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Universidade Federal do Tocantins Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia Microbiologia Industrial Prof.ª Drª. Michelle C.A. Xavier Isolamento de leveduras a partir do cajá para fermentação de cerveja American Pale Ale com adição da fruta Discentes: Sanier A Teixeira (2017111458); Alini Godinho Bruna Oliveira (2015212944); Cristiele Mendes Silva (2017110227) Gurupi – TO Dezembro de 2020 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO………………………………..……………………………………………... 3 2 OBJETIVOS…………………………………….……………………………………………..4 2.1 Objetivos gerais……………………………………………………………………………......4 2.2 Objetivos específicos…………………………………………………………………………..4 3 REFERÊNCIA TEÓRICO……………………………………………………………………..4 3.1 Microrganismo………………………………………………………………………………....4 3.2 Cerveja………………………………………………………………………………………....5 3.3 Cajá…………………………………………………………………………………………….6 4 METODOLOGIA……………………………………………………………………………...8 4.1 Materiais……………………………………………………………………………………….8 4.2 Isolamento das leveduras……………………………………………………………………...9 4.3 Condução do processo fermentativo………………………………………………………….12 4.4 Processo de produção da cerveja American Pale Ale………………………………………...12 4.5 Teste de vida de prateleira..…………………………………………………………………...12 5 RESULTADOS ESPERADOS……………………………………………………………….13 REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………………….15 1 INTRODUÇÃO O Brasil possui uma atividade econômica relacionada à fruticultura muito promissora, devido aos diversos sabores, aromas e cores dos frutos provenientes dessa atuação da agricultura. O Norte e Nordeste do Brasil é uma região de zona tropical com boas condições climáticas, com diversidade frutífera, apresentando boa produtividade, sabores e riqueza nutricional. Uma fruta que podemos citar é o cajá, proveniente da Cajazeira (Spondias mombin L.). Seu consumo pode ser in natura ou processados como polpa, sucos e sorvetes, geléias ou néctar (SANTOS, et al., 2010). Com elevadas taxas na perda da comercialização de frutas no Brasil devido a diversos fatores, faz com que apenas uma parcela chegue à mesa do consumidor. Logo, uma alternativa para esse problema é industrialização, que irá aproveitar excedentes de produção e de frutos fora dos padrões de qualidade para consumo in natura, sem comprometer a qualidade da polpa, além de proporcionar aumento da vida de prateleira e agregação de valor (FAGUNDES, et al., 2015). A fabricação de bebidas alcoólicas é um dos mais antigos processos que acompanham a civilização, como produção de vinho e cerveja. Quase todas as frutas e matérias-primas açucaradas podem ser aplicadas na produção de bebidas (FAGUNDES, et al., 2015). A indústria cervejeira ao longo dos anos vem sempre inovando, pois, a produção de cervejas artesanais ao longo dos anos vem crescendo consideravelmente, uma grande contribuição para esses crescimentos, é que o Brasil tem uma grande biodiversidade de frutas e a utilização de processos biotecnológicos. Há no mercado cervejeiro uma extensa variedade de marcas e lançamento de novos produtos. A adição de frutas de várias regiões do país contribui para a diversificação e a valorização das cervejas especiais. A cerveja é considerada a terceira bebida mais consumida mundialmente, perdendo apenas para a água e o chá (CERVBRASIL, 2017). O mercado brasileiro de cervejas atualmente ocupa o terceiro lugar no ranking mundial, alcançando o patamar de 140 milhões de hectolitros (mi hl) em 2016, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA ). Diante do exposto, o Brasil só perde para os Estados Unidos e a China. No ano de 2017, foram registradas 610 novas cervejarias no País. Esses crescentes dados podem ser explicados pelo o recorrente números de aberturas de micro cervejarias ou pelo desenvolvimento de cervejas artesanais. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral O objetivo geral deste projeto foi o isolamento de leveduras de frutas da região para produção de cerveja do tipo american pale ale, para evitar desperdício e aumento da popularidade de frutas nativas como o cajá. 2.2 Objetivos específicos ● Agregar valor e aumento na vida de prateleira de frutas que são perdidas no pré e pós-colheita; ● Diversificação de sabores de bebidas alcoólicas fermentadas do tipo cerveja american pale ale; ● Avaliar aceitação comercial da bebida proveniente de leveduras do cajá (Spondias mombin L.) 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Microrganismo A microbiologia é um fator essencial na avaliação da qualidade de alimentos processados. Os microrganismo podem ser classificados abaixo por desempenharem um papel na produção de alimentos: ➔ Deteriorantes: causam alterações sensoriais prejudiciais como consequência da atividade metabólica natural; ➔ Patogênicos: podem causar sérios riscos à saúde humana e animal; ➔ e aqueles que causam alterações benéficas nos alimentos modificando suas características originais, de modo a transformá-los em um novo alimento. Leveduras são fungos unicelulares capazes de se reproduzir vegetativamente por meio de brotamento das células ou por fissão celular em último caso. São essas características que conferem a esses microrganismos a capacidade de se multiplicar rapidamente em ambientes líquidos, que favorecem a dispersão celular.Outra característica que favorece seu desenvolvimento em líquidos é sua condição anaeróbica (FAZIO, 2006). A multiplicação de leveduras é acompanhada da produção de carbono e etanol, e a deterioração também pode manifestar-se pela formação de película, turvação, etc. São pouco exigentes nutricionalmente, podendo sintetizar uma ampla variedade de substâncias, como vitaminas, aminoácidos e carboidratos. Essa pode ser utilizada no processo de fermentação de bebidas, o que dificulta a caracterização dessas no nosso bioma é a escassez de estudos sobre sua ação em frutas desta região (FAZIO, 2006). O desenvolvimento das leveduras cervejeiras na fermentação é influenciado por diversos fatores tais como, características genéticas que será a escolha da cepa da levedura aplicada ao seu processo de produção, a fisiologia celular, que é a tolerância ao stress pelas células de levedura, a viabilidade e vitalidade das células e a concentração celular do inóculo. Outro fator é a disponibilidade nutricional, a qualidade e concentração de macronutrientes e principalmente as condições físicas como temperatura, pH, oxigênio dissolvido e a densidade do mosto (MEGA; NEVES; ANDRADE, 2011). A microbiota natural de leveduras em frutas basicamente é constituída por espécies de Kloeckera, Saccharomyces, Pichia, Hansenula, Trichosporum, etc. A grande maioria de dados disponíveis sobre espécies de leveduras em frutas são de regiões temperadas, havendo uma rápida e exigente busca por mais estudos na diversidade desses microrganismos encontrados nos trópicos (FAZIO, 2006). 3.2 Cerveja O homem começou a utilizar bebidas fermentadas há 30 mil anos. Estima-se que a produção de cerveja data de 8000 a.C. Passando por várias civilizações. A cerveja chegou ao Brasil em meados de 1808, trazida pela família real portuguesa. A legislação vigente no Brasil define cerveja como sendo a bebida obtida pela fermentação alcoólica de mosto, proveniente de malte de cevada e água potável, com adição de levedura, com adição de lúpulo. Podendo haver uma substituição por uma parte da cevada em conhecidos adjuntos como arroz, milho, sorgo, etc, e por carboidratos de origem vegetal. Existem