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AULA 1 - GESTÃO ATUARIAL

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AULA 1: Aspectos Conceituais e Históricos da Ciência Atuarial. 
Análise do papel do atuário e suas possíveis áreas de atuação 
• Introdução 
o Estamos iniciando a disciplina de Legislação e Gestão 
Atuarial, para isto, nesta aula você irá realizar o seu 
primeiro contato com a disciplina, assim sendo, 
primeiramente, vamos falar sobre o que é a Ciência 
Atuarial, como ela evoluiu e seus princípios. 
o Nesta aula, você irá reconhecer como foi a evolução da 
atuária no Brasil, o papel do atuário e as suas áreas de 
atuação. 
o Você irá compreender o quanto esta ciência está 
relacionada com o seu cotidiano e com o seu curso. De 
antemão, antecipamos que ter conhecimentos na área 
de atuária é um diferencial na sua carreira profissional! 
• Objetivos 
o Reconhecer o conceito de ciência atuarial, sua origem 
e evolução no mundo e no Brasil; 
o Identificar os Princípios das Ciências Atuariais; 
o Compreender as funções de um atuário e suas 
possíveis áreas de atuação. 
 
Ciências Atuariais: origem e evolução da atuária 
A atuária é a ciência que se preocupa com a identificação, 
medição e gerenciamento de riscos e divide-se nos ramos vida 
e não vida. Iremos considerar, nesta disciplina, o 
termo risco como a possibilidade de perda ou dano. Ao finalizar 
esta aula você perceberá o quanto a atuária está envolvida em 
nosso cotidiano, das entidades e de um país. 
 
Para iniciar nossos estudos sobre a Ciência Atuarial e 
compreendermos melhor a sua relevância é oportuno entender 
sua origem e evolução. 
Em se tratando de origem, Souza (2007), afirma que a Ciência 
Atuarial teve seu marco embrionário na Roma antiga, época do 
Império Romano, pois, neste período, os romanos já se 
preocupavam em registrar os nascimentos e as mortes em 
algumas regiões dos seus domínios. 
Na Roma antiga, Ulpianus elaborou a primeira tábua de 
mortalidade, com dados originados das contribuições para o 
enterro, em que os jovens pagavam a mesma quantia que os 
velhos. (GARCIA, 2016) 
Muitos séculos foram decorridos, até que se firmasse a 
Matemática Financeira e, posteriormente, a Matemática 
Estatística que são elementos essenciais à Ciência Atuarial. 
Garcia (2016) cita que os estudos que levam à Ciência Atuarial 
vêm de 1657, quando o filósofo e matemático francês Blaise 
Pascal (1623-1662) dedicou-se ao estudo dos problemas das 
chances e deu base à matéria das Probabilidades. Procurado por 
jogadores a respeito das chances de se ganhar ou de se perder 
em uma disputa de jogo, Pascal determinou o princípio da 
relação do número de casos prováveis para o número de casos 
possíveis, assim definido: 
 
Os cálculos atuariais são auxiliados por Tábuas de Mortalidade, 
onde consta todo o comportamento de uma população estudada. 
(GARCIA, 2016) 
John Graunt (1620-1674) um comerciante inglês, foi o primeiro a 
projetar um exemplo de aplicação do método estatístico em 1662, 
um passo enorme para o seguro de vida! John Graunt também foi 
o cientista a tentar construir a primeira tábua de mortalidade. Ao 
longo de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados 
referentes à mortalidade de pessoas, mas faleceu sem concluir 
seu trabalho. (GARCIA, 2016) 
 
Edmond Halley (1656-1742), astrônomo que descobriu o cometa 
que leva seu nome, construiu a primeira Tábua de Sobrevivência 
chamada Breslaw Table, em 1693, mostrando como as estatísticas 
podiam ser usadas para calcular o valor das anuidades vitalícias. 
 
