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Síndrome do Impacto e Bursite do Ombro

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Traumato-ortopedia
Síndrome do Impacto:
Caracteriza um conjunto de alterações que acontecem no complexo do ombro. Essas alterações são causadas por inflamações no complexo que, se não forem tratadas ou forem tratadas incorretamente, acabam gerando alterações nessa articulação.
· Consequências:
O ombro é um complexo de articulações que realiza os movimentos de maior amplitude do corpo todo e, sendo assim, o mais instável. Entretanto, para manter a estabilidade, existem os ligamentos, as bursas, as estruturas ósseas, os tendões e o grupo muscular (manguito rotador). Os músculos mantêm o espaço subacromial. 
· Causas:
· Alterações biomecânicas do acrômio;
· Instabilidade do complexo do ombro;
· Degeneração de estruturas do ombro;
· Inflamações causadas por movimentos repetitivos;
· Fraqueza muscular.
· Alterações biomecânicas do acrômio:
Existem três tipos de acrômio: reto, curvo e enganchado. Dependendo da sua forma, ela pode gerar impactos maiores no manguito rotador, causando inflamações. Quanto mais curvo for o acrômio, maior a probabilidade de ele desenvolver a patologia, assim como menor é o espaço subacromial (caso o acrômio seja do tipo curvo ou enganchado).
· Fases da síndrome do impacto do ombro:
· Fase I: aguda. Quando a patologia está relacionada a uso excessivo do membro superior, também pode existir edema e hemorragia local. Ainda, na fase I a dor cessa com o repouso e muitas vezes não é preciso realizar tratamento ou intervenção.
· Fase II: Nessa fase o processo inflamatório na articulação fica mais evidente. Isso leva à fibrose na Bursa subacromial, que torna-se mais espessa. Devido ao espessamento da Bursa, o espaço subacromial diminui ainda mais, piorando o impacto sobre os tendões. Nessa fase surge a tendinite no manguito rotador.
· Fase III: A fase III é a mais grave. Devido ao impacto excessivo sobre os tendões do manguito rotador, começam a surgir lacerações. Alterações ósseas também surgem nessa fase, outra vez servindo para piorar o quadro.
· Avaliação:
Exames de imagem:
· Ultrassonografia;
· Ressonância nuclear magnética e
· Tomografia.
Avaliação física:
· Limites dos movimentos funcionais;
· Movimentos que mais causam dor ou desconforto;
· Alteração nos movimentos escapulares e
· Grau de força muscular. 
Medidas de tratamento:
· Analgesia;
· Acupuntura;
· Dry needling e
· Crioterapia.
· Ganhar ADM e
· Melhorar a força muscular.
· Musculaturas importantes:
· Serrátil (ajuda a harmonizar o ritmo das escápulas, que normalmente altera);
· Fibras inferiores do trapézio;
· Supraespinhal;
· Peitoral menor e
· Bíceps ( responsável pela flexão e pronação do cotovelo).
Bursite subacromial
· Definição:
Bursite é a denominação da inflamação da bursa (bolsa sinovial). A bursa é uma pequena bolsa cheia de líquido que tem ação amortecedora, diminuindo o atrito entre os músculos, os tendões e os ossos ao redor das articulações.
A bursa se localiza abaixo do acrômio (extremidade superior do osso escápula) e do músculo deltoide, motivo pelo qual ela é chamada de bursa subacromial subdeltoidea. Frequentemente, a bursite está inserida no quadro da síndrome do impacto. 
Tanto a bursite, quanto a síndrome do impacto, podem ser provocados por diversos fatores, incluindo traumas ou movimentos excessivos e repetitivos do ombro, como no caso de jogadores de vôlei, nadadores, golfistas, tenistas, ginastas, praticantes de musculação, pintores, jardineiros, carpinteiros, empregados da limpeza ou qualquer outra atividade profissional que exija movimentos frequentes e repetitivos do ombro. A bursite do ombro também pode ter origem em doenças inflamatórias sistêmicas, tais como a polimialgia reumática, gota, artrite reumatoide, lúpus, atrite psoriásica e esclerodermia.
· Sintomas:
· Dor no ombro, associada à dificuldade para movimentar o braço;
· Agravamento da dor com a realização de movimentos, evoluindo para dor até mesmo durante o repouso;
· Agravamento para a capsulite adesiva, devido a falta de movimentos com o ombro dolorido; 
· Aumento da inflamação, caso não haja tratamento imediato e
· Calcificação da articulação, com o passar do tempo.
· Diagnóstico:
O fisioterapeuta deve realizar alguns testes, movendo o ombro do paciente de diversas formas, tentando identificar quais são os movimentos que causam mais dor. Um outro teste habitualmente utilizado é a injeção de anestésico intra-articular. No caso da bursite ou da síndrome do impacto do ombro, a aplicação de anestésicos alivia a dor e permite que o paciente volte a ter a amplitude normal de movimentos. Já na capsulite adesiva,  o alívio da dor não vem acompanhada do retorno dos movimentos.
A radiografia do ombro não faz o diagnóstico da bursite, mas ajuda a descartar outras possíveis causas de dor no ombro, como lesões nos ossos ou osteoartrose. Se após a completa avaliação clínica ainda haja dúvidas do diagnóstico, o melhor exame de imagem para avaliar a bursa e os tendões é a ressonância magnética do ombro.
· Tratamento:
· Analgesia com crioterapia e repouso;
· Reestabelecimento da força muscular e da ADM do ombro;
· Em último caso, intervenção cirúrgica.
· Prevenção:
· Fortalecimento muscular;
· Alongamento;
· Evitar ou reduzir movimentos repetitivos;
· Boa postura;
· Evitar sobrecarregar o ombro;
· Procurar tratamento ao menor sinal de dor.
