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Prévia do material em texto

Avaliação Nutricional
Do diagnóstico à prescrição
 
 
Adriana Lopes Peixoto
 
 
1ª Edição
 
2014
 
 
 
EXPEDIENTE
Produção editorial e Revisão final
Adelson Marques Canudo
 
Assistência editorial Adriana Lopes
Peixoto CRN9 – 9521
 
Capa e Produção gráfica
Washington Silva Pacheco
 
Coordenação de projeto para mídia
digital Lucas França Barbosa
 
Coordenação geral Adelson
Marques Canudo Luiz Eduardo
Ferreira Fontes
 Todos os direitos reservados. Nenhumaparte deste livro eletrônico poderá ser
reproduzida total ou parcialmente sem
autorização prévia da A.S. Sistemas.
 
Avaliação Nutricional – Do
diagnóstico à prescrição
ISBN nº: 978-85-65880-24-4
Adriana Lopes Peixoto CRN9 9521
 
A.S. Sistemas Rua Professor Carlos
Schlo�feld, casa 10 – Clélia
Bernardes – Viçosa – MG – CEP
36570-000
Tel.: (31) 3892 7700
site: www.assistemas.com.br
 
Ficha catalográfica
 
P379a
 
Peixoto, Adriana Lopes.
Avaliação nutricional: do diagnóstico à
prescrição [livro eletrônico] / Adriana
Lopes Peixoto. – 1.ed. – Viçosa: A.S.
Sistemas, 2014
251 p.
8.627Kb / ePUB
 
ISBN: 978-85-65880-24-4
 
 
http://www.assistemas.com.br/
1. Medicina e saúde. I. Título.
 
CDD 610
 
Índice para o catálogo sistemático 1. Medicina e saúde
APRESENTAÇÃO
São incontáveis os fatores que envolvem a preferência de
alimentos e a formação de hábitos alimentares. E em diversas vezes –
e ao mesmo tempo – estão envolvidos mais de um fator até a decisão
final. Apesar de compreendermos como claras muitas relações entre
comida, nutrição e fatores culturais, até hoje não foram
determinados os princípios que conduzem os comportamentos
alimentares, situação que não é considerada uma tarefa fácil e muito
menos alcançável em curto prazo.
Na história de cada sociedade ou cultura podemos encontrar o
significado e as razões para as preferências e as aversões alimentares
individuais ou coletivas. Em suma, podemos descobrir o que o
alimento representa para uma determinada população.
O ato alimentar é envolvido por uma nuvem de complexidade,
atrelada a diferentes questões. Que vão desde caráter biológico e
ecológico, até os níveis tecnológico, econômico, social, político e
ideológico. Tudo isso influência na escolha, na preparação e no
consumo dos alimentos.
Portanto, deduz-se que a escolha dos alimentos não é
individual. Independentemente da necessidade óbvia de manter a
saúde física, considerações relacionadas com a etnia, status e
prestígio, capacidade econômica, aceitação dentro de grupos sociais
ou religiosos particulares, esnobismo alimentar, pressão publicitária
e ajustes psicológicos estabelecem aspectos da cultura que são
determinantes para as preferências alimentares.
Com base na crescente demanda por capacitação e
envolvimento no tratamento dos transtornos alimentares o presente
e-book foi criado, com o principal objetivo de orientar os
profissionais no estabelecimento de condutas e estratégias que
potencializarão a intervenção e adesão do paciente ao tratamento.
Visto que a equipe envolvida neste contexto tem que ser capaz de
atuar com objetividade e interligação, relacionando evidências de
natureza nutricional com psicológica.
 
