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Semiologia - Nutrição e Hidratação

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26 de Agosto de 2019
Semiologia – nutrição e hidratação:
· Nutrição:
Magreza (condição fisiológica e comportamental – boa alimentação e prática de exercícios físicos) x Desnutrição (condição patológica) 
Desnutrição: “condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais – Ministério da Saúde”. 
A desnutrição pode ser primária (má alimentação ou inadequada do ponto quantitativo) ou secundária (em relação a alguma outra doença; apresenta apetite).
O diagnóstico é feito pela avaliação anamnese alimentar (quantidade e qualidade), avaliação clínica (dados antropométricos) e laboratorial (bioquímica, imunológica). 
Anamnese alimentar: de forma reduzida, precisa-se pensar na história familiar do paciente (carga genética embutida), na nutrição desde o período intrauterino e se recebeu AME (quanto tempo?), peso nascimento (PIG, GIG), peso na infância e adolescência e características da alimentação atual (tipo? quantidade? apetite? relação com a comida?)
Observação: um RN que nasce abaixo do peso tem maior propensão de desenvolver obesidade devido a uma adaptação de poucos nutrientes e maior absorção de tudo que se “alimenta” (existem outras hipóteses).
Passos para uma alimentação saudável:
1. fazer de alimentos “in natura” – a base da alimentação
2. utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades do cozinhar
3. limitar o consumo de alimentos processados
4. evitar o consumo de alimentos ultraprocessados (***) – não está explicita na “pirâmide” desenvolvida e guiada pelo ministério da saúde = problematização
5. comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e se possível, com companhia (a OMS preconiza que alimentações em família estimula a liberação de hormônios importantes do processo nutricional)
6. fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos “in natura” ou minimamente processados
7. desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
8. planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
9. dar preferência, se fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
10. ser crítico quando a informações, orientação e mensagens sobre alimentação vinculadas em propagandas comerciais 
Alguns sinais indicam a desnutrição, como por exemplo atrofia temporal, perda da bola gordura de Bichart (tecido adiposo) e avaliação do tecido muscular.
· Obesidade:
- cerca de 60% em 10 anos no Brasil – epidemia
- 1 em cada 5 pessoas estão em excesso de peso
- prevalência de obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016
A OMS promove metas e indicadores para controle das DCNT – desenvolvimento do guia alimentar dos processados e ultraprocessados a partir do resultado negativo na contenção do crescimento da obesidade em adultos.
American Institute for Cancer Research considerou modificações da dieta, em conjunto com a abolição do tabagismo reduziram em 2/3 a incidência global de CA. 
MEV, teriam um impacto, em relação às doenças crônicas, similar ao causado pela melhoria das condições de saneamento, na redução das doenças infecciosas. 
A avaliação do estado nutricional na obesidade consiste na anamnese alimentar: história familiar (peso dos pais?), nutrição gestacional, AME, peso ao nascimento, infância e adolescência, alimentação (tipo, quantidade, apetite e relação com a comida).
A avaliação do estado nutricional em relação às medidas antropométricas é dada pelo cálculo do IMC, apresentando determinada classificação segundo a OMS. 
O IMC é calculado pela relação entre o peso (kg) e altura elevada ao quadrado (m). 
Observação: além do cálculo de IMC, algumas características estão presentes na avaliação do estado nutricional: pele, cabelos (despigmentação), fâneros, unhas, língua e lábios.
	Classificação
	IMC
	Risco de complicações
	Baixo peso
	< 18,5
	Baixo
	Peso normal
	18,5 – 24,9
	Médio
	Sobrepeso
	25 – 29,9
	Levemente aumentado
	Obesidade grau I
	30 – 34,9
	Moderado
	Obesidade grau II
	35 – 39,9
	Grave
	Obesidade grau III
	> 40
	Muito grave
O IMC elevado apresenta relação com risco cardiovascular (AVC) e diabetes; porém, o IMC muito abaixo apresenta um maior índice de mortalidade (principalmente por tuberculose, DPOC, CA de pulmão e gástrico) curva em “U”. 
Pontos positivos do IMC:
	 medida universal, fácil e rápida
	 utilidade em estudos de grandes populações – medida simples do ponto de vista epidemiológico 
Pontos negativos do IMC:
	 não avalia composição corporal (distribuição de gordura corporal)
	 não diferencia gordura e massa muscular
Atenção: para enriquecer o IMC, tem-se a circunferência abdominal (medição de uma área específica para avaliar gordura abdominal) – traça-se uma linha média entre a crista ilíaca e a última costela.
A obesidade pode ser classificada em: obesidade androide (central – pior no ponto de vista metabólico) x obesidade ginecoide (periférica – efeito hormonal devido ao estrogênio).
