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A Genealogia dos Deuses Nórdicos


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1 
 
A Genealogia dos Deuses Nórdicos (através das fontes antigas) 
 
 Estudo realizado por Marcio Alessandro Moreira (Vitki Þórsgoði) 
 
2 
 
 Esse estudo não tem pretensão de formar nenhum dogma, é apenas para ajudar a 
esclarecer algumas dúvidas dos amantes da religião/mitologia nórdica (também 
conhecida como germânica ou escandinava) sobre a origem dos Deuses. 
 Como usar e entender esse ebook: 
 Em primeiro lugar vem o nome da divindade com seu significado e relações familiares, 
ex: 
 Jörð (“Terra”) é conhecida como filha de Nótt (“Noite”) e Annarr/Anarr/Ónarr 
(“Segundo”), irmã de Auðr (“Rico”), de Dagr (“Dia”), e mãe de Þórr (“Trovão”); e as 
fontes que relatam isso são: 
 Depois segue as fontes onde essas informações são mencionadas, ex.: 
 Ascendência e parentesco: 
01) O escaldo Hallfreðr vandræðaskáld (final do séc. 10 ou início do séc. 11) diz 
que Jörð é a única filha de Ónarr. 
 Descendência: 
01) O poema Haustlöng (séc. 10) diz que Jörð/Grund (“Terra”) é mãe de Þórr. 
 Depois vem uma pequena explicação do nascimento do/a Deus/a, ex.: 
 O nascimento de Jörð: há duas versões de seu nascimento (ou a são a mesma?), na 
primeira Jörð foi criada por Óðinn da carne de Ymir e era sua filha e sua esposa com 
quem gerou Þórr, na segunda Jörð é filha de Annarr/Anarr/Ónarr... 
 E a genealogia segundo as fontes antigas, ex.: 
 
 E por fim segue o comentário, que faz uma analise sobre as possíveis conexões com 
outros Deuses, identificações, possíveis parentescos (através de evidências míticas) e 
uma genealogia reconstruída através destes mesmos comentários, ex.: 
 Comentário: Jörð/Fold é relacionada com Nótt e Dagr no poema Sigrdrífumál e 
provavelmente indicando o parentesco entre eles. É provável que Annarr/Anarr/Ónarr 
(“Segundo”) seja outro nome de Óðinn, pois esse Deus era conhecido como Hárr ou 
Hávi (“Altíssimo”), Tveggi (“O Segundo (de dois)” ou “Duplo” (no sentido de par ou 
3 
 
gêmeo)) e Þriði (“Terceiro”). Além disso, Óðinn aparece em três formas para Gangleri 
(indicando a primeira, a segunda e a terceira posição). Sendo assim, Óðinn/Annarr se 
casou com Nótt e gerou Jörð, com quem ele posteriormente se casou e gerou Þórr, até 
finalmente ele se casar com Frigg. Como foi visto anteriormente Fjörgynn é Fjörgyn, 
que também era chamada de Hlóðyn/Hlöðyn, Fold, Grund e Sif. Isso explicaria porque 
Loki e Óðinn acusaram Sif de infidelidade, pois ela seria esposa de Óðinn, e poderia ter 
gerado Ullr pouco depois que eles se separaram e ela se casou com Þórr, seu primeiro 
filho. Nos manuscritos NKS 1867 4to e SÁM 66, ambos do séc. 18 (que podem ser 
cópia de manuscritos antigos), Ullr aparece como filho de Óðinn. Isso explicaria porque 
Þórr é chamado de padrasto de Ullr e também porque Ullr assumiu o trono de Ásgarðr 
quando Óðinn foi expulso do cargo. Ele teria que ser herdeiro de Óðinn para tal tarefa. 
 E a genealogia reconstruída segundo o estudo das fontes antigas, ex. (essa reconstrução 
se encontra em “Sif”): 
 
 A genealogia reconstruída é feita por partes, à medida que um Deus vai se relacionando 
com outros, a lacuna vai se preenchendo. Ex: Ullr aparece na genealogia de Þórr, com o 
nome de seu pai com uma interrogação (“?”), mas quando ele aparece na genealogia de 
Sif, seu pai é revelado e no seu próprio nome sua vida é revelada. Alguns Deuses 
possuem mais de uma genealogia e as versões aparecem aqui explicadas. Algumas 
informações aparecem mais de uma vez, mais isso é para melhor entendimento do texto 
(para que o leitor não se perca). Alguns Deuses não possuem genealogia reconstruída. 
Algumas fontes usadas nesse ebook são do século 14-18, mas são cópias de manuscritos 
mais antigos (exceto Oera Linda Book do séc. 19 que é considerado uma farsa e só foi 
citado apenas por curiosidade no comentário sobre Frigg). Os poemas Eddicos são 
composições do século 10-14, mas já eram conhecidos através da tradição oral na era 
pagã, mas provavelmente não da forma que nos conhecemos, pois a influência cristã 
nessas obras literárias é inegável. A maioria das fontes descrevem os Deuses como 
mortais, mas essas fontes foram registradas por cristãos muito depois da era pagã. 
Apenas Saxo Grammaticus registrou, por duas vezes, que os Deuses nórdicos eram 
imortais (Gesta Danorum, livros 4 e 5). É interessante ressaltar que Saxo escreveu isso 
muitos anos antes de Snorri Sturluson apresentar a sua versão do Ragnarökr (baseado na 
Völuspá, Vafþrúðnismál e outras fontes). 
 
© Marcio Alessandro Moreira 2013 
4 
 
A Genealogia dos Deuses Nórdicos 
 
 A mitologia nórdica é muito rica e possui uma genealogia bastante incompleta e cheia 
de lacunas. A razão disso é que as fontes míticas foram registradas por cristãos depois 
da conversão (e são muito confusas), porém alguns textos rúnicos e trechos de poemas 
escaldicos da era pagã ainda sobrevivem e nos dá algumas informações. 
 Óðinn (“Fúria Inspiradora”) é conhecido como filho de Borr (“Filho”) e Bestla 
(“Aquela de Melhor Sangue?”) e neto de Búri (“Pai”) e irmão de Vili (“Desejo”) e Vé 
(“Santuário”) e pai de vários filhos (os mais importantes vão ser analisado em seus 
respectivos nome); e as fontes que relatam isso são: 
 Ascendência e parentesco: 
1) Num poema atribuído à Þjóðólfr de Hvínr (início do séc. 9) Óðinn é dito ser 
irmão de Vili. 
2) O poema Völuspá (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13-14) diz que Óðinn, Hænir e Lóðurr (?) eram filhos de Borr. 
3) O poema Vellekla (final do séc. 10) diz que Óðinn é filho de Bestla. 
4) O escaldo Þorvaldr Blönduskáld (séc. 12) diz que Óðinn é filho de Borr e neto 
de Búri. 
5) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Óðinn e seus irmãos Vili e Vé são filhos de 
Borr e Bestla e netos de Búri. 
6) O poema Völuspá inni skamma (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) 
diz que Óðinn é herdeiro de Borr. 
7) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Vé e Vili são irmãos de Óðinn. 
8) A Hversu Noregr Byggðist (séc. 14) diz que Óðinn é filho de Burr e neto de 
Burri. 
 Descendência: 
1) O poema Háleygjatal (final do séc. 10) diz que Sæmingr é filho de Óðinn e 
Skaði. 
2) O Nafnaþulur (séc. 13) diz que Baldr e Meili, Víðarr e Nepr, Váli, Áli, Þórr e 
Hildólfr, Hermóðr, Sigi, Skjöldr, Yngvifreyr (Yngvi) e Ítreksjóð, Heimdallr, 
Sæmingr, Höðr e Bragi são filhos de Óðinn. 
3) A Völsunga Saga (final do séc. 13) diz que Sigi é filho de Óðinn. 
4) O Prólogo da Edda em Prosa, o Skáldskaparmál e a Ynglinga Saga (todos 
do séc. 13) dizem que Skjöldr é filho de Óðinn. 
5) O Prólogo da Edda em Prosa (séc. 13) diz que Vegdeg, Baldeg (Baldr), Sigi, 
Sæmingr e Yngvi são filhos de Óðinn. 
6) A Hervarar Saga ok Heiðreks (séc. 13) diz que Svafrlami ou Sigrlami 
(dependendo da versão do manuscrito) é filho de Óðinn. 
7) A Gesta Danorum (séc. 12 ou 13) diz que Froger é filho de Óðinn. 
5 
 
8) A Upphaf Allra Frasagna (séc. 14) diz que Skjöldr e Ingifreyr são filhos de 
Óðinn. 
9) A Hversu Noregr Byggðis (séc. 14) diz que Skjöldr e Freyr são filhos de Óðinn 
(esse não é o Freyr, filho de Njörðr). 
 O nascimento de Óðinn: O Gylfaginning narra que Búri foi encontrado pela vaca 
Auðhumla (“Rica Vaca sem Chifres”) no gelo do Ginnungagap e ele gerou (sozinho?) 
Borr, que se casou com Bestla, a filha do Jötunn (“Gigante”) Bölþorn (“Espinho 
Maligno”), da união de Borr e Bestla nasceram o trio: Óðinn, Vili e Vé. O Hávamál 140 
indica que Mímir era filho de Bölþorn, irmão de Bestla e tio de Óðinn. Veja abaixo (a 
genealogia segundo as fontes antigas): 
 Óðinn com sua ascendência e parentesco: 
 
 Óðinn e sua descendência: 
 
6 
 
 Comentário: O poema Völuspá relata que foi Óðinn, Hænir e Lóðurr, que criaram o 
primeiro casal humano Askr e Embla; Snorri no Gylfaginning informa que Óðinn, Vili e 
Vé foram os criadores de Askr e Embla. É provável que Hænir seja Vili e Lóðurr seja 
Vé, porém Lóðurr é um dosnomes de Loki nos poemas Lokrur e Þrymlur (ambos 
respectivamente do séc. 14 e 15). Loki é conhecido como filho de Fárbauti e Laufey e 
irmão de Býleistr ou Býleiptr e Helblindi (ambos os nomes são associados à Óðinn, pois 
ele é chamado: Báleygr ou Bileygr e Helblindi). O poema Lokasenna conta que Loki e 
Óðinn haviam feito um pacto de sangue no início dos tempos para se tornarem irmãos. 
Quando os Deuses Æsir e Vanir terminaram a primeira guerra do mundo, eles trocaram 
refém entre si e os Vanir mandaram seus melhores homens: Njörðr e seus filhos para 
Ásgarðr e os Æsir enviaram Mímir e Hænir para Vanaheimr. Como foi dito antes Mímir 
parece ser tio de Óðinn e Hænir deve ser seu irmão. 
 Snorri relatou no Gylfaginning que Váli também é chamado de Áli e no Nafnaþulur ele 
listou esses dois nomes separadamente. 
 Frigg (“Bem Amada”) é conhecida como filha de Fjörgynn/Fjörgvinn (“Terra” ou 
“Montanha”) ou Týr, irmã de Fulla, esposa de Óðinn e mãe de Baldr; e as fontes que 
relatam isso são: 
 Esposa de Óðinn: 
1) A Origo Gentis Langobardorum (séc. 7) diz que Frea (Frigg) é esposa de 
Godan (Óðinn). 
2) A Historia Langobardorum (séc. 8) diz que Frea (Frigg) é esposa de Godan 
(Óðinn). 
3) O escaldo Hallfreðr vandræðaskáld (final do séc. 10 ou início do séc. 11) diz 
que Frigg é esposa de Viðrir (Óðinn). 
4) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Frigg é esposa de Viðrir (Óðinn). 
5) O Prólogo da Edda em Prosa, o Gylfaginning e o Skáldskaparmál (todos do 
séc. 13) dizem que Frigg é esposa de Óðinn. 
6) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Frigg é esposa de Óðinn. 
7) A Gesta Danorum (séc. 12 ou 13) diz que Frigg é esposa de Óðinn. 
 Ascendência: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Frigg é filha de Fjörgynn. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Frigg é 
filha de Fjörgvinn ou Fjörgynn. 
3) O Poema Rúnico Islandês AM 461 12° (séc. 16) diz que Frigg é filha de Týr. 
 
