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Aula – Receitas Públicas Professor: Daniel Façanha Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 2 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1 – Receitas públicas..................................................................................................... 3 2 – Classificações das receitas públicas ......................................................................... 5 2.1 – Classificação por natureza ..................................................................................................... 5 2.2 – Classificação por natureza – alterações 2016 ..................................................................... 15 2.3 – Classificação por fonte e destinação de recursos ............................................................... 17 2.4 – Classificação por indicador de resultado primário .............................................................. 19 2.5 – Outras classificações doutrinárias ....................................................................................... 20 3 – Etapas e estágios da receita orçamentária ............................................................. 21 Referencial Bibliográfico ............................................................................................. 28 Conceitos e classificações da receita pública http://www.exponencialconcursos.com.br/ file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312864 file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312865 file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312866 file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312867 file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312868 file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312869 file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312870 file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312871 file:///G:/Daniel2/Pessoal/Exponencial/Cursos%20em%20Andamento/Cursos_Bases/AFO/Teoria%20e%20Resumex/4.%20Receita%20Publica/AFO%20-%20Receita%20Pública%20-Teoria_v0.docx%23_Toc1312872 Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 3 de 28 www.exponencialconcursos.com.br O orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pública ou privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de aplicações de recursos em determinado período. Segundo a Lei 4.320/64: “Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3o desta lei, serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento”. Assim, o que caracteriza uma receita orçamentária não é o fato de ela constar ou não na LOA, tendo em vista que até mesmo operações de crédito não previstas podem ser consideradas receitas orçamentárias. Em conclusão, receitas orçamentárias são aquelas que podem ser utilizadas pelo ente público para cobrir despesas orçamentárias, independente de estarem na LOA. Receitas orçamentárias, então, são disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício orçamentário e constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, as receitas orçamentárias são fontes de recursos utilizadas pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade. As ressalvas aí citadas, estão também na Lei 4.320/64: “Art. 3o A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel- moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros”. Dessa forma, não são consideradas receitas orçamentárias: Exceções às receitas orçamentárias Operações de crédito por antecipação de receita (ARO) Emissões de papel moeda Entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros 1 – Receitas públicas http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 4 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Em contraponto, ingressos (ou receitas) extraorçamentários são recursos financeiros de caráter temporário, do qual o Estado é mero agente depositário. Sua devolução não se sujeita a autorização legislativa, portanto, não integram a LOA. Em geral não têm reflexos no Patrimônio Liquido da Entidade. São exemplos de ingressos extraorc ̧amentários: os depósitos em caução, as fianças, as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO), a emissão de moeda e as entradas compensatórias. Ou seja, todas aquelas exceções que vimos acima. Há também outras hipóteses além dessas: recebimento de depósitos judiciais, recebimento de cauções de licitantes para participação em licitações, etc. Como vamos falar sobre as Receitas Orçamentárias, também é importante saber que, para fins contábeis, quanto ao impacto na situação líquida patrimonial, a receita pode ser “efetiva” ou “não-efetiva”: Receita Orçamentária Efetiva é aquela que, no momento do reconhecimento do crédito, aumenta a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo aumentativo. Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela que não altera a situação líquida patrimonial no momento do reconhecimento do crédito e, por isso, constitui fato contábil permutativo, como é o caso das operações de crédito. Receitas públicas Orçamentárias Previstas na LOA Não previstas na LOA, inclusive operações de crédito Extraorçamentári as Caráter temporário Não integram a LOA Exceções à receita orçamentária ARO Emissões de papel moeda Entradas compensatórias http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 5 de 28 www.exponencialconcursos.com.br (CESPE - AJ TRE GO/Administrativa/2015) Os ingressos extraorçamentários, que integram o fluxo financeiro das receitas públicas, não têm impacto no patrimônio líquido nem são objeto de programação orçamentária. Comentários: As receitas extraorçamentárias não são previstas no orçamento público e devem ser devolvidas posteriormente. Elas apenas transitam pelo orçamento do ente. Assim, não alteram o patrimônio líquido e nem são objeto de programação. Resposta: Correta. Essa classificação é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar a origem do recurso segundo o fato gerador. Assim, a natureza de receita é a menor célula de informação no contexto orçamentário para as receitas públicas e, por isso, contém todas as informações necessárias para as devidas alocações orçamentárias. A fim de possibilitar identificação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres públicos, estaclassificação é formada por um código numérico de oito dígitos que se subdivide em seis níveis – Categoria Econômica, Origem, Espécie, Rubrica, Alínea e Subalínea: Receita orçamentária Efetiva Aumenta a situação líquida patrimonial Fato contábil modificativo aumentativo Não efetiva Não altera a situação líquida patrimonial Fato contábil permutativo Exemplo: operações de crédito 2 – Classificações das receitas públicas 2.1 – Classificação por natureza http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 6 de 28 www.exponencialconcursos.com.br A classificação por natureza é a de nível mais analítico da receita; por isso, auxilia na elaboração de análises econômico-financeiras sobre a atuação estatal. Vamos agora destrinchar esses níveis. Categoria Econômica: A Lei 4.320/64 introduz esse assunto: “Art. 11. A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital”. Receitas Orçamentárias Correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas. Em resumo, receitas correntes atendem às despesas correntes, além de serem, genericamente falando, receitas efetivas por aumentarem a situação líquida patrimonial. São as chamadas receitas de custeio. Já as Receitas Orçamentárias de Capital, de forma diversa das Receitas Correntes, em geral não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido. Ou seja, são consideradas receitas não efetivas, frutos de fato contábil permutativo. Destinam-se a atender as despesas de capital. No entanto, algumas receitas de capital podem ser efetivas, como as transferências de capital. Servem à aquisição ou formação de bens de capital, aqueles capazes de gerar novos bens ou serviços, produzindo riqueza. Os dispositivos legais (Lei 4.320/64) correspondentes são: “§ 1o São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. § 2o São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente”. C O E R AA SS Categoria econômica Origem Espécie Rubrica Alínea Subalínea http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 7 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Receitas Correntes Receitas de Capital Tributária Operações de crédito Contribuições Alienação de bens Patrimonial Amortização de empréstimos Agropecuária Transferências de capital Industrial Outras receitas de capital Serviços Transferências correntes Outras receitas correntes Uma importante observação: existem as operações intraorçamentárias, aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da seguridade social do mesmo ente federativo; por isso, não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas movimentação de receitas entre seus órgãos. Exemplo: Quando o Ministério da Educação transfere algum recurso para o Ministério da Saúde. As receitas intraorc ̧amentárias são a contrapartida das despesas classificadas na Modalidade de Aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social” que, devidamente identificadas, possibilitam anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das contas governamentais. A fim de se evitar essa dupla contagem, a SOF incluiu as Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de Capital Intraorc ̧amentárias, representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômicas. Essas classificações não constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das Categorias Econômicas “Receita Corrente” e “Receita de Capital”. (CESPE - Aud (FUB)/2015) Sob a ótica econômica, as receitas estão divididas em receitas correntes e de capital, abrangendo estas últimas as operações de crédito, a alienação de bens, a amortização de empréstimos, as transferências de capital e outras receitas de capital. Comentários: A questão definiu corretamente quais são as receitas de capital, dentro da classificação da receita, segundo a categoria econômica. Resposta: Correta. