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Projeto Multidisciplinar II

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL 
CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E NEGÓCIOS 
CURSO SUPERIOR EM GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA 
 
SEGURANÇA PRIVADA 
 
MARCO ANTONIO MORENO / RGM: 20705204 
 
 
 
 
 	 
São Paulo 
2020 
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL 
CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E NEGÓCIOS 
CURSO SUPERIOR GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA 
 
 
 
 
SEGURANÇA PRIVADA 
 
Projeto Multidisciplinar de Gestão de Segurança Privada II apresentado à Universidade Cruzeiro do Sul, como exigência do Curso Superior em Gestão de Segurança Privada sob orientação da Prof. Dr. João Luiz Souza Lima e do tutor Júlio Cesar Gomes. 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................ Erro! Indicador não definido. 1. CONCEITOS DE SEGURANÇA PRIVADA ................................................................ 5 
2. ESTADO DA ARTE EM SEGURANÇA PRIVADA ..................................................... 9 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 11 
4. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
 Atuando no Brasil, com regulamentação, a partir dos anos 60, a segurança privada evoluiu ao longo dos anos, até chegar na estrutura e modelo que podemos definir nos dias atuais. 
 A relevância da abordagem do tema da segurança privada, no Brasil, é notória, sem dúvida, por isso os estudos nessa área precisam ser desenvolvidos, para que a sociedade possa ter ciência de seus limites e alcances. 
 Vista como um nicho de mercado, economicamente ativo e extremamente rentável, que movimenta milhões todos os anos, gera empregos no país inteiro, este tipo de produto e serviço não cresce apenas em números de estabelecimentos autorizados, formação de vigilantes e economicamente, ele também cresce em tecnologias de ponta, num mercado extremamente competitivo. 
 Este projeto foi norteado pelas questões problematizadoras: como conceituar a segurança privada, separando-a da pública? Qual o seu histórico, desenvolvimento, números atuais, problemas e novas tecnologias? 
 Tais questões foram analisadas a partir de um levantamento bibliográfico, que definiu os seguintes autores, para a elaboração do projeto: Soares (2014), para a conceituação da expressão “segurança privada”; Nazário (2020), para a compreensão histórica e do desenvolvimento atual da segurança privada; Zanetic (2006), para fazer uma análise crítica e também histórica do tema em questão, Bazote (2015), para pontuar a qualidade da segurança privada; Aster (2015) e Flach (2019), para destacar a questão da tecnologia e formas de atuação das empresas de segurança privada. O trabalho está dividido em 5 seções textuais, a saber: Introdução, Conceitos de 
Segurança Privada, Estado da Arte em Segurança Privada, Considerações Finais e Referências. 
 Ainda há muito o que ser feito em relação aos estudos da Segurança Privada, pois se trata de um tema bastante amplo, que pode ser abordado de formas diversificadas de metodologia de pesquisa, portanto este trabalho não se encerra nele mesmo. 
1. CONCEITOS 
 
 Portela (2005, citado por SOARES, 2014) ressalta que para compreender e fundamentar as discussões sobre segurança, é importante compreender alguns conceitos. 
Segundo o autor, uma instituição de segurança é uma organização formada por um grupo de pessoas autorizadas a usarem a força física ou verbal, para regular, orientar a sociedade, mediante autorização dessa sociedade, para atingir a ordem pública. 
Para tanto, existem a segurança pública e a privada. A segurança pública, por meio das instituições do Estado, busca preservar de todo o mal que possa vir a afetar a ordem pública, em prejuízo da vida, da liberdade e dos direitos à propriedade, os cidadãos de um modo geral; enquanto a segurança privada, está caracterizada como um serviço de proteção complementar, ao qual apenas aqueles que podem pagar por ele têm acesso. 
Assim sendo, a segurança privada se trata de um conjunto de atividades que são realizadas através da prestação de serviços, por uma empresa especializada em segurança, legalmente autorizada, que visa a vigilância eletrônica, patrimonial 
(bancária, comercial, industrial, residencial, de condomínios e de “espaços semipúblicos”, como shopping-centers, estádios de futebol, centros de exposições, casas de eventos e espetáculos diversos), estabelecimentos públicos ou privados, visa também a segurança de pessoas físicas, o transporte seguro de valores, a escolta armada e a garantia do transporte de cargas, quaisquer que sejam elas, além de promover cursos de formação e aperfeiçoamento de profissionais da área de segurança, atuar na blindagem de veículos e gestão de presídios. 
 
