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Manual de Raquel Pereira Bessa, 2019. 2 Sumário 1. Técnicas intra-orais.......................................................................................03 2. Radiografias panorâmicas..........................................................................07 3. Técnicas extra-orais.....................................................................................09 4. Métodos de localização.................................................................................15 5. Alterações radiográficas do órgão dentário...........................................19 6. Alterações radiográficas do periodonto e das periapicopatias.........24 7. Anomalias dentárias de desenvolvimento.............................................28 3 Técnicas intra-orais Técnica periapical Indicações Visualização de: Excesso de material restaurador Anomalias dentárias Mineralização e nódulos pulpares Reabsorção radicular Cárie Relação entre dentes decíduos e permanentes Tratamento endodontico Lesões periapicais Visualização do dente por completo, incluindo o periápice e estruturas adjacentes. *região de molares inferiores do lado direito *região de incisivos inferiores 4 Pode ser feita com ou sem posicionador. Exame periapical completo: exame de todos os dentes, incluindo maxila e mandíbula 7 regiões 14 radiografias Técnica interproximal Técnica da bissetriz Técnica do paralelismo Também chamada de bitewing, incluem as coroas dos dentes superiores e inferiores e a crista alveolar no mesmo receptor. Somente em dentes posteriores e com o auxílio do posicionador. *região de molares inferiores e superiores do lado direito Antigamente fazia-se uma única radiografia para molares e pré molares com o filme 3, gerando sobreposição. Portanto, atualmente, faz-se uma radiografia para molares e uma para pré- molares separadamente, com o filme 2. 5 Exame radiográfico mais eficaz para detecção de cáries Indicações Visualização de: Cáries interproximais Cáries secundárias Crista alveolar Alterações na altura óssea Cálculo Técnica oclusal Indicações Para pacientes que não conseguem abrir muito a boca, em caso de trismo, impossibilitando outros exames intra-orais. Mostra um segmento relativamente amplo do arco dentário. Podendo incluir o palato ou assoalho de boca, se estendendo razoavelmente para as paredes laterais contíguas. *radiografia oclusal de maxila *radiografia oclusal de mandíbula 6 Para obter informações sobre natureza, localização, extensão, deslocamento de fraturas na maxila e mandíbula. Para detectar doenças no palato ou assoalho bucal e determinar a extensão medial e lateral de alterações. Avaliar a integridade do contorno do seio maxilar. Localizar corpos estranhos e cálculos nos ductos das glândulas sublinguais e submandibulares. Localizar dentes supranumerários, não erupcionados e impactados. 7 Radiografia panorâmica Panorâmica É a técnica que produz apenas uma imagem das estruturas faciais, incluindo os arcos dentários, maxilar e mandibular e suas estruturas de suporte. Nesse caso, uma fonte de raio X e um receptor de imagem giram em torno da cabeça do paciente, dessa forma, criando um campo focal curvo, onde há uma zona em que os objetos inclusos são claramente mostrados. *Panorâmica com dentição permanente *Panorâmica com dentição mista 8 Indicações Avaliação de traumatismo Localização de terceiros molares Doença óssea ou dental extensas Relação dentição decídua-permanente (mista) Retenção de dentes ou ápices radiculares Visualizar ATM Permite indicar outros exames intraorais 9 Técnicas extra-orais Laterais Radiografia cefalométrica Indicações: Principalmente na ortodontia e na cirurgia ortognática: Na cirurgia ortognática: avalia o pré-operatório, auxilia no plano de tratamento e também auxilia no pós operatório para avaliar os resultados cirúrgicos. Na ortodontia: confirma as anormalidades esqueléticas no diagnóstico inicial, ajuda a estabelecer o plano de tratamento, auxilia no controle do progresso desse tratamento, para que , ao final, seja possível avaliar os resultados alcançados. Entre as radiografias extraorais, é a mais utilizada na odontologia. 10 Lateral da mandíbula (região de corpo/região de ângulo e ramo) Indicações Fraturas Corpos estranhos Dentes não irrompidos Lesões císticas ou tumorais Cálculos salivares no ducto de Wharton Exame de ângulo e ramo/corpo da mandíbula pela modificação de Djian Possui as mesmas indicações que a técnica para lateral de ângulo e ramo da mandíbula, porém, é utilizada quando o paciente não consegue inclinar a cabeça 60º para o lado, devido um trauma, por exemplo. Nesse caso, o paciente pode ficar sentado verticalmente na cadeira odontológica, sem inclinar a cabeça lateralmente. 11 Teleradiografia Indicações Anomalias do crescimento e desenvolvimento Auxilia na ortodontia confirmando as anormalidades esqueléticas e/ou de tecidos moles no diagnóstico inicial, ajuda a estabelecer o plano de tratamento, auxilia no controle do progresso desse tratamento, para que , ao final, seja possível avaliar os resultados alcançados. Tipo facial Radiografia à distância de 1,52 cm. No qual, é possível visualizar tecidos duros e moles. Através da telerradiografia são realizadas medidas lineares e angulares, que avaliam o tipo facial do paciente, em casos de prognatismo, por exemplo. 