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Ensaio Coringa - Psicologia Analítica

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – UNIVISA
BEATRIZ GOMES DA SILVA
NATHALY BEZERRA DE FRANÇA LIMA
ELIAS VELOZO DE OLIVEIRA JUNIOR
EDENIZE PEREIRA DE MELO
ENSAIO TEÓRICO: CORINGA
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2020
BEATRIZ GOMES DA SILVA
NATHALY BEZERRA DE FRANÇA LIMA
ELIAS VELOZO DE OLIVEIRA JUNIOR
EDENIZE PEREIRA DE MELO
ENSAIO TEÓRICO: CORINGA
Esse ensaio teórico tem como objetivo, analisar aspectos do filme em questão que se relacionam com a psicologia e com a disciplina de psicologia da personalidade I ministrada pelo discente João Neto, com bases teóricas fundamentadas na teoria da personalidade na concepção de Gustav Jung, buscando assim um possível diagnóstico e tratamento para o personagem em análise.
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2020
SUMÁRIO -
1- Introdução.................................................................................................................. 04
2- Desenvolvimento....................................................................................................... 05
3- Encaminhamento Terapêutico................................................................................... 08
4- Considerações Finais................................................................................................. 09
5- Referências................................................................................................................ 10
1- INTRODUÇÃO
“Coringa” é um filme lançado no ano de 2019, considerado drama e filme policial dirigido por Todd Phillips, apresenta a história de Arthur Fleck, um homem que trabalha em uma companhia de palhaços e tem o sonho de se tornar um grande comediante de stand-up para tornar real a missão que sua mãe lhe impunha desde criança, que seria trazer risos e alegria para um mundo sombrio, porém carrega dentro de si uma tristeza profunda, tem problemas psicológicos e financeiros e ainda cuida de sua mãe que é doente, possui também uma doença neurológica onde pode rir descontroladamente quando não há motivos. Em decorrência de suas doenças, muitas dessas consequências dos abusos que sofria na infância, faz acompanhamento terapêutico provido pelo sistema de serviço social de sua cidade, porém esse serviço é interrompido por motivos de corte de verba do poder público e acaba perdendo assim o tratamento e os medicamentos que amenizavam os sintomas de suas doenças. 
	A partir desse evento Fleck comete seu primeiro homicídio em resposta a violência que sofria constantemente por parte da sociedade, e então, nasce o Coringa. Toda a violência, o desamparo do poder público, os traumas da infância, descobertas sobre a identidade verdadeira de seus pais, as doenças psicológicas e dificuldades financeiras se voltam agora contra a sociedade e ele passa a matar sem sentir culpa, desenvolve um senso de heroísmo e busca a redenção do seu sofrimento no sofrimento do próximo. 
	
2- DESENVOLVIMENTO
Na primeira cena do filme, Arthur Fleck mais tarde apresentado como “Coringa”, força um sorriso com os dedos na boca enquanto se olha no espelho e uma lágrima cai de seu rosto. Essa é uma ótima prévia do que o personagem carrega dentro de si. Na psicologia, a personalidade, caracteriza a individualidade da pessoa. Nunca existirá duas pessoas com personalidades iguais, é o que torna cara ser humano único. É a forma que cada pessoa organiza suas energias psíquicas dos aspectos internos e externos relativamente permanentes que vai influenciar o seu comportamento em situações diferentes. O que ajuda a integrar a personalidade é o temperamento e caráter. Temperamento são os aspectos inatos, que herdamos geneticamente e esses aspectos podem ser positivos e negativos. E o caráter vai ser o que adquirimos ao longo da vida através das marcas deixadas na pessoa ao longo do seu desenvolvimento. Também poder ser aspectos positivos e negativos. 
