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Livro SE EU SOUBESSE

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Prévia do material em texto

CARLOS SIQUEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
2 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D7 EDITORA 
CAMPINAS 
2020 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
4 
 
 
Copyright ©2020 – Delvacyr Costa 
 
Todos os direitos autorais reservados: 
É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, 
por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito. 
 
Capa: Suellen Siqueira 
Revisão: Alvacyr Costa 
Diagramação: Carlos Siqueira 
Editor Gráfico: Augusto Balbino 
Impressão Gráfica: D7 Editora - Brasil 
Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 
1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009. 
_____________________________________________________________ 
 
COSTA, Delvacyr 
Se eu soubesse 
1ª Edição: Maio 2020 
Campinas/SP 
 
ISBN: 
Classificação: Testemunhos/Ministério/Relacionamento 
_____________________________________________________________ 
 
Facebook: Delvacyr Costa 
E-mail: prdelvacyr@hotmail.com 
Contato: (45) 99912.0113 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
5 
 
 
 
 
 
 
A meu pai, Alvacyr Costa. Meu primeiro pastor, 
o homem que me batizou em 16 de abril de 1977. Me 
ensinou os primeiros passos fisicamente, na vida cristã 
e no ministério. Um pastor como poucos, com um co-
ração de pastor e sempre com "cheiro de ovelha" em 
suas vestes. Obrigado meu paistor. 
A meu saudoso amigo Roberval Andrade. Um 
homem calejado pela vida e ministério que me acolheu 
e foi meu mentor, meu amigo, meu modelo. Com ele 
sempre me senti o "moço do homem de Deus". Seu 
legado é imenso e sua falta sentida por todos os que 
tiveram o privilégio de serem pastoreados por ti. Até a 
eternidade amigo! 
 
 
Delvacyr Costa 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
6 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
7 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Prefácio............................................................................11 
Introdução........................................................................13 
Equilíbrio emocional........................................................15 
Administrar a espera........................................................16 
Experiência relacional......................................................17 
Dicas para o jovem pastor................................................19 
Ministério e vida pessoal.................................................21 
Gostaria de ter sabido.......................................................22 
Ter um conselheiro..........................................................23 
Nunca é tarde para mudanças..........................................24 
Aprendendo o que Deus quer ensinar..............................26 
Três coisas que fariam diferença no meu ministério.......28 
O Magnânimo ministério da Palavra...............................30 
Intercomunicação.............................................................31 
Não ser ordenado solteiro................................................32 
Família é prioridade.........................................................34 
Demorei me entregar ao chamado...................................35 
Lidar com as incompreensões..........................................36 
Ministério o trinômio.......................................................37 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
8 
 
Administração Eclesiástica..............................................38 
O reino de Deus é maior..................................................39 
Mentoreamento................................................................40 
Não se isole para evitar decepções...................................41 
Tornando-se visível e compreensível...............................43 
Escrever um novo futuro..................................................45 
Dividir as cargas..............................................................46 
Políticas e interesses pessoais..........................................47 
Menos legalista e mais misericordioso............................50 
Amor e sofrimento...........................................................52 
Formação de líderes.........................................................54 
Prudência..........................................................................55 
Mulher sábia, tesouro de Deus.........................................56 
Discipulado programado..................................................59 
Questões que enfrentei.....................................................60 
Instituição valoriza resultados e não pessoas...................64 
Dramas pessoais...............................................................65 
Igrejas são todas iguais....................................................66 
Grito por socorro..............................................................67 
Ter um mentor..................................................................69 
Surpresas desanimadoras.................................................73 
Administrando o tempo....................................................75 
Conceito e Reino de Deus................................................76 
Facilidade de informações...............................................77 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
9 
 
Estruturas e tradições nas Igrejas as engessam................79 
Aproximar-se de cada irmão............................................81 
Os atos falam mais alto....................................................82 
Pastor tem ciúmes do outro..............................................83 
Quem muda as pessoas é o Espírito Santo.......................85 
Nunca serei eu, sempre será Deus....................................87 
Pastores cuidam de ovelhas, não de pastores...................88 
Conclusão.........................................................................90 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
10 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
11 
 
 
 
PREFÁCIO 
 
 
Se eu soubesse...! 
Essa é talvez a maior de todas as reclamações da 
vida de um ministro do evangelho. Se eu soubesse, não se 
trata apenas de um aglutinado de relatos sobre a vida pas-
toral; mas, sim, um rasgar da alma, e isso de uma forma 
muito sincera e responsável. 
A sinceridade dos relatos de “Se Eu Soubesse”, 
ultrapassa qualquer teoria a respeito de ministério pasto-
ral, por mais ortodoxa que seja, pois, se trata da abertura 
do coração, da alma, de gente que se deu por completo a 
causa do evangelho. Ainda assim, os mesmos não deixam 
de ser, em momento algum, de tamanha responsabilidade, 
uma vez que auxiliam na preparação daqueles que alme-
jam o episcopado. 
Dessa forma sinto-me imensamente grato a Deus 
pela vida e sensibilidade do meu querido amigo e mestre 
Delvacyr Costa, que teve iluminação do Espírito Santo, 
para na junção de todo esse material, junto com o profes-
sor e Psicanalista Max Amadeus, desenvolver essa obra de 
tamanha relevância para esses dias de esfriamento espiri-
tual e deserção ministerial. 
Leia! Mas leia em espírito de oração, crendo que 
Deus ainda chama homens e mulheres para seu grandioso 
exército. 
Pr. Jhonnatham Matos. 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
12 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
13 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Meu amigo Max Amadeus emprestou-me um livro 
intitulado: Ah! Se eu soubesse! O livro pretendia reunir 
depoimentos de empresários, empreendedores e CEO’s 
bem-sucedidos, com mais de 25 anos de carreira, que de-
veriam responder uma pergunta: O que eu gostaria de ter 
sabido 25 anos atrás, que teria feito diferença ou mudado 
minha trajetória. A leitura foi uma completa decepção. 
Com duas ou três exceções, os entrevistados simplesmentenão conseguiram responder à pergunta. Falaram de tudo 
um pouco, “viajaram na maionese”, mas não alcançaram 
sucesso em responder objetivamente à indagação. Foi um 
livro que eu não gostei de ter lido. Max também não gos-
tou. Mas, o livro me despertou para conversar com pasto-
res com mais de vinte anos de ministério fazendo a mesma 
pergunta: O que eu gostaria de ter sabido, no início do 
meu ministério, que teria feito a diferença. E foi o que fiz. 
O primeiro contato foi com um pastor, conhecido de 
muitos anos, que considerava, e ainda o considero, meu 
amigo. Liguei para ele e lhe fiz a pergunta. Sua resposta 
me deixou pasmo. “Não vou falar nada. Não sei qual sua 
intenção. Provavelmente você irá usar isso para me expor 
diante de colegas e denominação. Estou fora”. Fiquei mui-
to chateado, mas segui em frente. 
SE EU SOUBESSE, tem como objetivo ajudar vo-
cacionados, jovens aspirantes ao ministério, seminaristas e 
pastores em início de caminhada ministerial. Normalmen-
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
14 
 
te o vocacionado desenvolve uma visão romântica do pas-
torado, alimenta uma expectativa ilusória e otimista, e 
quando os problemas surgem, quando a realidade nua e 
crua bate à sua porta, ele fatalmente se pergunta: “Por que 
ninguém me falou isso antes?”, e lamenta: “Se eu soubes-
se!” 
Com uma única exceção, entrevistei pastores com 
20 anos ou mais de ministério pastoral. Com uma única 
exceção (não publicada nesse livro) os pastores responde-
ram à pergunta feita de forma objetiva. 
SE EU SOUBESSE é o livro que eu gostaria de ter 
lido. São homens de Deus, experimentados, calejados, 
vividos e muitos deles sofridos, abrindo seus corações e 
confessando coisas que não sabiam (mas gostariam de ter 
sabido) quando iniciaram sua jornada ministerial. Algu-
mas respostas são simples, quase óbvias. Outras me sur-
preenderam. Com muitas tive que concordar: “Também 
gostaria de ter sabido isso”. Outras me fizeram sorrir sozi-
nho. Algumas provocaram surpresa: “O quê? Ele passou 
por isso? Não creio!” Todas me fizeram refletir e chegar à 
conclusão que SE EU SOUBESSE, realmente, é um livro 
que eu gostaria de ter lido em 1980, quando me tornei 
consciente de meu chamado ministerial. 
Você pode ler! E espero que, a partir dessa leitura, 
você saiba de verdades, fatos e situações – que serão rea-
lidade em sua caminhada pastoral – que ainda não sabe. 
Delvacyr Costa. 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
15 
 
 
 
EQUILÍBRIO EMOCIONAL 
 
 
Ah! Seu eu soubesse ou se alguém me dissesse que 
"O ministério pastoral" NÃO se limitava apenas em... 
Visitar os membros em suas casas e hospitais, em 
pregar, discipular, orar pelos enfermos, ajudar nas neces-
sidades das pessoas, evangelizar, fazer missões, organizar 
ministérios, agendar trabalhos específicos, celebrar casa-
mento, funeral, batismo, apresentação de crianças, lidar 
com liderança, representar a igreja juridicamente, etc. 
E ainda EXIGE que eu atue como psicólogo, tera-
peuta, gestor administrativo, conselheiro de jovens, casais 
e famílias, mediador de conflitos, etc. Confesso que pen-
saria muito antes de aceitar assumir uma igreja. 
Acredito que se alguém NÃO tiver o chamado e a 
vocação para atuar no ministério pastoral e não demons-
trar EQUILÍBRIO EMOCIONAL para saber lidar com 
os conflitos interiores, dificilmente suportará os dissabo-
res e aflições do ministério, podendo até ir ao extremo do 
suicídio, causado pelo estresse, opressão e depressão. 
Carlos Siqueira 
Igreja Batista Independente 
26 anos de ministério pastoral 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
16 
 
 
 