diversos tipos de cerveja: Altbier, Barley Wine, Belgian Ale, Bitter, Ale, Pale Ale, Pilsen, etc (MEGA; NEVES; ANDRADE, 2011). A água constitui 92 a 95% dos ingredientes é primordial para cada etapa do processo. A água é utilizada para o tratamento de fatores que podem influenciar a qualidade da bebida, mesmo livres de patógenos pode ser inadequada para o preparo da cerveja, sendo essencial a passagem por processos de esterilização como, aquecimento, fervura. (SILVA, 2019) .No processo de conversão dos grãos para a obtenção do malte, essas sementes são previamente selecionadas e acondicionadas em condições favoráveis de germinação, sob o controle da temperatura, umidadee aeração, até a obtenção do início de germinação dos grãos.O lúpulo (Humulus lupulus) pertencente à família Cannabaceae é típica de regiões frias (VENTURINI, DRAGONE, SILVA, 2010). As resinas amargas e os óleos aromáticos produzidos pelo cone florescente da planta fêmea têm diversas funções. Na base de cada pétalas possuem bolsas contendo resinosa que são chamadas glândulas de lupulina. Onde são extraídas duas substâncias importantes: ácidos alfas que proporcionam o amargor e a preservação da cerveja, pois os ácidos alfas possuem propriedades antibacterianas (COLE, 2013). As leveduras são muito importantes, pois são utilizadas no processo fermentativo. Pois os microrganismos irão consumir os açúcares, é esses açúcares serão convertidos em álcool através de reações bioquímicas, em seguida, ao adicionar açúcares investido na etapa do o envase, obterá novas reações para transformar da “goma” em gás carbônico, e outros compostos que atribuíram o sabor característico da cerveja. A cerveja american pale ale é uma cerveja do tipo ale, uma das mais conhecidas e degustadas pelo mundo todo. É obtida a partir de processos de alta fermentação, caracterizada por uma cor cobre e gosto de notas frutadas. A cerveja é produzida utilizando produtos naturais, contudo, é uma bebida versátil, sendo adepta a uma grande variedade de ingredientes. Seu preparo não se baseia somente na mistura desses ingredientes, o processo envolve uma série de reações químicas contendo muitas variáveis importantes (SILVA, et al., 2015). Essa cerveja é feita em temperatura mais alta, uma temperatura entre 12 e 15°C. É um antigo processo, o que permitiu uma exclusividade para esse tipo de cerveja por muitos séculos, meados do século XIX, quando a fermentação em baixa temperatura teve início. Os sabores desse tipo de Ale são incomparavelmente mais perceptíveis (ROSA; AFONSO,2015). Os subtipos Ale são: ➔ Stout: De origem Irlandesa, feita com cevada torrada (maltes escuros), a explicação para a cor escura e sabor que se associa o amargo do lúpulo ao adocicado do malte. Elaborada com extrato primitivo de 15% e seus teores de etanol (4-6%) e extratos são elevados; ➔ Porter: É uma cerveja mais suave que a anterior, com 1 a 2% a menos de etanol; ➔ Weissibier: Produzida principalmente na Alemanha é à base de trigo, mas pode conter milho e até frutas. Caracterizada como cervejas claras, bastante refrescantes e de graduação alcoólica na faixa 5-6%, produzem uma espuma densa e persistente. A indústria cervejeira vem utilizando novas técnicas no processamento da cerveja e investindo em pesquisas de novos ingredientes com o intuito de atender cada vez mais a demanda de consumo desse mercado de bebidas e também para redução de custos na produção. Utilizam-se adjuntos justamente por questões econômicas , pois apresentam menor custo na produção de extrato, além de conferir qualidade sensorial e físico-química ao produto final, no caso, a cerveja. As cervejas que em sua composição são constituídas com adjunto são mais refrescantes e leves, apresentam mais brilho e cor mais clara. Por esta razão o uso além das leveduras presentes nas frutas o suco dess as também confere características organolépticas à cerveja (MUNIZ, et al., 2014). 