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Urogenital - cap 3

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APARELHO UROGENITAL
UNIDADE 3 – MORFOLOGIA DO SISTEMA 
GENITAL
Autoria: Luís Otávio Carvalho de Moraes - Revisão técnica: Rita de Cássia 
Machado
- -2
Introdução
Nesta unidade vamos estudar o desenvolvimento embrionário, a histologia, a anatomia e alguns aspectos clínicos
dos sistemas genitais, e para isso vamos dividi-lo entre masculino quanto feminino. Também iremos abordar o
hermafroditismo, você já ouviu falar?
E a pelve, você sabe como ela se estrutura, e qual a importância dela? Iremos nos aprofundar neste conteúdo,
compreendendo como se dá a sua formação e composição, também as musculaturas que a envolvem e as ações
que estes músculos desempenham.
Vale lembrar as definições que utilizamos no conteúdo de homem/masculino e mulher/feminino são
estritamente biológicas.
Já estudamos os aspectos morfológicos da uretra enquanto abordamos o sistema urinário, você lembra deste
conteúdo? Esse é um órgão possui características bem distintas entre os sexos, e eles serão novamente
abordados nessa unidade.
Outro aspecto que temos que nos resguardar é sobre o aprendizado do sistema genital. E para isso, uma
correlação entre a biologia do desenvolvimento, a histologia e a anatomia são fundamentais. Assim, é preciso
prestar muita atenção pois ao final da unidade você precisará mesclar todo o conteúdo abordado para alcançar o
melhor entendimento.
Bons estudos!
3.1 Desenvolvimento embrionário, fetal, placenta, anexos e 
agentes teratogênicos
Os gametas são maturados antes da fecundação. Os gametas masculinos são chamados de espermatozoides e os
femininos são nomeados de oócitos. Cada um desses gametas contribui com um cromossomo, para que no total
as células do corpo apresentem 46 cromossomos. Os cromossomos sexuais (X e Y) são reduzidos pela metade,
sendo o homem XY e a mulher XX, seus gametas apresentaram apenas um dos cromossomos e não a combinação,
evitando a duplicação indesejada dos 23 pares de cromossomos. Desta forma, os gametas realizam o processo de
divisão celular denominada de meiose, contendo no final do seu amadurecimento metade do número total de
cromossomos, sendo descritas como células haploides.
O espermatozoide e o oócito se fundem, este processo é conhecido como fertilização ou fecundação, e ocorre na
ampola da tuba uterina. O número total de cromossomos será de 46, formando um embrião diploide.
A maturação do oócito ocorre nos ovários, especificamente no folículo. No processo de maturação o oócito é
VOCÊ QUER VER?
O filme , dirigido por Lucía Puenzo conta a história do cirurgião Ramiro, que viaja para oXXY
Uruguai para conhecer Alex, uma menina de 15 anos que nasceu com uma deformação que
atrapalha a sua vida: o cromossomo XXY, o que a torna hermafrodita. E mesmo com os apelos
dos médicos, os pais resolveram não fazer uma operação logo após o nascimento, achando que
ela deveria ter direito de decidir qual seu sexo. É um ótimo filme!
- -3
A maturação do oócito ocorre nos ovários, especificamente no folículo. No processo de maturação o oócito é
separado das outras células por uma proteção, denominada de zona pelúcida (composta por proteínas). A zona
pelúcida contém o receptor para o espermatozoide.
O espermatozoide é produzido no testículo e se torna maduro no epidídimo. Quando o espermatozoide alcança a
ampola da tuba uterina e encontra o oócito, penetra na zona pelúcida e se funde, reunindo cromossomos
masculinos e femininos em um único núcleo no citoplasma do oócito fertilizado (que será denominado de ovo).
Nesse momento temos a formação do zigoto.
O zigoto é transportado da tuba uterina para a cavidade do útero quando ali inicia o processo de nidação
(implantação na parede uterina). Esse transporte demora em média 7 dias para se concluir. A tuba uterina é
formada por epitélio ciliado, que realiza esse processo. Durante a nidação ocorre divisão de células (clivagem) do
embrião. A clivagem provoca o aumento do número de células sem alterar o volume do embrião. Nesse
momento, as células que compõem o embrião são denominadas de blastômeros.
O embrião segue seu processo de nidação para se fixar na parede interna do útero, fase denominada de
implantação. Antes da implantação os blastômeros desaparecem, formando um aglomerado de células
denominada de mórula. A camada mais externa da mórula se diferencia (trofectoderme) e o interior do embrião
apresenta uma massa celular envolta por líquido. A cavidade aumenta de tamanho, formando o blastocisto. A
massa celular interna formará todo o tecido fetal, enquanto a massa externa constituirá a placenta.
O embrião atinge o útero em torno do estágio do blastocisto. O trofectoderma se funde à camada interna do
útero (implantação). A massa celular interna sofre aumento do número de células rapidamente, e na quarta
semana acontece a gastrulação, que gera três camadas nessa massa celular interna. As camadas são
denominadas de ectoderma, mesoderma e endoderma.
Ectoderma
O ectoderma forma o sistema nervoso, parte do bulbo do olho, parte da glândula hipófise, medula da
suprarrenais, células claras da tireóide, odontoblastos e epitélios de revestimento.
Mesoderma
O mesoderma origina os músculos estriados esqueléticos, o músculo estriado cardíaco, músculos lisos, vasos
sanguíneos, parte do aparelho urogenital, medula óssea, cartilagens e gordura.
Endoderma
O endoderma origina o revestimento dos sistemas respiratório e digestório. A camada externa, denominada de
trofectoderma origina a placenta e o cordão umbilical, ficando por fora da massa celular que origina o embrião.
A capacidade de desenvolvimento de células germinativas é extremamente alta, sendo capaz de gerar um
VOCÊ SABIA?
Os espermatozoides que carregam os cromossomos sexuais X são mais resistentes que os
espermatozoides que carregam os cromossomos sexuais Y, esses são mais rápidos. Caso ocorra
a relação sexual e a mulher já ovulou, os espermatozoides com o Y tem maior chance, a
fecundação por eles resulta em um zigoto XY, originando um menino. Caso a mulher não tenha
ovulado ainda, os espermatozoides X, mais resistentes, tem maior chance de fecundar,
resultando em um zigoto XX, gerando uma menina.
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A capacidade de desenvolvimento de células germinativas é extremamente alta, sendo capaz de gerar um
indivíduo completo após a fertilização. Caso as células germinativas tenham ciclo de divisão incontrolado, podem
ocasionar a formação de um tumor celular denominado de teratoma (tumor de células germinativas).