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 8 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Origem: A Origem é o detalhamento das Categorias Econômicas. • Receita Tributária – Código 1100.00.00 = trata-se de receita derivada cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas. Segundo o art. 3º do Código Tributário Nacional, tributo é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Já segundo o art. 9º da Lei 4.320/64, “Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades”. As espécies de tributos são: Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria. • Receita de Contribuições – Código 1200.00.00 = O art. 149 da CF/88 estabelece que compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. Os Estados, o DF e os Municípios podem instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio de regimes previdenciários, em benefício deles mesmos. Assim, são espécies de contribuições: contribuições sociais (como CSLL), de intervenção no domínio econômico (como a CIDE), de interesse das categorias profissionais (como a OAB, CRM, SESI, etc.) e a contribuição de iluminação pública (Municípios e DF). Percebam que receitas de contribuições são diferentes de contribuições de melhoria (espécie de tributo), ok? Categoria econômica Receitas correntes - 1 Efetivas Custeio Receitas correntes intraorçamentárias - 7 Receitas de capital - 2 Não efetivas Exceto transferências de capital Aquisição ou formação de bens de capital Receitas de capital intraorçamentárias - 8 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 9 de 28 www.exponencialconcursos.com.br • Receita Patrimonial – Código 1300.00.00 = São receitas provenientes da fruição do patrimônio de ente público, como por exemplo, bens mobiliários e imobiliários ou, ainda, bens intangíveis e participações societárias. Não advém do poder coercitivo do Estado. Podemos citar como espécies de receita patrimonial as compensações financeiras, concessões e permissões, aluguéis, arrendamentos, etc. Pela Lei 4.320/64 são: receitas imobiliárias, receitas de valores mobiliários, participações e dividendos, outras receitas patrimoniais. • Receita Agropecuária – Código 1400.00.00 = Decorremda exploração econômica, por parte do ente público, de atividades agropecuárias, tais como a venda de produtos: agrícolas (grãos, tecnologias, insumos etc.); pecuários (sêmens, técnicas em inseminação, matrizes etc.); para reflorestamento e etc. • Receita Industrial – Código 1500.00.00 = São receitas provenientes de atividades econômicas, tais como: da indústria extrativa mineral; da indústria de transformação; da indústria de construção; e outras receitas industriais de utilidade pública. • Receita de serviços – Código 1600.00.00 = São receitas decorrentes das atividades econômicas na prestação de servic ̧os por parte do ente público, tais como: comércio, transporte, comunicação, servic ̧os hospitalares, armazenagem, serviços recreativos, culturais, etc. Tais servic ̧os são remunerados mediante preço público ou tarifa. • Transferências correntes – Código 1700.00.00 = São recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento relacionadas a uma finalidade pública específica, mas que não correspondam a uma contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou a transferência. Podemos citar como exemplos as seguintes espécies: convênios e doações. Pela Lei 4.320/64 são: multas, contribuições, cobrança de dívida ativa e outras. • Outras receitas correntes – Código 1900.00.00 = São as multas e juros de mora, indenizações e restituições, receitas da dívida ativa e outras receitas que não se enquadrem em outras classificações (por exclusão). http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 10 de 28 www.exponencialconcursos.com.br • Operações de Crédito – Código 2100.00.00 = São recursos financeiros oriundos da colocação de títulos públicos ou da contratac ̧ão de empréstimos obtidas junto a entidades públicas ou privadas, internas ou externas. São espécies desse tipo de receita: Operações de crédito internas e operações de crédito externas. Os empréstimos compulsórios, embora sejam espécie de tributo, são consideradas operações de crédito porque preveem devolução ao contribuinte. E lembrem que operação de crédito por antecipação de receita (ARO) é receita extraorçamentária. • Alienação de bens – Código 2200.00.00 = Receita proveniente da alienação de bens móveis ou imóveis de propriedade do ente público. É vedada a aplicação da receita de capital decorrente da alienação de bens e direitos que integrem o patrimônio público, para financiar despesas correntes, salvo as destinadas por lei aos regimes previdenciários geral e próprio dos servidores públicos. Outra observação: Bens alienados oriundos de dação em pagamento, de processos judiciais ou apreendidos e vendidos são outras receitas correntes, e não receitas de capital, já que têm a finalidade de quitar dívida não paga. • Amortização de Empréstimos – Código 2300.00.00 = São o retorno de recursos anteriormente emprestados pelo poder público. Aqui cabe uma importante distinção: A amortização do empréstimo é receita de capital, mas as receitas de juros desse empréstimo são receitas correntes – de serviços! • Transferência de capital – Código 2400.00.00 = São recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e destinados a atender despesas em investimentos e inversões financeiras, a fim de satisfazer finalidade pública específica, sem corresponder a contraprestação