Capsulite adesiva
· Definição:
A capsulite adesiva, conhecida popularmente como “ombro congelado”, é um quadro que se caracteriza por limitação dos movimentos e intensa dor no ombro, que pode durar de vários meses até anos. A capsulite adesiva é provocada por uma inflamação da cápsula que reveste a articulação do ombro.
· Surgimento:
O ombro é uma articulação formada por 3 ossos: o úmero (osso do braço), a clavícula e a espátula (também conhecida como omoplata). A extremidade superior do úmero, chamada de cabeça do úmero, tem a forma de um globo e se encaixa na cavidade glenoide, que é uma fossa em formato esférico na lateral da escápula. O encaixe de um osso com extremidade convexa em uma fossa côncava cria uma articulação que permite ao osso mover-se de forma multiaxial, nos possibilitando uma grande amplitude de movimentos.
A articulação do ombro é envolvida pela cápsula articular do ombro, que é uma membrana que ao mesmo tempo cria estabilidade e permite a livre movimentação da articulação.
A capsulite adesiva é uma doença que provoca inflamação, fibrose, espessamento e rigidez da cápsula articular, levando à dor e à impotência funcional do ombro. A cápsula, que normalmente é um tecido elástico, torna-se rígida e bastante dolorosa.
· Causas:
A capsulite adesiva pode estar relacionada a traumas do ombro ou a doenças sistêmicas, que nada têm a ver a articulação do ombro. O ombro congelado também pode ser uma doença idiopática, isto é, um problema que surge sem que possamos identificar uma causa clara. Alguns fatores de risco:
· Idade acima de 50 anos;
· Traumas na região do ombro;
· Imobilização prolongada do braço;
· Cirurgias (não necessariamente do ombro);
· Diabetes mellitus;
· Hipo ou hipertireoidismo;
· Doenças autoimunes;
· Doença de Parkinson;
· AVC e
· Doenças cardiovasculares.
· Sintomas:
Os dois principais sintomas do ombro congelado são a dor e a incapacidade funcional, que é a dificuldade de fazer os movimento habituais do ombro. A capsulite adesiva habitualmente se desenvolve em três fases:
Fase I: fase dolorosa ou inflamatória. O quadro de capsulite adesiva inicia-se com progressiva dor ao movimento, que torna-se muito intensa e causa também gradual perda da capacidade de mover o ombro. Os sintomas agravam-se ao longo de semanas e costumam ser piores à noite. Dura de 2 a 9 meses.
Fase II: fase de congelamento ou rigidez. Após meses de dor, ela começa a reduzir. Por outro lado, a rigidez do ombro torna-se mais intensa, impedindo a sua mobilidade. Nesta fase, que dura de 4 a 12 meses, a incapacidade funcional não está diretamente ligada à dor, o paciente simplesmente não consegue mover o ombro como antigamente porque ele encontra-se rígido ou “congelado”. Levantar obraço, coçar as costas, vestir um casaco ou fechar o sutiã podem se tornar tarefas impossíveis. Nesta fase, a dor só costuma surgir quando o paciente tenta mover o ombro para além do possível.
Fase III: fase de recuperação ou descongelamento. Após mais de 1 ano de dor e incapacidade funcional, o ombro começa a “descongelar”. O paciente vai, aos poucos, retomando a capacidade de mover os ombros de forma ampla e a dor desaparece completamente. Essa fase pode demorar de 5 a 24 meses para ficar completa.
O tempo de evolução da doença varia de caso a caso, mas é muito comum que o ombro congelado atrapalhe as atividades normais da vida do paciente por pelo menos 2 anos. Alguns pacientes podem ficar com sequelas, perdendo de forma definitiva cerca de 15% da mobilidade do ombro.
· Alongamentos como tratamento:
O alongamento é usado como uma manobra terapêutica elaborada para aumentar o comprimento das estruturas dos tecidos moles patologicamente encurtados e, desse modo, ocorre o aumento da ADM. Deve-se realizar, inicialmente, os alongamentos passivos, pois possuem grandes vantagens mecânicas em comparação aos ativos.
Podem ser realizadas várias técnicas de alongamentos, como por exemplo: o alongamento capsular posterior, onde o paciente aduz horizontalmente o braço, cruzando à frente do corpo e, então, utiliza a outra mão para puxar o braço o braço afetado, aumentando a adução horizontal e alongando a cápsula articular anterior. Pode ser relizado também o alongamento com as mãos atrás do dorso, segurando uma toalha com ambas as mãos, com o braço atrás da região glútea; o paciente coloca o outro braço atrás da cabeça e, lentamente, puxa superiormente a toalha com a mão superior, até que sinta o alongamento.
Os exercícios de Codman são realizados para a mobilidade articular do ombro, pois as técnicas de automobilização fazem proveito do uso da gravidade para separar o úmero da cavidade glenoide. Eles ajudam no alivio da dor através de movimentos de leve tração (grau I e II) e dão mobilidade precoce para as estruturas articulares e para o liquido sinovial. À medida que o individuo tolera o alongamento, pode-se introduzir pesos nos punhos, para conseguir uma força de separação articular (Grau III e IV). Os exercícios devem ser realizados com o individuo em pé, em flexão lombar de 90º, sendo realizados no sentido horário, anti-horário, látero-lateral e antero-posterior. A musculatura escapular deve estar totalmente relaxada, com o paciente buscando, progressivamente, alcançar maiores amplitudes.
O exercício de fortalecimento muscular deve ser acrescentado à medida que a amplitude de movimento da articulação glenoumeral estiver aumentado. Evoluindo da posição de decúbito dorsal até a bipedestação, aumentando a atividade de manguito rotador e do deltóide, com os movimentos de abdução em plano escapular, rotação externa e extensão do ombro. 
Os exercícios podem ser aplicados por contrações musculares dinâmicas, como estáticas. Podem ser executados isotonicamente com contrações concêntricas e excêntricas, isometricamente e até mesmo isocineticamente. Deve ser empregado junto à fisioterapia um programa de exercícios domiciliares, onde o paciente é treinado e ilustrado a realizar exercícios autopassivos com movimentos angulares em casa, com a utilização de bastão e roldana no teto e exercícios pendulares. A orientação é dada para que sejam realizados com pouca intensidade, por curtos períodos de tempo e varias vezes ao dia, mediante a um programa de exercícios específicos.
