Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE (INEA) DIRETORIA DE BIODIVERSIDADE, ÁREAS PROTEGIDAS E ECOSSISTEMAS (DIBAPE) GERÊNCIA DE GUARDA-PARQUES (GGPAR) CAPACITAÇÃO EM PREVENÇÃO E DEFESA FLORESTAL (CPDF) Prevenção e Combate a Incêndios Florestais Ementa: - Introdução da Ciência do Fogo - Triângulo / Tetraedro do Fogo - Pontos Notáveis da Combustão - Classes de Incêndio - Produtos da Combustão - Causas de Incêndios - Propagação de Incêndios - Fatores Influentes na Propagação - Métodos de Extinção - Técnicas de Combate - Aspectos de Segurança - Prevenção Núcleo Avançado GGPAR PARAISO Núcleo Avançado Paraíso da Gerência de Guarda-Parques Reação química (combustão) Desejado Utilizado Sob Controle Indesejado Destruidor Fora de controle Fogo Incêndio INTRODUÇÃO A CIÊNCIA DO FOGO Fenômeno da Combustão Fogo (reação química) = agente combustível + oxigênio + energia de ativação (fonte térmica) + luz (chama - parte visível), calor, fumaça e gases. INTRODUÇÃO A CIÊNCIA DO FOGO COMBUSTÍVEL + OXÍGÊNIO + CALOR ENERGIA LUMINOSA + CALOR CO2 + CO + CINZAS FULIGEM + OUTROS GASES TIPOS DE COMBUSTÃO Toda substância capaz de queimar Energia térmica de ativação Substância oxidante que alimenta a combustão TRIÂNGULO DO FOGO TETRAEDRO DO FOGO No decorrer dos avanços científicos observou-se que, além dos três elementos anteriormente expostos, para a ocorrência da combustão era necessária a presença de um quarto elemento: REAÇÃO EM CADEIA. Após observar que a queima, em certo momento, torna-se autossustentável, observamos que o calor irradiado das chamas promove a decomposição do combustível em partículas que, combinadas com o comburente, queimam, irradiando calor novamente, que iniciará novamente este ciclo, que chamamos de reação em cadeia. COMBURENTE Ar atmosférico 21% Normal Respiração do ser humano 21% Normal 16% Mínimo Combustão 13% Mínimo para as chamas 04% Mínimo para brasas É o elemento que reage com o combustível, participando da reação química da combustão, proporcionando vida às chamas e intensidade à combustão. Como exemplos de comburente, podemos citar o gás Cloro (CL) e o gás Flúor (F), porém o comburente mais comum é o Oxigênio (O), que é encontrado na quantidade de aproximadamente 21% na atmosfera. COMBUSTÍVEL É toda substância capaz de queimar, servindo de campo de propagação do fogo. Para efeito prático as substâncias foram divididas: Substâncias Combustíveis: Queimam abaixo de 1000ºC Substâncias Incombustíveis: Queimam acima de 1000ºC Os materiais combustíveis maus condutores de calor queimam com mais facilidade. Ex. madeira Os materiais combustíveis bons condutores de calor queimam com mais dificuldade. Ex. barra de ferro COMBUSTÍVEL Os combustíveis podem estar no estado: Sólido Líquido Gasoso Sendo que a grande maioria precisa passar para o estado gasoso, para então se combinarem ao comburente e gerar uma combustão. Como exceção podemos citar o enxofre e os metais alcalinos (Potássio, Magnésio, Cálcio, etc...), que queimam diretamente no seu estado sólido e merecem atenção especial. COMBUSTÍVEL ENERGIA DE ATIVAÇÃO Quando falamos em energia de ativação da combustão, nos referimos ao componente energético capaz de fazer com que a temperatura do combustível aumente para que haja a liberação dos gases que sofrerão a queima, a esta energia denominamos calor. PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO Os combustíveis são transformados pelo calor, e a partir desta transformação, é que combinam com o oxigênio, resultando na combustão. Essa transformação acontece à medida que o material vai sendo aquecido. Com o aquecimento, uma substância pode passar por três pontos notáveis da combustão, que são eles: PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO Ponto