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10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 1/38 GESTÃO INTEGRADAGESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOSDE RESÍDUOS Me. Renata Cr ist ina de Souza Chatalov I N I C I A R Mege 1.00 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 2/38 introdução Introdução No contexto desta unidade, vamos apresentar os conceitos de resíduos sólidos, que muitas vezes são tratados como sinônimos de lixo, ou seja, algo sem valor e que não se quer mais, representado por materiais descartados pelas atividades humanas. Dessa maneira, os resíduos sólidos são constituídos por subprodutos oriundos do processo das atividades humanas processo, já rejeitos são todos os resíduos que não tem aproveitamento econômico por nenhum processo tecnológico existente e acessível. Veremos que os resíduos sólidos podem ser classi�cados de acordo com sua origem em: domésticos, industriais, de construção civil, de serviços de saúde, de comércio, de portos, aeroportos, radioativos, entre outros. Além disso, vamos conhecer as formas de acondicionamento dos resíduos. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 3/38 A nossa sociedade é fruto de ações em inúmeros segmentos da atuação humana seja ela social, econômica, política ou cultural, e o legado decorrente dessas atividades será correspondente aos esforços despendidos em sua implementação, como planejamento, organização, aprimoramento, comprometimento, informação e outras tantas variáveis que sejam necessárias para o alcance de um desenvolvimento pleno, em que o aspecto ambiental nem sempre foi inserido nesse processo (BARBOSA; IBRAHIN, 2014). Assim, o crescimento populacional nos centros urbanos, em função do êxodo rural e de migrações regionais, a busca de melhorias na qualidade de vida e a competividade produtiva das corporações industriais são a tônica da insustentabilidade do desenvolvimento desenfreado de nossa sociedade que, na ausência de uma gestão e�ciente dos serviços públicos básicos e com a falta de atenção à questão ambiental, vem comprometendo há anos uma melhor maximização dos recursos naturais e de seus benefícios (PAULINO JUNIOR, 2009). Além disso, temos o surgimento de novos bens de consumo, isso tem resultado constante do crescimento tecnológico em todas as suas esferas produtivas, pois faz com que apreçam novas necessidades de cunho material, tais como: internet, celulares, computadores. E isso acaba sendo incorporado às necessidades básicas já existentes, tais como alimentação, moradia, transporte, dentre outros, o que aumentou consideravelmente o volume de materiais descartáveis no meio ambiente. Pela sua diversidade e quantidade, esses tipos de materiais vêm comprometendo as vertentes para o desenvolvimento sustentável e tendo como fatores principais (BARBOSA; IBRAHIN, 2014): Gestão Integrada de ResíduosGestão Integrada de Resíduos 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 4/38 a falta de investimentos públicos e saneamento básico; a falta de um plano diretor de urbanização para a gestão de problemas especí�cos, como o crescimento populacional, trânsito e infraestrutura (rodovias, portos, aeroportos etc.); o aumento do consumo comercial de bens e produtos, graças aos preços mais acessíveis e à diversidade de itens aos clientes consumidores; o aumento da produtividade das indústrias, para atender ao contínuo crescimento da oferta e à procura de seus produtos, nos mercados interno e externo; a utilização desenfreada dos recursos naturais, dada a ausência de uma legislação ambiental especí�ca e de �scalização dos órgãos públicos. Existem outros fatores relevantes que poderiam ser citados, no entanto, o melhor modo de ilustrarmos o crescimento desenfreado do nosso habitat é o aumento, cada vez mais notório, de resíduos dispostos em locais inadequados, sem tratamento prévio, e isso traz inúmeras consequências, tais como: disseminação de doenças, proliferação de vetores e outros parasitas, alagamentos por causa dos entupimentos dos bueiros, odor desagradável, contaminação do meio ambiente, dentre outros. Dessa forma, o aumento da população associado a crescente utilização de materiais não recicláveis em processos produtivos, tem transformado a questão do lixo urbano em um dos grandes desa�os da sociedade contemporânea. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, de 2017, a geração total de resíduos sólidos urbanos (RSU) comparado ao ano de 2016 aumentou em 1%. No ano de 2017, foram 71,6 milhões de toneladas, com isso podemos registrar um índice de cobertura de 91,2% no Brasil, isso nos mostra que 6,9 milhões de toneladas de resíduos tiveram destinação imprópria (ABRELPE, 2017). 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 5/38 Com o crescimento da população brasileira em 0,75%, entre os anos de 2016 e 2017, a geração per capita de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) apresentou aumento de 0,48%. Podemos observar na �gura a seguir esse aumento. Podemos observar que, mesmo após a implementação de legislações especí�cas voltadas ao gerenciamento de resíduos sólidos, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), os problemas associados à disposição �nal inadequada dos resíduos sólidos ainda permanecem. saiba mais Saiba mais O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil foi criado com o intuito de: facilitar o acesso dos órgãos governamentais, das empresas públicas e privadas, das organizações não governamentais, de entidades educativas, da imprensa e da sociedade em geral, às informações sobre os resíduos sólidos em seus diversos segmentos, que em muitos casos estão fracionadas e/ou desatualizadas. Você pode acessar esse panorama desde o ano de 2003 até 2017, basta acessar o site da Abrelpe, clicar na aba “Panorama”. ACESSAR Figura 1.1 - Geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) em toneladas por dia nos anos de 2016 a 2017. Fonte: Adaptada de Abrelpe (2017). http://abrelpe.org.br/panorama/ 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 6/38 Qual é a Diferença Entre Lixo e Resíduo? Conforme o senso comum, o lixo é resultante de tudo aquilo que não é aproveitado pelo consumidor