Os teratomas são caracterizados por apresentar vários tipos de tecidos (já que são originados das células
germinativas). São comuns em apresentar tecido ósseo, dentes, cabelos e raramente olhos, mãos e pés. A
etiologia exata dos teratomas ainda não é conhecida, mas sua origem é das células germinativas primordiais. A
placenta produz o hormônio polipeptídeo denominado de hormônio gonadotrófico coriônioco humano (hCG) e o
hormônio lactogênio placentário. O hCG aumenta rapidamente no primeiro trimestre, ele aumenta a produção de
progesterona, que mantém o trofismo do endométrio durante a gestação (inibindo sua descamação por meio da
menstruação).
O hormônio lactogênio placentário é produzido pela placenta, e seus níveis aumentam no segundo trimestre de
gestação. Sua ação é parecida com o hormônio do crescimento, auxiliando o desenvolvimento fetal.
Os anexos embrionários são constituídos pelo saco vitelínico, cavidade amniótica, cório e alantoide. O saco
vitelínico é um anexo embrionário associado ao intestino do embrião, e ao passo que o embrião se desenvolve o
saco vitelínico é reduzido. O âmnio é a membrana que reveste integralmente o embrião, separando-o da
cavidade aminiótica. O cório é a membrana de revestimento mais externa, reveste todo o embrião e o âmnio. Do
alantoide deriva o intestino embrionário se juntando ao cordão umbilical, persistindo a maior parte do
desenvolvimento fetal como úraco.
3.1.1 Hermafroditismos: atresia vaginal e útero bicorno
Durante o desenvolvimento normal, os ductos de Müller devem se fundir completamente, formando os órgãosgenitais internos. Os ductos de Müller são estimulados a se desenvolver quando a gônada embrionária se
diferencia em um ovário. As falhas na fusão dos ductos de Müller comprometem a formação adequada do útero e
vagina, sendo mais frequente alterações uterinas.
A alteração mais comum é o útero bicorno, sendo constituído de um colo e o corpo do útero bifurcado em dois
cornos. O interior da cavidade uterina apresentará, na maioria dos casos, um septo de divisão, e esse septo pode
se estender para a vagina (vagina septada). O útero bicorno não está associado com a dificuldade na fecundação,
mas com dificuldade da vascularização placentária (ocasionando maior número de abortos) e espaço para
desenvolvimento fetal.
As alterações nos ductos de Müller podem ocasionar atresia ou agenesia vaginal e malformações associadas do
sistema urinário na mulher, sendo denominada de Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser (MRKK).
Anormalidades na divisão celular podem gerar um feto com mosaicismo (número de cromossomos alterados). O
feto pode apresentar células com 44 cromossomos autossomos e XY (cromossomos sexuais) e outras células do
mesmo feto pode apresentar 44 cromossomos autossomos e XX. Essa condição é denominada de
hermafroditismo (intersexo). Como ambas as células 44-XX e 44-XY existem no mesmo feto as estruturas
masculinas e femininas se desenvolvem, contudo, o pênis pode apresentar hipospádia (uretra que se abre na face
inferior do pênis), ou um dos testículos não conclui o seu descenso (descida testicular, provocando
VOCÊ QUER LER?
Segundo a mitologia grega, a união entre Hermes, o Deus da fertilidade masculina, e Afrodite, a
Deusa da fertilidade feminina, originou um filho, chamado de Hermafrodito. Para saber
realmente a história por trás do mito leia: http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas
./um-flagrante-de-adulterio-e-o-mito-do-hermafrodito/12739
http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas/um-flagrante-de-adulterio-e-o-mito-do-hermafrodito/12739
http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas/um-flagrante-de-adulterio-e-o-mito-do-hermafrodito/12739
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inferior do pênis), ou um dos testículos não conclui o seu descenso (descida testicular, provocando
criptorquidismo).
3.2 Esqueleto da pelve
A pelve óssea (do latim bacia) é formada pelos ossos do quadril direito e esquerdo, sacro e cóccix. Os ossos do
quadril se articulam entre si anteriormente, por meio de uma articulação cartilagínea denominada sínfise púbica
(fibrocartilagem), reforçada pelos ligamentos púbicos superior e inferior. Posteriormente os ossos do quadril se
articulam com o sacro, formando as articulações sacroilíacas. As articulações sacroilíacas são divididas em duas
partes, uma sinovial plana e outra fibrosa, reforçadas pelos densos ligamentos sacroilíacos anteriores e
posteriores.
Figura 1 - Ossos e articulações da pelve
Fonte: sciencepics, Shutterstock, 2020.
: nessa ilustração se observa a pelve em uma imagem superior, sendo formada pelos ossos e#PraCegoVer
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: nessa ilustração se observa a pelve em uma imagem superior, sendo formada pelos ossos e#PraCegoVer
articulações e representada na cor bege.
O sacro se articula inferiormente com o cóccix, por meio da articulação sinovial denominada de sacrococcígea,
reforçada pelos ligamentos sacrococcígeos posteriores superficial e profundo e sacrococcígeo anterior.
Figura 2 - Ligamentos da pelve
Fonte: sciencepics, Mediapool, 2020.
: nessa ilustração em 3D podemos observar os ossos do quadril, em cor bege, e os principais#PraCegoVer
ligamentos da pelve e do quadril em lilás (cores ilustrativas), formando por sua vez, as articulações.
A pelve óssea forma a cavidade pélvica verdadeira (pelve menor) que abria as vísceras pélvicas, delimitada pelas
aberturas superior e inferior da pelve.
A abertura superior da pelve é demarcada por uma linha que passa superiormente pela sínfise púbica, pela linha
pectínea, linha arqueada e face anterior do sacro. A abertura inferior da pelve é delimitada pela parte inferior da
sínfise púbica, ramos isquiopúbicos, túberes isquiáticos, espinhas isquiáticas, sacro e cóccix. Superiormente a
abertura superior da pelve podemos localizar a cavidade pélvica falsa (pelve maior).
A abertura superior da pelve apresenta uma inclinação anterior, em relação ao plano horizontal de 60 graus.
Alterações nessa angulação de orientação podem significar retroversão ou anteversão da pelve.
3.2.1 Diâmetros pélvicos
Os diâmetros na abertura superior da pelve podem ser identificados, da seguinte forma:
O diâmetro anteroposterior ("conjugado") é a distância entre a sínfise púbica e o promontório sacral.
O diâmetro conjugado anatômico (verdadeiro): medido entre o promontório sacral e a borda superior da sínfise
púbica (com cerca de 11,0 cm).
O conjugado obstétrico: medido do promontório sacral até o ponto mais abaulado na parte posterior da sínfise
púbica, localizado cerca de 1 cm abaixo da margem superior (com cerca de 10,5 cm), esse é o menor diâmetro
anteroposterior.
