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Medicina Sindrome de Buornot

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE MEDICINA 
 
 
JOÃO VICTOR BORGES MENDES 
 
 
 
 
SÍNDROME DO BURNOUT EM INTERNOS DE MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa vista- RR 
2016 
JOÃO VICTOR BORGES MENDES 
 
 
 
 
 
SÍNDROME DO BURNOUT EM INTERNOS DE MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como pré-
requisito para conclusão do Curso de 
Graduação em Medicina da Universidade 
Federal de Roraima. 
Orientador: Prof. Dr. Calvino Camargo 
 
 
 
 
 
 
 
Boa Vista - RR 
2016 
JOÃO VICTOR BORGES MENDES 
 
 
SÍNDROME DO BURNOUT EM INTERNOS DE MEDICINA 
 
 
Monografia apresentada como pré-
requisito para conclusão do Curso de 
Graduação em Medicina da Universidade 
Federal de Roraima. Área de atuação: 
psiquiatria, ensino médico, medicina do 
trabalho. Defendida em 14 de novembro de 
2016 e avaliada pela seguinte banca 
examinadora: 
 
 
 
 
Prof. Dr. Calvino Camargo 
Orientador / Curso de Medicina 
 
 
 
Prof. Raimundo Carlos de Sousa 
Avaliador / Curso de Medicina 
 
 
 
Prof. Wilson Lessa 
Avaliador / Curso de Medicina 
 
 
RESUMO 
 
A síndrome do burnout é uma doença multidimensional decorrente da 
prolongada exposição ao estresse laboral, culminando em esgotamento profissional. 
Caracteriza-se fundamentalmente por três dimensões: Exaustão Emocional, 
Despersonalização e redução da Realização Profissional. O presente trabalho teve 
como objetivo determinar a prevalência dessa síndrome nos estudantes do internato 
médico e também as variáveis preditoras ao surgimento do burnout. Trata-se de um 
estudo transversal onde foram distribuídos 50 questionários autoaplicáveis aos 
internos do 5º e 6º anos, um avaliando condições sociodemográficas, perspectivas 
profissionais e envolvimento do aluno com o internato e outro, o MBI, para 
quantificação das dimensões que constituem o burnout. A maioria dos participantes 
era do sexo masculino (56%), com idade entre 20 a 30 anos (90%), não realizam 
curso extracurricular voltado para residência (56%). Com carga horaria semanal de 
41 a 50 h (40%), sentem-se parcialmente acolhidos pelos preceptores e demais 
integrantes da equipe (44%) e sentem-se aptos a realizar o trabalho que lhes são 
cobrado (52%). Dos avaliados, 52% apresentaram síndrome do burnout (gravidade 
nas três dimensões), 26 % risco para burnout (gravidade em duas dimensões) e 
22% risco moderado (gravidade em uma dimensão). Conclui-se que essa população 
tem alta prevalência para síndrome do burnout, em especial na dimensão da 
exaustão emocional, sendo imperativa a instituição de medidas para prevenção e 
tratamento da mesma na população acadêmica para que esses possam manter sua 
saúde mental e garantir um bom atendimento ao usuário de seus serviços, durante a 
após a sua graduação. 
 
Palavras-chave: burnout, ensino médico, esgotamento profissional, internos, 
estudantes de medicina. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Burnout syndrome is a multidimensional disease resulting from prolonged 
exposure to occupational stress, culminating in professional exhaustion. It is 
fundamentally characterized by three dimensions: Emotional Exhaustion, 
Depersonalization and Low Professional Realization. The aim of this study was to 
determine the prevalence of this syndrome in medical students and also the variables 
that predicted the onset of burnout. This is a cross-sectional study where 50 self-
administered questionnaires were distributed to the inmate to the 5th and 6th grades, 
one evaluating sociodemographic conditions, professional perspectives and student 
involvement with the boarding school, and another, MBI, to quantify the dimensions 
that constitute burnout. Most of the participants were male (56%), aged between 20 
and 30 years (90%), did not take an extracurricular course for residence (56%). With 
a weekly workload of 41 to 50 hours (40%), they feel partially welcomed by the 
preceptors and other members of the team (44%) and feel able to do the work they 
are charged (52%). Of those evaluated, 52% had burnout syndrome (severity in three 
dimensions), 26% had burnout risk (severity in two dimensions) and 22% moderate 
risk (severity in one dimension). It is concluded that this population has a high 
prevalence for burnout syndrome, especially in the dimension of emotional 
exhaustion, and it is imperative to institute measures to prevent and treat it in the 
academic population so that they can maintain their mental health and ensure good 
care to the users of their services during the after graduation. 
 
Key words: burnout, medical teaching, professional exhaustion, inmates, medical 
students. 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Burnout em internos de medicina ................................................ 27 
Figura 2 – Exaustão Emocional em internos de medicina ............................ 28 
Figura 3 -- Despersonalização em internos de medicina ............................. 28 
Figura 4 – Realização Profissional em internos de medicina ....................... 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Aspectos técnicos do MBI .......................................................... 20 
Tabela 2 – Perfil sociodemográfico .............................................................. 25 
Tabela 3 – Aspectos relativos à perspectiva profissional ............................. 26 
Tabela 4 – Aspectos relativos ao envolvimento do aluno com o estágio .... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
EE Exaustão Emocional 
DP Despersonalização 
RP Realização Profissional 
MBI Maslach Burnout Inventory 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 
1.1 Conceitualização e visão histórica ......................................................... 10 
1.2 Processo de desenvolvimento e aspectos clínicos da síndrome ........ 12 
1.3 Relação do burnout com a formação acadêmica .................................. 16 
1.4 Maslach Burnout Inventory (MBI) ........................................................... 19 
1.5 Medidas preventivas e intervencionistas no burnout ........................... 20 
2. OBJETIVOS ................................................................................................. 23 
2.1 Objetivo geral: .......................................................................................... 23 
2.2 Objetivos específicos............................................................................... 23 
3. METODOLOGIA .......................................................................................... 24 
4. RESULTADOS ............................................................................................. 25 
5. DISCUSSÃO ................................................................................................ 34 
6. CONCLUSÃO .............................................................................................. 39 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ........................................................... 42 
APÊNDICES .................................................................................................... 47 
ANEXOS .......................................................................................................... 50 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 Conceitualização e visão histórica 
 
Burnout representa uma palavra inglesa que pode ser traduzida como 
“queimar após desgaste”. Relaciona-se a algo que deixou de funcionar por exaustão. 
O dicionário define to burn out como “se tornar exausto após excessiva demanda de 
energia ou força”. O termo passou a ser usado como metáfora, para explicar o 
sofrimento do homem em seu ambiente de trabalho, associado a uma perda de 
motivação e altograu de insatisfação decorrentes dessa exaustão (BENAVIDES, 
2002). 
O termo burnout foi primeiro utilizado em 1953 por uma publicação de estudo 
de caso de Schwartz e Will, conhecido como ‘Miss Jones’. Neste, é descrita a 
problemática de uma enfermeira psiquiátrica desiludida com o seu trabalho. Em 
1960, outra publicação foi realizada por Graham Greene, denominada de ‘A Burn 
Out Case’, com relatos de um caso de um arquiteto que abandou sua profissão 
devido a sentimentos de desilusão com a profissão. Os sintomas e sentimentos 
descritos pelos dois profissionais são os que se conhece hoje como burnout 
(MASLACH; SCHAUFELI, 1993). 
Contudo, somente a partir do artigo de Freudenberger (1974) denominado 
Staff Burnout, obteve a descrição de uma síndrome composta por exaustão, 
desilusão e isolamento em trabalhadores de saúde mental (ENZMANN; 
SCHAUFELI, 1998; TRIGO et. al., 2007). 
De acordo com Freudenberger (1974), o burnout é resultado de esgotamento, 
decepção e perda de interesse pelo trabalho que surge em profissionais que estão 
em contato direto com pessoas em prestação de serviços. 
Segundo Cherniss (1980), a tendência individualista da sociedade moderna 
ocasionou o incremento da pressão nas profissões de prestação de serviços. A 
pressão também ocorreu devido à percepção, não raras vezes equivocada, dos 
usuários dos serviços, em acreditarem que os profissionais de ajuda eram altamente 
treinados e competentes, possuíam um alto nível de autonomia e satisfação no 
11 
 