 	 
 
 
 
 
1.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA PRIVADA 
 
 Segundo Nazário (2020), a atividade de segurança privada no Brasil se iniciou em 1967, em sua estruturação moderna, no entanto, a primeira legislação sobre o assunto se deu somente em 1969, com o Decreto-Lei 1.034/69. 
Segundo o autor, a partir do decreto foi autorizada a prestação de serviços de segurança privada, devido à grande ocorrência de assaltos a bancos, o que promoveu a demanda, naquela época, de serviços de segurança privada. 
Essa expansão da segurança privada no Brasil pode ser compreendida a partir de três aspectos, conforme destaca Zanetic (2006): 
1) aumento da criminalidade e do crime especializado; 
2) a ampliação de mecanismos influenciadores da percepção da violência pelo cidadão e com isso o aumento do sentimento de insegurança; 
3) a urbanização das grandes cidades, utilização dos espaços urbanos e circulação da população. 
As “empresas que exerciam a atividade eram controladas, inicialmente, pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, razão pela qual até 1983 eram os governos estaduais os entes fiscalizadores” (NAZARIO, 2020, p. 257). 
 
A demanda por segurança privada aumentou consideravelmente ao longo dos anos, deixando de ser uma necessidade exclusiva das instituições financeiras. Assim, tal atividade passou a ser prestada também a órgãos públicos e empresas particulares (indústrias, comércios). A crescente procura exigia uma normatização mais ampla, pois o decreto lei de 1969 já não comportava todos os aspectos da atividade. Houve, então, um grande esforço junto ao Governo Federal para regulamentar o serviço de segurança privada através de uma legislação específica. Em 1983, a atividade foi regulamentada pela Lei 7.102 e a fiscalização deixou de ser estadual (SSP) e passou a ser federal. (Polícia Federal – MJ, citado por NAZARIO, 2020). 
 
 Na atualidade, os contratos com empresas de segurança privada precisam estar alinhados à Lei nº 7.102/83, com o Decreto 89.056/83 e com todas as normas estabelecidas pelo Departamento de Polícia Federal, como a Portaria 3.233/2012DG/DPF, garantindo assim, uma contratação legal, especializada e com qualidade nos serviços prestados. 
 Na figura 1, pode-se verificar, a partir de 1967, as mudanças significativas na regulamentação do setor de segurança privada no Brasil. 
 
Figura 1: Breve histórico da segurança privada no Brasil. 
 
Fonte:
 
NAZÁRI
O, 2020.
 
 
1.2 Cenário atual da Segurança Privada 
 	 
 Conforme afirma Nazário (2020, p. 261), “ao final do primeiro semestre de 2020, havia 2.388 empresas especializadas autorizadas a funcionar, 1.938 orgânicas e 292 cursos de formação de vigilantes”, existem mais de 1 milhão de vigilantes aptos a trabalhar (com curso de formação em dia), mas aproximadamente 51% estão inativos agora em 2020. O gênero masculino é maioria no setor, que possui apenas 9% de mulheres atuando e a região sudeste possui o maior número de profissionais, com 49% dos vigilantes do país. 
 Bazote (2015) explica que, apesar da ampliação dos cursos de formação e do crescimento da área de segurança privada, nos últimos anos, o surgimento de profissionais clandestinos é uma realidade no mundo da segurança
privada. Todos aqueles que atuam sem a autorização da Polícia Federal são considerados clandestinos. 
 	 