ADMINISTRAR A ESPERA 
 
 
Se admitirmos que estamos em constante aprendiza-
do, isso equivale afirmar também que, antes eu sabia me-
nos, e assim estava menos preparado para enfrentar a vida, 
o que explicaria erros que poderiam ser evitados. Isso se 
aplica também no ministério pastoral. Sem pretender 
compartilhar ou confessar algo especificamente, embora 
tenha cometido erros, desejo sublinhar aqui a importância 
da espera. Falo da espera que se contrapõe a precipitação; 
que se distingue da procrastinação. Teoricamente devo 
dizer que não ignorava a importância da espera, meu pro-
blema era saber administra-la. Saber esperar é algo que 
hoje tenho buscado exercitar. Não era assim antes. Nem 
tudo eu devia ter respondido em seguida; nem tudo eu 
devia ter me lançado imediatamente para executar. Eu 
podia ter esperado mais. E no tempo da espera podia ter 
orado mais ao meu Deus e ouvir a sua voz. Se eu soubesse 
esperar não teria magoado alguém e não teria sofrido tam-
bém. Havia nestas oportunidades uma espécie de vaidade 
na prontidão da resposta, ou da ação, travestida de espiri-
tualidade, servindo para mim de agente de pressão, sufo-
cando a espera e me expondo, quase sempre, ao erro. Se 
alguém me perguntasse: e hoje, você sabe administrar a 
espera? A minha resposta é: Estou no trajeto... 
Pr. Mario Antônio Ambrósio Oreste 
Batista Independente 
23 anos de Ministério Pastoral 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
17 
 
 
 
EXPERIÊNCIA RELACIONAL 
 
 
Uma das coisas que eu gostaria de ter sabido é que a 
experiência pastoral é uma experiência relacional; ela 
não é administrativa, nem essa figura que se tornou quase 
um absoluto que o pastor é um Líder, um Executivo, um 
CEO. Isso está esmagando o pastorado. Esse modelo ame-
ricano que nos é imposto é falido e não bíblico. Pastorado 
está ligado ao relacionamento, é algo relacional, e não 
empresarial e administrativo. Essas expressões não se en-
contram na Bíblia; você encontra pastores cuidando de 
rebanho, pai que cuida de uma família, e isso muda toda a 
perspectiva de nossa relação com a igreja. Talvez seja isso 
que esteja desgastando alguns pastores, angustiando, a 
ponto de desesperarem, saber que pesa sobre os ombros 
deles a empresa que eles dirigem, a cobrança do sucesso. 
Igreja é um rebanho, não é uma empresa; ela é uma famí-
lia. Quando entendo isso sai de mim um grande peso ad-
ministrativo. Somos um pai que não quer jamais perder 
um filho, que ama incondicionalmente sua família, um 
pastor que, até o último instante, da ovelha que se perdeu, 
que se machucou. Hoje se perdeu isso, o modelo, a ideia é 
que se saiu um, vem dez, vem vinte; isso é uma coisa mui-
to empresarial. Nós perdemos um cliente, mas está aí 
aberta uma nova carteira de clientela. 
Gostaria também de ter sabido que o pastorado deve 
ser da família para a igreja e não da igreja para a família. 
Olhando esses trinta anos de pastorado, me parece que 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
18 
 
pastoreei da igreja para a família. O pastor tem que saber 
que a Bíblia ensina que só quem pastoreia bem a própria 
família está apto para pastorear a igreja. Essa é a maneira 
bíblica, só está apto a pastorear a igreja quem tem um re-
lacionamento saudável, abundante com a família. Hoje eu 
faria tudo diferente, partiria da minha família, pastoreando 
a minha família, cuidando muito mais da minha família, e 
a igreja nessa escala de prioridades ficaria em segundo 
lugar. 
Outra coisa que eu gostaria de ter sabido é em rela-
ção às pessoas feridas na igreja. O pastor tem que ser um 
homem sarado, curado. Gostaria de ter sabido isso. Cada 
pessoa que o pastor não perdoou no passado, não se rela-
cionou bem no passado, é um percentual a menos em seu 
ministério. Isso significa que cada vez que o pastor encon-
tra na igreja pessoas que se parecem com alguém do seu 
passado que não foi tratado, não foi curado, não foi resol-
vido, ele tende a transferir isso para essas pessoas. Quanto 
mais você é tratado, quanto mais você é curado, mais você 
poderá ter a atitude de Jesus na cruz ou de Estevão ao pe-
dir: Não lhes impute esse pecado. 
José Darling Negreiros 
Igreja Batista Nacional 
30 anos de ministériopastoral. 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
19 
 
 
 
DICAS PARA O JOVEM PASTOR 
 
 
Um jovem pastor me telefonou e me pediu que lhe 
desse algumas dicas sobre o que aprendi quando era um 
jovem pastor. Escrevi quatro dicas para o jovem pastor: 
1. Todo pastor assiste a um desfile. 
Eu me entristecia muito com o entra e sai da Igreja. 
Especialmente me entristecia quando algumas pessoas 
sobre quem eu dedicava tempo deixava a igreja. Comecei 
a compreender que Deus coloca e tira pessoas em nossa 
vida para nos fazer crescer e amadurecer! Desta forma 
crescemos no nosso caráter e desenvolvemos melhores 
maneiras de servir ao Senhor e a Igreja. O mais importan-
te que aprendi ao longo dos anos, porém, foi confiar que é 
Deus quem traz e leva pessoas. ...e o Senhor acrescentava 
dia a dia os que iam sendo salvos. 
2. As pessoas que mais exigem são as que menos servem. 
Iniciei o trabalho pastoral acreditando que as pesso-
as que mais serviam seriam aquelas que mais exigiriam de 
mim. Não demorou muito para perceber que, quem mais 
exigia, servia o mínimo e cobrava no máximo. Quando 
compreendi isso, as críticas e cobranças, ganharam outro 
significado. Quem fazia a crítica ou a observação passou a 
ser mais importante que a própria critica. Lembre-se sem-
pre é o Senhor que nos defende! Mostre a vida de Cristo 
na sua vida! Não sou quem vive; Cristo vive em Mim! 
(Paulo, o Apostolo). 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
20 
 
3. Você verá comportamentos horríveis. 
Seres humanos reagem mal às verdades do evange-
lho. Quanto mais verdades do evangelho você pregar, 
mais reações terríveis poderão vir contra você. Lembre-se 
– se que as reações mais horríveis, apesar de não expres-
sas, existem também dentro de nós, pastores! A medida 
que fui pregando comecei a perceber que ninguém ao ser 
ferido pela verdade do evangelho deixa de por ela ser cu-
rado. 
4. Somos insubstituíveis em casa, não na igreja. 
No começo eu ingenuamente pensava que era in-
substituível. A medida que fui convivendo com a Igreja e 
amadurecendo os relacionamentos, fui percebendo que eu 
não era o primeiro pastor da Igreja, muitos outros vieram 
antes de mim. Também compreendi que eu não seria o 
último. Espero que você não queira ser o último pastor da 
sua Igreja! Se na igreja era assim em casa era muito dife-
rente. Minha esposa tem um único e insubstituível marido, 
meus filhos tem um único e insubstituível pai. Não deve-
ria ser o pastor que todos queriam e querem que eu seja, 
mas deveria ser o pai, marido e o pastor que Deus quer 
que eu seja! Não se ganha nada em se ter uma grande igre-
ja e perder a família. Quando perdemos a família, você 
perde, a igreja perde, o evangelho perde, o Reino perde! 
Naamã Mendes 
Igreja Presbiteriana Independente 
26 anos de pastorado 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
21 
 
 
 
MINISTÉRIO E VIDA PESSOAL 
 
 
A coisa que eu mais gostaria de ter sabido é a ques-
tão de divisão e administração do tempo, no tocante ao 
ministério e vida pessoal. Gostaria de ter aprendido, no 
início do meu ministério, a dar mais valor a mim mesmo, 
ao meu tempo. A gente se dedica tanto ao ministério que 
acaba esquecendo de si mesmo. Se eu estiver bem, a igreja 
estará bem, sadia, saudável. Ninguém ensina isso. Me 
ensinaram que eu tenho que me entregar, me sacrificar, 
me crucificar pela igreja, ser um tipo de Cristo. E isso não 
leva a nada. Se eu estiver bem, minha família estará bem, 
minha igreja estará bem. Gostaria de ter aprendido isso 
mais cedo. 
Josué Correa de Oliveira 
Projeto Cristo Para as Nações 
25 anos de pastorado. 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
22 
 
 
 
GOSTARIA DE TER SABIDO 
 
 
Gostaria de ter sabido como lidar com situações de 
conflitos desesperados entre casais. Como falar em meio a 
tantas discussões acaloradas. 
Gostaria de ter sabido como enfrentar a morte em 
meio a tanto desespero de membros da igreja. 
Gostaria de ter sabido como agir com membros 
acostumados com o pastor anterior. 
Sim! Gostaria de ter sabido como tomar decisões di-
fíceis com tantas questões em jogo, inclusive alusivas à 
minha própria fé. 
Poderia ser diferente quando soubesse o que fazer 
nos dias em que o dinheiro não vinha e a resposta de Deus 
não era imediata. 
Leonel Santos 
Batista Independente 
20 anos de ministério, 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
23 
 
 
 
TER UM CONSELHEIRO 
 
 
Eu queria ter tido um conselheiro que me desse a 
consciência profunda, ampla e sem reservas no que se 
refere a real diferença entre igreja-instituição e Igreja 
Corpo de Cristo. 
Se hoje o significado sobre "Corpo de Cristo" está 
fragilizado pelo excesso de teorias nos discursos dos púl-
pitos, isto se deve a usurpação da primazia da Igreja Cor-
po. Portanto... Não basta ser de Cristo; tem que ter o pas-
saporte de alguma instituição para ir ao céu. Nesse gros-
seiro equívoco histórico se fortaleceu a igreja-instituição 
que fortaleceu interesses de poder, interesses financeiros e 
interesses pela vaidade da grandeza do poder sistêmico 
das instituições. Não seria o caso de anular a membresia 
da igreja local. Entretanto, a Igreja Corpo de Cristo não 
pode ser banida para um discurso teórico, vazio e sem a 
prática essencialmente necessária, ensinada pelo apóstolo 
Paulo em sua carta aos crentes em Corinto. 
Judson Santos 
Assembléia de Deus 
31 anos de ministério 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
24 
 
 
 