trabalho, e que trabalhavam movidos pelo sentimento de compaixão. A sobrecarga 
funcional dos trabalhadores, resultante da redução de quadro e de custos 
governamentais, é outro aspecto apontado por esse autor. 
Maslasch e Jackson (1981) o caracteriza como um conjunto de sinais e 
sintomas compostos de aspectos multidimensionais em resposta ao estresse laboral 
crônico, envolvendo três fatores principais, a saber: exaustão emocional, 
despersonalização e redução da realização pessoal. 
Exaustão emocional é caracterizada pela falta ou carência de energia e 
entusiasmo, além do sentimento de esgotamento de recursos (GRASSI; MAGNANI, 
2000; GIL – MONTE, 2002; MARTINEZ, 1997), podendo manifestar-se 
psiquicamente, fisicamente ou como uma combinação entre os dois (RODRIGUES, 
2006). Abrange sentimentos de desesperança, solidão, depressão, ansiedade, raiva, 
impaciência, preocupação, resignação; aumento da suscetibilidade a doenças, 
cefaléias, tensão muscular, distúrbio do sono, entre outros (ERIKSSON et. al., 2008; 
POHLMANN et. al., 2005; TRIGO et. al., 2007; JAEKEL-REINHARD; WEBER, 
2000). Assim, à medida que os recursos emocionais vão se deteriorando, os 
acometidos sentem redução gradativa de sua capacidade e vigor para o trabalho 
(RODRIGUES, 2006). 
Já a despersonalização (cinismo), ocorre quando o profissional passa a tratar 
os clientes, colegas e a organização de forma distante e impessoal. Geralmente está 
associada à ansiedade, diminuição da motivação e irritabilidade. Os trabalhadores 
podem desenvolver uma insensibilidade emocional (CARLOTTO; CAMARA, 2007; 
MARTINEZ, 1997; TRIGO et. al., 2007) que acaba provocando sensação de 
alienação em relação aos outros, sendo a presença destes muitas vezes 
desagradável e indesejada. Originalmente apresenta-se como uma maneira do 
profissional se defender dos sentimentos negativos consequentes a exaustão 
emocional (RODRIGUES, 2006; TRIGO et. Al., 2007). 
Por fim, a baixa realização no trabalho é caracterizada pela tendência do 
trabalhador em se auto-avaliar de forma negativa apresentando sentimento de 
inadequação pessoal ao posto de trabalho, além de infelicidade e insatisfação com 
seu desenvolvimento profissional, cursando com moral baixo, depressão, prejuízo 
nas relações interpessoais, decréscimo da autoestima, baixa produtividade e 
12 
 
inaptidão para suportar as pressões. Também há um declínio no sentimento de 
competência e êxito, assim como de sua capacidade de interagir com os outros 
(CARLOTTO, CAMARA, 2007; GIL – MONTE, 2002; RODRIGUES, 2006) a baixa 
realização profissional, ou baixa satisfação com o trabalho, pode ser descrita como 
uma sensação de que muito pouco tem sido alcançado e o que é realizado não 
apresenta valor. Nesta fase, o indivíduo desenvolve uma postura defensiva, com 
modificações nas suas atitudes e condutas (RODRIGUES, 2006; TRIGO et. Al., 
2007). 
Assim, os sintomas do burnout são descritos como uma forma de proteção da 
psiquê contra prováveis danos frente a situações de complexidade, e o seu 
desenvolvimento depende de como o individuo percebe e responde a situações 
estressantes (KUMAR, 2007). 
No Brasil, o Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, aprovou o Regulamento 
da Previdência Social e, em seu Anexo II, trata dos Agentes Patogênicos 
causadores de Doenças Profissionais. O item XII da tabela de Transtornos Mentais e 
do Comportamento Relacionados com o Trabalho (Grupo V da Classificação 
Internacional das Doenças – CID-10) cita a “Sensação de Estar Acabado” 
(“Síndrome de Burnout”, “Síndrome do Esgotamento Profissional”) como sinônimos 
do burnout, que, na CID-10, recebe o código Z-73.0. 
 
1.2 Processo de desenvolvimento e aspectos clínicos da síndrome 
 
Há quatro perspectivas de compreensão da síndrome segundo Volpato 
(2003): 
• A clínica, que considera o burnout resultado do excessivo empenho do 
profissional ao desenvolver as suas atividades com expectativas de sucesso 
irrealistas; 
• A social-psicológica, em que os fatores determinantes do burnout são os 
estressores oriundos da atividade laboral; 
13 
 
• A organizacional, em que se enfatizam as características organizacionais 
como desencadeadores de burnout; 
• A social-histórica, que aponta o atual modelo de sociedade, baseada 
principalmente em valores individualistas e competitivos, um fator de risco para o 
burnout. 
Acerca do processo de instalação da síndrome do burnout, Lautert (1995) 
argumenta que a manifestação desta síndrome ocorre de maneira lenta e gradual. 
Alvarez-Galego e Fernández-Rios (1991) distinguem três momentos para sua 
manifestação: inicialmente as demandas de trabalho são maiores que os recursos 
materiais e humanos, o que gera um estresse laboral no indivíduo (percepção de 
uma sobrecarga de trabalho). Posteriormente, evidencia-se um esforço do indivíduo 
em adaptar-se e produzir uma resposta emocional ao desajuste percebido. 
Aparecem, então, sinais de fadiga, tensão, irritabilidade e até mesmo ansiedade. 
Assim, esta etapa exige uma adaptação psicológica do indivíduo, que se reflete no 
seu trabalho, reduzindo o seu interesse e sua responsabilidade pela função 
assumida. Finalmente, num terceiro momento, ocorre o enfrentamento defensivo, ou 
seja, o indivíduo produz uma mudança de atitudes e comportamentos com a 
finalidade de defender-se das tensões vivenciadas, ocasionado distanciamento 
emocional, retirada, cinismo e rigidez. 
Excessiva demanda, longas jornadas de trabalho, excesso de plantões e 
exposição constante ao risco (LIMA et. al., 2007) representam fontes de estresse 
para o profissional de saúde e também estão ligados ao desencadeamento da 
síndrome (HANSEZ; NYSSEN, 2008). Somado a isso, o trabalho que é 
desenvolvido em hospitais requer que todos os profissionais tenham experiência 
clínica e maturidade suficientes para enfrentar a tomada de decisões difíceis, das 
quais derivam-se frequentemente implicações éticas e morais (ALBELADEJO et. al., 
2004). 
A síndrome representa uma resposta afetiva negativa ao estresse prolongado 
que não é imediatamente reversível após mudanças nas condições de trabalho. 
Essa característica do burnout faz com que ele seja diferenciado de um estágio 
temporário de estresse como a fadiga, que é reversível e tem uma recuperação 
14 
 
adequada, ou a monotonia, que se dissipa com a mudança de atividade (HANSEZ; 
NYSSEN, 2008). 
Ainda que seja incluída na categoriade estresse laboral, a síndrome tende a 
ser subestimada. Devido ao seu desenvolvimento gradual, em resposta a 
estressores crônicos, os sinais de alerta precoces são facilmente negligenciados. Os 
profissionais acreditam que nada acontecerá e que são imunes. Quando o burnout 
se instala, as pessoas tendem a continuar trabalhando, porém não com o mesmo 
aproveitamento de antes. Se esse processo continua, os custos no desempenho e 
bem-estar serão altos (GOLDBERG; MASLACH, 1998). 
Quando falamos em sintomas do burnout, eles podem ser agrupados em 
categorias: físicos (fadiga constante e progressiva, distúrbios do sono, dificuldade de 
relaxar, dores musculares, cefaleia e/ou enxaqueca; crises de sudorese, palpitações, 
distúrbios gastrointestinais, transtornos alimentares, imunodeficiência); psíquicos 
(dificuldade para se concentrar, diminuição da memória, tendência a ruminar 
pensamentos, lentidão do pensamento); emocionais (irritação, agressividade, 
desânimo, ansiedade, depressão); comportamentais (perda da iniciativa, inibição, 
desinteresse, tendência ao isolamento, negligência ou escrupulosidade excessiva, 
falta de interesse pelo trabalho e/ou lazer, adoção de uma rotina cada vez mais 
estreita, falta de flexibilidade). É comum o sentimento de autodepreciação, de culpa, 
ou a adoção de uma compensação mediante um processo inverso, adotando uma 
conduta de superioridade e/ou onipotência, pela queda da autoestima e da confiança 
em si mesmo. Devido às dificuldades sentidas, o profissional evita o meio gerador 
dos sintomas, aumentando o absenteísmo, o qual representa um sinal precoce do 
burnout. Também é comum o aparecimento ou o aumento do comportamento de 
tabagismo, do consumo de bebidas alcoólicas, café e outros estimulantes, drogas 
tranquilizantes e substâncias ilícitas (BENAVIDES-PEREIRA, 2002; MASLACH; 
SCHAUFELI, 1998, 2001). 
Os mecanismos fisiopatológicos implicados no estresse incluem a ação do 
sistema nervoso autonômico e de mediadores neuroendócrinos nos sistemas imune, 
gastrointestinal, neuromuscular e cardiovascular, além de outros. Embora a ativação 
aguda traga benefícios temporários, a ativação crônica desses sistemas, a longo 
prazo, aumenta a vulnerabilidade a doenças causadas pelo estresse. O eixo adreno-
pituitário-hipotalâmico, a partir de sua estimulação à secreção de cortisol, tem sido 
15 
 
