Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV · Taxonomia · Família dos Retrovírus – RNA, que precisa ser incorporado no genoma do hospedeiro ser transformado em DNA (não é usado diretamente para a produção de proteínas); · O vírus que apresenta RNA e é chamado de RNA positivo; · Assim que esse RNA é introduzido dentro da célula do hospedeiro ele é utilizado como molde para dar origem as proteínas virais e da continuidade ao ciclo do vírus; · Do gênero Lentivirus – vírus de metabolismo muito lento, estado de latência; · Primeiros retrovírus descritos – HTLV-I e II; · Descoberta da transcriptase reversa; · Tipos: HIV-1 e HIV-2 (ambos surgiram na África) · HIV-2: circula somente em território africano; · HIV-1: relacionado com a pandemia que ocorreu de AIDS; · HIV-1 – Terceiros retrovírus patogênico para o homem descrito (HTLV3/LAV); · HIV-1: subtipos M(A-K), N e 0; · Alta taxa de mutação – dificuldade de vacinação efetiva; · Parasita intracelular obrigatório. 1 · Estrutura Viral · Vírus esférico com 80 a 120 nm; · Dupla fita de RNA; · Envelopado: · GP41 e GP120 (glicoproteínas do envelope); · Capsídeo (core): · P24 – proteína utilizada em testes de diagnóstico, marcador da infecção viral; · Enzimas Importantes: · Transcriptase Reversa – transcreve o RNA em DNA, a partir de um molde de RNA; · Integrase - insere o DNA viral no genoma humano; · Protease - cliva proteínas para a montagem do virion. · Origem · Estima-se entre 1890 a 1940 a introdução do HIV em humanos; · Origem em comum com SIV; · Presente em: · Chimpanzes; · Gorilas e · Outros símios. · O que se mantem na ciência é que ele sofreu uma mutação a partir do vírus da imunodeficiência símia, formou um novo ramo e começou aconteceu as primeiras contaminações através do sangue do macaco e no organismo das pessoas ele sofreu uma alteração e deu origem ao HIV; · Pois, muitas tribos africanas têm o hábito de caçar macacos para ser usado na alimentação, presente inclusive me muitos caçadores de macacos. · No Brasil · Primeiros relatos na década de 80, que foi observado em homossexuais do sexo masculino, causando um câncer de pele muito comum na fase de AIDS, o Sarcoma de Kaposi; · Relatos também em pacientes que começaram a apresentar uma pneumonia por um fungo oportunista Pneumocystis pneumonia; · Período de 1980 a 2019 – 966.058 pessoas com AIDS; · De 1980 a 2018 foram 338.905 óbitos por AIDS; · No Brasil, em 2018 foram diagnosticados 43.941 novos casos de infecção por HIV e 37.161 casos de AIDS. · Infecções pelo HIV · A região Sudeste do Brasil é a região que apresenta o maior número de casos, seguida da região Sul e Nordeste. · Formas de Transmissão · Contato com sangue infectado; · Usuários de drogas injetáveis; · Acidentes perfuro cortantes de profissionais de saúde; · Hemotransfusão; · Atinge concentrações altas também no sêmen, esperma e nas secreções vaginais; · Sexual – via mais importante de transmissão, epidemiologicamente mais prevalente; · Independente da orientação sexual. · Gestação e aleitamento – transmissão vertical · Atravessa a placenta; · Pode haver infecção durante a gravidez, durante o parto e durante a amamentação. · Fatores que Afetam a Infecção · Variante viral; · Carga viral plasmática; · Presença de outras IST’s; · Perda da integridade cutânea ou mucosa. *Qualquer pessoa pode se infecta com HIV* · Mecanismo de Infecção · GP120 – proteína que reconhece e se liga ao receptor da célula do sistema imune que vírus vai infecta; · Ligação do GP 120 ao receptor CD4 do linfócito T; · Após ligação com o receptor na membrana do linfócito T, CCR5/CXCR4; · O complexo GP 120-CD4 + CCR5/CXCR4 sofre alteração conformacional (se abre); · O que leva ao GP 141 perfurar a membrana plasmática do