Síndrome do túnel do carpo
· Definição:
Síndrome do túnel do carpo é uma neuropatia resultante da compressão do nervo mediano no canal do carpo, estrutura anatômica que se localiza entre a mão e o antebraço. Através desse túnel rígido, além do nervo mediano, passam os tendões flexores que são revestidos pelo tecido sinovial. Qualquer situação que aumente a pressão dentro do canal provoca compressão do nervo mediano e a síndrome do túnel do carpo.
· Causas:
A causa principal da síndrome do túnel do carpo é a L.E.R. (Lesão do Esforço Repetitivo), gerada por movimentos repetitivos como digitar ou tocar instrumentos musicais. Existem também causas traumáticas (quedas e fraturas), inflamatórias (artrite reumatoide), hormonais e medicamentosas. Tumores também estão entre as possíveis causas da síndrome.
· Fisiopatologia:
A alteração do nervo mediano pela compressão na fase inicial acaba reduzindo os estímulos nervosos para a área distal levando tardiamente a um bloqueio total ou parcial da condução nervosa, podendo causar parestesia e dor no segmento lesionado.
Podem existir dois locais de compressão: um na parte proximal do túnel, gerado pela flexão do punho devido a alteração da espessura da fáscia antebraquial e na região proximal do retináculo dos flexores; e outro, na porção mais estreita, próximo ao hâmulo do hamato. Classifica-se anatomoclinicamente em:
1. Estágio precoce
Na fase inicial apresentando sintomas noturnos, causados pela redistribuição dos fluídos às membranas superiores em supino; pela falta de um mecanismo de bomba muscular que possa contribuir para drenar os fluídos intersticiais no túnel; pela tendência em posicionar o punho em flexão aumentando a pressão no interior do túnel; ou pelo aumento da pressão arterial na segunda metade da noite.
2. Estágio intermediário
Com sintomas noturno e diurno. Apresentando alterações permanentes da microcirculação, com aumento da pressão dos fluídos endoneurais, destruição da bainha de mielina e dos nodos de Ranvier na base de condução saltatória. A bainha de mielina pode demandar semanas a meses e causar sintomas intermitentes e alterações persistentes.
3. Estágio avançado
Apresenta sintomas permanentes, com déficit sensitivo ou motor. Ocorre axoniotmeses com degeneração walleriana no nível dos axônios interrompidos. A recuperação vai depender da regeneração nervosa, podendo levar meses e ser incompleta, conforme o potencial de regeneração axonal do indivíduo, devido à idade, existência de polineuropatia e severidade da compressão.
· Sintomas:
O principal sintoma é a parestesia, uma sensação de formigamento, de dormência, que se manifesta mais à noite e ocorre fundamentalmente na área de enervação do nervo mediano. A evolução da síndrome dificulta manipular estruturas pequenas e executar tarefas simples como pregar um botão, enfiar uma agulha, segurar uma xícara.
· Diagnóstico:
· Teste de Tínel: Percussão cutânea na face palmar do punho no trajeto do nervo mediano, sendo positivo se apresentar parestesia durante a percussão;
· Manobra de Phalen: Apresenta resultado positivo se em uma flexão ativa máxima de punho durante um minuto referir parestesia na distribuição do nervo mediano;
· Teste do Pinçamento: Pinçar um papel com os dedos indicador, médio e polegar enquanto o papel é retirado. Apresenta resultado positivo se houver formigamento ou dormência dentro de um minuto;
· Sinal de Durkan: Realizado ao aplicar pressão sobre o ligamento carpal transverso por um minuto, sendo positivo no caso de parestesia na distribuição do nervo mediano;
· Teste de Provocação Lumbrical: Com o punho neutro manter a mão fechada por 30 a 60 segundos, sendo positivo de houver parestesia;
· Teste do Torniquete: Com o manguito do esfigmomanômetro insuflar ao redor do punho até uma pressão acima da pressão sistólica do paciente mantendo até dois minutos, sendo positivo se houver parestesia;
· Teste de força do Abdutor Curto do Polegar: A fraqueza desse músculo representa o déficit motor mais frequente na síndrome do túnel do carpo. Ao realizar o teste é importante isolar o músculo testado. Outros músculos com envolvimento menos frequentes mas que devem ser examinados são o flexor curto do polegar (flexionando a articulação metacarpofalangeana do polegar) e o oponente do polegar (aduzindo o polegar em direção ao quinto dedo com a polpa digital paralela à região palmar).
· Recomendações:
· Tente evitar atividades que impliquem movimentos de flexo-extensão do punho;
· Lembre-se de que alterações doshormônios da tireoide e doenças como diabetes podem acarretar neuropatias compressivas. Procure o médico se tiver sensação de formigamento nas mãos;
· Mulheres no climatério estão mais sujeitas à síndrome do túnel do carpo, por causa da queda na produção de estrógeno;
· Sente-se corretamente e apóie braços e punhos quando usar o computador. Não se esqueça de que seu uso inadequado é um fator de risco para L.E.R. e a síndrome do túnel do carpo.
· Tratamento:
· Talas de pulso;
· Corticoides;
· Acupuntura;
· Eletroterapia (US, TENS e laser de baixa intensidade);
· Alongamentos (flexores dos dedos e punho);
· Trações;
· Fortalecimento;
· Crioterapia;
· Mobilização neural;
· Técnicas de deslizamento e
· Massoterapia (em caso de dor miofascial).