3.3 Cajá A Cajazeira é uma árvore frutífera pertencente à família Anacardiaceae. Está possui aproximadamente 81 gêneros e 800 espécies. No Brasil são catalogadas 14 gêneros contendo 57 espécies, sendo 14 espécies endêmicas. As suas flores são hermafroditas, estaminadas, o que propicia a polinização cruzada e a variabilidade genética nos pomares de plantas. Por ser uma planta proveniente de duas regiões diferentes, seus frutos podem também receber diferentes denominações, tais como: cajá, cajá verdadeiro, cajá-mirim ou taperebá (SOARES, et al., 2006) (SILVA-LUIZ; PIRANI, 2010). A altura da árvore é o que dificulta a colheita dos frutos na própria planta, de forma que os frutos maduros desprendem-se da planta e caem. Na queda, muitos frutos danificam-se. Os frutos danificados perdem líquido e entram em processo de fermentação, além de ficarem expostos ao ataque de patógenos, insetos e roedores. Devido à esse problema na colheita, condições de acesso e transporte do frutos, estima-se que menos de 30% da produção dessa fruta seja aproveitada para o consumo humano, o que torna isso um fator de suma importância na comercialização e conhecimento dessa fruta com características organolépticas tão agradáveis ao paladar. O cajá é uma fruta com mesocarpo carnoso, amarelo. A demanda por frutos da Cajazeira deve-se às boas características para a industrialização, aliadas ao aroma e seu sabor agridoce. A sua polpa é utilizada na fabricação de sorvetes, picolés, geléias, polpas congeladas, produção de bebidas alcoólicas e consumo in natura. As polpas têm grande importância como matéria-prima em indústrias de conservas de frutas, que podem utilizá-las e aplicá-las durante épocas de baixa e alta safra (FILHO, et al., 2010). O cajá apresenta aspectos sensoriais atraentes em sua composição pois tem elevado teor de taninos, carotenoides e vitamina C, os quais conferem valor nutritivo (Tabela 1) e funcional podendo apresentar atividade antioxidante (MATTIETTO et al., 2010), sendo de suma importância, segundo Silvino (2017), para o aumento do consumo e interesse das indústrias alimentícias que o utiliza como matéria-prima de diversos produtos. O cajá apresenta alto teor de água, polpa ácida e índice de maturação é consideravelmente baixo, é um fruto que possui vitamina C e alto índice de provitamina. Fornecendo vários benefícios para a saúde quando consumido corriqueiramente, como por exemplo contribui para o aumento da imunidade, auxilia na melhora do funcionamento intestinal, além desses benefícios, contribui para a prevenção de doenças crônicas degenerativas (Barbosa, 2017). Tabela:1- Composição nutricional em 100g de polpa da fruta cajá (Spondias mombin L 4 METODOLOGIA 4.1 Materiais para fermentação Tabela 01- Materiais utilizados para produção de uma cerveja estilo American Pale Ale (APA) Ingredientes APA Quantidade Água mineral 22L Malte pilsen 5.5 Kg Malte crystal 0,2Kg Malte caramunich 0,6 Kg Lúpulo amarilo 20 Kg Lúpulo chinook 40g Lúpulo citra 40g Na etapa do processo fermentativo da produção da cerveja Apa com aditivo de polpa do cajá são utilizados equipamentos do setor cervejeiro a nível artesanal, como distribuídos na tabela a seguir. Tabela 02- Equipamentos utilizados no processo de produção da cerveja. Etapa Equipamento Brassagem - Moedor; - Panela cervejeira (25L); - Termômetro; Resfriamento - Tiller; - Peneira; Fermentação - Baldes fermentadores; - Airloks; Maturação - Geladeira Envazamento - envazador; - tampas; - garrafas (300ml) 4.2 Materiais para inoculação das leveduras