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DIMENSIONAMENTO DA COZINHA INDUSTRIAL Para os alunos, em uma primeira abordagem, costumamos pré-dimensionar e espaço de um [Restaurante + Cozinha] da seguinte forma: da área total destinada ao espaço a ser ocupado pelo Salão de refeiçoes mais a cozinha, estimamos que 40% seja ocupado pelos clientes (Salão) e 60% seja a Cozinha (englobando seus diversos ambientes). É claro que, em se tratando de projetos acadêmicos, estamos sempre trabalhando com o mundo ideal: no mundo real uma série de fatores irá influenciar o tamanho dos ambientes como: a área a ser ocupada, os recursos financeiros disponíveis, as necessidades do cliente, a viabilidade técnica e legal do projeto, dentre tantas outras interferências. Tendo tudo isto em mente, podemos começar a fazer alguns cálculos iniciais. Segundo Sant’ana (2012), o Layout Funcional de uma cozinha deve contemplar 5 grandes fatores envolvidos: • os Funcionários que trabalharão na Cozinha, garantindo-lhes conforto, bem-estar, satisfação e segurança no trabalho; • os Clientes que ocuparão o Salão, oferecendo-lhes um layout que proporcione uma ambiente saudável, aconchegante e confortável; • as diferentes Áreas de Operações, onde acontecem desde o recebimento da comida até o preparo propriamente dito: um fluxo funcional de trabalho gera menor tempo de produção, diminuição de custos, aumento de eficiência; • o Espaço Físico disponível, que é a base para o desenvolvimento do Projeto Arquitetônico: um bom projeto prevê além da flexibilidade de disposição de equipamentos e móveis a possibilidade de futuras ampliações, seja do espaço físico seja da demanda do número de refeições; • e o perfil da Empresa, que irá nos orientar a várias decisões: tipo de cardápio, número de refeições, quantidade de turnos, tempo de permanência médio do cliente, etc. Conhecendo seu perfil, estaremos integrando processos e elementos envolvidos em sua execução com resultados no aumento da qualidade, produtividade e eliminação de desperdícios. Entendendo estes fatores, estamos prontos para prosseguir com o pré- dimensionamento. Ainda segundo Sant’ana (2012), podemos classificar as UAN’s em 6 Tipos: 1. Alimentação em Empresas (indústria, comércio, serviço); 2. Alimentação em Serviços de Saúde ou refeições dietoterápicas (Hospitais, Spas, etc.); 3. Serviços de Bordo (aviões, navios, trens, etc.); 4. Alimentação em instituições de educação ou Alimentação Escolar; 5. Alimentação das Forças Armadas; 6. Alimentação Comercial (restaurantes, bares, fast-foods, hotéis, buffets, resots, etc.). Uma vez estabelecido o Tipo de UAN podemos definir o seu Porte: Aqui entram dois conceitos fundamentais: 1. Total de Refeições Diárias (TR) 2. Capacidade Máxima de Atendimento (CMA) O TR, como o nome indica, se refere a soma de todas as refeições servidas ao longo do dia. Isto depende do tipo de restaurante e da clientela, sendo as principais refeições consideradas: desjejum (“café-da-manhã”), lanche, almoço, lanche da tarde, jantar, lanche da noite, ceia. Sendo assim, a Tabela acima pode ser reescrita como: A Capacidade Máxima de Atendimento (CMA) se refere ao número de refeições máximo que será servido no turno de maior movimento. Por exemplo, se meu TR = 2.000 e eu sirvo 800 refeições no almoço, 200 no lanche e 1.000 no jantar, a minha CMA será igual a 1.000. Tanto o TR quanto a CMA são frutos de estudos de mercado, trabalho interdisciplinar entre Nutricionista, Arquiteto, Chef, Administrador e Empresa: o seu número pode sofrer modificações – no entanto é um parâmetro fundamental para se iniciar o Planejamento de uma UAN. Sant’Ana (2012) indica que se deve adicionar 20% de margem de segurança ao valor da TR. Desta forma, no exemplo acima, teríamos ao invés de 2.000 refeições diárias uma TR = 2.400. Admite-se também o acréscimo de 30% em cima deste valor, a título de crescimento da demanda a curto e médio prazo. Teríamos, então, uma TR = 3.120. Aplicando a mesma lógica ao valor da CMA, teríamos: CMA = 1.200 e com previsão de crescimento de 30%, CMA = 1.560. Para efeito didático, adotaremos TR = 2.000 e CMA = 1.000, para exemplificar os cálculos neste artigo. Estes acréscimos percentuais não são obrigatórios: seu cliente pode querer trabalhar com um valor de TR e CMA fixo por diversos fatores: orçamento, estudo de mercado, etc. O próximo passo é definir, dentro de seu turno de maior movimento, quantas horas serão computadas para esta refeição e quantos minutos em média o cliente leva para se alimentar. Em geral, uma pessoa faz uma refeição entre 25 e 40 minutos (SANT’ANA, 2012) – iremos adotar 30 minutos como referência (observe que quanto maior a sofisticação do cardápio, maior o tempo de refeição) Estamos considerando no nosso exemplo que o jantar é a principal refeição. Precisamos definir de que horas a que horas ele será servido. Vamos considerar que ele seja servido entre as 19:00h e as 22:00h. Temos então 3 horas destinadas ao jantar (ou seja, 180 minutos) Aqui entra um outro conceito: Índice de Rotatividade (IR), ou seja, a quantidade de pessoas servidas em determinado turno. Se temos 3 horas (180 minutos) destinadas ao jantar e estamos considerando 30 minutos por refeição, temos então: E, se estamos considerando que vamos servir CMA = 1.000 refeições neste turno e temos uma rotatividade igual a 6, o nosso Salão deve comportar o seguinte número de pessoas: E qual o tamanho de um salão que comporte 167 pessoas? Considerando que o restaurante do nosso exemplo seja de Médio Padrão, temos que um Salão para 167 pessoas irá ocupar: 167 x 1,80m² = 301m² Com base no tamanho do Salão, podemos começar a pré-dimensionar o restante do Projeto: lembrando do início deste artigo, a área de salão corresponde a 40% da área total. Neste exemplo, teríamos: Sant’ana (2012) propõe a seguinte distribuição inicial em áreas percentuais – a coluna com a metragem quadrada se refere ao nosso exemplo: Agora que já temos alguns números com que trabalhar, conseguimos prosseguir o pré-dimensionamento ambiente por ambiente, fazendo os devidos ajustes de Projeto de acordo com as necessidades de cada cozinha. Se incluirmos 30% de área de circulação (média de circulação de um Projeto qualquer) chegamos em uma área total de 978,25m². Adicionando 20% de margem de segurança, chegamos em uma área total de 1.173,90m² – é com esse último número que devemos trabalhar o nosso Projeto Arquitetônico. Utilizando as tabelas de Sant’Ana (2012), chegamos no seguinte Programa de Necessidades:
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