Adriana Lopes Peixoto
INTRODUÇÃO
A avaliação do estado nutricional tem como principal finalidade
averiguar o crescimento e as proporções corporais em um indivíduo
ou de uma comunidade, visando o estabelecimento de ações de
intervenção. Deste modo, é de extrema importância à padronização
da avaliação a ser utilizada segundo a faixa etária, sexo e condições
fisiológicas de cada indivíduo ou grupo de amostra, uniformizando
assim os critérios empregados pela equipe de saúde (SIGULEM;
DEVINCENZI; LESSA, 2000).
Para a definição ou seleção de métodos para a avaliação do
estado nutricional, alguns critérios são necessários, como por
exemplo, a determinação de métodos que melhor detectem o
problema nutricional que se pretende corrigir no indivíduo ou na
população a ser avaliada. Devem-se considerar, ainda, os custos para
sua utilização, o nível de habilidade pessoal requerido para aplicá-
los adequadamente, o tempo necessário para executá-los, a
receptividade por parte da população estudada e os possíveis riscos
para a saúde (ANSELMO, 1991).
A antropometria, que consiste na avaliação das dimensões
físicas e da composição global do corpo humano, evoluiu
constantemente, sendo método útil em estudos populacionais,
clínicos e de intervenção, e sua aplicação permite o avanço nas
interpretações e na busca de formulações matemáticas que
aperfeiçoassem a acurácia da estimativa dos compartimentos
corporais e o seu poder preditivo (ANSELMO, 1991).
Os valores antropométricos representam, no nível individual ou
de populações, o grau de conformidade entre o potencial genético de
crescimento e os fatores ambientais favoráveis e prejudiciais. O
padrão antropométrico ideal, então, seria aquele obtido de
populações ou grupos étnicos cujos indivíduos tivessem usufruído a
oportunidade de desenvolver, plenamente, seu potencial de
crescimento. Neste sentido, utilizam-se os resultados estatísticos
obtidos de populações das áreas desenvolvidas do mundo, ou nas
regiões subdesenvolvidas, dos grupos humanos de elevado padrão
socioeconômicos, que provavelmente tiveram melhores
oportunidades de cumprir suas possibilidades genotípicas de
crescimento. Derivados de pesquisas realizada em todo o mundo
mostraram e mostram a possibilidade de empregar um referencial
único, internacional, para avaliar o crescimento e o estado de
nutrição de diferentes grupos populacionais (ANSELMO, 1991).
Entre o número quase ilimitado de medidas corporais possíveis,
devem escolher-se aquelas de fácil execução, rápidas, reprodutíveis e
inócuas, que possam proporcionar a informação máxima sobre o
problema nutricional a ser investigado. Os parâmetros
frequentemente utilizados têm por finalidade determinar a massa
corporal, expressa pelo peso; as dimensões lineares, especialmente a
estatura; a composição corporal e das reservas de energia e
proteínas, estimadas pelos principais tecidos moles superficiais: a
gordura subcutânea e a massa muscular (JELLIFFE,1968).
A antropometria, então, mesmo considerando suas restrições,
tem sido o método universalmente mais utilizado e também o
proposto pela OMS (WOH, 1995). A sua maior desvantagem é que,
isoladamente, não identifica deficiências específicas, como a
hipovitaminose A, anemia ferropriva e deficiência de cálcio,
nutrientes muitas vezes deficientes em dietas de crianças e
adolescentes, por exemplo, (GAMA, 2000). Nessas situações há
necessidade de exames complementares, como os laboratoriais, para
a conclusão do diagnóstico.
A investigação laboratorial é geralmente realizada através da
averiguação de amostras sanguíneas ou urinárias do paciente ou
grupo de indivíduos a ser pesquisado e tem como propósito
examinar carências nutricionais específicas. Mas, como todo
processo de investigação apresenta algumas limitações para sua
execução, isto porque, são mais invasivos e de custo mais elevado,
sendo assim, precisam ser empregados com critério quando são
conclusivos para o diagnóstico e proposta ou intervenção terapêutica
(VASCONCELOS, 2007).
A Anamnese clínica ou o exame clínico é baseado na verificação
de sinais e sintomas clínicos e físicos apresentados pelos indivíduos.
Estes sinais e sintomas são avaliados através dos tecidos ou órgãos
externos tais como pele, olhos, cabelo e mucosas, que estariam
relacionados com possíveis inadequações nutricionais, carência ou
excesso de ingestão alimentar (JELLIFFE,1968). Apresenta
características de praticidade, simplicidade e baixo custo, entretanto,
nos últimos anos a sua utilização tem sido limitada, em virtude da
validação de outros métodos (VASCONCELOS, 2007). Além da
dificuldade de quantificação e comparação dos dados, os parâmetros
de avaliação clínica apresentam sensibilidade e especificidade
reduzidas, principalmente considerando-se que os sinais e sintomas
clínicos de diversas enfermidades só são perceptíveis num estágio já
avançadoda doença ou deficiência nutricional (ANSELMO, 1991).
Ainda na Anamnese clínica, temos a etapa de investigação
dietética, avaliação da ingestão alimentar dos indivíduos. Os
inquéritos de consumo de alimentar em nível familiar ou individual
são considerados indicadores indiretos do estado nutricional, já que
esse é determinado não apenas pelos alimentos consumidos, mas
também por outros fatores, como biodisponibilidade dos nutrientes,
acesso aos alimentos, modo de preparo das refeições,
armazenamento dos alimentos, nível de atividade física e presença
de doenças agudas ou crônicas. As informações obtidas com os
inquéritos de consumo alimentar são importantes na detecção de
carências dietéticas específicas, inclusive para orientar os programas
de suplementação alimentar (ANSELMO, 1991). Dessa forma, o
comportamento alimentar ocupa, atualmente, um papel central na
prevenção e no tratamento de doenças.
Portanto, diante do supracitado, podemos concluir que a
avaliação das condições de saúde da população possibilita o
planejamento de estratégias de intervenção mais eficazes e eficientes,
sendo as etapas de avaliação nutricional extremamente importante
para o diagnóstico clínico (Figura 1).
Figura 1 – Etapas da avaliação nutricional
Objetivo Geral O presente e-book tem como objetivo geral
destacar a importância de cada etapa da avaliação nutricional no
estabelecimento da terapêutica mais adequado ao estado
nutricional do paciente. Listar e sugerir métodos e parâmetros para
a avaliação nutricional, além de acrescentar informações que
possam contribuir para identificação e redução de possíveis
complicações passíveis de se desenvolverem durante o período de
acompanhamento nutricional.
Sumário Módulo 1
1 Principais métodos e
parâmetros
antropométricos
empregados para crianças
e adolescentes
2 Fórmulas e técnicas
utilizadas para a avaliação
corporal de adultos
3 Antropometria e
composição corporal de
idosos
4 Investigação
antropométrica de
gestantes e lactantes
5 Métodos para a avaliação
antropométrica de atletas e
esportistas
Módulo 2
6 Componentes laboratoriais
7 Avaliação de anemias e desnutrição
8 Investigação laboratorial na infância e na adolescência
9 Diagnóstico laboratorial de enfermidades cardiovasculares
10 Avaliação laboratorial de moléstias reumáticas
11 Testes laboratoriais empregados no diagnóstico de
enfermidades hematopoiéticas
12 Investigação laboratorial de doenças hepáticas
13 Testes bioquímicos para a identificação de problemas renais
14 Enfermidades gastrointestinais (superior e inferior)
15 Investigação laboratorial de intoxicações e dosagem
sanguínea de vitaminas
Módulo 3
16 Anamnese clínica
17 Avaliação dietética
Módulo 4
18 Equações para estimar as necessidades energéticas – DRI's
19 Fórmulas especiais
Módulo 5
20 Macronutrientes
21 Micronutrientes: as vitaminas
22 Minerais: os macroelementos
23 Minerais: os microelementos
Módulo 6
24 Acompanhamento e evolução do estado nutricional
25 Prognóstico nutricional
26 Glossário
27 Referências Bibliográficas
Módulo 1
Avaliação Antropométrica
1 Principais métodos e parâmetros
antropométricos empregados para crianças e
adolescentes
A avaliação antropométrica é considerada o meio mais rápido e
acessível entre os não invasivos, portanto, o mais recomendável para
se avaliar e monitorar o estado nutricional durante a todas as etapas
da vida (VITOLO, 2008).
Na prática clínica, utilizamos diversas técnicas de avaliação da
composição corporal que incluem a aferição do peso, da estatura, a
avaliação de pregas cutâneas e de circunferências e perímetros
corporais. Essa etapa da investigação clínica nutricional é aplicável
em todas as fases do ciclo de vida, onde permite a classificação de
indivíduos e/ou grupos populacionais, de acordo com o seu estado
nutricional (BRASIL, 2008). No entanto, é necessário conhecer e
analisar os métodos disponíveis e adequá-los segundo a necessidade
do atendimento (PASSONI, 2005).
De maneira sucinta os objetivos de cada parâmetro investigado
durante a avaliação antropométrica são: Dobras cutâneas
A investigação da gordura subcutânea pode refletir de maneira
acurada o conteúdo de gordura corporal total, baseado no fato de
que a espessura da gordura é relativamente constante. É um método
de fácil obtenção de dados e baixo custo, sendo útil e praticável em
grandes estudos populacionais (NETO; CÉSAR, 2005).
Apresenta as seguintes vantagens:
1. Fornecer uma maneira relativamente simples e não-
invasiva a estimativa da gordura corporal;
2. Caracterizar a distribuição da gordura subcutânea.
As dobras cutâneas geralmente são:
gordura corporal (HENRY, 1990).
Outras formas de avaliação da composição corporal:
BIA (Impedância bioelétrica) É um instrumento
que mede a resistência corporal total para uma
corrente fraca passada através do corpo
avaliando a quantidade de água corporal total,
percentual de gordura e massa magra corporal.
Apesar de ser um método com boa validação científica, não
invasivo, prático, simples e de fácil manejo, existem alguns pré-
requisitos para que seu resultado seja fidedigno, dependendo de
grande cooperação do avaliado. Por exemplo, a manutenção dos
níveis normais de hidratação afetam a exatidão da técnica e a
desidratação ou hiper-hidratação também afeta as concentrações
normais de eletrólitos no corpo (MCARDLE & KATCH, 2003).
Avaliação ultrassônica da gordura
Um medidor ultrassônico portátil avalia a distância entre a pele
e a camada de gordura – músculo e a camada de gordura, músculo e
osso. É útil no mapeamento da espessura do músculo e gordura nas
diferentes regiões corporais.
Avaliação radiográfica da gordura do braço
Estimativa direta e inequívoca do conteúdo em gordura
corporal. A espessura da gordura fornecida pela radiografia
substitui as dobras cutâneas.
Avaliação da gordura por Tomografia Computadorizada (TC)
A técnica de mapeamento por TC consegue fornecer imagens
em corte transversal para qualquer parte do corpo.
Nota importante O emprego ou definição de qual
método ou parâmetro que deverá ser utilizado na
avaliação antropométrica dependerá do objetivo da
investigação e deve ser levando também em
• Tricipital: dobra vertical medida na linha
média da parte superior do braço, a meio
caminho entre a ponta do ombro e a ponta do
cotovelo;
• Subescapular: dobra oblíqua medidaimediatamente abaixo da extremidade inferior
da escápula;
• Suprailíaca: dobra ligeiramente oblíqua,medida diretamente acima do osso do quadril;
• Abdominal: dobra vertical medida na linhamédia da coxa, a dois terços da distância entre
a patela e o quadril;
• Coxa: dobra vertical medida na linha média dacoxa, a dois terços da distância entre o joelho e
o quadril;
• Axilar média: dobra oblíqua, tendo comoponto de reparo a orientação dos espaços
intercostais localizados na intersecção da linha
axilar.
• Peitoral: dobra diagonal na metade dadistância entre a linha axilar anterior e o
mamilo para os homens e um terço da distância
consideração as características do indivíduo ou
população a ser investigada.
A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a
saúde e o estado nutricional de crianças e adolescentes, já que
distúrbios na saúde e nutrição, independentemente de suas
etiologias, invariavelmente afetam o crescimento infantil
(SIGULEM; DEVINCENZI; LESS, 2000).
A condição nutricional das crianças e adolescentes de um país é
fundamental para avaliar a evolução das condições de saúde e de
vida da população, devido ao seu caráter multidimensional e causal
à sua relação com o grau de atendimento das necessidades básicas
como alimentação, saneamento, acesso aos serviços de saúde,
condição de renda e educação (PINHO, et. al, 2010).
Há evidências de que a condição nutricional da criança
brasileira apresentou modificações substanciais nos últimos 15 anos,
com redução da taxa de desnutrição e aumento da obesidade
infantil (CAMPOS; LEITE; ALMEIDA, 2007).
A prevalência esperada de déficit nutricional ou excesso de peso
em uma população com boas condições de saúde enutrição é de
2,3%, sendo que prevalências inferiores são interpretadas como
ausência virtual de desvios nutricionais na população (TUMA;
COSTA; SCHMITZ, 2005).
Para determinar o estado nutricional, a avaliação
antropométrica destaca-se como um dos indicadores de saúde da
criança e do adolescente. É enfatizada como importante instrumento
epidemiológico, de fácil aplicabilidade e compreensão, com a
vantagem de ser um método que permite rápida avaliação, é barato
e não invasivo, fornecendo uma estimativa da prevalência e
gravidade das alterações nutricionais (SOUSA; ARAUJO, 2004).
Segundo Brasil (2004), os índices nutricionais amplamente
usados na avaliação antropométrica de crianças e adolescentes,
recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
entre a linha axilar anterior e o mamilo para as
mulheres.
Na prática clínica as dobras mais utilizadas na prática clínica
são: tricipital, subescapular, suprailíaca, panturrilha e equações que
utilizam o somatório de diversas combinações de dobras cutâneas
para predizer a densidade corporal ou o percentual de gordura
corporal.
Circunferências
As circunferências corporal tem como principal objetivo
presumir e analisar a gordura corporal e seus padrões de
distribuições. Podem ser mensuradas através do pescoço, tórax,
cintura, abdômen, quadril, coxa, panturrilha, braço, antebraço e
punho (REZENDE, 2007).
Principais circunferências utilizadas na prática clínica são:
• Circunferência do braço (CB): é muitoutilizada, pois a sua combinação com a medida
da prega cutânea do tríceps (PCT) permite,
através da aplicação de fórmulas, calcular a
circunferência muscular do braço (CMB) e a
área muscular do braço (AMA), área de
músculo sem osso, que são correlacionadas
com a massa muscular total, sendo utilizadas
para diagnosticar alterações da massa muscular
corporal total e, assim, o estado nutricional
proteico (ACUNA; CRUZ, 2004);
Circunferência da cintura: sua medida não
adotados pelo Ministério da Saúde para a avaliação do estado
nutricional, são:
• Peso por idade (P/I): expressa a massa corporalpara a idade cronológica. É muito adequada
para o acompanhamento do crescimento
infantil e reflete a situação global do indivíduo,
porém, não diferencia o comprometimento
nutricional atual ou agudo dos pregressos ou
crônicos;
• Altura por idade (A/I): expressa o crescimentolinear da criança. É o índice que melhor indica
o efeito cumulativo de situações adversas sobre
o crescimento da criança. É considerado o
indicador mais sensível para aferir a qualidade
de vida de uma população;
• Peso por altura (P/A): este índice dispensa ainformação da idade; expressa a harmonia
entre as dimensões de massa corporal e altura.
É sensível para o diagnóstico de excesso de
peso, carecendo, porém, de medidas
complementares para o diagnóstico preciso de
sobrepeso e obesidade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu, para a
avaliação antropométrica das crianças e adolescentes, novas curvas
de crescimento para crianças de 0 a 5 anos em 2006 e crianças e
adolescentes de 5 a 19 anos em 2007. Estas são uma referência do
• deve ser feita sobre roupas, o sujeito permanece
em pé, com os pés juntos, os braços estendidos
lateralmente e o abdome relaxado. A medida
deve ser tomada em plano horizontal com fita
inelástica no ponto mais estreito do tronco. É
indicador de adiposidade profunda (MAHAN,
L. K.; ESCOTT-STUMP, 2010);
• Circunferência do quadril: deve ser medidacom paciente trajando roupas leves e soltas, em
pé, com os braços levantados para os lados e os
pés juntos. O examinador senta ao lado do
sujeito para melhor visualizar o nível da
extensão máxima dos glúteos, dispondo a fita
antropométrica em plano horizontal, que deve
ser estendida sobre a pele sem comprimir as
partes moles (WHO, 1998);
• Relação da cintura para o quadril (RCQ): écalculada dividindo a medida da circunferência
da cintura (cm) pela do quadril (cm). É
fortemente associada à gordura visceral, sendo
um índice aceitável de gordura intra-
abdominal. É a medida de adiposidade mais
utilizada, permitindo diferenciar a obesidade
ginoide e androide (MAHAN, L. K.; ESCOTT-
STUMP, 2010);
Circunferência da panturrilha: fornece a
desenvolvimento infantil, as quais levaram em consideração o que
seria um adequado desenvolvimento em termos de adequada
alimentação, ausência de restrição econômica ou ambiental e
potencial genético de crescimento.
Fique sabendo!
O escore Z significa, em termos práticos, o número de desvios-
padrão que o dado obtido está afastado de sua mediana de
referência (SIGULEM; DEVINCENZI; LESS, 2000).
Os valores de percentis são derivados da distribuição em ordem
crescente dos valores de um determinado parâmetro, observados
para uma determinada idade ou sexo; a classificação de uma criança
em um determinado percentil permite estimar o número de
crianças, de mesma idade e sexo, são maiores ou menores em
relação ao parâmetro avaliado (SIGULEM; DEVINCENZI; LESS,
2000).
A seguir apresentaremos as classificações e métodos
antropométricos mais utilizados na avaliação deste grupo de
pacientes conforme as tabelas abaixo, acompanhe: NCHS/CDC
(2000) Peso/Estatura – para crianças ≤ a 5 anos
Índice antropométrico Pontos de corte Classificação
 
Peso para estatura (P/E)
< percentil 5 Baixo peso para estatura
> percentil 5 e <
percentil 95
Peso adequado para a
estatura
> percentil 95 Sobrepeso
Fonte: ANJOS, L. A. Epidemiologia da obesidade na infância. IN: FISBERG, M.
Atualização em obesidade na infância e adolescência. São Paulo: Ed. Atheneu,
2004. Cap. 2, p 11-17.
KUCZMARSKI, R. J.; OGDEN, C. L.; GRUMMER-STRAWN, L. M. et al. CDC
growth charts: United States. Advance data from vital and health statistics; n.314.
Hya�sville, Maryland: National Center for Health Statistics, 2000.
Tabela 1 – Método antropométrico NCHS/CDC (2000) Peso/Estatura NCHS/CDC
(2000) Estatura/Idade
Índice antropométrico Pontos de corte Classificação
• medida mais sensível de medir massa muscular
no idoso, sendo superior à circunferência do
braço (WHO, 1998).
Índice de massa corporal (IMC)
O IMC é um dos métodos mais utilizado para avaliação de risco
nutricional, avalia a proporção entre o peso e a altura. É calculado
pela relação entre o peso dividido pelo quadrado da altura do
indivíduo, assim como expresso pela fórmula abaixo:
 
