Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Atividade BCMOL II - Vírus 1. Vírus escolhido? Requer resposta. Texto de linha única. Vírus da imunodeficiência humana (HIV) 2. Quais as características da partícula viral? Requer resposta. Texto Multilinha. O HIV é um retrovírus do gênero Lentivírus e possui muitas das características físicas e químicas da família dos Retroviridae. A característica morfológica exclusiva do HIV é a presença de um nucleoide cilíndrico no vírion. Existem basicamente dois tipos conhecidos atualmente como agentes etiológicos da AIDS, o HIV-1 e HIV-2. A diferença entre esses dois tipos reside em parâmetros de dispersão, patogenicidade, transmissibilidade, evolução da doença e susceptibilidade às drogas. Quanto às características estruturais desses vírus, o tipo HIV-1 possui uma forma esférica (100 nm de diâmetro), é envolvido por uma bicamada lipídica, chamada de envelope, a qual é derivada da membrana celular da célula hospedeira. Este envelope lipoproteico expressa algumas glicoproteínas transmembrana (gp41) e uma glicoproteína de superfície (gp120). Como ocorre em outros retrovírus, o HIV apresenta um capsídeo viral, composto principalmente pela proteína p24. Outros tipos de proteínas formam o nucleocapsídeo, associadas a duas moléculas de fita simples de RNA. Situada entre o envelope e o capsídeo encontra-se uma matriz proteica, composta principalmente pela proteína p17. Além disso, a partícula de HIV-1 apresenta três enzimas virais: protease, transcriptase reversa e integrase. Sendo a enzima transcriptase reversa a responsável pela transcrição do RNA genômico viral em uma fita dupla de DNA, cuja função é criar uma cópia de DNA fita dupla e degradar a fita-molde de RNA viral e a integração desse DNA transcrito pela transcriptase reversa é incorporado ao DNA da célula hospedeira pela enzima integrasse. 3. Qual a forma de transmissão? Requer resposta. Texto Multilinha. A transmissão do HIV ocorre, geralmente, pela transferência de células e fluídos contaminados pelo vírus. Essa transmissão pode ocorrer por: Contato sexual desprotegido; transfusão de sangue infectado, acidentes com equipamentos pérfuro-cortantes contaminados; e por transmissão vertical (mãe e filho). Os fatores que aumentam os riscos de transmissão do HIV estão relacionados à alta viremia (presenta do vírus no sangue), pela manifestação avançada da imunodeficiência e pela presença de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). A transmissão vertical materno-infantil pode ocorrer durante três períodos principais: no útero, no momento do parto ou durante a amamentação. Sendo que uma importante via para a transmissão intrauterina é a presença de rupturas na placenta, seguidas de pequenas passagens que ocorrem da mãe para o feto. Além dessas microtransfusões, o HIV-1 pode ser transmitido por via intrauterina através do transporte celular transplacentário ou pela progressiva infecção da placenta até o vírus alcançar a circulação fetal. A transmissão durante o parto pode ocorrer pelo contato direto do feto com as secreções contaminadas da mãe durante a sua passagem pelo canal vaginal (parto normal). No pós-parto, a principal via de transmissão é a amamentação. 4. Aborde a patogênese da infecção viral. Requer resposta. Texto Multilinha. Quando o HIV adentra no organismo, ele se difunde entre alguns tecidos (dependendo do sítio da infecção), principalmente tecidos linfoides, onde se estabelece até alcançar a corrente sanguínea. No entanto, para isto, o vírus enfrenta diversas barreiras anatômicas e inflamatórias. Para que haja a entrada do vírus HIV no organismo é preciso que ocorra a interação da glicoproteína GP120, presente na superfície do vírus, com os receptores CD4+ dos linfócitos T auxiliadores, macrófagos e células dendríticas. Essa interação resulta em mudanças na membrana celular, permitindo a utilização dos correceptores. Após esse evento, o envelope do vírus se funde a membrana celular por endocitose, permitindo a passagem do capsídeo para o citoplasma, juntamente com o seu material genético e as enzimas essenciais para a sua replicação. Após a inserção, tem início a transcrição reversa do RNA viral em uma molécula de DNA, através da ação da transcriptase reversa, que liga os nucleotídeos dispersos no meio intracelular na fita simples de RNA. A síntese desta nova molécula torna ativos diversos genes do vírus HIV, os quais são responsáveis pela expressão das proteínas virais e das enzimas virais transcriptase reversa e a protease. Este novo DNA, é então direcionado até o núcleo celular, onde sofrerá uma série de clivagens para ser incorporado ao DNA das células do hospedeiro, pela ação da enzima integrase. Ao mesmo tempo, a contagem das células de defesa diminui, pois a medida