NUNCA É TARDE PARA MUDAR 
 
 
Como diz a música de Dolores Duram, "Se eu sou-
besse naquele (s) dia (s) o que sei agora..." 
Ah se eu soubesse, passaria mais tempo me relacio-
nando intimamente com Deus e menos tempo preparando 
sermões e estudos para ministrar a igreja. Pregaria mais a 
Mensagem do Reino, ao invés de me deter tanto em outros 
temas. Faria mais amigos ao invés de procurar por mais 
membros. 
Não teria gabinete pastoral ou um escritório para 
atendimentos, minha casa seria mais aberta, os lugares 
comuns seriam minha mesa e a cidade seria minha con-
gregação. Começaria a igreja em pequenos grupos para 
um pastoreamento mais eficaz e treinaria mais líderes para 
multiplicar a igreja. 
Se eu soubesse, seria mais pai e menos pastor, mais 
amigo e menos líder, mais aberto ao mover de Deus e me-
nos apegado às tradições da "religião". 
Se eu soubesse, não me preocuparia copiar o suces-
so dos outros, ou a aprovação das pessoas, ou ser alguém 
que realmente não sou para agradá-las. 
Se eu soubesse, desde o início, buscaria somente 
minha identidade em Cristo e abandonaria a busca de per-
sonagens criados pelas demandas da vida. 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
25 
 
Se eu soubesse, teria sorrido mais, brincado mais, 
teria mais tempo com minha família e praticado mais es-
portes, sem me preocupar com as críticas, ou me sentir 
culpado por viver assim. 
Mas nunca é tarde para mudanças, e elas já co-
meçaram há alguns anos na minha vida! 
Pr. Cleverson Carlos Recke 
Comunidade Evangélica das Nações 
Foz do Iguaçu. 
30 anos no pastorado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
26 
 
 
 
APRENDENDO O QUE DEUS QUER 
ENSINAR 
 
 
A experiência realmente faz muita diferença no nos-
so ministério atual. É curioso como a experiência traz tan-
to conhecimento. No início do nosso ministério, logo de-
pois de sairmos do seminário, achamos que sabemos mui-
to, usamos a nossa força, conhecimento acadêmico e habi-
lidades. Tentamos de tudo para ver o nosso ministério ter 
êxito. Entretanto, vamos ver que algumas coisas vão fun-
cionar e outras não. Com o passar do tempo, vamos 
aprendendo outras coisas que nem o seminário, e nin-
guém, nos ensinou antes, vamos aprendendo o que Deus 
quer ensinar para nós a cada etapa da nossa vida pessoal 
e ministerial.Hoje, depois de 30 anos de ministério, não posso ga-
rantir que os meus conhecimentos acadêmicos e habilida-
des sejam eficazes e tampouco que a minha experiência 
possa influir muito no êxito ministerial, pois Deus é sobe-
rano e o que vale não é nem a força sem experiência e 
tampouco a experiência sem a habilidade da juventude. O 
que conta mesmo é andar com Deus, em oração, em co-
munhão, com Ele, e dessa maneira vamos percebendo que 
o próprio irá assim dirigindo os nossos passos, orientando 
a nossa vida, ensinando a como edificar para o Reino con-
forme a vontade dEle. 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
27 
 
Tem muita coisa que eu fiz de errado no início do 
meu ministério, mas as minhas tentativas, os meus erros, a 
minha ignorância foi muito útil para conseguir os êxitos 
naquela época, pois de tanto tentar, sempre algumas coisas 
acabavam dando certo. 
Hoje não tentaria muita coisa, mas, certamente, não 
teria a experiência que tenho hoje. Penso que toda etapa 
da nossa vida acaba sendo ser importante. Para dar um 
exemplo prático, antes eu queria liderar na minha força, 
nos meus conhecimentos e se as pessoas demorassem 
muito em responder, eu simplesmente não as esperava e 
saia na frente, mas acabava ficando sozinho. Hoje eu pen-
so que toda aquela impetuosidade da minha juventude foi 
um grande erro, pois, saber esperar e ter paciência traz 
uma riqueza muito grande para o nosso ministério e um 
valioso amadurecimento para a nossa liderança, e ter que 
andar um pouco mais devagar não significa necessaria-
mente que vamos chegar atrasados em algum lugar, e, 
além disto, os liderados poderão ser ministrados de manei-
ra mais eficaz, darão passos em conjunto, trazendo assim 
mais consistência no ministério de cada um, além de per-
mitir o crescimento e a edificação do corpo de Cristo." 
Milton Campos 
 Missionário da CIBI em Bolonha, Itália 
30 anos de ministério 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
28 
 
 
 
TRÊS COISAS QUE FARIAM 
DIFERENÇA NO MEU MINISTÉRIO 
 
 
O que eu gostaria de ter sabido no início do meu 
ministério, que teria feito diferença? 
Creio que responderia essa pergunta levando em 
consideração três coisas: 
1. Ministério e Família 
Eu gostaria de ter recebido instruções claras sobre 
como eu deveria conduzir minha família. Um jovem vo-
cacionado vai para o seminário e se encontra despreparado 
quanto ao que se espera dele como esposo e pai. Tive que 
aprender muitas coisas no velho e desgastado método de 
erros e acertos. Tive pouca orientação a respeito desse 
assunto tão importante para o ministério pastoral. Agrade-
ço pelo pouco que tive, mas acho que os seminários deve-
riam insistir mais nesses assuntos. 
2. Ministério e vida pessoal 
Hoje eu reconheço que fui impetuoso e precipitado 
em minha excessiva dedicação à igreja. No seminário 
aprendemos a dar a vida pelo ministério. Aprendemos 
muito pouco sobre cuidar de nós mesmo. Reconheço que 
deveria ter cuidado mais de mim. Não por capricho, mas 
por necessidade. A saúde física e mental do pastor é um 
dos mais importantes bens que ele possui. Tive experiên-
cias de estafa física e mental que poderiam ter sido evita-
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
29 
 
das se eu tivesse sido ensinado a cuidar mais de mim, en-
quanto cuidava dos outros. 
3. Ministério e parceiros ministeriais 
No começo do ministério eu andei muito sozinho. 
Tinha colegas de ministério e não parceiros. Os colegas 
são aqueles que você reconhece como iguais, mas com os 
quais você não compartilha suas lutas, angústias e frustra-
ções. Já os parceiros são amigos que exercem a mesma 
função pastoral e nos ajudam a reconhecer que somos 
incapazes de andar sozinhos. Louvo a Deus porque ulti-
mamente eu tenho tido parceiros preciosos na caminhada 
pastoral. Os jovens vocacionados devem ser instruídos a 
valorizar os parceiros. Formar laços profundos com os 
amigos de seminário e manter esses vínculos por muitos 
anos. 
Marcos Henrique de Araújo 
Igreja Evangélica Holiness 
25 anos de ministério 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
30 
 
 
 
O MAGNÂNIMO MINISTÉRIO 
DA PALAVRA 
 
 
Se eu soubesse que o ministério da palavra, como 
apascentador, fosse tão magnânimo, não teria investido 
tanto tempo da minha vida na área secular. Desde a minha 
juventude os jovens brincavam comigo me chamando de 
pastorzinho e, no meu entendimento, era um gesto de ca-
rinho. Na igreja muitas irmãs idosas me diziam: "O irmão 
é quem deveria ser o pastor". Prontamente respondia: mas 
o pastor é ele! Alguns obreiros me incentivavam para o 
ministério, mas eu dizia: Deus me chamou para ser repa-
rador de roturas. Com isso fui entender o propósito do 
meu chamado aos 38 anos e hoje já se passaram 28 anos 
de militância. Não concordo que a vida pastoral seja um 
fardo, mas sim, uma dádiva esplendorosa para um imper-
feito, que ensina a outros imperfeitos, sobre aquele que é 
perfeito, para o aperfeiçoamento de muitos. Se eu soubes-
se, quando mais novo, que ajudaria a muitos a entenderem 
o reino de Deus, sem dúvidas já teria mais de 40 anos de 
vida eclesiástica. O Sumo Pastor que me chamou, também 
me capacita e me sustenta desde o primeiro momento. Era 
profissional de vendas e após ser aceito pelo Senhor da 
seara, nunca mais vendi, nem material evangélico, e nunca 
passei privações, pois, tudo quanto sou, posso ou tenho, 
vem das mãos do Grande Eu Sou. 
Lúcio Ladislau da Conceição 
Igreja Batista Independente 
28 anos de pastorado 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
31 
 
 
 
INTERCOMUNICAÇÃO 
 
 
O que eu gostaria de saber antes de entrar para o 
ministério: "Como ajudar os irmãos na intercomunica-
ção". 
Considerando que é um dos maiores problemas den-
tro da igreja, dado que temos uma grande variedade de 
temperamentos, refletidos no caráter de cada cristão. Esta 
preparação é essencial para exercer um ministério eficien-
te, podendo assim ajudar cada pessoa salva a amadurecer 
espiritualmente, tanto como pessoa, formando em si mes-
mo o caráter de Cristo. Tendo resultados importantes para 
ajudar na formação de um futuro ministro sólido, sem 
desequilíbrios em seu estado emocional e, em muitos ca-
sos, desistindo ou deixando o ministério. Também instruir 
a igreja nesta área é evitar divisões, uma vez que muitas 
delas são situações resolvíveis. Tendo uma maturidade de 
caráter, como servo de Deus, meu ministério é de grande 
importância na vida de cada membro da igreja. A grande 
diferença seria um servo dependente de Deus e não de 
circunstâncias, o que afetaria meu ego e me desencorajaria 
e levaria a uma grande crise de depressão. A outra grande 
diferença seria formar uma igreja madura, aprendendo a 
ter seu temperamento sob o governo do Espírito Santo. 
Rodolfo Cabrera 
Comunidade Cristã Evangélica (Argentina) 
34 anos de pastorado 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
32 
 
 
 