de Fulgor É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo), entretanto ao retirarmos esta fonte a chama não se mantém devido à insuficiência da quantidade de vapores. Ponto de Combustão ou Inflamação É a temperatura mínima, na qual o corpo combustível começa a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma chama ou centelha (agente ígneo) e mantém-se queimando, mesmo com a retirada do agente ígneo. PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO Ponto de Ignição É a temperatura, na qual os gases desprendidos do combustível entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer outra chama ou centelha (agente ígneo) PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO PRODUTOS DA COMBUSTÃO Além do fogo, a fumaça também indica alguns aspectos do incêndio florestal. A cor e a forma da coluna de fumaça são indicadoras das características do local afetado pelo incêndio e do comportamento resultante do fogo. A forma e a cor dependem da: • Intensidade calórica do incêndio;. • Superfície da área ardente; • Qualidade dos combustíveis; • Estabilidade atmosférica (perfil vertical de ventos). PRODUTOS DA COMBUSTÃO A Fumaça branca indica material combustível fino, com pouco material lenhoso, com alto teor de umidade. A cor branca se deve, principalmente, ao volume de vapor d’água nos combustíveis. A fumaça escura indica material combustível mais seco e sua coloração vai variar entre os tipos de material e intensidade do fogo: Fumaça cinzenta – arbustos leves; Fumaça azul – o mesmo que a fumaça negra, porém menos densa; Fumaça amarela – geralmente pinho e ervas; Fumaça avermelhada – arbustos leves. PRODUTOS DA COMBUSTÃO CLASSES DE INCÊNDIO Incêndios de Classe “A” São incêndios que envolvem combustíveis sólidos comuns (geralmente de natureza orgânica), e ainda, tem como características queimar em razão do seu volume (queimam em superfície e profundidade) e deixar resíduos fibrosos (cinzas). Incêndios de Classe “B” São incêndios envolvendo líquidos inflamáveis. É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta (queimam só em superfície ). Incêndios de Classe “C” Qualquer incêndio envolvendo combustíveis energizados. Alguns combustíveis energizados (aqueles que não possuem algum tipo de armazenador de energia) podem se tornar classe A ou B, se for desligado da rede elétrica. Incêndios de Classe “D” Incêndios resultantes da combustão de metais pirofóricos, são ainda caracterizados pela queima em altas temperaturas e reagirem com alguns agentes extintores (principalmente a água) CLASSES MATERIAL COMBUSTIVEL SUBSTÂNCIAS A Combustíveis sólidos comuns Madeira, carvão, papel, tecido, borracha, plásticos, etc. B Combustíveis líquidos, pastosos e gasosos Gasolina, álcool, óleos, tintas, vernizes, gás de cozinha, gás natural, acetileno, etc. C Combustíveis energizados Televisor, geladeira, computador, ventilador, D Metais combustíveis pirofóricos Magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, zircônio, etc. CLASSES DE INCÊNDIO As causas podem ser classificadas da seguinte forma: Causas Naturais Quando o incêndio é originado em razão dos fenômenos da natureza, que agem por si só, completamente independentes da vontade humana. Causas Artificiais Quando o incêndio ocorre pela ação direta do homem, ou poderia ser por ele evitado tomando-se as devidas medidas de precaução. Acidental - Quando o incêndio é proveniente do descuido do homem, muito embora ele não tenha intenção de provocar o acidente. Esta é a causa da maioria dos incêndios. Proposital - Quando o incêndio tem origem criminosa, ou seja,houve a intenção de alguém em provocar o incêndio. CAUSAS DE INCÊNDIO Condução É a transferência de calor diretamente no interior de um corpo ou através de corpos