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Anormalidades no trabalho de parto - Distócias

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Anormalidades no trabalho de parto – Distocias 
 
Introdução 
 Trabalho de Parto Normal (Eutócico): a 
velocidade de dilatação esperada para a 
mulher que entra na fase ativa do trabalho de 
parto (após alcançar 3,0 – 4,0 cm, mulheres 
com dilatação <6 cm são diagnosticadas como 
estando na fase latente e aquelas com >6cm 
são categorizadas na fase ativa) é: 
- Nulíparas: 1,2 cm/h. 
- Multíparas: 1,5 cm/h. 
● A descida mínima na fase ativa é: 
- Nulíparas: 1,0 cm/h 
- Multíparas: 2,0 cm/h 
- Período expulsivo (segundo período): dura em 
torno de 40 minutos nas primíparas e 20 
minutos nas multíparas; 
- Cerca de 20% dos trabalhos de parto, com 
concepto vivo ao nascer, apresentam algum 
grau de dificuldade ou distocia no seu 
intercurso, sendo o risco maior em nulíparas 
com gestações de termo. 
 
Classificação 
 
Causas 
Alterações da contratilidade (distocia 
de motor ou funcional) 
 Oligossistolia. 
 Polissistolia. 
 Segmento inferior hipertônico. 
 Esforço muscular expulsivo deficiente 
(prensa abdominal insuficiente). 
Alterações fetais (distocia fetal) 
 Distocia de apresentação (occipito-
posteriores persistentes, anteroposteriores 
altas, cabeça alta e móvel, occipito transversa 
baixa, apresentação pélvica, apresentação 
córmica e deflexões de primeiro, segundo e 
terceiro graus). 
 Distocia de volume (macrossomia fetal). 
 
 
 Distocias de cordão (brevidade, nó 
verdadeiro, circular, procúbito, prolapso e 
inserção velamentosa). 
Distocia de ombro 
 Se confirmada, realizar a manobra de 
McRoberts: as coxas são abduzidas e 
hiperflexionadas para alargar a pelve e 
aplica-se pressão suprapúbica auxiliar para 
rotacionar e desprender o ombro anterior. 
 Realizar a pressão suprapúbica (manobra 
de Rubin I) feita pelo auxiliar que estiver no 
lado do dorso/occipito fetal. Deve ser 
realizada por 30 segundos de 
forma contínua na diagonal, na 
tentativa de aduzir o ombro 
anterior. Se não houver sucesso, 
manter a manobra por mais 30 
segundos em pulsos. A manobra 
pode ser realizada com o punho 
fechado ou com a mão espalmada. 
 Inicia-se com a colocação dos 
dedos indicador e médio sobre a 
escápula posterior fetal, 
empurrando o concepto com o 
biacromial no diâmetro anteroposterior para 
um diâmetro oblíquo, com leve tração da 
cabeça simultânea para desprendimento 
(Rubin II). 
 Se não houver resposta, os dedos sobre a 
escápula posterior devem ser mantidos, e os 
Sinal da tartaruga: retração da cabeça fetal contra o 
períneo materno durante contrações. 
dedos indicador e médio da mão contralateral 
do assistente devem posicionar-se sobre a 
clavícula fetal, anteriormente, repetindo a 
tentativa de rotação para o mesmo oblíquo 
(Woods). 
 Sem sucesso de resolução, os dedos 
indicador e médio do assistente colocados 
sobre a escápula fetal devem deslocar-se 
anteriormente para a clavícula ipsilateral, e os 
dedos sobre a clavícula posterior devem 
deslizar para a escápula posterior, realizando a 
rotação no sentido inverso, para o oblíquo 
seguinte (Woods reverso ou parafuso). 
 Manobra de Gaskin (é especialmente eficaz 
para aumento do diâmetro anteroposterior da 
pelve, além de permitir a mudança das relações 
entre os diâmetros fetais e maternos): com a 
parturiente posicionada em 4 apoios, o 
assistente deve repetir a manobra de tração 
do polo cefálico para desprendimento, desta 
vez através do ombro posterior (que estará 
visível anteriormente em 4 apoios), resolve 
cerca de 80% das distocias. 
 Posição de running start: caso não se 
resolva com a posição de 4 apoios, com a 
parturiente ainda nessa posição, pode-se 
solicitar que ela eleve e dobre o joelho do lado 
do dorso fetal. Essa posição maximiza a 
mobilidade da pelve. 
 A retirada do ombro posterior (manobra de 
Jacquemier) pode ser realizada com a 
parturiente em Gaskin ou em posição de 
litotomia e é realizada introduzindo-se a mão 
que se encontra no lado da face do feto na 
chanfradura sacrociática da pelve materna 
passando pela face e ventre fetal até alcançar 
o braço posterior. A mão fetal deve ser 
tracionada delicadamente passando pelo 
ventre e pela face fetal. 
Alterações pélvicas 
 Distocias ósseas: vícios de estreito 
superior, médio e inferior. 
 Distocias de partes moles: edema de colo, 
estenoses cervicais por cirurgias prévias, 
câncer de colo uterino, miomas cervicais ou 
vaginais, septos vaginais, cistos vaginais e 
condilomas volumosos. 
 
Fatores favorecedores de distocia 
 Diagnóstico Incorreto do Trabalho de 
Parto: atenção ao internamento das pacientes 
primíparas. Só devem ser internadas em fase 
ativa do TP. 
 Admissão Hospitalar Precoce: evitar o 
internamento de pacientes com dilatação 
cervical <3,0 cm. 
 Restrição no leito. 
 Monitorização eletrônica fetal contínua. 
 Analgesia peridural. 
 
Diagnóstico 
 Anamnese: história prévia de tocurgia em 
partos anteriores (fórcipe, vácuo-extrator, 
cesárea), primiparidade, antecedentes de 
traumas ou cirurgias pélvicas. 
 Exame físico. 
 Pelvimetria clínica. 
 
Tratamento 
 Medidas gerais: 
● Orientar a paciente; 
● Apoio emocional; 
● Verticalizar e mobilizar paciente 
(deambulação, exercícios na bola de Bobath e 
nos balanços); 
● Instituir medidas não farmacológicas de 
controle da dor (massagens e banhos mornos). 
 Amniotomia. 
 Correção da posição anômala: 
● Rotação Manual da Cabeça para a posição 
occipito-púbica, com paciente sob analgesia; 
● Mudança de Posição Materna. 
 Ocitócitos: 
● Principal tratamento farmacológico para o 
trabalho de parto distócico; 
● Para pacientes com >6cm de dilatação e 
parada da progressão por mais de 2 h, 
recomenda-se o uso de ocitócico. Tais 
pacientes são acompanhadas por mais 4h caso 
apresentem contrações efetivas ou no máximo 
6h caso as contrações não se tornem 
regulares, mesmo com progressão lenta, segue 
o esquema de indução com ocitocina, caso não 
apresente evolução, indica se resolução.

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