 Descendência: 
7 
 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Frigg é mãe de Baldr. 
2) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Frigg é mãe de Baldr. 
 Irmã: 
1) O Die Merseburger Zaubersprüche (séc. 9 ou 10) diz que Volla (Fulla) é irmã 
de Frija (Frigg). 
 O nascimento de Frigg: infelizmente não há detalhes do nascimento da esposa de 
Óðinn. Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Fjörgynn é masculino e Fjörgyn feminino. Muito tem sido debatido sobre 
os dois: Hilda R. E. Davidson sugeriu que eles seriam um par como Freyr e Freyja; 
Henry Adams Bellows sugeriu que a forma masculina Fjörgynn seria nome de Óðinn e 
que o poema Lokasenna indicaria que Frigg seria esposa de Fjörgynn (Óðinn), mas 
Snorri entendia Frigg como filha de Fjörgynn; e J. P. Mallory sugeriu a provável 
conexão com o deus eslavo Perun, com o lituano Perkunas e com o hindu Parjanya. 
 Fjörgynn como nome de Óðinn: Fjörgynn pode significar “Montanha” ou “Terra” e 
Jacob Grimm menciona várias montanhas com nomes relacionados com Óðinn. 
Fjörgynn, como foi dito antes, pode estar relacionado com Perun, Perkunas e Parjanya, 
que são deuses da tempestade e Óðinn também é chamado Þundr (“Trovejante”) e é pai 
de Þórr (“Trovão”). 
 Fjörgynn como nome de Jörð: é provável que Fjörgynn e Fjörgyn sejam a mesma e 
única divindade, pois Jörð/Fjörgyn foi criada por Óðinn da carne de Ymir, cujo nome 
pode ser traduzido como “Gêmeo” ou “Duplo”. Sendo assim, a Mãe-Terra teria energia 
masculina e feminina (mas não é hermafrodita!). Fjörgynn não aparece na poesia 
escaldica enquanto que Fjörgyn aparece (alguns pesquisadores acredita que Fjörgynn 
seja um erro de Fjörgyn). Jacob Grimm identificou Nerthuz (“Força?”, “Vitalidade?”, 
“Submersa?”, “Virilidade/Masculinidade?”, “Aquela do Submundo?”, “Dançarina?”, 
“Procriação?” ou “Aquela do Norte?”) com Jörð/Fjörgyn/Hlóðyn e ele disse que a 
palavra gótica “aírþa” e “ërda/herda” em Alto-Alemão Antigo (as quais a palavra 
nórdica jörð está relacionada) eram derivadas de ero e hero do Alto-Alemão Antigo, que 
pode ser masculino ou feminino (e todas significam “terra” do proto-germânico “erþō”). 
8 
 
 Se Fjörgynn e Jörð forem à mesma e única divindade, então Frigg (e Fulla?) é filha de 
Týr e Jörð. O Gylfaginning diz que os Æsir são descendentes de Óðinn e Frigg, porém 
apenas Baldr aparece como filho de Frigg nas fontes. É provável que Vegdeg, Sigi e 
Skjöldr, que aparecem no prólogo da Edda em Prosa sejam filhos de Frigg, pois Baldr 
aparece como um deles. 
 Uma curiosidade: o manuscrito Oera Linda Book (séc. 19 e considerado uma farsa por 
alguns, enquanto outros o veem como genuíno) conta que Frya (Frigg/Frija) era filha do 
ser supremo Wr-alda (“O Mais Antigo” ou “Mundo”) e de Jrtha (“Terra”, Jörð), a mãe-
terra. 
Veja abaixo (a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
 
 Frigg é relacionada com Baldr na Völuspá, no Gylfaginning e no Die Merseburger 
Zaubersprüche, embora ela não seja chamada de mãe de Baldr nestes mesmos poemas 
ela demonstra um lado maternal por ele. 
 A Völuspá, a Völsunga Saga, o Grímnismál, o Vafþrúðnismál, o Hrafnagalðr Óðins 
indicam que Frigg é esposa de Óðinn. O poema Sonatorrek preservado na Egils Saga 
Skalla-Grímssonar diz que os Deuses são descendentes de Frigg. 
 Þórr (“Trovão”) é conhecido como filho de Óðinn e Jörð (“Terra”), que também é 
chamada de Fjörgyn (“Montanha” ou “Terra”), Hlóðyn/Hlöðyn (“Lar” ou “Lareira”) ou 
Grund (“Terra”), irmão de Meili (“Amável”), marido de Sif (“Parente”), pai de Magni 
(“Força”), de Móði (“Coragem” ou “Fúria”), de Þrúðr (“Poder”), de Lóriði (“Rugido 
Trovejante?”), de 9 Nornir e de Skinnnefja (“Pele de Águia”); e as fontes que relatam 
isso são: 
 Marido de Sif: 
1) O escaldo Eysteinn Valdason (do final do séc. 10) diz que Þórr é marido de Sif. 
2) O poema Hymiskviða (composição do final do séc. 11 ou início do séc. 12 e 
redigido no séc. 13) diz que Þórr é marido de Sif. 
3) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Þórr é marido de Sif. 
9 
 
4) O poema Þrymskviða (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) diz que 
Þórr é marido de Sif. 
5) O Prólogo da Edda em Prosa e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem 
que Þórr é marido de Sif. 
6) O poema Lokrur (séc. 14) diz que Þórr é marido de Sif. 
 Ascendência: 
1) O escaldo Bragi Boddason (séc. 9) diz que Þórr é filho de Aldaföðr (Óðinn) e 
herdeiro de Viðrir (Óðinn). 
2) O escaldo Ölvir hnúfa (séc. 9) diz que Þórr é filho de Jörð. 
3) O poema Þórsdrápa (do final do séc. 10) diz que Þórr é filho de Jörð. 
4) O De Falsis Deis de Ælfric de Eynsham (final do séc. 10) diz que Þórr é filho de 
Óðinn. 
5) O poema Haustlöng (séc. 10) diz que Þórr é filho de Óðinn e Jörð/Grund 
(“Terra”). 
6) O poema Völuspá (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13-14) diz que Þórr é filho de Óðinn e Hlóðyn ou Fjörgyn. 
7) O poema Grímnismál (composição do final do séc. 10 e redigido no séc. 13) diz 
que Þórr é filho de Óðinn. 
8) O poema Hárbarðsljóð (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13) diz que Þórr é filho de Óðinn e Fjörgyn. 
9) O poema Hymiskviða (composição do final do séc. 11 ou início do séc. 12 e 
redigido no séc. 13) diz que Þórr é filho de Yggr (Óðinn). 
10) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Þórr é filho de Jörð. 
11) O poema Þrymskviða (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) diz que 
Þórr é filho de Óðinn e Jörð. 
12) O poema Alvíssmál (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) diz que Þórr é 
filho de Síðgrani (Óðinn). 
13) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Þórr é filho 
de Óðinn e Jörð. 
14) A Gesta Danorum Livro 6 (séc. 12 ou 13) diz que Þórr é filho de Óðinn. 
15) O poema Lokrur (séc. 14) diz que Þórr é filho de Yggr (Óðinn). 
16) Opoema Þrymlur (sec. 15) diz que Þórr é filho de Herjann (Óðinn). 
 Descendência: 
1) O poema Þórsdrápa (do final do séc. 10) diz que Magni é filho de Þórr. 
2) O poema Hárbarðsljóð (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13) diz que Magni é filho de Þórr. 
3) O escaldo Eysteinn Valdason (do final do séc. 10) diz que Þrúðr é filha de Þórr. 
4) O poema Hymiskviða (composição do final do séc. 11 ou início do séc. 12 e 
redigido no séc. 13) diz que Móði é filho de Þórr. 
10 
 
5) O poema Alvíssmál (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) diz que Þórr 
tinha uma filha, mas ela não é nomeada, porém acredita-se que ela seja Þrúðr. 
6) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Magni e Móði são filhos de Þórr. 
7) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Magni é filho de Þórr e Járnsaxa, Móði é 
filho de Þórr, mas sua mãe não é nomeada e Þrúðr é filha de Þórr e Sif. 
8) O Prólogo da Edda em Prosa (séc. 13) diz que Lóriði é filho de Þórr e Sif. 
9) A Barlaams Saga ok Josaphats Saga (meados do séc. 13) diz que Þórr é pai de 
nove Nonner (Nornir). 
10) A Egils Saga Einhenda ok Ásmundar Berserkjabana (séc. 14) diz que 
Skinnnefja é filha de Þórr e Arinnefja. 
11) A Upphaf Allra Frasagna (séc. 14) diz que Óðinn é filho de Þórr (ver 
comentário). 
 Irmãos: 
1) O poema Haustlöng (séc. 10) diz que Þórr é irmão de Meili e de Baldr. 
2) O poema Hárbarðsljóð (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13) diz que Þórr é irmão de Meili. 
3) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Þórr é irmão de Meili. 
 O nascimento de Þórr: O Gylfaginning conta que Óðinn se casou com sua filha Jörð, 
com quem gerou Þórr, que nasceu forte e poderoso e por isso podia derrotar todos os 
seres. O prólogo da Edda em Prosa e o Skáldskaparmál dizem que Þórr foi criado pelos 
Jötnar Lóríkus ou Vingnir e Lórá/Glórá ou Hlórá e que o Deus os matou. Veja abaixo (a 
genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: na maioria das fontes Þórr é filho de Óðinn e Jörð, porém no prólogo da 
Edda em Prosa, ele aparece como pai dos Deuses e Óðinn é um de seus descendentes. 
Segundo esta versão Þórr seria descendente de Troianos e que com Sif, que ele 
conheceu no Norte, ele gerou um filho chamado Lóriði. Lóriði, que era parecido com 
seu pai, gerou Einriði; que gerou Vingeþórr; que gerou Vingener; que gerou Móða 
(Móði); que gerou Magi (Magni); que gerou Seskef; que gerou Beðvig; que gerou Athra 
(Annarr); que gerou Ítrmann; que gerou Heremóð; que gerou Skjaldun (Skjöldr); que 
11 
 
