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Nome: Monica Alves Rademann 
Direito Administrativo II 
 
Dos serviços públicos 
Qual é a diferença entre atividades privadas e os serviços públicos? A 
produção de bens e serviços para o mercado se configura como uma atividade 
“tipicamente privada” pois, embora, em dado momento da história, tenha sido 
exercida pelo Estado nos regimes socialistas, esse exercício se mostrou 
deficiente. 
 “Serviço público só pode, por definição, ser titularizado por pessoa jurídica de 
direito público”. Assim, observada a repartição de competências determinada 
pela Constituição e pela legislação, a titularidade de serviços públicos somente 
pode ser atribuída à União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Territórios, 
autarquias, associações públicas ou fundações públicas. Por isso, os 
instrumentos normativos de delegação de serviços públicos, 
como concessão e permissão, transferem apenas a prestação 
temporária, nunca delegam a titularidade do serviço público. 
 
1.2 Como o Professor Celso Antônio de Mello conceitua o serviço público? 
“Serviço Público é toda atividade de oferecimento de utilidade e comodidade 
material destinada à satisfação da coletividade em igual, mas fruível 
singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a 
seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes sobre 
regime de direito público, instituído em favor dos interesses definidos como 
públicos no sistema normativo.” – Celso Antônio Bandeira de Mello 
1.3 De acordo com Maria Sylvia Zanella di Pietro a noção de serviços público 
apresenta três elementos. Quais são e o que cada um deles compreende? 
Destaca que o serviço é público sob três ângulos: material (satisfação de 
necessidades individuais ou transindividuais de cunho essencial), subjetivo 
(atuação desenvolvida direta ou indiretamente pelo Estado) e formal (aplicação 
do regime jurídico de direito público). 
1.4 Qual é o tratamento dispensado ao serviço público pela Constituição 
federal? É dispensado o concurso público para servidores temporários. “A lei 
estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público” (art. 37, IX). 
1.5 Qual é o tratamento dispensado pelo STF à noção de serviço público no 
Brasil? O STF tem dispensado (considerado inconstitucional) toda modalidade 
de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação 
em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a 
carreira na qual anteriormente investido (Súm. nº 685). 
1.6 Quais são os princípios informadores do serviço público e o que 
preconizam? 
Princípio da Permanência ou continuidade - impõe continuidade no serviço; os 
serviços não devem sofrer interrupções; 
Princípio da generalidade - impõe serviço igual para todos; devem ser 
prestados sem discriminação dos beneficiários; 
Princípio da eficiência - exige atualização do serviço, com presteza e eficiência; 
Princípio da modicidade - exige tarifas razoáveis; os serviços devem ser 
remunerados a preços razoáveis; 
Princípio da cortesia - traduz-se em bom tratamento para com o público. 
 
1.7 A doutrina classifica os serviços públicos em: próprios e impróprios; 
comerciais ou industriais e sociais; uti singuli e uti universi; originários ou 
congênitos e derivados ou adquiridos; exclusivos e não exclusivos. Explique 
cada classificação. 
Serviços próprios do Estado  são aqueles que se relacionam intimamente 
com as atribuições do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde 
públicas etc.) e para a execução dos quais a Administração usa da sua 
supremacia sobre os administrados. Não podem ser delegados a particulares. 
Tais serviços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa 
remuneração. 
 
Serviços impróprios do Estado  são os que não afetam substancialmente as 
necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus 
membros, e, por isso, a Administração os presta remuneradamente, por seus 
órgãos ou entidades descentralizadas (Ex.: autarquias, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, fundações governamentais), ou delega sua 
prestação. 
Serviços Industriais  são os que produzem renda mediante uma 
remuneração da utilidade usada ou consumida. Ex.: ITA, CTA. 
Serviços sociais –> é o que atende a necessidade coletiva em que a atuação 
do Estado é essencial, mas que convivem com a iniciativa privada, tal como 
ocorre com os serviços de saúde, educação, previdência, cultura, meio 
ambiente. 
 
Serviços Administrativos  são os que a administração executa para atender 
as suas necessidades internas. Ex.: Imprensa Oficial. 
Serviços Gerais ou “uti universi”  são aqueles que a Administração presta 
sem Ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu todo. Ex.: 
polícia, iluminação pública, calçamento. Daí por que, normalmente, os serviços 
uti universi devem ser mantidos por imposto (tributo geral), e não por taxa ou 
tarifa, que é remuneração mensurável e proporcional ao uso individual do 
serviço. 
 