implicado nas respostas a situações de estresse agudo e há fortes evidencias de 
que a ativação frequente desse eixo pode desencadear uma síndrome metabólica 
que se assemelha ao burnout. Apesar dos efeitos desencadeados pelo estresse 
serem uma reação imediata às condições de trabalho, a síndrome seria 
desenvolvida apenas após repetidas e prolongadas confrontações com tais 
condições (McMANUS et. al., 2004). 
Autores descrevem burnout como o índice de deslocação entre o que a 
pessoa está fazendo e o que esperava fazer. Burnout representa uma deterioração 
dos valores, da dignidade, do espírito e do prazer; seria como a "erosão da alma". A 
síndrome se espalha gradual e continuamente sobre o tempo, envolvendo as 
pessoas a tal ponto que a recuperação se torna um processo difícil, quase 
impossível (LEITER; MASLACH, 1999). 
A síndrome se inicia com o desenvolvimento dos sentimentos de baixa 
realização profissional e exaustão emocional paralelamente. Em seguida, em 
respostas a ambos, como estratégia de confronto ou defesa, desenvolve-se a 
despersonalização (BORGES et. al., 2002). 
De todas as dimensões que compõe a síndrome, a despersonalização é a 
que mais leva a atitudes frias e negativas (LIMA et. al., 2007) que conduzem a 
quebra da relação médico-paciente, conhecida causa de má pratica profissional 
(GOMES et. al., 2001). A maior parte das ações contra médicos surgem como 
resposta às hostilidades e desentendimentos entre os envolvidos; por isso, a 
comunicação é muito importante nesse tipo de relacionamento, possibilitando melhor 
compreensão e confiança entre médicos, pacientes e familiares (BITENCOURT et. 
al., 2007). 
De acordo com tudo que foi exposto anteriormente, fica claro que para o 
desenvolvimento do Burnout é necessário a interação entre respostas individuais ao 
estresse, juntamente com a pressão laboral e o ambiente de trabalho ao qual o 
sujeito encontra-se inserido (ALBALADEJO et. al., 2004) 
 
 
16 
 
1.3 Relação do burnout com a formação acadêmica 
 
Acredita-se que a semente do burnout pode estar sendo plantada durante a 
formação médica, quando a fadiga e a exaustão emocional passam a ser a norma, e 
uma série de condições estruturais adversas costuma estar presente (LEITER; 
MASLACH; ROUT, 2001; SCHAUFELI, 2001). 
Se burnout em profissionais da área da saúde é uma questão já consolidada 
em diferentes estudos (LABRADOR-ENCINAS; QUIRÓS-ARAGÓN, 2007; 
MASLACH, 1982; MASLACH; SCHAUFELI, 2001; RODRÍGUEZ-MARÍN, 1995), 
pode-se concluir que burnout nos estudantes da área da saúde também se mostre 
uma questão relevante e diferenciada. Estes, além dos estressores típicos do 
ensino, atuam diretamente com pessoas, não raras vezes carregando consigo os 
problemas e conflitos encontrados nos pacientes (CARLOTTO; RUDNICKI, 2007). 
 Ao ingressar em um curso de medicina, há uma transformação muito precoce 
de jovens inexperientes em profissionais, o que, inúmeras vezes, impõe adquirir 
maturidade para escolhas individuais no que diz respeito à atuação profissional e ao 
relacionamento com futuros colegas e pacientes (SHAW, 2002), isso impõe essa 
população a um risco precoce de desenvolver a síndrome do burnout. 
No internato, o atendimento ao paciente, a dedicação integral, aumentam a 
angústia e a falta de tempo, e surge a necessidade de escolher uma especialidade. 
Assim, o internato provoca no aluno: desânimo, depressão, sentimento de 
impotência (MILLIAN et. al. 1993). Também há de se considerar que a comunicação 
com doentes graves, por vezes de conduta difícil, o lidar com o sofrimento, o 
desespero e a morte, bem como com situações de dor e frustração, corroem a 
autoestima do aluno em formação (MINGOTE; PEREZ, 1999). 
Ademais, o processo de treinamento nas escolas médicas tem sido visto por 
vezes como abusivo aos estudantes, podendo ser caracterizado, em muitos casos, 
como assédio psicológico. É frequente a observação de humilhações, agressões 
verbais, importunações, seja pelo médico, residente ou outro, durante o treinamento, 
com as consequências mais diversas (REICHMAN et. al., 1992; UHARI et. al., 1994; 
WOLF et. al., 1991). 
17 
 
Não há uma causa principal definida, existindo diversos fatores que facilitam o 
desencadeamento da síndrome. Em alunos desse curso de graduação, existe uma 
grande pressão para mostrar seu valor não apenas a si mesmos, mas também a 
terceiros. São estes — pacientes, colegas e a sociedade — que irão reconhecer e 
avaliar a atuação do profissional. E, em cada etapa a conquistar para se tornar um 
médico melhor, a tendência é o afunilamento do número de vagas disponíveis e o 
aumento da concorrência. Muitas vezes, no processo de conclusão e ao tentar se 
destacarem nas suas obrigações, esses estudantes tendem a se tornar vítimas do 
burnout (MORI; NASCIMENTO; VALENTE, 2012). 
Aqueles que escolhem a medicina como carreira têm níveis maiores de 
empatia e perspectivas sobre o trabalho se comparados com a população geral 
(ROSEN et. al., 2006). As expectativas que muitas pessoas criam em relação aos 
seus empregos são diversas. Em alguns casos, isso se aplica tanto em relação à 
natureza do trabalho quanto à probabilidade de se atingir sucesso. Supostamente, 
altas expectativas levam a pessoa a trabalhar duro e fazer mais, dessa maneira 
levando à exaustão e eventualmente à despersonalização quando os esforços não 
produzem os resultados esperados (MASLACH et. al., 2001). 
O processo de exaustão emocional surge primeiramente, em especial 
naqueles que não conseguem superar as adversidades, caracterizando-sepela 
sensação de não poder dar mais de si mesmo, pela sensação de haver chegado ao 
próprio limite. Os indivíduos se tornam ansiosos, estudam mais e mais, dormem 
pouco, têm pouco tempo livre, perdem oportunidades de ter relações sociais e 
recreações, tornando-se mais vulneráveis aos distúrbios mentais. Associado a isso, 
há uma baixa realização pessoal nas atividades laborais diárias com um sentimento 
de que o que se faz não é o bastante ou não o suficiente, aumentando o desconforto 
e a tensão. Na tentativa de distanciamento, de minimizar a exaustão, começam a 
tratar os demais com indiferença, com impessoalidade, adotando atitudes irônicas 
ou cínicas, caracterizando o que vem sendo chamado de desumanização 
(despersonalização). Essa questão tem sido bastante enfatizada nos anos recentes, 
devido à observação da acentuação de atitudes céticas e da diminuição dos 
sentimentos humanísticos em muitos estudantes (MOSLEY et. al., 1994; UHARI et. 
al., 1994). 
18 
 
Dados da literatura (BALDASSIN, 2010; ZUARDI, 2008) sugerem que a 
organização do currículo, associada a fatores individuais, podem influenciar o nível 
de estresse entre estudantes de Medicina, podendo levar ao burnout. 
A prática de um estágio na área da saúde, articulado à formação do aluno, 
apesar da importância assumida pelos próprios acadêmicos e pelas instituições 
formadoras, também pode ser fonte de sofrimento e conflitos (MOULIN, 1998). 
Segundo Franco (2001), durante a formação acadêmica, o aluno poderá viver 
momentos de ansiedade pela carga emocional desencadeada pelo próprio curso. 
Nos últimos anos, os estágios e o seu contato com os pacientes tendem a aumentar 
a ansiedade pelas exigências que este período lhes impõe - de que assumam uma 
postura profissional e integrem o que foi aprendido na teoria com a prática. Na 
verdade, em ambas as situações - na teoria ou na prática - durante todo o período 
do curso, existem fatores que podem acarretar angústias e conflitos, associados à 
história de vida de cada um. 
Cushway (1992) refere que o início da síndrome do burnout pode se dar já 
durante a fase acadêmica, no período de preparação para o trabalho. Estudos têm 
demonstrado que o Burnout pode começar durante o período de formação e 
prosseguir durante a vida profissional. Seu conceito em estudantes é mais 
abrangente que o tradicional propostos por Maslach (1981) e se constitui de três 
dimensões: Exaustão Emocional, caracterizada pelo sentimento de estar exausto em 
virtude das exigências do estudo; a Descrença, entendida como o desenvolvimento 
de uma atitude cínica e distanciada com relação ao estudo; e Ineficácia Profissional, 
caracterizada pela percepção de estarem sendo incompetentes como estudantes 
(Martinez, Pinto & Silva, 2000). 
Os cursos que abrangem a área da saúde geralmente possuem uma prática 
de estágio através da qual os estudantes percebem as implicações e limitações de 
seu conhecimento, quando da aplicação dos mesmos. Nas primeiras intervenções 
junto aos clientes, costumam surgir dúvidas, medos e ansiedades relacionadas à 
prática terapêutica. Os estudantes vêm de uma situação ideal, em que os problemas 
e dificuldades da prática profissional não são abordados, ou o são de forma 
superficial, e o conhecimento ali adquirido parece adequado às futuras situações de 
intervenção, o que nem sempre se confirma nas situações práticas. Os maiores 
19 
 
receios dos estudantes se configuram em cometer algum erro, prejudicar o cliente e 
não serem reconhecidos por parte dos colegas e professores (Nogueira-Martins, 
2002). 
 