e testes bioquímicos Tabela 03- Materiais e reagentes utilizados para a inoculação das leveduras e posteriores análises bioquímicas. Reagentes utilizados / Meio de cultura Equipamentos e Vidrarias - BDA - Gymp - MBF - YPG - YCB - Incubadora - Pipetadores - Vidrarias diversas (placa de Petri, Erlenmeyer, alça, tubos de ensaio) 4.3 Isolamento e preparo do inóculo de leveduras As frutas são importantes microhabitats para uma variedade de espécies de leveduras na natureza devido à alta concentração de açúcares simples, baixo pH e intensa visitação por insetos vetores (LACHANCE; STARMER, 1998). Para isolamento das leveduras de interesse, o cajá a ser utilizado é obtido através da Cooperativa Central do Cerrado do estado do Tocantins. O transporte dos cajás é feito em caixas térmicas para posterior análise no Laboratório de Alimentos da Universidade Federal do Tocantins, campus Gurupi. Primeiramente a fruta deve ser lavada com água e sabão, para ser homogeneizada em água peptonada a partir da trituração da polpa em liquidificador, o que facilita a dissociação da matéria e dos microrganismos para posterior isolamento. Assepticamente 10 g da mesma é colocada em um frasco de Erlenmeyer contendo 90 mL de águadestilada estéril para ser homogeneizada posteriormente (diluição 10-1). A partir desta será realizada as demais diluições decimais seriadas até 10-5, utilizar o mesmo diluente. As cinco diluições, assim como a 100, podem ser usadas, conforme necessárias, nas análises subsequentes (ICMSF, 1974; ICMSF, 1980). Deve ser pipetado assepticamente 1 mL de cada diluição e depois distribuído em placas de Petri esterilizadas e identificadas. Deve ser adicionado a cada placa 15 mL de ágar batata dextrose acidificado com ácido tartárico a 10% (pH = 4,0), ambos esterilizados; após solidificação devem ser incubadas em estufa a 25°C por 5 dias. As unidades formadoras de colônias (UFC) são calculadas de acordo com as diluições (ICMSF, 1978). Após o experimento anterior para enumeração de bolores e leveduras, são isoladas após cinco dias de incubação a 25°C, culturas de todos os tipos morfológicos existentes, sendo que colônias mais numerosas no ágar batata dextrose acidificado são isoladas em maior proporção, visando conhecer aquelas predominantes. Cada cultura pura deve receber um código de identificação, ou seja, PCn,n1 onde PC = polpa de cajá, n = número da amostra e n1 = número da levedura isolada desta amostra e ser estocada em tubos de ensaio de 12 x 100 mm contendo meio Gymp (glicose, extrato de levedura, extrato de malte, NaH2PO4 e ágar), para posterior identificação, posteriormente deve então ser coberta com óleo mineral para evitar ressecamento e mantida a 8 ± 2°C. 4.4 Testes para estudar o potencial das leveduras para possível fermentação Teste da capacidade fermentativa de glicose Para verificar a capacidade fermentativa de cada levedura, elas são cultivadas conforme descrito em 4.3 e, com auxílio de uma alça estéril, uma pequena quantidade de uma colônia isolada deve ser inoculada em um tubo de ensaio fechado com bucha contendo 5 mL de meio líquido MBF (0,75% peptona, 0,45% extrato de levedura e 2% glicose) e um tubo de Durhan invertido. Os tubos devem ser incubados a 28 °C e lidos nos dias 1, 2, 3, 4, 7, 14 e 21 após o inóculo. Devem ser consideradas leituras negativas quando não houver acúmulo de gás no tubo de Durham, +1 quando somente 1/3 do tubo de Durham estiver preenchido por gás, +2 quando o gás estiver presente em 2/3 do tubo e +3 quando o tubo de Durham estiver completamente cheio de gás. O teste deve ser realizado em duplicata. Teste de tolerância a etanol Para verificar a tolerância a etanol daqueles isolados que obtiverem um resultado positivo para