Serviços Individuais ou “uti singuli”  são os que têm usuários determinados e 
utilização particular e mensurável para cada destinatário. Ex.: o telefone, a 
água e a energia elétrica domiciliares. São sempre serviços de utilização 
individual, facultativa e mensurável, pelo quê devem ser remunerados por taxa 
(tributo) ou tarifa (preço público), e não por imposto. 
Caio Tácito (1975:199) faz referência a outra classificação, que divide os 
serviços públicos em originários ou congênitos e derivados ou adquiridos; 
corresponde à distinção entre atividade essencial do Estado (tutela do direito) e 
atividade facultativa (social, comercial e industrial do Estado). 
 
O autor observa que "a evolução moderna do Estado exaltou de tal forma a sua 
participação na ordem social, que a essencialidade passou a abranger tanto os 
encargos tradicionais de garantias de ordem jurídica como as prestações 
administrativas que são emanadas dos modernos direitos econômicos e sociais 
do homem, tão relevantes, na era da socialização do direito, como os direitos 
individuais o foram na instituição da ordem liberal". Mas acrescenta que "há, 
todavia, uma sensível diferença entre os serviços públicos que, por sua 
natureza, são próprios e privativos do Estado e aqueles que, passíveis em tese 
de execução particular, são absorvidos pelo Estado, em regime de monopólio 
ou de concorrência com a iniciativa privada. Aos primeiros poderíamos chamar 
de serviços estatais originários ou congênitos; aos últimos, de serviços estatais 
derivados ou adquiridos". 
 
Um último critério de classificação considera a exclusividade ou não do poder 
público na prestação do serviço; esse critério permite falar em serviços públicos 
exclusivos e não exclusivos do Estado. 
Na Constituição, encontram-se exemplos de serviços públicos exclusivos, 
como o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X), os serviços de 
telecomunicações (art. 21, XI), os de radiodifusão, energia elétrica, navegação 
aérea, transportes e demais indicados no artigo 21, XII, o serviço de gás 
canalizado (art. 25, § 2). 
 
Serviços Públicos  são os que a Administração presta diretamente à 
comunidade, por reconhecer sua essencialidade e necessidade para a 
sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Por isso mesmo, tais 
serviços são considerados privativos do Poder Público, no sentido de que só a 
Administração deve prestá-los, sem delegação a terceiros. 
Ex.: defesa nacional, de polícia, de preservação da saúde pública. 
 
Serviços de Utilidade Pública  Serviços de utilidade pública são os que a 
Administração, reconhecendo sua conveniência (não essencialidade, nem 
necessidade) para os membros da coletividade, presta-os diretamente ou 
aquiesce em que sejam prestados por terceiros (concessionários, 
permissionários ou autorizatários), nas condiçõesregulamentadas e sob seu 
controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos 
usuários. Ex.: os serviços de transporte coletivo, energia elétrica, gás, telefone. 
 
1.8 Quanto à gestão dos serviços públicos, eles podem ser executados de 
forma direta e indireta. Explique cada uma delas. 
Administração Direta: corresponde à centralização. (outorga) 
 
Administração indireta: corresponde à descentralização. (delegação) 
 
 
OUTORGA DELEGAÇÃO 
O Estado cria a entidade 
O serviço é transferido por lei 
 
 
Transfere-se a titularidade 
Presunção de definitividade 
 
o particular cria a entidade 
o serviço é transferido por lei, contrato 
(concessão) ou por 
 ato unilateral (permissão) 
transfere-se a execução 
transitoriedade 
 
 
 
Da função de polícia 
2.1 O que vem a ser a função de polícia administrativa do Estado? O poder de 
polícia é exercido pelo Estado precipuamente, pois esta atividade demanda ius 
imperii, somente titularizado pelo Estado. Já a prestação de serviços públicos 
também é de titularidade do Estado, mas não porque há um exercício de 
qualquer parcela de poder soberano, mas porque o Estado tem a 
responsabilidade e obrigação de prestá-los para melhor condições de vida dos 
indivíduos. 
2.2 Qual é a finalidade do exercício da função de polícia? É um mecanismo de 
frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do 
direito individual. Sua finalidade é a proteção ao interesse público. 
2.3 Qual é a natureza jurídica da função de polícia? A natureza jurídica do 
poder de polícia é discricionária. 
 
Da intervenção do Estado na economia 
3.1 O que vem a ser a intervenção do Estado na economia? 
A intervenção do Estado na economia se dá através de uma autarquia criada 
especialmente para esse fim, é intervenção do Estado por regulação. 
A proteção prudencial e sistêmica está expressa no caput do art. 192 da 
Constituição: o sistema financeiro tem a função de promover o 
desenvolvimento equilibrado do país e servir aos interesses da coletividade, 
sendo o responsável pela política monetária do Estado. 
 