em contato. Esta transferência é feita de molécula a molécula sem que haja transporte de matéria de uma região para outra. Transferência de calor do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura, por: PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO Convecção É a transferência do calor de uma região para outra, através do transporte de matéria (ar ou fumaça). PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO Irradiação É a transferência do calor através de ondas eletromagnéticas, denominadas ondas caloríficas ou calor radiante. Neste processo não há necessidade de suporte material nem transporte de matéria. PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO Projeção É o deslocamento ou queda de objetos (essencialmente os sólidos) em combustão, podendo provocar outro foco de incêndio. PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO A extinção de um incêndio corresponde sempre em extinguir a combustão pela eliminação ou neutralização de, pelo menos, um dos elementos essenciais da combustão representados pelo Triangulo do Fogo. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCENDIO Isolamento Método de Extinção de Incêndio que consiste na separação entre o Combustível e a fonte de energia (calor). MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCENDIO Abafamento Método de Extinção de Incêndio que consiste na redução ou retirada do Oxigênio. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCENDIO Resfriamento Método de Extinção de Incêndio que consiste no arrefecimento do combustível, de forma que a temperatura deste fique inferior ao ponto de combustão. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCENDIO PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS FATORES QUE INFLUENCIAM NA PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO FLORESTAL Topografia O formato da superfície da Terra. É mais fácil prever as influências que o terreno terá no fogo. Constitui um fator constante que não se modifica por simples mudanças. FATORES QUE INFLUENCIAM NA PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO FLORESTAL Exposição: A posição das encostas em relação à radiação solar afeta o desenvolvimento da vegetação e sua condição como combustível. Encostas voltadas para o Norte recebem maior radiação solar do que as voltadas para o Sul. Nas regiões que sofrem maior efeito das geadas (regiões sul-fluminense e serrana), a ocorrência das geadas pode ressecar mais a vegetação nas encostas voltadas para o Sul. Altitude: O desenvolvimento da vegetação é influenciado de forma inversamente proporcional à altitude do terreno. Quanto mais baixo for o terreno, mais frondosa será a vegetação pela maior disponibilidade de água. FATORES QUE INFLUENCIAM NA PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO FLORESTAL Configuração: Conhecida como relevo, tem um efeito importante sobre o microclima de cada localidade. Encostas côncavas tendem a conter maior umidade que encostas convexas; Também tem influência nos regimes de vento (direção e intensidade); O vento nos vales, em condições normais, é menos intenso que nas serras, nos morros, nos picos, nas colinas, etc. Grau de inclinação ou pendente: É o mais importante dos fatores topográficos, atuando especialmente na velocidade de propagação. Incêndios queimam mais rapidamente morro acima do que morro abaixo. Quanto mais íngreme o morro, mais rápida é a propagação do fogo pelo efeito da convecção e radiação sobre os combustíveis não queimados. Clima As condições meteorológicas são fatores importantes para o desenvolvimento dos incêndios florestais. Quatro fatores são fundamentais: Temperatura; Vento; Umidade Relativa do Ar; Precipitação. FATORES QUE INFLUENCIAM NA PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO FLORESTAL VENTO O vento fornece mais oxigênio (ar) e facilita a dessecação (perda de umidade) da vegetação. Interage com a coluna de convecção, espalhando fagulhas e brasas, o que pode causar outros focos de incêndios. Formação de redemoinho de fogo: Ele se desenvolve na coluna de convecção, expelindo massas gasosas em espiral a grande velocidade, possuindo avanço errático e violento e provocando a emissão de materiais ardentes a longas distâncias. Formação de redemoinho de fogo DIREÇÃO DO VENTO Por convenção, “direção do vento” é aquela de onde ele sopra. Em meteorologia são utilizados termos para caracterizar posições em relação a ventos: A Favor do Vento – Movimento que acompanha a direção do vento. Contra o Vento – movimento em direção oposta de onde sopra o vento. A forma mais utilizada para designar a direção do vento é pelos pontos cardeais e colaterais. Sendo a direção do vento aquela de onde ele sopra, será designado conforme o caso, como “vento norte”, “vento nordeste”, “vento sudeste”, “vento noroeste”, e assim por diante. TEMPERATURA A velocidade do avanço do fogo em um material florestal combustível qualquer é menor ou maior segundo o seu conteúdo de umidade, no momento de entrar em combustão. O material combustível úmido absorve grande parte do calor que recebe para secar-se e só entra em combustão depois que a quantidade de umidade seja suficientemente pequena e incapaz de impedir a ignição. TEMPERATURA Pré-aquecimento do material combustível Combustão dos gases Queima total do material combustível Na primeira fase da combustão não existe fogo, o combustível começa a esquentar e, normalmente, libera água. Quando a temperatura do material vegetal fica muito alta. Nesta temperatura também começam a desprender os gases voláteis. Após a combustão em chamas, se inicia a terceira fase, que é a combustão em brasas, onde o carvão é consumido, restando apenas cinzas. Vegetação FATORES QUE INFLUENCIAM NA PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO FLORESTAL Funciona como barreira evitando a livre passagem das correntes de ar e reduzindo sensivelmente a velocidade do vento, reduzindo sensivelmente o perigo de ignição e propagação dos incêndios florestais. FLORESTA DENSA E FECHADA Intercepta a radiação solar baixando, por conseguinte, a temperatura do ar e dos materiais combustíveis ali contidos Ocasionará menor evaporação dentro da floresta, evitando ou dificultando a secagem do material combustível da floresta A transpiração da massa florestal provocará o aumento da umidade relativa do ar FLORESTA ESPARSA E ABERTA A radiação solar e o vento atuarão quase livremente, produzindo o aumento da temperatura e a secagem do material combustível, expondo assim a floresta a um maior risco de incêndio Em um povoamento de Araucárias (araucária angustifólia), o fogo se propaga com muito mais rapidez e intensidade, por possuir substância alcoólica em suas partes resinosas. Esta diferença não se deve apenas à espécie em si, mas também aos diferentes sub- bosques e “coberturas vegetais mortas do solo”, que se desenvolvem distintamente em cada um daqueles povoamentos. AS ESPÉCIES FLORESTAIS TAMBÉM INFLUENCIAM NA PROPAGAÇÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS Floresta Ombrófila Mista: associação entre coníferas e folhosas. Há três espécies de coníferas nativas do Brasil, que são: Araucaria angustifolia (pinheiro-do-Paraná), Podocarpus lambertii (pinho-bravo) e Podocarpus sellowii (pinho-bravo) Floresta Ombrófila Densa: Mata sempre verde, com o “teto” da floresta de até 15m, com árvores emergentes de até 40m de altura. Densa vegetação arbustiva. As bromélias, orquídeas, cactos e samambaias também são muito abundantes AUMENTA COM Maior