Tenossinovite de Quervain
· Definição:
É um processo inflamatório dos tendões da base do polegar. Os tendões do punho, ao chegarem à porção final do antebraço, dividem-se em seis túneis, que são chamados de compartimentos. Esses compartimentos têm a função de segurar os tendões perto do osso, dando a direção correta do movimento, aumentando a força e diminuindo o gasto de energia. Os movimentos do dedo ocorrem porque o músculo contrai e o tendão desliza. Esse movimento se faz de forma suave e com pouco atrito. Tanto os tendões, quanto os túneis por onde eles passam, são envoltos por uma membrana, chamada de sinovial (produz o líquido sinovial, que reduz o atrito entre os tecidos).
· Causas:
Não existe uma causa específica; entretanto, movimentos repetitivos podem agravar o estado inflamatório. A irregularidade hormonal feminina durante a menopausa é um dos fatores que podem decorrer a tenossinovite; outros fatores são as doenças sistêmicas, como a artrite reumatoide, a gota e a diabetes.
· Sintomas:
Começam com um desconforto na base do polegar, principalmente ao realizar movimentos laterais do punho com o polegar dobrado. A dor pode ser gradual ou repentina. A área lateral do punho é dolorosa ao ser apalpada. Pode existir um aumento de volume no local, que é resultado do aumento de produção de líquido sinovial. Por se localizar próximo ao rádio e ter a consistência endurecida, algumas vezes esse abaulamento pode ser confundido com um tumor ósseo. Em alguns casos, pode ser percebido ao toque o atrito dos tendões ao se realizar movimentos do punho. 
· Diagnóstico:
Pode ser realizado o Teste de Filkenstein, onde realiza-se uma manobra com o polegar dobrado na palma da mão e se faz um desvio lateral do punho (dobrando para o lado do dedo mínimo). Pacientes com a tenossinovite sentem muito desconforto realizando esse movimento. Caso o acometimento esteja muito avançado, a dor pode irradiar para os cotovelos. Uma ecografia pode ser realizada como exame complementar, já que ela mostrará a compressão do tendão e o processo inflamatório do local. 
Dedo em gatilho
· Definição:
O dedo em gatilho ocorre quando o dedo fica travado em uma posição, devido a inflamação do tendão do dedo, geralmente com uma área redonda e elevada (nódulo) na palma da mão. A inflamação e o edema podem causar dor na região palmar e na base do dedo, especialmente quando o dedo é flexionado e estendido. 
Normalmente, o tendão se move facilmente dentro e fora de sua bainha circundante quando o dedo se estica e flexiona. No caso do dedo em gatilho, o tendão inflamado pode se mover para fora da bainha na flexão do dedo. No entanto, quando um tendão está muito inchado, ele não consegue voltar para dentro da bainha ao se tentar estender o dedo e, assim, o dedo fica travado. Para estender o dedo, a pessoa precisa puxar o dedo para forçar a área inchada para dentro da bainha, causando uma sensação súbita de liberação e estalido similar ao de apertar um gatilho.
· Causas:
A causa do dedo em gatilho é desconhecida. O dedo em gatilho é frequente entre pessoas com artrite reumatoide ou diabetes. O uso repetitivo das mãos (como pode ocorrer ao utilizar tesouras pesadas de jardinagem) torna o desenvolvimento do dedo em gatilho mais propenso.
· Tratamentos:
· Analgesia;
· Injeção de corticosteroide ou
· Cirurgia.
O uso de talas, fontes úmidas de calor e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) pode ajudar pessoas com inchaço e dor. Às vezes, um corticosteroide ou um anestésico local injetado na bainha do tendão, juntamente com a tala, podem oferecer um alívio rápido e seguro da dor e do engatilhamento, embora o efeito seja temporário. A cirurgia é comumente necessária para tratar o dedo em gatilho crônico.
Bursite trocantérica
· Definição:
É uma inflamação da bursa, que é um tecido sinovial localizado na porção lateral do quadril, que serve de proteção entre o músculo lateral da coxa e o ponto mais proeminente do osso do fêmur, chamado de trocânter maior. Esta inflamação resulta em dor na face lateral da coxa muitas vezes com irradiação para nádega e joelho.
· Causas:
A bursite trocantérica muitas vezes é de causa desconhecida, acomete mais mulheres que homens, e pode ser causada por vários fatores, abaixo os mais comuns:
· Contusão desta região resultante de queda sobre o quadril ou traumatismo em algum objeto;
· Pressão prolongada sobre o trocânter maior (deitar sobre o quadril ou ficar muito tempo em mesma posição);
· Sobrecarga mecânica, resultante de atividade física ou de trabalho em excesso;
· Relacionada à outras doenças como artrite reumatóide, gota, psoríase, patologias da tireóide, fibromialgia ou processos infecciosos;
· Cirurgias prévias no quadril e ou coluna, que podem mudar a mecânica dos quadris, e aumentar a possibilidade de piora das dores;
· Formato Ginecoide do quadril (quadril largo – culote), característico das mulheres;
· Alterações hormonais, principalmente após a menopausa nas mulheres, causada por diminuição da lubrificação;
· Quanto maior a idade, maior a predisposição, porem pode acometer qualquer idade.
· Sintomas:
A dor resultante da bursite trocantérica fica localizada na região lateral do quadril e piora com a palpação dessa região, podendo ser tipo pontada, ou queimação. A piora da dor pode ser acentuada ao deitar sobre o quadril acometido, levantar de uma cadeira mais baixa ou sair do carro, corridas principalmente em subidas e descidas, assim como subir ou descer escadas, dentre outras atividades.
· Diagnóstico:
A avaliação e história clínica, costumam ser conclusiva, mas exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico. Os exames utilizados no diagnóstico podem ser radiografias, ecografia (ultrassonografia) e ressonância magnética. Os exames de imagem podem ajudar também na identificação de lesões associadas, como tendinites ou lesão do tendão dos músculos glúteos médio e mínimo, artrose coxo femoral e outras alterações patológicas.