gerou Bjáf (Bjár); que gerou Ját; que gerou Guðólfr; que gerou Finnr; que gerou Fríallaf 
(Friðleif); que tinha um filho chamado Wóden (Óðinn). Wóden se casou com Frígíða 
(Frigg). Wóden tinha três filhos chamados Vegdeg, Baldeg (Baldr) e Sigi (além de 
Baldeg/Baldr, seriam Vegdeg e Sigi filhos de Frigg? Na Völsunga Saga Frigg ajudou 
Rerir, filho de Sigi). Outros filhos de Óðinn são mencionados no prólogo: Skjöldr, 
Sæmingr e Yngvi. Nota-se que Lóriði, Einriði, Vingeþórr, Vingener são derivações dos 
nomes de Þórr: Hlórriði, Einriði ou Eindriði, Vingþórr e Vingnir; enquanto Móða e 
Magi são derivações dos nomes dos filhos de Þórr: Móði e Magni. 
 Þórr é pai de Óðinn na Upphaf Allra Frasagna, que se pensa ser parte da perdida 
Skjöldunga Saga (séc. 14). 
 É provável que a popularidade de Þórr como o maior rival de Óðinn na fé popular tenha 
gerado essa alteração genealógica, ou talvez, por causa do sincretismo romano, onde 
Júpiter (identificado com Þórr) era pai de Mercúrio (identificado com Óðinn) em Roma; 
enquanto Þórr (Júpiter) era filho de Óðinn (Mercúrio) na Escandinávia e por isso foi 
“ajustado” para maior concordância. 
 A genealogia que aparece no prólogo da Edda em Prosa é considerada uma adição 
tardia neste mesmo livro e alguns pesquisadores acredita que o prólogo talvez nem fosse 
obra de Snorri. Algumas genealogias similares à do prólogo da Edda em Prosa são 
encontradas na literatura inglesa antiga, das quais podem ter se originado. Muitas dessas 
genealogias os Deuses e heróis pagãos são descendentes de personagens bíblicos como 
Noé, Set e Adão entre outros. Ou essas genealogias são falsas e são pura criação da 
igreja para desacreditar os Deuses pagãos ou elas foram adulteradas a partir do ponto 
onde as genealogias começavam no nome de Wóden/Óðinn e acrescentaram 
personagens bíblicos e outros depois dele para torna-lo mortal. Tácito, no primeiro 
século, relatou que os germânicos eram descendentes do Deus Tuisto e seu filho 
Mannus. Vale lembrar que todos os povos antigos acreditavam que os homens 
descendiam dos Deuses ou era sua criação. 
 Meili é dito ser filho de Óðin no Nafnaþulur, porém nada se sabe sobre ele. Alguns 
pesquisadores acredita que ele seja Baldr, enquanto outros acreditam que ele seja filho 
de Jörð e distinto de Baldr. 
 Magni e Móði são associados com Þórr no poema Vafþrúðnismál e aparecem como 
herdeiros do Mjöllnir. A mãe de Móði nunca é citada nas fontes, porém uma pequena 
evidência aponta para Járnsaxa. Móði pode significar tanto “Coragem” quanto “Fúria” e 
num kenningr a “Coragem” é chamada de “Vento de Járnsaxa”. 
 Þrúðr é associada com Þórr no poema Þórsdrápa. As nove Nornir provavelmente são 
filhas de Þórr e Sif, porque Þrúðr que é filha deles é uma Valkyrja e essas divindades 
são relacionadas com as Nornir. O Gylfaginning conta que as Nornir são filhas dos Æsir 
(“Deuses”), Álfar (“Elfos”) e Dvergar (“Anões”). Veja abaixo (a genealogia 
reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
12 
 
 
 Snorri diz, no prólogo da Edda em Prosa, que ninguém sabe a genealogia de Sif, 
todavia ele diz, no Nafnaþulur (provavelmente seguindo fontes antigas), que Jörð pode 
ser chamada por muitos outros nomes e um deles é Sif (Fjörgyn, Hlóðyn/Hlöðyn, Fold, 
Grund, etc...). Desse modo Snorri identifica Sif com Jörð (e talvez por isso apenas Jörð 
aparece na lista que cita as Deusas no Nafnaþulur e Sif não é mencionada). Será que 
Snorri sabia a genealogia de Sif? Será que ele tentou ocultar isso por causa de sua moral 
cristã, porque sendo assim Þórr seria casado com sua mãe-esposa (Jörð = Sif)? Será que 
Sif era apenas outro nome de Jörð, sem nenhuma relação com Sif, à esposa de Þórr? 
Será que era apenas uma indicação de que Jörð seria “Parente” (já que é o significado de 
“Sif”) de todos os seres? Será que na época que a antiga religião nórdica estava sendo 
registrada por cristãos (depois de duzentos anos) eles não sabiam disso e registraram as 
duas Deusas separadamente (como Snorri fez com Váli e Áli, e os nomes de Þórr no 
prólogo, que foram transformados em personagens distintos do Deus)? Se Sif e 
Jörð/Nerthuz forem à mesma e única Deusa, então ela é a mãe dos Deuses (por pais 
diferentes): Þórr, Meili, Þrúðr, Ullr, Frigg, Fulla, Freyr e Freyja. Annarr, o pai de Jörð, 
pode ser outro nome de Óðinn e Auðr de Njörðr (isso será explicado nas próximas 
paginas). Veja abaixo (a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
 
13 
 
 Snorri diz na Ynglinga Saga que os Æsir não casavam com parentes, mas que isso era 
comum entre os Vanir. Porém, Snorri cita Nepr como pai de Nanna e Nepr é filho de 
Óðinn, sendo assim Baldr se casou com sua sobrinha e Snorri ainda diz que Jörð é filha 
de Óðinn e sua esposa. 
 Jörð (“Terra”) é conhecida como filha de Nótt (“Noite”) e Annarr/Anarr/Ónarr 
(“Segundo”), irmã de Auðr (“Rico”), de Dagr (“Dia”), e mãe de Þórr (“Trovão”); e as 
fontes que relatam isso são: 
 Ascendência: 
1) O escaldo Hallfreðr vandræðaskáld (final do séc. 10 ou início do séc. 11) diz 
que Jörð é a única filha de Ónarr. 
2) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Jörð é filha de Alföðr (Óðinn). 
3) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Jörð é filha 
de Nótt e Anarr/Annarr/Ónarr. 
4) O poema Lokrur (séc. 14) diz que Jörð é filha de Ónarr. 
 Descendência: 
1) O poema Haustlöng (séc. 10) diz que Jörð/Grund (“Terra”) é mãe de Þórr. 
2) Opoema Þórsdrápa (do final do séc. 10) diz que Jörð é mãe de Þórr. 
3) O poema Völuspá (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13-14) diz que Hlóðyn ou Fjörgyn é mãe de Þórr. 
4) O poema Hárbarðsljóð (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13) diz que Fjörgyn é mãe de Þórr. 
5) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Jörð é mãe de Þórr. 
6) O poema Þrymskviða (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) diz que 
Jörð é mãe de Þórr. 
7) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Jörð é mãe 
de Þórr. 
 Irmãos: 
1) O escaldo Hallfreðr vandræðaskáld (final do séc. 10 ou início do séc. 11) diz 
que Jörð é irmã de Auðr. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Jörð é irmã 
de Auðr e Dagr. 
 O nascimento de Jörð: há duas versões de seu nascimento (ou a são a mesma?), na 
primeira Jörð foi criada por Óðinn da carne de Ymir e era sua filha e sua esposa com 
quem gerou Þórr, na segunda Jörð é filha de Annarr/Anarr/Ónarr (veja comentário) e 
Nótt. Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
14 
 
 
 Comentário: Jörð/Fold é relacionada com Nótt e Dagr no poema Sigrdrífumál e 
provavelmente indicando o parentesco entre eles. É provável que Annarr/Anarr/Ónarr 
(“Segundo”) seja outro nome de Óðinn, pois esse Deus era conhecido como Hárr ou 
Hávi (“Altíssimo”), Tveggi (“O Segundo (de dois)” ou “Duplo” (no sentido de par ou 
gêmeo)) e Þriði (“Terceiro”). Além disso, Óðinn aparece em três formas para Gangleri 
(indicando a primeira, a segunda e a terceira posição). Sendo assim, Óðinn/Annarr se 
casou com Nótt e gerou Jörð, com quem ele posteriormente se casou e gerou Þórr, até 
finalmente ele se casar com Frigg. Como foi visto anteriormente Fjörgynn é Fjörgyn, 
que também era chamada de Hlóðyn/Hlöðyn, Fold, Grund e Sif. Isso explicaria porque 
Loki e Óðinn acusaram Sif de infidelidade, pois ela seria esposa de Óðinn, e poderia ter 
gerado Ullr pouco depois que eles se separaram e ela se casou com Þórr, seu primeiro 
filho. Nos manuscritos NKS 1867 4to e SÁM 66, ambos do séc. 18 (que podem ser 
cópia de manuscritos antigos), Ullr aparece como filho de Óðinn. Isso explicaria porque 
Þórr é chamado de padrasto de Ullr e também porque Ullr assumiu o trono de Ásgarðr 
quando Óðinn foi expulso do cargo. Ele teria que ser herdeiro de Óðinn para tal tarefa. 
 O Skáldskaparmál chama Jörð de noiva e viúva (que não é explicado em nenhum mito 
conhecido, mas pode ser uma referência ao sacrifício em Yggdrasill) de Óðinn. 
 Richard Cleasby e Gudbrand Vigfusson disseram que: “Sif, a Deusa dos cabelos de 
ouro, esposa de Thor, indica a mãe terra com seus feixes dourados de cereais...”. 
 Infelizmente quando os cristãos estavam registrando os mitos nórdicos, eles podem ter 
adulterado os relatos, interpretado conscientemente ou inconscientemente coisas de 
acordo com seus interesses, pois as Eddas são um manual de poesia escaldica e 
mitologia, não um livro religioso e sagrado. Muitos nomes alternativos dos Deuses 
podem ter sido transformados em entidades separadas simplesmente porque os cristãos 
não entendiam o que estava escrevendo ou porque infelizmente o significado se perdeu 
com o tempo ou foram alterados por causa da censura cristã da época (como pode ter 
sido o caso de Sif/Jörð). 
 Sif (“Parente”) é conhecida como esposa de Þórr (“Trovão”), mãe de Þrúðr (“Poder”) 
e de Ullr (“Resplendor”). 
 Esposa de Þórr: 
15 
 