NÃO SER ORDENADO SOLTEIRO 
 
 
Em primeiro lugar eu não mais aceitaria ser orde-
nado solteiro, baseado na minha experiência de pastor 
solteiro e em 1 Tm 3.2-6. E com base no mesmo texto, 
especialmente o verso 6, não aceitaria a ordenação numa 
idade jovem, embora a palavra "neófito" aí possa estar-se 
referindo a novato na fé. Também a palavra "presbítero" 
(ancião) nos deixa claro que se trata de uma pessoa já com 
idade madura. Em Israel havia o conselho de anciãos cu-
jos membros deveriam ser casados. Na Igreja Cristã, além 
dos apóstolos havia um conselho de anciãos, At 15.2-6,23; 
16.4. Em Éfeso também havia esse conselho, At 20.17-28. 
Os presbíteros (anciãos) eram eleitos em cada nova igreja, 
At 14.23; Tt 1.5. Mais tarde, quando a evangelização 
avança para o mundo grego (gentios), os presbíteros tam-
bém passam a ser chamados de bispos (superintendentes), 
Fl 1.1; compare os versos 5 e 7, Tito capítulo 1. 
Outro argumentopara não ordenação de jovens é 
que, de acordo com minha experiência, o jovem que as-
sume uma Igreja, quer transformá-la numa Igreja que ele 
idealiza. Eu, logo que assumi uma igreja, já comecei a 
fazer limpeza no rol de membros, sem conhecer as pesso-
as e sem trabalhar com elas. Tinha a ideia de uma igreja 
terrena pura. Tenho notado que os jovens entram em uma 
igreja e já querem modificar tudo; depois saem e vem ou-
tro que faz o mesmo. Assim as igrejas vão passando por 
metamorfose. O que eu entendo é que o permanente é a 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
33 
 
igreja enquanto que os pastores são passageiros. Não digo 
que não se façam mudanças em métodos. Mas isto deve 
ser feito com estudo, tempo e consultas. Com o tempo na 
história da igreja cristã, começaram a chamar os bispos de 
pastores, já antes da reforma. Mas pastor (como apóstolos, 
profetas e mestres) é dom dado por Deus, e não função 
dada por ordenação. No Novo Testamento há ordenação 
de presbíteros (ou bispos) e, dentre eles, havia os que ti-
nham dom de pastorear, veja At.20.17,28. 
Aparecido Alciso Maglio 
Igreja Batista Independente 
62 anos de ministério 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
34 
 
 
 
FAMÍLIA É PRIORIDADE 
 
 
O que eu gostaria de ter sabido no início do meu 
ministério é que... 
 Família é prioridade. Não sofrer da síndrome 
messiânica. Ministério é árduo e solitário (tem, no final de 
tudo, suas recompensas). Amigos, teremos alguns amigos, 
porém, íntimos são poucos. 
Nem todo conselho recebido pode ser aplicado, eles 
servirão como alternativas (tem a questão cultural e local 
para ser avaliado). Ouvir, orar para depois agir (Não ser 
precipitado em conclusões e decisões, as vezes a situação 
se resolve por si só). 
Ser firme é ser flexível. Há coisas que não precisam 
ser ditas. Depois de ouvir, coloque para a pessoa a forma 
como entendeu, para que a atitude seja baseada na verdade 
e não apoiada no imaginário. 
Nunca duvidar de seu chamado, por causa do suces-
so dos outros, cada um tem um chamado e todos são da-
dos por Deus, conforme Ele assim determinou. 
Waldenberg Assunção 
Igreja Batista Independente 
20 anos de ministério 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
35 
 
 
 
DEMOREI ME ENTREGAR 
AO CHAMADO 
 
 
O fato de eu ter nascido em um lar cristão, e ter o 
meu pai e dois irmãos pastores, com certeza me deu uma 
visão bem detalhada a respeito do ministério pastoral. 
Tive a oportunidade de morar com minha família cinco 
anos dentro de um seminário teológico, convivendo com 
outras pessoas vocacionadas também. 
O que eu gostaria de ter sabido. no início do meu 
ministério, é da existência da falta de igualdade, oportuni-
dades dentro do ciclo denominacional em geral. Não que-
ria ser pastor pelo que eu já via e convivia. Achava que o 
vocacionado não deveria jamais passar por decepções e 
descasos em relação às lideranças ministeriais. 
Líderes usando o Evangelho em benefício próprio, e 
com isso demorei me entregar e atender ao chamado 
do Senhor. 
Adecildo Batista da Silva 
Igreja Batista Independente 
30 anos de Ministério 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
36 
 
 
 
LIDAR COM AS INCOMPREENSÕES 
 
 
Eu gostaria de saber que em muitas situações em 
que o pastor precisa tomar uma decisão e qualquer que 
seja a decisão tomada, sempre terá alguém insatisfeito. 
Também aprender a lidar com as incompreensões dos 
membros da igreja. Foram coisas que aprendi com o pas-
sar dos anos. 
Ademir Nunes 
Igreja Batista Independente 
25 anos de Ministério 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
37 
 
 
 
MINISTÉRIO TRINÔMIO 
 
 
Se eu soubesse aplicaria, desde o início no meu mi-
nistério o Trinômio: Deus, Família e Igreja, e não Deus, 
Igreja e família. 
Outra coisa, cuidaria mais de mim e dos meus "di-
reitos". Tomaria cuidado com os tapinhas nas costas e a 
expressão “Eu te Amo”. 
Enfim, no demais, fui muito feliz no ministério e 
continuo sendo. 
Silvio Hirota 
Igreja Batista Independente 
35 anos de pastorado 
(Pastor Sílvio nos deixou e foi mo-
rar com Jesus pouco tempo após 
ter respondido minha pergunta) 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
38 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA 
 
 
No início de meu ministério, gostaria de ter aprendi-
do mais sobre missões, oratória, impostação vocal e muito 
conhecimento sobre administração eclesiástica no que se 
refere a documentação de igreja, jurídico documental e 
assim teria sofrido menos e preparado mais pessoas. 
No início do ministério a maioria dos vocacionados 
e/ou seminaristas, são enviados às igrejas, congregações e 
lá encontram-se os caciques de igreja que pensam que 
sabem e nos pressionam e vão gerando dúvidas, conflitos, 
sem contar os que nada sabem. Recebem um obreiro com 
pouco entendimento, que vai gerar também resistências e 
conflitos entre muitos problemas. 
Hoje trabalho na formação de líderes, obreiros e 
pastores e todas as dificuldades vividas, transformamos 
em conhecimento e passamos aos alunos através dos ensi-
nos teológico, bíblico e eclesiástico. 
Isaac Oliveira 
Igreja Batista Independente 
24 anos de pastorado 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
39 
 
 
 
O REINO DE DEUS É MAIOR 
 
 
Que o Reino de Deus é maior que a minha vocação. 
Quando passamos pelo mistério da conversão e, 
consequentemente, a vocação, vivenciamos isso no ambi-
ente ou grupo religioso. Mas ninguém nos orienta que o 
Reino de Deus é maior que a comunidade evangélica na 
qual estamos. Isso vale dizer, que toda a nossa cosmovi-
são do Reino passa pelo crivo denominacional, reduzindo 
muito a dimensão do nosso conhecimento a respeito de 
Deus. 
Se soubéssemos que o Reino de Deus é maior que 
qualquer comunidade religiosa, evangélica ou não, pode-
ríamos retardar ou adiantar a nossa entrada no ministério 
da Palavra. Meus erros e, consequentemente, meus acertos 
só foram trabalhados quando me despi dos conceitos hu-
manos e mergulhei no oceano inesgotável e inexplorado 
do Eterno daquele que me convocou. 
Wilson Guimarães 
Igreja Batista Independente 
25 anos de ministério 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
40 
 
 
 
MENTOREAMENTO 
 
 
O que teria feito a diferença nesses 27 anos de pas-
torado? 
Ter me aberto mais para um mentoreamento a ní-
vel pessoal, com significado de derramar vida na vida, 
transferir conhecimento e repartir a vida e as experiências. 
Minha juventude me atraiu mais para movimentos ecle-
siásticos do que para projetos de relevância bíblica. Os 
impulsos da personalidade me conduziram a isso. 
Acredito que seu eu tivesse tido a iniciativa de bus-
car alguém a quem prestar contas mais de perto, como um 
“pai ministerial e pastoral”, em ambiente seguro e de res-
peito mútuo, teria evitado diversas adversidades na minha 
trajetória ministerial. Eu gostaria de ter sabido que um 
mentor faria toda diferença. 
Lázaro Valverde Campos 
Igreja Família da Fé 
27 anos de pastorado 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
41 
 
 
 
NÃO SE ISOLE PARA EVITAR 
DECEPÇÕES 
 
 
Comecei o pastorado ainda com 19 anos, ou seja, 
mesmo com 39 anos, tenho 50% da minha vida na função 
pastoral, além de ter me criado no meio evangélico. Me 
sinto privilegiado. As expectativas de um jovem ao come-
çar o ministério, são diferentes de uma pessoa mais madu-
ra. Principalmente eu, ao mal sair da adolescência, tive 
este compromisso. Com a intenção de revolucionar, so-
nhador, achando os erros e acertos dos mais experientes. 
Esta experiência pode ser frustrante, e muitas vezes encer-
rar um ministério promissor. 
Se eu pudesse me dar dois conselhos, sim, dois con-
selhos a mim quando mais jovem e iniciei meu ministério 
seriam: 
Os pastores podemser maus: Cuidado... 
Já tive inúmeros problemas com membros das igre-
jas, desde traições, críticas infundadas, abandonos inespe-
rados, irresponsabilidades, enfim, situações que o melhor 
e o pior pastor irá passar. Mas isto é um baque para o qual 
a gente está preparado, ou pelo menos, sabe que irá pas-
sar; então, de forma consciente, estamos preparados. Mas 
minha maior dificuldade é lidar com os pastores. Muitos 
ficam felizes quando você é traído, eles regozijam quando 
seu ministério vai mal, e muitos, mas muitos mesmo, con-
tribuem para isto. Talvez porque uso de uma ética, não 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
42 
 
convido membros de outras igrejas, e procuro me colocar 
no lugar de outro que sofre. Fico pasmo cada vez que en-
frento situações como esta. No desejo de ganhar números, 
de galgar cargos, de expandir ministérios, os pastores po-
derão ser piores do que políticos no jogo sujo. O pior, 
acreditando que estão fazendo algo divino. Infelizmente, o 
pensamento de muitos pastores pode ser: quero ver você 
bem, mas nunca melhor do que eu, síndrome de Saul. 
Meu segundo conselho que eu me daria, é antagôni-
co. Me aconselharia: 
Conviver com os pastores. 
Sim, eles podem ser maus, mas nem todos. Muitos 
que sofreram a decepção com colegas, se isolaram e mata-
ram seus ministérios! Quiseram provar aos seus colegas 
que agora foram vistos como inimigos, que são melhores e 
que não precisam deles, ledo engano. Precisamos até dos 
maus, porque eles serviram de exemplo da colheita, e 
mesmo estes, podem ter bons conselhos e até boas mensa-
gens e dons. Os bons nos servem para abrirmos o coração, 
para demonstrarmos a nossa humanidade, porque temos, 
como pastor o interesse em parecermos anjos, mas chora-
mos, sofremos e falhamos. Não se isole, não deixe que os 
maus vençam o exemplo dos bons. Isolando-nos, correre-
mos o risco de termos um ministério limitadíssimo, ou 
quando bem-sucedido, com certeza cairemos no pecado 
do orgulho. 
Cuidado para que a decepção não seja maior que a 
convicção. Mas não se isole para evitar as decepções! 
Tiago Mainsginski 
Igreja Batista Independente 
20 anos de ministério 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
43 
 