Estatura para idade (E/I)
< percentil 5 Baixa estatura para a idade
> percentil 5 Estatura adequada para a
idade
Fonte: ANJOS, L. A. Epidemiologia da obesidade na infância. IN: FISBERG, M.
Atualização em obesidade na infância e adolescência. São Paulo: Ed. Atheneu,
2004. Cap. 2, p 11-17.
KUCZMARSKI, R. J.; OGDEN, C. L.; GRUMMER-STRAWN, L.M. et al. CDC
growth charts: United States. Advance data from vital and health statistics; n.314.
Hya�sville, Maryland: National Center for Health Statistics, 2000.
Tabela 2 – Método antropométrico NCHS/CDC (2000) Estatura/Idade
Classificação de Gómez – criança com idade ≤ 5 anos
% de peso esperado para
idade
Classificação Categorias do estado
nutricional
> 110% Sobrepeso ou
obesidade
Sobrepeso ou obesidade
110% – 91% Eutrófico ou normal Normal ou eutrófico
90% – 76% Desnutrição leve Desnutrição de 1o Grau (DI)
75% – 61% Desnutrição
moderada
Desnutrição de 2o Grau
(DII)
< 60% Desnutrição grave Desnutrição de 3o Grau
(DIII)
Fonte: VASCONCELOS, 1993
Tabela 3 – Método antropométrico da classificação de Gómez NCHS/CDC (2000) -
Circunferência cefálica – crianças com idade ≤ 3 anos
Percentil Classificação
< 5 Inadequada
5 – 95 Adequada
> 95 Inadequada
Fonte: Centers of disease and control – CDC/ National Center for health statistics
– NCHS (2000) – Growth Charts.
Tabela 4 – Método antropométrico NCHS/CDC (2000) - Circunferência cefálica
2 Fórmulas e técnicas utilizadas para a
avaliação corporal de adultos
No Brasil um indivíduo adulto é aquele que possui entre 20 a 59
anos de idade. Dentro do contexto deste e-book e segundo a
finalidade deste capítulo para essa faixa etária foi realizado um
apanhado sobre os principais métodos antropométricosque podem
ser utilização para a investigação do estado antropométrico do
paciente. Acompanhe a seguir algumas fórmulas e métodos
específicos para este fim nas Tabelas abaixo.
Avaliação e estimativa da altura
Autor Fórmula População
Chumlea et al
(1994)
Mulheres brancas: A (cm) = 70,25 +
[1,87 x AJ (cm)] -[0,06 x I (anos)].
EPI = 3,60cm
5.415 homens e mulheres,
negros e brancos, adultos
com idade entre 18 e 60
anos selecionados no NHES
(National Health
Examination Survey), EUA.
Mulheres negras: A (cm) = 68,1+
[1,86 x AJ (cm)] - [0,06 x I (anos)].
EPI = 3,80cm
Homens brancos: A (cm) = 71,85 +
[1,88 x AJ (cm)]. EPI = 3,97cm
Homens negros: A (cm) = 73,42 +
[1,79 x AJ (cm)]. EPI = 3,60cm
Silveira e Silva
(1994)
Mulheres: A (cm) = [51,875 + 2,184
AJ (cm)]
72 homens e mulheres, com
idade entre 25 e 65 anos,
internados no Hospital das
Clínicas da Universidade
Católica de Pelotas, Brasil.
Homens: A (cm) = [72,803 +1,830
AJ (cm)]
Hernández et al
(1995)
Mulheres: A (cm) = 65,591 + [2,059
x AJ (cm)]
180 homens e mulheres
adultos, com idade entre 30
e 59 anos, venezuelanos.Mulheres: A (cm) = 70,005 +[2,071 x
AJ (cm)] - [0,112 x I (anos)]
Homens: A (cm) = 59,678 + [2,279 x
AJ (cm)]
Homens: A (cm) = 64,048 + [2,257 x
AJ (cm)] - [0,07455 x I (anos)]
A = altura, AJ = altura do joelho, I = idade, EPI = erro padrão individual, A =
altura, AJ = altura do joelho, I = idade, CuB = cumprimento do braço, E/2 = meia
envergadura do braço. EPI= erro padrão individual.
Fonte: MONTEIRO, R.S.C. et al. Estimativa de peso, altura e índice de massa
corporal em adultos e idosos americanos: revisão. Com. Ciências Saúde. V.20,
n.4, p. 341-350, 2009.
Tabela 12 – Avaliação e estimativa da altura
Altura do joelho
Faixa etária (anos) Sexo/Grupo/Raça Equação
6 - 18 Meninas brancas Altura = 2,15 (altura joelho) + 43,21
6 - 18 Meninas negras Altura = 2,02 (altura joelho) + 46,59
6 - 18 Meninos brancos Altura = 2,22 (altura joelho) + 40,54
6 - 18 Meninos negros Altura = 2,18 (altura joelho) + 39,60
18 - 60 Mulheres brancas Altura = 1,87 (altura joelho) – 0,06
(idade) + 70,25
18 - 60 Mulheres negras Altura = 1,86 (altura joelho) – 0,06
(idade) + 68,10
18 - 60 Homens brancos Altura = 1,88 (altura joelho) + 71,85
18 - 60 Homens negros Altura = 1,79 (altura joelho) + 73,42
Fonte: Chumlea, WC; Guo, SS; Steinbaugh, ML. Prediction of stature from knee
height for black and white adults and children with application to mobility-
impaired or handicapped persons. J Am Diet Assoc. 1994 Dec; 94(12):1385-8,
1391.
Tabela 13 – Avaliação da altura do joelho
Fórmulas para avaliar e estimar o peso corporal
Autor Fórmula População
Rabito et al
(2006)
I – [0,5030 x CB (cm)] +[0,5634 x CA
(cm)] + [1,318 x CP (cm)] + [0,0339 x
PCSE (mm)] - 43,156
173 mulheres e 195
homens com idade
entre 32 e 66 anos, de
São Paulo, Brasil
CB obtida (cm) x 100
Adequação da CB (%) = ___________________________
CB percentil 50
Classificação do estado nutricional segundo a CMB
 Desnutriçãograve
Desnutrição
moderada
Desnutrição leve Eutrofia
CMB < 70% 70% a ≤ 80% 80% a ≤ 90% >90%
Tabela 18 – Estado nutricional de acordo com a CMB
Fonte: Adaptado de BLACKBURN G.L, THORNTON P.A. Nutritional as
sessment of the hospitalized patients. Méd Clin North Am. 1979; 63:1103-15.
Área Muscular do Braço Corrigida (AMBc) Esta fórmula
avalia a área de reversa muscular do braço corrigindo a área
óssea. Assim demonstra com maior clareza as mudanças na
composição dos tecidos (muscular e gorduroso) do que a CMB
(CUPPARI, 2002).
É calculada segundo o sexo do paciente, acompanhe as
fórmulas: Homens: AMBc (cm²) = {CB (cm) – p X PCT(mm) ÷ 10}² /
4 p – 10
Mulheres: AMBc (cm²) = {CB (cm) – p X PCT(mm) ÷ 10}² / 4 p –
6,5
Classificação do estado nutricional segundo a AMBc
II – [0,4808 x CB (cm)] + [0,5646 x CA
(cm)] + [1,316 x CP (cm)] – 42,2450
III – [0,5759 x CB (cm)] + [0,5263 x CA
(cm)] + [1,2452 x CP (cm)] – [4,8689 x
(sexo)*] - 32,9241
P = peso, CP = circunferência da panturrilha, AJ = altura do joelho, CB =
circunferência do braço, PCSE = prega cutânea subescapular, CA =circunferência
abdominal. * Fator de multiplicação de acordo com o sexo: 1 para o sexo
masculino e 2 para o sexo feminino.
Fonte: MONTEIRO, R.S.C. et al. Estimativa de peso, altura e índice de massa
corporal em adultos e idosos americanos: revisão. Com. Ciências Saúde. V.20,
n.4, p. 341-350, 2009.
Tabela 14 – Avaliação e estimativa do peso corporal
Estimativa de peso:
• Peso de homens = (0,98 x circunferência dapanturrilha em cm) + (1,16 x altura do joelho
em cm) + (1,73 x circunferência do braço em
cm) + (0,37 x prega cutânea subescapular em
mm) – 81,69
• Peso de mulheres = (1,27 x circunferência dapanturrilha em cm) + (0,87 x altura do joelho
em cm) + (0,98 x circunferência do braço em
cm) + (0,4 x prega cutânea subescapular em
mm) – 62,35
Fonte: Chumlea WA, Roche AF, Mukherjee D. Nutritional assessment of the
elderly through anthropometry. Columbus (OH): Ross Laboratories; 1987.
Chumlea WC, Guo SS, Steinbaugh ML. Prediction of stature from knee height for
black and White adults and children with application to mobility impaired or
handicapped persons. J Am Diet Assoc. 1994; 94(12):1385-88.
Peso corporal corrigido para amputados:
Peso medido x 100
Peso corporal corrigido = _________________________
100 - % amputação 
A porcentagem 1ª correspondente a cada segmento amputado é
(Tabela 15):
Parte do corpo Amputação (%)
Membro superior 5
Braço 2,7
Antebraço 1,6
Peso antes da amputação (100 - % amputação) Peso atual estimado =
___________________________________________________
100
Obs.: a porcentagem correspondente a cada segmento
amputado é a mesma da tabela do método Peso Corporal Corrigido
para Amputados.
Fonte: Wai�berg, D. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 3ª
edição. São Paulo: Ed. Atheneu, 2002.
Índice de Massa Corporal – IMC
IMC (kg/m2) Classificação
 Normal Desnutrição leve/ moderada Desnutrição
grave
AMBc Percentil > 15 Percentil entre 5 e 15 Percentil < 5
Tabela 19 – Estado nutricional de acordo com a AMBc
Fonte: CUPPARI, L. Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 1. ed. Barueri:
Manole, 2002. 406p.
Circunferência da cintura Valores de referência: Homens: ≤
94: Normal 95 até 102: Risco moderado > 102: Alto risco
Mulheres: ≤ 80: Normal 81 até 88: Risco moderado > 88: Alto risco
Fonte: WHO (2002) Relação Cintura/Quadril (RCQ (OMS-1998))
RCQ – Classificação (fornecida pelo usuário a partir da opção feita
pelo usuário de acordo com as tabelas abaixo)
Homens: RCQ > 1 Classificação: Alto risco RCQ < 1
Classificação: Normal Mulheres: RCQ > 0,85 Classificação: Alto
risco RCQ < 0,85 Classificação: Normal Relação Cintura/Quadril
por idade e riscos
Relação Cintura/Quadril para mulheres
 