volume de combustíveis leves Uniformidade dos combustíveis Continuidade horizontal Baixa umidade dos combustíveis Aclives à frente do incêndio Ventos fortes Baixa umidaderelativa do ar Alta temperatura do ar Desta forma podemos verificar que a intensidade dos incêndios florestais varia, em relação ao triângulo do incêndio florestal, com: DIMUNUI COM Menor volume de combustíveis leves Combustíveis não uniformes Descontinuidade horizontal Maior umidade dos combustíveis Declives à frente de incêndio Ventos fracos Alta umidade relativa do ar Baixa temperatura do ar CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS QUANTO AO TIPO DE PROPAGAÇÃO: São caracterizados por uma propagação rápida, de chamas intensas e com grande geração de calor. Não são, porém, difíceis de serem combatidos. Fogo de Superfície – É o que se desenvolve na superfície do solo, queimando os restos vegetais não decompostos (folhas, galhos, etc.), o sub-bosque e as árvores jovens da reprodução natural. Fogo de Copa – É caracterizado pela queima das copas das árvores. Salvo casos excepcionais, raios por exemplo, todos os fogos de copas originam-se de fogos superficiais. CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS QUANTO AO TIPO DE PROPAGAÇÃO: Este tipo de fogo propaga-se rapidamente em condições favoráveis (vento) e são sempre seguidos por fogo superficial. São muito difíceis de serem combatidos. Fogo Subterrâneo (Turfa) – É o que queima sob a superfície do solo, face à acumulação de matéria orgânica. Esta matéria orgânica que fica sob a superfície é completamente isolada da atmosfera e, em consequência, com grande falta de oxigênio. Este tipo de fogo propaga-se lentamente, sem chamas, mas com intenso calor. São muito difíceis de serem combatidos. CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS QUANTO AO TIPO DE PROPAGAÇÃO: CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS QUANTO AO TIPO DE PROPAGAÇÃO: QUANTIDADE E TIPO DE MATERIAL COMBUSTÍVEL: QUANTO A VELOCIDADE EM QUEIMAR: COMBUSTÍVEL RÁPIDOS: FOLHAS SECAS, ERVAS,GRAVETOS COMBUSTÍVEL LENTO: TRONCOS, GALHOS GROSSOS E RAÍZES QUANTO A CONDIÇÃO ORGÂNICA: COMBUSTÍVEL MORTO: (FOLHAS SECAS, RAMOS, GALHOS CAÍDOS, PASTOS SECOS E ETC... COMBUSTÍVEL VIVO: ERVAS, MATAS, PLANTAÇÕES, POR FIM, PLANTAS VIVAS. PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO FLORESTAL POR TRANSFERÊNCIA DE ATIVAÇÃO TÉRMICA CONVECÇÃO NOVO FOCO POR PROJEÇÃO CONDUÇÃO PARTES DE UM INCÊNDIO FLORESTAL Perímetro: é a linha que delimita a área queimada. Frente ou cabeça: é a parte do incêndio que se movimenta mais rápido. Um incêndio pode ter duas ou mais frentes e quando o vento muda de direção, os flancos ou a retaguarda podem se transformar em novas frentes. Cauda ou retaguarda: é a parte do incêndio que se move mais lentamente, propagando-se contra o vento. Flancos ou alas: são os dois lados do incêndio (esquerdo e direito), que devem ser determinados olhando-se da cauda em direção a cabeça. Dedos ou alongamento: são faixas mais estreitas do incêndio que se propagam. Bolsa ou garganta: área que queima mais lentamente e é contornada pelo fogo podendo vir a ser uma ilha. A brigada deve evitar se posicionar aqui, pois pode facilmente ser cercada pelo fogo. Ilha: área não queimada dentro do perímetro do incêndio podendo abrigar animais peçonhentos (área de risco para o brigadista). Foco secundário: foco iniciado geralmente por fagulhas, dando origem a outro foco de incêndio. FORMAS DE PROPAGAÇÃO DOS INCÊNDIOS Terreno plano – sem vento (combustíveis homogêneos) Forma circular Pendente – vento variável (combustíveis heterogêneos) Forma Irregular Terreno plano – com vento (combustíveis homogêneos) Forma elíptica COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL Primeiros passos para se controlar o fogo: Determinar o perímetro da linha de fogo, de modo a poder utilizar com vantagens os homens e o equipamento necessário; Localizar a cabeça do fogo; Analisar a condição meteorológica, topográfica e de vegetação; Localizar rios, lagos, estradas e outros meios que constituam bloqueios naturais à propagação do incêndio; Identificar a velocidade e a direção do vento, para assim, certificar-se da velocidade de propagação e o direcionamento da (s) cabeça (s) de fogo. COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL Localização do Incêndio Florestal Os meios através dos quais os incêndios são descobertos, podem ser divididos em: Torres de Observação Patrulhas Terrestres Patrulhas Aéreas Denúncias Públicas COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL Composição da Guarnição de Combate O número de pessoas necessárias para se combater um incêndio varia muito de acordo com as circunstâncias e as condições locais; É necessário que os recursos (pessoal e material) sejam suficientes para uma eficácia nos serviços de extinção; O material precisa ser adequado e ter manutenção periódica; O pessoal precisa estar preparado, possuindo conhecimentos específico para não se perder tempo com informações paralelas no momento da extinção. COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL Equipe de Combate Equipe de Construção de Aceiros Equipe de Remoção e Limpeza Equipe da Retaguarda Composição da Guarnição de Combate Para uma melhor organização do pessoal e seu emprego no local sinistrado, deve-se dividi-lo em grupos ou equipes, onde cada uma terá seu papel específico, visando a uma rápida e eficiente extinção. COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL EQUIPE DE RETAGUARDA O sucesso do ataque depende fundamentalmente da organização da retaguarda COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL EQUIPE DE RETAGUARDA A equipe da retaguarda se baseia no SCI nos (NOVE PRINCÍPIOS)que devem ser seguidos para o efetivo funcionamento da ferramenta. • Terminologia comum. • Alcance de controle. • Organização modular. • Comunicações integradas. • Plano de ação no incidente. • Cadeia de comando. • Comando unificado. • Instalações padronizadas. • Manejo integral dos recursos. INSTALAÇÕES PADRONIZADAS Posto de comando do Incidente (PC) Área de Concentração de Vítimas (ACV) Base do Incidente (B) Helibase(H) Heliponto(H1) Acampamentos(A) Áreas de espera (E) STATUS DA SITUAÇÃO EQUIPE DE RETAGUARDA Nos trabalhos de extinção, equipes são distribuídas pela grande extensão de matas, conforme o perímetro de fogo, por isso deve-se ter um controle bem estruturado: Do pessoal de cada equipe Do local onde foi deixado Do tipo de material cada equipe transportou COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL Fazem parte também da equipe de retaguarda: Os motoristas para transportar pessoal e material Pessoal para operar as comunicações Pessoal de almoxarifado Pessoal para organizar e distribuir ração fria, água, etc COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL COMBATE A INCÊNDIO FLORESTAL MÉTODOS DE EXTINÇÃO Combate Direto Neste caso, o fogo é atacado diretamente e extinto com água (através de mochilas costais ou moto-bombas), terra (com pás) ou batidas (com abafadores ou ramos de árvores). Este método só pode ser aplicado em alguns casos de incêndios superficiais, onde a intensidade do calor permita a aproximação suficiente para o combate direto. Combate Indireto Neste caso é quando utilizamos o aceiro como método de extinção, não permitindo o seu avanço do fogo. O aceiro, de largura maior também permite que se utilize o fogo contrafogo. MÉTODOS DE EXTINÇÃO Este método deve ser usado somente quando não for possível