Os profissionais clandestinos são uma realidade em todas as atividades da segurança privada. Condomínios, clubes, bares, boates, shoppings centers e transportadoras são alguns dos exemplos de empresas e estabelecimentos que contratam profissionais para fazer a segurança sem o devido treinamento e regulamentação. Isso pode resultar em agressões, conflitos e até mortes, que poderiam ser evitadas com um profissional capacitado. Relatos de pessoas que foram espancadas por vigilantes no interior de bares e boates, ou de seguranças que se escondem no meio de cargas para surpreender assaltantes à bala, não são raros. (BAZOTE, 2015) 
 
 Zanetic (2006) ressalta que existe uma visível ampliação de guardas privados, assim como um aumento da circulação de veículos de segurança patrimonial, nas ruas das cidades, mas não há muitos estudos sobre esta densa rede que é o mercado de segurança privada no Brasil. 
Considera muito otimista a tese da existência dos serviços privados de segurança como complementares e auxiliares da segurança pública, sobretudo considerando sua aplicabilidade às “novas democracias”, recém-saídas de regimes autoritários, sem estrutura institucional e tradição cultural de defesa da cidadania e com enormes problemas sociais, entre os quais o crescimento da violência e da criminalidade urbana. Nesse contexto, a eficiência desigualmente distribuída no provimento desses serviços geraria efeitos diretos de exclusão social, institucionalizando “o pior dos mundos possíveis”, somando aos dilemas ‘antigos’ de domesticação da polícia e abertura do judiciário às classes populares, os problemas modernos postos pela privatização da segurança. (ZANETIC, 2006, p. 2) 
 
Para o autor, o contexto brasileiro é marcado pela deslegitimação das instituições da ordem, dos constantes e recorrentes abusos por parte da polícia, principalmente em relação às populações negras e periféricas, a quebra do monopólio do policiamento pelo Estado e a mudança da “natureza da governabilidade” poderia assumir contornos ainda muito mais problemáticos. 
Para exemplificar este tipo de atuação, pode-se mencionar o caso recente de ação inescrupulosa da segurança de uma rede de supermercados, empresa multinacional, internacionalmente conhecida, cujos seguranças contratados a partir de uma empresa de segurança privada, mataram um homem negro a pancadas, no estacionamento do supermercado, sob os olhares de outros clientes que passavam e sob a câmera de celulares. 
2. O ESTADO DA ARTE EM SEGURANÇA PRIVADA 
 
 
 Ao contratar uma empresa de segurança patrimonial, os clientes buscam ter uma percepção da redução de riscos associada à imagem de câmeras, à vigilância, ao conjunto de alarmes contra invasão, a carros blindados, cofres eletrônicos etc. Estas empresas precisam ir além dos métodos convencionais e das ferramentas comumente disponibilizadas, para que haja um estabelecimento de técnicas em planejamento estratégico, cada vez mais avançadas, para possibilitar as soluções certas a cada tipo de risco específico. 
Neste espectro, tem-se o uso de carros-fortes para abastecer caixas-eletrônicos ou coletar dinheiro, existe o transporte de joias, pedras preciosas, medicamentos, produtos químicos perigosos etc. 
Para exemplificar, a empresa Brinks, já transportou as provas do ENEM, que exigiu um trabalho de logística amplamente seguro e bem planejado, para manter o sigilo sobre o conteúdo das provas, tesouros valiosos ao redor do mundo, amostras de rocha trazidas da Lua e também foi responsável por trazer o violino mais caro do mundo, o Stradivarius, para o Brasil, além de ter feito a segurança do entorno durante a visita do papa Francisco ao país (Flach, 2019). 
As empresas de vigilância patrimonial possuem uma grande e diversificada clientela no ramo de atividades na área de segurança privada, que visa a atender instituições financeiras, com soluções integradas de segurança e logística; varejistas, tais como supermercados, farmácias e postos de combustível; indústrias (farmacêuticas e tecnológicas), com o uso de veículos blindados, com controle de temperatura, ou se preciso, voos domésticos ou internacionais; proprietários de joias e metais preciosos, mineradoras e prestadores de serviços. 
Segundo o site da Aster (2015), o investimento em tecnologia tem seguido as demandas, cada vez maiores e mais sofisticadas dos clientes. Na atualidade, diversos produtos surgiram, propiciando um aparato tecnológico sem precedentes, no mercado de produtos e serviços de segurança privada. 
A portaria virtual, por exemplo, não necessita de porteiro físico, o sistema é ideal para locais com baixo fluxo de entrada e saída de pessoas, mas que, ao mesmo tempo, exije um controle contínuo e eficiente, sem interrupções. Ainda que falte energia elétrica, a portaria está preparada para funcionar com baterias. 
O site da Aster (2015) indica também a utilização de softwares que analisam vídeos, identificam eventos, atributos e padrões de comportamento. O sistema é composto pela operação de câmeras, preparadas para a detecção de diversas situações de vigilância, envolvendo pessoas, veículos ou objetos. 
Por meio de um conjunto de filtros de detecção previamente programados, o software é capaz de identificar as alterações nos padrões de rotina estabelecidos, que podem ser configurados com base em dezenas de parâmetros. O software pode, por exemplo, detectar a invasão de um determinado perímetro, monitorar veículos, fazer contagem de pessoas, identificar a remoção de objetos, entre várias outras possibilidades. (ASTER, 2015) 
 	 
