabetizado 2.2.3.4. Formação da brigada de incêndio Os candidatos selecionados deverão frequentar curso com carga horária mínima definida nos anexos A e B da NBR 14276:2007. É importante destacar que a validade do treinamento completo de cada brigadista é de no máximo 12 meses. 2.2.3.5. Atribuições da brigada de incêndio A norma descreve as seguintes ações de prevenção: • Conhecer o plano de emergência contra incêndio da planta; • Avaliar os riscos existentes; • Inspecionar os equipamentos de combate a incêndio, primeiros socorros e outros existentes na edificação • Inspecionar as rotas de fuga • Elaborar relatório das irregularidades encontradas • Encaminhar o relatório aos setores competentes • Orientar a população fixa e flutuante • Participar dos exercícios simulados Como ações de emergência, a norma indica a aplicação de procedimentos básicos estabelecidos no plano de emergência contra incêndio da planta até que se esgotem todos os recursos destinados aos brigadistas. Competência 02 40 Estudamos nesta competência duas NBR’s de grande relevância no combate ao incêndio. No tópico a seguir iremos nos atentar como as determinações sobre esta temática são abordadas em algumas Normas Regulamentadoras. 2.3. Exemplos de Normas Regulamentadoras que tratam sobre prevenção para situações de emergência As Normas Regulamentadoras apresentam diversos direcionamentos relacionados à prevenção de acidentes do trabalho nos diversos segmentos. Nesta disciplina já vimos algumas determinações da NR -23, que trata sobre a proteção contra incêndio. Mas será que em outras normas esse assunto tambémé tratado? Como este assunto é tratado? Quais seriam essas normas? É isso que iremos ver a partir de agora! a) Norma Regulamentadora 10 A NR 10 dispõe sobre os conhecimentos em instalações e serviços em eletricidade. No item 10.9 que trata sobre a proteção contra incêndio e explosão, determinações importantes para situação de emergência são abordadas, tais como: • As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem possuir proteção contra incêndio e explosão; • Todos os matérias envolvidos para as instalações elétricas quando em ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação; • Os processos ou equipamentos em eletricidade estática deverão dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica; • Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, deverão possuir dispositivos de proteção; • Os serviços em instalações elétricas em áreas classificadas só poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada. b) Norma Regulamentadora 20 A NR 20 apresenta requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, Competência 02 41 transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. Nesta NR, a proteção contra incêndio é sempre abordada, principalmente no que tange aos seguintes itens: • Projeto das instalações; • Prontuário da Instalação; • Plano de manutenção e inspeção das instalações; • Cursos de capacitação dos trabalhadores; • Plano de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios, explosões e emissões fugitivas • Plano de respostas a emergências da instalação • Comunicação de Ocorrências Outras normas como a NR-33, NR-35 e a NR 37 também trazem no seu escopo determinações sobre prevenção para situações de emergência. Sugerimos que você estudante, realize uma leitura destas normas e identifique como esta temática vem sendo abordada. Veja agora a Videoaula da competência 2, que preparamos para você. Competência 03 42 3.Competência 03 | Legislação Brasileira Específica a Acidentes do Trabalho Em virtude da industrialização, os acidentes do trabalho começaram a surgir de forma crescente em todos os países. O Brasil no início dos anos 1970 apresentou dados superiores aos demais países, sendo considerado como o campeão de acidentes do trabalho. O ano de 1975 apresentou números alarmantes, com uma média de 1,5 milhão de acidentes. Segundo a Organização Internacional do Trabalho - OIT, atualmente o país ainda ocupa a quarta posição do ranking mundial de acidentes do trabalho, atrás apenas de países como a China, Índia e Indonésia. Em virtude desses números cada vez mais crescentes, houve a necessidade de uma legislação que evidenciasse a prevenção desses acidentes. Assim, vamos nesta competência estudar um pouco mais sobre algumas Legislações Brasileiras Específicas a Acidentes do Trabalho. 