 
 
TORNANDO-SE VISÍVEL 
E COMPREENSÍVEL 
 
 
Se eu soubesse... 
A mais triste definição que escutei do ministério 
pastoral, até agora, foi esta: “Pastor é uma pessoa invisí-
vel durante os seis dias da semana e no domingo é in-
compreensível”. Esta radical definição contém dois con-
ceitos negativos do ministério. São as palavras: invisível e 
incompreensível. 
Penso que todo aspirante ao ministério precisaria 
saber que o pastor deve ser uma pessoa integrada ao con-
texto onde vive, com visibilidade e que se deixa conhecer. 
Nos primeiros séculos da Igreja surgiram os monastérios. 
Lugares de refúgio para os cristãos que entendiam que a 
genuína vida religiosa somente seria possível dentro de 
muros, no distante deserto do Norte da África. Uma atitu-
de extrema e oposta ao ensino de Jesus que manda a luz 
brilhar no meio das trevas e o sal usado para preservar os 
valores de uma sociedade. Portanto, ser pastor ou ser igre-
ja, jamais deveria esconder-nos, distanciar-nos, criando 
um tipo de insensibilidade social e espiritual que afasta e 
neutraliza o pastor dos desafios da convivência, integração 
e participação. 
Também, penso que o pastor, como um comunica-
dor por excelência jamais deveria ser incompreensível. 
Entende-se por incompreensível a pessoa ininteligível, às 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
44 
 
vezes enigmática, cujas palavras, pensamentos, conceitos 
e atitudes são dificilmente entendidos. Portanto, alguém 
irrelevante na sua comunicação, confuso nos seus concei-
tos e com atitudes inconstantes, sem rumo, objetivos e 
propósitos bem definidos. A mensagem do Evangelho, por 
sua natureza, é simples no seu conteúdo, é compreensível 
no seu propósito e é objetivo na sua intenção de tornar 
conhecida a boa nova do céu para todos os povos. 
Diante disso, estou seguro que o aspirante ao minis-
tério deveria ser confrontado, desde a sua preparação teo-
lógica, com a eficácia. Deveria buscar e cultivar a capaci-
dade de ser eficaz no seu ministério, abandonando qual-
quer atalho da improvisação, qualquer conduta displicente 
e qualquer comunicação negligente. O mundo precisa de 
pessoas com vidas qualificadas em sua visibilidade e em 
sua compreensão. A Igreja necessita de púlpitos relevantes 
e à altura dos desafios contemporâneos. O ministério de-
ve, com urgência, aprimorar a sua atividade, tornando-se 
mais visível, integrado, conhecido e atualizado, além de 
compreensível para todas as pessoas. 
Paulo Mendes 
Igreja Batista Independente 
61 anos de ministério 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
45 
 
 
 
ESCREVER UM NOVO FUTURO 
 
 
Se eu soubesse a importância do conhecimento e da 
busca da sabedoria, não teria desprezado essa área que 
hoje tem um peso muito grande em meu ministério. 
Se eu tivesse mentores que ensinassem o equilíbrio 
entre o espiritual e o terreno, não teria cometido muitos 
erros em nome da fé. 
Infelizmente não posso reeditar meu passado, mas 
graças a Deus, estou conseguindo escrever um novo fu-
turo. Nunca é tarde. 
Valdinei Pereira 
O Brasil Para Cristo 
28 anos de pastorado 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
46 
 
 
 
DIVIDIR AS CARGAS 
 
 
O que eu gostaria de ter entendido mais profunda-
mente é que cada pessoa tem seu chamado e seu dom. E 
que eu tenho o meu. Eu gosto de trabalhar e atuar em uma 
área no ministério. Sempre quis ter comigo duas ou mais 
pessoas ao meu lado me apoiando, tendo a mesma visão e 
o mesmo amor na área especifica que eu atuava. Muitas e 
muitas vezes me frustrei em não ter a resposta dos 90% 
restantes. Então! Quando aprendo que, se eu tenho um 
chamado específico, ele é meu, e se é meu, devo fazer as 
coisas sem esperar ajuda ou apoio de outras pessoas ao 
meu redor. Quando aprendemos e entendemos isso, não 
nos frustramos mais, e colocamos a mão no arado e vamos 
em frente, cada dia um passo e cada ano uma milha a 
mais. 
Ministério é, sim, levar as cargas uns dos outros, 
mas, não se pode pegar todas as cargas para si só. Isso traz 
peso e sobrecarga. Gostaria de ter aprendido bem mais 
cedo a dividir as cargas e os cargos para que o ministério 
não se tornasse um fardo tão pesado e enfadonho que eu 
tenha que deixá-lo, e não cumprir o ide por não aguentar o 
peso, por não ter entendido e ter tido sabedoria. Aprender 
isso no primeiro ano de ministério é fundamental, mas, 
infelizmente, só aprendemos muitos anos depois. 
Ruth Meira 
Igreja Comunidade do Evangelho 
25 anos de ministério 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
47 
 
 
 
POLÍTICAS 
E INTERESSES PESSOAIS 
 
 
O que eu gostaria de ter sabido no início do meu 
ministério que teria feito toda a diferença? 
Levando-se em consideração que os momentos ini-
ciais de um Ministério Pastoral são, também, inícios de 
um sonho pessoal de servir aos propósitos do Senhor, co-
mo também ser útil à Grande Comissão, creio que esse 
momento é um dos mais lindos e singelos na vida de um 
vocacionado. Como todo iniciante, por mais que tenha 
tido um bom preparado acadêmico, o início do pastorado 
sempre é sinônimo de: inexperiência, frio na barriga e 
ansiedades diante da dura realidade da vida. Lembro-me 
de quando ficava encantado com o pastor que me inspirou 
ao ministério pastoral. Observava seu amor e dedicação na 
igreja onde era membro. Tamanho foi o impacto em mi-
nha vida e vocação que indubitavelmente abandonei uma 
carreira futura na medicina em troca de viver como o meu 
pastor vivia. Só pensava fixamente em uma coisa: EU 
QUERIA SERVIR A JESUS PASTOREANDO SUAS 
OVELHAS, ou seja, visitá-las, acompanha-las em suas 
dificuldades, orarcom elas e por elas, ajudá-las em seu 
crescimento espiritual ministrando através dos Sacramen-
tos e do ensino da Bíblia. 
Depois de 26 anos de pastorado eu gostaria muito de 
ter sabido que, independentemente de denominação, a 
estrutura institucional eclesiástica com suas cúpulas de 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
48 
 
poderes, quer sejam episcopais, federativas ou congrega-
cionais, são tão movidas pelas políticas e interesses pes-
soais como assim o era na igreja cristã romana medieval. 
Tal conhecimento me teria poupado o tempo perdido e 
muito desgaste no engajamento em relação a cargos de 
liderança de minha denominação, sendo que depois de 
todo esse tempo pude perceber que vale muito mais a pena 
investir tempo e energia no crescimento e transformações 
de vidas na igreja local do que o contrário. Seria tão me-
nos complexo também saber que a DESUNIÃO é uma 
forte característica do cristianismo contemporâneo. E que 
diante das demandas de uma sociedade descomprometida 
com os valores do Reino, a falta de união das igrejas (da 
mesma denominação como também de outras) é uma das 
principais barreiras para o avanço do Evangelho nos dias 
de hoje. A desunião é fruto da inveja de alguns, como 
também das diferentes interpretações bíblicas que redun-
dam em diferenças doutrinárias que falam mais alto do 
que o objetivo maior que seria unir a todos, a saber, a cruz 
e o Senhorio de Jesus. É dificultoso fazer a obra de Deus, 
através do evangelho, sendo que simultaneamente temos 
que combater constantemente as investidas doutrinárias a 
respeito de questões que deveriam ser secundárias como: 
maneiras de batismo, conceituação e prática do batismo 
no Espírito Santo e dom de língua estranha e coisas do 
gênero. Ou seja, perde-se muito tempo discutindo apolo-
geticamente doutrinas denominacionais ao invés de unir-
mos forças para uma grande obra interdenominacional no 
local onde nos encontramos. Ninguém me falou que seria 
assim, que eu teria de lutar não somente contra os valores 
de uma sociedade corrompida que jaz no maligno, mas 
que ao mesmo tempo teria de batalhar contra irmãos de 
outras denominações evangélicas que efetuam ataques 
gratuitos com a finalidade de desacreditar meu trabalho e 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
49 
 
igreja a fim de arrebanhar membros onde atuo. Penso que 
o motivo é por conta da facilidade e comodismo, sendo 
que retirar pessoas de outras igrejas evangélicas é bem 
menos trabalhoso do que investir tempo e esforço em 
evangelizar para ganhar almas para o Reino de Deus. 
Sergio Frazão 
Igreja Presbiteriana Independente 
26 anos de pastorado 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
50 
 
 
 