O conjugado diagonal: medido entre o promontório sacral e a borda inferior da sínfise púbica (com cerca de 12,5
cm).
É interessante ressaltar que fatores genéticos e ambientais podem determinar a forma da pelve. Pessoas que
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É interessante ressaltar que fatores genéticos e ambientais podem determinar a forma da pelve. Pessoas que
nasceram com luxação congênita do quadril, gestação que restringia movimentos fetais, escolioses graves na
adolescência, fatores hormonais e atividade esportiva intensa também podem levar a alterações morfológicas da
pelve.
O formato da pelve feminina foi dividido em quatro classes, sendo que cada uma possui características
peculiares em relação à largura do ângulo subpúbico, à altura da pelve, aos diâmetros transversais e ao formato
da abertura superior da pelve. A classificação da pelve quanto ao formato se dá em: ginecoide (41,4% das
mulheres) a abertura superior da pelve é arredondada, com diâmetro transversal maior que o ântero-posterior;
androide (32,5% das mulheres) a abertura superior apresenta um formato de coração (é a forma mais comum
nos homens); antropoide (23,5% das mulheres) é uma pelve de abertura superior alongada; platipeloide (2,6%
das mulheres) é uma pelve de abertura superior achatada.
3.2.2 Diferenças sexuais da pelve
Existem diferenças anatômicas entre as pelves entre os gêneros masculino e feminino. De maneira geral, a pelve
no homem é mais espessa e pesada, se comparada a da mulher.
A pelve masculina apresenta geralmente uma cavidade pélvica estreita, de formato afunilado, com a abertura
superior do tipo androide.
Figura 3 - Ângulo subpúbico em homens e mulheres
Fonte: APAURO, Shutterstock, 2020.
: neste desenho em preto e branco podemos observar os principais acidentes ósseos da pelve#PraCegoVer
masculina e feminina e a diferença no ângulo subpúbico entre os sexos.
Nas mulheres a pelve apresenta uma cavidade larga e rasa, com forma cilíndrica e abertura superior do tipo
ginecoide. Nos homens o ângulo subpúbico é menor que 90 graus e nas mulheres esse ângulo é maior, como
ilustrado na figura anterior.
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3.3 Diafragma da pelve
Para abordar o diafragma da pelve, iniciaremos a partir da referenciação anatômica dela, para posteriormente
abordar os músculos que a envolvem, sua ação muscular, a inervação e as fáscias do diafragma da pelve.
3.3.1 Referências anatômicas
Na linha mediana do assoalho da pelve encontramos: o ligamento anococcígeo, entre o cóccix e o ânus;
anteriormente ao ânus temos a rafe do músculo levantador do ânus e anterior à vagina se encontra a uretra.
Na parede lateral da pelve menor, entre a espinha isquiática e as margens laterais do sacro e do cóccix
encontramos um resistente ligamento chamado de sacroespinal.
Inserindo-se nas margens internas do forame obturado e indo até se fixar ao fêmur encontramos o músculo
obturador interno. Cobrindo este músculo temos a fáscia obturatória. Medialmente a este músculo, tanto
superiormente quanto inferiormente, em torno do músculo levantador doânus encontramos a fáscia superior e
inferior dos músculos do diafragma da pelve. Na junção dessas três fáscias: obturatória, superior e do diafragma
da pelve se encontra um engrossamento chamado de arco tendíneo do músculo levantador do ânus, desde o
dorso do púbis até a espinha isquiática.
Assim, já temos descrito todas estruturas anatômicas importantes para descrevermos os músculos que formam
o diafragma da pelve (MOORE , 2014).et al.
3.3.2 Músculos
O diafragma da pelve está localizado profundamente na pelve menor, fechando a sua abertura inferiormente.
O diafragma de pelve é formado principalmente por dois músculos: um posterior, , e outroisquiococcígeo
anterior, o .levantador do ânus
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Figura 4 - Vista superior dos músculos do diafragma da pelve
Fonte: Jinnicha, Shuterstock, 2020.
: nessa ilustração vemos uma vista superior da pelve, com os músculos do diafragma da pelve (na#PraCegoVer
cor vermelha) que irão fazer a sustentação das vísceras pélvicas expostos. Os ossos estão representados na cor
marrom.
Por sua vez, o músculo levantador do ânus é composto por vários fascículos musculares: são os músculos
, , , (nas mulheres) ou (nosiliococcígeo pubococcígeo puborretal pubogavinal levantador da próstata
homens).
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Figura 5 - Músculos do assoalho da pelve
Fonte: Andreus, iStock, 2020.
: ilustração em perfil demonstrando, em vermelho amarronzado, as vísceras pélvicas (bexiga#PraCegoVer
urinária, útero e o reto) na pelve feminina, com os músculos do assoalho da pelve e esses órgãos atravessando os
músculos com funções de esfíncteres.
O está localizado posterior ao músculo levantador do ânus. Inserido na espinhamúsculo isquiococcígeo
isquiática e superiormente ao ligamento sacroespinal. Possui suas fibras dirigidas medialmente, em formato de
leque, para se fixar tanto no sacro quanto no cóccix, cobrindo desta forma todo ligamento sacroespinal.
O é a parte mais posterior do músculo levantador do ânus, é frequentemente poucomúsculo iliococcígeo
desenvolvido, e pode ser, sobretudo, aponeurótico. Possui um formato triangular e está inserido sobre o arco
tendíneo do músculo levantador do ânus (lateralmente) e irá enviar fibras musculares posteromediais para o
cóccix e para o sacro, passando profundamente a porção medial do músculo isquiococcígeo.
Anteromedialmente ao músculo iliococcígeo, fixando-se na face posterior do corpo do púbis, e enviando fibras
musculares posteriormente para se fixar no cóccix e no sacro, encontrarmos o músculo pubococcígeo
(GARDNER , 1988; MOORE ., 2014).et al. et al
Medialmente ao músculo pubococcígeo, temos o . Insere-se na face posterior do púbis e semúsculo puborretal
fixa sobre o ligamento anococcígeo e ao redor do ânus. O músculo puborretal envia fibras musculares
posteriormente que se une com a parte correspondente do músculo contralateral, formando assim a letra U.
Por último, temos na mulher o e no homem o . Situadomúsculo pubovaginal músculo levantador da próstata
medialmente ao músculo puborretal, possui a fixação na face posterior do púbis e envia fibras musculares
paralelas ao músculo puborretal, passando ao lado da uretra e para se fixar no centro tendíneo do períneo.
Entre as margens mediais do musculo pubovaginal (nas mulheres) ou levantador da próstata (nos homens), se
encontra o hiato urogenital. No hiato urogenital se encontra a vagina e a uretra no caso das mulheres e a parte
prostática da uretra, no caso dos homens.