que novos vírus vão sendo sintetizados no interior da célula, esta aumenta de tamanho e posteriormente sofre lise com liberação de novas partículas do vírus, que infectarão novas células reiniciando o ciclo. Os receptores toll- like estão presentes nas membranas celulares e em resposta ao reconhecimento do vírus, sinalizam a produção de proteínas inflamatórias como citocinas e quimiocinas, com o intuito de amplificar a resposta imune e eliminar o vírus. Essas citocinas agem ativando outras células do sistema imunológico, gerando resposta inflamatória e desencadeando a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e nitrogênio (ERN), que destroem microrganismos e tecidos inflamados, por agirem como poderosos agentes oxidantes. Com a progressão da infecção pelo HIV o sistema imunológico usa todos os seus artifícios para controlar a infecção, no entanto devido à alta afinidade do vírus HIV pelos linfócitos TCD4+, células responsáveis por sinalizar quando um agente agressor penetra no corpo, há uma perda progressiva dessas células imunológicas e a resposta imune frente às infecções acaba sendo ineficaz, gerando um quadro de imunodeficiência. Quando se é infectado pelo HIV, ocorre uma agressão sistêmica gerada pela inflamação, surgindo uma série de sinais clínicos associados à atividade do vírus no organismo, logo a AIDS é uma IST causada pelo vírus HIV, que leva o paciente a perda da imunidade de forma progressiva. Essa síndrome é dada pelo conjunto de sinais e sintomas provenientes da baixa quantidade de linfócitos T auxiliadores no sangue, que são determinantes na geração das defesas do organismo contra infecções de todas as etiologias e células cancerosas. Os sintomas iniciais da AIDS são sutis ou quase inexistentes, além disto, muitas vezes são confundidos com outras doenças, como gripes e resfriados em decorrência da imunossupressão. É importante lembrar que o período de incubação, tempo em que o vírus fica latente no organismo para replicação, pode variar de pessoa para pessoa, pois o surgimento da AIDS após infecção pelo HIV depende também das características genéticas de cada indivíduo. No período entre 2 e 4 semanas pós infecção, algumas doenças oportunistas já podem começar a se manifestar em pacientes soropositivos. 5. Aborde o ciclo replicativo do vírus. Requer resposta. Texto Multilinha. A entrada do HIV na célula hospedeira requer a presença de alguns receptores de membrana específicos. As primeiras células que entram em contato com o HIV-1 são das linhagens dos monócitos, principalmente as células dendríticas. O HIV consegue infectar células que apresentam o marcador CD4+, principalmente linfócitos T auxiliares, mas também os macrófagos teciduais e células da micróglia do sistema nervoso central, desencadeando uma depressão imunológica, crônica e progressiva. O ciclo replicativo do HIV-1 é dividido em duas fases, uma precoce e uma tardia. Fase precoce – Se inicia com o reconhecimento da célula alvo pelo HIV-1 e envolve todos os processos que conduzem à integração do DNA genômico viral no genoma da célula hospedeira. Nessa fase, as partículas virais ligam-se especificamente nas células com marcadores CD4+, através de uma proteína de superfície. Essaligação permite que a mesma proteína de superfície do vírus se ligue a alguns correceptores presentes na superfície da célula hospedeira. Após essa segunda ligação, uma glicoproteína transmembrana viral é incorporada na membrana celular hospedeira, resultando na fusão do revestimento viral e da membrana da célula alvo, produzindo um poro, através do qual o núcleo viral, contendo o RNA, penetra no citoplasma da célula. Após essa fusão, o processo de transcrição reversa se inicia, com a enzima viral transcriptase reversa. A transcrição reversa do RNA viral ocorre ainda no citoplasma da célula hospedeira e o produto dessa transcrição reversa, o DNA viral de cadeia dupla, é levado para dentro do núcleo onde será integrado ao genoma da célula hospedeira. Esta integração é realizada pela ação catalítica da enzima integrase. Fase tardia – Se inicia com a expressão do genoma viral, envolvendo todos os processos que incluem a formação e a maturação de novas partículas virais. Após a incorporação do DNA viral ao genoma viral, durante a fase precoce, começa então a fase tardia com a expressão regulada do genoma pró-viral. Depois da integração, ocorrem as primeiras transcrições do DNA pró-viral pela RNA polimerase, produzindo RNAs virais que serão transportados através da membrana do núcleo e no citoplasma, essas fitas de RNAm viral são traduzidas produzindo as poliproteínas que darão origem às proteínas virais. O processamento das proteínas virais com as proteases virais ocorre, seguido pela montagem dos novos virions, que será liberado através da membrana da célula hospedeira por brotamento. 