Halley conseguiu finalizar a Tábua quando identificou qual foi o 
problema. que Graunt teve, após não conseguir finalizar seu 
trabalho. Graunt tentou construir uma Tábua de Mortalidade, em 
Londres, cidade que era a hegemonia econômica na época. Sua 
localização portuária contribuía e muito para a imigração, 
mudando todo o perfil da população estudada 
Com isso, Halley escolheu uma cidadezinha chamada Breslaw, 
na Polônia, localizada bem ao centro da Europa e, portanto, sem 
grandes impactos na alteração de sua população (GARCIA, 
2016). 
O nascimento oficial da Ciência Atuarial é datado em 1762, com a 
criação da Equitable Society, em Londres, lançando a pedra 
fundamental do Seguro de Vida Moderno, comercializando planos 
com tarifas de prêmios nivelados com prazos de contrato de 
longa duração. (GARCIA, 2016); (SOUZA, 2007) 
 
O nome atuário surgiu com a fundação dessa companhia inglesa, 
assim, a palavra começou a ser difundida para descrever todos 
os que eram peritos em problemas envolvendo probabilidades de 
vida. 
A Matemática atuarial também nasceu com criação da Equitable 
Society, como uma matemática aplicada. A intenção era criar 
uma nova forma de se calcular o valor das rendas, visto que ela 
veio de uma crise financeira provocada pelo insucesso das 
operações deficitárias das rendas vitalícias. 
 
Segundo Souza (2007), em uma linguagem bastante simplista, 
poderíamos dizer que os cálculos atuariais combinam os 
princípios da Estatística com a Matemática Financeira. 
 
Entenda o que são Tábuas de Mortalidade ou 
Biométricas 
 
Souza (2007) conceitua as Tábuas de Mortalidade (ou Tábuas 
Biométricas) como aquelas que calculam a probabilidade de 
morte de uma população a cada idade. Essas tábuas são 
instrumentos essenciais para os seguros de vida e os planos de 
previdência. 
Probabilidade de uma criança não completar 1 ano 
 
As seguradoras operantes, no Brasil, para precificar os seguros 
de vida e os seus planos de previdência, utilizavam a série de 
tábuas Annuity Table (AT) e outras similares, que são 
referenciadas na expectativa de vida dos norte-americanos. 
(OLIVEIRA et al, 2010) 
 
Existem mais de 80 Tábuas de Mortalidade de vários países, 
como a AT (Annuity Table) dos EUA, as CSO provindas da 
Alemanha, a GKM provinda da Inglaterra etc. 
 
Entre as tábuas AT, as existentes são: AT 49, AT-55, AT-71, AT-
83, a AT-2000 e AT 2010. 
A numeração indica o ano em que essa tábua foi elaborada e, 
após um determinado tempo, essas tábuas são atualizadas, para 
acompanhar a expectativa de vida da população. A expectativa 
de vida em 1949 era menor do que em 2000, devido à evolução 
da Medicina e às condições de segurança e sanitárias. (SOUZA, 
2007) 
O aumento da expectativa de vida de uma pessoa representa um 
tempo maior dessa pessoa recebendo benefício, assim que ela 
se aposentar. Com isso, essa pessoa precisa contribuir por mais 
tempo ou com um valor maior, para manter o equilíbrio financeiro 
e atuarial. 
Nos Estados Unidos, a quantidade de pessoas que tinha 100 
anos de idade, em 1940, era de 4 mil. Em 1997, o número 
passou de 61.000. 
Conforme Oliveira et al (2012), a tábua, denominada Experiência 
do Mercado Segurador Brasileiro, BR-EMS, consiste em quatro 
variantes abrangendo as coberturas de sobrevivência e 
mortalidade, masculina e feminina. 
As variantes foram denominadas BR-EMSsb-v.2010-m, BR-
EMSsb-v.2010-f, BR-EMSmtv.2010-m e BR-EMSmt-v.2010-f, 
onde sb denota a cobertura de 
sobrevivência, mt mortalidade, m masculino e f feminino. 
A Susep adotou as tábuas BR-EMS como padrão (standard) para 
o mercado segurador brasileiro. (Circular Susep nº 402 de 
18.03.2010) Estas tábuas foram atualizadas em 2015. 
 
Definição de Ciências Atuariais 
 
A Ciência Atuarial aplica técnicas específicas a análises de 
riscos, definindo valores de prêmio para o pagamento de 
indenização de patrimônios ou custeamento de serviços, que 
possam causar prejuízos econômicos no futuro, mesclando 
métodos de Matemática, Economia e principalmente Estatística. 
É uma ciência importantíssima na precificação (dar preço) de 
planos de seguro, saúde, previdência e capitalização. (GARCIA, 
2016) 
Segundo Hurtado (2014), a Ciência Atuarial pode ser aplicada 
se: 
A perda ou o dano pode ser economicamente dimensionado. 
Possibilidade pode ser medida ou estimada por um modelo 
probabilístico. 
Aquele sob risco deseja evitar, mitigar ou reduzir o risco. 
 