Jung identificou sistemas que se relacionam entre si para compor a estrutura da personalidade, sendo eles: Consciência, ego, sombra, persona, inconsciente (pessoal e coletivo), arquétipos, complexos, anima/animus e o self. Esses sistemas precisam estar em integração para que a personalidade não adoeça. De acordo com Jung (1986), o arquétipo persona dá ao sujeito a possibilidade de criar um personagem que pode não ser de fato ele mesmo. No caso de Fleck, apelidado de “feliz” isso acontece literalmente com a máscara de palhaço, a única pessoa de seu seio familiar, que seria sua mãe, projetou nele durante toda vida uma máscara de uma pessoa feliz, que veio ao mundo com o propósito de trazer alegria ao mundo, quando o próprio se sentia deprimido e sem valor na sociedade. Quando esse disfarce é retirado aparece uma face desconhecida, onde um lado escuro expõe características que desagradam e assustam. Fleck mais tarde se mostra um assassino que deposita sua raiva e traumas armazenados em seu inconsciente pessoal na mesma sociedade que o moldou, mostrando assim seu adoecimento. Outro arquétipo que deve ser mencionado é a sombra, que representa integralmente o lado sombrio da personalidade, sendo o submundo conturbado da psique que contém os instintos mais reprimidos e o “eu escondido” que a mente consciente rejeita. Fleck, luta contra si mesmo tentando se adequar as frustrações que vive, o medo e o ressentimento quando descobre que sua mãe mentiu para ele a vida toda, sobre a verdadeira identidade de seus pais e sua sombra vem à tona, trazendo a violência, repressão, rejeição e raiva do seu inconsciente tanto pessoal quanto coletivo, quando se trata de assassinatos, e tudo aquilo que não é aceitável pela cultura ao longo da história da humanidade, e isso acaba formando um fenômeno coletivo quando toda a cidade no final do filme age de acordo com o próprio Coringa. Para que uma personalidade não adoeça, ela deve estar em integração e equilíbrio, porém isso não acontece com Fleck, e a partir de suas decepções com o mundo interior e exterior, os sistemas de sua personalidade não funcionam de uma forma saudável.
Fleck também sofre de uma condição neurológica que lhe causa ataques de riso incontroláveis, sem motivo aparente. Essa condição como é mostrada no cartão que ele entrega as pessoas, pode ser causada por problemas neurológicos como AVC, ou traumas fortes que o cérebro já sofreu. O que é o caso do protagonista, que teve uma infância conturbada, acompanhada de abusos físicos severos e psicológicos por parte do padrasto e da própria mãe, que foi diagnosticada com transtorno delirante e distúrbio de personalidade narcisista, o que influenciou fortemente sua personalidade e no seu próprio diagnóstico, pois como sua mãe, Fleck também sofre com delírios. Acredita piamente que tem um relacionamento com uma vizinha no prédio onde mora e devaneia momentos vividos com ela que nunca aconteceram de fato, assim como sua mãe, que acreditava que Arthur era fruto de uma relação entre ela e Thomas Wayne, mostrado mais tarde no filme que não passava de um delírio e Arthur havia sido adotado. Mas pelo ponto de vista da psicanálise analítica, essa condição é uma forma de seu inconsciente manifestar os desejos forçados de sua própria mãe em sua psique por toda a vida, lembrá-lo sempre que ele veio ao mundo para fazer as pessoas felizes e de que era um “menino feliz”.
Depois de descobrir que não terá mais suporte do governo em relação a medicações e tratamento de suas doenças, Fleck assassina três homens no metrô que haviam sido violentos com ele e após o ocorrido, ele foge e se esconde em um banheiro escuro, onde se olha no espelho e começa a dançar lentamente, demonstrando assim sua transformação efetiva no Coringa. Aparentemente, ele passa pelo processo de individuação que de acordo com Jung é tornar-se si mesmo, se constituir como inteiro. (SCHULTZ & SCHULTZ, 2008) É onde todos os sistemas da personalidade de um indivíduo se integram no Self, que é o arquétipo central, é o centro ordenador da personalidade, ou seja, da psique total. A partir disso, tudo na vida do protagonistamuda, até questões simples como postura. Em determinado momento do filme ele duvida de sua própria existência em decorrência da falta de reconhecimento das pessoas que lhe cercam, porém tudo muda após o ocorrido no metrô. Ele se torna decisivo, não sente remorso por matar a mãe, seu amigo palhaço Randall, o apresentador Murray, ou até mesmo de ver as pessoas no metrô espancando os policiais que estavam a sua procura, até a morte; pois finalmente está sendo reconhecido. Essa mudança pode ser observada quando ele dança nas escadas, à luz do dia, em contrário com a primeira dança no banheiro enquanto se escondia, representando a integralidade dos sistemas dele na Psique, finalmente está livre.
