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MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – ANESTESIOLOGIA – PROF. MARIA MANUELA 1 QUESTÕES SOBRE A AULA DE ANESTÉSICOS LOCAIS 1. Qual o mecanismo de ação do anestésico local? 2. O que o ajuste do pH da solução de anestésico local com bicarbonato de sódio determina? 3. Qual anestésico mais potente? Qual com maior duração de ação? Qual com menor latência? PRINCÍPIOS PRÁTICOS DE SEDAÇÃO E ANALGESIA CFM 1.670/03 Resolve: Art 1º - nos ambientes em que se praticam procedimentos sob “sedação consciente” ou níveis mais profundos de sedação, devem estar disponíveis: I. Equipamentos para tratamento de intercorrências e eventos adversos sobre os sistemas cardiovasculares e respiratório; II. Material para documentação completa do procedimento, devendo ficar registrado o uso das medicações, suas doses e efeitos; III. Documentação com critérios de alta do paciente. Qual material necessário? Objetivos da analgesia e sedação: • Conforto e alívio de dor e ansiedade • Reduzir a resposta ao estresse • Reduzir consciência intraoperatória OBS: na sedação o paciente pode despertar, mas na anestesia geral o paciente NÃO pode despertar. Consciência intraoperatória acidental (CIOA): • Anestesia insuficiente • Consciência x memória: consciência é quando não conseguiu deprimir suficientemente o córtex cerebral, quando o paciente lembra do intraoperatório, isso é memória. • Consequências psicológicas da CIOA • Sinais autonômicos As drogas utilizadas para sedação e anestesia geral são as mesmas, a diferença é que a quantidade da droga será maior na anestesia geral. Escala de Ramsay – escala utilizada para saber o nível de sedação do paciente. Sedação profunda só pode ser realizada por médicos qualificados e em ambientes que ofereçam condições seguras para sua realização, ficando os cuidados do paciente a cargo do médico que não esteja realizando o procedimento que exige sedação. ONDE PODE SER FEITA A SEDAÇÃO • Centro cirúrgico/obstétrico • Unidade de terapia intensiva • Centro de exames diagnósticos • Consultórios odontológicos DROGAS E PERFIL FARMACOLÓGICO Objetivos: duração de ação mais curta e menor incidência de efeitos colaterais MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – ANESTESIOLOGIA – PROF. MARIA MANUELA 2 Combinação muito usada: benzodiazepínicos + opioides Benzodiazepínicos • Hipnose e sedação, ansiólise, amnésia e efeito anticonvulsivante • Produzem depressão respiratória central dose-dependente • Cuidado na associação com opioides • Cuidado em pacientes com DPOC • Pequena redução da PAM (Pressão Arterial Média) • A amnésia é anterógrada Midazolam: ➢ Agende de primeira escolha para medicação pré-anestésica ou agente sedativo para anestesia ambulatorial (amnésia anterógrada) ➢ Sedação leve a moderada: 0,03 a 0,3 mg/kg bolus Infusão contínua: 0,01 a 0,6 mg/kg/h Sedação profunda: 0,4 a 0,5 mg/kg > 0,5-1 ucg/kg/h ➢ Tem início rápido de ação e meia vida curta ➢ Fazer flumazenil: 0,01 a 0,02 mg/kg → é o antagonista do Midazolam. Faz essa medicação quando acontece algum efeito indesejável com o BZD ➢ Doses altas de Midazolam podem gerar hipotensão e depressão respiratória. Os pacientes de risco são nefropatas e obesos mórbidos ➢ Uso prolongado pode promover tolerância, retardo no desmame da ventilação mecânica e síndrome de abstinência → esse uso prolongado ocorre mais em UTI Propofol: ➢ o despertar é mais rápido e completo após sedação com propofol ➢ possui propriedade antiemética, ansiolítica e antipruriginosa ➢ não tem efeito analgésico ➢ início de ação: menos de 1 min ➢ tempo de despertar: 10 a 15 min o anestésico venoso age nos receptores GABA, promovendo a entrada do GABA (neurotransmissor inibitório) – o GABA promove uma hiperpolarização das células, por promover a entrada dos íons cloreto – fazendo a célula não deflagrar o potencial de ação. O anestésico, então, promove a depressão do córtex cerebral. → esse mecanismo acontece com o propofol, etomidato e benzodiazepínicos. O propofol tem uma sedação muito segura, porque o despertar é muito rápido. Para procedimentos dolorosos não