- -11
3.3.3 Ação muscular
O músculo levantador do ânus possui formato triangular que se estendem desde o púbis até o sacro e cóccix, e
são muito importantes porque dão sustentação às vísceras pélvicas (reto, vagina, útero, uretra, bexiga urinária) e
resiste ao aumento da pressão intra-abdominal.
As diferentes partes do levantador do ânus apresentam funções adicionais importantes. O músculo levantador
da próstata (no homem), e o músculo pubovaginal (na mulher) se localizam diretamente abaixo da bexiga
urinária e estão envolvidos no controle da micção (GARDNER , 1988; MOORE ., 2014).et al. et al
O músculo puborretal é responsável pela flexura anorretal, e seu relaxamento durante a defecação permite a
retificação desta junção. Embora o músculo pubococcígeo seja capaz de um considerável relaxamento durante o
parto, é frequentemente rompido ou lesado. A sustentação das vísceras pélvicas pode sofrer consequências em
virtude de tais lesões.
3.3.4 Inervação
Os músculos isquiococcígeo e levantador do ânus são inervados por ramos anteriores dos terceiro e quarto
nervos sacrais. A parte anterior do músculo levantador do ânus é inervada pelo nervo pudendo interno (ramos
anteriores das raízes nervosas de S2-S4) que é formado no plexo sacral (GARDNER , 1988; MOORE ,et al. et al.
2014).
3.3.5 Fáscias do diafragma da pelve
As fáscias do diafragma da pelve são uma parte da fáscia parietal da pelve e estão dispostas em duas camadas:
fáscia superior e fáscia inferior. A fáscia superior está localizada profundamente aos músculos do diafragma,
cobrindo a superfície superior dos músculos isquiococcígeo e levantador do ânus. Alguns autores supõem que
ela seja tão delgada que poderia até mesmo estar ausente. O arco tendíneo do músculo levantador do ânus é
justamente um espessamento desta fáscia e se estende da espinha isquiática ao dorso do púbis, como dito
anteriormente. A fáscia inferior, mais fina que a superior cobre a superfície inferior dos músculos ísquiococcígeo
e levantador do ânus (GARDNER , 1988; MOORE ., 2014).et al. et al
3.4 Períneo
O períneo é a parte da pelve abaixo do diafragma da pelve. É um espaço losangular com os mesmos limites que a
abertura inferior da pelve. O termo períneo está frequentemente restrito, sobretudo em obstetrícia e ginecologia,
a uma região entre os orifícios anal e vaginal (GARDNER , 1988; MOORE ., 2014).et al. et al
- -12
Figura 6 - Períneo feminino
Fonte: Mister_X, Shutterstock, 2020.
: esta ilustração nos mostra a imagem inferior do períneo feminino, com as coxas abertas (na cor#PraCegoVer
marrom clara), com os músculos na cor vermelha e principais estruturas esqueléticas limitando-os na cor
esbranquiçada.
Anteriormente se encontra a sínfise púbica, lateralmente os túberes isquiáticos e posteriormente o cóccix.
Formando o teto essa região é delimitada pelo músculo levantador do ânus. Inferiormente ao ligamento
sacroespinal, entre o tuber isquiático e o sacro encontramos o ligamento sacrotuberal.
Entre os dois túberes isquiáticos, passando no centro tendíneo do períneo, podemos traçar uma linha imaginária
denominada de linha intertuberal. Essa linha divide o losango em dois triângulos, sendo o anterior denominado
de trígono urogenital e o posterior, trígono anal. O trígono urogenital está limitado lateralmente pelos ramos
isquiopúbicos e posteriormente pela linha intertuberal.
- -13
Figura 7 - Períneo masculino
Fonte: Morphart Creation, Shutterstock, 2020.
: desenho realizado por Paul Labarthe em 1885. O desenho nos mostra de uma vista inferior o#PraCegoVer
períneo masculino, principalmente com os músculos e os trígonos urogenital e anal.
Uma estrutura anatômica importante do períneo é o . Formado por um tecidocentro tendíneo do períneo
fibromuscular, está localizado no plano sagital mediano entre o canal anal e o trígono urogenital. Vários
músculos se prendem ao centro tendíneo do períneo, são eles: músculos superficial e profundo do períneo, o
bulboesponjoso, o levantador da próstata e o esfíncter externo do ânus. A fáscia superficial e profunda do
períneo e as fáscias superior e inferior do diafragma da pelve também se prende a ele (GARDNER , 1988;et al.
MOORE ., 2014).et al
3.4.1 Trígono urogenital
Algumas estruturas anatômicas que estão localizadas no trígono urogenital são iguais em ambos os sexos. São
elas: pele, fáscia superficial e profunda do períneo, fáscias inferior e superior do diafragma da pelve, músculos,
ramos dos vasos pudendo interno e nervos pudendos.
No homem, encontramos no trígono urogenital, exclusivamente, os órgãos genitais externos: as partes
membranáceae esponjosa da uretra, o escroto e o pênis, além das glândulas bulbouretrais e da veia profunda do
pênis. Já nas mulheres, encontramos no trígono urogenital, exclusivamente, os órgãos genitais externos: o monte
do púbis, os lábios maiores e menores do pudendo, o clitóris e os bulbos dos vestíbulos, além das glândulas
vestibulares maiores e menores e a veia profunda do clitóris.
O trígono urogenital é separado em compartimentos superficial e profundo do períneo. Essa divisão ocorre para
facilitar o entendimento anatômicos das estruturas que estão nessas regiões.
O compartimento superficial do períneo é um espaço virtual que se encontra entre a fáscia profunda do períneo
(inferiormente) e a fáscia inferior do diafragma da pelve (superiormente). Lateralmente, esse compartimento é
limitado pelos ramos isquiopúbicos.
Nos homens, o compartimento superficial do períneo contém:
- -14
Músculos isquiocavernosos são pequenos músculos que se inserem nos túberes isquiáticos e que se fixam na raiz
do pênis e nos corpos cavernosos. Sua ação auxilia na manutenção da ereção do pênis.
Músculos bulboesponjosos, do centro tendíneo do períneo se origina um par de músculo que se direcionam para
se fixar no bulbo do corpo esponjoso e na face dorsal do pênis. Possuem duas funções: expulsar as últimas gotas
de urina ou sêmen da uretra e auxiliam na manutenção da ereção.
Músculo transverso superficial do períneo, estão situados posteriormente à membrana do períneo e que vão do
tuber isquiático até o centro tendíneo do períneo. Sua ação é insignificante.
Raiz (bulbo e ramos) do pênis.
Ramos perineais profundos dos vasos pudendos internos e nervos pudendos.