1.4 Maslach Burnout Inventory (MBI) 
 
O instrumento mais utilizado para avaliar burnout, independentemente das 
características ocupacionais da amostra e de sua origem, segundo Gil-Monte e Peiró 
(1999), é o MBI - Maslach Burnout Inventory, elaborado por Christina Maslach e 
Susan Jackson em 1978. Sua construção foi a partir de duas dimensões, exaustão 
emocional e despersonalização, sendo que a terceira dimensão, realização 
profissional, surgiu após estudo desenvolvido com centenas de pessoas de uma 
ampla gama de profissionais (MASLACH, 1993). 
O MBI é um instrumento utilizado exclusivamente para a avaliação da 
síndrome, não levando em consideração os elementos antecedentes e as 
consequências de seu processo. Ele avalia índices de burnout de acordo com os 
escores de cada dimensão, sendo que altos escores em exaustão emocional e 
despersonalização e baixos escores em realização profissional (esta subescala é 
inversa) indicam alto nível de burnout (MASLACH & JACKSON, 1986). Gil-Monte e 
Peiró (1997) reforçam a importância de avaliar o MBI como um construto 
tridimensional, ou seja, as três dimensões devem ser avaliadas e consideradas, a 
fim de manter sua perspectiva de síndrome. Foi originalmente desenhado para ser 
usado em pessoas que trabalham em serviços humanos e cuidados com a saúde 
(MBI Human Service Survive – MBI HSS), pois o burnout parece ser particularmente 
significante nessas ocupações (MASLACH, 2003). 
Sua consistência interna nas três dimensões do inventário é satisfatória, pois 
apresenta um alfa de Cronbach que vai desde 0,71 até 0,90 e os coeficientes de 
teste e reteste vão de 0,60 a 0,80 em períodos de até um mês, indicando que as 
subescalas do MBI tem sua confiabilidade interna de moderada a alta (MASLACH & 
JACKSON, 1981). Isso demonstra a habilidade desse instrumento na aferição da 
síndrome em diversas profissões (CAMARA; CARLOTTO, 2007). 
20 
 
O MBI é um questionário composto por 22 itens que investigam os 
sentimentos e atitudes experimentadas por um indivíduo em sua profissão e é 
analisado a partir das três dimensões que compreendem a síndrome (GUIDO, 
2003). Altos níveis de exaustão emocional, despersonalização, e baixos níveis de 
realização profissional são considerados quando se obtém a seguinte pontuação na 
escala: Exaustão Emocional (EE ≥ 27), Despersonalização (DP ≥ 10) e Realização 
Profissional (RP ≤ 33). A ausência de burnout é descrita a partir dos seguintes 
valores: EE ≤ 18, DP ≤ 5 e RP ≥ 40. Todas as outras composições são consideradas 
moderadas (GOLUB et. al., 2007). 
 
Tabela - 1 Aspectos técnicos do MBI 
 
 
1.5 Medidas preventivas e intervencionistas no burnout 
 
De acordo com Garrosa-Hernádez (2010), as investigações que vêm sendo 
realizadas sobre a síndrome do burnout têm permitido estabelecer diferentes linhas 
de intervenção e prevenção deste fenômeno psicológico. As intervenções e os 
programas preventivos procuram enfocar três níveis: programas centrados na 
resposta do indivíduo, programas centrados no contexto ocupacional e programas 
centrados na interação do contexto ocupacional e o indivíduo. A partir de uma 
Variável Definição Dimensão Indicadores no 
MBI 
Escala 
 
Síndrome 
do burnout 
 
Estado particular de 
estresse laboral 
que apresentar-se 
naquelas pessoas 
que prestam 
serviços a outras e 
se caracteriza por: 
exaustão 
emocional, 
despersonalização 
e baixa realização 
profissional. 
 
 
Exaustão 
Emocional 
 
Perguntas: 1, 2, 
3, 6, 8, 13, 14, 
16, 20 
 
 
Baixo ≤ 18 
Alto ≥27 
 
Despersonaliz
ação 
Perguntas: 5, 10, 
11, 15, 22 
Baixo ≤ 5 
Alto ≥ 10 
 
Realização 
Profissional 
Perguntas: 4, 7, 
9, 12, 17, 18, 19, 
21 
Alto ≥ 40 
Baixo ≤ 33 
21 
 
perspectiva psicossocial, o burnout tem sido entendido como resultado de um 
contexto laboral desfavorável, de características individuais e do tipo de 
enfrentamento utilizado, bem como da interação destes elementos (BENEVIDES-
PEREIRA, 2010). 
Os Programas Centrados na Resposta da Pessoa consistem na utilização de 
estratégias de enfrentamento adaptativas frente às situações estressantes. É um 
instrumento de aprendizagem. Estes programas conseguiriam prevenir as respostas 
negativas relacionadas aos efeitos do estresse (BENEVIDES-PEREIRA, 2010). O 
objetivo seria restabelecer o equilíbrio perdido como consequência da percepçãode 
ameaça. O primeiro passo consiste no conhecimento do problema, pois quando se 
conhece o problema, é mais fácil identificá-lo. Além disso, é necessário traçar o perfil 
pessoal e estabelecer o processo de aprendizagem de estratégias de enfrentamento 
do problema (FOLKMAN; LAZARUS, 1984). Para isso, é necessário o uso de 
técnicas cognitivo-comportamentais e prática de hábitos saudáveis para o bom 
manuseio da emoção e consequente enfrentamento para a solução dos problemas 
(EDEN; WESTMAN, 1997). 
Os Programas Centrados no Contexto Ocupacional visam melhorar o 
ambiente e o clima do trabalho, já que parte-se do pressuposto de que o estresse é 
consequência de um contexto laboral desfavorável. Estes programas valorizam a 
importância dos determinantes físicos e sociais do meio ocupacional como causas 
do burnout. Deve ser realizada intervenção na estruturação das tarefas, 
potencializando a valorização do trabalho, estímulo ao trabalho em equipe e criação 
de grupos autônomos. Outros pontos a serem estimulados incluem: os processos de 
produção e melhoria nas comunicações, criando métodos de interação participativa 
e criação de confiança interpessoal, além da mediação de conflitos (GARROSA-
HERNÁDEZ et. al., 2010). 
Os Programas Centrados na Interação do Contexto Ocupacional e o 
Indivíduo, que visando combinar os dois programas anteriores, entende o burnout 
como consequência da relação do sujeito e o meio laboral (MORENO-JIMÉNEZ et. 
al., 2000). Trata-se de modificar as condições ocupacionais, a percepção do 
trabalhador e a forma de enfrentamento diante das situações de estresse 
ocupacional de modo integrado. Todos esses programas são considerados tanto 
preventivos como curativos, dependendo da fase de atuação sobre o problema. 
22 
 
Entretanto, no ambiente organizacional, as execuções desses programas têm sido 
muito escassos, quando não, praticamente inexistentes, prevalecendo na maior 
parte, programas do tipo interventivo, ou afastamento do profissional (BENEVIDES-
PEREIRA, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral: 
 
 
Identificar a prevalência da síndrome do burnout em acadêmicos de medicina 
que cursam o 5º e 6º ano de uma instituição federal da capital roraimense. 
 
2.2 Objetivos específicos 
 
 Descrever o perfil sociodemográfico do interno de medicina; 
 Diagnosticar a síndrome do burnout e determinar qual dimensão (exaustão 
emocional, despersonalização e realização profissional) é mais afetada 
nesta população; 
 Apontar fatores estressores que favoreçam o surgimento da síndrome do 
burnout; 
 Identificar possíveis fatores protetores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
3. METODOLOGIA 
 
 
Trata-se de um estudo do tipo quantitativo, observacional, transversal, não 
aleatório realizado entre janeiro a novembro de 2016. 
Buscou-se descrever os dados e explorar associações e possíveis relações 
de predição da Síndrome do Burnout entre internos do curso de medicina. 
A população estudada é composta por 50 estudantes matriculados no 5º e 6º 
ano do curso de medicina da Universidade Federal de Roraima, sendo a amostra 
composta por 25 internos representantes de cada turma. 
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética desta instituição, para 
realização de procedimentos éticos conforme resolução 466/2012 do Conselho 
Nacional de Saúde (CNS), no que diz respeito à pesquisa com seres humanos. 
Foi utilizado um questionário anônimo para analise do perfil 
sociodemográficos, aspectos relativos à perspectiva profissional, além de variável 
subjetiva relacionada ao envolvimento do aluno com o estágio. 
Contudo, o estudo foi norteado pelo Maslach Burnout Inventory (MBI) para 
estimar a síndrome em suas três dimensões formadoras, a saber: Exaustão 
Emocional (EE), Despersonalização (DP) e baixa Realização Profissional (RP). 
Define-se síndrome a partir da presença de valores > ou = 27 para EE, > ou = 10 
para DP e < ou = 33 para RP, nas três dimensões citadas, além de considerar risco 
para Burnout quando duas das dimensões estiverem presentes (LIMA et. al., 2007). 
Continuando, foi realizada análise, comparação e correlação dos dados 
obtidos por meio do Microsoft Excel 2013 e análise por frequência. 
Neste estudo, em seu questionário, utilizamos o sistema Likert de pontuação 
que vai de 1 a 5. Sendo 1 para nunca, 2 para algumas vezes ao ano, 3 para 
algumas vezes ao mês, 4 para indicar algumas vezes na semana e 5 para 
diariamente ( CAMARA; CARLOTTO, 2007; CARLOTTO; PALAZZO, 2006). 
 