· Tratamento:
Sessões de fisioterapia motora são parte importante do tratamento, onde são realizadas medidas de analgesia, alongamentos e reforço muscular para reequilíbrio da função e musculatura do quadril e coluna quando necessário. A mudança nos hábitos de vida, e conscientização corporal, evitando as atividades que causam dor e aumentando as atividades de alivio, principalmente realizando o alongamento e reequilíbrio postural e muscular, são fundamentais para auxilio no tratamento.
Em casos com dor e inflamação resistentes ao tratamento conservador, o tratamento cirúrgico pode ser necessário, apesar de raramente ser indicado pelo risco de não alivio completo dos sintomas ou recidiva da dor. A cirurgia pode ser aberta ou por via endoscópica (por vídeo) e consta da ressecção da bursa trocantérica, liberação da musculatura da coxa e em alguns casos sutura dos músculos rompidos.
Bursite olecraniana
· Definição:
A bursite olecraniana é definida como a inflamação da bursa que se localiza na ponta do cotovelo, que permite os movimentos de flexão e extensão do cotovelo e evita o atrito durante a realização destes.
· Causas:
Em alguns casos, pode ser causada por um trauma direto, como uma queda com o cotovelo no chão, que pode levar ao sangramento interno da bursa e ao edema da pele. Esse sangramento, quandonão absorvido corretamente pelo corpo, gera a inflamação. As finas paredes da bursa se tornam espessas e inchadas, gerando a bursite. Em outros casos, pode ocorrer por movimentos viciosos, como apoiar-se no cotovelo constantemente. Também pode ocorrer uma simples infecção cutânea, passando para a bursa e causando inflamação. 
· Sintomas:
Dor no cotovelo; dificuldade em se apoiar no cotovelo; ondulações na pele; vermelhidão; inchaço; rubor e pus.
· Diagnóstico:
Um exame clínico realizado por um especialista é o suficiente para o diagnóstico. Entretanto, alguns exames de imagem como radiografias, ultrassonografia e ressonância magnética podem ser solicitadas para outras avaliações.
· Tratamento:
Pode ser feita uma drenagem por punção; repouso e compressas frias; em último caso, realiza-se uma cirurgia. 
Artroplasia de quadril
· Definição:
Na artroplastia total de quadril (também chamada de prótese total do quadril), o osso e a cartilagem lesionados são retirados e substituídos por componentes protéticos.
· A cabeça do fêmur lesionada é retirada e substituída por uma haste metálica, que é colocada no centro oco do fêmur. A haste femoral pode ser fixada no osso por cimentação ou pressão.
· Uma esfera de cerâmica ou de metálica é colocada na parte superior da haste. Ela substitui a cabeça do fêmur lesionada que foi retirada.
· A superfície cartilaginosa lesionada da cavidade (acetábulo) é retirada e substituída por uma cavidade metálica. A cavidade por ser fixada no local correto usando parafusos ou cimento.
· Um espaçador plástico, cerâmico ou metálico é inserido entre a esfera e a cavidade nova para proporcionar uma superfície de contato com o menor atrito possível.
· Causas:
Há vários motivos pelos quais o médico pode recomendar a artroplastia de quadril. As pessoas que se beneficiam com a artroplastia de quadril normalmente apresentam:
· dor no quadril que limita as atividades do dia a dia, como caminhar ou se curvar;
· dor no quadril mesmo durante repouso, de dia ou de noite;
· rigidez no quadril que limita a capacidade de se movimentar ou levantar a perna;
· alívio insuficiente da dor com o uso de anti-inflamatórios, fisioterapia ou aparelhos que auxiliam a caminhar.
· Sintomas:
A causa mais comum de dores crônicas e disfunção no quadril é a artrite. Osteoartrite, artrite reumatoide e artrite traumática são as formas mais comuns dessa doença.
· Osteoartrite. Este é um tipo de artrite que causa desgaste e está relacionado à idade. Normalmente ocorre em pessoas com 50 anos de idade ou mais, frequentemente em indivíduos com histórico de artrite na família. A cartilagem que amortece os ossos do quadril se desgasta. Passa então a haver atrito entre os ossos, o que causa as dores e a rigidez no quadril. A osteoartrite também pode ser causada ou acelerada por pequenas irregularidades no desenvolvimento do quadril na infância.
· Artrite reumatoide. É uma doença autoimune que causa inflamação e espessamento da membrana sinovial. Essa inflamação crônica pode lesionar a cartilagem, causando dores e rigidez. A artrite reumatoide é o tipo mais comum de um grupo de doenças chamado de "artrite inflamatória".
· Artrite pós-traumática. Pode surgir na sequência de uma lesão ou fratura grave do quadril. A lesão da cartilagem causa dores e rigidez no quadril com o passar do tempo.
· Necrose avascular. Uma lesão no quadril, como um deslocamento ou uma fratura, pode limitar a irrigação sanguínea da cabeça do fêmur. Esse quadro é chamado de necrose avascular (também chamada comumente de "osteonecrose"). A falta de sangue pode causar o colapso da superfície do osso, resultando em artrite. A necrose avascular também pode ser causada por algumas doenças.
· Doenças do quadril em crianças. Alguns bebês e crianças têm problemas no quadril. Mesmo que os problemas sejam tratados com sucesso durante a infância, podem vir a causar artrite em fases posteriores da vida. Isso acontece porque o crescimento do quadril pode não ser o normal, o que afeta as superfícies das articulações.
· Anatomia:
O quadril é uma das maiores articulações do corpo. Ele é a articulação entre uma esfera e uma cavidade. A cavidade é formada pelo acetábulo, que é parte da pelve. A esfera é a cabeça do fêmur (osso da coxa), ou a extremidade superior dele.
As superfícies ósseas da esfera e da cavidade são cobertas de cartilagem articular, um tecido macio que amortece as extremidades dos ossos e permite que se movam com facilidade.
Uma membrana fina, chamada de membrana sinovial, reveste a articulação do quadril. Em um quadril sadio, essa membrana produz uma pequena quantidade de um fluido que lubrifica a cartilagem e elimina praticamente todo o atrito durante os movimentos do quadril.