Nas mulheres, o compartimento superficial do períneo contém:
Músculos isquiocavernosos são menores do que o homólogo masculino, e possui como função a manutenção da
ereção do clitóris.
Músculo bulboesponjoso, se difere do homólogo masculino por estar bem separado do músculo contralateral em
virtude da localização da parte inferior da vagina. Embora se encontra inserido no púbis e na raiz e dorso do
clitóris realizam a constrição fraca da vagina.
Músculo transverso superficial do períneo, similar ao homólogo masculino.
Clítóris.
Bulbos do vestíbulo.
Glândulas vestibulares maiores e menores.
Ramos perineais profundos dos vasos pudendos internos e nervos pudendos.
Todos os músculos do compartimento superficial do períneo estão inervados pelo nervo pudendo interno (S -S
2 4
).
Entre a fáscia inferior do diafragma da pelve e a membrana do períneo encontramos os músculos que estão
inferiormente ao diafragma da pelve, que são denominados de músculos profundos do períneo. Esses músculos
se estendem anteriormente desde o ângulo púbico até posteriormente, ao centro tendíneo do períneo e,
lateralmente, estão delimitados pelos ramos isquiopúbicos (GARDNER , 1988; MOORE , 2014).et al. et al.
Nos homens, o compartimento superficial do períneo contém:
Parte esponjosa da uretra.
Músculo transverso profundo do períneo.
Músculo esfíncter externo da uretra.
Glândulas bulbouretrais.
Feixe neurovascular dorsal do pênis.
Nas mulheres, o compartimento profundo do períneo contém:
Parte proximal da uretra.
Músculo transverso profundo do períneo.
Músculo esfícnter externo da uretra.
Feixe neurovascular dorsal do clitóris.
O músculo profundo do períneo (músculo transverso profundo do períneo e o músculo esfíncter externo da
uretra) está inserido nos dois ramos isquiopúbicos (direito e esquerdo) da pelve, tendo suas fibras posteriores
inseridas no centro tendíneo do períneo. Nas mulheres, essas fibras do músculo profundo do períneo se
relacionam com as paredes laterais da vagina. Está situado entre a fáscia superior do diafragma do trígono
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relacionam com as paredes laterais da vagina. Está situado entre a fáscia superior do diafragma do trígono
urogenital e a membrana do períneo.
Além disso, nos homens as fibras do músculo profundo do períneo vão rodear a uretra (no caso dos homens –
uretra membranosa). Assim, a uretra membranosa atravessa o trígono urogenital masculino. Essas fibras que
estão rodeando a uretra esponjosa vão a formar o músculo esfíncter externo da uretra. Isto é muito importante
porque é esse músculo que irá dar o controle voluntário da micção. Já nas mulheres, não atua como um esfíncter
porque a uretra e a vagina estão fundidas e por essa razão suas fibras não circundam a uretra (GARDNER ,et al.
1988; MOORE , 2014).et al.
Os músculos profundos do períneo são muito menos desenvolvidos nas mulheres que nos homens, e muitas
vezes descritos apenas como um único músculo. Alguns autores ainda corroboram que suas fibras musculares
são do tipo lisa (GARDNER , 1988; MOORE , 2014).et al. et al.
Os músculos transversos profundos do períneo e o esfíncter da uretra são inervados pelo nervo dorsal do pênis
(nos homens) e nervo dorsal do clítoris (nas mulheres), e no caso das mulheres a secção deste nervo não resulta
em incontinência urinária.
3.4.2 Trígono anal
Por último nos falta descrever sobre um músculo que também está inervado pelo nervo pudendo interno, que
tem o formato circular e que está rodeando o canal anal, que será o esfíncter externo do ânus. Que é um músculo
extremamente importante porque ele que irá dar o controle voluntário da defecação.
Este músculo possui uma porção superficial (cutânea) e uma porção profunda, inserido no ligamento
anococcígeo como também no centro tendíneo do períneo. A porção superficial (cutânea) está sob a pele do
ânus.
Ao lado do canal anal se encontra a fossa anococcígea e seu soalho se relaciona com ligamento sacrotuberal e que
está cheia de tecido gorduroso. Na região lateral dessa fossa estão situados o nervo, a artéria e a veia pudenda
interna. Esse feixe se relaciona com músculo obturador interno e com a membrana do períneo. Esse nervo
pudendo interno possui fibras mistas e irá inervar a parte motora e sensitiva dessa região do períneo assim
como também o clítoris e a pênis. A artéria pudenda interna irá irrigar toda essa região do períneo, que podemos
observar que possui um formato de um losango, com um trígono urogenital (anterior) e um trígono anal
(posterior).
VOCÊ SABIA?
Conhecer a localização do centro tendíneo do períneo e os músculos correspondentes é
fundamental, pois durante o parto se realiza um corte lateral à comissura posterior dos lábios
maiores do pudendo (episiotomia). Essa incisão serve para não lesionar o músculo esfíncter
externo do ânus. Durante a episiotomia o que se incide são os músculos bulboesponjoso e o
transverso superficial do períneo e isso evita uma lesão tanto dos músculos profundos do
períneo quanto dos músculos do diafragma da pelve.
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3.5 Aspectos morfofuncionais do sistema genital masculino
Por volta da oitava semana de gestação a gônada primitiva sofre o processo de diferenciação, se transformando
em um ovário ou em um testículo. A formação testicular depende do gene SRY (fator determinante sexual), que
está associado ao cromossomo Y. Assim, embriões XY (SRY positivo) geram um testículo.
A partir do momento da formação testicular ocorre a liberação de dois hormônios: o hormônio antimülleriano
que provocando atrofia dos ductos de Müller (que originariam os órgãos genitais femininos) e a testosterona que
promoverá o desenvolvimento dos ductos de Wolff (que originam os órgãos genitais masculinos).
Figura 8 - Sistema genital masculino
Fonte: logika600, Shutterstock, 2020.
: desenho em perfil esquerdo do sistema genital masculino mostrando as principais estruturas#PraCegoVer
anatômicas, em tons de vermelho, que o compõe. Pode ser ter uma boa noção da formação da via espermática,
composta pelos dúctos eferentes do testículo, pelo epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e a uretra.
Com o desenvolvimento testicular ocorre a formação dos demais órgãos genitais masculinos. Podemos dividi-los
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Com o desenvolvimento testicular ocorre a formação dos demais órgãos genitais masculinos. Podemos dividi-los
em externos (genitália externa) e internos.
Os componentes anatômicosdos órgãos genitais masculinos precisam produzir espermatozoides e hormônios,
armazenar e maturar os espermatozoides, transportar os espermatozoides no momento da ejaculação, produzir
secreções para nutrir e proteger os espermatozoides na ejaculação e promover a cópula.