Idade (anos)
Classificação (cm)
Baixo Moderado Alto Muito alto
20 a 29 < 0,71 0,71 a 0,77 0,76 a 0,83 > 0,82
30 a 39 < 0,72 0,72 a 0,78 0,79 a 0,84 > 0,84
40 a 49 < 0,73 0,73 a 0,79 0,80 a 0,87 > 0,87
50 a 59 < 0,74 0,74 a 0,81 0,82 a 0,88 > 0,88
60 a 69 < 0,76 0,76 a 0,83 0,84 a 0,90 > 0,90
Tabela 20 – Cintura/Quadril para mulheres
Relação Cintura/Quadril para homens
Idade (anos)
Classificação (cm)
Baixo Moderado Alto Muito alto
20 a 29 < 0,83 0,83 a 0,88 0,89 a 0,94 > 0,94
30 a 39 < 0,84 0,84 a 0,91 0,92 a 0,96 > 0,96
40 a 49 < 0,88 0,88 a 0,95 0,96 a 1,00 > 1,00
Mão 0,7
Membro inferior 16
Coxa 10,1
Perna 4,4
Pé 1,5
Tabela 15 – Valor correspondente a cada segmento amputado
Fonte: CUPPARI, L. Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 1ª ed. Barueri: Manole,
2002. 406p.
Peso atual estimado para amputados
≤ 18,5 Baixo Peso
18,5 a 24,9 Peso normal
≥ 25 Excesso de Peso
25 a 29,9 Pré-obesidade
30 a 34,9 Obesidade grau 1
35 a 39,9 Obesidade grau 2
≥ 40 Obesidade grau 3
Tabela 16 – Índice de Massa Corporal
Circunferências Abaixo são descritos alguns
tipos de circunferência e a sua forma de
avaliação, observe: Circunferência do Braço –
CB
CB obtida (cm) x 100
Adequação da CB (%) = __________________________
CB percentil 50
Classificaçãodo estado nutricional segundo a CB
 Desnutriçãograve
Desnutrição
moderada
Desnutrição
leve
Eutrofia Sobrepeso Obesidade
CB < 70% 70% a ≤ 80% 80% a ≤ 90% 90% a
≤110%
110% a
≤120%
>120%
Tabela 17– Estado nutricional de acordo com a CB
Fonte: Adaptado de BLACKBURN G.L, THORNTON P.A. Nutritional as
sessment of the hospitalized patients. Méd Clin North Am. 1979; 63:1103-15.
CUPPARI, L. Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 1. ed. Barueri: Manole, 2002.
406p.
Circunferência Muscular do Braço – CMB
Fórmula: CMB (cm) = CB (cm) – p x [PCT (mm) ÷ 10]
50 a 59 < 0,90 0,90 a 0,96 0,97 a 1,02 > 1,02
60 a 69 < 0,91 0,91 a 0,98 0,99 a 1,03 > 1,03
Tabela 21 – Cintura/Quadril para homens
Densidade corporal
Jackson, Pollock et Ward 1980 3d – sexo feminino 18 a 55
anos Dobras: Coxa, Suprailíaca, Tricipital Fórmula: D = 1,21389 –
0,04057 Log10(DCtricipital + DCsuprailíaca + DCcoxa) –
0,00016(Idade em anos)
Guedes 1985 3d – sexo feminino - > = 17 a < = 29 anos
Dobras: Coxa, Suprailíaca, Subescapular Fórmula: D = 1,1665 –
0,0706 X Log 10 (DCCoxa + DCsuprailíaca + DCSubescapular)
Jackson, Pollock et Ward 1980 7d – sexo feminino - > = 18 a <
= 55 anos
Dobras: Coxa, Suprailíaca, Subescapular, Torácica, Axilar
Média, Abdominal, Tricipital Fórmula: D = 1,097 – 0,00046971
(DCTorácica + DCaxilar média + DCsubescapular + DCtricipital +
DCAbdominal + DCsuprailíaca + DCcoxa) + 0,00000056
(DCTorácica + DCaxilar média + DCsubescapular + DCtricipital +
DCAbdominal + DCsuprailíaca + DCcoxa)2 – 0,00012828 (Idade em
anos)
Jackson, Pollock et Ward 1980 3d – sexo feminino - >=18 a
<=59 anos
Dobras: Coxa, Suprailíaca, Tricipital Fórmula: D = 1,21389 –
0,04057 Logn(DCtricipital + DCsuprailíaca + DCcoxa) –
0,00016(Idade em anos)
Katch & Mcardle 1973 3d – sexo feminino - > = 18 a < = 59
anos
3 Antropometria e composição corporal de
idosos
O envelhecimento é um fenômeno natural e mundial. Os idosos
representam o segmento da população que mais cresce no mundo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (1995), são considerados
idosos, nos países desenvolvidos, os indivíduos com idade igual ou
superior a 65 anos, ao passo que, nos países em desenvolvimento,
considera-se a idade de 60 anos.
Este fato gera maior necessidade em aprofundar a compreensão
sobre o papel da nutrição na promoção, manutenção da
independência e autonomia e qualidade de vida dos idosos
(RAMOS; VERAS; KALACHE, 1987).
A mediação nutricional do idoso tem função essencial na
prevenção e controle de enfermidades e tem como principal objetivo
a redução de incidência de doenças crônicas não transmissíveis
(VELLAS; ALBEREDE; GARRY, 1992). Deve ser realizada com
bastante critério, uma vez que vários fatores dificultam uma
avaliação precisa, como as alterações fisiológicas referentes à idade,
alterações da composição corporal e, muitas vezes, a existência de
enfermidades crônicas (SAMPAIO, 2004).
No caso de idosos a avaliação antropométrica é considerada é
um importante indicador nutricional, no entanto o avaliador deve
ficar atendo as alterações biológicas que ocorrem com o
envelhecimento, as quais modificam a composição corporal
interferindo diretamente no resultado final. Dentre as alterações
destacamos (VITOLO, 2008):
• Diminuição da massa muscular;
• Aumento da gordura corporal;
• Encurvamento da coluna e/ou das vértebras;
• Flacidez da pele.
Acompanhe a seguir, fórmulas e métodos empregados na
investigação antropométrica de idosos: Principais métodos e
fórmulas para a avaliação de idosos Altura A altura é um indicador
utilizado para avaliar o tamanho corporal total. Quando a estatura
não pode ser mensura por dificuldade de permanecer em pé ou
problemas de coluna, a avaliação pode ser realizada através da
envergadura dos braços, onde o resultado encontrado elevado ao
quadrado é equivalente à altura. Outra possibilidade é a utilização
de fórmulas específicas onde a altura estimativa através da medida
altura do joelho (ACUNA; CRUZ, 2004). Para idosos temos as
seguintes fórmulas (Tabela 22):
Autor Fórmula População
Chumlea; Roche;
Steinbaugh (1985)
Mulheres: A (cm) = 84,88 + [1,83 x AJ
(cm)] -[0,24 x I (anos)]
236 homens e
mulheres brancos, com
idade entre 65 e 104
anos de Ohio, EUAHomens: A (cm) = 60,65 + [2,04 x AJ(cm)]
 
Chumlea et
al(1992)
Mulheres brancas: A (cm) = 75 + [1,91
x AJ (cm)] - [0,17 x I (anos)].EPI = 8,82
cm.
1001 homens e
mulheres brancos e
negros selecionadas no
NHES (National
Health Examination
Survey) com idade
entre 60 e 80 anos,
EUA.
Mulheres negras: A (cm) = 58,72 +
[1,96 x AJ (cm)]. EPI = 8,26 cm.
Homens brancos: A (cm) = 59,01+[2,08
x AJ (cm)]. EPI = 7,84 cm.
Homens negros: A (cm) = 95,79 + [1,37
x AJ (cm)]. EPI = 8,44 cm
Silveira; Mulheres: A (cm) = 51,875 + 2,184 AJ 72 homens e mulheres,
Assunção;
Barbosa e Silva
(1994)
(cm) com idade entre 25 e
65 anos, internados no
Hospital das Clínicas
da Universidade
Católica de Pelotas,
Brasil.
Homens: A (cm) = [72,803 +1,830 AJ
(cm)]
 