1) O escaldo Eysteinn Valdason (do final do séc. 10) diz que Sif é esposa de Þórr. 
2) O poema Hymiskviða (composição do final do séc. 11 ou início do séc. 12 e 
redigido no séc. 13) diz que Sif é esposa de Þórr. 
3) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Sif é esposa de Þórr. 
4) O poema Þrymskviða (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) diz que Sif 
é esposa de Þórr. 
5) O Prólogo da Edda em Prosa e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem 
que Sif é esposa de Þórr. 
6) O poema Lokrur (séc. 14) diz que Sif é esposa de Þórr. 
 Ascendência: 
1) Snorri diz que ninguém sabe a genealogia de Sif (ver comentário). 
 Descendência: 
1) O Gylfginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Sif é mãe de 
Ullr. 
2) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Sif é mãe de Þrúðr. 
3) O Prólogo da Edda em Prosa (séc. 13) diz que Sif é mãe de Lóriði (ver 
comentário). 
 O nascimento de Sif: infelizmente não há detalhes do nascimento de Sif (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Como foi dito antes Sif é um dos nomes de Jörð, assim como Fjörgyn, 
Hlóðyn, Fold, etc... É provável que Jörð passou a ser chamada de Sif quando ela se 
casou com Þórr, e desse modo significando “a esposa” de Þórr. Em todos os textos 
míticos Sif nunca é mencionada junto com Jörð, quando os Deuses estão reunidos. Sif é 
associada com o Norte no prólogo da Edda em Prosa e Jörð é relacionada à Noruega em 
kenningr (“Noruega” significa “Caminho do Norte”, de nor ou norð = norte + veg ou 
vegr = caminho, rota). É dito que Nerthuz/Jörð era uma Deusa da paz para os 
germânicos, e as palavras: “sibja” na língua dos godos, “sippia” ou “sippi” em Alto-
Alemão Antigo e “sib” em anglo-saxão (que estão relacionadas com Sif em nórdico 
arcaico), segundo Jacob Grimm, podem significar “paz” ou “amizade”, além de 
“parente” ou “relação”. Além disso, Grimm disse: “A Terra (Jörð) era mãe de Þórr, não 
16 
 
sua esposa, ainda que na Snorra Edda pag. 220 nós encontramos a simples Sif na 
categoria de Terra. Para decidir, devemos ter maiores detalhes sobre Sif, e isto está 
totalmente faltando em nossa mitologia.” Jacob Grimm quis dizer que por falta de 
provas ele não pode concluir sobre isso (se ambas eram a mesma Deusa). A renomada 
Hilda R. E. Davidson disse que o casamento de Þórr e Sif lembra o casamento entre o 
Deus Céu e a Deusa Terra. Outra coisa interessante é o fato da Jörð ter sido criada da 
carne de Ymir (por Óðinn) e as árvores dos cabelos desse mesmo Jötunn, não seriam 
então essas árvores os cabelos de Sif-Jörð (Terra)? 
 Com Þórr, Sif gerou o filho Lóriði e a filha Þrúðr. Lóriði pode ser uma invenção 
poética, pois seu nome pode ser apenas uma derivação do nome de Þórr. Muito pouco se 
sabe sobre Þrúðr, porém, ela foi sequestrada por Hrungnir num mito perdido e nos faz 
lembrar o rapto da filha de Demeter, Perséfone, por Hades, e isso explicaria porque Þórr 
odiava esse Jötunn (embora Þórr tinha pouco apreço por essa raça). Ullr era filho de Sif, 
mas seu pai não é mencionado nas fontes antigas, porém em manuscritos tardios (NKS 
1867 4to e SÁM 66) seu pai é dito ser Óðinn. Loki e Óðinn acusaram Sif de trair Þórr, 
mas será porque Óðinn foi o primeiro esposo de Sif (além de ser seu criador)? Óðinn 
representa o Céu e Jörð-Sif a Terra e ambos eram casados, com o nascimento de Þórr, 
que representa o relâmpago, fez com que os dois se separassem e Þórr teria ficado como 
novo esposo de sua mãe. E Ullr teria nascido logo depois que Þórr se casou com Jörð-
Sif. Outro Deus que pode ter nascido de Óðinn e Jörð-Sif é Meili. 
 Veja abaixo (a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
 
 Njörðr (“Força?”, “Vitalidade?”, “Submerso?”, “Virilidade/Masculinidade?”, 
“Aquele do Submundo?”, “Dançarino?”, “Procriação?” ou “Aquele do Norte?”) é 
conhecido como filho de Yngvi/Ingvi, marido de Skaði (“Perjúrio”), pai de Freyr 
(“Senhor”) e Freyja (“Senhora”) e de nove filhas. Ele possui uma irmã não nomeada 
(que será estudado). 
 Marido de Skaði: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Njörðr é marido de Skaði. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Njörðr é 
marido de Skaði. 
17 
 
3) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Njörðr é marido de Skaði. 
 Ascendência: 
1) O Íslendingabók(início do séc. 12) diz que Njörðr é filho de Yngvi, rei de 
Tróia (isso será explicado). 
2) A Historia Norwegiæ (fim do séc. 15 ou início do séc. 16) diz que Njörðr é 
filho de Ingvi. 
 Descendência: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Njörðr é pai de Freyr. 
2) O poema Grímnismál (composição do final do séc. 10 e redigido no séc. 13) diz 
que Njörðr é pai de Freyr. 
3) O poema Skírnismál (meados do séc. 11 ou meados do séc. 12) diz que Njörðr é 
pai de Freyr. 
4) O Íslendingabók (início do séc. 12) diz que Njörðr é pai de Freyr. 
5) O poema Sólarljóð (fim do séc. 12 ou início do séc. 13) diz que Njörðr é pai de 
nove filhas. 
6) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Njörðr é pai de Freyr e Freyja. 
7) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Njörðr é 
pai de Freyr e Freyja. 
 Irmã: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Njörðr e sua própria irmã tiveram Freyr. 
2) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Njörðr tinha uma irmã que era sua esposa 
quando ele estava entre os Vanir. 
 O nascimento de Njörðr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Njörðr (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
18 
 
 Comentário: O escaldo Þórðr Sjáreksson diz que Skaði não soube amar Njörðr. O 
escaldo Egill Skalla-Grímsson associa Njörðr com Freyr. 
 O Yngvi que aparece como pai de Njörðr é filho de Óðinn, que teria vindo de Tróia. No 
prólogo da Edda em Prosa é dito que Óðinn deu Svíþjóð (“Suécia”) para seu filho 
Yngvi, e este gerou o clã Ynglingar. A Historia Norwegiæ diz que Ingvi/Yngvi foi o 
primeiro rei de Svíþjóð e pai de Njörðr. Na era medieval os europeus ocidentais 
acreditavam que eram descendentes de Troianos e isso era amplamente aceito graças a 
Eneida de Virgílio. Ou Njörðr é filho de Yngvi/Ingvi ou (talvez) de Naglfari. Se Njörðr 
for filho de Yngvi e neto de Óðinn, isso explicaria a guerra Æsir-Vanir, pois os Vanir 
seriam “bastardos” e queriam reconhecimento divino enviando Gullveig e Óðinn teria 
negado isso a eles e maltratado ela. Mas como assim “bastardos”? O prólogo da Edda 
em Prosa cita inicialmente três filhos nascidos de Óðinn e Frigg: Vegdeg, Baldeg 
(Baldr) e Sigi (nota-se que Baldr é o segundo filho e ele é descendente de Frigg e 
provavelmente o primeiro e o terceiro também são), depois cita mais três filhos: Skjöldr, 
Sæmingr e Yngvi. Sæmingr é filho de Óðinn e Skaði, então, é provável que Yngvi seja 
filho de Óðinn e de outra divindade. Outra possível origem de Njörðr pode ser “vista” 
nos relatos míticos. Njörðr é chamado de “hinn Auðga”, ou seja, “o Rico”, na Ynglinga 
Saga, e Auðr, que é citado no Gylfaginning, também significa “Rico”. Njörðr vive em 
Nóatún, que significa “Cidade dos Navios” e Auðr é filho de Naglfari, que significa 
“Aquele que Viaja no Navio de Unhas” (seria este o dono do barco Naglfar (“Navio de 
Unhas”)?). Snorri diz, na Ynglinga Saga, que Njörðr era casado com sua irmã, mas ele 
não nos diz o seu nome, e Auðr era irmão de Jörð. A Deusa citada por Tácito, Nerthuz, 
corresponde ao nome de Njörðr e ela tem certas semelhanças com os Vanir. Os 
símbolos dela são o javali e o carro, e ela era vista como uma Deusa que trazia a paz, 
Njörðr e Freyr são associados aos carros e ambos eram invocados para a paz e o javali 
era símbolo de ambos Freyr e Freyja. Nerthuz foi identificada com Jörð por Jacob 
Grimm. Nerthuz era a Mãe-Terra e a Deusa-Mãe dos povos germânicos (na Germânia 
de Tácito) e Jörð era a Mãe-Terra e a Deusa-Mãe dos escandinavos (no prólogo da Edda 
em Prosa). Seria Njörðr = Auðr e irmão de Jörð = Nerthuz? Aqui também poderemos 
encontrar a origem da guerra Æsir-Vanir. Nótt primeiro se casou com Naglfari com 
quem gerou Njörðr/Auðr e depois Nótt se casou com Óðinn/Annarr e gerou 
Jörð/Nerthuz/Sif com quem ele gerou Þórr. Depois Óðinn se casou com Frigg e 
Jörð/Nerthuz/Sif se casou com Þórr. Jörð/Nerthuz/Sif nesse meio tempo teria se unido a 
Njörðr/Auðr e gerado o clã Vanir. Os Vanir queriam ser reconhecidos como divindades 
e enviaram Gullveig até Óðinn, que recusou isso e a maltratou iniciando a guerra entre 
eles. Em ambos os casos o poema Völuspá diz que os Æsir se reuniram para decidir se 
pagavam tributo ou aceitariam os Vanir, depois de terem tentado matar Gullveig. 
 O nome Njörðr pode significar “Força”, “Vitalidade”, “Submerso”, “Virilidade ou 
Masculinidade”, “Aquele do Submundo”, “Dançarino”, “Procriação” ou “Aquele do 
Norte”; e Nerthuz pode significar “Força”, “Vitalidade”, “Submersa”, “Virilidade ou 
Masculinidade”, “Aquela do Submundo”, “Dançarina”, “Procriação” ou “Aquela do 
Norte”. 
19 
 
 Assim Nerthuz com o significado de “Virilidade ou Masculinidade”, pode estar 
relacionada com Fjörgynn/Fjörgyn, que significa tanto “Montanha” como “Terra”, na 
forma masculina e feminina, que são nomes de Jörð (que foi criada da carne de Ymir 
(“Duplo” ou “Gêmeo”) e teria energia masculina e feminina) e Nerthuz é relacionada 
etimologicamente com Njörðr. Se Nerthuz significar “Força”, também estaria 
relacionada com Jörð, pois a “força da Terra” é mencionada algumas vezes na literatura 
Eddica. Conclusão: Nerthuz/Jörð/Sif/Fjörgyn é a irmã de Njörðr com quem ela gerou 
Freyr e Freyja e talvez suas nove filhas. Veja abaixo (a genealogia reconstruída, 
lembrando que é apenas teoria): 
 
 Ao que parece todos os Deuses são aparentados através de Óðinn, Jörð e Njörðr. 
 Skaði (“Perjúrio”) é conhecida como filha de Þjazi (“Ladrão Veloz?” ou “Águia 
Ladrona?”), esposa de Njörðr, mãe de Freyr (“Senhor”) e Sæmingr (“Semente?”, 
“Cinzento?” ou “Negro?”, ou “Lapão?”); e as fontes que relatam isso são: 
 Esposa de Njörðr: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Skaði é esposa de Njörðr. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Skaði é 
esposa de Njörðr. 
3) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Skaði é esposa de Njörðr. 
 Ascendência: 
1) O poema Grímnismál (composição do final do séc. 10 e redigido no séc. 13) diz 
que Skaði é filha de Þjazi. 
20 
 