3.5.1 Testículos
A gônada é o órgão produtor de gameta e hormônios, a gônada masculina é o testículo, produtor de
espermatozoides e andrógenos (testosterona). O testículo sofre influência hipotalâmica para sua produção. Os
corticotróficos localizados na adenohipófise secretam os hormônios: luteinizante (LH) e folículo estimulante
(FSH), que atuam sobre o testículo.
3.5.2 Via espermática
Composta por órgãos que armazenam, maturam e transportam os espermatozoides no momento da ejaculação.
A via condutora é composta pelos dúctos eferentes do testículo, pelo epidídimo (órgão em formato de letra C que
está associado com a região posterior do testículo), ducto deferente, ducto ejaculatório e a uretra.
O epidídimo apresenta três porções: cabeça, corpo e cauda. Na cauda do epidídimo os espermatozoides são
maturados ou degradados. No momento da ejaculação os espermatozoides partem da cauda do epidídimo para o
ducto deferente.
O ducto deferente é um canal estreito, que atravessa o escroto e o canal inguinal, alcançando a cavidade pélvica.
Contorna lateralmente a bexiga urinária, se direcionando para a parte posterior e inferior da bexiga. Nesse ponto
o ducto deferente se dilata, formando a ampola do ducto deferente e, se une com o ducto da glândula seminal
(um pouco antes de entrar na próstata), formando o ducto ejaculatório. O ducto ejaculatório atravessa o
parênquima da próstata, terminando na parte prostática da uretra. As aberturas dos ductos ejaculatórios estão
em uma elevação denominada de colículo seminal. Os espermatozoides ganham a parte prostática da uretra,
seguindo para as partes membranácea e esponjosa, até serem expelidos no óstio externo da uretra (localizado na
glande do pênis).
3.5.3 Glândulas anexas
São três glândulas que estão associadas ao sistema genital masculino. A secreção das glândulas é incorporada
aos espermatozoides, para nutri-los, equilibrar o pH da via espermática e viabilizar a progressão dos
espermatozoides. As glândulas são: a , localizada inferiormente próstata à bexiga urinária e anteriormente ao
reto, sendo atravessada pela uretra e pelo ducto ejaculatório. As localizadas posteriormenteglândulas seminais
à bexiga e lateralmente as ampolas dos ductos deferentes. As que estão localizadasglândulas bulbouretrais
lateralmente à parte membranácea da uretra, na membrana perineal e seus ductos se abrindo na parte
esponjosa da uretra.
3.5.4 Órgão de cópula
O pênis é formado por tecido erétil, que se enche de sangue por estimulação parassimpática (que promove
vasodilatação das artérias penianas). É formado por dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (atravessado
pela uretra). Os corpos cavernosos e o corpo esponjoso são envoltos por tecido conjuntivo, a túnica albugínea,
que mantém a forma do pênis no momento da ereção.
O pênis se fixa aos ísquios e a membrana perineal, essa parte é denominada de raiz do pênis. O corpo esponjoso
nesse local é denominado de bulbo do pênis e, os corpos cavernosos são denominados de ramos do pênis. O
pênis apresenta uma dilatação distal, formada por corpo esponjoso denominada de glande do pênis, local onde
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pênis apresenta uma dilatação distal, formada por corpo esponjoso denominada de glande do pênis, local onde
está o óstio externo da uretra. A glande do pênis é recoberta por pele, denominada de prepúcio (GARDNER ,et al.
1988; MOORDE , 2014).et al.
3.5.5 Órgãos externos do sistema genital masculino
O escroto é uma bolsa que contém o testículo, o epidídimo e o início do ducto deferente. A pele do escroto é fina e
contém pelos. A camada abaixo da pele é desprovida de tela subcutânea, sendo substituída por fibras
musculares, formando o músculo dartos. A contração do músculo dartos junto da contração do músculo
cremáster (fibras musculares provenientes do m. oblíquo interno do abdome que alcançam os envoltórios do
testículo) promovem a elevação testicular, aproximando-o da parede abdominal e consequentemente elevando a
temperatura. Assim, essa musculatura promove a regulação térmica ideal para produção dos espermatozoides (2
a 3 graus a menos que a temperatura corporal).
3.6 Aspectos morfofuncionais do sistema genital feminino
Assim como o sistema genital masculino, o feminino possui como principal função a reprodução humana. É
dividido em ovário, tuba uterina, útero, vagina e órgãos externos.
Figura 9 - Sistema genital feminino
Fonte: logika600, Shutterstock, 2020.
: a ilustração nos mostra os órgãos do sistema genital feminino em um corte frontal. Todos órgãos#PraCegoVer
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: a ilustração nos mostra os órgãos do sistema genital feminino em um corte frontal. Todos órgãos#PraCegoVer
estão representados na coloração vermelha e o ligamento largo esbranquiçado.
A partir de agora iremos estudar, em mais detalhes, os ovários e suas características, a tuba uterina, o útero e o
pudendo feminino (vulva).
3.6.1 Ovários
Começaremos a estudar as características macro e microscópica dos ovários, que são as gônadas femininas. Os
ovários são órgãos pares, possuem a forma de amêndoa e com um tamanho longitudinal de 3,75 cm, enquanto
que no sentido transversal e sagital aproximadamente 1,25 cm, possuindo o peso médio de 7g.
Nas mulheres nulíparas estão localizados em uma depressão denominada de fossa ovárica, e, podendo ser
palpado na altura da espinha ilíaca anterosuperior, imediatamente medial ao plano lateral.
Durante a gestação, quando o útero ascende para o abdome, o ovário é deslocado de sua posição original. Após a
gravidez retorna ou para esta posição ou sobre o músculo levantador do ânus (músculo do diafragma da pelve).
Portanto, a localização dos ovários pode variar conforme as condições fisiológicas da mulher (GARDNER ,et al.
1988; MOORE , 2014).et al.
A fossa ovárica possui como limites: lateralmente a parede lateral de pelve; superiormente, a abertura superior
da pelve; posteriormente, o ureter; inferiormente, o ligamento largo do útero; anteriormente a artéria umbilical
obliterada e a artéria ilíaca anterior. Todas essas estruturas anatômicas, incluso o ovário estão recobertos pelo
peritônio.
A anatomia externa dos ovários nos apresenta com dois polos (superior e inferior), duas margens (mesovárica e
livre) e duas faces (medial e lateral).
A margem mesovárica é onde se encontra propriamente o hilo do ovário, ou seja, onde irá passar os nervos e
vasos sanguíneos e linfáticos do ovário. Nessa margem está fixada uma prega peritoneal, chamada de mesovário,
que faz parte do ligamento largo do útero. A margem livre está relacionada com a tuba uterina e posteriormente
a ela está passando a parte pélvica do ureter (GARDNER , 1988; MOORE , 2014).et al. et al.