 
2.1- DIAGNÓSTICO
	De acordo com as observações no comportamento, sua condição de rir ou chorar sem motivos aparentes pode ser um possível quadro de epilepsia gelástica, que se origina nos abusos físicos e traumas no crânio sofridos em sua infância, Arthur Fleck também apresenta traços de esquizofrenia. Em determinado momento do filme, é citado que Fleck já havia sido internado antes e fazia uso de diversos medicamentos e quando esses são cortados pelo sistema público, pioram seus sintomas, reforçando a ideia que ele pode sofrer de esquizofrenia, que é um distúrbio que afeta a capacidade da pessoa de pensar, sentir e se comportar com clareza.  Pode aparecer também a presença de alucinações e delírios de grandeza, que são agravados sem o uso de medicamentos, como quando Arthur se vê acolhido pelo seu apresentador de TV favorito, quando imagina ter um relacionamento com sua vizinha, ou mesmo acreditando ser filho de Thomas Wayne e consequentemente irmão de Bruce Wayne. Além da perda de contato com a realidade, Fleck também apresenta, sintomas como pensamentos confusos, alterações nos sentimentos e no comportamento que se integram ao personagem durante todo o filme.
3- ENCAMINHAMENTO TERAPÊUTICO
A esquizofrenia não tem cura, porém existem alguns medicamentos antipsicóticos que ajudam a controlar alguns sintomas, como alucinações e delírios. Essas drogas também podem ajudar a estabilizar os padrões de comportamento e pensamento do paciente. Aprofundando seus estudos sobre a esquizofrenia Jung (1986), entendeu que o “EU” é o centro de nossas reações e de nossos desejos, sendo o cerne indispensável da consciência, se ele se desintegra como na esquizofrenia, toda ordem de moral desaparece e a realidade não mais pode ser reproduzidas voluntariamente; o centro “EU” se partiu e algumas partes da psique passarão a referir-se a um fragmento do eu, e o indivíduo passa a viver fora da realidade. O terapeuta psicanalítico, na concepção de Jung, deverá guiar o paciente a reorganizar os sistemas da sua psique com o objetivo de reinserção social da pessoa com esquizofrenia. Estabelecendo assim, um cotidiano que seja confortável e produtivo. 
4- CONSIDERAÇÕES FINAIS 
	Nesse ensaio teórico, a análise e o diagnóstico foram baseados nos comportamentos apresentados por Arthur Fleck, observados ao longo do filme, ressaltando seu histórico pessoal e a sociedade em que se encontra, com fundamentos baseados na psicologia analítica de Jung, sendo assim, perceptível a origem da desordem em todos os sistemas de sua personalidade. De acordo com Jung, o indivíduo deve conviver em equilíbrio com seus sistemas para viver de forma saudável, o que não aconteceu com Arthur Fleck, maltratado na infância e esquecido pela sociedade. Tais questões, lideram o adoecimento de toda sua psique, que acaba liberando sentimentos obscuros que se voltam de forma violenta para as pessoas ao seu redor. Enquanto Arthur Fleck, como palhaço, ainda representa a tragédia individual, o Coringa, o tudo, transcende do pessoal para os anseios coletivos. Coringa se torna o indivíduo que traz à tona os conteúdos da escuridão de uma sociedade inteira.
5- REFERÊNCIAS
CORINGA. Direção: Todd Phillips. Produção de Todd Phillips; Bradley Cooper; Richard Baratta; Bruce Berman; Joseph Garner; Emma Tillinger Koskoff; Estados Unidos: Warner Bros., 2019. Grupo Cine Cinemas.
JUNG, C.G. Aion – Estudos sobre o simbolismo do Si-mesmo, Petrópolis, RJ, 1986.
 JUNG, C.G. Psicogênese das doenças mentais. Petrópolis: Vozes, 1986.
O essencial da psicologia – Carl Gustav Jung. São Paulo: Hunter Books, 2016.
EDINGER, Edward F. Ego e Arquétipo, São Paulo: Cultrix, 1989.
SCHULTZ, Duane P. SCHULTZ, Sydney.E. Teoria da Personalidade. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
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