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Farsa de Inês Pereira resumo 10 ano

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Farsa de Inês Pereira resumo 
Personagens e as suas relações 
-> Como protagonista da farsa, temos Inês 
Pereira. O maior desejo desta personagem é 
casar com o intuito de ter mais liberdade, 
uma vez que diz que está descontente e sente-
se “cativa” na sua própria casa. Para casar, 
Inês idealizou o seu marido de sonho, tinha de 
saber falar bem e de tocar viola. Quando foi 
enganada no seu primeiro casamento com o 
escudeiro, esta arrepende-se e escolhe a 
personagem que representa o “asno” do mote, 
Pêro Marques. 
-> A Mãe de Inês, apresenta-se como uma 
mulher de baixa classe social com pouca sorte, 
mas perspicaz. Ao longo da farsa, esta 
apresenta-se como a voz do bom senso, da 
razão e da experiência. Esta mostra-se 
preocupada com a filha e tenta ajuda-la na 
escolha do pretendente para o casamento. 
-> Para apresentar o primeiro pretendente de 
Inês, surge Lianor Vaz, que, na farsa, 
representa uma personagem-tipo. Esta serve 
para denunciar o comportamento devasso do 
clero, uma vez que ela é assediada por um 
membro do mesmo, constituindo assim uma 
crítica social. 
-> Pêro Marques, primeiro pretendente de Inês, 
apresenta-se como um fiel camponês, homem 
rústico e simples. Contudo, Inês despreza-o 
chegando a insultar o mesmo (“oh, Jesus! Que 
João de bestas”). Por outro lado, Pêro 
autocaracteriza-se como homem do bem e 
decente. Embora tenha sido recusado pela 
protagonista no primeiro pedido, Inês volta 
para ele depois do seu primeiro casamento 
onde ele a transporta para o Ermitão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-> Como segundo pretende, apresentado pelos 
Judeus, o Escudeiro Brás da Mata é “posto num 
pedestal” pelos casamenteiros e parece ser um 
homem encantador e hábil, tal como Inês 
queria. Infelizmente, depois do casamento, o 
Escudeiro revela-se falso, arrogante e cobarde. 
O seu fim é dado por um pasto numa guerra 
que ele desertou. 
-> Com um papel semelhante a Lianor Vaz, os 
Judeus surgem como uma personagem-tipo. 
Estes são personagens cômicas devido à sua 
linguagem e comportamento. Além disso, 
também são gananciosos e interesseiros. 
-> No primeiro casamento de Inês, é nos dado a 
conhecer o Moço. Este é o criado do Escudeiro 
e surge como a voz crítica do mesmo. Apesar 
de levar uma vida dura e de pobreza devido ao 
seu amo, ele é lhe fiel, mesmo quando é contra 
a sua vontade. 
-> Por fim, no final da peça, é nos apresentado 
o último caso amoroso da protagonista, o 
Ermitão. Inês vai ao encontro dele indo nas 
costas de Pêro Marques, mostrando assim a 
ingenuidade do marido. Este surge como 
personagem-tipo do clero e representa uma 
critica ao mesmo devido à sua imoralidade e à 
sua corrupção, uma vez que seduz Inês. 
Personagem Traços Relações 
Inês Pereira Exigente, idealista Protagonista 
Mãe Calculista e materialista Mãe de Ines 
Lianor Vaz Gananciosa e alcoviteira Amiga da Mãe 
Pêro 
Marques 
Ingénuo, simples e 
burro 
1º pretendente de 
Ines 
2º marido de Ines 
Escudeiro Falso, cobarde e 
mentiroso 
2º pretendente de 
Ines 
1º marido de Ines 
Judeus Gananciosos e cómicos Casamenteiros 
Moço Leal e critico Criado do escuteiro 
Ermitão Corrupto e infiel Caso amoroso de 
Ines 
 
 
 
 
 
Representação do quotidiano 
Normalmente, as farsas têm como 
característica a representação do quotidiano. 
Nesta podemos encontrar alguns hábitos, 
costumes e crenças da época: 
Combinação do casamento 
-> Em termos de ambiente popular temos o 
casamento (onde ocorre a preparação e o 
festejo), as tarefas domésticas (o costurar de 
Inês) e a relação entre homens e mulheres. 
Conflito de gerações 
Duas conceções do casamento 
• Conceção de Inês: idealizada 
• Conceção de Lianor Vaz: pragmática 
Conflito geracional e oposição de interesses 
• Mãe e Lianor: conservadorismo e 
reprodução dos valores da época. 
• Inês: desejo de liberdade e felicidade. 
Imoralidade do clero 
-> Por fim, é nos apresentado a imoralidade de 
clero. Neste, observamos o ataque de assédio a 
Lianor Vaz, mas também a corrupção e 
infidelidade perante a religião do Ermitão 
quando se encontra com Inês e a encoraja a ser 
infiel ao seu marido. 
Dimensão satírica 
-> Uma das funções mais importantes da farsa, 
é o fazer rir de atitudes que os espectadores 
têm sem eles repararem que estão se a rir de si 
próprios. 
-> Para isso, Gil Vicente usa a sátira e o cômico. 
Quando falamos do cômico, existem 3 tipos: o 
de caracter que se liga às personagens; o de 
situação e o de linguagem que pode ser 
produzido pela ironia, apartes, sarcasmo, calão, 
entre outros… 
 
 
 
Crítica à nobreza 
• Empobrecida e sem valor. 
• Exploração dos mais pobres. 
• Falta de carácter e falsidade. 
• Subversão da ordem social 
estabelecida: um nobre que pretende 
casar com uma rapariga do povo. 
Crítica aos judeus 
• Interesseiros e ardilosos: enganam a 
cliente para conseguir os seus 
objetivos. 
• Cómico de linguagem: utilização 
excessiva de adjetivos. 
• Perspetiva mercantilista do 
casamento: a preocupação dos Judeus 
é fechar o negócio. 
Crítica ao clero 
• Crítica ao clero. 
• Crítica à degradação dos costumes. 
Cómico de situação: 
• carácter dissimulado e promíscuo de 
Inês; 
• ingenuidade e integridade do marido. 
 
 
 
 
Cómico de 
personagem 
Assenta na personalidade 
e no modo de ser da 
personagem 
Cómico de 
situação 
Baseia-se na intriga e no 
próprio desenrolar dos 
episódios 
Cómico de 
linguagem 
Inadequação do que é 
dito ou do modo que é 
dito no contexto 
envolvente 
Linguagem, estilo e estrutura 
-> Toda esta peça, que se insere na tipologia de 
farsa, surgiu com base no mote “mais vale 
asno que me leve, do que cavalo que me 
 
-> Além disso, Gil Vicente tentou adequar a 
linguagem de cada personagem ao seu 
estatuto e atividade que desempenhava (Pêro 
– fala simples; Inês, Mãe e Lianor – fala de 
mulheres do povo e uso de ditados e 
provérbios populares; Escudeiro – fala galante 
e discurso rebuscado; Judeus – linguagem de 
cariz popular e uso de rituais judaicos). 
-> Em termos estilísticos, ao longo de toda a 
farsa é possível observar certos recursos 
expressivos, tais como, a comparação, a 
interrogação retórica e a metáfora.

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