Existem outras avaliações do estado nutricional a beira do leito:
	 circunferência da cintura (> ou igual a 80cm nas mulheres e 94 nos homens)
	 relação cintura-quadril (> ou igual a 0,85 nas mulheres e 0,90 nos homens)
	 relação cintura-estatura (> ou igual a 0,5)
	 circunferência de pescoço (37cm nos homens e >34cm nas mulheres)
	 pregas cutâneas (visto negativamente no ponto de vista epidemiológico)
Observação: existem avaliações com exames de imagem: bioimpedância, absortimetria de raios-x em duas energias (DEXA), ultrassonografia, tomografia computadorizada (padrão ouro de gordura abdominal) e ressonância magnética. 
· Hidratação:
O primeiro passo a ser dado é a inspeção: olhos (“brilho”, umidade do globo ocular, inclusive a mucosa conjuntival), boca (produção de saliva, umidade da mucosa em geral) e pele.
Observação: a pele do idoso é de difícil inspeção (composição de água e colágeno) rugas ou desidratação? A pele ressacada pode ser um sinal de desidratação, mas não é EXCLUSIVO. 
Teste da prega: “pinça” a pele e se houver um retorno rápida da mesma, o paciente está hidratado. Caso haja demora, pode ser um sinal de desidratação. Comumente é um sinal feito em bebê, caso (+), é bem provável que seja desidratação. 
A desidratação é a perda de água e/ou eletrólitos (pesquisar distúrbios eletrólitos de uma desidratação – sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo). 
	Desidratação Isotônica
	Desidratação Hipertônica
	Desidratação Hipotônica
	- água e eletrólitos pedidos de forma similar/equivalentes. 
Isso ocorre nos vômitos e diarreias, por exemplo, nos quais não se produz uma transferência de água do meio intracelular para fora das células. Frequentemente, é o tipo de desidratação encontrada em crianças pequenas.
	- perda de água proporcionalmente maior que eletrólitos, como ocorre na falta de ingestão de água, sudação excessiva, diurese osmótica e uso de diuréticos. 
Nesses casos há transferência de água intracelular para os espaços extracelulares. É comum em diabéticos e crianças com diarreia.
	- perda de eletrólitos proporcionalmente maior que água, como ocorre nos casos de transpiração elevada, perdas gastrointestinais ou quando a reposição é feita só com água, sem sais. Nesse caso, ocorrerá transferência de líquido extracelular para dentro da célula. 
Ocorre em alguns casos pediátricos com diarreias.
Causas gerais de desidratação:
	 diminuição da ingesta: idosos e crianças, doenças psiquiátricas e escassez de água no ambienta
	 aumento da perda de água corporal: vômitos, diarreia, queimaduras (paciente perde a capacidade de reter água pela pele), trauma/hemorragias (perda de líquido/sangue para o exterior ou cavidades corporais), febre (mecanismo de tentar diminuir a temperatura corporal = transpiração), cetoacidose diabética (osmolaridade sérica),síndrome perdedora de sal (cursa com patologias do SNC e que alteram a expressão de sódio no rim), insuficiência adrenal, pancreatite (forma geral de reação inflamatória).
Utilizada em terapia intensiva
 Osmolaridade plasmática: 2Na + glicose/18 + ureia/16
	Valores normais:
280-290mOsm/L
Observação: qualquer distúrbio que envolva alterações de sódio, glicose e ureia há alteração da osmolaridade plasmática, o que envolve todas as causas possíveis de desidratação. 
Na cetoacidose diabética há um estado de hiperglicemia, o que altera a osmolaridade e desencadeia um quadro de desidratação.
Na avaliação da hidratação: anamnese (sede, oligúria, diminuição abrupta de peso, sintomas psíquicos como agitação ou excesso de sonolência e confusão mental – principalmente em idosos e crianças –, além de fraqueza), exame físico (estado geral, peso, FC, PA, alteração da pele quanto à umidade, turgor e elasticidade, alterações da mucosa quanto à umidade – alteração de formar saliva, diminuição ou ausência de lágrimas –, fontanela (bebê), alterações oculares – enoftalmia –, e febre)
Observação: paciente taquicárdico e hipotenso: desidratação
Atenção: SEMPRE perguntar ao paciente aspecto de saúde e volume de débito urinário (quantidades adequadas); além de alteração do nível de consciência em idosos e crianças. 
Avaliação laboratorial para observar osmolaridade sérica: sódio, glicose e ureia.
Hipotensão postural: verificar a diferença da pressão com o paciente deitado e o paciente em pé (pesquisar sobre técnica – questão de prova).

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