direta do ente transferidor. Como vimos, é despesa de capital considerada como efetiva. • Outras receitas de capital – Código 2500.00.00 = Classificação por exclusão. O que não puder entrar nas outras classificações, entra aqui. Exemplos: integralização de capital social, resultado do Banco Central do Brasil, saldos de exercícios anteriores, etc. Vejamos um quadro-resumo desse tópico: http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 11 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Receitas correntes Receita tributária Atividade compulsória do Estado Impostos, taxas e contribuições de melhoria Receita de contribuições Diferente de contribuição de melhoria (receita tributária) Contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico, de interesse das categorias profissionais e de iluminação pública Receita patrimonial Fruição de patrimônio, não vem do poder coercitivo do Estado Concessões, permissões, aluguéis Receita agropecuária Atividades agropecuárias Receita industrial Receitas industriais de utilidade pública Receita de serviços Prestação de serviços por parte do ente público Remuneração por tarifa ou preço público Transferências correntes Destinados a custear despesas correntes Convênios e doações Outras receitas correntes Não classificáveis em outras origens Receitas da dívida ativa, juros, indenizações Receitas de capital Operações de crédito Venda de títulos públicos e empréstimos Internas ou externas Empréstimos compulsórios (apesar de ser tributo) ARO não entra, é receita extraorçamentária Alienação de bens Venda de bens móveis e imóveis Não entram: dação em pagamento, processos judiciais e apreendidos (receitas correntes) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 12 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Em regra, não podem ser aplicadas para financiar despesas correntes Amortização de empréstimos Retorno dos recursos emprestados pelo poder público Os juros do empréstimos são receitas correntes Transferências de capital Despesa efetiva Destinados a custear despesas de capital Outras receitas de capital Não classificáveis em outras origens Integralização de capital social, resultado do BCB, saldo de exercícios anteriores A Lei 4.320/64 cita o superávit do orçamento corrente como receita de capital, mas logo em seguida fala que (art. 11): “§ 3o O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo no 1, não constituirá item de receita orçamentária”. Que esquisito, não? Vou tentar explicar. O superávit do orçamento corrente (SOC) representa a diferença positiva entre o total da arrecadação de receitas correntes e o total da execução das despesas correntes em um exercício. Ou seja: Receitas correntes > Despesas correntes. Dessa forma, se o governo arrecada mais do que gasta com seu custeio, a sobra financeira deverá ser aplicada em favor do patrimônio duradouro do Estado, para gerar riqueza. Portanto, a vocação do SOC é ser aplicado em despesas de capital, sendo, assim, receita de capital. No entanto, trata-se de mera estimativa. Se for considerado como receita orçamentária, ocorrerá uma duplicidade. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) O superávit do orçamento corrente constitui item de receita orçamentária, resultando do balanceamento Superávit do orçamento corrente (SOC) Receita de capital Não é item de receita orçamentária http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 13 de 28 www.exponencialconcursos.com.br dos totais das receitas e despesas correntes somadas ao passivo circulante e divididas pelo total da receita patrimonial. Comentários: Primeiramente, o SOC não é item de receita orçamentária. Depois, a sua definição está incorreta. Trata-se de mera subtração entre receitas correntes e despesas correntes. Resposta: Errada. Espécie: É o nível de classificação vinculado à Origem que permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas. Por exemplo: Categoria Econômica Origem Espécie 1. Receitas Correntes 7. Receitas Correntes Intraorçamentárias 1. ReceitaTributária 1. Impostos 2. Taxas 3. Contribuições de Melhoria 2. Receita de Contribuições 1. Sociais 2. Econômicas 3. Iluminação Pública 3. Receita Patrimonial 1. Imobiliárias 2. Valores Mobiliários 3. Concessões/Permissões 4. Compensações Financeiras 5. Exploração de Bens Públicos 6. Cessão de Direitos 9. Outras 4. Receita Agropecuária 1. Produção Vegetal 2. Produção Animal 9. Outras 5. Receita Industrial 1. Indústria Mineral 2. Indústria De Transformação 3. Indústria De Construção 9. Outras 6. Receita de Serviços 0. Serviços 1. Receitas Correntes 7. Receitas Correntes Intraorçamentárias 7. Transferências Correntes 2. Intergovernamentais 3. Instituições Privadas 4. Do Exterior 5. De Pessoas 6. Convênios 7. Combate à Fome 9. Outras Receitas Correntes 1. Multas e Juros de Mora 2. Indenizações e Restituições 3. Dívida Ativa 4. Amortização do Déficit Atuarial do RPPS 5. Compensações ao RGPS http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 14 de 28 www.exponencialconcursos.com.br 9. Diversas 3. Instituições Privadas 4. Do Exterior 5. De Pessoas 6. De Outras Instituições Públicas 7. Convênios 8. Combate à Fome Categoria