6. Quais os efeitos citopáticos que esse vírus causa nas células hospedeiras? Requer resposta. Texto Multilinha. Como efeitos citopáticos diretos do HIV podemos ressaltar o acentuado aumento da membrana celular durante a liberação do vírus, o acúmulo de DNA pro-vírus não integrado, formação de complexos intracelulares entre moléculas CD4+ e os envoltórios proteicos do HIV. Os efeitos citopáticos indiretos incluem: infecção de células matrizes ou células precursoras CD4 e depleção seletiva de uma subpopulação de linfócitos T CD4+. 7. A infecção víral tem medida profilática e tratamento? Se sim, quais são? Requer resposta. Texto Multilinha. A adesão ao tratamento medicamentoso é feita tanto por portadores assintomáticos do HIV, quanto por pacientes que já apresentam a síndrome. Os fármacos antivirais possuem como mecanismo de ação a inibição do ciclo viral, ou seja, impedem o vírus de infectar os linfócitos T CD4+ e consequentemente inibem a replicação das partículas do vírus, auxiliando o paciente na manutenção da imunidade. Todas as etapas do ciclo de replicação viral representam alvos para a terapia antirretroviral. Atualmente, as principais classes de fármacos usadas na terapia antirretroviral para combater o HIV incluem inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos, inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleotídeos, inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos e inibidores de protease. Recentemente, foram introduzidos no arsenal terapêutico anti-HIV, inibidores da entrada do vírus na célula, como é o caso do inibidor da fusão vírus-célula, do antagonista de CCR5, e um inibidor de integrase. Os inibidores de transcriptase reversa análogos de nucleosídeos se ligam ao sítio catalítico da TR, enquanto que os inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos inibem a TR por interação em um sítio diferente do sítio catalítico produzindo uma inibição alostérica da enzima. Os inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos podem ser considerados um grupo de potentes inibidores da TR, tendo uma considerável diversidade estrutural, mas mostrando certas características comuns em sua ação inibitória. A principal medida profilática contra a infecção por HIV é o uso do preservativo em todos os tipos de relações sexuais, seja anal, vaginal ou oral, já que essa é a principal forma de transmissão do vírus. No entanto, o HIV também pode ser transmitido por qualquer outra atividade que facilite o contato de secreções de uma pessoa infectada, com o sangue de outra pessoa não infectada, através de transfusões sanguíneos ou materiais pérfuro-cortantes. Além dessas medidas, a profilaxia pos-exposição (PEP) é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, que consiste no uso de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir a infecção e deve ser utilizada após qualquer situação em que exista o risco de contágio. Existe ainda, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, que é um método de prevenção à infecção pelo vírus. A PrEP consiste na tomada diária de um comprimido que impede que o vírus causador da aids infecte o organismo, antes de a pessoa ter contato com o vírus. Essa profilaxia funciona a partir da combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que são inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa e impedem a continuidade ciclo viral. O PrEP para fazer efeito deve ser administrado diariamente. 8. Quais as referências utilizadas? Requer resposta. Texto Multilinha. DANTAS, Kassyo Lenno Sousa et al. HIV E AIDS: ENTENDENDO A PATOGÊNESE E OS MECANISMOS DE AÇÃO DAS DROGAS ANTIRRETROVIRAIS EM LINGUAGEM CLARA E UNIVERSAL. DA ROSA, Matheus Costa. Patogênese do HIV–características do vírus e transmissão materno-infantil. RBAC, v. 48, n. 4, p. 301-6, 2016. FERREIRA, Roberta Costa Santos; RIFFEL, Alessandro; SANT'ANA, Antônio Euzébio Goulart. HIV: mecanismo de replicação, alvos farmacológicos e inibição por produtos derivados de plantas. Química Nova, v. 33, n. 8, p. 1743- 1755, 2010. GROTTO¹, Rejane MT; PARDINI¹, Maria IMC. Biologia molecular do HIV-1 e genética da resistência humana à AIDS. 2006. PROFILAXIA Pré-Exposição (PrEP). Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: < http://www.aids.gov.br/pt- br/publico-geral/prevencao-combinada/profilaxia-pre-exposicao-prep >. Acesso em: 26, Março de 2021. PROFILAXIA Pós-Exposição ao HIV (PEP). Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: < http://www.aids.gov.br/pt- br/publico-geral/prevencao-combinada/pep-profilaxia-pos-exposicao-ao- hiv#:~:text=Como%20profilaxia%20para%20o%20risco,situa%C3%A7%C3%B5es%20de%20exposi%C3%A7%C3%A3o %20ao%20v%C3%ADrus.>. Acesso em: 26, Março de 2021.
Compartilhar