Parasitologia 2.1: Teníase e Cisticercose

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PARASITOLOGIA 
 
Módulo 2.1 – Teníase e Cisticercose 
✓ Tênias 
✓ Taenia solium 
✓ Taenia saginata 
✓ Teníase 
✓ Cisticercose e Neurocisticercose 
✓ Tênia do peixe (Difilobotríase) 
 
 
1. Tênias 
A Taenia solium e a Taenia saginata são platelmintos pertencentes à classe Cestoda, ordem Cyclophyllidea, 
família Taeniidae e gênero Taenia. Esses animais são os parasitas que causam a teníase e também a cisticercose. 
Para a classe Cestoidea já foram descritas cerca de 4.000 espécies, todas endoparasitas, popularmente 
chamadas de solitárias. Seu ciclo de vida exige de um até três ou mais hospedeiros intermediários, que podem 
ser invertebrados ou vertebrados. 
As tênias são vermes grandes, achatados, em forma de fita, e podem medir 
vários metros de comprimento, dependendo da espécie. A largura do corpo 
cresce de um extremo ao outro, é estreito e muito longo, de cor branca a bege, 
outras vezes amarelada a rosada, devido a diversas substâncias absorvidas pelo 
verme. 
As tênias são animais que se destacam pela ausência de boca e cavidade gastrovascular. Esses animais usam 
a superfície de seu corpo para absorver os nutrientes dos alimentos ingeridos pelo ser humano e processados 
no sistema digestório. Sua locomoção é realizada através do batimento dos cílios presentes nas células da 
superfície epidérmica. 
Embora não possuam aparelho respiratório e circulatório, têm uma evidente cefalização, isto é, uma 
tendência à concentração de órgãos sensoriais e componentes do 
sistema nervoso na extremidade anterior do corpo. A cabeça das 
solitárias é chamada de escólex e é responsável pela fixação no tecido 
do hospedeiro. O escólex pode apresentar diversas estruturas, como 
ventosas e ganchos, que auxiliam na fixação do parasita e que variam 
de acordo com a espécie. 
Após o escólex existe uma região de crescimento, chamada de colo. 
O corpo das solitárias é formado por uma sequência de secções iguais 
denominadas proglótides. A região do colo produz novas proglótides 
através de divisões mitóticas. Assim, as proglótides mais jovens são 
aquelas mais próximas ao colo e as mais velhas aquelas na extremidade 
https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&cx=010178560479257371445:irhdoarfd3k&q=https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-parasita.htm&sa=U&ved=2ahUKEwjQ-e6-mbLtAhWcEbkGHeZdBsAQFjAAegQIAhAB&usg=AOvVaw0QodO0nUbCRd7nxCLGLgzG
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oposta. Esses organismos são hermafroditas, cada segmento de seus corpos (proglótide) há um sistema 
reprodutor completo. Isso significa que cada uma delas é capaz de gerar um novo verme sozinha, por meio da 
autofecundação. Podem ainda se reproduzir de forma assexuada ou sexuadamente. Porém, em 
geral, quando há mais de um verme no organismo, a fecundação é cruzada (um com o outro). 
Os óvulos são fecundados pelos espermatozóides no interior da proglótide e os ovos são 
envoltos por uma cápsula protetora. A quantidade de ovos produzidos é muito grande (30 a 
80 mil em cada proglote), sendo uma garantia para a perpetuação e propagação da espécie. 
Os anéis grávidos se desprendem periodicamente e caem com as fezes, e assim o ciclo de transmissão continua. 
2. Taenia solium 
A Taenia solium atinge de três a cinco metros de comprimento e apresenta como hospedeiro intermediário 
o porco, ela é responsável pelo desenvolvimento da teníase, cisticercose e neurocisticercose. Elas diferem das 
de T. saginata por serem menores e mais curtas. Os ovos não são distinguíveis dos de T. saginata. 
Essa espécie possui a cabeça ou escólex com ventosas e apresenta uma coroa de ganchos, denominada de 
rostro (circulado em vermelho). Após o escólex, localiza-se o colo ou pescoço e, posteriormente, segue-se o 
corpo, o qual lembra uma longa fita dividida em várias unidades (proglotes). Cada proglote apresenta órgãos 
sexuais capazes de autofecundação. As proglotes são divididas em jovens, maduras e grávidas, sendo as últimas 
as que apresentam o ovo do animal. 
 
 
 
 
Em virtude de seus hábitos coprófilos, os porcos costumam infectar-se maciçamente ao ingerir as proglotes 
desta tênia. Os cisticercos que se formam nos tecidos deste animal são um pouco maiores que os da T. saginata 
e após 60 a 75 dias já são infectantes para o homem. Os cisticercos podem manter-se viáveis, no porco, por 
muitos anos. 
3. Taenia Saginata 
A Taenia saginata possui a mesma divisão corpórea da T. solium, entretanto, diferencia-se por não possuir 
ganchos no rostro, apenas ventosas, pode atingir de seis a sete metros de comprimento, e possui como 
hospedeiro intermediário o boi. 
 