Faixas de tecidos chamadas de ligamentos (cápsula do quadril) conectam a esfera à cavidade e proporcionam a estabilidade da articulação.
· Tratamento:
Caminhadas e atividades leves são importantes para sua recuperação. A maioria dos pacientes submetidos à artroplastia total de quadril começa a ficar de pé e a andar com a ajuda de aparelhos e de um fisioterapeuta no dia seguinte à cirurgia. Em alguns casos, os pacientes começam a ficar de pé e andar no próprio dia da cirurgia. O fisioterapeuta ensinará exercícios específicos para fortalecer o quadril e restaurar os movimentos, para que possa andar e realizar outras atividades comuns do dia a dia.
Artroplasia de joelho
· Definição:
A artroplasia de joelho é a cirurgia de joelho geralmente utilizada para o tratamento da artrose do joelho. A operação consiste na substituição da articulação afetada por um implante em metal e polietileno, a chamada prótese do joelho. Esta é fixa ao osso através de um cimento especial. 
· Anatomia:
O joelho é a maior articulação do corpo, e joelhos saudáveis são necessários para a realização da maioria das atividades do dia a dia. O joelho é formado pela extremidade inferior do osso da coxa (fêmur), pela extremidade superior do osso da canela (tíbia) e pela rótula (patela). As extremidades desses três ossos são cobertas, no ponto em que se encontram, de cartilagem, uma substância lisa que protege os ossos e permite que se movam com facilidade.
Os meniscos estão localizados entre o fêmur e a tíbia. Essas cunhas em formato de C agem como "absorvedores de impacto", amortecendo a articulação.
Grandes ligamentos mantêm o fêmur e a tíbia unidos e conferem estabilidade. Os músculos longos da coxa dão força ao joelho.
E todas as superfícies restantes do joelho são cobertas por uma camada fina, chamada de membrana sinovial. Essa membrana libera um líquido que lubrifica a cartilagem, reduzindo o atrito a praticamente zero em um joelho saudável.
Normalmente, todos esses componentes trabalham em harmonia. Mas as doenças ou as lesões podem quebrar essa harmonia, resultando em dor, fraqueza muscular e redução das funções.
· Descrição do procedimento:
A artroplastia de joelho (também chamada de prótese de joelho) teria um nome mais preciso se fosse chamada de artroplastia "da superfície" do joelho, porque apenas as superfícies dos ossos são efetivamente substituídas. Há quatro etapas básicas no procedimento de artroplastia do joelho.
· Preparação do osso. As superfícies de cartilagem lesionadas nas extremidades do fêmur e da tíbia são retiradas junto com uma pequena porção do osso por baixo delas.
· Posicionamento dos implantes metálicos. A cartilagem e o osso retirados são substituídos por componentes metálicos que recriam a superfície da articulação. Essas partes metálicas podem ser fixadas no osso por cimentação ou pressão.
· Cobertura da patela. A superfície interna da patela (rótula) é cortada e coberta com um disco plástico. Alguns cirurgiões não fazem a cobertura da patela, dependendo do caso.
· Inserção de um espaçador. Um espaçador de plástico cirúrgico é inserido entre os componentes metálicos para criar uma superfície de contato com o menor atrito possível.
· Causas:
A causa mais comum de dores crônicas e disfunção do joelho é a artrite. Embora haja muitos tipos de artrite, a maior partedas dores no joelho é causada por apenas três tipos delas: osteoartrose, artrite reumatoide e artrose pós-traumática.
· Osteoartrose. Este é um tipo de artrite causado pelo desgaste relacionado à idade. Normalmente ocorre em pessoas com 50 anos de idade ou mais, mas também pode ocorrer em pessoas mais jovens. A cartilagem que amortece os ossos do joelho amolece e desgasta-se. Passa então a haver atrito entre os ossos, o que causa as dores e a rigidez no joelho.
· Artrite reumatoide. É uma doença que causa inflamação e espessamento da membrana sinovial que reveste a articulação. Essa inflamação crônica pode lesionar a cartilagem, levando a perda de cartilagem, dores e rigidez. A artrite reumatoide é a forma mais comum de um grupo de doenças chamado de "artrites inflamatórias".
· Artrose pós-traumática. Pode ser a consequência de uma lesão grave do joelho. Fraturas dos ossos do joelho, ou rupturas dos ligamentos do joelho podem lesionar a cartilagem articular com o tempo, causando dores no joelho e limitando suas funções.
Tendinite calcária
· Definição:
A tendinite calcária ou calcárea é um tipo de tendinite de ombro em que há deposição de cálcio (calcificação) no tendão. É uma causa de dor comum nos pacientes ao redor dos 40 anos de idade, sendo mais comum em mulheres. Não tem relação com acidentes ou trauma prévio e não tem relação com outras doenças. No ombro essa calcificação ocorre mais no tendão do supra-espinal, seguido do tendão do infraespinal. Saiba mais sobre a anatomia do ombro.
· Causas:
Não se conhece ao certo qual o mecanismo que gera o depósito de cálcio dentro do tendão. Sabe-se que pode ocorrer uma tendinite prévia, associada a uma diminuição provisória da vascularização do tendão.
· Sintomas:
O depósito de cálcio ocorre lentamente ao longo de meses e pode gerar dor leve ou desconforto, semelhante à uma tendinite leve. Mas subitamente pode ocorrer uma dor muito intensa. Nessa fase há a chamada fase de reabsorção, em que o depósito de cálcio será parcial ou totalmente reabsorvido. Nem todos os pacientes passam por essa fase e a calcificação pode permanecer por período indeterminado dentro do tendão, causando sintomas semelhantes à síndrome do impacto. O diagnóstico é realizado através de radiografias com o ombro em diferentes rotações (interna e externa), mas apenas quando o depósito de cálcio já está formado. A ultrasonografia e a ressonância magnética podem ser necessárias para afastar outras doenças quando a radiografia não demonstra a calcificação.