2) O poema Völuspá inni skamma (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) 
diz que Skaði é filha de Þjazi. 
3) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Skaði é 
filha de Þjazi. 
 Descendência: 
1) O escaldo Eyvindr skáldaspillir (final do séc. 10) diz que Skaði é mãe de 
Sæmingr. 
2) O poema Skírnismál (meados do séc. 11 ou meados do séc. 12) diz que Skaði é 
mãe de Freyr (ver comentário). 
 O nascimento de Skaði: infelizmente não há detalhes do nascimento de Skaði (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: o poema Lokasenna indica o parentesco de Skaði e Þjazi. O filho de 
Skaði, Sæmingr, pode ter dado origem à linhagem da Lapônia, pois Sæmingr pode 
significar “Lapão” (entre outros significados). A mãe de Skaði nunca foi mencionada 
nas fontes antigas e Viktor Ryberg sugeriu que ela era filha de Iðunn e Þjazi e que Iðunn 
teria ficado com o Jötunn por algum tempo (já que os Deuses envelheceram). Porém, 
Skaði poderia já ser nascida nesse tempo. Skaði é chamada de “Noiva dos Deuses” e 
provavelmente foi casada com vários Deuses, além de Njörðr e Óðinn. Loki diz ter sido 
amante dela. O poema Skírnismál diz que Skaði é mãe de Freyr (e consequentemente de 
Freyja), mas provavelmente ela o criou como seu filho. Segundo a Ynglinga Saga 
Njörðr gerou com sua irmã o casal Freyr e Freyja quando ele ainda estava entre os Vanir 
e antes de ser levado para Ásgarðr. O Gylfaginning diz que Njörðr teve Freyr e Freyja 
depois que ele deixou Skaði (sendo assim como Freyr e Freyja foram levados para 
Ásgarðr como reféns?). 
 Freyr (“Senhor”) é conhecido como filho de Njörðr e Skaði (“Perjúrio”) ou da irmã 
de Njörðr, irmão de Freyja, marido de Gerðr (“Cercada” ou “Jardim”) e pai de Fjölnir 
(“Sábio”); e as fontes que citamisso são: 
21 
 
 Marido de Gerðr: 
1) O poema Skírnismál (meados do séc. 11 ou meados do séc. 12) diz que Freyr é 
marido de Gerðr. 
2) O poema Völuspá inni skamma (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) 
diz que Freyr é marido de Gerðr. 
3) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyr é marido de Gerðr. 
4) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Freyr é marido de Gerðr. 
 Ascendência: 
1) O poema Grímnismál (composição do final do séc. 10 e redigido no séc. 13) diz 
que Freyr é filho de Njörðr. 
2) O poema Skírnismál (meados do séc. 11 ou meados do séc. 12) diz que Freyr é 
filho de Njörðr e Skaði. 
3) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Freyr é filho de Njörðr e sua irmã não nomeada. 
4) O Íslendingabók (início do séc. 12) diz que Freyr é filho de Njörðr. 
5) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Freyr é 
filho de Njörðr. 
6) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyr é filho de Njörðr e sua irmã não 
nomeada. 
7) A Historia Norwegiæ (fim do séc. 15 ou início do séc. 16) diz que Freyr é filho 
de Njörðr. 
 Descendência: 
1) O Íslendingabók (início do séc. 12) diz que Freyr é pai de Fjölnir. 
2) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyr e Gerðr são pais de Fjölnir. 
3) A Historia Norwegiæ (fim do séc. 15 ou início do séc. 16) diz que Freyr é pai 
de Fjölnir. 
Irmã: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Freyja é irmã de Freyr. 
2) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyja é irmã de Freyr. 
3) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Freyja é 
irmã de Freyr. 
4) O escaldo Einarr Skúlason (final do séc. 11 ou início do séc. 12) diz que Freyja 
é irmã de Freyr. 
 O nascimento de Freyr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Freyr (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
22 
 
 
 Comentário: o poema Grímnismál menciona que na infância Freyr teria ganhado 
Álfheimr como dádiva do dente (quando cai o primeiro dente) no início dos tempos. 
Infelizmente o poema não nos dá maiores detalhes. Sobre Yngvi, há certa confusão, pois 
parece haver dois (ou mais) seres com esse nome: um seria filho de Óðinn e o outro é o 
próprio Freyr, filho de Njörðr. 
 Freyr provavelmente foi o primeiro marido ou amante de Freyja, pois ambos foram 
pegos na cama juntos pelos Deuses. Freyr então posteriormente se casou com Gerðr. 
Loki acusa Freyr de comprar sua esposa Gerðr com ouro. Fjölnir, filho de Freyr e 
Gerðr, aparece como rei lendário nas fontes antigas, mas provavelmente ele era uma 
divindade da colheita e da fertilidade. É de se notar que Fjölnir é um dos nomes de 
Óðinn. Os cristãos que registraram a mitologia nórdica parecia não apreciar muito as 
divindades do Vanir, pois eles aparecem com múltiplos nomes como se fossem 
divindades distintas, e sua origem não é contada (salvo algumas pistas de sua origem 
que podem ser vistas nas paginas anteriores) e seus mitos são apenas fragmentos em 
comparação aos Æsir. A provável causa disso, é que os cultos ao Vanir eram de cunho 
sexual e talvez liberal (ao julgar pela descrição de Saxo na Gesta Danorum e o culto a 
Völsi descrito no Völsa Þáttr). Para ver a genealogia reconstruída de Freyr veja Freyja. 
 Freyja (“Senhora”) é conhecida como filha de Njörðr e sua irmã, esposa de Óðr 
(“Êxtase”), mãe de Hnoss (“Tesouro”) e Gersemi (“Jóia”), irmã de Freyr; e as fontes 
que citam isso são: 
 Esposa de Óðr: 
1) O escaldo Einarr Skúlason (final do séc. 11 ou início do séc. 12) diz que Freyja 
é esposa de Óðr. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Freyja é 
esposa de Óðr. 
3) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyja é esposa de Óðr. 
 Ascendência: 
1) O escaldo Einarr Skúlason (final do séc. 11 ou início do séc. 12) diz que Freyja 
é filha de Njörðr. 
23 
 
2) O poema Þrymskviða (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) diz que 
Freyja é filha de Njörðr. 
3) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Freyja é 
filha de Njörðr. 
4) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyja é filha de Njörðr e sua irmã não 
nomeada. 
5) O Sörla Þáttr eða Heðins Saga ok Högna (final do séc. 14) diz que Freyja é 
filha de Njörðr. 
 Descendência: 
1) O escaldo Einarr Skúlason (final do séc. 11 ou início do séc. 12) diz que Freyja 
é mãe de Hnoss. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Freyja é 
mãe de Hnoss, e o Skáldskaparmál diz que Freyja é mãe de Gersemi. 
3) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyja é mãe de Hnoss e Gersemi. 
 Irmão: 
1) O escaldo Einarr Skúlason (final do séc. 11 ou início do séc. 12) diz que Freyja 
é irmã de Freyr. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Freyja é 
irmã de Freyr. 
3) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyja é irmã de Freyr. 
 O nascimento de Freyja: infelizmente não há detalhes do nascimento de Freyja (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Freyja e Freyr nasceram em Vanaheimr quando Njörðr era esposo de sua 
própria irmã. A Völuspá indica que Freyja é esposa de Óðr e o poema Hyndluljóð 
também menciona a relação entre Freyja e Óðr. Loki acusa Freyja de se deitar com 
todos os Deuses e Álfar presentes no salão de Ægir. O Sörla Þáttr eða Heðins Saga ok 
Högna diz que Freyja era amante de Óðinn. O poema Skíðaríma diz que Freyja é esposa 
de Óðinn e que Frigg e Freyja estavam ao lado de Óðinn (o autor do poema 
24 
 
provavelmente trocou o nome das duas ou Frigg era esposa de Óðinn e Freyja sua 
amante, pois Njörðr afirma no Lokasenna que não há problema nenhum uma mulher ter 
um esposo e um amante; e com certeza o mesmo valia para os homens). Freyja é 
descrita como amiga de Þórr no poema Þórsdrápa (onde ela é chamada de Þröng). Óðr 
parece ser um duplo de Óðinn ou Óttar, o amante de Freyja. Se Óðr for Óðinn então isso 
explicaria porque ele abandonou Freyja (talvez Óðinn fosse casado com Frigg e era 
amante de Freyja e seria pai de Hnoss e Gersemi). Segundo Saxo Grammaticus Óðinn 
saiu em exilio por vontade própria após que ele soube da traição de Frigg e retornou 
depois de um tempo, porém, mais tarde ele foi expulso de Ásgarðr por forçar Rindr a 
dar a luz a Váli/Boe, através da magia. Óðr pode significar “Êxtase”, “Fúria” ou 
“Mente” e está relacionado etimologicamente com o nome de Óðinn. Sendo assim, 
Freyja teria ido a sua procura e chorado lagrimas de ouro. Se Óðr for Óttar, então ele 
deve ter morrido, pois é descrito como um herói mítico, a Deusa percorreu o mundo a 
sua procura e teria chorado ouro. Ou teria a própria Freyja decretado à morte de Óttar e 
se arrependido depois e chorado por ele? Como foi dito antes Óðr pode significar 
“Êxtase”, “Fúria” ou “Mente”; e Óttar significa “Aquele que Inspira Medo” ou 
“Terror”. Menglöð (“Aquela que se Alegra com Jóia”), que era filha do filho de 
Svafrþorinn (“Espinho do Sono?”), possui muitas semelhanças com Freyja (pois é 
sabido que Freyja gosta de ouro e jóias). Menglöð vivia num salão protegida por 
Fjölsviðr (“Extremamente Sábio”) e seus lobos Gifr e Geri, Fjölsviðr é um dos nomes 
de Óðinn e um de seus lobos se chama Geri. Dellingr é o guardião da cidadela de 
Fjölsviðr e Dellingr é um dos Æsir. O local onde Menglöð viva era Lyfjaberg 
(“Montanha da Cura”) com nove atendentes e uma delas se chama Eir e entre as Deusas 
de Ásgarðr Eir é uma Deusa da medicina. É muito provável que Menglöð seja Freyja e 
Fjölsviðr Óðinn. Svafrþorinn então seria nome de Naglfari, já que pode significar 
“Espinho do Sono” e Naglfari significa “Aquele que Viaja no Navio de Unhas”, e o 
sono/sonho parece estar ligado à morte na mitologia nórdica (lembrando que o navio 
Naglfar é feito das unhas dos mortos; seria o espinho um kenningr para unha?). Assim 
as nove atendentes de Menglöð/Freyja seriam Valkyrjur, Nornir ou Dísir. Veja abaixo 
(a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
 
 Týr (“Deus”)era conhecido como filho de Óðinn ou de Hymir (“Mar?” ou “Negro?”, 
provavelmente no sentido de noite ou escuro) e Frilla (“Senhora”), pai de Frigg (“Bem 
25 
 