MENOS LEGALISTA E 
MAIS MISERICORDIOSO 
 
 
Estou completando 30 anos de ministério pastoral, 
erros e acertos fazem parte de minha caminhada ministeri-
al. Fazendo uma retrospectiva, tenho a plena convicção de 
estar no lugar certo e não me vejo fazendo outra coisa 
senão cumprindo meu chamado e vocação. Não posso 
dizer que não me arrependo de nada, pelo contrário me 
arrependo de muita coisa que poderia ter sido diferente, 
porém a graça e a misericórdia de Deus me mantiveram 
até aqui. 
Confesso que não posso dizer que não sabia o que 
me esperava no ministério. Pelo contrário, mesmo muito 
jovem sabia das exigências não apenas do que as pessoas 
esperavam de mim, mas as exigências próprias da voca-
ção, posso dizer que entrei sabendo do que me esperava. 
O que eu faria diferente? Ah, certamente seria me-
nos legalista e mais misericordioso, posso afirmar que 
nesse quesito a graça de Deus me alcançou me colocando 
no convívio com colegas que pensavam diferente, de ida-
des diferentes, formação diferente, culturas diferentes, 
meu grupo de renovo, pessoas que se tornaram amigos 
mais chegados que irmãos e me ajudaram e muito, logo no 
começo a corrigir a rota e a reconhecer que sou humano e 
carecia e careço de misericórdia. Portanto por essa razão 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
51 
 
precisaria ser misericordioso pois só os misericordiosos 
alcançam misericórdia. 
Ah, certamente seria menos perfeccionista e mais 
amoroso, e nesse quesito Deus uma vez mais me agraciou 
dando-me uma esposa que me perdoou e perdoa até hoje, 
que me amou incondicionalmente para estar comigo em 
todas as batalhas da vida, hoje sou menos perfeccionista e 
mais humano. 
Ah, certamente me decepcionaria menos com as 
pessoas. Aprendi, ao longo dos anos, a sempre manter 
uma expectativa realista em relação a pessoas. No começo 
de meu ministério esperava uma resposta maior das pes-
soas. Hoje aprendi que são tão humanas quanto eu mesmo 
e que minhas expectativas precisam ser moderadas quan-
do se trata de gente. 
Mas há muitas coisas gratificantes que compensam 
todas as decepções e frustrações. Ver meus filhos firmes 
no Senhor e amando a Igreja é uma delas. Ter formado 
discípulos no ministério pastoral é outra alegria. O minis-
tério pastoral é tão solitário pela força da própria vocação, 
mas posso dizer que tenho amigos mais chegados que 
irmãos, são poucos, cabem na conta dos dedos de uma 
mão, porém pessoas que se tornaram família. 
Fui escolhido, mas se eu pudesse escolher escolheria 
ser pastor! 
Eliézer Correa de Souza 
Batista Independente 
30 anos de ministério 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
52 
 
 
 
AMOR E SOFRIMENTO 
 
 
Durante o decorrer do ministério aprendi duas coisas 
importantes: Amar e sofrer são duas coisas diferentes, mas 
fazem parte da vida do pastor. Isto eu não sabia. 
Na segunda carta de Paulo aos Coríntios 4.7-12, ele 
traz uma cosmovisão da realidade do sofrimento no minis-
tério. Paulo descreve o ministério dele em termos de ser 
aflito, perplexo, perseguido e derrubado. Mas ainda assim 
Paulo também deixa claro que Deus não somente faz to-
das as coisas cooperam para o seu bem, como também 
para o bem das pessoas que ele servia (2 Coríntios 1.7). 
Normalmente, nós não pensamos no ministério des-
sa forma. Nós romantizamos o papel, vendo-nos numa 
sala ou atrás de um púlpito, com música suave tocando e 
palavras eloquentes gotejando de nossos lábios. Portanto, 
eu imaginava que o ministério pastoral era um mar de 
rosa, mas não sabia que as rosas tinham espinhos e muitas 
vezes somos feridos por elas. 
Em algum lugar pelo caminho, eu comecei a ver is-
so mais claramente e a compreender que, se eu quisesse a 
experiência do poder da ressurreição dele, eu teria que 
participar dos sofrimentos dele (Filipenses 3.10). 
Eu não consigo voltar no tempo, mas posso lhe dizer 
e você pode aprender que amor e sofrimento fazem parte 
da vida de um pastor. Espero que isso ajude você a ver o 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
53 
 
ministério mais sobriamente. E o mais importante: Jesus 
não desiste de você! 
Elias Ribas 
Assembleia de Deus 
30 anos de ministério 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
54 
 
 
 
FORMAÇÃO DE LÍDERES 
 
 
Se eu soubesse e conhecesse uma estratégia de con-
quista de almas para Cristo, eu faria diferente. Teria inves-
tido mais no processo de formação de líderes, para, atra-
vés dos líderes, alcançar as pessoas que não conhecem o 
Evangelho. 
Investi em Igrejas, me desgastei, alcancei municí-
pios não alcançados, construí templos e casa pastoral. Na 
minha saída foram vendidos os templos até para bares, 
casas de jogos etc. "Perdi tempo, dinheiro, saúde, explorei 
minha família, para investir em algo que não funcionou”. 
Quando cheguei e assumi o pastorado de uma Igreja, 
planejei 20 anos, dividi em três fases e satisfatoriamente 
atingi meu alvo e fui para outra Igreja que precisava cres-
cer. Estava errado: Não poderia pensar em sair de onde 
estava, planejei 20 anos, teria que ter planejado ficar até 
morrer e deixar a Igrejapara um líder que nasceu ali, ou 
um filho, se não biológico, um filho na fé. 
Natalino Morais 
Igreja Cristã 
42 anos de pastorado 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
55 
 
 
 
PRUDÊNCIA 
 
 
Gostaria de ter tido mais prudência. Não faria as 
coisas tão fáceis com precipitação, sim com mais cuidado 
e zelo. 
Darci Correa de Souza 
Batista Independente 
40 anos de pastorado. 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
56 
 
 
 
MULHER SÁBIA, 
TESOURO DE DEUS 
 
 
Se eu soubesse antes – ou se tivesse, antecipada-
mente, tomado melhor consciência - claro, teria feito dife-
rente. 
Trabalhando no Evangelho por mais de 50 anos, ti-
ve, graças a Deus, e por sua Bondade, muitos acertos. 
Acho! Mas fora de qualquer dúvida, cometi incontáveis 
erros. Alguns, certamente, diríamos, leves. Outros, porém 
deixaram dolorosas marcas. Sobre quais escreveria? Bem, 
vou, aqui, narrar dois. 
Uma coisa que me causou bastante amargura foi o 
fato de muitas vezes encontrar portas abertas - pessoas 
dispostas a receber o Evangelho, as quais, inicialmente, eu 
visitava com frequência, até mais de uma vez por semana, 
abrindo-lhes cada vez mais a porta da Palavra, elas sempre 
recebendo com prazer e, até com entusiasmo, a Palavra, 
mas nunca tomavam uma decisão. Então, passadas sema-
nas, ou meses, eu as deixava de lado. Algum tempo de-
pois, um mês, mais ou menos, eu lá voltava, para fazer 
uma verificação e, qual a surpresa? Na minha ausência... 
outro lavrador chegara e, achando o fruto madurinho, 
pronto para ser colhido, o levava em seu cesto. Claro! 
Meu trabalho não foi vão. Tive parte saliente naquela co-
lheita, foi frutificar noutro pomar. Me conformo pensando 
que "Paulo plantou" e "Deus deu o crescimento". Mas 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
57 
 
constatar que "Apolo colheu", não deixa de trazer certa 
frustração. 
“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de 
muitos dias o acharás. Reparte com sete, e ainda até com 
oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra. Es-
tando as nuvens cheias de chuva, derramam-na sobre a 
terra. Caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar 
em que a árvore cair, ali ficará. Quem observa o vento, 
não semeará, e o que atenta para as nuvens não segará. 
Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem 
como se formam os ossos no ventre da que está grávida, 
assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas 
as coisas. Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não 
retenhas a tua mão; pois tu não sabes qual das duas pros-
perará, se esta, se aquela, ou se ambas serão, igualmente 
boas” (Eclesiastes 11. 1-6). 
Outra coisa: Eu precisaria perceber melhor as coisas 
relacionadas à área financeira. Tive uma esposa maravi-
lhosa. Entre suas virtudes estava a de ser muito comedida 
e judiciosa, inclusive nas questões financeiras. Fui criado 
muito machista e entendia que o homem é quem, exclusi-
vamente, devia administrar tudo. Ainda acho que a res-
ponsabilidade última seja do marido, mas que seja prece-
dido de mais compartilhamento. No meu caso, teria sido 
bênção sem medida ouvir e atender as ponderações de 
minha esposa. Nossas despesas sempre iam bem à frente 
das receitas. Se tivesse entregue para ela gerir a coisa, 
meu salário mostrar-se-ia multiplicado e passaríamos me-
nos dificuldades. Ajudaríamos mais pessoas e teríamos 
conseguido bem mais cedo nossa casa e nosso automóvel 
e daríamos melhores condições a nossos filhos, inclusive 
melhores estudos. Existem, claro, mulheres perdulárias 
que podem levar um homem à bancarrota total. 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
58 
 
Eu tive a bênção de alcançar uma mulher sábia, 
mas fui bastante tolo e cego para não enxergar o tesouro 
que o Senhor me pôs ao lado. Lamento e muito, não só o 
que deixei de alcançar, mas, principalmente, o que ela não 
desfrutou. 
Alvacyr Costa 
Batista Conservadora 
59 anos de pastorado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
59 
 
 
 
DISCIPULADO PROGRAMADO 
 
 
Iniciei o meu ministério fazendo cultos de ar-livre 
nas ruas ou em frente de algumas casas à noite. Só após 
seis meses, consegui fazer seis bancos rústicos e realizar o 
primeiro culto na sala da minha residência, que até então, 
só tinha um móvel, a cama. 
Neste primeiro culto, em local fixo, já contava com 
uns dez convertidos firmes. E, três meses depois, (nove 
meses da chegada ao campo), alugamos um salãozinho 
com recursos próprios. 
Entretanto, se na época eu tivesse sabido, teria inici-
ado o trabalho com discipulado programado, II Tim 2.2. 
Hoje tenho um curso de discipulado programado 
com 23 lições. O qual recomendo para início de plantação 
de igrejas. 
José Félix de Oliveira 
Batista Independente 
54 anos de ministério 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
60 
 