Os princípios das Ciências Atuariais 
 
O primeiro é o princípio do mutualismo, que seria a repartição de 
um dano entre um grupode indivíduos. Segundo Henon, citado 
por Brasil (1985, p. 174), é mais fácil suportar coletivamente as 
consequências danosas de acontecimentos individuais do que 
deixar o indivíduo só e isolado, às voltas com tais consequências. 
O segundo e mais importante é o princípio básico das Ciências 
Atuariais que é manter o equilíbrio financeiro e atuarial de um 
plano que envolva risco. 
Vejamos... 
O equilíbrio financeiro e atuarial é o equilíbrio entre receitas e 
despesas, ou seja, todo dinheiro que uma companhia de seguros 
ou uma entidade de previdência pode gastar com benefícios, 
precisa ser igual a todo o dinheiro que ela vai arrecadar de 
contribuição. Em seguros, o equilibro financeiro e atuarial seria, o 
valor do prêmio que o segurado paga, igual ao valor do sinistro 
que ele pode acarretar. Nas instituições em que o atuário pode 
atuar, o equilíbrio financeiro e atuarial consiste em: 
PREVIDÊNCIA- CONTRIBUIÇÕES = BENEFÍCIOS 
SEGURO - PRÊMIO = SINISTRO 
PLANO DE SAÚDE - MENSALIDADE = DESPESA MÉDICO-
HOSPITALAR 
CAPITALIZAÇÃO - CONTRIBUIÇÕES = SORTEIO 
 
Os princípios presentes nas atividades atuariais de 
acordo com o Comitê de Pronunciamentos Atuariais 
 
Segundo os preceitos técnicos presentes, nas atividades 
atuariais, são estes os princípios que devem nortear a sua 
atuação profissional: 
 
• DO RISCO: É o evento ou a condição incerta, cuja 
ocorrência se dá em qualquer momento futuro, 
independentemente de vontade das partes, que causa 
consequências financeiras. A incerteza é condição 
necessária, porém não suficiente para a avaliação do 
risco. Logo, todo o objeto ou serviço, tais como: coisa, 
pessoa, bem, responsabilidade, obrigação, garantia ou 
direito, estão sujeitos a um fato futuro e incerto, ou de 
data incerta, sendo que a principal atividade do atuário 
é analisar e quantificar esses riscos. 
 
• DA ALEATORIEDADE: A possibilidade de algo ocorrer 
ou não é um dos elementos essenciais da Ciência 
Atuarial. A noção de aleatoriedade baseia-se na 
experiência dos jogos de azar. Esse termo é utilizado 
para exprimir quebra de ordem, propósito ou 
imprevisibilidade. A natureza aleatória do contrato 
advém de sua própria função econômico-social, cujo 
risco dos envolvidos dependerá de fatos futuros e 
incertos, os quais devem independer da vontade das 
partes. 
 
• DO MUTUALISMO: Princípio fundamental que constitui 
a base de toda operação de seguro. O mutualismo na 
atividade atuarial nasce da convergência de duas 
virtudes cardeais da humanidade: boa fé e 
solidariedade. A credibilidade da palavra do segurado, 
ao declarar suas condições pessoais na contratação 
e/ou adesão, e do segurador, ao prometer proteção, é 
pilar essencial para a atividade de seguro, haja vista 
que as partes repartem entre si o preço da proteção ao 
patrimônio, às rendas, à vida ou à saúde, em face da 
imprevisibilidade do risco. O mutualismo, por conceito, 
é a associação entre membros de um grupo no qual 
suas contribuições são utilizadas para propor e garantir 
benefícios aos seus participantes, portanto está 
relacionado à união de esforços de muitos em favor 
aleatório de alguns elementos do grupo. 
 
 
• DA LEI DOS GRANDES NÚMEROS: Princípio geral das 
ciências de observação, segundo o qual a frequência de 
determinados acontecimentos tende a se estabilizar 
cada vez mais, a partir de certo número de observações 
e à medida que aumenta o número de casos análogos 
observados, aproximando-se dos valores esperados 
pela teoria das probabilidades. O número de 
observações necessárias será maior nos casos de 
eventos com baixa probabilidade de ocorrência, como 
também no caso de eventos de alta probabilidade de 
ocorrência. A Lei dos Grandes Números existe em duas 
versões que tratam de convergências de tipos distintos: 
a Lei Fraca e a Lei Forte. A primeira aborda uma 
convergência em probabilidade e a segunda em uma 
convergência quase certa. 
 
