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P á g i n a | 1 Insuficiência Cardíaca Conceito: É uma síndrome clínica complexa, na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender as necessidades metabólicas tissulares, ou pode fazê-lo somente com elevadas pessões de enchimento ou de volumes diastólicos anormalmente elevados; No esforço físico nosso consumo de O2 aumenta gradativamente dependendo do nível de esforço feito, porém se esse coração for de um hipertenso que não tratou, por exemplo, a pessoa acaba cansando de forma mais rápido pela falta de reserva pra isso e a pessoa acaba parando o exercicio pela fadiga gerada. Tudo isso nos reflete um coração insuficiente, o qual impossibilita o paciente; Causas: 1. Contratilidade miocárdica prejudicada (disfunção sistólica, caracterizada por uma fração de ejeção [FE] ventricular esquerda [VE] reduzida; 2. Aumento na rigidez diastólica ou relaxamento miocárdico prejudicado (disfunção diastólica que, frequentemente, está associada a uma FEVE normal e é geralmente chamada de insuficiência cardíaca com FE preservada; 3. Uma variedade de outras anormalidades cardíacas (incluindo a doença valvar obstrutiva ou insuficiência valvar, shunt intracardíaco ou distúrbios da frequência ou do ritmo cardíaco); 4. Estados nos quais o coração é incapaz de compensar um quadro de fluxo sanguíneo periférico aumentado por aumento nas necessidades metabólicas; Estágios da IC: Epidemiologia: Prevalência: -23 milhões no mundo; -550 mil novos casos – EUA; -Risco individual – 20 a 30% isso depende dos fatores de risco, como por exemplo, hipertensão não tratada, doença de chagas, doença arterial coronariana (infarto que deixa areas de fibrose), causas genéticas, etc; Mortalidade: Sobrevida de 50% em 5 anos; Sobrevida de 10% em 10 anos; Disfunção ventricular – principal fator; Avanços na medicação – melhora da mortalidade: se o paciente aderir fielmente ao tratamento, o prognóstico melhora! Hospitalização: Cerca de 1 milhão de hospitalização ao ano nos EUA; 25% das altas, internam novamente em 30 dias (ou seja, 1 a cada 4 voltam), logo, não adianta apenas tomar os medicamentos, deve-se mudar o estilo de vida do paciente; P á g i n a | 2 Etiologia: Doença Arterial Coronariana (DAC) 36 a 68%; Has 30%; Obesidade e DM; Brasil: MS, 2007 40 % das internações e cerca de 70% ocorre em MAIORES de 70 anos; Não podemos esquecer que no Brasil é prevalente a doença de Chagas e a Febre Reumática (FR); Por isso é importante saber onde paciente nasceu, morou, o tipo de casa (alvenaria, madeira, sítio), se os familiares lembram do barbeiro, etc Chagas; Já na FR o mecanismo envolvido é a valvopatia, ela dá insuficiência e estenose em valvas aórticas e mitrais, principalmente, pois são as mais acometidas; Além disso as valvopatias podem acometer idosos pela própria fisiologia, enquanto que a valvopatia na FR, acomete mais os jovens; A Endomiocardiofibrose causa o enrijecimento no coração, impossibilitando-o de relaxar, logo, causa o aumento da pressão dentro das camaras cardiacas, refletindo no pulmão, principalmente, pois a pressão aumenta lá e causa a congestão; Cardiotoxicidade pacientes que foram expostos a radio e quimioterapia, principalmente; Alcóolica o alcóol em excesso, além das complicações gástricas, também acomete o coração de forma importante; Doença Renal Síndrome coração rim; Miocardite viral, Miocardite Peri-Parto; Etiologia: Isquêmica: Fatores de risco para DAC; História de IAM/RM/ATC; Alteração de ECG: encontraremos alterações como onda Q patológica, inversão de onda T, áreas inativas no ECG, ausência de progressão da onda R. Se o paciente tiver isso e ainda com queixa de dispneia, desconfiar da IC; Alteração de ECOTT; P á g i n a | 3 Nesse ECG podemos ver que em DII, DIII e aVf o QRS está invertido simetricamente e profundamente, além de presença de entalhe em DII e presença de onda QS, assim, temos uma área inativa em parede inferior, logo, por causas isquêmicas; Alcóolica: Ingesta > 90g/dia álcool (+ de 8 doses diárias por mais de 5 anos); Exclusão de outras causas; Chagásica: Antecedente epidemiológico; Sorologia para chagas; Alterações no ECG DII, DIII e aVf negativos vemos o QRS negativo, isso é devido ao bloqueio de vigional anterosuperior, bloqueio de ramo direito, bloqueio atrioventricular de primeiro grau (que é quando o pr fica prolongado) Alterações no ECOTT; P á g i n a | 4 A alteração eletrocardiográfica clássica da CCC é o bloqueio do ramo direito (BRD) em associação ao bloqueio divisional anterossuperior esquerdo (BDAS). O BRD apresenta no ECG como condição fundamental para o seu diagnóstico os complexos QRS alargados (com duração ≥ 120 ms, ou seja, ≥ que três “quadradinhos”). Além disso, observa-se: ondas S empastadas em D1, aVL, V5 e V6; ondas qR em aVR com R empastada; padrões rSR’ ou rsR’ em V1 com R’ espessado; onda T assimétrica em oposição ao retardo final do complexo QRS. A principal característica do BDAS é o desvio do eixo elétrico do QRS para esqueda, para além de -45°. Pode-se também observar: padrão rS em D2, D3 e aVF com S3 maior que S2; QRS com duração < 120 ms; padrão qR em aVL com R