se faz somente propofol, porque ele não é analgésico, então, no uso só de propofol o paciente faz taquicardia, hipertensão, por sentir dor. Pode usar propofol associado a opioides, para promover sedação + analgesia. O propofol não requer ajuste de dose para insuficiência renal ou hepática. Porque tem metabolismo extra hepático. Os efeitos adversos do propofol: dor no local da injeção, depressão respiratória e/ou cardiovascular, hipertrigliceridemia (em pacientes de UTI). Etomidato: ➢ sedativo e hipnótico de curta duração ➢ sem poder analgésico ➢ não altera a hemodinâmica ➢ pode causar insuficiência adrenal após infusão prolongada ou após dose única ➢ início de ação 15 a 45 segundos ➢ duração de efeito: até 15 minutos Cetamina: ➢ agente que promove sedação, hipnose e analgesia ➢ único anestésico venoso que possui características de estimular o SCV – porque estimula a liberação de catecolaminas ➢ efeito broncodilatador importante mínima depressão respiratória ➢ anestésico dissociativo – alucinações ➢ a dextro-cetamina oferece maior potência analgésica, recuperação mais rápida e menor incidência de delírio → é a forma isolada da cetamina ➢ aumento do metabolismo cerebral, FSC (Fluxo sanguíneo cerebral) e PIC (Pressão intracraniana) ➢ cetamina é uma mistura racêmica A cetamina tem um tipo de sedação hipnose (anestesia dissociativa), faz depressão do sistema cortical, mas estimula o sistema límbico. Atua em neurotransmissores excitatórios. OBS: o problema de estimular o sistema límbico é que o paciente passa a ter alucinações. As alucinações diminuem quando se faz BZD + cetamina. Pacientes que tem AVC, tumor craniano e outros que já tem aumento da pressão intracraniana→ não fazer cetamina, porque vai aumentar mais ainda a pressão intracraniana Clonidina e dexmedetomidina: ➢ sedativo, ansiolítico e analgesia leve ➢ não produz depressão respiratória MARIA GABRIELA CALAÇA DE ARAÚJO – ANESTESIOLOGIA – PROF. MARIA MANUELA 3 ➢ diminuição do cronotropismo e inotropismo, diminuição da RVS (resistência vascular sistêmica), do DC e do consumo miocárdico. Isso ocorre pela diminuição das catecolaminas, o paciente apresenta bradicardia tolerável. ➢ adjuvante, diminuindo o consumo de outros anestésicos venosos ➢ início de ação: 1 a 3 min ➢ tempo de ação: 10 min ➢ dexmedetomidina geralmente é usada em infusão contínua clonidina e dexmedetomidina irão agir nos receptores alfa 2 pré-sinápticos. Os receptores alfa 2 estão relacionados ao feedback da noradrenalina, ou seja, quando esses receptores estão estimulados, significa que tem muita noradrenalina solta. São drogas alfa 2 agonistas, porque elas chegam nos receptores alfa 2 pré-sinápticos e diminui a liberação de adrenalina e noradrenalina, ocorrendo a sedação. Opioides – Fentanil: ➢ analgesia e sedação leve, mas o objetivo principal do uso é a analgesia. ➢ potencializa os benzodiazepínicos, principalmente a depressão respiratória, que é muito potente quando associada os dois (Fentanil + BZD) ➢ é uma droga estável hemodinamicamente e depressora do sistema respiratório ➢ dose: 1 a 2 ucg/kg bolus ➢ início de ação: 1 a 2 minutos ➢ tempo de ação: 30 a 60 minutos ➢ pode ser usado em infusão contínua Opioides – Remifentanil: ➢ ação ultra-curta, devendo ser utilizada em infusão contínua ➢ meia via de aproximadamente 3 minutos ➢ metabolização plasmática por esterases ➢ rápido desenvolvimento de tolerância e Hiperalgesia ➢ alto custo Opioides – efeitos adversos: ➢ depressão respiratória e apneia – principalmente quando associado a outros medicamentos que também causam depressão respiratória➢ bradicardia e hipotensão ➢ náuseas e vômitos ➢ retenção urinária ➢ constipação ➢ prurido naloxona: 0,4 mg/ml → reversor dos opioides dose: 0,1 a 0,2 mg, podendo ser repetida a cada 2 minutos. OBS: a indicação da sedação/analgesia deve ser sempre individualizada. Monitorização – eletroencefalograma. O nome do aparelho é BIS. ➢ Quando o número varia de 40 a 60 quer dizer que o paciente está sob anestesia geral ➢ Abaixo de 40 o paciente está em coma ➢ Paciente sedado está com 80-90
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