Econômica Origem Espécie 2. Receitas de Capital 8. Receitas de Capital Intraorçamentárias 1. Operações de Crédito 1. Internas (espécie) 2. Externas (espécie) 2. Alienação de Bens 1. Bens Móveis 2. Bens Imóveis 3. Amortização de Empréstimos 0. Amortizações 2. Receitas de Capital 8. Receitas de Capital Intraorçamentárias 4. Transferências de Capital 2. Intergovernamentais 3. Instituições Privadas 4. Do Exterior 5. De Pessoas 6. De Outras Instituições Públicas 7. Convênios 8. Combate à Fome 5. Outras Receitas de Capital 2. Integralização Do Capital 3. Resultado do BCB 4. Remuneração Disponibilidades do TN 5. Dívida Ativa da Amortização de Empréstimos e Financiamentos 6. Dívida Ativa da Alienação de Estoques de Café́ 7. Detentores de Títulos do Tesouro Resgatados 8. Certificados de Potencial Adicionais de Construção 9. Outras Rubrica: Agrega determinadas espécies de receitas cujas características próprias sejam semelhantes entre si; dessa forma, detalha a espécie, por meio da especificação dos recursos financeiros que lhe são correlatos. Por exemplo, a rubrica “Impostos sobre o Patrimônio e a Renda” corresponde ao detalhamento da Espécie “Impostos”. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 15 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Alínea: A alínea é o detalhamento da Rubrica e exterioriza o “nome” da receita que receberá o registro pela entrada de recursos financeiros. Por exemplo, a alínea “Impostos sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza” corresponde ao detalhamento da Rubrica “Impostos sobre o Patrimônio e a Renda”. Subalínea: A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, utilizado quando há necessidade de se detalhar a Alínea com maior especificidade. Por exemplo, a subalínea “Pessoas Físicas” é detalhamento da Alínea “Impostos sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza”. Não sabemos se essas alterações serão cobradas tão cedo na sua prova, mas, na dúvida, vamos tentar entender melhor do que se trata: Para o exercício de 2016, entrou em vigor uma nova estrutura de codificação das Naturezas de Receita, de forma a prover melhorias na estrutura de formação dos códigos da classificação, aplicando lógica integralmente voltada para a gestão das receitas orçamentárias. A nova proposta estrutura os códigos de forma a prover celeridade, simplicidade e transparência. A estrutura da nova codificação cria possibilidade de associar, de forma imediata, a receita principal com aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e Juros da Dívida Ativa. A associação é efetuada por meio de um código numérico de 8 dígitos, cujas posições ordinais passam a ter o seguinte significado: Categoria econômica – Não houve alteração. Origem – O conceito ficou mais abrangente, englobando arrecadações inter-relacionadas em sequência lógico-temporal, a partir de um fato gerador inicial. Dessa forma: primeiramente há o fato gerador da receita orçamentária propriamente dita, depois ocorre a obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre essa receita, seguida da obrigação de pagar a dívida ativa referente a essa mesma receita. Por C O E DDDD T Categoria econômica Origem Espécie Desdobramentos p/ identificação de peculiaridades da receita Tipo 2.2 – Classificação por natureza – alterações 2016 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 16 de 28 www.exponencialconcursos.com.br último, temos a obrigação de pagar multas e juros incidentes sobre tal dívida ativa. Percebam que há 4 estágios da receita inicial, decorrentes do seu possível não pagamento, que agora ficam associados. Quanto aos códigos, eles permanecem os mesmos. Espécie – Não houve alteração. Desdobramento para identificação de peculiaridades da receita - Foram reservados 4 dígitos para desdobramentos com a finalidade de identificar peculiaridades de cada receita, caso seja necessário. Desse modo, esses dígitos podem ou não ser utilizados conforme a necessidade de especificação do recurso, ou seja, esse desdobramento não é obrigatório. No caso de receitas exclusivas de Estados e Municípios, o quarto dígito utilizará o número “8”. Tipo - O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza, de acordo com as alterações trazidas na Origem dessa nova classificação: 0 Natureza de receita não valorizável ou agregadora 1 Arrecadação Principal da receita 2 Multas e Juros de Mora da respectiva receita 3 Dívida Ativa da respectiva receita 4 Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da respectiva receita Assim, todo código de natureza de receita será finalizado com um dos dígitos mencionados, e as arrecadações de cada recurso – sejam elas da receita propriamente dita ou de seus acréscimos legais – ficarão agrupadas sob um mesmo código, sendo diferenciadas apenas no último dígito, conforme detalhamento a seguir: 1 - Receita original 2 - Multas e juros da receita original 3 - Dívida ativa 4 - Multas e juros da dívida ativa http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 17 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Para finalizar o tema, essa classificação deve ser observada a partir do exercício financeiro de 2016 para a União, e a partir do