Amada”), esposo de uma Deusa e pai de um filho ambos não nomeados (ver 
comentário) e as fontes que citam isso são: 
 Marido de ?: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Týr tinha uma esposa, mas não nos diz seu nome. 
 Ascendência: 
1) O poema Hymiskviða (composição do final do séc. 11 ou início do séc. 12 e 
redigido no séc. 13) diz que Týr é filho de Hymir e Frilla. 
2) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Týr é filho de Óðinn. 
 Descendência: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Týr tinha um filho, mas não nos diz seu nome. 
2) O Poema Rúnico Islandês AM 461 12° (séc. 16) diz que Týr é pai de Frigg. 
 O nascimento de Týr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Týr (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Há duas versões para a origem de Týr, numa ele é filho de Óðinn, noutra 
ele é filho de Hymir e Frilla. É provável que Týr fosse filho de Óðinn e Frilla e Hymir 
seria seu padrasto. Óðinn é famoso por seduzir e enganar Gýgjur (“Gigantas”) e 
mulheres, sendo assim ele pode muito bem ter tomado à forma de Hymir e dormido 
com Frilla e gerado Týr, sem que Frilla ou Hymir soubessem. E Óðinn teria revelado 
posteriormente a Týr sua verdadeira origem. O Deus teria então ido para Ásgarðr e teria 
sido aceito como um Æsir (lembrando que é apenas teoria). Óðinn tomou múltiplas 
formas quando tentava gerar Boe/Váli com Rindr. O próprio Óðinn se gaba de seduzir 
mulheres no Hárbarðsljóð. Uma coisa que fala em favor de Týr ser filho de Óðinn é 
Saxnot/Seaxneat, Deus dos Saxões. Saxnot aparece como filho de Woden na genealogia 
dos reis de Essex e Saxnot significa “Companheiro da Espada”; Týr era relacionado 
com espadas segundo o Sigrdrífumál onde a runa t era riscada nelas. Assim, 
Saxnot/Seaxneat poderia ser outro nome de Ziu/Tiw/Týr. Jacob Grimm identificou 
Saxnot com Týr. Outra possível explicação é que Óðinn poderia ter enviado seu filho 
Týr para ser criado por Hymir e Frilla. Embora Týr fosse um grande Deus, pouco se 
26 
 
sabe sobre ele, e ele aparece poucas vezes nos mitos. Loki diz que Týr tinha uma esposa 
e um filho que nunca foram nomeados nas fontes. Alguns pesquisadores acreditam que 
a Deusa Ciza/Zisa, que é citada no Excerptum ex Callica (do séc. 12), seria consorte de 
Ziu, que é o nome germânico de Týr. Ciza é mencionada como protetora de Augsburg. 
Como foi mostrado antes, Týr pode ter sido amante de Fjörgyn e gerado Frigg e Fulla. 
Veja abaixo (a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
 
 Ullr (“Resplendor”) é conhecido como filho de Sif (“Parente”) e Óðinn (“Fúria 
Inspiradora”) e enteado de Þórr (“Trovão”) e as fontes que citam isso são: 
 Ascendência: 
1) O Gylfginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Sif é mãe de 
Ullr. 
2) O manuscrito NKS 1867 4to (séc. 18) diz que Ullr é filho de Óðinn. 
3) O manuscrito SÁM 66 (séc. 18) diz que Ullr é filho de Óðinn. 
 Enteado de Þórr: 
1) O Þórsdrápa (final do séc. 10) diz que Ullr é enteado de Þórr. 
2) O escaldo Eysteinn Valdason (final do séc. 10) diz que Ullr é enteado de Þórr. 
3) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Ullr é 
enteado de Þórr. 
4) O poema Lokrur (séc. 14) diz que Ullr é enteado de Þórr. 
 O nascimento de Ullr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Ullr (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: embora Ullr seja um Deus que é recordado em vários topônimos pela 
Escandinávia, indicando que foi consideravelmente adorado, ele não aparece muito nos 
mitos. Saxo Grammaticus disse que Ollerus (Ullr) governou o mundo dos Deuses por 
27 
 
quase dez anos e que ele era um grande mágico. Ullr também aparece destacado no 
poema Grímnismál onde Óðinn diz: “Terá o favor de Ullr e de todos os Deuses...” Este 
Deus é associado ao anel de juramento e era invocado em duelos. Ullr é um Deus 
guerreiro e mágico e tem certas características de seu pai Óðinn (que também era 
associado com o anel de juramento, a guerra e a magia). Sua mãe Sif também é dito ser 
uma Spákona (“Profetisa”). Ullr parece ser um Deus celeste (provavelmente ligado ao 
inverno e a neve que cai da abobada celeste), ao julgar pelo significado de seu nome 
“Resplendor”, e isso se deve pelo fato dele ser filho de Deus Céu Óðinn e da Deusa 
Terra Sif-Jörð, e talvez tenha nascido depois de Þórr. As antigas fontes não mencionam 
se Ullr tinha esposa ou filhos. Como Snorri identificou Sif como apenas outro nome de 
Jörð (filha de Óðinn-Annarr e Nótt) no Skáldskaparmál, isso faz de Ullr meio-irmão de 
vários Deuses importantes. 
 Veja abaixo (a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
 
 Iðunn (“Rejuvenescedora”) é conhecida como filha de Ívaldi (“Poderoso” ou 
“Arqueiro”) e esposa de Bragi (“Poesia” ou “Chefe”) e as fontes que citam isso são: 
 Esposa de Bragi: 
1) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Iðunn é esposa de Bragi. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Iðunn é 
esposa de Bragi. 
 Ascendência: 
1) O poema Hrafnagalðr Óðins (entre séc. 14-17) diz que Iðunn é filha de Ívaldi. 
 Descendência: 
28 
 
1) Nenhuma fonte cita filhos de Iðunn (ver comentário). 
 O nascimento de Iðunn: infelizmente não há detalhes do nascimento de Iðunn (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Iðunn aparece como filha de Ívaldi no Hrafnagalðr Óðins e é dita ser da 
família dos Álfar (“Elfos”), o que é estranho, pois Ívaldi é um dos habitantes de 
Svartálfheimr e um dos Dvergar (“Anões”) no Skáldskaparmál. Apesar de que Snorri 
associa os Svartálfar com os Dvergar. Ívaldi tinha outros filhos além da Deusa segundo 
o Hrafnagalðr Óðins e o Skáldskaparmál. Iðunn pode ser uma descendente de uma 
Ljósálfr (“Elfa da Luz”) e de um Dvergr (“Anão”), mas é mera suposição. Viktor 
Rydberg sugeriu que Iðunn teria gerado Skaði quando estava com Þjazi, porque ele 
achou que ela teria ficado muito tempo na companhia do Jötunn, porque o poema 
Hautlöng afirma que os Deuses ficaram velhos e grisalhos com o sumiço da Deusa. Isso 
tem grande probabilidade de ser verdade, porém difícil de ser provado, por falta de 
evidência. Mas uma coisa deve ser lembrada: Iðunn representa o verão e Skaði o 
inverno. Snorri disse que Skaði foi até Ásgarðr vingar o pai que havia sido morto pelos 
Deuses, mas ela pode muito bem ter ido até lá para ser reconhecida como uma Deusa. 
As antigas fontes não mencionam descendentes de Iðunn e Bragi, mas o poema 
Lokasenna indica que o casal tinha filhos adotivos, que provavelmente deve ser os 
Einherjar, pois Bragi era o Deus que dava boas vindas aos heróis recém-chegados e 
Iðunn provavelmente dava uma maça de ouro a todos eles para torna-los sempre jovens. 
Assim eles seriam os “pais” desses guerreiros. O poema Hrafnagalðr Óðinn diz que 
Iðunn é servidora de hidromel. O poema Haustlöng diz que Iðunn conhece a cura da 
velhice dos Æsir. Snorri pode ter interpretado o papel de Iðunn erroneamente (ou 
propositalmente errado) no séc. 13, pois ele diz que os Deuses comem as maças de ouro 
quando envelhecem para mantê-los jovens até o Ragnarökr, pois não eram 
verdadeiramente imortais, mas se os Deuses fossem mortais como ele disse, não era 
para os Deuses terem morrido quando Iðunn foi raptada por Þjazi? O poema Haustlöng, 
que é datado como sendo do início do séc. 10, apenas diz que os Deuses envelheceram e 
ficaram grisalhos (seria uma alusão à neve que cai na terra sobre todas as coisas? Assim, 
o retorno de Iðunn representa a força do verãoonde tudo retorna renovado), talvez 
porque Iðunn deve ter ficado muito tempo com Þjazi. Provavelmente Iðunn era 
responsável pela juventude dos Deuses e não suas maçãs. Como o poema Haustlöng 
indica, Iðunn conhece o segredo da juventude eterna e talvez ela “encantasse” suas 
maças com tal conhecimento. 
 Veja abaixo (a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
29 
 
 
 Bragi (“Poesia” ou “Chefe?”) é conhecido como filho de Óðinn (“Fúria Inspiradora”) 
e marido de Iðunn (“Rejuvenescedora”) e as fontes que citam isso são: 
Marido de Iðunn: 
2) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Bragi é marido de Iðunn. 
3) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Bragi é 
marido de Iðunn. 
 Ascendência: 
1) O Skáldskaparmál e o Nafnaþulur (ambos do séc. 13) dizem que Bragi é filho 
de Óðinn. 
 O nascimento de Bragi: infelizmente não há detalhes do nascimento de Bragi (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: a origem de Bragi nunca é mencionada nos fontes nórdicas, exceto que ele 
seria filho de Óðinn. Sua mãe nunca foi mencionada. Ela poderia ser tanto Frigg quanto 
Gunnlöð. 
 Frigg como mãe de Bragi: a Edda em Prosa diz que Frigg é a mãe da raça Æsir, que são 
os Deuses, além disso, Frigg também é uma Deusa sábia como Bragi. 
 Gunnlöð como mãe de Bragi: Gunnlöð era guardiã do hidromel dos poetas, que Óðinn 
recuperou para os Deuses. Óðinn passou três noites com ela, embora em nenhum lugar 
seja dito que ele a deixou gravida. 
30 
 
 Veja abaixo (a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
 
 Baldr (“Senhor?”) é conhecido como filho de Óðinn (“Fúria Inspiradora”) e Frigg 
(“Bem Amada”), pai de Forseti (“Aquele que Preside”) e Brandr (“Fogo”) e marido de 
Nanna (“Corajosa?”); e as fontes que citam isso são: 
 Marido de Nanna: 
1) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Baldr é 
marido de Nanna. 
 Ascendência: 
1) O poema Húsdrápa de Úlfr Uggason (final do séc. 10) diz que Baldr é filho de 
Óðinn. 
2) O poema Völuspá (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13-14) diz que Baldr é filho de Óðinn. 
3) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Baldr é filho de Frigg. 
4) O poema Völuspá inni skamma (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) 
diz que Baldr é filho de Óðinn. 
5) A Gesta Danorum de Saxo Grammaticus (séc. 12 ou 13) diz que Baldr é filho 
de Óðinn. 
6) A Chronicon Lethrense (meados do séc. 12) diz que Baldr é filho de Óðinn. 
7) O Prólogo da Edda em Prosa, o Gylfaginning e o Skáldskaparmál (todos do 
séc. 13) dizem que Baldr é filho de Óðinn. 
8) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Baldr é filho de Frigg. 
9) A Hervarar Saga ok Heiðreks (séc. 13) diz que Baldr é filho de Óðinn. 
10) O Baldrs Draumar (composição do final do séc. 13 ou início do séc. 14) diz 
que Baldr é filho de Óðinn. 
 Descendência: 
1) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Forseti era filho de Baldr e Nanna. 
2) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Forseti é filho de Baldr. 
3) O Prólogo da Edda em Prosa (séc. 13) diz que Baldr é pai de Brandr. 
 O nascimento de Baldr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Baldr (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
31 
 