· Tratamento:
O tratamento varia de acordo com os sintomas e com a fase da calcificação. Na fase de reabsorção, a mais dolorosa, existem diversas opções de tratamento. Analgésicos potentes e anti-inflamatórios são recomendados. Existem opções de infiltrações no ombro, ou seja, injeções com anestésicos locais e corticóide, permitindo alívio mais imediato da dor. Um procedimento de lavagem da região, também conhecido como barbotagem, pode ser indicado pelo médico, com bons resultados no alívio da dor. Nas outras fases o tratamento é semelhante ao da síndrome do impacto e das tendinites, com fisioterapia e medidas preventivas para a síndrome do impacto.
Fascite plantar
· Definição:
Fascite plantar é um processo inflamatório ou degenerativo que afeta a fáscia plantar (também chamada de aponeurose plantar), uma membrana de tecido conjuntivo fibroso e pouco elástico, que recobre a musculatura da sola do pé, desde o osso calcâneo, que garante o formato do calcanhar, até a base dos pés.
· Causas:
A fáscia plantar ajuda a manter a curvatura do pé firme, graças à sua capacidade de amortecer e distribuir o impacto. Ainda não se conhece a causa exata da fascite plantar, mas na maioria dos casos, a dor forte característica do transtorno é provocada pelo estiramento excessivo da fáscia plantar ou pela repetição de microtraumatismos nessa estrutura.
· Diagnóstico:
Num primeiro momento, o diagnóstico de fascite plantar é clínico e leva em conta as particularidades dos sintomas e os fatores de risco. Exames de raio X e ultrassom podem ser úteis para estabelecer o diagnóstico diferencial com esporão do calcâneo, metatarsalgia (dor nos ossos que articulam as falanges dos dedos), tendinite tibial posterior e microfraturas ósseas.
· Tratamento:
O objetivo do tratamento da fascite plantar é reduzir a inflamação, aliviar a dor e habilitar o paciente para assumir suas atividades rotineiras. Grande parte dos portadores de fascite plantar se beneficia com o tratamento conservador, que inclui repouso, aplicação de gelo no local e sessões de fisioterapia para promover o alongamento de estruturas, como a própria fáscia plantar, o tendão de Aquiles e os músculos da panturrilha.
O uso de palmilhas ortopédicas visando à melhor distribuição do peso corpóreo sobre os pés e de órteses noturnas para evitar o encurtamento do arco e manter a fáscia plantar alongada durante a noite são recursos não farmacológicos que podem ser benéficos.
Quando necessário, o tratamento farmacológico inclui a prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides, a aplicação de toxina botulínica e a infiltração com anestésico ou com corticosteroides diretamente na região de maior dor na sola do pé.
A cirurgia para liberação da fáscia plantar só é indicada quando os outros recursos terapêuticos não produzem mais resultados.
Esporão de calcâneo
· Definição:
Calcâneo é o maior osso do pé humano, um dos sete que constituem o tarso, estrutura anatômica e funcional da parte superior do pé, próxima ao tornozelo. É o calcâneo que dá forma ao calcanhar. Sua principal função é oferecer suporte para grande parte do peso corporal, a fim de redistribuí-lo depois por todo o pé, quando a pessoa caminha, salta ou corre. Para tanto, possui uma camada espessa de células queratinizadas, revestida por almofada de tecido gorduroso, que dificulta a desidratação das camadas inferiores da pele e amortece o impacto.
O osso calcâneo está conectado a diversos tendões, ligamentos e à fáscia plantar, membrana de tecido conjuntivo que se estende por toda a sola do pé, desde o calcanhar até a base dos dedos. Por sua vez, o tendão de Aquiles, cordão resistente formado também por tecido conjuntivo fibroso, estabelece a conexão entre o osso calcâneo e os músculos da panturrilha (barriga da perna).
· Causas:
O esporão do calcâneo é resultado do crescimento anormal de um pequeno segmento do osso do calcanhar, que se forma na parte de baixo ou na região posterior desse osso, próximo à inserção do tendão de Aquiles. Essa projeção óssea anômala é causada por microtraumatismos que ocorrem por encurtamento da fáscia plantar ou dos tendões, uma vez que essas estruturas passam a exercer tração excessiva e permanente sobre o periósteo (membrana resistente que recobre a face externa dos ossos) do calcanhar, por longos períodos.
· Sintomas:
Com frequência, o esporão do calcâneo é um problema ortopédico assintomático. Em geral, o portador não apresenta sinais externos de inflamação (inchaço, vermelhidão e calor).
Quando os sintomas se manifestam, a principal queixa costuma ser dor forte na região do calcanhar, que alivia com repouso e intensifica sob esforço. É comum que surja depois de um período de descanso, assim que a pessoa se levanta e apoia o peso do corpo sobre o pé afetado ou, então, depois de ficar em pé, imóvel, por muito tempo, ou após realizar atividades físicas intensas. Nessas situações, a dor chega a ser tão forte que a pessoa não consegue ficar em pé e caminhar.
O esporão do calcâneo pode, ainda, estar associado à dor aguda e penetrante como a de uma facada, quando o centro do calcanhar é pressionado. Importante registrar que, nesses casos, o esporão não é a causa da dor nos pés. Ela é provocada pela inflamação crônica que se instalou nos tecidos ao redor da lesão óssea.
· Diagnóstico:
O diagnóstico leva em conta os dados obtidos no exame clínico e no levantamento da história de vida do paciente.
Embora exames como os de raios X possam não revelar a presença das alterações ósseas própriasdos esporões, se forem discretas, a ressonância magnética é bastante útil para estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também apresentam dor nos pés como um dos sintomas predominantes. Entre elas, vale destacar: gota, artrite reumatoide e a fascite plantar. Especialmente, no que se refere a esta última, é fundamental estabelecer a distinção. A fascite plantar é uma inflamação que acomete a fáscia plantar, membrana que se estende desde o osso calcâneo até os dedos do pé. Já o esporão do calcâneo é uma saliência óssea que se projeta na base ou atrás do osso calcâneo.