12 Frontais ou coronais Posteroanterior de mandíbula Indicações Fraturas mandibulares Lesões císticas ou tumorais Expansões láterolaterais Hipo e hiperplasias mandibulares Posteroanterior de seio maxilar Técnica de Waters 13 Indicações Avaliar o seio maxilar Fraturas do terço médio da face Fraturas da orbita Fraturas do processo coronoide Exames do seio frontal e etmoidal Towne reversa Indicações Visualização de fraturas na região de côndilo Para melhorar a visibilidade dos côndilos, a boca do paciente deve estar aberta, de modo que as cabeças dos côndilos fiquem localizadas inferiormente a eminência articular. 14 Axiais Axial invertida (Hirtz) Indicações Exames do seio esfenoidal Lesões que afetem o palato Região pteriogoide e base do crânio Pesquisa de fraturas de arco zigomático Incidência no soalho bucal. 15 Métodos de localização Método de Clark Indicações Localização radiográfica de dentes não irrompidos, corpos estranhos e processos patológicos. Localização radiográfica de pontos de reparo anatômico, como os forames incisivo e mentual, distinguindo-os de alterações periapicais. Dissociação de raízes e condutos radiculares. Método do principio de paralaxe. Quando o dente e o feixe fazem o mesmo trajeto o dente está por palatina. Quando o dente e o feixe fazem trajetos diferentes o dente está por vestibular. Se observarmos dois objetos semelhantes em linha reta, o objetomais próximo encobrirá o mais distante. Enquanto se nos deslocarmos para a direita ou para a esquerda, dissociaremos os objetos. Um dos objetos acompanhará o nosso deslocamento, enquanto o outro irá se movimentar em sentido contrário ao nosso deslocamento. 16 Método de Miller-Winter Indicações Localização radiográfica de dentes não irrompidos (terceiro molar). Localização de corpos estranhos. Estudo de processos patológicos. Método de Donovan Técnica do ângulo reto, que consiste no princípio da dupla incidência: uma radiografia periapical e outra oclusal. A radiografia periapical fornece informações sobre a posição do dente em altura e largura. Enquanto a radiografia oclusal fornece informações sobre profundidade, no qual também se utiliza um filme periapical. O paciente, com o dedo indicador do lado oposto, deve manter a borda do filme radiográfico apoiada na superfície mesio-oclusal do segundo molar inferior. Dessa forma, o filme estará voltado para a região de trígono retromolar. 17 Indicações Localização de raízes de terceiros molares, quando a radiografia oclusal do método de Miller-Winter não os registra inteiramente. Método de Parma Indicações Quando a radiografia periapical convencional não registra inteiramente o terceiro molar inferior não irrompido. O filme fica inclinado, deixando sua borda próxima ao assoalho bucal, formando um ângulo entre o longo eixo do dente e o plano oclusal. 18 Método de Le Master Indicações Visualização de raízes de molares superiores Um rolete de algodão é fixado ao filme radiográfico, afastando-o da coroa dentária, dessa forma, melhorando as condições de paralelismo entre os longos eixos do filme e dente. A angulação vertical é diminuída, e consequentemente, elimina a sobreposição das imagens do processo zigomático da maxila, melhorando a visibilidade do ápice dos molares superiores. *Técnica da bissetriz comum *Técnica Le máster com auxilio do rolete de algodão 19 Alterações radiográficas do órgão dentário Desgastes Atrição Prevenção e controle Ajuste oclusal Placas interoclusais Controle de hábitos Abrasão Prevenção e controle Instrução de higiene oral para melhorar o método de escovação Evitar dentifrícios abrasivos Surge pelo contato entre dentes antagonistas, sem interação de qualquer outro objeto. Atingindo região incisal e oclusal. Radiograficamente, apresenta-se desgastada uniformemente de um lado a outro. Desgaste através de forças mecânicas anormais envolvendo objetos e movimentos repetitivos, como escovação e dentifrícios abrasivos. 20 Erosão Prevenção e controle Mudança de padrões comportamentais e dieta Mineralizações Esclerose pulpar Nódulo pulpar Causada por um processo químico, associado a ácidos intrínsecos ou extrínsecos, sem o envolvimento de ação bacteriana. Não é possível visualizar a polpa, pois está totalmente calcificada. É um processo natural em idosos, mas também pode acontecer devido movimentação ortodôntica exacerbada. Se assemelha a esclerose pulpar, porém, acontece em uma região bem delimitada na câmara pulpar. 21 Dentina terciária Reabsorções radiculares Reabsorção radicular externa Reabsorção radicular interna Defesa as agressões pulpares. Dessa forma, acontece uma deposição de dentina e uma diminuição da polpa. Causas: Processo infeccioso Trauma Movimentação ortodôntica excessiva Tratamento endodôntico insatisfatório Processo patológico que causa o encurtamento do tamanho das raízes. Evolui de forma assintomática. Processo patológico que causa a destruição das paredes internas do canal. Evolui de forma assintomática. 