• DA EQUIPROBABILIDADE: Indica que os 
acontecimentos têm a mesma probabilidade quando 
não há razão para se presumir que um deles deva 
acontecer preferencialmente ao outro, isto é, quando se 
trata das mesmas características. 
 
• DA CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS: Consiste no 
agrupamento referente ao objeto do seguro, sob o 
aspecto físico ou moral, no qual o risco deverá ser 
incluído com o propósito de tarifação pelo atuário. Está 
relacionado com o princípio da equiprobabilidade, o 
qual corresponde à característica de similaridade que 
um conjunto de riscos apresenta, relacionada ao tipo, à 
natureza, ao valor ou ao objeto a ser segurado. 
 
• DA MENSURAÇÃO DO RISCO: Consiste na aplicação da 
teoria das probabilidades e/ou outras técnicas 
disponíveis, pela qual o atuário vai prever e mensurar 
os indicadores de ocorrência de eventos, segundo o 
nível observado de exposição ao risco, o qual refere-se 
a quaisquer objetos, pessoas ou interesses seguráveis, 
diante da maior ou menor possibilidade de 
materialização futura do mesmo. 
 
• DA ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO DO RISCO: 
Conjunto de técnicas que tem por objetivo atingir o 
correto dimensionamento dos riscos, sob a ótica 
atuarial, definindo o tipo de tratamento a ser aplicado 
com vistas à sua mitigação, assegurando padrões de 
segurança econômico-financeira, com fins específicos 
de preservar a liquidez, a solvência e o equilíbrio do 
segurador. Trata-se do processo de formular 
metodologias que permitam ao atuário medir, de forma 
mais apurada, o valor médio esperado e sua variância 
ou sua distribuição de probabilidade, bem como de 
gerir o risco de determinados acontecimentos de uma 
carteira. Tal processo deve passar por algumas etapas, 
como: 
• identificar o risco, 
• avaliá-lo, 
• selecionar a técnica mais adequada para administrá-
lo, 
• implementar a ação de sua gestão e 
• manter a permanente revisão do mesmo. 
A adequação das decisões ligadas à administração do 
risco, pelo atuário, deve ser julgada à luz dos dados e 
das informações disponíveis na ocasião em que 
serviram de base para a tomada de decisão. 
 
• DA PULVERIZAÇÃO DO RISCO: É reflexo do 
gerenciamento do risco pelo atuário, ligado à política de 
subscrição, onde parte deste risco é repassada a 
terceiros, nas modalidades de resseguro, cosseguro e 
outras técnicas legalmente disponíveis, tendo como 
principais objetivos a sua mitigação e o princípio da 
prudência sob a ótica atuarial. 
 
• DA PRESERVAÇÃO DO PODER AQUISITIVO NO TEMPO 
(VALOR MONETÁRIO): Determina a observação dos 
efeitos da oscilação natural do poder aquisitivo da 
moeda vinculada a planos, provisões ou outros itens do 
trabalho do atuário, de cujos reflexos devem ser 
aplicados ou reconhecidos nos respectivos cálculos, 
avaliações, pareceres e/ou análises técnicas atinentes, 
observado o princípio da materialidade e relevância. 
 
• DOS PARÂMETROS REALISTAS: É o uso de variáveis 
estatísticas, atuariais, demográficas, financeiras e 
econômicas que possam influenciar no resultado do 
trabalho elaborado pelo atuário, tais como: tábuas 
biométricas, estudos estatísticos, probabilidades, taxas 
de juros e de desconto dentre outros. Os parâmetros 
realistas são aqueles que não representam excesso de 
conservadorismo ou de otimismo, levando-se em 
consideração a probabilidade da ocorrência de 
oscilações destes parâmetros, cujos reflexos possam 
agravar os riscos futuros e comprometerem a 
solvência. 
 
