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Direito Natural X Direito Positivo - Passei Direto

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI 
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS – CEJURPS 
CURSO DE DIREITO – CAMPUS KOBRASOL 
Professor: Alexandre Waltrick Rates 
Disciplina: Introdução ao Direito 
Acadêmico: Nilvo Airton Rodrigues Junior 
1.º Período – Turno: Noturno. 
 
 
DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO 
 
O Direito Natural pode ser entendido como o direito que adquirimos ao nascer, e 
ninguém pode modificar “não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo 
Estado” (Nader). Não depende de lei alguma, é válido universalmente, é imutável e não é 
afetado pelo tempo. É abstrato, não podemos tocá-lo, apesar de saber que ele existe. O 
Direito Natural ensina aos homens através da experiência e da razão. 
Já o Direito Positivo, que tem sua origem e fundamento no Direito Natural, é o 
conjunto concreto de normas jurídicas que apresentam formulação, estrutura e natureza 
culturalmente construídas, isto é, as leis que temos que nos submeter. É criado por meio de 
decisões voluntárias e depende da manifestação de vontade, por exemplo, de uma 
autoridade ou da sociedade. “O Direito Positivo quando se afasta do Direito Natural, cria 
leis injustas” (Nader). 
O Direito Positivo é imposto pelo Estado, válido por tempo e território determinados 
e tem como fundamento a ordem da sociedade. Entretanto o Direito Natural é superior ao 
Estado, ligado a princípios e nasce da própria natureza humana, como por exemplo, o 
direito à vida, à liberdade, à reprodução e corresponde à ideia de justiça. 
O objetivo de ambos é regrar as ações do homem em meio a sociedade procurando 
ditar o que é certo ou errado nas relações interpessoais dos homens em sua convivência 
social. Buscando uma convivência de harmonia e respeito mútuo entres os membros da 
sociedade. 
Enquanto o Direito Natural trata do direito como algo divino e de valores que estão 
presentes em cada ser dotado de racionalidade, o Direito Positivo se baseia em um 
ordenamento jurídico, e este passa a determinar o direito como um fato, e não como valor. 
Se alguém transgredir alguma regra vista como do Direito Natural, por exemplo, 
alguma regra de etiqueta, a pessoa não irá sofrer nenhuma sansão jurídica, e sim apenas uma 
recusa da sociedade que dar valor aquela regra. 
Mas se o sujeito infringe alguma norma do direito positivo, por exemplo, comete um 
furto, ele sofrerá a sansão jurídica adequada à infração cometida. 
 
ASPECTOS HISTÓRICO EVOLUTIVO 
Direito Natural 
O Direito Natural tem como uma de suas nascentes as leis naturais, que surgiram a 
partir do momento que o homem decidiu se reunir em sociedades, como regras divinas, 
superiores a própria existência humana, a qual deveriam ser subordinados. A partir daí 
surgiram linhas de ideias e pensamentos a respeito do Direito Natural. 
“Todas as leis humanas deverias obedecer a um ordenamento maior, a lei divina 
do Cosmos, os homens e o mundo seriam governados por seres divinos. E a justiça 
é o resultado da permanente tensão social, que é um resultado jamais definitivo, 
pois está em constante mudança” (Heráclito). 
No cristianismo o Direito Natural Absoluto, era o que imperava antes da 
transgressão do homem com o pecado original. Nesse direito todos eram iguais, não havia 
governo de homem sobre homem nem domínio sobre escravo. Já o Direito Natural Relativo, 
era aquele que foi adaptado ao homem após o pecado original através de um sistema de 
princípios jurídicos. 
Para São Tomás de Aquino, observando a relação ente a igreja e o governo, a 
esperança de se chegar a uma justiça cristã estaria em se colocar o Direito Natural para 
normatizar a todos como regra de caráter geral acima do Direito Positivo. 
Até a Idade Média o Direito Natural era vinculado com a vontade de Deus, a partir 
daí a escola de direito de Grotius, esse direito seria vinculado a razão. 
Para John Locke um importante representante do jusnaturalismo, a lei natural era 
eterna para todos, sendo clara e facilmente entendível a todos os seres racionais. Logo a lei 
natural e a lei da razão estariam em pé de igualdade. Para ele o homem era perfeitamente 
capaz de criar uma doutrina moral, por meio das concepções de sua sociedade, que seria a 
lei natural e emanaria para todos os deveres da vida. 
Nos séculos XVIII e XIX a razão foi a base para se pensar a forma ideal e sem falhas 
do Direito Natural, seguindo o racionalismo (jusnaturalismo), com a missão de se constituir 
uma nova ordem jurídica baseada nos princípios de liberdade e igualdade, considerados 
base para a formação da razão e da justiça. 
 
 
 
Direito Positivo 
O Direito Positivo é outro meio de se basear a natureza do direito. Protágoras pode 
ser considerado o precursor do pensamento positivista, “as leis criadas pelos homens 
deveriam ser obrigatórias e válidas, sem considerar o seu conteúdo moral”. 
O positivismo jurídico ocorre quando se separa o Direito Positivo do Direito Natural, 
não sendo mais tratados como direito no mesmo sentido. O Direito Positivo passa a ser 
independente e se reduz todo o direito a Direito Positivo, e se exclui o Direito Natural da 
categoria de direito, o colocando como mero princípio moral. 
 
REFERÊNCIAS 
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 34. Ed. Editora Forense, 2012. 
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27. Ed. Editora Saraiva, 2009. 
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 40. Ed. Rio de Janeiro: 
Editora Forense, 2008. 
DIMOULIS, Dimitri. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 2ª edição. São Paulo: RT, 
2007. 
FERRAZ JÚNIOR, T. S. Introdução ao Estudo do Direito – Técnica, Decisão e Dominação. 
4ª edição. São Paulo: Atlas, 2003.

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