exercício financeiro de 2018 para estados, municípios e DF. A classificação por natureza da receita busca a melhor identificação da origem do recurso segundo o seu fato gerador. Já vimos isso. No entanto, existe a necessidade de classificar a receita conforme a destinação legal dos recursos arrecadados. Assim, foi instituído pelo governo federal um mecanismo denominado fontes de recursos. A classificação orçamentária por fontes/destinações de recursos tem como objetivo de identificar as fontes de financiamento dos gastos públicos. As fontes/destinações de recursos reúnem certas Naturezas de Receita. Por meio do orçamento público, essas fontes/destinações são associadas a determinadas despesas de forma a evidenciar os meios para atingir os objetivos públicos. Como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de fonte/destinação de recursos exerce um duplo papel no processo orçamentário. Para a receita, essecódigo tem a finalidade de indicar a destinação de recursos para a realização de determinadas despesas. Para a despesa, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados. Assim, mesmo código utilizado para controle das destinações da receita orçamentária também é utilizado na despesa, para controle das fontes financiadoras da despesa orçamentária. Para tanto, a classificação por fonte/ destinação de recursos identifica se os recursos são vinculados ou não e, no caso dos vinculados, pode indicar a sua finalidade. A destinação pode ser classificada em: 2.3 – Classificação por fonte e destinação de recursos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 18 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Cabe lembrar que a criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação é aquela derivada de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica. A utilização da classificação por fonte ou destinação de recursos não significa uma padronização dessa codificação na federação, mas somente uma forma de identificar a informação necessária à elaboração das declarações. Exemplo: 000 Recursos Ordinários 011 Receitas de Impostos e de Transferência de Impostos - Educação 012 Transferências do FUNDEB 60% 013 Transferências do FUNDEB 40% 014 Transferência de Recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação - FNDE 015 Transferências de Convênios - Educação 019 Outros Recursos Destinados à Educação 021 Receitas de Impostos e de Transferência de Impostos - Saúde 022 Transferência de Recursos do Sistema Único de Saúde - SUS 023 Transferências de Convênios - Saúde 029 Outros Recursos Destinados à Saúde 031 Transferência de Recursos do Fundo Nacional de Assistência Social 032 Transferências de Convênios - Assistência Social 039 Outros Recursos Destinados à Assistência Social 041 Recursos destinados ao RPPS - Plano Previdenciário 042 Recursos destinados ao RPPS - Plano Financeiro 050 Recursos destinados ao RGPS 060 Recursos próprios dos consórcios 070 Recursos de Operações de Crédito 071 Recursos de Alienação de Bens/Ativos 090 Outras Destinações Vinculadas de Recursos Classificação por fonte e destinação de recursos Destinação vinculada Vinculação entre origem e aplicação de recursos Destinação ordinária Alocação livre entre origem e aplicação de recursos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 19 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Esta classificação orçamentária da receita não tem caráter obrigatório para todos os entes e foi instituída para a União com o objetivo de identificar quais são as receitas e as despesas que compõem o resultado primário do Governo Federal, que é representado pela diferença entre as receitas primárias e as despesas primárias. As receitas do Governo Federal podem ser divididas entre primárias e não primárias (financeiras). O primeiro grupo refere-se predominantemente a receitas correntes e é composto daquelas que advêm dos tributos, das contribuições sociais, das concessões, etc. Já o segundo grupo são aquelas que não contribuem para o resultado primário ou não alteram o endividamento líquido do Governo (setor público não financeiro) no exercício financeiro correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza financeira, alterando concomitantemente o ativo e o passivo financeiros. Ou seja, são basicamente as receitas de capital. (CESPE - AnaTA CADE/2014) A classificação da receita por identificador de resultado divide as receitas públicas entre aquelas relacionadas com o resultado fiscal e as relacionadas com o resultado operacional. Comentários: Essa classificação divide as receitas públicas entre primárias e não primárias (financeiras), ambas relacionadas ao cálculo do resultado primário. Resposta: Errada. Classificação por indicador de resultado primário Receitas primárias Contribuem para o resultado Receitas correntes Receitas não primárias Não contribuem para o resultado Receitas de capital = financeiras Resultado primário = Receitas primárias - Despesas primárias 2.4 – Classificação por indicador de resultado primário http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 20 de 28 www.exponencialconcursos.com.br As classificações oficiais nós já vimos. Veremos agora algumas