3.2 Quais são os instrumentos de intervenção do Estado na economia? 
 OS INSTRUMENTOS DO SETOR PÚBLICO: 
A POLÍTICA FISCAL 
O governo, para alcançar seus objetivos, utiliza a política econômica. Esta 
geralmente é feita mediante os instrumentos que a política fiscal e a politica 
monetária oferecem. A política monetária ocupa-se principalmente em 
controlar quantidade de dinheiro e a taxa de juros. 
Integram a política fiscal os programas de governo relacionados com a compra 
de bc e serviços, o gasto de transferências e a quantidade e o tipo de impostos. 
· As decisões do governo que se referem ao gasto público constituem a política 
fiscal. 
AS RECEITAS PÚBLICAS 
As receitas públicas são as receitas do Estado obtidas basicamente por meio 
de impostos. 
· Os impostos são as receitas públicas criadas por lei e de cumprimento 
obrigatório para os cidadãos contemplados por ela. 
O ORÇAMENTO DO SETOR PÚBLICO 
As receitas e os gastos do setor público compõem o orçamento. 
· O orçamento do setor público é uma descrição de seus planos de gasto e 
financiamento. 
Da responsabilidade Civil do Estado 
4.1 O que vem a ser responsabilidade extracontratual do Estado? 
A responsabilidade extracontratual do Estado é aquela que se preocupa com a 
reparação dos danos patrimoniais. 
Caracteriza o próprio estado democrático de direito, garantindo liberdade 
individual em face da coletividade, representada pelo Estado, ou seja, por leis, 
valendo-se disso, pode reaver o dano sofrido em face de atividade estatal. 
A evolução da responsabilidade extracontratual do Estado divide-se 
basicamente em três teorias: teoria da irresponsabilidade, teorias civilistas e 
teorias publicistas. 
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2010 – p. 643) “a 
responsabilidade extracontratual do Estado corresponde à obrigação de 
reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos 
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis 
aos agentes públicos”. 
4.2 Qual é o tratamento que a Constituição Federal dispensa à 
responsabilidade civil do Estado? 
Art. 37, § 6º, CF/88, diz: 
"As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa". 
Para Maria Helena Diniz: „negar indenização pelo estado em qualquer de seus 
atos que causaram danos a terceiros é subtrair o poder público de sua função 
primordial de tutelar o direito‟. „com isso, a responsabilidade civil do estado 
passa para o campo do direito público, com base no princípio da igualdade de 
todos perante a lei, pois entre todos devem ser distribuídos eqüitativamente os 
ônus e encargos‟. Se o dano foi causado pelo Estado, e este atua em nome da 
sociedade, então a responsabilidade é dela, que deve suportar os custos pelos 
prejuízos, que serão distribuídos, indiretamente, a cada indivíduo. Desta feita, a 
justiça fica restabelecida, uma vez que o dano causado a um terceiro será 
absorvido por toda a sociedade. 
 
4.3 Qual é o tratamento que o STF dispensa à responsabilidade civil do 
Estado? 
Trata a jurisprudência prevalecente no Supremo Tribunal Federal 
(RTJ163/1107-1109, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), que os elementos que 
compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade civil objetiva do 
Poder Público compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade 
material entre o "eventus damni" e o comportamento positivo (ação) ou 
negativo (omissão) do agente público, (c) a oficialidade da atividade causal e 
lesiva imputável a agente do Poder Público, que, nessa condição funcional, 
tenha incidido em conduta comissiva ou omissiva, independentemente da 
licitude, ou não, do seu comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a 
ausência de causa excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 - RTJ 
71/99 - RTJ 91/377 - RTJ 99/1155 - RTJ 131/417). 
 
4.4 Qual é a diferença entre responsabilidade civil subjetiva e objetiva? 
É objetiva, a responsabilidade por reparação de danos que não decorre da 
apuração de culpa. Por exemplo: a responsabilidade do Estado por danos 
causados ao cidadão. 
 
Subjetiva exige a configuração de culpa ou dolo do agente causador do dano. 
Por exemplo: negligência, imprudência ou imperícia. 
4.5 Quais são as teorias que fundamentam as responsabilidades subjetiva e 
objetiva? 
? A teoria do risco fundamenta a adoção da responsabilidade objetiva do 
Estado. Trata-se de uma teoria baseada na concepção que o Estado 
deve assumir o risco (repartição de riscos) de prestar as atividades 
administrativas. 
TEORIA DA CULPA CIVIL (TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA) 
 Considerava-se que a responsabilidade do Estado deveria ser subjetiva 
(dependendo da comprovação de dolo ou culpa), segundo preceitos do Direito 
Civil comum, assim como acontecia com os particulares. Por isso, essa teoria 
também foi chamada de “teoria da culpa civil” ou “teoria civilista da 
culpa”. Civilista, porque fundamenta a responsabilidade estatal no Direito 
Comum Privado (Direito Civil); da culpa, porque prevê a responsabilidade 
subjetiva (que só se configura com a prova do dolo ou culpa do agente 
causador do dano). 
 A teoria civilista da culpa foi substituída, com a autonomia do Direito 
Administrativo, pela teoria da culpa administrativa. 
TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA OU CULPA DO SERVIÇO OU CULPA 
ANÔNIMA (FAUTE DU SERVICE): 
 