 
Rostro 
 
4. Teníase 
A teníase é uma verminose intestinal que se caracteriza pela presença da forma adulta dos 
parasitas platelmintos Taenia solium ou Taenia saginata no corpo humano. O ciclo de vida da tênia envolve um 
hospedeiro definitivo e um intermediário. Os suínos e bovinos são, respectivamente, os hospedeiros 
intermediários da Taenia solium e Taenia saginata, e o homem é o hospedeiro definitivo onde a tênia se 
desenvolve e se reproduz. A contaminação por Taenia ocorre com a presença de apenas um indivíduo, por isso, 
esse verme é chamado também de solitária. 
Ciclo de vida 
O ciclo da doença é o mesmo no caso de contaminação com qualquer uma das espécies, a diferença está no 
fato de a T. solium ter como hospedeiro intermediário o porco, e a T. saginata, o boi. 
Contaminação dos hospedeiros intermediários: 
A contaminação ocorre por meio da ingestão dos ovos ou proglotes da Taenia presentes no ambiente, 
podendo ser o solo, água ou alimentos contaminados com as fezes de humanos já portadores da teníase. No 
trato digestivo desses animais, as oncosferas (embriões) são liberadas, penetram na parede do intestino e caem 
na corrente sanguínea, instalando-se, na forma de cisticercos (fase larval que corresponde a uma tênia em 
miniatura), em suas musculaturas. 
Contaminação do hospedeiro definitivo: 
A contaminação do homem ocorre ao se alimentar da carne mal passada ou crua desses animais que contém 
os cisticercos vivos da tênia. As larvas são liberadas, o escólex da tênia fixa-se no intestino delgado, e o parasita 
desenvolve-se alimentando-se dos nutrientes, liberados no processo de digestão, por absorção pela superfície 
corpórea. No intestino ela se desenvolve até a fase adulta, na qual realizará a autofecundação. Proglotes 
maduras, contendo testículos e ovários, reproduzem-se entre si e originam proglotes grávidas, cheias de ovos. 
As proglotes fecundadas (cada uma das divisões ou dos segmentos das tênias), contendo até 80 mil ovos, são 
eliminadas com as fezes. As primeiras proglotes são eliminadas de 60 a 70 dias após a fixação no intestino. 
Quando as fezes são depositadas 
no solo, os ovos são liberados. Cada 
ovo é esférico, mede cerca de 30 mm 
de diâmetro, possui 6 pequenos 
ganchos e é conhecido como 
oncosfera. Podem contaminar água e 
verduras, que podem ser ingeridas 
pelo porco ou boi e iniciar um novo 
ciclo de contaminação. Esses ovos 
podem sobreviver por muito tempo 
no meio externo, são bem resistentes. 
A teníase pode apresentar-se de 
maneira assintomática ou 
desencadear sintomas, como 
alterações no apetite, dor abdominal, 
diarreia ou constipação, perda de 
peso, náusea e vômitos. Vale 
destacar que a teníasepode provocar 
complicações quando o verme obstrui apêndice, colédoco ou ducto pancreático. 
https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/verminoses.htm
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/intestino-delgado.htm
https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&cx=010178560479257371445:irhdoarfd3k&q=https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/nutrientes.htm&sa=U&ved=2ahUKEwiVhZ31mbLtAhXdHrkGHb_IA2EQFjAAegQIARAB&usg=AOvVaw28DIx5bY5aPWRFcD2oLHpB
 