Tanto o esporão do calcâneo quanto a fascite plantar podem ocorrer em momentos diferentes, ou simultaneamente.
· Tratamento:
Repouso, compressas de gelo, elevação do membro comprometido são recursos não medicamentosos úteis para controle dos sintomas. Por sua vez, o uso de palmilhas ortopédicas de silicone sob o calcanhar (calcanheiras) é uma medida útil quando o objetivo terapêutico é amortecer o impacto da pisada no solo e diminuir a pressão sobre o esporão. O inconveniente desse tipo de órtese é o aumento da pressão que ela exerce sobre a planta do pé.
A terapia por ondas de choque (ultrassom) já se mostrou eficaz no tratamento dessas lesões.
Fisioterapia, exercícios de alongamento, massagens são medidas bem-vindas no tratamento do esporão do calcâneo. Há casos, porém, em que a indicação por um médico de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios se faz absolutamente necessária. A infiltração local de corticoides só é indicada raramente, quando não houve resposta satisfatória ao tratamento conservador.
Já a cirurgia fica reservada apenas para os quadros graves que exigem a remoção do esporão. Isso ocorre quando as outras opções terapêuticas não alcançaram os resultados esperados e os sintomas continuam incomodando.
Hálux valgo
· Definição:
Sua principal característica é a formação de uma saliência óssea na articulação metatarsofalângea do hálux , ou seja, na base do primeiro metatarso (osso longo que liga os dedos à parte central dos pés). Ela ocorre quando o dedão (ou hálux, de acordo com a nomenclatura médica) sofre um desvio e vai na direção do segundo dedo, ou seja, não se trata de um osso que cresceu.
O joanete aparece não porque uma nova estrutura óssea tenha crescido, mas porque houve um desalinhamento entre os ossos e articulações dos dedos dos pés. Com a evolução do quadro, o dedo maior pode empurrar, sobrepor-se ou colocar-se debaixo dos outros dedos. Como consequência, a distribuição do peso nos pés fica comprometida, o que pode prejudicar várias articulações do corpo.
Embora surjam quase sempre por causa de alterações no hálux, joanetes podem ser provocados pelo desvio do quinto osso metatársico localizado na base do dedo mínimo do pé. Nesse caso, ele se chama joanete de Sastre ou do alfaiate, uma vez que acomete mais esses profissionais.
· Causas:
O joanete é a deformidade óssea mais prevalente nos pés dos adultos, e afeta mais as mulheres que os homens. Em alguns casos, o problema é congênito, ou seja, a criança já nasce com o desvio lateral.
Existem causas genéticas e mecânicas que predispõem para o aparecimento da alteração. Quase sempre, porém, a deformidade é determinada pela confluência de vários fatores de risco, a saber:
· Hereditariedade: Por volta de 60% das pessoas com joanetes têm história familiar do problema;
· Doenças reumáticas pré-existentes: Artrite reumatoide, gota, lúpus;
· Enfermidades neurológicas: AVC, paralisia cerebral, trauma medular etc.;
· Anatomia anormal dos pés: Fragilidade de ligamentos e tendões, pé chato, dedão do pé mais longo que o segundo dedo;
· Sapatos de salto alto, bico fino ou muito apertados: O salto alto projeta o pé para frente, o que prejudica a distribuição do peso corporal. O bico fino favorece a compressão dos dedos, principalmente do dedão e do dedinho. A parte da frente do calçado muito justa é outro fator de risco para o aparecimento dos joanetes.
· Sintomas:
Em alguns casos, os joanetes são assintomáticos. Quando os sintomas se manifestam, os mais comuns são:
· Saliência óssea parecida com um calo na base do dedão;
· Dor, rubor e calor na articulação por causa do processo inflamatório na articulação;
· Formação de calosidades nos dedos comprometidos e na planta dos pés;
· Espessamento da pele na base do dedão;
· Rigidez progressiva do dedo deslocado.
· Diagnóstico:
O diagnóstico leva em conta os sintomas e a avaliação clínica das estruturas ósseas do pé comprometidas pelo joanete. Exames de raios X costumam ser úteis para determinar a gravidade da lesão e orientar a escolha do tratamento.
· Tratamento:
O tratamento conservador não visa à correção da deformidade. A proposta é aliviar os sintomas e impedir a progressão do desvio. Para atingir esses objetivos, a primeira medida é trocar os sapatos apertados e duros por outros mais folgados e macios, sem salto ou com salto baixo. O bico deve ser arredondado ou quadrado para acomodar melhor os dedos e diminuir o atrito nas zonas de pressão.
Outros recursos terapêuticos são a utilização de protetores ortopédicos sobre a área deformada da articulação e de separadores entre os artelhos para manter o dedão afastado do segundo dedo. Em geral, não há evidências de que eles melhorem joanetes já instalados, mas podem ajudar a evitar que piore. Quando e se necessário, o médico pode prescrever medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
Há casos mais graves que exigem solução cirúrgica. Existem mais de cem técnicas diferentes que permitem corrigir a deformidade, a fim de restaurar as funções perdidas e eliminar os sintomas dolorosos. A técnica percutânea, por exemplo, permite que o procedimento seja realizado em ambiente ambulatorial através de pequenos orifícios por onde são introduzidos os instrumentos para corrigir a deformidade.
Com as técnicas atuais, geralmente o paciente pode apoiar o calcanhar para caminhar já no dia seguinte. Contudo, deve andar somente o absolutamente necessário para evitar inflamações. Ainda assim, pode haver um pouco de dor e inchaço por até um ano após o procedimento. Além disso, o paciente não deve usar calçados fechados nos 40 dias seguintes à cirurgia.

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