No polo superior está fixado o ligamento suspensor do ovário. Este se origina nas primeiras vértebras lombares
e contém a veia ovárica, a artéria ovárica (que se origina diretamente da aorta abdominal) e os nervos ováricos.
O ligamento suspensor do ovário ao chegar no ovário passa por entre as duas folhas do mesovário para chegar
ao hilo do ovário. No polo inferior do ovário irá se fixar outro ligamento, o ligamento útero-ovárico. Como o
próprio nome diz, fixado ao útero.
A face medial está relacionada com a tuba uterina já a face lateral, como já descrito, está em contato com o
peritônio parietal que reveste a fossa ovárica na face lateral da pelve.
A estrutura interna dos ovários varia com a idade e com o estágio do ciclo ovariano. Assim, encontra-se coberto
por uma camada de células cubóides (epitélio germinativo) que se une ao mesotélio do mesovário no hilo do
ovário. A parte do ovário abaixo do epitélio germinativo encontramos a túnica albugínea do ovário (homóloga a
túnica albugínea nos testículos), e está túnica que irá se romper cada vez que há o processo de ovulação. Na
profundidade desta túnicaalbugínea está localizado o estroma do ovário e nesse estroma se encontra os oócitos
(GARDNER , 1988; MOORE , 2014).et al. et al.
3.6.2 Tuba uterina
A tuba uterina (palavra grega, , que significa tuba) em número de duas, possuem como função levar osalpinx
oócito dos ovários para a cavidade do útero. Elas também permitem que o espermatozoide passe no sentido
oposto, e a fertilização do óvulo ocorre comumente dentro da tuba.
Cada tuba uterina possui aproximadamente 10 cm de comprimento e está localizada na margem superior e entre
as duas lâminas do ligamento largo. Corre lateralmente ao corpo do útero, passando sobre o mesovário, arqueia-
se sobre o polo superior para terminar na face medial do ovário. Está subdividida em quatro partes, que desde o
ovário até o útero, são: infundíbulo, ampola, istmo e parte uterina.
O infundíbulo da tuba possui o formato de uma corneta com prolongamentos que saem de sua borda, em
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O infundíbulo da tuba possui o formato de uma corneta com prolongamentos que saem de sua borda, em
formato de dedos, denominadas de fímbrias da tuba uterina. As fímbrias são numerosas e irregulares e, dentre
elas há uma que se destaca por ser mais longa e fixar a tuba uterina ao polo superior do ovário, denominada de
fímbria ovárica.
Ao redor das fímbrias uterinas, há um orifício chamado de óstio abdominal, com diâmetro de aproximadamente
3mm. Assim, as fímbrias possuem a função de captar o oócito que saiu do ovário e colocá-lo dentro da tuba
uterina. Esse óstio permite a comunicação da cavidade peritoneal com o exterior o meio externo.
A ampola da tuba uterina é a parte mais longa, dilatada, tortuosa e com paredes relativamente finas da tuba
uterina. Normalmente, é nessa parte que ocorre a fecundação. O istmo da tuba uterina é uma estrutura mais
curta, reta e de parede mais espessas do que a ampola uterina e continua-se como parte uterina. Por sua vez, a
parte uterina atravessa a parede do útero e termina na cavidade do útero com uma abertura denominada óstio
uterino, com diâmetro de aproximadamente 1 mm.
Pela diferença que ocorre no espessamento da parede da tuba uterina e pelos diâmetros dos óstios, pode-se
afirmar que o lúmen da tuba uterina decresce de tamanho desde o óstio abdominal até o óstio uterino.
Cada tuba uterina apresenta três túnicas: uma mucosa, uma muscular e uma serosa. A túnica serosa é mais
superficial, formada pelo ligamento largo do útero; a túnica muscular formada por fibras musculares circulares
profundas e longitudinais superficiais; a túnica mucosa formada por epitélio cúbico ciliado. Estando fecundado
ou não, o oócito se movimenta através da tuba uterina em direção ao útero, sendo influenciado tanto pela ação
ciliar das células epiteliais como por uma ação peristáltica da túnica muscular (GARDNER , 1988; MOORE et al. et
, 2014).al.
3.6.3 Útero
O útero (palavra grega, ) varia de formato e tamanho, localização e estrutura, dependendo da idade,hysteria
gravidez ou outros fatores. Possui aproximadamente 8 cm de comprimento, 4 cm de largura na sua parte
superior e uma espessura de 2 cm podendo ter dimensões muito maiores durante a gravidez.
Nas mulheres nulíparas, as paredes do útero são espessas e musculares, fazendo com que o órgão tenha um
aspecto piriforme, ou seja, em forma de pêra invertida, formando um ângulo ligeiramente maior do que 90º
graus com a vagina (ângulo de anteroversão). O útero é subdividido em fundo, corpo, istmo (multíparas), colo e
cavidade do útero.
O fundo do útero é a porção mais larga do órgão e está localizado acima dos óstios uterinos da tuba uterina.
O corpo do útero devido ao ângulo de anteflexão possui uma face voltada anteroinferiormente chamada de face
 e uma face voltada pósterosuperiormente, a . A face vesical se relaciona com o fundo davesical face intestinal
bexiga urinária. Entre a bexiga urinária e a face vesical do útero há uma prega peritoneal que irá formar a
escavação vesicouterina. Por outro lado, entre a face intestinal e o reto irá formar outra prega peritoneal
denominada de escavação retovesical.
O colo do útero se estende do óstio histológico interno do útero até o óstio (externo) do útero possuindo duas
porções: supravaginal e vaginal. A porção supravaginal está localizada acima da vagina e de cada lado desta
porção está descendendo os ureteres e, transversalmente, estão as artérias uterinas.
A porção vaginal do colo do útero está localizada inferiormente à porção supravaginal, e se estende até a vagina,
terminando em um óstio, denominado de óstio (externo) do útero. Esse óstio apresenta os lábios anterior e
posterior. Também, devido essa invaginação, formam-se quatro fórnices: dois laterais, um anterior e um
posterior, entre a parede da vagina e porção vaginal do colo do útero.
A cavidade do útero possui a forma triangular, tendo a base superior e o vértice inferiormente. O vértice seria o
óstio interno histológico do útero, que inferiormente se continua como canal do colo do útero e se termina como
óstio (externo) do útero. A cavidade do útero, acima do óstio interno até o fundo do útero chega a medir 3,75 cm
de comprimento. A cavidade do útero é larga superiormente, no local da entrada das tubas uterinas; porém vai
gradualmente se estreitando até formar o istmo do útero, inferiormente.