 
 
25 
 
4. RESULTADOS 
 
A amostra é composta por 50 estudantes cursando o internato médico, 
igualitariamente dividida entre internos do 5º e 6º ano do curso de medicina. Em sua 
maioria composta por alunos do sexo masculino (56%), com idade entre 20 a 30 
anos (90%), solteiro/tem companheiro fixo (64%), sem filhos (92%), propaga como 
religião a católica (54%), possui hobby (90%), metade realiza atividade física, com 
apoio familiar (98%), não realiza curso extracurricular voltado para a residência 
médica (56%), não trabalha além de cursar medicina (90%), com carga horária 
semanal de 40 a 50 h (40%), sente-se parcialmente acolhido pelo preceptor e 
demais integrantes da equipe (44%) e sente-se apto a realizar o serviço que lhe é 
cobrado (52%). 
No primeiro questionário aplicado, obtiveram-se resultados acerca do perfil 
sócio demográfico, aspectos relativos à perspectiva profissional e aspectos 
relacionados ao envolvimento do aluno com o estágio. 
 
Tabela - 2 Perfil sócio demográfico 
Sexo 
Masculino 
Feminino 
 
28 
22 
 
56% 
44% 
Idade (anos) 
20 a 30 
31 a 40 
 
45 
5 
 
90% 
10% 
Estado Civil 
Solteiro/tem companheiro fixo 
Solteiro/não tem companheiro fixo 
Casado 
 
32 
12 
6 
 
64% 
24% 
12% 
Filhos 
Sim 
Não 
 
4 
46 
 
8% 
92% 
Religião 
Católico 
Sem Religião 
Evangélico 
Espirita 
Ateu 
 
27 
9 
8 
2 
4 
 
54% 
18% 
16% 
4% 
8% 
Hobby 
Sim 
Não 
 
45 
5 
 
90% 
10% 
26 
 
 
 
Tabela - 3 Aspectos relativos à perspectiva profissional 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela - 4 Aspectos relativos ao envolvimento do aluno com o estágio 
Série: 
5º ano 
6º ano 
 
25 
25 
 
50% 
50% 
Estágio no momento 
Clínica Médica 
Cirurgia Geral 
Pediatria 
GO 
Saúde da Família 
 
18 
10 
10 
10 
2 
 
36% 
20% 
20% 
20% 
4% 
CH semanal 
20 a 30 h 
31 a 40 h 
41 a 50 h 
>50 h 
 
4 
13 
20 
13 
 
8% 
26% 
40% 
26% 
Sente-se acolhido pelos preceptores e 
demais integrantes da equipe 
Sim 
Não 
Parcialmente 
 
 
19 
9 
22 
 
 
38% 
18% 
44% 
Sente-se apto a realizar o serviço que 
lhe é cobrado 
Sim 
Não 
Parcialmente 
 
 
26 
3 
21 
 
 
52% 
6% 
42% 
Atividade Física 
Sim 
Não 
 
25 
25 
 
50% 
50% 
Apoio Familiar 
Sim 
Não 
 
49 
1 
 
98% 
2% 
Deseja especializar-se em: 
Clinica Médica 
Cirurgia Geral 
Pediatria 
GO 
Saúde da Família 
 
31 
13 
2 
2 
2 
 
62% 
26% 
4% 
4% 
4% 
Faz algum curso voltado para prova de 
residência: 
Sim 
Não 
 
 
22 
28 
 
 
44% 
56% 
Trabalha além de cursar medicina: 
Sim 
Não 
 
5 
45 
 
10% 
90% 
27 
 
Para a avaliação dos componentes da Síndrome do Burnout, utilizou-se a 
escala MBI obtendo resultados relacionados às suas dimensões: Exaustão 
Emocional (EE), Despersonalização (DP) e Realização Profissional (RP). 
Dos 50 alunos que constituem a amostra, 26 (52%) apresentaram altos 
valores para EE e DP e baixos para RP, o que constitui positividade para as três 
dimensões, logo para síndrome do burnout. Outros 13 (26%) apresentaram-se em 
risco para burnout, o que representa positividade no questionário para pelo menos 
duas dimensões, quaisquer. Por fim, 11 (22%) apresentaram-se em risco moderado 
o que representa positividade em pelo menos uma dimensão das analisadas pelo 
MBI. O que implica dizer que não há internos que compõe a amostra sem risco 
algum para surgimento do burnout.Figura - 1 Burnout em internos de medicina 
 
Para Exaustão Emocional (EE), no geral, obteve-se 92% dos alunos com 
valores altos para essa escala. Outros 4% apresentaram valores moderados e, 
também, 4% baixos valores em EE. Na Despersonalização (DP), obteve-se 80% 
com altos valores para DP e 20% com valores moderados, não tendo sido 
encontrado baixos valores para esta dimensão. Já a Realização Profissional (RP), 
escala inversa como fator protetivo à síndrome, obteve-se 64% da amostra com 
baixa RP. Outros 32 % apresentaram valores moderados e apenas 4% valores altos 
para essa subescala. 
0 5 10 15 20 25 30
BURNOUT
RISCO PARA BURNOUT
 RISCO MODERADO
BURNOUT
RISCO PARA
BURNOUT
 RISCO MODERADO
Internos 26 13 11
22%
26%
52%
28 
 
 
Figura - 2 Exaustão Emocional em internos de medicina 
 
 
Figura - 3 Despersonalização em internos de medicina 
92%
4%
4%
Exaustão Emocional
ALTO
BAIXO
MODERADO
80%
20%
Despersonalização
ALTO
MODERADO
29 
 
 
Figura - 4 Realização Profissional em internos de medicina 
 
Dos 26 entrevistados que compõe a população prevalente para síndrome do 
burnout, 54% é do sexo feminino e 46% masculino, 58% cursam o 5º ano do 
internato e 42% o 6º ano, 39% encontram-se no estagio de clínica médica, 23% no 
de cirurgia, 19% no de pediatria e outros 19% no de ginecologia e obstetrícia (GO); 
42% relatam uma carga horaria >50h semanais, 27% uma jornada de 41 a 50 h por 
semana, 16% relataram 31 a 40 h e outros 15% uma carga horaria de 20 a 30 h por 
semana. Apenas 52% dessa população sente-se apta a realizar o lhe é cobrado 
durante o estágio, com 6% sentindo-se não aptos e outros 42% sentem-se 
parcialmente aptos. Com relação ao acolhimento pelos preceptores e demais 
componentes da equipe, somente 38% sente-se acolhido, 18% não sente-se 
acolhido e 44% sente-se parcialmente acolhido. 
Analisando o gênero da amostra, observou-se que os indivíduos do sexo 
feminino apresentaram maior incidência da síndrome (64%) em contrapartida os do 
sexo masculino apresentaram incidência menor, de 46%. Para Exaustão Emocional, 
novamente o sexo feminino teve porcentagens maiores, com 95% apresentando 
valores altos e 5% baixos valores para EE. Os indivíduos do sexo masculino, 89% 
apresentaram altos valores para essa dimensão, 7% moderados valores e 4% 
baixos valores para EE. A Despersonalização, também obteve altos valores nas 
alunas do internato (82%) e apenas 18% com valores moderados para a dimensão. 
Para os homens, 79% tinham altos valores para DP e 21% moderados. Na 
4%
64%
32%
Realização Profissional
ALTO
BAIXO
MODERADO
30 
 