Chumlea, et al
(1998)
Mulheres brancas: A (cm) = 82,21 +
[1,85 x AJ (cm)] - [0,21 x I (anos)]. EPI
= 3,98 cm.
4.750 homens e
mulheres, idosos, com
idade superior a 60
anos, não hispânicos e
mexicanos, negros e
brancos, selecionados
do third National
Health and Nutrition
Examination Survey
(NHANES III)
Mulheres negras: A (cm) = 89,58 +
[1,61 x AJ (cm)] - [0,17 x I (anos)]. EPI
= 3,83 cm.
Mulheres mexicanas: A (cm) = 84,25 +
[1,82 x AJ (cm)] - [0,26 x I (anos)]. EPI
= 3,78 cm
Homens brancos: A (cm) = 78,31 +
[1,94 x AJ (cm)] - [0,14 x I (anos)]. EPI
= 3,74 cm.
Homens negros: A (cm) = 79,69 +
[(1,85 x AJ (cm)] - [0,14 x I (anos)]. EPI
= 3,81 cm.
Homens mexicanos: A (cm) = 82,77 +
[1,83 x AJ (cm)] - [0,16 x I (anos)]. EPI
= 3,89cm.
Palloni e Guend
(2005)
Mulheres: A (cm) = 106,0251 + [1,1914
x AJ (cm)] – [0,1539 x I (anos)]
Mulheres: A (cm) = 94,0667 + [1,2110
x AJ (cm)]
8. 037 homens e
mulheres, idosos, com
idade superior a 60
anos, de ambos os
sexos, hispânicos
latino-americanos das
capitais da Argentina,
Barbados, Brasil, Chile,
Cuba, México e
Uruguai.
Homens: A (cm) = 105,9638 + [1,2867
x AJ (cm)] – [0,1030 x I (anos)]
Homens: A (cm) = 98,1691 + [1,2948 x
AJ (cm)
A = altura, AJ = altura do joelho, I = idade, EPI = erro padrão individual. A =
altura, AJ = altura do joelho, I = idade, CuB = cumprimento do braço, E/2 = meia
envergadura do braço. EPI= erro padrão individual.
Fonte: MONTEIRO, R.S.C. et al. Estimativa de peso, altura e índice de massa
corporal em adultos e idosos americanos: revisão. Com. Ciências Saúde. V.20,
n.4, p. 341-350, 2009.
Tabela 22 – Fórmulas para os idosos
Peso O peso corresponde à soma de todos os componentes de
cada nível da composição corporal. É uma medida aproximada das
reservas totais de energia do corpo, onde algumas modificações
neste parâmetro podem ser a representação de alterações no
equilíbrio entre ingestões nutrientes e/ou consumo alimentar
(WAITZBERG; FERRINI, 2000).
No caso de idosos a investigação deste parâmetro pode ser
obstada devido a dificuldades de locomoção, a incapacidade de ficar
em pé ou tremores e movimentos intencionais. Nestas situações
temos duas opções para avaliar o peso corporal: Direta: através da
pesagem corporal dos indivíduos utilizados balanças digitais ou de
plataforma; Indireta: através da estimativa do peso corporal,
utilizados fórmulas ou equações específicas, tais como (Tabela 23):
Autor Fórmula População
Chumlea et al.
(1988)
Mulheres: P (kg) = [1,27 x CP (cm)] +
[0,87 x AJ (cm)] + [0,98 x CB (cm)] +
[0,4 x PCSE (cm)] – 62,35
105 homens e 123
mulheres brancas, com
idade entre 65 e 104 anos,
de Ohio, Estados UnidosHomens: P (kg) = [0,98 x CP(cm)] +
[1,16 x AJ (cm)] + [1,73 x CB (cm)] +
[0,37 x PCSE (mm)] - 81,69
Rabito et al.
(2006)
I – [0,5030 x CB (cm)] + [0,5634 x CA
(cm)] + [1,318 x CP (cm)] + [0,0339 x
PCSE (mm)] - 43,156
173 mulheres e 195
homens com idade entre
32 e 66 anos, de São
Paulo, BrasilII – [0,4808 x CB (cm)] + [0,5646 x CA
(cm)] + [1,316 x CP (cm)] – 42,2450
III – [0,5759 x CB (cm)] + [0,5263 x
CA (cm)] + [1,2452 x CP (cm)]–
[4,8689 x (sexo)*] - 32,9241
P = peso, CP = circunferência da panturrilha, AJ = altura do joelho, CB =
circunferência do braço, PCSE = prega cutânea subescapular, CA =circunferência
abdominal. * Fator de multiplicação de acordo com o sexo: 1 para o sexo
masculino e 2 para o sexo feminino.
Fonte: MONTEIRO, R.S.C. et al. Estimativa de peso, altura e índice de massa
corporal em adultos e idosos americanos: revisão. Com. Ciências Saúde. V.20,
n.4, p. 341-350, 2009.
Tabela 23 – Fórmulas para os idosos
Considerações sobre o peso (ACUNA; CRUZ, 2004)
3. Porcentagem de alteração de peso (% AP): é
estabelecido comparado o peso usual (PU), que é
aquele que o indivíduo usualmente apresenta
quando está saudável, com o peso atual (PA), medido
no momento da avaliação, utilizando a fórmula: %
AP = (PA – PH)/PH x 100;
4. Peso ideal (PI): é padrão de referência para faixa
etária e gênero, sendo o americano obtido através do
National Health and Nutrition Examination Survey
(NHANES I 1971–1974; NHANES II 1976–1980)
realizados pelo National Center of Health Statistics,
NCHS.
5. Porcentagem do peso corporal ideal (% PCI): é
calculado através da fórmula: PA/PI x 100.
Índice de Massa Corporal – IMC
Na avaliação de idosos, por não levar em consideração as
modificações corporais, como o aumento de gordura na região
abdominal e, em muitos casos, perda de estatura, o IMC é um
protocolo questionado. Nessa situação carece de pontos de cortes
específicos para a avaliação de idosos. Acompanhe a seguir algumas
sugestões (Tabela 24):
Classificação segundo Lipschi�, 1994
IMC Classificação
< 22kg/m² Desnutrição
22 – 24kg/m² Risco nutricional
24 – 27kg/m² Normal
Sobrepeso em homens 27 – 30kg/m²
Sobrepeso em mulheres 27 – 32kg/m²
Obesidade em homens >30kg/m²
Obesidade em mulheres >32kg/m²
Tabela 24 – Classificação segundo Lipschi�
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) recomenda a
seguinte classificação (Tabela 25):
IMC (Kg/m²) Classificação
< 23 Baixo peso
23 a 27 Peso normal
28 ≤ IMC < 30 Sobrepeso
≥ 30 Obesidade
Tabela 25 – Classificação de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde
Circunferências As circunferências mais utilizadas nos idosos
são da cintura e do quadril, já que com o envelhecimento há um
maior acúmulo de gordura na região central. Para essa população a
medida da circunferência do braço é importante como forma de
mensurar a perda de massa muscular comum com o
envelhecimento. Valores de circunferência da cintura são
analisados isoladamente nos idosos (WHO, 1997) (Tabela 26).
Valores de CC (cm)
 Risco elevado Risco muito elevado
Mulheres > = 80 > = 88
Homens > = 94 > = 102
Tabela 26 – Valores de CC (cm) considerados como risco para doenças associadas
à obesidade, World Health Organization (1997)
A Relação Cintura/Quadril é também empregada, no entanto, de
acordo com alguns estudos têm associação moderada com o
acúmulo de gordura corporal (Tabela 27).
Valores de risco da RCQ
 Risco elevado
Mulheres < 1,00
Homens < 0,80
Tabela 27 – Valores de risco da RCQ, segundo Bray (1989)
Dobras cutâneas Por fim, a mensuração das dobras cutâneas
também é muito utilizada pela facilidade e baixo custo. As dobras
tricipital e subescapular tem relação direta com a quantidade de
gordura total no corpo (CHUMLEA et al, 1992). Porém, existem
limitações que atrapalham a acurácia dessas medidas em idosos,
como edema, perda de peso e flacidez acentuada da pele.
Consideração A importância da avaliação antropométrica para
a investigação do estado nutricional é inquestionável. E quando o
assunto é a investigação antropométrica e nutricional de idosos é
ainda mais relevante.
4 Investigação antropométrica de gestantes e
lactantes
Na prática clínica, utilizamos técnicas simples de avaliação da
composição corporal que incluem: medidas de peso, estatura, pregas
cutâneas e circunferências corporais, onde não há um método
considerado “padrão ouro” para a avaliação da composição
corporal. É necessário conhecer e analisar os métodos disponíveis e
adequá-los segundo a necessidade do atendimento (PASSONI, 2005).
A avaliação antropométrica é considerada o meio mais acessível
entre os não invasivos, além de rápido e, portanto, o mais
recomendável para se avaliar e monitorar o estado nutricional em
qualquer etapa da vida, inclusive durante a gestação (VITOLO,
2008).
Segundo o Ministério da Saúde (2006), os principais objetivos
dessa etapa da avaliação nutricional são:
• Identificar as gestantes com desvio ponderal noinício da gestação;
• Detectar as gestantes com ganho de pesoinsuficiente ou excessivo para a idade
gestacional segundo o seu estado nutricional
prévio;
• Fornecer base para elaboração de condutasadequadas, visando a melhorar o estado
nutricional materno, suas condições para o
parto e as condições da criança ao nascer.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (WHO,
1995), as medidas de peso, estatura, circunferência braço e dobra
cutânea tricipital foram as mais citadas em estudos populacionais de
investigação antropométrica. Esses parâmetros isolados e
combinados, como a adequação percentual de peso por estatura
(PIE), índice de massa corporal (IMC) e a circunferência muscular do
braço, compõem um grupo de indicadores antropométricos
indispensáveis para o diagnóstico nutricional da gestante.
Informações como a altura uterina e circunferência da panturrilha
são também mencionadas como bons indicadores do estado de
nutrição materna e fetal.
Ganho de peso O ganho de peso durante a
gestação, além de ser um parâmetro para o
acompanhamento e controle do estado
nutricional da gestante e do feto, apresenta
também uma relação com morbidade e
mortalidade perinatal (VITOLO, 2008).
Segundo o Brasil (2004), a recomendação de ganho de peso
durante a gestação é a seguinte (Tabela 28):
Ganho de peso (Kg) recomendado durante a gestação segundo EN inicial
Estado nutricional
inicial (IMC)
Ganho de peso
total no 1º trimestre
Ganho de peso
semanal médio no
2º e 3º trimestre
Ganho de peso
total na gestação
Baixo Peso 2,3 0,5 12,5 – 18
Adequado 1,6 0,4 11,5 – 16,00
Sobrepeso 0,9 0,3 7,0 – 11,5
Obesidade ….. 0,3 7,0
Tabela 28 – Recomendação de ganho de peso durante a gestação
Fonte: IOM, 1992, adaptado in SISVAN, 2004
Peso pré-gestacional (kg) IMC = _____________________________
Altura2 (m) 
Nota importante A avaliação antropométrica materna
deve ocorrer em todas as consultas da assistência pré-
natal.
Durante o primeiro trimestre, o ganho de peso da gestante não é
muito relevante. A perda de peso de até 3kg, ou a manutenção do
peso pré-gestacional ou o ganho ponderal de até 2kg são situações
previstas e que não comprometem a saúde da gestante e do feto.
Todavia, se durante esse período ocorrer ganho ou perda de peso
acima dos valores recomendados, a monitoração do peso deve
receber atenção especial, pois o binômio gestante-feto apresenta
riscos de sofrer desvios no seu estado nutricional no decorrer da
gestação (VITOLO, 2008).
A partir do segundo e do terceiro trimestre, o ganho de peso
adequado vai depender do estado nutricional da gestante (VITOLO,
2008).
Na situação de gestação gemelar, a recomendação de ganho de
peso é um pouco diferenciada. Acompanhe mais na Tabela 29 a
seguir:
Idade gestacional Baixo peso Eutrófica Sobrepeso
0 a 20 semanas 0,57 a 0,79 0,45 a 0,68 0,34 a 0,45
20 a 28 semanas 0,68 a 0,79 0,57 a 0,79 0,34 a 0,57
> 28 semanas 0,57 0,45 0,34
Tabela 29 – Ganho de peso de gestantes gemelares (VITOLO, 2008)
Avaliação do estado nutricional pré-gestacional
Nessa situação, a avaliação nutricional da
gestante é realizada com base no peso anterior à
gravidez. Se não for possível obter essa
informação, utiliza-se o peso disponível do
primeiro trimestre.