• DA SOLVÊNCIA E CONTINUIDADE DAS OPERAÇÕES : 
Pressupõe a continuidade da operação no futuro e, 
portanto, a mensuração e a apresentação dos 
resultados e análises atuariais devem levar em conta 
esta circunstância, primando pela liquidez e solvência, 
atinente aos aspectos técnicos. 
• DA PRUDÊNCIA: Pressupõe o emprego de certo grau 
de precaução no exercício da interpretação técnica 
necessária ao processo de mensuração do risco pelo 
atuário, no sentido de preservar a capacidade de 
solvência ou buscar o equilíbrio dos compromissos 
futuros. 
 
• DA CONSISTÊNCIA: O atuário, antes da elaboração do 
estudo a que se propõe, deveverificar a coerência da 
metodologia aplicada e a consistência dos dados, 
informações e parâmetros que lhe forem fornecidos 
pelo interessado responsável pela informação. 
 
• DA COMPETÊNCIA DO RISCO: Prevê que o atuário 
observe em suas análises e demais inferências 
atuariais, que os efeitos das transações e de outros 
eventos relacionados, sejam reconhecidos nos 
períodos a que se referem, independentemente do 
recebimento (receita) ou pagamento (despesa), 
observado o Princípio da Materialidade e Relevância. 
 
• DA MATERIALIDADE E RELEVÂNCIA: O atuário deve 
elaborar seu trabalho com base na materialidade dos 
valores envolvidos, cujos parâmetros e os indicadores 
devem ser por ele mensurados, observando-se os 
demais princípios atuariais em vigor, assim como a 
relevância dos valores envolvidos frente ao volume de 
provisões técnicas, indicadores de liquidez e de 
solvência ou outros valores que o atuário possa 
observar no contexto técnico, econômico e financeiro 
envolvido. 
 
• DA SEGREGAÇÃO PATRIMONIAL: Pressupõe que o 
atuário proceda a seu trabalho com base na 
identificação, na avaliação e na segregação entre o 
patrimônio dos planos ou carteiras, em relação ao 
respectivo equilíbrio atuarial. 
 
O atuário 
Segundo Ramos (2003), a palavra atuário vem do 
latim actuarius e significa o senhor das atas. Na época do Império 
Romano, era o atuário o escriba responsável por construir as atas 
do Senado. 
Garcia (2016) discorre que a função do atuário era: 
• Preparar os discursos pronunciados no Senado e o 
responsável em registrar os atos do mesmo; 
• Fazer a contabilidade de todas as mercadorias que entravam 
e saíam do Império de Roma; 
• Fazer o cálculo do montante das colheitas e o recolhimento 
dos impostos; 
• Cronista dos feitos de guerra; 
• Tabelião (notário público que reconhece assinatura, faz 
escritura e outros documentos); 
• Agrimensor (especialista em medição de terras). 
 
Antes que fossem estabelecidos os fundamentos científicos da 
atuária, tiveram início operações de seguros de vida e incêndio, 
porém, por falta de técnicas, eram tão fragilizadas, a ponto de ser 
comum a falência das empresas em pouco tempo de atuação. 
Já entre os séculos XVI e XVII, os ingleses mencionavam o 
atuário como um funcionário da contabilidade encarregado de 
efetuar os cálculos financeiros. Esses problemas enfrentados 
pelas companhias de seguro passaram a interessar matemáticos 
que dedicaram ao estudo e à compilação de óbitos e da 
ocorrência de doenças. 
 
Estes matemáticos foram chamados então de atuários. (RAMOS, 
2003, p. 7) 
A partir daí, circunstâncias naturais fizeram com que o termo 
atuário fosse fixado como uma das profissões dentro das 
atividades do seguro de vida. 
Atualmente, com um amplo campo de trabalho, o atuário é 
considerado uma profissão de futuro, onde suas 
especialidades são as mais diversas. 
Na literatura, é comum definir o atuário como o profissional 
academicamente capacitado para solucionar, definir e analisar 
negócios complexos e problemas sociais. Compete a ele, 
elaborar planos técnicos e avaliar as reservas matemáticas das 
empresas privadas de seguros, de planos de saúde, de 
capitalização, das instituições de previdência social e privada, 
das associações ou caixas mutuarias de pecúlios ou sorteios e 
dos órgãos oficiais de seguros e resseguros. Somente o atuário 
pode assinar, como responsável técnico, os balanços dessas 
mesmas empresas quando publicados. (GARCIA, 2016) 
Para a BeAnActuary (2016, online), um atuário aplica modelos 
matemáticos a problemas de seguros e finanças. Para ser mais 
específico, os atuários melhoram os processos de tomada de 
decisão financeira, por meio do desenvolvimento de modelos que 
avaliam impactos financeiros decorrentes de eventos futuros e 
incertos. 
É o atuário o responsável, também, em determinar e tarifar os 
prêmios de seguros, de capitalização, podendo, estender alguns 
casos especiais e pela análise atuarial dos lucros dos seguros e 
da maneira que serão distribuídos entre os segurados e os 
portadores de títulos de capitalização. (SOUZA, 2007) 
Ainda, é o responsável pelas perícias e emissão de pareceres 
sobre auditoria e perícias técnicas atuariais envolvendo assuntos 
de sua exclusiva competência. 
Neste sentido, dois documentos destacam-se: 
A avaliação atuarial, onde são estudados os aspectos 
quantitativos e qualitativos relativos ao ativo e ao passivo do 
plano. 
O parecer atuarial, no qual o atuário aprova ou não a situação de 
solvência econômico-financeira da entidade, identifica as falhas 
encontradas e os motivos que as originaram e propõe soluções 
para as mesmas. (GARCIA, 2016) 
 