Realização Profissional (RP), 82% dos indivíduos do sexo feminino apresentaram 
baixos valores e 18% moderados valores para essa dimensão. O sexo masculino 
apresentou-se de forma heterogênea com 50% apresentando baixos valores, 43% 
moderados. Apenas 7% da amostra masculina apresentou altos valores de RP. 
Ao analisar aqueles que relataram fazer algum curso extracurricular voltado 
para a residência médica, 54% apresentaram-se positivos para a síndrome. Outros 
32% apresentaram-se em risco para burnout e 14% em risco moderado. Naqueles 
que não realizam esse tipo de curso, 50% apresentaram-se positivos para a 
síndrome. Em 21% há risco para burnout e 29% com risco moderado para a 
síndrome. Para 95% dos alunos que realizam um curso voltado para residência 
medica a EE encontrou-se em altos valores, com apenas 5% em baixos valores para 
essa dimensão. Aos que não realizam esse tipo de curso a EE apresentou altos 
valores em 89%, moderados em 7% e baixo em 4%. Na DP, aqueles que realizam 
um curso voltado para residência 82% apresentaram altos valores e 18% moderado. 
Aos que não realizam, 79% apresentaram altos valores e 21% baixos valores para 
DP. A RP em quem realiza curso extracurricular apresentou baixos valores em 71% 
da amostra e valores moderados em 29%. Naqueles que não realizam esse tipo de 
curso, 61% apresentam baixos valores, 36% moderados e 3% altos para RP. 
Analisando cada série individualmente, observou-se nos alunos do quinto ano 
prevalência de 60% para a síndrome do burnout. Há risco para burnout em 16% e 
risco moderado em 24% dessa população. Nos do sexto ano, a síndrome ocorre em 
44% dos alunos. Há risco para burnout em 36% e risco moderado em 20% dessa 
população. 
No quinto ano, a EE apresentou altos valores em 96% da amostra e baixos 
valores em 4%. A DP apresentou altos valores em 92% e os demais componentes 
da amostra, moderados valores. A RP apresentou-se baixa em 76% dos alunos 
dessa série, moderados 16% e alto em 8% da população. 
No sexto ano, a EE apresentou altos valores em 88%, moderados em 8% da 
amostra e baixos valores em 4%. A DP apresentou altos valores em 32% e 
moderados em 68% da amostra. A RP apresentou baixos valores em 52% 
moderados em 48% da população. 
31 
 
Aqueles que relataram possuir algum hobby, 49% apresentam a síndrome, 
27% risco para burnout e 24% risco moderado. Já quem não possui nenhum hobby 
apresenta incidência da síndrome em 80% da amostra, com os demais 
apresentando risco para burnout. 
Com relação à atividade física, os sedentários apresentaram burnout em 56% 
dos participantes, risco para burnout em 28% e risco moderado em 16%. Já os 
indivíduos ativos apresentam burnout em 48%, risco para burnout em 24% e 
risco moderado em 28%. 
A EE apresentou-se alta em 96% dos participantes sedentários, nos demais, 
baixa. Já em quem realiza atividade física, altos valores em 88% dos participantes, 
8% moderados e 4% baixos valores. A DP apresentou os mesmos resultados nas 
duas populações, 80% altos e 20% baixos valores. Já a RP é baixa em 64% dos 
sedentários, moderados em 36%. Nos ativos a RP é baixa em 68% dos indivíduos, 
moderada em 28% e alta em 4%. 
Para os questionados se sentem-se acolhidos pelo preceptor e demais 
integrantes da equipe, aqueles que responderam sim apresentaram burnout em 
35%, risco para burnout em 35% e risco moderado em 30%. A EE esteve alta em 
79%, moderada em 10% e baixa em 11% da amostra. A DP teve altos valores em 
79%, moderados em 21%. A RP apresentou-se baixa em 42%, moderada em 53% e 
alta em 5%. Já aqueles que responderam que não sentiam-se acolhidos, há EE 
elevada em todos, altos valores de DP em 89% e baixos valores de RP em 67%. 
Aos que responderam sentir-se parcialmente acolhidos, há burnout em 59%, risco 
para burnout em 23% e risco moderado em 18%. Há EE alta em todos os 
entrevistados que escolheram essa resposta, DP em altos valores em 77% e 
moderados em 33%. Na RP há baixos valores em 73%, moderados em 23% e alto 
em 4%. 
Aos questionados se sentiam-se aptos a realizar o serviço que lhe é cobrado 
no estágio, aqueles que responderam sim existe burnout em 38%, risco para burnout 
em 35% e risco moderado nos outros 27%. Nessa mesma amostra a EE esteve alta 
em 88%, moderada em 4% e baixa em 8%. Já todos os questionados que não 
sentem-se aptos a realizar o serviço apresentaram burnout, em consequência altos 
valores para EE e DP e baixos para RP. Aqueles que sentem-se parcialmente aptos, 
32 
 
existe burnout em 62%, risco para burnout em 19% e risco moderado noutros 19%. 
EE esteve alta em 95% e moderada nos outros 5%. A DP esteve alta em 71% e 
moderada em 29%. Por fim, RP esteve baixa em 76% da amostra e moderada em 
24%. 
Quando analisado a amostra por meio do estágio em que encontrava-se no 
momento da aplicação do questionário, aqueles que estavam no estágio de clínica 
médica apresentaram burnout em 56%, risco para burnout em 22% e risco 
moderado em 22%. A EE esteve alta em 83%, moderada em 11% e baixa em 6%. A 
DP esteve alta em 78%, moderada em 22%. Já RP esteve baixa em 67% e 
moderada em 33%. 
Aqueles que encontravam-se no estágio de cirurgia existe burnout em 60%, 
risco para burnout em 20% e risco moderado noutros 20%. A EE apresentou-se alta 
em 90% e baixa nos outros 10%. DP esteve altaem 80% e moderada em 20%. A 
RP esteve baixa em 80%, moderada em 10% e alta em 10%. 
Os alunos que encontravam-se no estágio de pediatria, 50% apresentaram 
burnout, 40% risco para burnout e 10% risco moderado. A DP apresentou-se alta em 
80% e moderado em 20%. A RP esteve baixa em 60% e moderada em 40%. Todos 
apresentaram altos níveis de EE. 
Por fim, os alunos que encontravam-se no estágio de ginecologia e obstetrícia 
apresentaram burnout em 50%, risco para burnout em 20% e risco moderado em 
30%. A DP esteve alta em 10% e moderada em 90%. E a RP esteve moderada em 
40% e baixa noutros 60%. Todos da amostra apresentaram altos níveis de EE. 
Quando avaliada a carga horária da amostra, aqueles que responderam 
realizar 30 a 40 h semanais apresentaram burnout em 31%, risco para burnout 
em 38% e risco moderado em 31%. A EE esteve alta em 92% e baixa em 8%. A DP 
apresentou-se alta em 77% e moderada em 23% da amostra. Já a RP esteve baixa 
em 46%, moderado em 46% e alta em 8%. 
Aos que possuíam uma carga horaria de 40 a 50 h semanais, o burnout 
esteve presente em 55%, risco para burnout em 25% e risco moderado em 20%. A 
EE esteve alta em 90% e moderada em 10%. A DP esteve alta em 85% e moderada 
em 15%. A RP apresentou-se baixa em 60% e moderada em 40% dessa população. 
33 
 
Aqueles que apresentavam uma carga horária >50 h semanais houve burnout 
em 54%, risco para burnout em 23% e risco moderado em 23%. A EE esteve alta 
em 92% e baixa nos demais 8%. DP esteve alta em 85% e moderada em 15%. Já a 
RP esteve baixa em 85% e moderada em 15% da amostra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
5. DISCUSSÃO 
 
A síndrome do burnout é a resposta ao estresse laboral crônico, envolve 
alterações comportamentais importantes e tem como agravantes variáveis 
sociodemográficas, profissionais, de lazer e de hábitos de vida. Quando afetado, o 
interno passa a ter atitudes que atingem os pacientes, os colegas e o próprio 
trabalho, pois os métodos de enfrentamento tornam-se falhos e insuficientes. Por 
essa razão, torna-se necessário esclarecer o esgotamento emocional entre os 
estudantes de medicina e suas correlações. 
No grupo de alunos estudado, observa-se que a maioria era do sexo 
masculino. Tradicionalmente, esta era uma tendência entre os profissionais da área 
médica (CFM, 2005), embora nos últimos anos uma presença feminina maior seja 
realidade nos cursos de medicina (FERREIRA et. al., 2000). 
O gênero que é mais acometido pela síndrome do burnout, é o feminino. 
Benevides-Pereira (2002) relata que tem havido maior incidência da síndrome em 
mulheres, o que confirmamos em nosso estudo. Este fato é atribuído à facilidade 
das mulheres expressarem mais livremente suas emoções e se sensibilizarem mais 
facilmente com o problema alheio, trazendo para si uma maior carga de traumas 
(BENEVIDES-PEREIRA, 2002). 
Ao analisar internos que realizam curso extracurricular voltado para 
residência, evidenciamos maior incidência da síndrome associada a altos valores de 
Exaustão Emocional (EE) do que naqueles que não realizam esse tipo de curso. 
Essa condição pode estar associada à carga horaria extracurricular, maior demanda 
de estudo e a fatores de estresse que o preparo para um concurso impõe ao 
estudante. Dessa forma a realização de curso extracurricular está associada a maior 
incidência de burnout. Carlotto e Câmara (2008) já indicavam em seu estudo que 
cursos complementares revelaram-se como preditores da exaustão emocional. 
Na avaliação por série, obtivemos dados que sugerem maiores índices de 
burnout na população que compõe o 5º ano do internato. Esses indivíduos também 
apresentaram resultados em Exaustão Emocional, Despersonalização (DP) e 
Realização Profissional (RP) mais alarmantes que os do 6º ano. Isso implica dizer 
que o inicio do ciclo prático, a inserção numa rotina de trabalho, e as relações 
35 
 