deter o fogo com outro métodos, e quando o calor não permitir uma aproximação maior do combatente. Aceiros são faixas de terra, de largura variável, sem cobertura vegetal viva ou morta, destinadas a quebrara continuidade do material combustível e deter a propagação do fogo. É uma técnica embasada na eliminação de um dos componentes do triângulo do fogo,o material combustível. MÉTODOS DE EXTINÇÃO Aceiro de Trincheira MÉTODOS DE EXTINÇÃO A linha negra ou fogo de eliminação é a faixa de vegetação queimada com o objetivo de eliminar os materiais combustíveis, visando o alargamento da linha de aceiro, o controle e até a eliminação de um incêndio. A linha de controle é uma linha de segurança contra um incêndio, podendo ser constituída por aceiros, linhas negras e outros dessa natureza. A linha fria é constituída por uma faixa da vegetação umedecida mecanicamente. MÉTODOS DE EXTINÇÃO Método de Combate Paralelo Também chamado Método Intermediário, pois trata-se de um método existente entre o direto e o indireto. Consiste em limpar-se uma faixa não muito larga próxima ao fogo para deter o seu avanço. MÉTODOS DE EXTINÇÃO Método de Combate Indireto: Fogo Contrafogo Trata-se de técnica requer uma equipe altamente especializada e conhecedora do clima e das características do combustível existente na floresta. Para se usar o fogo contrafogo, deve-se fazer um bom aceiro, bem largo e completo. Nunca se deve iniciar este método sem que o aceiro esteja totalmente terminado. Método de Combate Aéreo ATAQUE DIRETO DESCARGA SOBRE AS CHAMAS ATAQUE INDIRETO CRIANDO FAIXA QUÍMICA DE CONTENÇÃO MÉTODOS DE EXTINÇÃO Método de Combate Aéreo Método de Combate Aéreo Operação de Rescaldo REALIZAR PATRULHAMENTO PARA DESCOBRIR E SUPRIMIR “INCÊNDIOS DE MANCHAS” AMPLIAR O ACEIRO OU A FAIXA LIMPA EM TORNO DA ÁREA QUEIMADA, A FIM DE MELHORAR O ISOLAMENTO DERRUBAR ÁRVORES OU ARBUSTOS QUE ESTEJAM QUEIMANDO ELIMINAR, ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DA ÁGUA OU AREIA, TODOS OS RESÍDUOS DE FOGO DENTRO DA ÁREA QUEIMADA, QUE ESTEJAM ACESOS OU EM BRASA Operação de Rescaldo SEGURANÇA - ROTA DE FUGA SEGURANÇA – NO TRANPORTE DE MATERIAIS SEGURANÇA - Equipamento de Proteção Individual (EPI) Segurança em incêndios florestais Procedimentos se ficar cercado pelas chamas: EM PRIMEIRO LUGAR LEMBRE-SE QUE O LUGAR MAIS SEGURO DO INCÊNDIO É NA ÁREA QUEIMADA Manter-se sempre junto da equipe Antes de passar para a zona queimada, certificar-se que não há caminhos de fuga Entrar na área queimada onde o calor e chamas forem menores, e onde a vegetação for menos densa Manter a face e a boca protegidas, e não respirar o ar quente junto as chamas Proteger-se o melhor possível e passar rapidamente Procurar na área queimada, o local onde o ambiente for mais fresco e respirável. Segurança em incêndios florestais Procedimentos se ficar cercado pelas chamas: SEGURANÇA EM INCÊNDIOS FLORESTAIS QUANTO A EVOLUÇÃO DO INCÊNDIO • Ter atenção á forma como está a evoluir. • Manter informado sobre as condições meteorológicas. • Redobrar a atenção se o vento se tornar mais quente e seco. • Estar atento á mudança do rumo ou da intensidade do vento. • Vigiar o fogo, a fim de evitar ficar encurralado pelas chamas. • Ter particular atenção sempre que existam condições para a criação de focos secundários. • Ficar atento, se existir vegetação densa a queimar, entre o local onde se encontra o incêndio. SEGURANÇA EM INCÊNDIOS FLORESTAIS QUANTO A EVOLUÇÃO DO INCÊNDIO CONJUNTO DE MEDIDAS TOMADAS E AÇÕES REALIZADAS,TENDENTE À EVITAR A DEFLAGAÇÃO DE UM INCÊNDIO FLORESTAL OU MINIMIZAR SEUS DANOS PREVENÇÃO A INCÊNDIOS FLORESTAIS PERÍODOS DE INCIDÊNCIAS DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS A falta de chuva, a intensidade dos ventos, a