A determinação do estado nutricional da gestante pode ser feita
pelo método do índice de massa corporal (IMC), que é o peso
dividido pela altura elevada ao quadrado ou pela adequação de peso
por estatura (PIE), que é dada em porcentagem.
Avaliação do estado nutricional na gestação
Avaliar o estado nutricionalda gestante envolve
a utilização de curvas que considerem a idade
gestacional, o peso e a altura. Curvas que
avaliem somente a velocidade de ganho de peso,
sem considerar o estado nutricional anterior, não
são indicadas. O diagnóstico nutricional durante
a gestação, portanto, não é simples de se fazer,
o que dificulta o procedimento em serviços
públicos de saúde.
No Brasil, o Nomograma e a Curva de Rosso foram adotados
pelo Ministério da Saúde há muitos anos e fizeram parte do cartão
da gestante. Atualmente, o critério adotado no Brasil é a curva de
acordo com o IMC. Mesmo assim, vamos apresentar os dois critérios
disponíveis na literatura.
Nomograma e Curva de Rosso Faz-se a relação peso atual
(gestante) x altura para encontrar a relação P/E no Nomograma. O
P/E encontrado deve ser transportado até a curva e relacionado
com a idade gestacional atual (VITOLO, 2008).
O ponto de encontro das duas linhas marcará o estado
nutricional atual da gestante:
• Faixa E: emagrecida
• Faixa N: normal (eutrofia)
Índice de Massa Corporal (IMC)
O IMC é o indicador mais utilizado atualmente para se
determinar o estado nutricional de adultos e apresenta alta
correlação com o grau de reserva energética corporal.
Para classificar desnutrição, eutrofia e excesso de peso em
mulheres no período pré-gestacional, os pontos de corte
recomendados são diferentes daqueles aplicados para avaliação do
perfil nutricional de mulheres adultas de uma dada população.
Observa-se que o ponto de corte mínimo para classificar eutrofia
quando se avalia o estado pré-gestacional de gestantes é de
19,8kg/m2; abaixo desse valor, a mulher é considerada desnutrida.
Ressalte-se, entretanto, que a avaliação do estado nutricional para
mulheres na população geral e feita com o ponto de corte de IMC
menor que 18,5kg/m2 para considerá-la desnutrida (Figura 2).
Figura 2 – Gráfico para avaliação Nutricional da gestante segundo Índice de Massa
Corporal Fonte: Atalah, S. E.; Castillo, C. R.; Castro, R. S. (1997) A adoção de um
maior ponto de corte para se identificar desnutrição em mulheres antes da
• Faixa S: sobrepeso
• Faixa O: obesidade
Interpretação do Nomograma e Curva de Rosso (Tabela 30):
Classificação do estado nutricional de acordo com P/E pré-gestacional
< 90% Desnutrição ou baixo peso
90% – 110% Normal (eutrofia)
110% – 120% Sobrepeso
> 120% Obesidade
Tabela 30 – Nomograma e Curva de Rosso
Nota importante Confirmado, pelo contexto global,
que a gestante não é desnutrida, a recomendação de
ganho de peso deve ser a mesma que a da gestante
considerada eutrófica pelos parâmetros
antropométricos. Da mesma forma, as gestantes
eutróficas, mas limítrofes para o sobrepeso e com
história familiar que confirme o risco para o excesso
de peso, devem receber os cuidados necessários para
se prevenirem da mudança de estado nutricional
durante a gestação (BABIAK, 1997).
Curva de IMC
Não há, no Brasil, uma curva de IMC disponível para ser
utilizada como instrumento de avaliação do estado nutricional da
gestante. Entretanto, no Chile (ATALAH, 1997), foi elaborada uma
curva com 3.000 gestantes que pode ser uma alternativa para a
prática clínica, pois possibilita ao profissional visualizar a condição
nutricional da mãe no período gestacional vigente. Essa curva foi
reproduzida pelo Ministério da Saúde e está sendo utilizada no
gravidez, tem como objetivo captar o maior número possível de mulheres com
baixa reserva energética e, assim, direcioná-las para um atendimento diferenciado
que vise a diminuir os riscos de desnutrição intrauterina e as complicações
materno fetais decorrentes desse processo. Dessa forma, o profissional deve
escolher o indicador para avaliação nutricional da gestante segundo a meta de sua
investigação. Se for de cunho epidemiológico ou clínico, considerar a proposta de
atendimento nutricional e a condição socioeconômica da amostra/população.
material do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan)
(Tabela 31).
Avaliação nutricional de gestante Segundo o IMC por semana gestacional
Semana
gestacional
Baixo
peso
(BP)
IMC <
Adequado (A)
IMC entre
Sobrepeso (S)
IMC entre
Obesidade (O)
IMC >
6 19,9 20,0 – 24,9 25,0 – 30,0 30,1
8 20,1 20,2 – 25,0 25,1 – 30,1 30,2
10 20,2 20,3 – 25,2 25,3 – 30,2 30,3
11 20,3 20,4 – 25,3 25,4 – 30,3 30,4
12 20,4 20,5 – 25,4 25,5 – 20,3 30,4
13 20,6 20,7 – 25,6 25,7 – 30,4 30,5
14 20,7 20,8 – 25,7 25,8 – 30,4 30,6
15 20,8 20,9 – 25,8 25,9 – 30,6 30,7
16 21,0 21,1 – 25,9 26,0 – 30,7 30,8
17 21,1 21,2 – 26,0 26,1 – 30,8 30,9
18 21,2 21,3 – 26,1 26,2 – 30,9 31,0
19 21,4 21,5 – 26,2 26,3 – 30,9 31,0
20 21,5 21,6 – 26,3 26,4 – 31,0 31,1
21 21,7 21,8 – 26,4 26,5 – 31,1 31,2
22 21,8 21,9 – 26,6 26,7 – 31,2 31,3
23 22,0 22,1 – 26,8 26,9 – 31,3 31,4
24 22,2 22,3 – 26,9 27,0 – 31,5 31,6
25 22,4 22,5 – 27,0 27,1 – 31,6 31,7
26 22,6 22,7 – 27,2 27,3 – 31,7 31,8
27 22,7 22,8 – 27,3 27,4 – 31,8 31,9
28 22,9 23,0 – 27,5 27,6 – 31,9 32,0
29 23,1 23,2 – 27,6 27,7 – 32,0 32,1
30 23,3 23,4 – 27,8 27,9 – 32,1 32,2
5 Métodos para a avaliação antropométrica de
atletas e esportistas
No caso da investigação corporal de atleta, o principal objetivo e
a investigação da densidade corporal, proporção de massa magra
versus massa gorda.
Diante deste cenário, neste capítulo apresentaremos algumas
referências que podem ser empregadas, acompanhe: Cálculo do
Percentual de Gordura Corporal
A densidade corporal será convertida em gordura corporal
através de duas equações, que dão resultados semelhantes.
Equação de Siri (1961) % de Gordura Corporal = 495/Dc – 450
Equação de Brozec (1963) % Gordura = 457/Dc – 414,2
Com exceção de valores adiposos "0% de gordura" e acima de
30%, ambas as equações dão resultados semelhantes. Nesses
extremos, elas proporcionam resultados divergentes e deve-se ter
cautela na interpretação dos resultados. Estas equações são baseadas
em cadáveres masculinos e não contemplam variações de sexo, idade
e raça (Tabela 32).
Idade Sexo Equação
15 - 16
M %Gordura = [(5,03/Dc) - 4,59] x 100
F %Gordura = [(5,07/Dc) - 4,64] x 100
17 - 19
M %Gordura = [(4,98/Dc) - 4,53] x 100
F %Gordura = [(5,05/Dc) - 4,62] x 100
20 - 50
M %Gordura = [(4,95/Dc) - 4,50] x 100
F %Gordura = [(5,03/Dc) - 4,59] x 100
Tabela 32 – Equações alternativas para estimar o % de gordura (Variação de
Brozec e Siri) Equação de Falkner %Gordura = (S4 PC x 0,153) + 5,783
PC = Tríceps, Subescapular, Suprailíaca e Abdominal Outras
equações Crianças e adolescentes de 7 a 18 anos (Slaughter et al,
1988) (S2 = SOMATÓRIA DAS DOBRAS CUTÂNEAS tricipital E
SUBESCAPULAR) Se S2 < = 35mm Rapazes brancos: Pré-púbere
%Gordura = 1,21(S2) - 0,008 (S2)2 – 1,7
Púbere %Gordura = 1,21(S2) - 0,008 (S2)2 – 3,4
Pós-púbere %Gordura = 1,21(S2) - 0,008 (S2)2 – 5,5
Rapazes negros: Pré-púbere %Gordura = 1,21(S2) - 0,008 (S2)2 –
3,5
Púbere %Gordura = 1,21(S2) - 0,008 (S2)2 – 5,2
Pós-púbere %Gordura = 1,21(S2) - 0,008 (S2)2 – 6,8
Moças brancas e negras (qualquer nível de maturação)
%Gordura = 1,33(S2) - 0,013 (S2)2 – 2,5
Se S2 > 35mm Rapazes %Gordura = 0,783(S2) + 1,6
Moças %Gordura = 0,546(S2) + 9,7
Homens e mulheres negros (S = Somatório de 7 dobras –
peitoral, abdômen, coxa, tríceps, subescapular, suprailíaca, axilar
média) Mulheres (Jackson et al, 1980) (18 a 55 anos) Dc (g/cm3) =
1,0970 – 0,00046971 (S 7PC) + 0,00000056 (S 7PC)2 – 0,00012828
(Idade) % Gordura = [(4,85/Dc) - 4,39] x 100
Homens (Jackson & Pollock, 1978) (18 a 61 anos) Dc (g/cm3) =
1,1120 – 0,00043499 (S 7PC) + 0,00000055 (S 7PC)2 – 0,00028826
(Idade) %Gordura = [(4,37/Dc) - 3,93] x 100
Homens brancos (Jackson & Pollock, 1978) (S = peitoral,
abdômen e coxa) (18 a 61 anos) Dc (g/cm3) = 1,109380 – 0,000826 (S
3PC) + 0,0000016 (S 3PC)2 – 0,0002574 (Idade) %Gordura = [(4,95/Dc)
- 4,50] x 100
Mulheres brancas (Jackson et al, 1980) (S = tríceps, suprailíaca e
coxa) (18 a 55 anos) Dc (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 (S 3PC) +
0,0000023 (S 3PC)2 – 0,0001392 (Idade) %Gordura = [(5,01/Dc) - 4,57]
x 100
Mulheres anoréxicas (Jackson et al,1980) (S = tríceps, suprailíaca
e coxa (18 a 55 anos) Dc (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 (S 3PC) +
0,0000023 (S 3PC)2 – 0,0001392 (Idade) %Gordura = [(5,26/Dc) - 4,83]
x 100
Homens adultos (Jackson & Pollock, 1978) (S = tríceps,
suprailíaca, abdominal) Dc (g/cm3) = 1,1125025 – 0,0013125 (S 3PC) +
0,0000055 (S 3PC)2 – 0,0002440 (Idade) %Gordura = [(4,95/Dc) - 4,50]
x 100
Fórmula de Lohman (1992) Dc = 1,0982 – 0,000815 (S 3PC) +
0,000000842(S 3PC)2
PC = Tríceps, subescapular e abdômen Fórmulas de Sloan-Weir
(predição de densidade corporal e gordura corporal total) Homens
(18 a 26 anos): Dc = 1,1043 - (0,00133 x PC coxa) - (0,00131 x PC
subescapular) Mulheres (17 a 25 anos): Dc = 1,0764 - (0,00081 x PC
suprailíaca) - (0,00088 x PC tricipital) %Gordura (Calculada por
Brozec) Para atletas ou pessoas com um nível de aptidão superior ao
da média ou de grupos etários diferentes, as equações não
conseguirão uma predição exata da densidade corporal e, portanto,
do percentual de gordura corporal.
Os Nomogramas de Sloan-Weir é utilizado para predição da
densidade corporal e da gordura corporal total com base nas
mensurações das dobras cutâneas.
Composição corporal desejável Diretrizes sugeridas da
composição corporal para esporte, saúde e aptidão (Tabela 33):
Classificação Homens Mulheres
Gordura essencial 1% a 5% 3% a 8%
Maioria dos atletas 5% a 13% 12% a 22%
Saúde ótima 10% a 25% 18% a 30%
Aptidão ótima 12% a 18% 16% a 25%
Obesidade limítrofe 22% a 27% 30% a 34%
Tabela 33 – Composição corporal
Fonte: RDA, 1968.
Buskirk sugeriu as seguintes mensurações das dobras cutâneas
para classificar os atletas do sexo masculino em termos de gordura
corporal: subescapular, abdome e tríceps.
Classificação das mensurações das dobras cutâneas para atletas
masculinos segundo Buskirk (Tabela 34):
Classificação % degordura
Tríceps
(mm)
Subescapular
(mm)
Abdome
(mm)
Soma
(mm)
Magro <7% <7 <8 <10 <25
Aceitável 7% a 15% 7-13 8-15 10-20 25-48
Gordo >15% >13 >15 >20 >48
Tabela 34 – Dobras cutâneas para atletas masculinos Classificação das
mensurações das dobras cutâneas para mulheres atletas segundo Hall (Tabela 35):
Classificação % degordura
Tríceps
(mm)
Subescapular
(mm)
Abdome
(mm)
Soma
(mm)
Magro <12% <9 <7 <7 <23
Aceitável 12% a 25% 9-17 7-14 7-15 23-46
Gordo >25% >17 >14 >15 >46
Tabela 35 – Dobras cutâneas para mulheres atletas
Diretrizes sugeridas da composição corporal para esporte, saúde e aptidão
Classificação Homens Mulheres
Gordura essencial 1% a 05% 3 a 08%