linfócito T para penetração do vírus. Obs.: sem CD4 não há infecção. Obs.: Células alvo – linfócitos TCD4, macrófagos e células dendríticas. · Após infecção local: · O vírus é levado ao linfonodo regional e depois ao baço; · Ocorre uma viremia que leva o vírus ao tecido linfonodo intestinal (GALT) – local primordial onde o vírus faz a sua latência; · Cerca de 10 bilhões de vírus são produzidos diariamente (na fase aguda do HIV). · Cavalo de Tróia · As células dendríticas agem como cavalo de tróia, transportando o vírus e facilitando seu contato com os linfócitos; · Células infectadas em linfonodos em 2 dias; · Células infectadas no plasma em 5 dias. · Interação Vírus-Hospedeiro · A integração na célula CD4 depende da disponibilidade de nucleosídeos para formação do DNA viral; · O RNA viral primário é destruído – não codifica proteína; · O vírus acompanha a célula e sua progênie; · A destruição gradual e progressiva de linfócitos T CD4 compromete o turnover das mesmas e danifica o timo e outros tecidos linfoides; · Produção viral depende da ativação de promotores virais: · Coinfecções; · Produção de citocinas; · Ativação celular. · Fatores que Afetam o Tempo de Progressão · Genéticos · HLA progressões lentos o Baixa expressão de CCR5 · Imunológicos · Ação citotóxica efetiva; · Produção de fatores antivirais por linfócitos CD8; · Citocinas que bloqueiam CCR5 (MIP1, RANTES) e CXCR4 (SDF-1) · Virais · Infecção por formas atenuadas de vírus. · História Natural da Infecção · Comprometimento da imunidade celular; · Surgimento de infecções; · Possibilidade de tratamento; · Recuperação imune. · Manifestações Clínicas · Infecções: · Infecção Aguda · Cerca de 50% dos casos é assintomática; · Nos outros 50% ocorre a síndrome de soroconversão; · Sintomas semelhantes a gripe (Flu-like); · Pode durar ate 3 meses desde o início da infecção. · AIDS · Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; · Definida no Brasil por: · Contagem de linfócitos T CD4 menor ou igual a 350 e/ou · Presença de doenças definidoras (doenças oportunistas). · Diagnóstico · Marcadores de infecção viral; · Detectando o RNA do vírus – primeiro marcador que surge; · Em infecção recentes a detecção do vírus só é possível por métodos moleculares, detecção pela pesquisa de RNA viral; · Anticorpos são observados a partir da terceira semana de infecção ou quarta semana; · P24 observada a partir da segunda semana de infecção; · Métodos Sorológicos: detectam principalmente IgM e IgG; · Elisa: Sensibilidade > 99,5% e especificidade < WB; · Testes Rápidos: Sensibilidade > 99,5% e especificidade < WB; · Western Blot: Sensibilidade > 99,5% e Especificidade elevada; · Quantificação do DNA: carga viral; · Cultura celular; · Janela imunológica cerca de 3 meses. Obs.: Na realização do teste, os pacientes com resultados negativos são liberados, já pacientes com resultados positivos realizam um segundo teste para verificar possibilidade de falso positivo. · Manifestações Clínicas · Caquexia – estado de muito emagrecimento, associado a pacientes que apresentam diarreia crônica; · Toxoplasmose Cerebral – determina uma encefalite que mata o paciente em dias; · Pneumocistose – fungo que mata bastante; · Candidose – assume uma gravidade muito grande, candidíase exofageana que desce o aparelho digestório do paciente; · Criptococose Cerebral – fungo presente em fezes de pombos que pode gerar uma meningite ou uma pneumonia; · Sarcoma de Kaposi – câncer de pele; · Herpes Zoster – causado pelo varicela zoster (mesmo vírus que causa a catapora); · Retinite por CMV – podendo causar também cegueira. · Tratamento · Antiretrovirais: · Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos: · AZT; · Lamivudina; · Etenofoir. · Inibidores