fermentação de glicose, estes são primeiramente cultivados em meio YPG líquido a 28 °C durante 48 horas. Devem ser adicionados 600 µL de cada inóculo em um poço de um carimbo replicador e, utilizar a técnica de replica-plate, os isolados são plaqueados em placas de Petri contendo meio Ágar YPG suplementado com etanol nas concentrações de 6% (v/v), 12% (v/v) e 18% (v/v). As placas devem ser incubadas a 28 °C por 72 horas e lidas. As colônias que apresentarem um crescimento próximo, igual ou superior ao controle (meio YPG 0% de etanol) nos meios 6% e 12% de etanol são consideradas tolerantes. O teste deve ser realizado em duplicata. Teste de tolerância a altas concentrações de glicose Para verificar tolerância a altas concentrações de glicose dos isolados que crescerem em etanol, estes devem primeiramente ser cultivados em meio YPG líquido a 28 °C durante 48 horas. Deve-se adicionar 600 µL de cada inóculo em um poço de um carimbo replicador e, utilizar a técnica de replica-plate, os isolados devem ser plaqueados em placas de Petri contendo meio Agar YPG suplementado com glicose nas concentrações de 30%, 40% e 50%. As placas devem ser incubadas a 28 °C por 72 horas e lidas. As colônias que apresentarem um crescimento próximo, igual ou superior ao controle (meio YPG 2% de glicose) são consideradas tolerantes. Testes morfológicos As leveduras isoladas devem ser caracterizadas quanto às suas características coloniais e celulares. Para caracterização colonial, é levado em conta os seguintes aspectos: cor, forma, margem, elevação e superfície. Para caracterização celular, é feito uma observação em microscópio utilizando a técnica de lâmina a fresco e são consideradas as seguintes características: forma, tamanho e reprodução. Testes de assimilação de fontes de nitrogênio As leveduras devem ser cultivadas como descrito em 4.3 e, com auxílio de uma alça microbiológica, cada isolado deve ser inoculado em água destilada por 24 horas de modo que suas reservas de nitrogênio se esgotem. Em seguida devem ser inoculadas em placas de Petri contendo 1,17% de meio Yeast Carbon Base (YCB) acrescentado de 2% de Agar Difco e da fonte de nitrogênio a ser testada (0,078% de nitrato, 0,064% de etilamina, 0,056% de lisina e 0,078% de creatina). Os isolados devem ser inoculados utilizando-se um carimbo replicador. As placas devem ser deixadas em estufa a 28°C e lidas a cada 7 dias durante três semanas. Os isolados são classificados como positivo (+) aqueles que cresceram, ou seja, são capazes de assimilar a fonte de nitrogênio e como negativos os que não conseguiram crescer. É usado como controle negativo o meio YCB sem nenhuma fonte de nitrogênio e como controle positivo o meio YCB acrescido de 0,5% de peptona. O teste deve serve feito em duplicata. Crescimento em diferentes temperaturas Os isolados que crescerem em meio líquido YPG por 48 horas, 600 µL de amostra devem ser colocados em dois poços do carimbo replicador cada, carimbados em placas contendo Ágar YPG e incubados em estufas a diferentes temperaturas durante 72 horas. Para verificar o efeito da temperatura no crescimento foram empregados 25 °C, 30 °C, 37 °C e 45 °C. O aspecto das colônias a cada temperatura deve ser anotado e comparado. O teste deve ser feito em duplicata. Sequenciamento e identificação molecular Os fragmentos de DNA a serem obtidos são amplificados e sequenciados por uma empresa devidamente credenciada. Os sequenciamentos devem ser comparados com sequências relatadas no GenBank usando o algoritmo "Basic Local Alignment Search Tool (BLAST)" e as leveduras isoladas devem ser identificadas. 4.3 Condução do processo fermentativo da produção da cerveja American Pale Ale com aditivo de cajá Os equipamentos devem ser sanitizados com Iodophor a 12,5 ppm para o preparo. 