O diagnóstico é feito pelo exame de fezes, e o tratamento com antiparasitários, a profilaxia é a mesma das 
parasitoses intestinais. 
5. Cisticercose 
A teníase diferencia-se da cisticercose pelo fato de, na cisticercose, a contaminação do homem ocorrer pela 
ingestão dos ovos da tênia por meio de água e alimentos contaminados. Na teníase, os suínos e bovinos são os 
hospedeiros intermediários, onde as tênias se encontram no estágio larval fixando-se nos músculos, enquanto 
os homens são os hospedeiros definitivos onde se desenvolvem e reproduzem. Na cisticercose os homens se 
tornam os hospedeiros intermediários e passamos a abrigar a fase larval do parasita. 
A cisticercose pode ser causada tanto pela Taenia solium quanto pela Taenia saginata, entretanto, alguns 
pesquisadores assumem que a T. saginata não causa cisticercose ou que é muito rara. 
Após ingerirmos ovos da tênia, eles seguem pelo nosso sistema digestório e, ao chegarem ao intestino 
delgado, ocorre a liberação dos embriões. Quando os embriões são liberados no intestino, alcançam a corrente 
sanguínea, e as larvas fixam-se nos tecidos. A doença pode causar diferentes sintomas a depender de onde a 
larva se fixa, elas podem fixar-se, por exemplo, no globo ocular e no sistema nervoso central, desencadeando, 
nesse último caso, a chamada neurocisticercose. Ao se fixarem nesses locais, formam um cisto, uma espécie de 
bolsa em que a larva desenvolve-se. Esse cisto aumenta de tamanho e forma os cisticercos. 
• Neurocisticercose 
A neurocisticercose caracteriza-se pela presença de cisticercos no sistema nervoso central, sendo o tipo de 
cisticercose com maior importância clínica. Pode ser classificada em espinhal ou cerebral, a depender da região 
acometida. Na maioria dos casos, o parasita é encontrado no encéfalo. É uma forma grave da doença que pode 
causar problemas como dores de cabeça, convulsões, hidrocefalia, meningite, demência, e alterações psíquicas. 
O tratamento é individualizado e depende da localização dos cistos e do seu grau de atividade. O tratamento 
pode incluir cirurgia, antiparasitários e medicamentos que controlam alguns sintomas, como fármacos que 
reduzem as crises epiléticas. 
6. Tênia do peixe (Difilobotríase) 
 
A difilobotríase é uma doença causada por uma tênia presente em peixes. Sua contaminação se dá por meio 
da ingestão de peixes infectados com a larva do parasita. Peixes contaminados crus, malcozidos, defumados em 
temperaturas inadequadas ou ainda congelados de maneira insuficiente são os responsáveis pelo 
desenvolvimento dessa parasitose. A difilobotríase é um problema de saúde que ocorre em várias partes do 
mundo, apesar de pouco conhecido. No Brasil, até o ano de 2003, não havia registros da doença, porém devido 
ao aumento do consumo de peixe cru, tornou-se mais comum. 
 
O parasita pertence ao filo dos platelmintos, da classe cestoda (mesma da Taenia Solium e Saginata), e 
gênero Diphyllobothrium. É um dos maiores parasitas intestinais do homem, podendo atingir até 10 metros de 
comprimento, e 25 anos de vida. 
A difilobotríase apresenta sintomas e sinais variáveis em cada caso, como diarreia, vômito, anorexia, perda 
de peso, fraqueza, desconforto abdominal, flatulência e obstrução intestinal. Algumas pessoas possuem quadro 
assintomático, mas outras apresentam manifestações clínicas extremamente severas. 
 
 
 
 
https://www.biologianet.com/doencas/cisticercose.htm
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-parasita.htm
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https://brasilescola.uol.com.br/biologia/estruturas-encefalo-suas-funcoes.htm
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https://brasilescola.uol.com.br/doencas/meningite.htm
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/platelmintos.htm
 
Ciclo de vida 
 
 
A “tênia do peixe” apresenta dois hospedeiros 
intermediários, um crustáceo do grupo copépode e 
peixes. O homem infecta-se ingerindo o peixe com 
parasito. Além do homem, outros mamíferos, como 
cães e gatos, são hospedeiros definitivos do parasita. 
O hospedeiro definitivo libera ovos do 
platelminto em suas fezes. Os embriões 
desenvolvem-se, dando origem a embriões ciliados, 
que saem dos ovos e são ingeridos por crustáceos. 
No corpo dos crustáceos, esses embriões 
transformam-se em larvas. Os peixes, ao ingerirem 
os crustáceos com as larvas, contaminam-se. O 
homem, ao ingerir o peixe, também se contamina. A 
larva então migra para o intestino do homem, onde 
se desenvolve, ocasionando a difilobotríase.
 
Referências 
https://brasilescola.uol.com.br/doencas/teniase.htm#:~:text=A%20ten%C3%ADase%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,os%20hospedeiros%20intermedi%C3%A1rios%2
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https://brasilescola.uol.com.br/doencas/tenia-peixe-difilobotriase.htm 
https://brasilescola.uol.com.br/doencas/cisticercose.htm 
https://www.biologianet.com/doencas/teniase.htm 
https://www.infoescola.com/platelmintos/morfologia-de-tenias/ 
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/tenia-vermes-do-grupo-dos-platelmintos.htm 
http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Taenia%20solium.htm 
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/os-parasitos-taenia-solim-e-taenia-saginata/45952 
 
https://brasilescola.uol.com.br/doencas/teniase.htm#:~:text=A%20ten%C3%ADase%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,os%20hospedeiros%20intermedi%C3%A1rios%20da%20T
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