3.1. Acidente do Trabalho: Conceito Legal e Conceito Prevencionista Mas afinal de contas, qual a diferença entre o conceito legal e o conceito prevencionista? O Conceito prevencionista é abordado segundo a NBR 14.280 da ABNT, e define acidente do trabalho como a ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal. Vamos fixar melhor esta informação? Para esta competência, é importante que você estudante estude detalhadamente a Lei 8.213/1991. Acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm Competência 03 43 Figura 17: Resumo do conceito de Acidente do Trabalho segundo a NBR 14.280 Fonte: As autoras, adaptado da NBR 14.280 Descrição da imagem: fluxograma em formato de setas coloridas, onde cada seta descreve o conceito prevencionista na seguinte sequência: ocorrência imprevista e indesejável; instantânea ou não, relecionada com o exercício do trabalho; e, resulte ou possa resultar lesão pessoal. Alguns conceitos importantes e amplamente utilizados são destacados nesta NBR, conforme apresentado no Quadro abaixo. PARÂMETRO CONCEITO Acidente de trajeto Acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho Ato inseguro Ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente Doença do trabalho Doença decorrente do exercício continuado ou intermitente de atividade laborativa capaz de provocar lesão por ação imediata Doença profissional Doença do trabalho causada pelo exercício de atividade específica, constante de relação oficial Dias perdidos Dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão pessoal, excetuados o dia do acidente e o dia da volta ao trabalho Dias debitados Dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte, para o cálculo do tempo computado Horas-homem de exposição ao risco de acidente Somatório das horas durante as quais os empregados ficam à disposição do empregador, em determinado período. Taxa de frequência de acidentes Número de acidentes por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período Taxa de frequência de acidentados com Número de acidentados com lesão com afastamento por milhão de horas- homem de exposição ao risco, em determinado período Competência 03 44 lesão com afastamento Taxa de frequência de acidentados com lesão sem afastamento Número de acidentados com lesão sem afastamento por milhão de horas- homem de exposição ao risco, em determinado período Taxa de gravidade: Tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período Quadro 05: Conceitos segundo a NBR 14.280/2001 Fonte: Adaptado de NBR 14.280/2001 Observe que na tabela, foram apresentadas três diferentes taxas. Essas são de extrema importância para cálculo do indicador de desempenho de cada empresa, assim, não esqueça: Figura 18: Cálculo das diferentes taxas segundo a NBR 14.280 Fonte: Adaptado da NBR 14.280 Descrição da imagem: São três quadros, que cada um apresenta uma taxa e como é realizado seu cálculo. Taxa de frequência com afastamento (TFCA) = (nº de acidentados com afastamento x 1.000.000/homens-hora de exposição ao risco). Taxa de frequência sem afastamento (TFSA) = (nº de acidentados sem afastamento x 1.000.000/homens-hora de exposição ao risco). Taxa de Gravidade (TG) = (nº de dias perdidos + debitados) x 1.000.000 . No ano de 1991, foi promulgada a Lei nº 8.213, que dispõe sobre os planos de benefícios da previdência social e dá outras providências. Assim, temos nesta legislação o conceito legal de acidente do trabalho, evidenciado através do artigo 19, ou seja, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. •TFCA = (nº de acidentados com afastamento x 1.000.000/homens-hora de exposição ao risco) Taxa de frequência com afastamento •TFSA = (nº de acidentados sem afastamento x 1.000.000/homens-hora de exposição ao risco) Taxa de frequência sem afastamento •TG = (nº de dias perdidos + debitados) x 1.000.000 Taxade Gravidade Competência 03 45 A Figura abaixo apresenta os três principais tópicos abordados pela definição de acidente do trabalho segundo o conceito legal. Figura 19: Resumo do conceito de Acidente do Trabalho segundo a lei 8.213/91 Fonte: As autoras, adaptado da Lei 8.213/91 Descrição da imagem: três engrenagens, cada uma de uma cor, descrevendo de modo resumido o conceito legal de acidente do trabalho. Primeira engrenagem tem a seguinte frase: cause a morte ou perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Na segunda engrenagem: Provocando lesão corporal ou perturbação funcional. Terceira: ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou do empregador domestico ou pelo exercício do trabalho dos segurados. A seguir, iremos estudar como a Lei 8.213/1991 está estruturada, bem como os principais conceitos advindos desta lei. 3.2 Lei 8.213/1991 Conforme citado anteriormente, a Lei 8.213/1991 dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. A lei está dividida em quatro títulos: • TÍTULO I: DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL • TÍTULO II: DO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL • TÍTULO III: DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Competência 03 46 • TÍTULO IV: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS O Título III desta lei, apresenta definições importantes relacionadas aos acidentes do trabalho, que iremos abordar nesta competência. Os principais destaques estão no artigo 19 (anteriormente estudado), artigo 20 e artigo 21, porém, é importante que você como futuro Técnico de Segurança do Trabalho se aprofunde no conhecimento desta legislação. 