 
 
QUESTÕES QUE ENFRENTEI 
 
 
Ser pastor é uma posição nobre e gratificante quan-
do a pessoa tem certeza de seu chamado e vocação. Caso 
contrário, estar em um lugar que não é o centro da vontade 
de Deus para nós é, no mínimo, complicado e perda de 
tempo. Desde cedo entendi isso e está convicção tem me 
ajudado durante os anos do ministério. 
Mas gostaria de ter sido avisado, ou orientado atra-
vés de mentores, sobre algumas questões que enfrentei 
durante a lida pastoral. Resumo aqui algumas: 
1. Pedir favores – Gostaria de ter mais tato e cuidado no 
início do meu ministério e não ter pedido alguns favo-
res para algumas ovelhas. Fiz isso e em alguns casos 
foi tudo muito bem e a pessoa me atendeu o solicitado. 
Mas na maioria, a pessoa atendeu de má vontade e ain-
da fui exposto perante a igreja, pois muitos ficaram sa-
bendo de minha necessidade e se perguntaram porque o 
pastor não resolveu tal coisa sozinho? Penso que o ide-
al é ter alguns amigos e parentes, de preferência de fora 
de sua igreja local e pedir para estes o que precisa. As-
sim não haverá exposição e nem melindres. 
2. Pregação não é aula – Por causa do meu dom de mestre 
e da minha posição de professor de seminário e EBD, 
minha preocupação sempre foi a de ensinar a Palavra 
de Deus de forma que as pessoas possam entender e 
colocar em prática no seu dia a dia. Isto é muito bom e 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
61 
 
essencial para a igreja. Mas no momento da pregação, 
quando se enfatiza um sermão como se fosse uma aula, 
com muitos detalhes, informações históricas e detalhes 
do grego e hebraico, a igreja perde o interesse. E se isto 
for uma constante, haverá um desinteresse das ovelhas, 
a ponto de preferirem outro pregador. Isto aconteceu 
comigo e quando percebi já tinha perdido alguns ir-
mãos para outras congregações. Aprendi que a igreja 
precisa ser edificada na Palavra, mas a pregação é para 
falar ao coração do crente, através da unção do Espírito 
Santo. A mensagem deve conter uma boa base bíblica e 
histórica, mas não pode haver exagero e muita ênfase. 
3. Não delegar tudo de uma vez – Aprendi que existem 
muitos irmãos solícitos e voluntários que querem aju-
dar a fazer a obra de Deus. Alguns não conseguem fi-
car parados muito tempo e logo estão conversando com 
o pastor para saber o que poderiam fazer, qual ministé-
rio poderiam entrar. Isto é maravilhoso. A igreja preci-
sa disso. Mas o pastor não pode se empolgar e já dele-
gar um monte de tarefas para as pessoas de uma vez. 
Eu já fiz isso e me dei muito mal. Deleguei responsabi-
lidades inteiras para pessoas de uma vez, esperando 
que elas fizessem e tivessem o mesmo senso de urgên-
cia do que eu para realizar as tarefas na casa de Deus. 
Mas me decepcionei quando o retorno foi o silêncio, 
esquecimento e atrasos. E, quando perguntava, sobre a 
tarefa dada, ainda ouvia que estava cobrando e pressio-
nando demais. Então aprendi que o ideal é dar uma ta-
refa por vez. Se a pessoa realizarbem, aumentar para 
mais uma. E pouco a pouco delegar responsabilidades. 
Se negligenciarmos este princípio acabaremos sozinhos 
e teremos o retrabalho, isto é, teremos que fazer tudo 
de novo. 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
62 
 
4. Elogiar no público e corrigir no particular – Já me dei 
muito mal ao fazer o contrário. Ouvi de um professor 
no seminário que a igreja precisa ter disciplina e é pre-
ciso corrigir para dar o exemplo. Então cheio de “auto-
ridade” fui corrigir um irmão na frente de outros ir-
mãos da igreja. O tal irmão ouviu minha repreensão e 
ficou calado. Após isso ficou tempos sem vir à igreja. 
Depois tive que sentar com ele no gabinete e conversar 
sobre o ocorrido. Nos perdoamos e ele ainda voltou a 
congregar na igreja, mas nunca mais foi o mesmo, não 
se dispunha mais para as tarefas como fazia antes. Per-
di a confiança dele para sempre. Então entendi que de-
vo elogiar em público, reconhecendo o trabalho que os 
voluntários façam. Isto costumo fazer constantemente e 
regularmente, para que se sintam reconhecidos e ama-
dos pelo seu pastor. E quando preciso corrigir, espero o 
melhor momento, sento e converso no particular com a 
pessoa. O resultado tem sido gratificante. 
5. Brincadeiras – O pastor deve tomar muito cuidado com 
as brincadeiras. Apesar de podermos ser alegres e des-
contraídos, isso não é bem visto para a figura do pastor, 
pois a palavra que o pastor fala tem um peso enorme. E 
quando o pastor fala e deixa algo em duplo sentido, no 
ar, ou o que ele falou não foi bem entendido, pronto. É 
um prato cheio para Satanás encher os corações dos 
irmãos com dúvidas e confusão, para que o relaciona-
mento seja cortado ou que um clima de insatisfação 
venha ocorrer. Cuidado com piadas no púlpito e refe-
rências de duplo sentido. Todo cuidado é pouco. Certa 
vez estava em um ensaio do coral da igreja e brinquei 
com um amado irmão, dizendo que ele tinha desafina-
do muito porque tinha um “espírito de desafinação”. 
Ele sorriu amarelo e continuamos a conversar. Na se-
mana seguinte não voltou mais ao ensaio e desapareceu 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
63 
 
da igreja. Após algum tempo fui visita-lo em sua casa e 
depois de muita insistência ele me contou que tinha fi-
cado chateado com minha brincadeira e nunca esperava 
que iria ouvir aquilo de um pastor, mesmo que fosse de 
brincadeira. Então entendi que devo evitar o máximo 
possível as brincadeiras, me reservando a fazer com os 
amigos mais próximos, família e ovelhas muito madu-
ras. Fora isso, é melhor não fazer brincadeiras. 
6. Cargos – À medida que o pastor vai trabalhando e edi-
ficando a igreja conforme a visão que o Senhor lhe dá, 
surge a necessidade de estabelecer obreiros, pessoas 
para ajudar. Diáconos, Evangelistas, Presbíteros e até 
mesmo separar candidatos ao pastorado para enviar pa-
ra o seminário teológico. Mas esta é uma tarefa que de-
ve ser feita com muita calma, paciência e sem afoba-
ção. O ideal é não ordenar ninguém a cargo nenhum 
nos primeiros 3 anos de pastorado na igreja. Existe um 
velho ditado que diz: “Para conhecer o caráter de al-
guém, basta lhe dar poder”. Algumas vezes fui surpre-
endido com a vida de irmãos que, após serem ordena-
dos por mim em algum cargo ou função, se mostraram 
arrogantes, orgulhosos e querendo tomar decisões fora 
de seu alcance. Desde então tenho seguido à risca o 
conselho de Paulo a Timóteo: “A ninguém imponhas 
precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados 
alheios; conserva-te a ti mesmo puro” – I Timóteo 5:22 
Leandro Silva 
Igreja Batista Filadélfia 
20 anos de ministério 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
64 
 
 
INSTITUIÇÃO VALORIZA 
RESULTADOS E NÃO PESSOAS 
 
 
O que eu gostaria de ter sabido no início do meu 
Ministério? 
Que a instituição só te valoriza pelos resultados que 
você pode oferecer, que você só tem valor para a institui-
ção através dos resultados, metas alcançadas, crescimento 
financeiros, logística do trabalho e, principalmente, se 
você cumpre com as normas estabelecidas. Gostaria de ter 
sido orientado a respeito da falta de apoio da liderança, 
sabendo que mesmo que eu esteja passando por dificulda-
des financeiras e não tendo dinheiro para manter minha 
família, as taxas exigidas pela instituição sempre estarão 
acima do meu chamado ou trabalho realizado dentro da 
comunidade, e o auxílio psicológico, e o afeto, jamais 
terei da minha liderança. Jamais o trabalho que realizei na 
comunidade como crescimento, desenvolvimento, vidas 
transformadas e batizadas, mensagens ministradas e o 
bom nome de Jesus, estará acima do que a instituição vê e 
exige, e se porventura perder minha família diante das 
dificuldades devido ao chamado, tudo que eu fiz não será 
valorizado pela instituição, pois serei lançado fora e outro 
pastor assumirá o meu lugar, pois o que importa para a 
instituição é o que eu posso oferecer. Resumo: a institui-
ção não valoriza a pessoa do pastor e sim os resultados. 
Ezequiel Vidal 
Igreja Tabernáculo da Fé 
20 anos de ministério 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
65 
 
 
 
DRAMAS PESSOAIS 
 
 
Quando se termina uma Faculdade de Teologia ou 
um curso de Teologia, já se está ultrapassado porque o 
conhecimento está sempre em evolução e a gente continua 
aprendendo. E eu acho que estou aprendendo. E mesmo 
que a gente estude e faça um curso de teologia, isso não 
quer dizer que você está pronto para trabalhar e ser o me-
lhor pastor. Com base nisso, o que eu gostaria de ter sabi-
do, no início do meu ministério e que teria feito diferença, 
seria como tratar os diversos dramas pessoais, os pro-
blemas que acontecem no dia-a-dia. Eu acho que esses 
dramas são as experiências que ainda acontecem, mesmo 
depois de tanto tempo no ministério. E o grande problema, 
para mim, são as pessoas tóxicas. Como se prevenir, como 
atendê-las, como tratar e resolver os problemas das pesso-
as que chegam a você precisando de ajuda em sua toxida-
de. Precisamos aprender a nos defendermos de pessoas 
tóxicas e não nos tornarmos vítimas desses predadores que 
estão dentro das igrejas. 
Jacó Barros Nunes 
Igreja Evangélica Betânia 
30 anos de ministério 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
66 
 