não análogos: · Efavirenz; · Nevirapina. · Inibidores de protease: · Ritonavir; · Indinavir; · Lopinavir; · Darunavir. · Inibidores de fusão: · T20; · Maraviroque; · Inibidores de integrasse: · Raltegravir. Uma realidade onde temos portadores de HIV que vivem suas vidas normalmente, por conta do controle da infecção pelos coquetéis. · Alvos do tratamento: · Inibidores de fusão que impede essa fusão (vírus não penetra); · Inibidores de transcriptase reversa onde o vírusnão consegue transformar seu RNA em DNA; · Inibidores de integrasse (mesmo com o DNA viral transformado) se não tiver integrasse ele não integra, nada do vírus seja produzido; · Inibidores de protease, se não tiver protease a proteína está inteira, não está clivada o vírus não consegue se montar e será inútil a produção das suas proteínas. · Impacto do Tratamento · Depois de implementado o tratamento de forma definitiva em 1983, houve uma queda de AIDS, onde os indivíduos mesmo infectados não chegam na fase de AIDS; · Queda das mortes desde o início da doença; · Aumento do número de indivíduos vivendo com HIV, porque com o coquetel o indivíduo não chega na fase de AIDS. · Prevenção · Abstinência; · Uso de preservativos; · Terapia pós exposição: Antiretrovirais para acidente pérfuro cortante e sexual; · Terapia pré exposição – gel e comprimido; · Vacinas ainda em desenvolvimento – investimentos em estudos. Questões de provas passadas: 1. Descreva a interação do vírus HIV no organismo hospedeiro correlacionando com os sítios de atuação das drogas antirretrovirais utilizadas para tratamento dessa infecção. O vírus interage com a célula hospedeira através da ligação da estrutura viral gp120 com o receptor de membrana celular CD4 e o co-receptor (CCR5 ou CXCR4), pela atuação do GP41 o envelope viral se funde à membrana celular e o material viral penetra na célula (capsídeo). Inibidores de fusão (enfurvitida) atuam nessa etapa. O RNA viral codifica a dupla fita de DNA correspondente com a atuação da transcriptase reversa e o sítio de atuação de antivirais (inibidoras da transcriptase análogos e não análogos de nucleosideos. O RNA é destruído e o DNA formado é incorporado ao genoma da célula e se integra ao mesmo com atuação da proteína viral integrase. Esse DNA se replica juntamente com a célula e com o tempo dá origem à partículas virais através da transcrição desse DNA incorporado ao genoma, o qual codifica todas as proteínas virais, que uma vez produzidas, precisam ser clivadas para dar origem aos vírus completos. Essa clivagem é feita pela protease – etapa onde agem outras drogas antivirais (os 3 inibidores de protease). A eliminação das partículas virais produzidas leva a destruição da célula hospedeira. Os vírus são eliminados por brotamento. 2. Que fatores, genéticos, imunológicos e virais influenciam no tempo de progressão da infecção pelo HIV? · Genéticos: HLA progressores lentos; baixa expressão de CCR5 · Imunológicos: ação citotóxica efetiva; produção de fatores antivirais por linfócitos CD8; citocinas que bloqueiam CCR5 (MIP1, RANTES) e CXCR4 (SDF-1). · Virais: infecção por formas atenuadas de vírus. 3. Sobre a infecção pelo HIV é correto afirmar que: · ( ) A ligação do vírus na célula alvo é dependente exclusivamente da interação da proteína viral gp120 com o receptor CD4 da célula humana. · ( ) O RNA viral, ao entrar na célula, codifica proteínas que são responsáveis pela sua integração no genoma da célula. · (X) A ação de proteínas virais não estruturais contribui com mecanismos de escape do sistema imune, importantes para a sobrevida das partículas virais. · ( ) Outras infecções levando a ativação dos linfócitos CD4 podem diminuir a quantidade de células infectadas pelo HIV.
Compartilhar