Além dessas novas ferramentas, há ainda uma infinidade de itens que foram criados para este mercado, que não para de crescer: monitoramento por vídeo, de placas de veículos; monitoramento por smartphone; super alarme (ensurdecedor); fumaça de segurança (impossibilita a visão do lugar invadido); uso de biometria; drones com câmera etc. 
Uma empresa de segurança precisa dispor dessas tecnologias, no entanto, não pode cometer erros na elaboração de seu projeto, nos procedimentos a serem seguidos, na avaliação e prevenção dos riscos e principalmente, no treinamento e união de sua equipe especializada. 
 
 
 
 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS / CONCLUSÃO 
 
 Concluiu-se com o Projeto Multidisciplinar de Gestão de Segurança Privada, tanto na versão I, quanto na versão II, que a segurança privada (patrimonial) é um ramo de atividade bastante ativo no Brasil. Cujas ações precisam obedecer às regulamentações exigidas pela polícia federal, para coibir o crescimento de profissionais clandestinos e sem o devido treinamento para lidar com as atividades exigidas pelo trabalho de vigilante. 
A adequada capacitação do profissional precisa estar em consonância com a lei vigente, com uma visão humanizada da resolução de conflitos, em sintonia com o meio ambiente e as boas relações sociais. 
 O curso foi muito importante neste sentido, pois abriu os horizontes sobre o que se trata o universo da vigilância privada, o que ele representa, a quem ele pode representar e que jamais este tipo de produto ou serviço deve ser utilizado para prejudicar a sociedade. 
A segurança privada deve garantir o direito à propriedade privada, à segurança individual e coletiva, à garantia de propriedade, ao transporte de valores com segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ASTER. Novidades tecnológicas no setor de segurança. Publicado em: 2015. Disponível em: < https://www.aster.com.br/blog/seguranca-patrimonial/novidadestecnologicas-do-setor-de-seguranca/>. Acesso em: 27 nov. 2020. 
 
BAZOTE, M. Qualidade na segurança privada. Publicado em: 8 set. 2015. Disponível em: <https://revistasecurity.com.br/qualidade-na-seguranca-privada/>. Acesso em: 27 nov. 2020. 
 
FLACH, N. Brinks não quer ficar estacionada em carros-fortes. Exame. Negócios. Publicado em: 19 jun. 2019. Acesso em: < https://exame.abril.com.br/negocios/brinks-naoquer-ficar-estacionada-em-carros-fortes/>.
Acesso em: 16 abr. 2020. 
 
NAZARIO, J. F. O paradoxo da segurança privada. In.: Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020. Fórum Brasileiro de Segurança Pública: Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores, 2020. Disponível em: < https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2020/10/anuario-14-2020-v1interativo.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2020. 
 
SOARES, E. Segurança privada: conceitos fundamentais. Publicado em: 23 mar. 2014. Disponível em: < https://vigilanteqap.com.br/2014/03/23/seguranca-privadaconceitos-fundamentais/ >. Acesso em: 25 nov. 2020. 
 
ZANETIC, A. A Disseminação da Segurança Privada no Brasil: pressupostos e motivações. Publicado em: set. 2006. Disponível em: < 
https://www.anpocs.com/index.php/papers-30-encontro/st-6/st01-5/3527-azanetic-adisseminacao/file>. Acesso em: 25 nov. 2020.

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