empastado. Em situações de bloqueio bifascicular, com acometimento simultâneo do ramo direito e do fascículo anterior do ramo esquerdo, observa-se uma combinação destes critérios diagnósticos; Miocardite: História recente de infecção viral; IC de início recente (< 2 meses); Exclusão de outras causas, como HAS, DAC, etc; Hipertensiva: História de HAS; Geralmente é aquele paciente que não tem o controle da pressão arterial, tá sempre descontrolada; Exclusão de outras causas; Diagnóstico: Anamnese + Exame físico é o suficiente; Dispneia noturna, ou seja, não tolera o decúbito, tendo sempre que colocar 2 travesseiros no mínimo, pois se não tiver da a sensação que está afogando. E quando esse paciente deita aumenta o RV, congestionando o pulmão e deixando o paciente ofegante; Edema maleolar pelo efeito da gravidade o líquido desce; “Gripe que não passa” paciente que está sempre tossindo, aos esforços principalmente; Critérios: Boston: P á g i n a | 5 8 a 12 definitivo; 5 a 7 possível; < 4 improvável; S 50% / E 78%; O paciente as vezes vai precisar que o seu coração bata 2 a 3 vezes pra conseguir bombear normalmente, por isso da taquicardia; Framingham: 2 maiores; 1 maior + 2 menores; S 100% / E 78%; Diagnóstico: ECOTT: Exame de escolha; Função ventricular E e D; Disfunção diastólica; Tamanho de cavidades; P á g i n a | 6 Função valvar; Peptídeos Natriuréticos: BNP e NT-próBNP; Aumenta – idoso, DRC, anemia; Diminui –obesidade; Classificação – Classe Funcional NYHA: Estágio de Evolução – ACC (American College of Cardiology): P á g i n a | 7 Perfil hemodinâmico: Perfil A (“quente e seco”): paciente que está bem perfundido e sem congestão ALVO TERAPÊUTICO; Perfil B (“quente e úmido”): paciente está bem perfundido, porém se encontra congesto, logo, melhora-se a congestão com a diureticoterapia. É a apresentação mais comum dos pacientes hospitalizados MAIS COMUM; Perfil C (“frio e úmido”): paciente está com hipoperfusão e congesto, tem grandes chances de mortalidade. Deve-se melhorar perfusão e congestão dele MAIS LETAL; Perfil L (“frio e seco”): paciente se apresenta com hipoperfusão tecidual, no entanto sem congestão. Paciente com diarreia e vômitos, por exemplo, isso desidrata o paciente, fazendo com que ele piore o quadro e desenvolva uma descompensação da IC MAIS RARO; Obs: Perfusão - tempo de enchimento capilar, se tiver > 3 s, além de mãos e pés geladas, queda de diurese, isso nos indica queprovavelmente é um paciente grave; Fração de ejeção (FE): FEVE > 50% - portadores de IC com FE preservada (ICFEP); FEVE 50 a 40% - ICFEi ou Mid-range intermediária; FEVE < 40% - IC com FE reduzida (ICFER); Fisiopatologia: P á g i n a | 8 Prognóstico: Depende: Clínica; Hemodinâmica; Laboratório; Escores: Seatlle Heart Failure Model – mortalidade em 1, 2 e 5 anos; ECG: Normal – pouco provável; Onda Q, ausência de progressão de onda R, alterações de repolarização – isquemia; BRD + BDAS – Chagas; Exames complementares: RX tórax: Um exame barato e disponível, que além de ser o único exame complementar que pode fechar um critério maior de Framingham (a cardiomegalia), pode apresentar informações valiosas sobre o estado do paciente. É possível também avaliar sinais de congestão pulmonar, como a cefalização da trama vascular pulmonar, presença de linhas B de Kerley, que são linhas dispostas na horizontal e indicam congestão. A radiografia também permite a avaliação da gravidade do quadro de congestão pulmonar, detecção de cisurites pelo acúmulo de líquido nas cisuras pulmonares e permite a visualização de derrames pleurais. Na 2ª radiografia podemos ver vários sinais de congestão e alterações estruturais do coração, como o sinal da bailarina (deslocamento superior do brônquio fonte esquerdo), cefalização da trama vascular pulmonar e cardiomegalia. Índice cardiotorácico: P á g i n a | 9 O índice cardiotorácico é calculado somando a+b/c. Se esse valor der <0,5 é consderado NORMAL, porém se ultrapassar podemos classificar como cardiomegalia; ECOTT: Metódo de eleição para documentação da disfunção cardíaca; O ECO é uma das melhores ferramentas para avaliação complementar da IC, uma vez que ele fornece informações que permitem avaliar a dimensão das câmeras cardíacas, presença de valvopatias associadas e através do cálculo da FE, permite diferenciar a ICFEp e ICFEr, que apresentam particularidades no que tange ao tratamento e prognóstico; Esgoespirometria: VO2 < 10ml/kg/min – alta mortalidade; Pulmão x Coração BNP e NT-próBNP: Prevenção da Insuficiência Cardíaca: Tratamento da hipertensão, com foco na pressão sistólica, reduz a incidência da IC em 50%; Qualquer intervenção que reduza o risco de um primeiro IAM ou IAM recorrente também irá reduzir a incidência de IC; Em pacientes com frações de ejeção reduzidas, os inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), bloqueadores de aldosterona e os β-bloqueadores previnem ou adiam a disfunção e a dilatação ventricular progressivas e o início ou agravamento da IC; Uma intervenção oportuna para a doença valvar progressiva oferece outra oportunidade para prevenir uma eventual IC;
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