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Material de Apoio 
Professor Lucas Oliveira
PARTE I 
CONCEITO 
1. Definição
Ramo do direito público responsável pela efetivação dos direitos políticos.
2. Relação com a cidadania
• Status activus;
• “Participação ativa no processo de formação da vontade política (estatal)”1;
• Superação da condição de objeto da vontade estatal;
• Peter Häberle: democracia é a garantia organizacional e política da dignidade humana e do
pluralismo;
• Relação de implicação e tensionamento com os direitos fundamentais;
• Estado Democrático de Direito.
PARTE II 
FONTES DO DIREITO ELEITORAL 
1. Fontes primárias, normativas ou diretas
1.1 Constituição Federal
Os dispositivos constitucionais que versam explicitamente a respeito dos conteúdos relacionados a 
direitos eleitorais são: 
• Art. 1º, parágrafo único;
• Arts. 14 ao 17
• Arts. 118 ao 121
1.2 Legislação eleitoral 
As principais legislações a respeito da matéria eleitoral são: 
• Lei 4.737/65 – Código Eleitoral
• Lei 9.096/95 – Lei Orgânica dos Partidos Políticos
• Lei 9.504/97 – Lei das Eleições
• Lei 9.709/98 – Regulamenta o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular
• Lei Complementar 64/90 – Lei das inelegibilidades
1.3 Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral 
As Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral são orientações fixadas pelo TSE para auxiliar na 
compreensão das normas eleitorais. Como fonte, importa reforçar o fundamento de legitimidade para essa 
atividade normativa, que se referencia nos arts. 1º, parágrafo único e art. 23, IX do Código Eleitoral e no art. 
105 da Lei das Eleições: 
1 SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de direito constitucional. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. p. 732-733. 
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Professor Lucas Oliveira
Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício 
de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado. 
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel 
execução. 
 
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, 
 
(...) 
 
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; 
 
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, 
atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções 
distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para 
sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou 
representantes dos partidos políticos. 
 
(...) 
 
§ 3o Serão aplicáveis ao pleito eleitoral imediatamente seguinte apenas as resoluções 
publicadas até a data referida no caput. 
 
Em tempos de forte atividade do poder judiciário, há discussões relevantes se no âmbito da 
atividade regulamentar o poder judiciário não acaba por extrapolar suas competências e, verdadeiramente, 
legislar a respeito da matéria eleitoral quando da edição das resoluções. 
 
2. Fontes não normativas, secundárias ou indiretas 
 
2.1 Doutrina 
A contribuição da doutrina como fonte do direito não pode ser jamais subestimada. Por certo que 
quando se pensa doutrina, pretende-se fazer alusão a resultado do esmero científico dos juristas em refletir 
a respeito a respeito de situações teóricas e práticas do direito eleitoral, afastando-se desta categoria 
aquelas obras que apenas reproduzem o entendimento dos tribunais de modo irrefletido. 
Assim, a ciência jurídica merece um papel de destaque porque baliza o desenvolvimento de novas 
práticas judiciais – ou sua preservação - a serem incorporadas pela jurisprudência ou mesmo pela via 
legislativa. 
 
2.2 Jurisprudência 
O conjunto das decisões dos tribunais se denomina jurisprudência. O uso da jurisprudência como 
fonte do direito é consagrado na tradição brasileira há muito, no entanto, ganhou especial relevo a partir do 
Código de Processo Civil de 2015, com a sistematização de vários dispositivos a respeito desta matéria. 
No direito eleitoral não é diferente. As decisões judicias seguem uma ratio decidendi – isto é, uma 
razão de decidir – que pode ser empregada em casos análogos futuros. Neste sentido, tem-se a 
jurisprudência como fonte, ainda que secundária, do direito eleitoral. 
 
2.3 Estatutos partidários 
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Professor Lucas Oliveira
A Constituição Federal assegura a autonomia organizativa dos partidos políticos no Brasil, em seu 
art. 17, §1º, CF: 
Art. 17 (...) § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua 
estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus 
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para 
adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, 
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de 
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou 
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade 
partidária. 
 
Assim, em relação às matérias do âmbito da competência normativa própria da autonomia dos 
partidos, tem-se os seus estatutos como fonte de direito eleitoral também. 
2.4 Consultas 
 
São orientações exclusivamente a respeito de matéria eleitoral e assunto em tese. Os fundamentos 
que viabilizam tal prática se encontram no art. 23 do Código Eleitoral e no art. 8º, alínea “j” do Regimento 
Interno do STE: 
Art. 23. “(...) responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhes forem feitas 
em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político” 
Art. 8º “(...) responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas 
pelos tribunais regionais, por autoridade pública ou partido político registrado, este 
por seu diretório nacional ou delegado credenciado junto ao Tribunal”. 
Caso a consulta não cumpra os requisitos, o Relator pode determinar o seu arquivamento por 
decisão monocrática. 
 
2.5 Costumes 
 
Item tradicional como fonte indireta para a teoria do direito como um todo. Apesar de ser resultado 
de compreensões anacrônicas do direito, isto é, de não ser mais contemporâneo atribuir tanta ênfase aos 
costumes, algumas doutrinas assim consideram e, por isso, aqui se registra. 
2.6 Princípios gerais do direito 
 
Em conformidade à tradição jurídica exemplificada pelo art. 4º da Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, também se registram os princípios gerais de direito como fonte indireta, ainda que seja 
resultado de compreensão já superada no âmbito da teoria jurídica. 
 
2.7 Equidade 
 
Trata-se de um senso de justiça que busca a compatibilização da interpretação do texto normativo 
às peculiaridades do caso concreto. Por certo, que como fonte secundária, norteia emblematicamente o 
poder legislativo e, considerando o dever de fundamentação das decisões judiciais que também se estende 
à justiça eleitoral (art, 93, IX, CF), pode incidir nesta seara.

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