1) Mostura: essa é a primeira etapa do processo na qual é aquecido a água (em média 2,6 L/Kg de malte) a 66°C e manter durante 90 minutos. Depois elevar a temperatura para 76°C (processo chamado Mash Out) e a manter durante 5 minutos. Posteriormente fazer a lavagem, utilizando 1,5x a quantidade de água inicial mantendo a temperatura a 76°C durante 10 minutos. 2)Recirculação: pela torneira da panela de brassagem retirar um pouco de mosto e retornar para a panela este processo deve ser feito jogando o líquido com a ajuda de uma escumadeira, formando um “chafariz”, repetir por 10-15 minutos, até que se tenha o mosto mais cristalino. 3) Fervura: Ferver esse mosto durante 60 minutos, adicionando os lúpulos, 15 minutos antes do fim da fervura e um para aroma, no fim da fervura. Passados 60 minutos de fervura desligar o fogo e aguardar 5 minutos para fazer whirpool (foi feito um redemoinho com a pá para que o trub (todo o resto de lúpulo/malte/cascas) se concentrem no meio da panela. Aguardar por volta de 5 minutos para os resíduos decantarem. 4) Resfriamento: nesta etapa é resfriado o mosto para ser feita a inoculação do fermento. Com o mosto resfriado em temperatura inferior a 30°C, transferiu-se para o fermentador, deixando o trub no fundo da panela e realizar a inoculação da levedura. A cerveja APA (American Pale Ale) é colocada em um fermentador sem aditivos. 5) Fermentação: assim que inocular o fermento, tampar e deixar fermentando por 10 dias a 19°C. 6) Maturação: após a fermentação: deve retirar o fermento do fermentador, logo após iniciar a maturação por mais 7 dias á 5°C, a geladeira pode ser utilizada neste caso. Na etapa de maturação os fermentadores foram divididos em três fermentadores menorese adicionado a ele a polpa filtrada da fruta cajá, obtida em mercados locais ao sul do Tocantins, em diferentes concentrações: 5%, 15% e 25%. É nesta etapa que adiciona-se a polpa da fruta, para que não interfira tanto no sabor e sim no aroma e coloração da cerveja, 7) Refermentação na garrafa: Pegar o Primming de açúcar invertido (7g de açúcar por litro de cerveja) adicionar no maturador, homogenizar a cerveja, levemente, mexendo, após isso, encher as garrafas de cerveja e enrolhar. Guardar-las por 10 dias a 18°C até formar gás. Após a gaseificação a cerveja está pronta para consumo. Medir valores de brix no início e no final da fermentação para o cálculo da porcentagem alcoólica da cerveja, com auxílio de ferramentas online. 5 RESULTADOS ESPERADOS Com o fim da pesquisa, espera-se uma cerveja fermentada com leveduras extraídas da fruta cajá, com teor alcoólico entre os valores de 6,0 - 6,5 %. Por ter sido adicionada a polpa do cajá somente na maturação espera-se que tenha características marcantes porém sem interferir nas propriedades organolépticas mais importantes da cerveja, como amargor, suavidade e gaseificação. 6 REFERÊNCIAS DINSLAKEN, D. Manual do Cervejeiro Caseiro: um guia completo para iniciantes. 1. ed. Florianópolis, 2016. E-book. 64p. Disponível em: https://concerveja.com.br/manual-cervejeiro-caseiro/. Acesso em 5 dez. 2020. FAGUNDES, D.T.O. et al. Fermentado alcoólico de fruta: uma revisão. 5 Simpósio SAAS: Bento Gonçalves, 2015. FILHO, L.F.Q.T. et al. Avaliação microbiológica da polpa de cajá conservada por métodos combinados. Rev. Inst. Adolfo Lutz. São Paulo, 2010. FREIRE, K.R.L. et al. Aspectos sensoriais de cerveja artesanal produzida com extrato de cajá (Spondias mombin L.). CBCTA.2016. LACHANCE, M. A.; STARMER, W. T. Ecology and yeasts. In: The yeasts: a taxonomic study (Kurtzman, C. P.; Fell, J. W. eds.) 4ed., Elsevier Science Publ. B. V. 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