 
 Comentário: o poema Völuspá indica o parentesco de Baldr e Frigg. Saxo apenas 
menciona Óðinn como pai de Baldr, mas não diz nada sobre sua mãe. Provavelmente o 
mito de Baldr é o mais controverso de toda mitologia nórdica, pois ele é descrito por 
Snorri como um Deus e descrito por Saxo como um Semideus. No Prólogo da Edda em 
Prosa Snorri evemerizou Baldr (Baldeg), fazendo dele um rei de Vestfál (Vestfália, na 
Alemanha). Seu filho era Brandr, que gerou Frjóðigar (Fróði), que gerou Freóvin, que 
gerou Uvigg, que gerou Gevis (Gave). Baldag, Bældæg ou Beldeg aparece como filho 
de Woden na genealogia dos reis Anglo-Saxões. Nada se sabe sobre Brandr (seria 
Brandr outro nome de Forseti?). O mito da morte de Baldr é antigo e aparece num 
petróglifo da idade do Bronze escandinavo. Nesse petróglifo podemos ver dois homens 
 
 A morte de Baldr em Lökeberget, na Suécia, datado de 1000 a.c. 
atirando um dardo num terceiro e essa cena nos faz lembrar da descrição de Snorri em 
sua Edda em Prosa, onde Loki guia o cego Höðr para a atirar em Baldr. Neste mesmo 
petróglifo podemos ver vários barcos perto dos três e Snorri diz que o corpo de Baldr 
foi colocado num barco e cremado e que esse evento foi assistido por muitas raças 
divinas. Muito tem sido discutido entre pesquisadores se Baldr originalmente era uma 
divindade da fertilidade ou não. Porém, três coisas (de certa forma) associam Baldr com 
a fertilidade: 
1) Sua associação à Fróði: existem vários personagens chamados Fróði na mitologia 
nórdica, mas o Fróði que aparece na genealogia do prólogo da Edda em Prosa pode ser 
32 
 
o Fróði, amigo de Fjölnir, o filho de Freyr. Assim, a família de Baldr seria amiga da 
família de Freyr. 
2) Sua associação com à água (símbolo de fertilidade e plenitude): Saxo diz que o 
tumulo de Baldr quase foi profanado por Haraldr, mas um medo repentino e uma 
torrente de água impediram a intenção dele e seus homens de cometer tal ato. 
3) Sua associação com Phol: no Die Merseburger Zaubersprüche, Phol aparece como 
nome de Baldr e Phol significa “Abundância” ou “Pleno”. 
 Baldr também possui características solares. Sua morte possui algumas semelhanças 
com a descrição de Ibn Fadlan onde o chefe da tribo quando morria era colocado num 
barco e sua escrava era sacrificada e colocada junto dele e tudo era cremado. Snorri 
disse que Baldr quando foi colocado no barco para ser cremado sua esposa morreu de 
tristeza e eles foram colocados no barco e cremados juntos. 
 Na Edda em Prosa e na Völuspá (do Codex Regius) a morte de Baldr está relacionada 
com o Ragnarökr, mas essa associação não aparece no petróglifo de Lökeberget 
(provavelmente porque essa associação é invenção cristã). Alias não existem 
representações do Ragnarökr na Escandinávia que sejam da idade do bronze ou da era 
pagã escandinava, as representações dessa batalha só aparecem em regiões em que os 
escandinavos tiveram contato com terras cristianizadas e tais cenas são posteriores a era 
pagã. 
 A esposa de Baldr, Nanna, segundo Snorri era filha de Nepr, mas segundo Saxo, Nanna 
era filha de Gevar. 
 Heimdallr (“Brilho do Mundo?” ou “Arco do Mundo?”) é conhecido como filho de 
Óðinn e nove mães e pai das classes sociais e as fontes que citam isso são: 
 Ascendência: 
1) O poema Húsdrápa de Úlfr Uggason (final do séc. 10) diz que Heimdallr é filho 
de nove mães. 
2) O poema Völuspá inni skamma (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) 
diz que Heimdallr é filho de nove mães: Gjalp, Greip, Eistla, Eyrgjafa, Úlfrún, 
Angeyja, Imðr, Atla e Járnsaxa. 
3) O Skáldskaparmál e o Nafnaþulur (ambos do séc. 13) dizem que Heimdallr é 
filho de Óðinn. 
4) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Heimdallr é filho de nove mães, que são 
irmãs. 
5) O poema Hrafnagalðr Óðins (entre séc. 14-17) diz que Heimdallr é filho de 
Úlfrún (que é uma das nove irmãs). 
 Descendência: 
33 
 
1) O poema Völuspá (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13-14) diz que as classes sociais (Þræll, Karl e Jarl) são filhos 
de Heimdallr. 
2) O poema Rígsþula (composição do séc. 10 e redigido no séc. 13) diz que as 
classes sociais (Þræll, Karl e Jarl) são filhos de Heimdallr. 
 O nascimento de Heimdallr: o poema Völuspá inni skamma conta que Heimdallr 
nasceu no início dos tempos nas profundezas da terra da união de nove irmãs, pelo 
poder da terra, do mar congelado e do javali sacrificado. Óðinn se gaba de ter seduzido 
sete irmãs no poema Hárbarðsljóð, porém,é difícil saber se esse relato está relacionado 
com o nascimento de Heimdallr ou não, mas o número delas fala contra isso. Alguns 
pesquisadores identificam as nove mães de Heimdallr com as nove filhas de Ægir por 
causa de sua associação com o mar (tanto quanto de suas mães), porém, duas mães de 
Heimdallr, Gjalp e Greip, aparecem como filhas do Jötunn Geirröðr, assim essa 
identificação fica contraditória, porque o poema Heimdallarsgaldri diz que todas as 
nove eram irmãs. Gjalp e Greip foram mortas por Þórr. Magni, o filho de Þórr, é meio 
irmão de Heimdallr, pois ele é filho de Járnsaxa. 
 Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 
 Comentário: Snorri cita um mito perdido sobre Heimdallr, dizendo que ele foi golpeado 
por uma cabeça de um homem e por isso a cabeça é chamada de “Medida de 
Heimdallr”. Mímir fora descapitado no Vanir e sua cabeça foi preservada por Óðinn. 
Será que que os Vanir teriam jogado a cabeça de Mímir em Heimdallr quando a 
enviaram para Óðinn? É dito que Heimdallr é dono do chifre Gjallarhorn, que foi usado 
por Mímir para beber da fonte da sabedoria (ver Gylfaginning), será que Heimdallr fez 
algum tipo de sacríficio na fonte de Mímir? Infelizmente a escassez de fontes nos 
impede de ir adiante neste assunto, mas parece existir alguma relação entre Heimdallr e 
Mímir. O problema é que Snorri nos diz também que a cabeça pode ser chamada de 
“Espada de Heimdallr” provavelmente porque Heimdali, que é uma das formas do nome 
34 
 
do Deus, significa “carneiro” na poesia, indicando que esse animal usava os chifres 
como arma. 
 Váli (“Escolhido?”, “Aquele que Discute?”, “Matador?” ou “Estrangeiro?”) é 
conhecido filho de Óðinn e Rindr e irmão de Baldr e as fontes que citam isso são: 
 Ascendência: 
1) A Gesta Danorum de Saxo Grammaticus (séc. 12 ou 13) diz que Váli/Boe é 
filho de Óðinn e Rinda (Rindr). 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Váli é filho 
de Óðinn e Rindr. 
3) O Nafnaþulur (séc. 13) diz que Váli é filho de Óðinn. 
4) O Baldrs Draumar (composição do final do séc. 13 ou início do séc. 14) diz 
que Váli é filho de Óðinn e Rindr. 
 Parestesco: 
1) O poema Völuspá (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13-14) diz que Váli é (meio-) irmão de Baldr. 
2) A Gesta Danorum de Saxo Grammaticus (séc. 12 ou 13) diz que Váli/Boe é 
(meio-) irmão de Baldr. 
 O nascimento de Váli: a Völuspá e o Baldrs Draumar dizem que Váli nasceu de Rindr 
para vingar a morte de Baldr e que ele matou Höðr com apenas um dia de vida, mas não 
dá muitos detalhes sobre esse evento; um fragmento de Kormákr diz que Yggr (Óðinn) 
usou Seiðr sobre Rindr; Saxo diz que Boe (Váli) nasceu de Rinda para vingar a morte 
de Baldr, Óðinn se disfarçou várias vezes até conseguir forçar Rinda a gerar um filho, 
pois o mago Rostiophus havia lhe dito que o filho vingador de Baldr deveria nascer de 
Rinda. Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: pouco se sabe sobre Váli, mas Saxo disse que ele adorava a guerra e 
Snorri disse que ele é ousado em batalha e um ótimo arqueiro. 
 Víðarr (“Amplo Governante?”) é conhecido como filho de Óðinn e Gríðr e as fontes 
que citam isso são: 
 Ascendência: 
1) O poema Völuspá (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13-14) diz que Víðarr é filho de Sigföðr (Óðinn). 
35 
 
2) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Víðarr é filho de Óðinn e Griðr. 
3) O Nafnaþulur (séc. 13) diz que Víðarr é filho de Óðinn. 
 O nascimento de Víðarr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Víðarr (veja 
comentário). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: provavelmente quando Víðarr nasceu ele foi levado para Ásgarðr. 
Infelizmente pouco se sabe sobre Víðarr: Snorri disse que ele é um Deus silencioso, 
muito forte e que ajudava os Deuses em situações de perigo. Víðarr usa um sapato 
especial. 
 Magni (“Força” ou “Poder”) é conhecido como filho de Þórr e Járnsaxa e as fontes 
que citam isso são: 
 Ascendência: 
1) O poema Þórsdrápa (do final do séc. 10) diz que Magni é filho de Þórr. 
2) O poema Hárbarðsljóð (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13) diz que Magni é filho de Þórr. 
3) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Magni é filho de Þórr. 
4) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Magni é filho de Þórr e Járnsaxa. 
 O nascimento de Magni: infelizmente não há detalhes do nascimento de Magni, porém, 
os manuscritos Konungsbók e Uppsalabók da Edda em Prosa dizem que Magni libertou 
Þórr da perna de Hrungnir quando tinha três dias de vida, já os manuscritos Trektarbók 
e Ormsbók dizem que ele tinha três anos quando realizou essa proeza. Contudo o 
manuscrito mais antigo é o Uppsalabók, assim Magni tinha três dias de vida quando 
salvou Þórr e não três anos (isso pode ser um erro de copistas posteriores que 
provavelmente achavam a façanha do jovem Deus muito “absurda” e resolveram trocar 
três dias por três anos). Magni parece ter sido bem conhecido no século 10 e sua 
façanha em libertar seu pai Þórr aparece na cruz de Kirk Bride, na ilha de Mann. Veja 
abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Magni é meio irmão de Heimdallr por parte de mãe. O Skáldskaparmál 
demonstra o carinho existente entre Þórr e Magni. O escaldo Þorbjörn dísarskáld disse 
36 
 