É obrigatória a consultoria do atuário em áreas como: direção, 
gerência, administração, fiscalização, orientação e elaboração 
das atividades e normas técnicas e ordens de serviço de algumas 
empresas de ramos de seguro, financiamento e capitalização, 
das instituições de previdência social e privada e de outros 
órgãos oficiais de seguros, resseguros, planos de saúde e 
investimentos. 
Essas atribuições são regulamentadas pelo art. 5º do Projeto 
de Lei n.º 602/99. 
Mas, o que é um atuário? Segundo o art. 1º, do Decreto-Lei nº 
806 de 1.969, o atuário é o técnico especializado em matemática 
superior que atua, de modo geral, no mercado econômico-
financeiro, promovendo pesquisas e estabelecendo planos e 
políticas de investimentos e amortizações e, em seguro privado e 
social, calculando probabilidades de eventos, avaliando riscos e 
fixando prêmios, indenizações, benefícios e reservas 
matemáticas. 
Segundo Souza (2007, p.132), entre as áreas de conhecimento 
importantes para a formação do atuário, estão, Estatística, 
Informática, Demografia, Contabilidade, Economia, Administração 
e Direito. 
 
 
O atuário no Brasil 
A profissão atuarial teve início no século passado, cujo primeiro 
expoente foi o brasileiro Antônio Felix de Faria Albernaz (1866-
1954), engenheiro e inspetor de seguros, que muito batalhou 
para o desenvolvimento da técnica atuarial, da Ciência Atuarial, 
da profissão de atuário, da formação de atuários e da criação de 
uma instituição científica atuarial em nosso país. 
A regulamentação desta profissão só foi possível após a criação 
do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), fundado em 1944, na 
cidade do Rio de Janeiro. Ela tem por objetivos o incentivo à 
pesquisa, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da ciência e da 
tecnologia dos diversos fatos econômicos, financeiros e 
biométricos. 
Até 1953, a profissão de atuário era exercida, em sua grande 
maioria, por contabilistas, que possuíam autorização do IBA para 
exercer a função. No mesmo ano, criaram-se Faculdades de 
Ciências Atuariais no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. 
Em 1970, o profissional atuário é regulamentando de acordo com 
o Decreto n.º 66.408, de 03 de abril de 1970. 
 
Art. 3º - A profissão de Atuário será exercida: 
 
I . Nas entidades que se ocupem de atividades próprias do 
campo da atuária, em repartições federais, estaduais ou 
municipais, entidades estatais, sociedades de economia mista ou 
sociedade de refinanciamentos, de desenvolvimento ou 
investimentos e de associações ou caixas mutuarias de pecúlios. 
 
II . Nas entidades públicas, privadas ou mistas, cujas atividades, 
não se relacionando com as de que trata o item anterior, 
envolvam questões do campo de conhecimento atuarial 
profissional, relativos a levantamentos e trabalhos atuariais. 
 
III . Nas faculdades de ensino superior oficial ou reconhecidas 
que mantenham cadeiras de atuária ou matérias afins. 
 