interpessoais no âmbito laboral (até então vivenciada apenas em ambiente 
acadêmico) representam um importante fator estressor para o aluno de medicina no 
internato. Os resultados aqui encontrados contrastam com os de Cárdenas et. al. 
(2014), que ao realizar o mesmo estudo com internos em um hospital de Lima 
evidenciou maior prevalência da síndrome em alunos que estavam concluindo o 
internato. 
Aqueles questionados sobre realização de hobby, a síndrome esteve mais 
prevalente em quem não pratica essa atividade (80%), bem maior que na amostra 
que relata possuir hobby (49%). Esses resultados indicam que possuir hobby 
representa um fator protetor à manifestação da síndrome do burnout. 
Nessa mesma linha, os indivíduos sedentários apresentaram-se com maior 
prevalência de burnout (56%) do que aqueles que relataram realizar atividade física 
(48%). A EE esteve mais alta nos sedentários (96%) do que nos indivíduos ativos 
(88%). Assim, manter-se ativo representa um fator de proteção à síndrome sendo 
importante indicar e/ou implementar essa prática na prevenção desse processo. 
Sobre o questionamento de acolhimento pelo preceptor e demais integrantes 
da equipe, evidenciou-se maior presença de burnout naqueles que sentem-se 
parcialmente acolhidos (59%), em contraste aos que sentem-se acolhidos (35%). Há 
também altos valores de Exaustão Emocional em todos participantes da pesquisa 
que responderam sentir-se parcialmente ou não acolhidos. Isso indica que um 
ambiente pouco acolhedor e hostil à presença do aluno corrobora com o aumento da 
exaustão emocional e demais fatores desencadeadores da síndrome, 
consequentemente com o surgimento do burnout. 
Com relação à aptidão em realizar o que é cobrado no estágio, evidenciou-se 
burnout em todos que não sentem-se aptos e em 62% dos que sentem-se 
parcialmente aptos. Aqueles que responderam sim a este questionamento há um 
menor índice (38%) do burnout, concluindo-se que não sentir-se apto a realizar o 
que lhe é cobrado institui um maior grau de burnout no aluno, possivelmente em 
decorrência da maior exaustão emocional e baixa realização induzida pela 
insegurança e frustração do aluno ao realizar procedimentos à beira do leito. 
A carga horária prestada pelos alunos do internato também nos demonstrou 
valores que indicam maiores índices de burnout naqueles que possuem jornadas 
36 
 
maiores que 40 h semanais. Aqueles que responderam possuir uma carga horaria 
de 41 a 50 h apresentaram burnout em 55% e aqueles que possuíam >50 h, 54%. A 
Exaustão Emocional também esteve maior nesses entrevistados permitindo concluir 
que o sobretrabalho, caracterizado pelo excessivo número de horas trabalhadas, as 
jornadas longas com poucas pausas para descanso e sem um lugar apropriado para 
isto, os poucos períodos de lazer e convívio familiar têm exposto os internos a 
implacáveis agentes estressores culminando em piores prognósticos para o 
surgimento da síndrome. 
Em relação ao estágio no momento da resolução do questionário, evidenciou-
se maior prevalência de burnout naqueles que encontravam-se no estágio de 
cirurgia (60%), com uma proporção de altos valores em EE de 90%, de DP em 80% 
e baixos valores para RP em 80%. Isso indica que o estágio de cirurgia é o de maior 
prevalência para síndrome e piores valores referentes a suas subescalas, 
possivelmente em decorrência da alta carga horária instituída ao interno que 
participa do rodízio de cirurgia já que 80% dos alunos que encontravam-se nesse 
estágio possuíam uma jornada semanal >50 h, tornando evidente a influência desse 
fator como preditor no surgimento da síndrome. 
Fato importante observado nos resultados desse estudo é que apesar de 
jovem, a amostra possui predominância de ínvidos que possuem companheiro fixo. 
Associado a isso há quase totalidade de apoio familiar, isso minimiza o isolamento 
social característico dos estudantes de medicina. É importante lembrar que o fato de 
poder contar com pessoas com quem seja possíveldividir dúvidas e/ou opiniões e 
obter suporte, incentivo ou contribuição é tido como um elemento importante para 
retardar ou reter os processos de estresse e burnout (BENAVIDES-PEREIRA, 2002, 
2003). 
A análise dos dados nos demonstra fatos alarmantes acerca da prevalência 
da síndrome nesses internos de medicina. Nota-se que 52% dos alunos encontram-
se em burnout, outros 26% em risco para burnout e 22% em risco moderado. Em 
estudo semelhante com internos em um hospital universitário de Cali, Guevara et. al. 
(2004) obtiveram valores semelhantes com prevalência da síndrome em 60% dos 
estudantes, 30% em risco para burnout e apenas 10% com risco moderado. Mori et. 
al. (2012) obtiveram valores menores que os do estudo aqui demonstrado, com uma 
prevalência de 20,4% de burnout em estudantes de medicina de uma universidade 
37 
 
do interior paulista. Ao analisarmos estudantes de outras áreas da saúde, obtemos 
valores ainda menores de prevalência da síndrome. Campos et. al. (2012) 
revelaram, em seu trabalho com alunos do curso de odontologia, uma prevalência 
da síndrome em 17% dos estudantes. Já Junior e Coutinho (2012) no estudo 
realizado com estudantes do curso de fisioterapia, não obtiveram participantes 
positivos para burnout, apenas para risco. Esses dados demonstram que o aluno do 
curso de medicina está mais exposto à síndrome do burnout, provavelmente em 
decorrência da sobrecarga física e mental que o curso institui. Fica evidente a 
necessidade de implementar medidas de prevenção e proteção precoces, como o 
emprego de psicoterapia preventiva e interventiva, associada a outras condutas, 
incluindo a criação de centros especializados para exames médico-psicológicos, no 
sentido de propiciar assistência psicológica aos estudantes de medicina. 
Nas subescalas do burnout, a Exaustão Emocional foi a que se demonstrou 
mais alterada. Obtiveram-se altos valores em 96% dos alunos do 5º ano e 88% em 
alunos do 6º. Isso demonstra a alta carga estressora que essa população esta 
exposta, corroborando para os altos valores de prevalência da síndrome já que essa 
dimensão é a primeira a se alterar no processo crônico de estresse laboral e as 
medidas de intervenção nesta constitui o principal pilar preventivo do burnout, como 
já dito anteriormente na revisão literária. 
Entretanto, a despersonalização apresenta o dado mais alarmante. Essa 
subescala apresenta altos valores em 92% dos estudantes que iniciaram o internato, 
contrastando com os que estão concluindo os quais apresentaram altos valores em 
68%. Isso indica que no internato os estudantes tornaram-se mais insensíveis e ate 
mesmo cínicos ou irônicos no trato com os demais. Isso interfere diretamente na 
relação medico-paciente, tornando-a mais pobre e menos efetiva. Cárdenas (2014), 
em seu estudo com alunos do internato, obteve altos valores de despersonalização 
em 61% dos alunos do 5º ano e 41% naqueles do 6º ano, corroborando com os 
nossos achados de que a despersonalização apresenta-se maior nos alunos que 
iniciaram o internato. 
Por fim, os altos índices de burnout na amostra aqui estudada devem-se 
especialmente aos baixos valores de realização profissional que os internos desse 
estudo apresentaram. Essa subescala tem caráter protetivo, por isso é avaliada de 
maneira inversa no MBI. Quando observamos que a mesma apresenta baixos 
38 
 
valores na população global em 64% e em apenas 4% da amostra apresentou altos 
valores, concluímos que o processo de estresse laboral, na sua propagação, já esta 
minando a capacidade do aluno em sentir-se realizado com o trabalho que efetua, 
culminando na alta prevalência da síndrome do burnout observada nesse estudo. 
Ademais, a diferença observada na prevalência da síndrome entre internos do 5º e 
6º ano pode ser, também, explicada pelos melhores valores obtidos naqueles que 
estão concluindo o ciclo prático, mais propensos a um sentimento de gratidão e 
satisfação pela proximidade do fim de seis longos anos de graduação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
6. CONCLUSÃO 
 