que Þórr e Óðinn tinham mensageiros que defendiam Ásgarðr com poder, desse modo 
podemos ver que Magni e Móði eram Deuses guerreiros e protetores do reino dos 
Deuses em situações de dificuldades. Muitos podem pensar que Þórr foi incapaz de 
levantar a perna de Hrungnir, mais com certeza isso não é verdade (já que ele havia 
levantado a Serpente Miðgarðr por duas vezes) e trata-se de um rito de passagem de 
Magni para “provar/aceitar” ser o herdeiro do poder e da missão de Þórr de proteger 
Ásgarðr e a humanidade. Inicialmente ao que tudo indica, depois de Þórr, Víðarr era o 
mais forte dos Deuses, até que Magni nasceu e o suplantou. Outra inverdade é dizer que 
Magni é mais forte que Þórr. Porque seus três filhos divinos: Magni, Móði e Þrúðr são 
personificações (divididas) dos poderes de Þórr, ou seja, Magni herdou a força de seu 
pai, Móði a sua fúria e Þrúðr o seu poder. Magni e Móði são chamados de Æsir e são 
mencionados juntos no Vafþrúðnismál e no Gylfaginning e que herdariam o Mjöllnir. 
 Þrúðr (“Poder”) é conhecida como filha de Þórr e Sif e as fontes que citam isso são: 
 Ascendência: 
1) O escaldo Eysteinn Valdason (do final do séc. 10) diz que Þrúðr é filha de Þórr. 
2) O poema Alvíssmál (séc. 12) menciona uma filha de Þórr que talvez seja Þrúðr. 
3) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Þrúðr é filha de Þórr e Sif. 
 O nascimento de Þrúðr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Þrúðr. Veja 
abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Þrúðr e Magni são os filhos mais conhecidos de Þórr. O nome da Deusa é 
mencionado no kenningr “Árvore de Batalha de Þrúðr” (que significa “Líder” ou 
“Guerreiro”) na runestone de Karlevi do séc. 10 sobre a ilha de Öland, na Suécia. O 
poema Grímnismál diz que Þrúðr e outras Valkyrjur servem cerveja para os Einherjar 
no Valhöll. Ela aparece na lista das Ásynjur no Nafnaþulur. Ela é descrita como uma 
Valkyrja e muito bela já que Hrungnir tentou sequestra-la segundo um mito perdido. 
 Rindr/Rinda (“Casca (de árvore)?” ou “Crosta (terra congelada)?”) é conhecida 
como mãe de Váli e as fontes que citam isso são: 
 Ascendência: 
1) A Gesta Danorum de Saxo Grammaticus (séc. 12 ou 13) diz que Rinda é filha 
do rei dos Ruthenianos (ver comentário). 
 Descendência: 
37 
 
1) A Gesta Danorum de Saxo Grammaticus (séc. 12 ou 13) diz que Váli/Boe é 
filho de Rinda (Rindr) e Óðinn. 
2) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Váli é filho 
de Rindre Óðinn. 
3) O Baldrs Draumar (composição do final do séc. 13 ou início do séc. 14) diz 
que Váli é filho de Rindr e Óðinn. 
 O nascimento de Rindr/Rinda: infelizmente não há detalhes do nascimento de Rindr. 
Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: provavelmente Rindr/Rinda pertence à raça dos Jötnar, mas passou ser 
vista como Deusa quando se uniu com Óðinn e gerou Váli. Saxo provavelmente 
evemerizou Rindr/Rinda dizendo que ela era filha do rei dos Ruthenianos (que talvez 
seja a Russia ou talvez esse povo fosse descendente de Jötnar, mas ele não compreendeu 
isso) indicando que ela era provavelmente uma mortal, porém, Rindr é listada como 
uma Ásynja no Gylfaginning de Snorri. O poema Baldrs Draumar relata que Rindr 
habita nos salões ocidentais. 
 Gerðr (“Cercada” ou “Jardim?”) é conhecida como filha de Gymir e Aurboða, esposa 
de Freyr e mãe de Fjölnir e as fontes que citam isso são: 
 Esposa de Freyr: 
1) O poema Skírnismál (meados do séc. 11 ou meados do séc. 12) diz que Freyr é 
marido de Gerðr. 
2) O poema Völuspá inni skamma (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) 
diz que Freyr é marido de Gerðr. 
3) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Freyr é marido de Gerðr. 
4) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Freyr é marido de Gerðr. 
 Ascendência: 
1) O poema Skírnismál (meados do séc. 11 ou meados do séc. 12) diz que Gerðr é 
filha de Gymir. 
2) O poema Völuspá inni skamma (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) 
diz que Gerðr é filha de Gymir e Aurboða. 
3) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Gerðr é filha de Gymir e Aurboða. 
4) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Gerðr é filha de Gymir. 
 Descendência: 
38 
 
1) A Ynglinga Saga (séc. 13) diz que Fjölnir é filho de Gerðr e Freyr. 
 O nascimento de Gerðr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Gerðr. Veja 
abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Snorri relata que Gerðr pertencia à família dos Bergrisar (“Gigantes da 
Montanha”) e o poema Skírnismál diz que ela vivia em Jötunheimr junto com seu pai. 
Gerðr é citada como uma Ásynja. Era descrita como muito bela e radiante. Gerðr diz ter 
tido um irmão que foi assassinado, que muitos pesquisadores acreditam que seja Beli, 
que foi morto por Freyr. O poema Lokasenna indica que Gerðr é filha de Gymir. Veja 
abaixo (a genealogia reconstruída, lembrando que é apenas teoria): 
 
 Forseti (“Aquele que Preside”) é conhecido como filho de Baldr e Nanna, a fonte 
que cita isso é: 
 Ascendência: 
1) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Forseti é filho de Baldr e Nanna. 
 O nascimento de Forseti: infelizmente não há detalhes do nascimento de Forseti. Muito 
pouco se sabe sobre este Deus. Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: Forseti vive em Glitnir onde acalma as discórdias. Ele é citado como um 
Æsir. O Deus Fosite adorado pelos Frísios pode ser outro nome de Forseti. Fosite era 
adorado perto de uma fonte considerada sagrada. 
 Nanna (“Corajosa?” ou “Ousada?”) é conhecida como filha de Nepr ou Gevar, 
esposa de Baldr ou Wighlek e mãe de Forseti e as fontes que citam isso são: 
 Esposa de Baldr ou Wighlek: 
39 
 
1) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Nanna é esposa de Baldr. 
2) A Chronicon Lethrense (séc. 12) diz que Nanna é esposa de Wighlek, filho de 
Rørik Slængeborræ e neto de Höðr (ver comentário). 
 Ascendência: 
1) A Gesta Danorum de Saxo Grammaticus (séc. 12 ou 13) diz que Nanna é filha 
de Gevar. 
2) O Hyndluljóð (séc. 12 ou 13) diz que Nanna é filha de Nökkvi (ver 
comentário). 
3) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Nanna é filha de Nepr. 
 Descendência: 
1) O Gylfaginning (séc. 13) diz que Forseti é filho de Nanna e Baldr. 
2) A Chronicon Lethrense (séc. 12) diz que Wermund é filho de Nanna e 
Wighlek. 
 O nascimento de Nanna: infelizmente não há detalhes do nascimento de Nanna. Muito 
pouco se sabe sobre essa Deusa, mas ela parece ter três origens diferentes (ela aparece 
como filha de Gevar, Nökkvi e Nepr) e duas descêndencias (Wermund, a mortal e 
Forseti, a divina). Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: é provável que Nökkvi, que é citado como pai de Nanna no Hyndluljóð, 
seja outro nome de Nepr (que é dito ser filho de Óðinn) ou essa Nanna não é a esposa de 
Baldr e sim outra personagem. Saxo pode ter inventado Gevar para evemerizar Nanna 
ou talvez fosse outro nome de Nepr. A Chronicon Lethrense conta que Nanna era 
esposa do neto de Höðr, o matador de Baldr, Wighlek. Nanna é esposa de Baldr 
segundo Snorri e relacionada com Baldr e Höðr segundo Saxo. Nanna é citada como 
uma Ásynja no Nafnaþulur. 
 Höðr (“Guerra”) é conhecido como filho de Óðinn ou Höðbroddr, pai de Rørik 
Slængeborræ ou Höddbroddr e as fontes que citam isso são: 
 Ascendência: 
1) O Skáldskaparmál (séc. 13) diz que Höðr é filho de Óðinn. 
2) A Chronicon Lethrense (séc. 12) diz que Höðr é filho de Höðbroddr. 
3) A Gesta Danorum (séc. 13) diz que Höðr é filho de Höðbroddr. 
40 
 
 Descendência: 
1) A Chronicon Lethrense (séc. 12) diz que Rørik Slængeborræ é filho de Höðr. 
2) A Hversu Noregr Byggðist (séc. 14) diz que Höddbroddr é filho de Höðr. 
 O nascimento de Höðr: infelizmente não há detalhes do nascimento de Höðr. A origem 
de Höðr, Baldr e Nanna são muito confusas e contraditórias. Na versão de Snorri Höðr é 
cego, mas isso não acontece na versão de Saxo. O poema Beowulf menciona um evento 
muito semelhante à morte de Baldr, onde Hæðcyn mata seu irmão Herebeald 
acidentalmente com uma flecha durante uma caçada e ambos eram filhos de Hreðel. É 
dito que Hreðel morreu de tristeza. Na estória Hæðcyn corresponde com Höðr, 
Herebeald com Baldr e Hreðel com Óðinn. É provável que este evento foi evemerizado 
com o passar dos séculos na Inglaterra e assim ele foi registrado no poema Beowulf. 
Veja abaixo (a genealogia segundo as fontes antigas): 
 
 Comentário: A mãe divina de Höðr nunca foi mencionada, mas muitos pesquisadores 
acreditam que seja Frigg. Saxo diz que Höðr era um ótimo nadador, arqueiro, lutador e 
músico e era filho de Höðbroddr e irmão de Aðisl. O Hversu Noregr Byggðist conta que 
Höddbroddr era filho de Höðr enquanto a Gesta Danorum e Chronicon Lethrense diz 
que Höðr é filho de Höðbroddr (também chamado de Hothbrodd ou Höddbrodd). Esta 
confusão provavelmente pode ter se originado quando cristãos tentavam evemerizar 
Höðr e com o tempo sua genealogia ficou confusa. 
 Loki (“Aquele Que Atrai?”, “Aquele Que Fecha?” ou “Fogo?”) é conhecido como 
filho de Fárbauti e Laufey ou Nál, irmão de Býleist e Helblindi, marido de Sigyn e pai 
de Nari ou Narfi e Váli ou Áli, pai de Fenrir, Jörmungandr e Hel (com Angrboða), e 
mãe de Sleipnir e as fontes que citam isso são: 
 Marido de Sigyn: 
1) O poema Völuspá (composição do final do séc. 10 ou meados do séc. 11 e 
redigido no séc. 13-14) diz que Loki é marido de Sigyn. 
2) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Loki é marido de Sigyn. 
3) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Loki é 
marido de Sigyn. 
 Ascendência: 
41 
 
1) O poema Haustlöng (séc. 10) diz que Loki é filho de Fárbauti. 
2) O poema Húsdrápa de Úlfr Uggason (final do séc. 10) diz que Loki é filho de 
Fárbauti. 
3) O poema Lokasenna (composição do séc. 10 ou 12 e redigido no séc. 13) diz 
que Loki é filho de Laufey. 
4) O poema Þrymskviða (composição do séc. 12 e redigido no séc. 13) diz que diz 
que Loki é filho de Laufey. 
5) O Gylfaginning e o Skáldskaparmál (ambos do séc. 13) dizem que Loki é 
filho de Fárbauti e Laufey ou Nál. 
6) O Sörla Þáttr eða Heðins Saga ok Högna (final do séc. 14) diz que Loki é 
filho de Fárbauti e Laufey. 
7) O poema Lokrur (séc. 14) diz que Loki é filho de Fárbauti e Laufey. 
8) O poema Hrafnagalðr Óðins (entre séc. 14-17)