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As paredes internas anterior e posterior da cavidade do útero estão encostadas uma à outra, e, somente se
separam durante a menstruação ou na gravidez.
O útero apresenta diversos ligamentos que auxiliam sua sustentação na pelve. Os principais ligamentos do útero
são: os ligamentos transversos (cardinais), que fixam o colo do útero na parede pélvica; o ligamento uterossacral
fixando o útero ao sacro; a fáscia pubocervical formada por tecido conjuntivo denso que fixa o colo do útero aos
ossos púbicos; o ligamento largo do útero que fixa as margens laterais do útero à parede lateral da pelve
(formando o mesométrio); o ligamento redondo do útero, que se fixa na região superior do corpo do útero,
atravessa o canal inguinal para se prender na tela subcutânea dos lábios maiores. Esses ligamentos, auxiliados
pelo músculo levantador do ânus, sustentam e suspendem o útero.
O útero na cavidade pélvica está sustentado pelo sistema ligamentar e muscular, e a posição normalmente
encontrada é de anteflexão e anteversão. A anteflexão é o ângulo de inclinação anterior entre colo e o corpo
uterino. Já a anteversão é o ângulo, formando na região anterior, entre o colo do útero e a vagina (GARDNER et al.
, 1988; MOORE , 2014).et al.
O estudo estratigráfico (por camadas) do útero permite a identificação de três camadas, de interno para externo:
o endométrio, o miométrio e o perimétrio. O endométrio é formado por uma mucosa de tecido epitelial simples
colunar, com glândulas uterinas, e pode ser subdividido em uma camada profunda formada por tecido
conjuntivo (camada basal) e uma camada constituída por tecido conjuntivo e tecido epitelial (camada funcional).
O miométrio é formado por fibras musculares lisas, com três direções: longitudinal, circular e oblíqua. A
contração do miométrio provoca a descamação da camada funcional do endométrio (menstruação) e expulsão
do feto no parto. O hormônio ocitocina estimula a contração do útero de forma vigorosa e frequente. O
perimétrio é formado por tecido conjuntivo, elástico e colágeno e faz parte do ligamento largo do útero
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
VOCÊ O CONHECE?
O Prof. Dr. Manoel de Jesus Simões é referência no estudo do útero no Brasil e no mundo.
Atualmente é professor livre-docente da Universidade Federal de São Paulo e possui como
linha de pesquisa aspectos morfológicos do ovário. Para saber mais sobre ele, acesse:
.http://lattes.cnpq.br/5987164343458678
CASO
Uma mulher de 28 anos de idade procura seu ginecologista para fazer exames de rotina. Não
apresenta queixas, seu ciclo menstrual é regular, com duração de cinco dias. Contudo, notou
que o seu último fluxo menstrual foi mais intenso. No exame foi notado aumento da massa
uterina e por meio da ultrassonografia foi possívelvisualizar 4 miomas na parede uterina (com
cerca de 3 cm cada um deles).
Os miomas uterinos são assintomáticos e aumentam de incidência com a idade, ocorrendo na
prevalência entre 20% a 50% em mulheres com mais de 30 anos. A histerectomia (remoção
completa do útero) pode ser utilizada como tratamento definitivo para os miomas uterinos
sintomáticos.
http://lattes.cnpq.br/5987164343458678
- -22
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
3.6.4 Pudendo feminino (vulva)
Os órgãos externos do sistema genital feminino são: o monte púbico (monte de Vênus) que é uma região
superficial à sínfise púbica, constituída por tecido adiposo revestido de pele e pelos; os lábios maiores e os lábios
menores e o clitóris.
A região entre os dois lábios menores é denominada de vestíbulo da vagina, local onde estão os óstios: externo
da uretra e da vagina.
Conclusão
Chegamos ao final desta unidade, que trabalhou conceitos fundamentais de biologia do desenvolvimento,
morfologia macro e microscópica e correlações clínicas dos sistemas genitais masculino e feminino.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer todos os órgãos que compõe o sistema genital tanto masculino quanto feminino;
• explorar as regiões do períneo e do diafragma da pelve;
• aprender sobre variações anatômicas e patologias relacionadas ao sistema genital;
• compreender como se dá o desenvolvimento embrionário;
• aprender a histologia básica do sistema genital.
Bibliografia
FÉLIX, L. Um flagrante de adultério e o mito do Hermadrofito. . São Paulo. 27/12/2013. DisponívelCarta Forense
em: http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas/um-flagrante-de-adulterio-e-o-mito-do-hermafrodito
/12739. Acesso em: 03 jun. 2020.
GARDNER E.; GRAY, D.J.; O’RAHILLY, R. – Estudo regional do corpo humano. 4. ed. Rio de Janeiro:Anatomia
Guanabara Koogan, 1988.
JUNQUEIRA L. C. U; CARNEIRO, J. - texto e atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,Histologia básica
2013.
MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014.
SADLER, T.W. . 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.Langman Embriologia médica
SIMÕES. M. J. . Disponível em: Lattes http://lattes.cnpq.br/5987164343458678. Acesso em: 03 jun 2020.
XXY. Direção de Lucpia Puenzo. França, Espanha, Argentina, (86 min.), son, color., 2007.
•
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http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas/um-flagrante-de-adulterio-e-o-mito-do-hermafrodito/12739
http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas/um-flagrante-de-adulterio-e-o-mito-do-hermafrodito/12739
http://lattes.cnpq.br/5987164343458678
	Introdução
	3.1 Desenvolvimento embrionário, fetal, placenta, anexos e agentes teratogênicos
	3.1.1 Hermafroditismos: atresia vaginal e útero bicorno
	3.2 Esqueleto da pelve
	3.2.1 Diâmetros pélvicos
	3.2.2 Diferenças sexuais da pelve
	3.3 Diafragma da pelve
	3.3.1 Referências anatômicas
	3.3.2 Músculos
	3.3.3 Ação muscular
	3.3.4 Inervação
	3.3.5 Fáscias do diafragma da pelve
	3.4 Períneo
	3.4.1 Trígono urogenital
	3.4.2 Trígono anal
	3.5 Aspectos morfofuncionais do sistema genital masculino
	3.5.1 Testículos
	3.5.2 Via espermática
	3.5.3 Glândulas anexas
	3.5.4 Órgão de cópula
	3.5.5 Órgãos externos do sistema genital masculino
	3.6 Aspectos morfofuncionais do sistema genital feminino
	3.6.1 Ovários
	3.6.2 Tuba uterina
	3.6.3 Útero
	3.6.4 Pudendo feminino (vulva)
	Conclusão
	Bibliografia

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