Maioria dos atletas 5% a 13% 12% a 22%
Saúde ótima 12% a 18% 16% a 25%
Obesidade limítrofe 22% a 27% 30% a 34%
Tabela 36 – Composição corporal para esporte, saúde e aptidão
Fonte: Foss & Keteyian, 2000
Percentual de gordura (g%) para homens
Nível /Idade 18 – 25 26 – 35 36 – 45 46 – 55 56 – 65
Excelente 4% a 6% 8% a 11% 10% a 14% 12% a 16% 13% a 18%
Bom 8% a 10% 12% a 15% 16% a 18% 18% a 20% 20% a 21%
Acima da
Média 12% a 13% 16% a 18% 19% a 21% 21% a 23% 22% a 23%
Média 14% a 16% 18% a 20% 21% a 23% 24% a 25% 24% a 25%
Abaixo da
Média 17% a 20% 22% a 24% 24% a 25% 26% a 27% 26% a 27%
Ruim 20% a 24% 20% a 24% 27% a 29% 28% a 30% 28% a 30%
Muito Ruim 26% a 36% 28% a 36% 30% a 39% 32% a 38% 32% a 38%
Tabela 37 – Percentual de gordura para homens
Percentual de gordura (g%) para mulheres
Nível /Idade 18 – 25 26 – 35 36 – 45 46 – 55 56 – 65
Excelente 13% a 16% 14% a 16% 16% a 19% 17% a21% 18% a 22%
Bom 17% a 19% 18% a 20% 20% a 23% 23% a25% 24% a 26%
Acima da Média 20% a 22% 21% a 23% 24% a 26% 26% a28% 27% a 29%
Média 23% a 25% 24% a 25% 27% a 29% 29% a31% 30% a 32%
Abaixo da Média 26% a 28% 27% a 29% 30% a 32% 32% a34% 33% a 35%
Ruim 29% a 31% 31% a 33% 33% a 36% 35% a38% 36% a 38%
Muito Ruim 33% a 43% 36% a 49% 38% a 48% 39% a50% 39% a 49%
Tabela 38 – Percentual de gordura para mulheres
Consideração A qualidade de cada um dos métodos de
avaliação da composição corporal depende da habilidade de quem
realiza as mensurações.
Módulo 2
Avaliação bioquímica e laboratorial
6 Componentes laboratoriais
A avaliação laboratorial é um processo rigorosamente
controlado. Envolve a análise de amostras controle, com
concentrações pré-determinadas de exame, com cada grupo de
pacientes. Os resultados são obtidos a partir das amostras controles
analisadas com um grupo particular de modelos de pacientes, onde
deve-se comparar favoravelmente aos valores pré-determinados
aceitáveis antes que os dados do paciente sejam considerados
válidos. Os dados laboratoriais são os únicos dados objetivos
utilizados na avaliação nutricional que são “controlados” - ou seja, a
validade do método de sua medição é checada toda vez que uma
amostra é testada através da realização do teste em uma amostra
com valor conhecido.
Provas nutricionais em laboratório, empregadas para estimar a
disponibilidade de nutrientes em fluidos e tecidos corporais é
questionável para a avaliação das deficiências de nutrientes, tanto
clínicas como subclínicas. Isto porque o tamanho das reservas de um
nutriente, pode variar ininterruptamente de uma deficiência severa,
a quantidades adequadas chegando até as concentrações tóxicas.
Grande parte desses estágios pode ser avaliada no laboratório, de
forma que a intervenção nutricional é capaz de ocorrer antes da
deficiência (LITCHFORD, 2005). Além disso, a resposta do paciente
à intervenção nutricional, através da análise laboratorial da
quantidade de nutrientes biológicos ou da função, pode ser
analisada precocemente, antes que alterações clínicas ou
antropométricas se demonstrem.
As informações laboratoriais podem ser utilizadas pelos
nutricionistas para amparar o julgamento subjetivo e os achados da
avaliação clínica. Podem ser utilizados na identificação do
diagnóstico, no monitoramento e na avaliação e adesão dos cuidados
nutricionais. Aliás, uma vez que os valores numéricos não possuem
uma compreensão de avaliação pessoal, esse tipo de informação
pode ser informado para um paciente sem culpa implícita ou
percebida.
É importante ressaltar que os resultados dos exames isolados
devem ser analisados com base na condição clínica atual do paciente,
medicamentos utilizados, estilo de vida, idade, hidratação, jejum no
momento da coleta do material, e, por último, mas não menos
importante, os valores de referência utilizados pelo laboratório.
Sendo assim, isoladamente, os resultados são úteis para
rastreamento ou para confirmar uma avaliação baseada na mudança
de estado clínico, antropométrico e dietético.
Tipos de amostras De forma geral e ideal, a
amostra a ser examinada reflete o conteúdo
corporal total do nutriente a ser estudado.
Contudo, a melhor porção nem sempre está
prontamente disponível.
Na nutrição as amostras mais comuns para análise de nutrientes
e de substâncias relacionadas aos mesmos são as seguintes:
• Sangue total: coletado na presença deanticoagulante caso o conteúdo total do sangue
seja avaliado; nenhum dos elementos é
removido; contém células vermelhas, células
brancas e plaquetas suspensas no plasma;
• Soro: o fluido obtido a partir do sangue apóssua coagulação, seguida por centrifugação para
remover o coágulo e as células sanguíneas;
Plasma: líquido transparente (cor
• discretamente amarelada) componente do
sangue, composto de água, proteínas do
sangue, eletrólitos inorgânicos e fatores de
coagulação;
• Células sanguíneas: separadas a partir dosangue total não coagulado para medição do
conteúdo celular de algum composto;
• Eritrócitos: (células vermelhas do sangue);
• Leucócitos: (células brancas do sangue) efrações dos leucócitos;
• Exame em papel de filtro: sangue total secocolhido a partir da perfuração do dedo ou do
calcanhar com agulha e filtro de papel e que
pode ser utilizado para determinados testes
hormonais e outros testes como o rastreamento
para fenilcetonúria infantil;
• Outros tecidos: (obtidos a partir de raspagensou amostras de biópsias);
• Urina (a partir de amostras aleatórias ou decoletas com hora marcada): contém
concentrado de metabólitos excretados;• Fezes (a partir de amostras aleatórias ou de
coletas com hora marcada): importante na
análise nutricional quando os nutrientes não
são absorvidos e, dessa forma, permanecem
presentes no material fecal.
• As amostras utilizadas menos frequentementeincluem as seguintes:
• Saliva: meio não invasivo que se modificarapidamente e, atualmente, é utilizado para
avaliar o estresse adrenal funcional e as
concentrações hormonais;
• Unhas: tecido de coleta fácil que pode serimportante na determinação da exposição a
metais tóxicos; geralmente é um fraco indicador
das concentrações corporais atuais de
nutrientes;
• Cabelo: tecido de coleta fácil que geralmente éum fraco indicador das concentrações corporais
atuais de nutrientes; pode ser importante na
determinação da exposição a metais tóxicos;
• Suor: classicamente utilizado para determinar apresença de fibrose cística.
Tipos de ensaios Os dois tipos fundamentais de
ensaios laboratoriais são os estáticos e os
funcionais:
• Estáticos: aferem as concentrações atuais denutrientes na amostra. Exemplos: ferro sérico,
as concentrações de ácido ascórbico em
leucócitos e o zinco capilar. Ainda que, esse
tipo de teste tenha a vantagem de ser específico
do nutriente de interesse, as concentrações de
nutrientes nas amostras não refletem a
quantidade dessa substância armazenada nas
reservas corporais. Outra grande limitação
deste tipo de ensaio é que a ingestão dietética
recente pode influenciar a quantidade de
nutrientes encontrada no soro, plasma ou
qualquer outro fluido ou tecido a ser
investigado. Situação que pode ser resolvida,
pelo menos em parte, pela coleta do material
com o indivíduo em jejum. Nestes casos o jejum
noturno (8 a 12 horas) é, normalmente,
adequado.
• Funcionais: avaliam quantitativamente umaatividade bioquímica ou fisiológica que esteja
sujeita do nutriente que deseja avaliar. Esse tipo
de teste pode ser muito sensível para um
determinado nutriente em seu sítio de função.
Um bom exemplo de ensaio funcional é o da
ferritina sérica. Mas, infelizmente os ensaios
funcionais não são sempre específicos do
nutriente de interesse, pois muitas funções
fisiológicas e bioquímicas dependem de
diversos fatores biológicos, além do nutriente
específico.
Hemograma completo Hemograma é a
denominação dada ao conjunto de avaliações
das células sanguíneas que, concentra as
informações clínicas do paciente, permitindo o
diagnóstico e o prognóstico de diversas
enfermidades.
A sua utilização na prática clínica se deu pela primeira vez em
1925, por meio de critérios estabelecidos pelo médico e farmacêutico
alemão V. Schilling.
Dentre as diversas análises bioquímicas existentes, o
hemograma é, atualmente, o mais solicitado por profissionais de
saúde, de todas as especialidades. Por essa razão, se reveste de
grande importância no conjunto de elementos que devem ser
considerados para o diagnóstico clínico.
É composto por três determinações básicas, que incluem as
avaliações dos eritrócitos (eritrograma), dos leucócitos (leucograma)
e das plaquetas (plaquetograma).
O eritrograma investiga as alterações nos eritrócitos, na
hemoglobina, no hematócrito, nos índices globulares e na morfologia
eritrocitária. E é constituído pelas seguintes determinações:
• Contagem de eritrócitos (CE);
• Dosagem da hemoglobina (Hb);
• Hematócrito (Ht);
• Volume Corpuscular Médio (VCM);
• Hemoglobina Corpuscular Média (HCM);
• Concentração da Hemoglobina CorpuscularMédia (CHCM).
Considerações Os dados laboratoriais são componentes
essenciais para a avaliação e diagnóstico nutricional e devem ser
utilizados para rastrear, investigar deficiências de nutrientes
específicos e formular a conduta nutricional; Os profissionais
devem utilizar diversos dados laboratoriais rotineiramente
disponíveis para auxiliar o diagnóstico nutricional e para
monitorar e avaliar a intervenção nutricional; Uma vez que os
dados laboratoriais estão aumentando o conhecimento dos
mecanismos envolvidos no desenvolvimento de doenças crônicas,
novos testes estão sendo constantemente desenvolvidos para
identificar riscos mais precocemente, e suas utilidades clínicas têm
sido comprovadas; O período de início da realização de testes
laboratoriais baseia-se na condição clínica do paciente devido à
idade, histórico, doença ou lesão.
7 Avaliação de anemias e desnutrição
Neste capítulo falaremos sobre a avaliação relacionada com
alguns tipos de anemia e desnutrição.
Anemias carenciais Reconhecida como um dos
maiores desafios da saúde pública em todo o
mundo, tanto em países em desenvolvimento
como desenvolvidos, e é uma complicação
clínica bastante frequente e importante durante o
período de gestação. As consequências da
anemia ao longo da gravidez são prejudiciais à
mãe e ao bebê. Quando ocorre no início,
determina inadequado ganho de peso pela
gestante e aumento de duas vezes na incidência
de parto prematuro. E quando o nível de
hemoglobina encontra-se abaixo de 6 a 7g/dL, a
gestante pode desenvolver insuficiência cardíaca
de alto débito, com risco para ela e maior ainda
para o feto.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a prevalência de
anemia em gestantes de países em desenvolvimento é de 52% e de
23% nos países desenvolvidos (WHO, 2001). No Brasil, e na maior
parte dos países, ainda não há um quadro consolidado de