 Tem origem na famosa decisão do Tribunal de Conflitos francês no 
chamado Caso Blanco. Nesse caso, uma garota (Agnès Blanco) foi atingida por 
um trem de uma empresa pública francesa. O pai moveu ação de indenização 
peranteo Estado, e foi suscitado perante o Tribunal um conflito de competência 
entre o juízo cível comum e o Tribunal Administrativo. Foi então que o Tribunal 
de Conflitos, em decisão inédita, decidiu que a responsabilidade civil do Estado 
deveria ser apurada com base em princípios próprios do Direito Administrativo, 
e não apenas com base nos princípios do Direito Civil comum. Dessa forma, 
declarou competente o Tribunal Administrativo para a resolução do caso. 
 
 Essa decisão, além de fundar a responsabilidade do Estado com base 
no Direito Público – sendo, dessa forma, a primeira das chamadas teorias 
publicísticas –, serviu como divisor de águas na autonomia do Direito 
Administrativo. 
A responsabilidade civil do Estado ocorre sempre que o serviço público não 
seja prestado pelo Estado, quando por lei esteja obrigado a prestá-lo; ou 
quando o serviço seja prestado de maneira defeituosa (serviço que funcionou 
atrasado ou funcionou mal). Justamente por isso, a teoria ficou conhecida 
como da culpa administrativa, ou do acidente administrativo, ou culpa do 
serviço (faute du service). 
Essa teoria é até hoje adotada no Brasil, embora de maneira excepcional, 
somente com relação à responsabilidade por ato omissivo. 
Dessa forma, na omissão do Estado a responsabilidade ocorre na 
forma subjetiva. 
TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO 
 Substituiu a idéia de culpa pelo nexo causal. Entre a conduta estatal e o 
dano causado deve haver uma necessária relação de pertinência, caso isso 
não seja comprovado o Estado não será chamado à responsabilidade. 
 Os fatores que excluem a responsabilidade estatal (culpa exclusiva da 
vítima, caso fortuito/força maior) rompem o nexo causal. Por isso, não haverá 
condenação do Poder Público pelos danos causados. 
 Essa teoria fundamenta a adoção da responsabilidade objetiva do 
Estado, adotada no art. 37, § 6º, da CF/88. 
4.6 Existem excludentes de responsabilidade do Estado? 
Inexiste a responsabilidade do Estado em casos de: força maior, caso fortuito e 
culpa exclusiva da vítima ou de terceiro; pois nessas ocasiões não há relação 
de causalidade entre o dano ao particular e a conduta comissiva ou omissiva 
do poder público. Também assiste a exclusão da responsabilidade estatal 
quando o agente público ocasiona o dano fora de suas atividades funcionais. 
Quando o Estado não der causa ao dano ou não for o único responsável pelo 
evento danoso inexistirá sua responsabilidade ou poderá ser atenuada. 
Todavia, cabe ao Estado provar as causas de exclusão da responsabilidade. 
Assim sendo, o ônus da prova é invertido. 
4.7 O Estado responde por omissão? 
O Estado, ao se omitir, assume a responsabilidade pelas consequências dos 
riscos que podem acometer o ser humano e o meio ambiente. O Estado não 
tem o direito de arriscar o interesse da coletividade no jogo da incerteza pela 
omissão. 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello (1981), não há unanimidade quanto à 
responsabilidade objetiva ou subjetiva. Na visão dele, é possível o Estado 
responder objetivamente sempre que os danos ensejadores da reparação 
tenham sido causados por agentes públicos. No caso de os danos não serem 
causados por tais agentes, "se incorreram em omissão e adveio dano para 
terceiros, a causa é outra; não decorre do comportamento dos agentes. Terá 
sido propiciada por eles. A omissão haverá condicionado sua ocorrência, mas 
não a causou" (MELLO, 1981, p. 13). Ademais, para o autor, não há como 
cogitar responsabilidade objetiva nesse caso. De outra maneira, a 
responsabilidade por omissão é responsabilidade por comportamento ilícito. 
Nesse caso, o professor Celso Antônio Bandeira de Mello (1981, p. 13) 
discorda da maioria dos doutrinadores ambientalistas: ele considera que, nessa 
hipótese, a responsabilidade é subjetiva, visto que "supõe dolo ou culpa em 
suas modalidades de negligência, imperícia ou imprudência, embora possa 
tratar-se de uma culpa não individualizável na pessoa de tal ou qual 
funcionário, mas atribuída ao serviço estatal genericamente". Para fundamentar 
sua hipótese, referencia que se trata de "culpa anônima ou 'faute de 
service' dos franceses, 'falta do serviço'" (Mello, 1981, p. 13).

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