3.2.1 Considera-se acidente do trabalho (art. 20 Lei n. 8213) Segundo este artigo, dois conceitos importantes são atribuídas para acidente do trabalho: I - Doença profissional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - Doença do trabalho: é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. 3.2.2 Não é considerado como doença do trabalho (art. 20 inciso 1 da lei .8213) Segundo a Lei 8.213/1991, não são consideradas como doença do trabalho: a. A doença degenerativa; b. A inerente a grupo etário; c. A que não produza incapacidade laborativa; d. A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 3.2.3 Equiparam-se a acidente do trabalho (Art. 21 da lei n. 8.213) Vamos conhecer agora quais situações também são consideradas acidentes de trabalho, conforme a Lei de nº 8.213/91, pois em seu Art. 21 apresenta ainda quatro diferentes tipos de acidentes que se equiparam ao acidente do trabalho: Competência 03 47 Figura 20: Acidente do Trabalho segundo a lei 8.213/91 Fonte: As autoras, adaptado da Lei 8.213/91 Descrição da imagem: Os quatro diferentes tipos de acidentes que se equiparam ao acidente do trabalho: acidente ligado ao trabalho; o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em consequência de alguns aspectos; a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho. Desta forma, temos que: I. “O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação”. NOTE: será considerado como acidente de trabalho, aquele que tenha contribuído diretamente para morte, redução ou perda da capacidade para o trabalho, mesmo que o acidente não seja a causa única. Exemplo: Funcionário levou um corte desempenhando seu trabalho. Foi socorrido e conseguiu reabilitar o membro cortado. Entretanto, o membro infeccionou e precisou ser amputado. II. O acidente ocorrido no local e no horário do trabalho, em consequência de: • Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; • Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; • Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; • Ato de pessoa privada do uso da razão; • Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; Acidente ligado ao trabalho O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de alguns aspectos A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho Competência 03 48 Continuando, também equiparam-se a acidente de trabalho: III. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV. O acidente sofrido pelo funcionário mesmo que fora do local e horário de trabalho: • Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; • Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; • Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; • No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 3.2.4 Comunicação de acidente do trabalho No caso de acidente do trabalho, seja típico, trajeto ou doença ocupacional deverá ser emitido documento de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT. A emissão da CAT, é fundamental para garantir ao trabalhador os seus direitos relacionados aos benefícios previdenciários e trabalhistas. Você sabe a diferença de imprudência, negligencia e imperícia? Saiba mais acessando o link: https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/seguranca-do-trabalho/saiba-qual- diferenca-entre-impericia-imprudencia-e-negligencia/ Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho (Art. 21, inciso 1, Lei 8.213/1991) https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/seguranca-do-trabalho/saiba-qual-diferenca-entre-impericia-imprudencia-e-negligencia/ https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/seguranca-do-trabalho/saiba-qual-diferenca-entre-impericia-imprudencia-e-negligencia/ Competência 03 49 De acordo com o Art. 22 da Lei de nº 8.213/91: A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social (BRASIL, 1991, Art. 22). Caso a empresa não realize o registro da CAT, estará passível de multa. Podem formalizar também a comunicação: o próprio acidentado, seus dependentes, sindicato da categoria, médico que realizou o atendimento, ou qualquer autoridade pública. Nesse caso não terá a exigência do prazo previsto no Art. 22. Figura 21: Funcionários socorrendo vítima de acidente do trabalho Fonte: https://msamorim.com.br/noticia/direito-trabalhista/sofreu-acidente-de-trabalho-saiba-como-emitir-seu-
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