 
 
IGREJAS SÃO TODAS IGUAIS 
 
 
Se eu soubesse, no começo de meu ministério, que 
as igrejas são todas iguais e que os problemas nelas são 
iguais aos das outras e que só mudam rostos e nomes, cer-
tamente lutaria mais para permanecer na mesma igreja por 
um tempo maior. O pensamento de trocar de igreja pen-
sando que a outra será melhor parece dominar muitos pas-
tores. 
Aílton Pereira 
Igreja Batista 
15 anos de pastorado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
67 
 
 
 
GRITO POR SOCORRO 
 
 
A meu ver seriam várias coisas; entre elas podemos 
citar a falta de companheirismo no meio denominacional, 
o que se estende aos Conselho de Pastores das cidades, 
politicagem nas cúpulas, a solidão no ministério, pois não 
se pode confiar nem em colegas que estudaram juntos e 
vivenciam as mesmas situações e a questão financeira, 
pois nem todos os pastores tem o privilégio de pastorear 
igrejas grandes. 
Mas serei especifico quanto ao meu ministério, e do 
que eu gostaria de ter sido informado no início, é que você 
e família não seriam cuidados. Sim, já passei por algumas 
denominações e nenhuma deles teve cuidado com a minha 
pessoa. Nunca nenhum presidente ou líder maior, ou qual-
quer outro em escala superior a mim, se preocupou em 
nos perguntar como estávamos, seja na vida espiritual, 
financeira, familiar ou se tínhamos alguns sonhos. Desde 
o início tenho contado somente com a graça de Deus e 
com poucos anjos que cruzaram meu caminho, sem falar 
da esposa e filhos que sempre foram cobrados, mas nunca 
ouvidos ou atendidos.Hoje, vemos uma infinidade de colegas que estão ti-
rando suas próprias vidas, e muitas pessoas nas igrejas se 
perguntando, como pode um pastor fazer tal coisa. Mas 
ninguém sabe o que esses estavam passando, e passarão 
no decorrer de seus ministérios. Infelizmente as denomi-
nações (instituições religiosas), não se preocupam com 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
68 
 
seus obreiros, só cobram resultados, seja financeiro ou 
números de membros arrolados. 
Creio que há enorme grito por SOCORRO, que 
não tem sido observado no meio eclesiástico. Eu louvo ao 
Senhor porque estou prestes a jubilar, mas creio que preci-
samos fazer algo em favor dos que estão iniciando seus 
ministérios, para evitarmos muitos sofrimentos. 
Eduardo Tavares 
Igreja Presbiteriana Independente 
35 anos de ministério 
 
 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
69 
 
 
 
TER UM MENTOR 
 
 
Tentarei responder ao questionamento desta obra 
com o conselho de Paulo a Timóteo: “Guarda o bom de-
pósito pelo Espírito Santo que habita em nós” (2 Tm 
1.14). Creio que a síntese teológica deste texto engloba 
tudo o que um iniciante no Ministério deve saber e obser-
var a fim de que o seu trabalho atinja o seu objetivo e dê-
lhe a satisfação que Deus deseja. 
Primeiro, gostaria de ter sabido que um ministério 
eficiente depende do depósito da Palavra de Deus na vida 
do ministro. Apesar de ter sido convertido desde minha 
adolescência, tenho de admitir que este depósito da Pala-
vra foi escasso. Vivendo na lavoura, longe dos centros que 
possibilitavam um contato mais intenso com a igreja, com 
seus cultos doutrinários, informativos e formativos quanto 
à cultura bíblica e vivência cristã, este conhecimento bí-
blico foi deficitário. Não credito isto aos meus pastores, 
que sempre foram pessoas piedosas, mas aos poucos con-
tatos com eles, agravados pelo fato de descender de uma 
família pouco religiosa. A vida no seminário, por mais 
significativa que tenha sido, não superou totalmente esta 
carência. Se fosse para recomeçar hoje, queria ter um co-
nhecimento mais sólido da Bíblia, pois isto teria feito 
grande diferença. 
Segundo, entendo também que, além daquilo que 
abordamos anteriormente, gostaria de ter recebido mais 
informações acerca das pessoas. Teria estudado um pouco 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
70 
 
mais de sociologia e psicologia para entender melhor as 
pessoas. O ministério é interação, é olho no olho, é “tête-
à-tête”, é reciprocidade. A obra de Deus é tratamento pas-
tor-ovelha e isso exige empatia. Faltando estas habilida-
des, a coisa não flui como deveria. Neste particular, faria 
hoje tudo diferente. Penso que nossas instituições de ensi-
no voltadas ao ministério deveriam dar mais ênfase às 
qualificações do pastor como psicólogo e sociólogo. E 
creio também que o apóstolo Paulo ao aconselhar Timóteo 
a “guardar o bom depósito”, ele o estava mandando-o en-
trar no mundo particular de cada indivíduo, sabendo dife-
renciá-los enquanto pessoas e quanto às suas carências. 
Hoje eu só entraria para o ministério depois de conhecer 
melhor as pessoas a fim de melhor poder trata-las. Erros 
neste particular são danosos ao ministro, e estamos sujei-
tos a isso. Um bom tratamento às pessoas faz a diferença 
no ministério. 
Terceiro, à luz do que foi dito acima e em coerência 
a isto, eu gostaria de ter sido informado de que não é mui-
to bom se entrar muito jovem para o ministério. Apesar de 
alguns exemplos bíblicos de pessoas que Deus chamou 
quando criança, não vejo nisso uma regra. O ministério é 
coisa para gente madura – lógico que maturidade nada 
tem a ver com idade, mas também com ela. O ministério é 
coisa muito séria, exige muita idoneidade, muita sabedo-
ria, muita paciência e muito amor. Algumas destas quali-
dades se aprende nos seminários, outras no “front” e no 
andar da vida. A falta de maturidade pode destruir pessoas 
– ovelhas ou até mesmo o próprio pastor. O pastor traba-
lha com pessoas complexas e isto exige dele muito tino 
para não as ferir irreparavelmente. Estou lembrando que 
Davi, ao morrer, mandou Salomão, seu filho “ser homem” 
(1 Rs 2.2). Entendo que esta exigência de Davi seja válida 
também ao ministro do Evangelho. O ministério requer 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
71 
 
“homens” na acepção do termo. Pessoas muito jovens 
agem pela impulsividade, mas o ministério exige pondera-
ção. Justiça, equidade, imparcialidade são coisas de cará-
ter que tem a ver também com o tempo. 
Quarto, ainda de acordo com o apóstolo Paulo, se eu 
entrasse hoje para o ministério, gostaria de saber, anteci-
padamente, que é dever do ministro cuidar muito bem de 
si mesmo. Portanto, eu cuidaria melhor de mim e de mi-
nha família. Sou de uma geração que priorizava a igreja 
em detrimento da família pastoral. Hoje isso mudou, gra-
ças a Deus, mas na minha geração era diferente. Éramos 
ensinados que em primeiro lugar estava a obra de Deus, 
depois nós. Isto envolvia saúde, recursos, esposa e filhos. 
Resultado: não fazíamos bem nem uma, nem outra coisa. 
Geralmente havia frustrações, famílias desajustadas, re-
voltadas e, em casos piores, filhos que ao alcançarem sua 
independência, abandonavam a igreja, pois viam nela uma 
castradora de sonhos. E pior, raramente um filho de pastor 
queria seguir o ministério, pois não queria ter a mesma 
falta de sorte de seus pais. Entendo que, quando Paulo 
ordena a Timóteo guardar o bom depósito, ele entendia 
que este depósito dizia respeito a cuidar, primeiramente 
dele, depois da doutrina. Não sou frustrado quanto à mi-
nha família, louvo a Deus pela minha esposa e filhas, mas 
nem todos os meus colegas, da minha geração, tiveram a 
mesma sorte. Apesar disso, faria hoje tudo diferente. 
Quinto, e para finalizar, se eu entrasse hoje para o 
ministério, teria ficado muito feliz se alguém houvesse me 
informado de que eu deveria ter um mentor. Então eu 
teria corrido atrás de um até acha-lo, mesmo que isso fos-
se difícil. Não viveria sozinho no ministério. Gritaria por 
mais amigos. Teria coragem de contar ao meu mentor os 
meus sonhos, as minhas vitórias e as minhas frustrações. 
Delvacyr Costa Se eu soubesse... 
72 
 
Deixaria de lado a prepotência de um “superpastor”, de 
um vencedor em todas as coisas. Noutras palavras, procu-
raria sempre ser pastoreado por alguém a quem pudesse 
sempre prestar contas, com quem pudesse me confessar, 
alguém que orasse por mim a fim de que melhor eu pu-
desse ter mentoreado a igreja. E mais, faria isso com ur-
gência a fim de que minha ansiedade não fosse se acumu-
lando a ponto de não haver mais solução, pondo tudo a 
perder. A falta de um pastor gera ovelhas aflitas, desorien-
tadas, maltratadas. Se eu começasse tudo hoje novamente, 
eu quereria que o meu mundo físico (o eu), emocional e 
espiritual sempre estivesse mais em ordem. Mas, em meu 
tempo, ensinava-se que isto era coisas de fracos; hoje en-
tendo que isso é coisa dos fortes. Portanto, não viveria 
isolado, mas rodeado de mentores para me auxiliarem. 
Louvo a Deus pela nova geração de obreiros que põe as 
coisas em sua perspectiva correta; não que a minha não 
fosse assim, mas pela observação de que as coisas andam 
para melhor. E assim deve ser. O contrário seria retroces-
so. 
Hoje, aos 73 anos, luto para me encaixar nesta nova 
geração que a exemplo da minha, prioriza, sim, a obra de 
Deus, mas na perspectiva de que um bom ministério deve 
ser exercido por alguém que está bem consigo, com sua 
família, com a igreja e, especialmente, com Deus. Ah, 
como hoje eu faria tudo diferente. Isso não é um desabafo, 
é uma constatação que pode fazer bem à sua alma de pas-
tor (a). Apesar dos erros, fáceis de serem constatados, 
faria hoje algo diferente, pois os erros são os alicerces que 
nos permitem fazer as coisas de forma melhor. 
José Rodrigues Machado

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