Campo de atuação dos atuários 
 
Basicamente, o atuário atua em: 
Companhias de seguros. 
Planos de saúde. 
Entidades de previdência aberta com e sem fins lucrativos. 
Fundos de pensões. 
Instituições de previdência social (RPPS). 
Instituições financeiras. 
Empresas de capitalização. 
Órgãos oficiais de previdência (municipal, estadual e federal). 
Órgãos de fiscalização. 
Perícia técnica-atuarial,atuando em processos judiciais que 
envolvem o cálculo atuarial. 
Auditoria atuarial. 
 
Por que estudar atuária no curso de Ciências 
Contábeis? 
 
• MOTIVO 1: EXIGÊNCIA CURRICULAR: Atualmente, no 
Brasil, o ensino superior em Ciências Contábeis está 
submetido à Resolução CNE/CES nº 10/2004, que 
estabelece as diretrizes curriculares, determinando que os 
cursos de graduação deverão contemplar conteúdos que 
revelem o conhecimento do cenário econômico e financeiro, 
nacional e internacional, incluindo as noções em atividades 
atuariais. 
• MOTIVO 2: DIFERENCIAL DO MERCADO: Conhecimento 
atuarial para um contador é um diferencial, visto o rápido 
crescimento dos mercados de seguros e de previdência, 
bem como a possibilidade de uma carreira promissora 
nestas áreas. Como por exemplo, no âmbito dos fundos de 
pensão vem se sobressaindo desde a última década no 
Brasil, e que profissionais de áreas correlatadas à atuária, 
como é o caso da Contabilidade, precisam deter alguns 
conhecimentos específicos de atuária para que possam 
atuar neste mercado, isto porque os conhecimentos gerais 
desta área são insuficientes para atuação neste segmento 
tão cheio de peculiaridades. 
 
Exercícios 
Questão 1: As tábuas de mortalidade constituem ferramentas 
essenciais na determinação de hipóteses demográficas em uma 
avaliação atuarial de previdência. A primeira tábua de 
mortalidade foi elaborada pelos: 
a) Romanos 
b) Gregos 
c) Fenícios 
d) Egípcios resposta: A 
Questão 2: Analise as afirmativas como verdadeiras ou falsas: 
 
I. Refere-se ao campo de atuação do profissional de Ciências 
Atuariais: seguradoras, operadores de plano de saúde, entidades 
de previdência privada, instituições de previdência social, fundos 
de pensões e em produtos de capitalização. 
 
II. As tábuas de mortalidade são instrumentos fundamentais para 
a ciência atuarial, visto que servem de base para precificar os 
seguros de vida e os planos de previdência. 
 
III. A gestão atuarial possui um campo de aplicação limitado a 
seguradoras, previdência e planos de saúde, sendo fundamental 
para gestão de riscos de perda. 
 
IV. O atuário necessita de conhecimentos contábeis e o contador 
necessita de conhecimentos da Ciência Atuarial. 
 
V. O contador já assumiu o papel do atuário nas entidades, 
contudo o CFC proibiu a atuação do contador nesta área.Estão 
corretas: 
a) Todas as alternativas. 
b) Nenhuma alternativa. 
c) Somente I e II. 
d) I, II, III e IV. 
e) I, II e III resposta: D 
Corrigir 
Questão 3: Podemos afirmar que a Ciência Atuarial está 
relacionada com, EXCETO: 
a) Matemática Financeira e Matemática Estatística. 
b) Estudo de probabilidades. 
c) Ramos de vida e não vida. 
d) Gestão de riscos. 
e) Desequilíbrio financeiro. Resposta E 
Questão 4: São considerados princípios da Ciência Atuarial: 
a) Insolvência e descontinuidade de operações. 
b) Eventos certos e equilíbrio Financeiro. 
c) Mutualismo e equilíbrio financeiro e atuarial. 
d) Concentração de riscos e mutualismo. 
e) Descontinuidade de operações e mutualismo. Resposta: C 
Questão 5: A consultoria do atuário em áreas como: direção, 
gerência, administração, fiscalização, orientação e elaboração 
das atividades e normas técnicas e ordens de serviço de algumas 
empresas de ramos de seguro, financiamento e capitalização, 
das instituições de previdência social e privada e de outros 
órgãos oficiais de seguros, resseguros, planos de saúde e 
investimentos, é: 
a) Facultativa em todas as situações citadas. 
b) Obrigatória em todas as situações citadas. 
c) Parcialmente obrigatória. 
d) Obrigatória somente para previdência social e privada. 
e) Facultativa em caso de seguros. Resposta: B

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