informações consistentes que permitam definir com a necessária
segurança a prevalência de anemia em gestantes. Os dados
disponíveis no Brasil mostram que a prevalência varia de 12,4% a
54,7%, dependendo da idade gestacional, do estrato socioeconômico
e da região.
Anemia ferropriva Segundo o Centro de Controle de Doenças,
para o diagnóstico de anemia por deficiência de ferro entre
gestantes, a recomendação é o ponto de corte mínimo de Hb
<11g/dL no primeiro e terceiro trimestres e Hb <10,5g/dL no
segundo trimestre.
De acordo com Duffy (1996), o nível de hemoglobina abaixo de
10,5g/dL em qualquer período ou trimestre da gestação já formaria
diagnóstico de anemia. Este considera como anemia moderada
aquela em que o nível de hemoglobina está entre 8,5 e 10,5g/dL. Já as
anemias intensas que requerem transfusão de sangue, especialmente
nas últimas semanas gestacionais o valor de Hemoglobina é <
8,5g/dL.
No entanto, é importante ressaltar que esses valores são obtidos
a partir de estudos populacionais, sendo assim, na prática clínica é
necessário realizar uma avaliação bem completa, incluído uma
análise da condição socioeconômica, hábito alimentar, valores de
volume corpuscular médio (VCM) e concentração média de
hemoglobina (CHCM), pois mulheres no primeiro trimestre que não
apresentam ainda expansão no volume plasmático deveriam
apresentar valores de Hb acima de 12g/dL, já que esse valor é o
ponto de corte mínimo de mulheres não-grávidas, para que as
mesmas não sejam classificadas como anêmicas. Considerando-se
que a expansão do volume plasmático afeta os valores de
hemoglobina e hematócrito e não os valores de VCM (microcitose) e
HCM (hipocromia), a avaliação dos mesmos é bastante útil para um
diagnóstico mais preciso. O ideal seria realizar já no primeiro
trimestre a análise da ferritina.
Em relação aos estágios de deficiência de ferro, é importante
fazermos as seguintes observações: Estágio I: nesta etapa, a ingestão
de ferro é menor que a quantidade necessária ao metabolismo,
levando a mobilização dos depósitos deste nutriente. No entanto, a
produção das células vermelhas não é depreciada. Nesse estágio
inicial, só é possível detectar o processo de carência pela
determinação de ferritina.
Para o diagnóstico de anemia ferropriva a determinação de
ferritina sérica é mais sensível do que a hemoglobina, pois reflete a
qualidade dos depósitos de ferro, identificando precocemente o
estado deficitário desse nutriente. A depleção de ferro é identificada
quando os valores de ferritina estão abaixo de 351µg/L. Contudo, há
considerações de que esse parâmetro não é um bom indicativo do
estado nutricional de ferro, já que estudos demonstram que os níveis
plasmáticos de ferritina sofrem quedaacentuada à medida que
avança a gestação, independentemente da presença ou não da
suplementação de ferro.
Estágio II: a medula passa a produzir menor quantidade de
células para não prejudicar a sua qualidade. A anemia é normocítica
e normocrômica, porém, é possível detectá-la pela determinação de
hemoglobina e hematócrito. Conforme a depleção contínua, vem a
fase hipocrômica e normocítica, pois a medula produz hemácias com
menor quantidade de hemoglobina.
Estágio III: a fase final da deficiência de ferro manifesta-se por
anemia hipocrômica (HCM < 24 pg) microcítica (VCM < 80ft).
Para investigar a causa da anemia duas dosagens são utilizadas:
• Contagem de reticulócitos (hemácias jovens);
• Volume Corpuscular Médio da hemácia(VCM).
A contagem reduzida de reticulócitos geralmente indica a
medula óssea como causa da anemia (indica insuficiência da
medula). Contagem elevada é característica de anemias cuja
condição existe fora da medula, como na hemólise ou sangramento
em que a sobrevida, das hemácias está curta, a medula é estimulada
quanto à sua produção e, assim, há uma maior produção de
reticulócitos (hemácias jovens).
Para o diagnóstico de anemia na gestação, o Centro de Controle
de Doenças (CDC) dos EUA, em publicação da IOM (1992),
recomenda que sejam usados os pontos de corte descritos na Tabela
39. E os valores hematológicos, de acordo com Burrow & Ferris
(1996), estão na Tabela 40:
 Hemoglobina (g/dL) Hematócrito (%)
Mulher não-grávida
 < 12,0 < 36
Gestante
Primeiro trimestre < 11,0 < 33
Segunda trimestre < 10,5 < 32
Terceiro trimestre < 11,0 < 33
Tabela 39 – Pontos de corte para diagnóstico de anemia (IOM, 1992)
Parâmetros Abaixo do
normal
Normal Acima do normal
Hb (g/dL) < 10,5 ≥ 10,5
-
Ht (%) < 33 ≥ 33
-
VCM (fL) < 80 80 a 90 > 90
HCM (pg) < 28 28 a 32 > 32
Neutrófilos (m³) < 3.800 3.800 a 10.000 > 10.000
Hb: hemoglobina, Ht: hematócrito; VCM: volume corpuscular médio; HCM:
concentração média de hemoglobina; fL: tentolitro; pg: picograrna.
Tabela 40 – Valores de parâmetros hematológicos para grávidas de acordo com
Burrow & Ferris (1996)
Dica importante No Guia do Instituto de Medicina dos EUA
(IOM, 1992) há uma recomendação de ponto de corte maior para
classificar anemia em mulheres fumantes, classificando-as em dois
grupos, acompanhe (Tabela 41):
Número de cigarros/dia Ponte de corte Hb (g/dL)
10 a 20 cigarros ≤ 11,3g/dL
21 a 40 cigarros ≤ 11,5g/dL
Tabela 41 – Valores de referência para gestantes fumantes Anemia megaloblástica
A deficiência de ácido fólico leva a anemia macrocítica, frequentemente
acompanhada de graus variáveis de leucopenia e trombocitopenia. Mas, a
confiança nesse índice macrocítico de hemácias pode ser enganadora, devido à
frequente presença de um processo microcítico acompanhada de a deficiência de
ferro durante a gravidez.
Um excelente indicador de anemia megaloblástica é a presença
de hipersegmentação de células polimorfonucleares no sangue
periférico, que indica deficiência de folato ou vitamina B12, além de
elevação acentuada da desidrogenase láctica (LDH). Como não é
comum a deficiência de vitamina B12 durante a gravidez, sendo está
mais associada à esterilidade, e os grandes depósitos dessa vitamina
são superados pelas demandas da gravidez, quando se apresenta o
processo megaloblástico é costume associá-lo à deficiência de ácido
fólico, exceto se existirem antecedentes de deficiência desse
nutriente.
De forma mais sucinta, em relação aos estágios de deficiência de
ácido fólico, as considerações mais importantes são:
• Estágio I: é caracterizado pelo balanço negativode nutriente precoce (balanço sérico negativo),
que é marcado por valores de folato sérico
abaixo de 3ng/mL;
• Estágio II: é o balanço celular negativo, no quala depleção de folato é indicada por menor
concentração de folato nos eritrócitos abaixo de
160ng/mL;
• Estágio III: é a deficiência bioquímica, comeritropoiese deficiente em folato. Isto é
indicado por síntese mais lenta de DNA,
manifestada por teste de supressão de
desoxiuridina, hipersegmentação nuclear de
granulócitos e hemácias macrocíticas;
• Estágio IV: é a manifestação clínica dadeficiência de folato demonstrada por VCM
elevado e a sintomatologia de anemia
megaloblástica.
Como já foi mencionado, a anemia por deficiência de folato é
manifestada por níveis muito baixos de folato sérico (menos que
3ng/mL) e de folato eritrocitário (RCF) menor que 140ng/mL. O
folato sérico por sua vez reflete a ingestão recente de ácido fólico e o
folato eritrocitário está relacionado aos estoques teciduais,
representando a condição corporal desse nutriente em longo prazo.
De forma geral, se aceita que os níveis séricos acima de
14nmol/L ou RCF 360nmol/L são considerados satisfatórios; níveis
entre 7 e 14nmol/L de folato sérico e de 320 a 360nmol/L de RCF são
considerados baixos. Dosagens abaixo dos valores citados indicam
claramente deficiência.
Estima-se que os valores normais de estoques corporais estão em
torno de 5 a 10mg, e 50% deste valor encontra-se presente no fígado.
Diante do exposto, se tem que a dosagem de homocisteína
plasmática é considerada um bom indicador da condição nutricional
do ácido fólico e da vitamina B12. Os estoques corpóreos normais de
folato são esgotados dentro de dois a quatro meses com dieta
deficiente em folato, que resulta em anemia macrocítica
megaloblástica.
Alguns fatores predispõem a essa deficiência, tais como dieta
inadequada, gravidez múltipla, anemia hemolítica subjacente e
infecções urinárias.
Portanto, deve-se dar importância à anemia por deficiência de
ácido fólico durante a gestação, pois, embora não esteja bem
demonstrada, já foi sugerido que pode estar associada a trabalho de
parto prematuro (TPP), além da ocorrência, já bem fundada, de
defeito na formação do tubo neural (DTN) e de fenda palatina.
Desnutrição energética proteica – DEP
A DEP é resultado da insuficiência primária e/ou secundária de
energia e proteínas e representa uma síndrome carencial, que agrupa
diversas manifestações clínicas em razão da intensidade e duração
da deficiência alimentar, dos fatores relacionados às enfermidades
(sobretudo infecções agregadas) e fase do desenvolvimento biológico
do ser humano. Esta também está diretamente relacionada às
condições socioeconômicas (pobreza e desigualdade social) do
indivíduo. E apesar do progresso no tratamento, a desnutrição
infantil continua sendo considerada um grave problema de saúde
pública, com dimensões alarmantes, em muitas regiões no mundo.
Os principais fatores associados à desnutrição são:
• Baixo peso ao nascer;
• Práticas alimentares incorretas, como o inícioprecoce de alimentação complementar e
utilização incorreta de fórmulas infantis;
• Dietas com baixa densidade energética, assimcomo número de refeições insuficientes;
• Elevada demanda de nutriente;
• Insegurança alimentar (inadequadadisponibilidade de alimentos, desigualdade
social, condições inadequadas de moradia);
• Infecções que podem causar anorexia,comprometimento da ingestão, absorção e
utilização dos nutrientes, além de aumentar a
perda nutricional.
Marasmo versus Kwashiorkor Durante o processo de
investigação clínica uma das dificuldades encontradas pelos
profissionais de saúde é o diagnóstico das desnutrições energético
proteicas: marasmo e kwashiorkor. E isto se deve ao fato da
existência de divergência em relação as etiologias de tais
síndromes. Alguns autores sugeriram que ambas as formas de
desnutrição poderiam resultar de um mesmo tipo e grau de
privação dietética e, outros acreditam que o kwashiorkor é
basicamente uma deficiência proteica e o marasmo uma deficiência
energética. Diante dessas divergências os principais critérios
clínicos para diferenciar os tipos de desnutrição são:
Marasmo
• Perda severa de crescimento
• Detrimento marcante de tecido muscular
• Dano acentuado de tecido adiposo subcutâneo
• Ausência de edema
• Cabelo escasso, frágil e às vezes descolorido
• A criança é normalmente nervosa e apática
Kwashiorkor marasmático
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