abordadas nos livros e que às vezes caem em prova. Quanto ao poder de tributar: Classifica as receitas segundo o poder de tributar que compete a cada ente da federação, considerando e distribuindo as receitas obtidas como pertencentes aos respectivos entes: governo federal, estadual, municipal e distrital. Quanto à regularidade: • Ordinárias = receitas permanentes e estáveis que ingressam no Tesouro, arrecadados regularmente em cada período financeiro, ou seja, possuem característica de continuidade. Exemplo: receitas correntes tributárias. • Extraordinárias = ingressos de caráter não continuado e inconstante, provenientes de calamidade pública, guerras, doações, etc. Exemplos: empréstimos compulsórios, heranças, doações. Quanto à coercitividade: • Originárias = receita procedente da exploração do patrimônio público, no qual o Estado atua como particular por meio da exploração de atividades privadas, como serviços comerciais, industriais e outros rendimentos decorrentes das locações, aluguéis de imóveis e inversões financeiras. São obtidas de forma voluntária e espontânea, sem dependerem de prévia autorização legal. Estão sujeitas à cobrança de preço ou tarifa pelo serviço público oferecido. Exemplos: energia elétrica, telefone, água, receitas da venda do petróleo, etc. • Derivadas = receitas provenientes do exercício do poder de tributar, por parte do Estado, os rendimentos ou o patrimônio da coletividade. Dependem de poder coercitivo e disposição legal. Exemplos: tributos, empréstimos e contribuições compulsórias, etc. (CESPE - AA ANTT/Administração/2013) A classificação das receitas e despesas públicas em originárias e derivadas, que não é normatizada pela legislação, restringe-se ao estudo acadêmico do orçamento, não sendo utilizada como classificador oficial da receita pública. 2.5 – Outras classificações doutrinárias http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 21 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Comentários: Essa classificação apresentada, no caso quanto à coercitividade, é apenas doutrinária. Resposta: Correta. Alguns autores separam etapas de estágios para fins didáticos, sendo etapas do processo orçamentário das receitas públicas: planejamento, execução e controle e avaliação; e estágios da execução da receita pública: lançamento, arrecadação e recolhimento. No entanto, se os estágios vierem como etapas, não tem problema, ok? C la s s if ic a ç õ e s d o u tr in á r ia s Quanto ao poder de tributar Federal Estadual / Distrital Municipal Quanto à regularidade Ordinárias permanentes e estáveis Extraordinárias inconstantes Quanto à coercitividade Originárias Exploração do patrimônio público atividades privadas Não depende de lei Derivadas exercício do poder de tributar poder coercitivo disposição legal 3 – Etapas e estágios da receita orçamentária http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 22 de 28 www.exponencialconcursos.com.brPlanejamento: Compreende a previsão de arrecadação da receita orçamentária constante da Lei Orçamentaria Anual (LOA), resultante de metodologias de projeção usualmente adotadas, observada as disposições constantes na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A previsão de receitas é a etapa que antecede à fixação do montante de despesas que irão constar nas leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo. Além disso, é necessário analisar o comportamento de arrecadação mês a mês, visto que as receitas que superarem a previsão inicial constituem-se em fonte para a abertura de créditos adicionais. Em relação à sua importância em relação à fixação da despesa: o montante de despesa não poderá, em princípio, superar a arrecadação estimada (princípio do equilíbrio). Assim, é esperado que a previsão da receita obedeça a rigorosos modelos de projeção, já que dela dependerá a definição do volume do orçamento seguinte. E isso é tão importante e crucial para a execução orçamentária que a LRF impede a reestimativa de receitas por critérios políticos ou circunstanciais: “Art. 12, § 1o. Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal”. Etapas Planejamento Execução e controle Avaliação Estágios Lançamento Arrecadação Recolhimento http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 23 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Vejam o que diz o art. 12 da LRF: “Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas”. Execução e Controle: Desde sua inclusão na proposta orçamentária até seu recolhimento ao caixa único do Tesouro Nacional, a receita pública percorre os estágios (ou etapas): lançamento, arrecadação e recolhimento. Lançamento: Segundo a Lei 4.320/64: “Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra. Previsão de receitas Antecede fixação de despesas Base para estimar necessidades de financiamento do governo Possível abertura de créditos adicionais se superar a previsão Previsões de receita Normas técnicas e legais Considera os efeitos Alterações na legislação Inflação Crescimento econômico Acompanha os demonstrativos Evolução nos últimos 3 anos Projeção para os 2 anos seguintes Metodologia de cálculo http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 24 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato. Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”. Segundo o CTN (Código Tributário Nacional): “Art. 142 Lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível. Uma vez ocorrido o fato gerador, procede-se ao registro contábil do crédito tributário em favor da fazenda pública em contrapartida a uma variação patrimonial aumentativa. Percebam que nem todas as receitas passam pelo estágio do lançamento porque nem todas passam pelos passos expostos no art. 142 do CTN. Nas operações de crédito, por exemplo, não identificamos matéria tributável e nem sujeito passivo. Assim, a etapa de lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria. Existem três espécies de lançamento: • De ofício – efetuado pela Administração, sem a participação do contribuinte. Exemplo: IPVA e IPTU; • Por declaração - o sujeito passivo presta as informações necessárias ao lançamento. Exemplo: ITR, IRPF; • Por homologação – o sujeito passivo antecipa o pagamento, sem prévio exame da autoridade competente. Exemplo: ICMS. Lançamento Ocorrência do fato gerador Determina matéria tributável Calcula montante do tributo devido Identifica o sujeito passivo Se for o caso, propõe penalidades Procedimento administrativo http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 25 de 28 www.exponencialconcursos.com.br (CESPE - Ana MPU/Apoio Técnico Administrativo/Atuarial/2015) Qualquer renda com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato é objeto de lançamento. Comentários: Está na Lei 4.320/64: “Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato”. Resposta: Correta. Arrecadação: Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente. Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei no 4.320/1964, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de caixa para o ingresso das receitas públicas. Já vimos isso, não é? Assim, na prática, a arrecadação corresponde ao momento em que o contribuinte comparece ao banco e efetua o pagamento da obrigação. Percebam que o dinheiro ainda não chegou à conta do Tesouro Nacional. Portanto, a arrecadação não corresponde ainda à disponibilização dos recursos financeiros para uso do ente público. Segundo a Lei 4.320/64: “Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem. Lançamento Aplica-se a Impostos diretos Taxas Constribuições de melhoria Rendas com vencimento determinado em lei ou contrato Espécies De ofício Por declaração Por homologação http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 26 de 28 www.exponencialconcursos.com.br § 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem como a data a assinatura do agente arrecadador. § 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via. Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento”. A arrecadação pode ser: • Direta – realizada por agência bancária credenciada ou por repartição administrativa do Estado; • Indireta – o valor é retido dos contribuintes, para posterior pagamento. Exemplo: empresas que retêm o IRPF do salário dos empregados, para depois recolher à Receita Federal. Recolhimento: É a transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir transcrito: “Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais”.Trata-se do controle centralizado dos recursos arrecadados pelo governo, sem possibilidade de criação de caixas especiais (fragmentados). Sabem aqueles valores que foram arrecadados no estágio anterior? Agora os agentes administrativos e os bancos autorizados os repassam à conta única do Tesouro Nacional. Arrecadação Direta Indireta Dinheiro ainda nao chegou ao Tesouro Nacional http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 27 de 28 www.exponencialconcursos.com.br Avaliação: O controle e a avaliação das receitas públicas correspondem à fiscalização que deve ser realizada pela própria Administração, pelos órgãos de controle e pela sociedade. O controle do desempenho da arrecadação deve ser realizado em consonância com a previsão da receita, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e do combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas de incremento das receitas tributárias. Vamos parar por aqui? Veja o arquivo de questões para mais exercícios. Lançamento Arrecadação Recolhimento à Conta Única do Tesouro Nacional http://www.exponencialconcursos.com.br/ Teoria Prof Daniel Façanha Prof. Daniel Façanha 28 de 28 www.exponencialconcursos.com.br JUND, Sergio. Administração, Orçamento e Contabilidade pública: teoria e questões. 1.ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2006. GIACOMONI, James. Orçamento Público. 17ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2017. MINISTÉRIO DA FAZENDA, Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. 6ª ed. Brasília, 2015. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, Secretaria de Orçamento Federal. Manual Técnico do Orçamento – MTO.Brasília, 2018. PALUDO, Augustinho. Orçamento Público, AFO e LRF: teoria e questões. 7ª.ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2017. Referencial Bibliográfico http://www.exponencialconcursos.com.br/
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