22 Causas: Trauma físico Lesão crônica da polpa (pulpite) Rizólise Frta Fraturas radiculares Fratura vertical Fratura horizontal Processo fisiológico em que o dente permanente libera substancias que fazem a raiz do dente decíduo correspondente ser reabsorvida, causando o encurtamento radicular. As fraturas acontecem geralmente em dentes anteriores, podendo ou não originar uma exposição pulpar. Acontecem geralmente devido acidentes automobilísticos, esportes violentos, entre outros. 23 Tratamento endodontico Satisfatório Insatisfatório Hipercementose *2º molar inferior com seus três canais radiculares devidamente preenchidos. Depósito excessivo de cemento. No qual é a única situação em que é possível visualizar o cemento radiograficamente. *Material obturador com falhas e extravasamento. *Desvio de canal e perfuração. 24 Alterações radiográficas do periodonto e das periapicopatias Alterações periapicais Periodontite apical aguda (pericementite) Abscesso periapical Inflamação do ligamento periodontal. Ainda não tem rarefação óssea e pode ser revertido. Rarefação óssea periapical difusa. Tamanho varia de acordo com a quantidade de material purulento acumulado na região apical e tempo de progressão. Tratamento: drenagem e tratamento endodontico. 25 Granuloma periapical Cisto periapical Alterações periodontais Cálculo dental Rarefação óssea periapical circunscrita (sem halo radiopaco). É a primeira linha de defesa para necrose pulpar na área periapical. Podendo se originar de um abscesso estabilizado e evoluir para um cisto periapical. Tratamento: endodontia. Rarefação óssea periapical circunscrita com halo radiopaco. Pode ter vários tamanhos, com perda de lâmina dura. Tratamento: endodontia. Ocorre quando o biofilme se agrega ao dente, de forma que se torna um material mineralizado. 26 Perda das cristas ósseas Perda óssea vertical Perda óssea horizontal Ocorre quando a inflamação gengival se estende em direção à estrutura óssea. Podendo evoluir para uma perda óssea horizontal. Nota-se uma relação oblíqua da imagem do osso em relação ao longo eixo do dente. Ocorre em toda a extensão da crista alveolar, com redução evidente de altura. 27 Lesão de furca Lesão endo-perio Classificações: Lesão primariamente endodôntica Lesão primariamente endodôntica com envolvimento periodontal secundário Lesão primariamente periodontal com envolvimento endodôntico secundário Lesão combinada verdadeira Em casos de dentes multirradiculares, quando a reabsorçãoelimina as paredes ósseas da raiz, pode alcançar o nível de bifurcação. Associação das doenças periodontal e endodôntica em um mesmo elemento dentário, causando um aspecto de “dente flutuante”. 28 Anomalias dentárias de desenvolvimento Macrodontia Microdontia Geminação O dente comprometido apresenta-se com limites além dos normais. De acordo com o numero de dentes, pode ser classificada como: generalizada e focal ou localizada. É o oposto da macrodontia, sendo assim, o dente se apresenta com limites menores que os normais. Também pode ser classificado como: generalizada e focal ou localizada. *Macrodontia comprometendo os dentes 11 e 21. *Microdontia do dente 22. Tentativa de bipartição de um germe dentário. Apresentando uma coroa com aspecto bífido. Radiograficamente, uma raiz com um ou dois canais radiculares. *Geminação do dente 83. 29 Fusão Dente supranumerário Hipoplasia de esmalte Tentativa de união de dois germes dentários. Radiograficamente, podem haver dois canais e duas raízes, dois canais e uma raiz ou apenas um canal e uma raiz. Pode ser classificada como completa ou incompleta. *Fusão dos dentes 81 e 82. Qualquer dente que exceda a quantidade padrão de dentes esperados para cada dentição. São classificados de acordo com a localização ou época de irrupção, podendo ser denominados de maneira particular, como: mesiodente distomolar paramolar dente pré-decíduo *Mesiodente Menor espessura do esmalte no elemento dentário. 30 Transposição Ectopia Dentes em posição invertida na arcada dentária. Geralmente acomete o canino e o dente adjacente, como o pré-molar. *Transposição do dente 23. Ocorre quando o dente irrompe fora do local que deveria estar. Normalmente essa anomalia está associada à ausência de espaço na arcada dentária, a uma barreira física na trajetória da erupção, e à retenção do dente decíduo. 31 Referências 1. Pereira, M.F. et al. Radiologia Odontológica e Imaginológica. v. 2. 2015. 2. White, S. C; Pharoach, M,J. et al. Radiologia Oral. v. 7. 2015. 3. Silva, N.D; Bezerra, M.F; Guimarães, K.B. et al. Métodos radiográficos no diagnóstico de quartos molares mandibulares. RFO, v. 12, n. 2, p. 79-83. maio/agosto, 2007. 4. Denardi, C.A.S. et al. Estudo sobre os métodos de localização radiográfica. Universidade Estadual de Campinas. 2002. 5. Leonardi, D. P; Giovanini, A. F; Almeida, S. et al. Alterações pulpares e periapicais. v. 8, n. 4, Outubro/Dezembro, 2011.
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