Apesar de ainda não estar inserido no mercado de trabalho propriamente dito, 
o aluno de medicina no internato possui uma rotina que pouco destoa daquela 
exercida pelos profissionais que lá atuam. A carga horaria extenuante, afastamento 
das atividades sócias e de lazer, condições de trabalho precárias, relações 
interpessoais conflitosas no trabalho, ambiente psicologicamente desafiador, são 
fatores que induzem estresse não só nos profissionais de saúde, mas também nos 
alunos que ali encontram-se inseridos com o intuito de aprender. 
O trabalho aqui exposto evidenciou uma prevalência alarmante da síndrome 
do burnout nos internos da nossa instituição. Ademais, os altos valores de Exaustão 
Emocional apresentada pela amostra nos indicam que aqueles cujo diagnóstico não 
fora estabelecido, apresentam-se em aumentada possibilidade de evoluir para 
burnout. 
Fato alarmante aqui exposto são os altos índices de despersonalização 
presente nos internos. Esta representa uma resposta do indivíduo à exaustão 
emocional, a qual empobrece a relação com os pacientes e uma de suas maiores 
consequência é a negligencia. Um estudo realizado na Bahia demonstrou que a 
maioria das falhas ocorridas no exercício da medicina devia-se a negligencia, ou 
seja, omissão ou passividade no trato com pacientes (BITENCOURT et. al., 2007). 
A baixa realização profissional apresentada por grande parte dos alunos do 
estudo nos demonstra o caráter de risco que esses se encontram. Em razão do 
estresse que são expostos os internos, sua capacidade de sentir-se recompensado 
pelo trabalho realizado decai. Como piores consequências podemos ter indivíduos 
pouco inspirados em aprimorar suas atividades, elevando o absenteísmo e 
diminuindo a eficiência desses em seu trabalho. 
Outro fato evidenciado nesse estudo é de que os alunos que não sentem-se 
acolhido pelos preceptores e demais integrantes da equipe ou aptos a realizar o 
trabalho cobrado, ou sentem-se parcialmente, denotou maiores valores de exaustão 
emocional e da síndrome do burnout. Isso demonstra que a receptividade do 
ambiente de trabalho, assim como a capacidade individual são fatores 
preponderantes na indução de estresse. O ambiente hostil, pouco receptivo e 
40 
 
insegurança na rotina de trabalho precisam ser combatidos. Dessa forma, é 
imperativa a necessidade de maior preparação do aluno para a rotina do internato 
antes de seu início, em especial tecnicamente, com o aprimoramento do currículo 
em matérias práticas e estações de treinamento/aperfeiçoamento. 
Outro fato que se relacionou positivamente com a síndrome e suas 
dimensões foi a carga horária aumentada. Apesar das mudanças curriculares que 
limitam o trabalho do interno a 40 h semanais, concluímos que essa não é uma 
realidade, com grande parte da amostra apresentado jornadas maiores que essa. 
Talvez se o ambiente de trabalho possuísse boas condições, locais de descanso 
apropriado e suporte as necessidades dos alunos essa carga horária não fosse fator 
estressor evidente como aqui observado, pois sabemos que em profissionais que 
lidam com a vida, a prática e experiência são fundamentais e essas só são 
alcançadas por meio da vivência. 
É interessante o fato de que a prevalência da síndrome e todas as suas 
subescalas apresentaram piores resultados nos alunos do 5º ano, em comparação 
aos do 6º. Aqui observamos uma limitação do estudo, pois o mesmo só fora 
realizado com alunos do internato. São necessários maiores estudos da síndrome e 
suas dimensões em alunos de medicina de todas as séries, para maiores 
conclusões acerca de sua evolução ao longo do curso e picos de incidência. 
Como fatores de proteção fica demonstrado que ter um hobby, apresentar-se 
ativo e possuir apoio (familiar e/ou afetivo) correlacionaram-se negativamente com a 
síndrome. Essas condições permitema fuga da rotina estressante que o acadêmico 
vivencia, aumentam seus vínculos sociais e permitem uma maior capacidade de 
suporte aos estressores. Estes resultados vão ao encontro do que refere Maslach 
(1982), quando afirma que possuir uma atividade específica de lazer é um fator de 
proteção ao burnout. 
Assim, conclui-se que, neste grupo de estudantes, os fatores que mais 
contribuem para burnout são os estressores psicossociais da rotina do ciclo prático. 
Este resultado vai ao encontro aos que referem Carlotto e Gobbi (1999), de que 
Burnout não é um problema do indivíduo, mas sim de seu contexto de trabalho. 
Os resultados aqui expostos apontam para a necessidade de criar alternativas 
para prevenir os fatores de estresse aos quais os internos são expostos. Também 
41 
 
sinaliza a importância de intervenções que atuem sobre o período de preparação 
para o estágio. É imprescindível, segundo Nogueira-Martins (2002), que futuros 
profissionais da saúde incorporem o aprendizado e o aprimoramento dos aspectos 
interpessoais da tarefa assistencial, indo além do suporte técnico-diagnóstico, 
utilizando e desenvolvendo a sensibilidade para conhecerem melhor a realidade do 
paciente. 
Os alunos devem ser estimulados a desenvolver estratégias de adaptação e 
enfrentamento de situações estressantes que lhes servirão durante a formação e, 
posteriormente, durante sua carreira profissional. Devem aprender sobre a fisiologia 
do estresse, técnicas de relaxamento, traços de personalidade com potencial 
adaptativo e mal-adaptativo, assim como sobre o desenvolvimento de relações 
interpessoais efetivas, reconhecimento e manejo do estresse no meio médico, e 
aprender a desvincular sua vida profissional da pessoal (MILLAN et. al., 1999; 
MOSLEY et. al., 1994). 
Visando auxilio nessa adaptação e enfrentamento de situações estressantes, 
sugere-se o aprimoramento do apoio psicológico ao aluno, tanto no meio 
universitário como no hospitalar. Isso pode se dar por meio de núcleos de apoio ao 
estudante de medicina visando prevenir, diagnosticar e tratar distúrbios psiquiátricos, 
entre eles o burnout. 
Portanto, é imperativa a sensibilização da comunidade acadêmica em relação 
à síndrome do burnout e sua prevenção e/ou tratamento, para impedirmos que antes 
mesmo de tornarem-se profissionais médicos esses estudantes já apresentem 
condições que diminuem a efetividade e a satisfação no trabalho realizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
Titulo da pesquisa: “Síndrome do Burnout em internos de medicina”. 
Caro participante, 
Gostaria de convidá-lo a participar como voluntário da pesquisa intitulada “Síndrome do 
Burnout em internos de medicina” que se refere ao trabalho de conclusão do curso de medicina da 
UFRR. 
O objetivo desse trabalho é analisar a incidência do burnout nos acadêmicos do 5º e 6º ano 
de medicina, determinando possíveis sinais de manifestações precoce e correlacionando com 
algumas variáveis pessoais e ocupacionais. 
Você irá responder dois questionários, um referente aos dados sociais, demográficos e 
ocupacionais e outro de avaliação do burnout. Exceto pelo desconforto em responder os 
questionários, a atividade de pesquisa não representa risco à sua integridade física e ou psicológica. 
Porém, caso o desconforto causado pelos conteúdos das questões mobilize em você necessidades 
de acompanhamento psicológico, pode entrar em contato com os responsáveis pela pesquisa para 
encaminhamento. 
Não haverá remuneração financeira por sua participação nesse estudo e os dados serão 
anonimamente empregados no relatório final. 
Gostaria de ressaltar que sua participação é voluntaria e o fato de poder recusar-se a 
participar ou retirar seu consentimento, ou ainda descontinuar sua participação em qualquer momento 
da pesquisa, se assim quiser, sem penalização ou prejuízo algum. 
 
 
______________________ 
Assinatura do pesquisador 
 
Pesquisador: João Victor Borges Mendes – 981191650 – jvictormed@yahoo.com.br 
Calvino Camargo – 3621 3145 – calvino_camargo@hotmail.com 
 
 
 
Eu__________________________________________________________________ 
fui informado (a), de forma clara e objetiva, livre de qualquer constrangimento ou coerção, sobre o 
objetivo da pesquisa, bem como a forma de participação. Li e compreendi este termo de 
consentimento, portanto concordo em participar como voluntário desse estudo. 
 
 
 
Boa Vista, __/__/__ ___________________________ 
 Assinatura do participante 
49 
 
APÊNDICE B - Questionário Sociodemográfico 
Responda o questionário abaixo, marcando uma única alternativa pertinente a cada 
sentença. 
 
1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 
 
2. Idade:( ) 20-30 ( ) 30-40 ( ) 41-50 ( ) 51-60 ( ) >60 anos 
 
3. Estado civil: ( ) Solteiro/tem companheiro fixo ( ) Solteiro/não tem companheiro fixo ( ) 
Casado ( ) ( ) Viúvo ( ) Separado 
 
4. Filhos: ( ) Sim ( ) Não 
 
5. Religião:( ) Católico ( ) Evangélico ( ) Espirita 
( ) Protestante ( ) Ateu ( ) Outras ( ) Sem religião

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