redução da umidade do ar, o aumento da temperatura global, a prática de SOLTAR BALÕES e o hábito do agricultor fazer queimadas para preparar o solo para plantio ou promover a renovação de pastagens, são fatores que contribuem para o aumento da incidência de incêndios florestais. A maioria dos incêndios florestais é fruto da ação do homem e, consequentemente, poderia ser evitada. Na região do Estado do Rio de Janeiro podemos situar esse período de maior incidência, começando pelo início do mês de maio até o início do mês de outubro. PREVENÇÃO A INCÊNDIOS FLORESTAIS A REMOÇÃO E O CONTROLE DE RISCOS E CAUSAS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS PODEM SER ALCANÇADAS ATRAVÉS DE: 1 - EDUCAÇÃO PREVENTIVA: Consiste em um conjunto de medidas destinadas a levar a comunidade, em geral, os conhecimentos e as instruções necessárias à proteção das florestas, contra os incêndios, como por exemplo: Contatos pessoais Contato em grupo Material escrito Recursos audiovisuais 2 - FISCALIZAÇÃO: CONSISTE NA UTILIZAÇÃO DO PODER DA LEI ATRAVÉS DE LAVRATURA DE AUTOS DE CONSTATAÇÃO E NOTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA. PREVENÇÃO A INCÊNDIOS FLORESTAIS VIGILÂNCIA: CONSTITUI-SE DE UMA MEDIDA IMPORTANTE PARA O SUCESSO DA PREVENÇÃO, POIS VISA NÃO SOMENTE A EVITAR O INÍCIO, MAS TAMBÉM A PROPAGAÇÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS. A VIGILÂNCIA PODE SER EXERCIDA BASICAMENTE ATRAVÉS DE: VIGILÂNCIA FIXA: (TORRES DE OBSERVAÇÃO) VIGILÂNCIA MÓVEL: - PATRULHAMENTO TERRESTRE ( VEÍCULOS, MOTOS E CAVALOS) - PATRULHAMENTO AÉREO (AVIÃO, HELICÓPTERO E ULTRALEVES) PREVENÇÃO A INCÊNDIOS FLORESTAIS 3 - CONSTRUÇÃO DE ACEIROS: CONSISTE NA CONSTRUÇÃO DE ACEIROS AO LONGO DAS DIVISAS DE UMA PROPRIEDADE FLORESTAL AFIM DE EVITAR QUE INCÊNDIOS VINDOS DE FORA CAUSEM DANOS ÀS FLORESTAS QUE ESTAMOS PROTEGENDO. SENDO A PROPRIEDADE MUITO GRANDE E COM FLORESTAS NATIVAS OU NÃO, É DE GRANDE IMPORTÂNCIA A CONSTRUÇÃO DE UMA REDE DE ACEIROS, EM PONTOS ESTRATÉGICOS, DENTRO DESSA PROPRIEDADE. PREVENÇÃO A INCÊNDIOS FLORESTAIS 4 - LIMPEZA DOS ACEIROS E MARGEM DE ESTRADAS: A LIMPEZA PERIÓDICA DE ACEIROS É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA COMO MEDIDA DE PREVENÇÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS. DE UM MODO GERAL BASTA UMA LIMPEZA NO INÍCIO DA ÉPOCA PERIGOSA PARA QUE OS ACEIROS ATRAVESSEM TODO O PERÍODO CRÍTICO EM BOM ESTADO. AS MARGENS DAS ESTRADAS PRINCIPAIS E ATÉ MESMO DAS SECUNDÁRIAS TAMBÉM DEVEM SER CONSERVADAS E LIMPAS, ESPECIALMENTE DURANTE O PERÍODO DE MAIOR PERIGO DE INCÊNDIO. ISTO FARÁ COM QUE AS ESTRADAS FUNCIONEM COM UM ACEIRO, DIFICULTANDO A PROPAGAÇÃO E FACILITANDO BASTANTE O COMBATE AO FOGO. PREVENÇÃO A INCÊNDIOS FLORESTAIS 5 - LOCALIZAÇÃO DE MANANCIAIS: CONSISTE NA IDENTIFICAÇÃO DE RESERVATÓRIOS E MANACIAIS DE ÁGUA, DISPONÍVEIS NA REGIÃO, POIS SÃO DE GRANDE UTILIDADE POR SE TRATAR DE RECURSO DE FÁCIL CAPTAÇÃO PARA COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS. PREVENÇÃO A INCÊNDIOS FLORESTAIS PREVENÇÃO A INCÊNDIOS FLORESTAIS NOTIFICAÇÃO PREVENTIVA DE INCÊNDIO FLORESTAL São notificados os proprietários e moradores das áreas situadas no entorno das UCsquanto aos riscos relativos ao uso do fogo tanto em atividades agropastoris quanto para queima de lixo, agravados no período de estiagem, ressaltadas as consequências legais decorrentes dessas práticas MONITORAMENTO DE FOCOS EM TEMPO REAL PROVOCAM PREJUÍZOS COM REFLEXOS DIRETO À MÈDIA PLUVIOMÉTRICA REDUÇÃO OU EXTINÇÃO DE CURSOS D’ÁGUA REDUÇÃO DO TEOR DA UMIDADE DO AR AUMENTO DA TEMPERATURA MÉDIA ACELERAÇÃO DA EROSÃO DO SOLO EXTINÇÃO OU EMIGRAÇÃO DA FAUNA DIMINUIÇÃO DA TAXA DE OXIGÊNIO DO AR DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA PREJUÍZOS ECOLÓGICOS
Compartilhar