ou em processos produtivos, que depois de serem utilizados são dispostos em qualquer lugar, como popularmente chamamos de “lixões”. Vulgarmente o lixo é chamado de “resto”, “sobra”, “imundície”. O lixão, além de ser um local inadequado para dispor os resíduos, ainda apresenta problemas sociais, como os catadores, que disputam os restos com urubus e cães. Figura 1.2 - Lixões Fonte: 123branex / 123RF. saiba mais Saiba mais O Brasil tem 3 mil lixões, ou aterros controlados, espalhados pelo território nacional nos 3.331 municípios, que recebem cerca de 30 milhões de toneladas de resíduos urbanos anualmente. Mesmo com a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, chegamos ao ano de 2018 com uma cultura de inoperância resistente que fragiliza a efetivação de mudanças em boa parte dos municípios brasileiros. Saiba mais acessando o link. Fonte: Resk (2018). ACESSAR http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/575765-2018-lixoes-e-aterros-controlados-uma-realidade-ainda-gritante-no-brasil 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 7/38 Para nós o importante é entendermos a diferença entre os termos: lixo, resíduos e rejeitos, pois apesar de serem semelhantes, são tecnicamente diferenciados. Vamos lá? Lixo, conforme já discutimos sãocoisas, restos inúteis, descartáveis e indesejáveis, que não tem possibilidade de serem reaproveitados. Pode ser por falta de informação, gestão pública ou até mesmo por negligência, a destinação do lixo, nem sempre foi motivo de preocupação na nossa sociedade, mesmo com o surgimento de políticas ambientais. A problemática do lixo pode ser resolvida por meio do bene�ciamento dos resíduos provenientes de sua correta segregação. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº12.305/2010), capítulo II, artigo 3º, alínea XVI, de�ne resíduos sólidos como: [...] material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação �nal se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010). Essa de�nição vai de encontro com a dada pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) por meio da Norma Regulamentadora NBR 10.004/2004 na qual de�ne resíduos sólidos como sendo: [...] aqueles que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e varrição. Ficam incluídos nesta de�nição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004, p. 1). Assim, podemos observar que os resíduos precisam ser tratados em sua fonte de origem, o máximo possível, para o seu reaproveitamento, em outro processo produtivo ou alguma atividade econômica ou social, e que depois que forem esgotadas todas as possibilidades de bene�ciamento, aí então destinar adequadamente os resíduos que serão descartados, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, no artigo 3º, do capítulo II, alínea XV, dá a seguinte de�nição o�cial para rejeitos: 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 8/38 [...] resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição �nal ambientalmente adequada. (BRASIL, 2010). Agora que conhecemos essas diferenças, aprenderemos a classi�car esses resíduos, vamos lá? saiba mais Saiba mais A internet está se reunindo para uma causa nobre, chama-se o “Desa�o do Lixo”. Trata-se de uma ideia que surgiu depois que um usuário publicou uma primeira foto em um local coberto de lixo e depois uma segunda foto no mesmo local, porém limpo, e ele desa�ou outras pessoas a fazerem o mesmo. Para participar basta fazer o mesmo, e publicar a foto com a #trashtag depois de cumprir ao desa�o. Saiba mais e veja as fotos já publicadas nesse desa�o por meio do link a seguir: Fonte: Hypeness (2019). ACESSAR http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/575765-2018-lixoes-e-aterros-controlados-uma-realidade-ainda-gritante-no-brasil 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 9/38 atividade atividade Para Philippi Jr. e Aguiar (2005), os resíduos constituem os subprodutos da atividade humana com características especí�cas, de�nidas geralmente pelo processo que os gerou. Enquanto os rejeitos são todos os resíduos que não têm aproveitamento econômico por nenhum processo tecnológico disponível e acessível. PHILIPPI JR, A.; AGUIAR, A. de O. Resíduos sólidos: características e gerenciamento. In: PHILIPPI JR, Arlindo. Saneamento, Saúde e Ambiente. Fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Barueri, SP: Manole, 2005. Sobre os fatores que in�uenciam a geração dos resíduos sólidos, leia as a�rmativas a seguir: I. A urbanização, o aumento populacional e o desenvolvimento econômico vêm acompanhando uma série de mudanças no estilo de vida e consumo da população, e consequentemente um aumento na geração de resíduos. II. Além do aumento na quantidade, os resíduos produzidos, passaram a abrigar compostos sintéticos e perigosos aos ecossistemas e à saúde humana, decorrente das novas tecnologias incorporadas ao cotidiano. III. No Brasil, temos uma estimativa precisa da quantidade de resíduos sólidos gerados por habitante/dia. IV. A maior parte dos resíduos sólidos gerados no Brasil é composta por lixo eletrônico, construção civil e hospitalar. É correto o que se a�rma em: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III, apenas. e) II, III e IV, apenas. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 10/38 Para realizarmos uma gestão de resíduos adequada, é fundamental que seja feito um diagnóstico da situação atual a partir de parâmetros especí�cos, e esses parâmetros devem possibilitar, levantar a origem, a quantidade dos materiais que são descartados, e que estejam de acordo com as características regionais e sazonais. Ao analisarmos os aspectos legais, é preciso veri�car se há o cumprimento das leis ambientais. Isso é de grande relevância, pois se em uma região rural for constatato que há um grande volume de resíduos agrossilvopastoris, há uma maior probabilidade de des�orestamentos e uso exagerado de agrotóxicos, que podem ocasionar a poluição de nascentes. Também podemos associar a presença de resíduos domiciliares lançados a céu aberto, seu mau acondicionamento, somados a coleta pública de�ciente, dentre outros fatores, aos grandes índices de alagamentos em regiões urbanas. Classi�icação dos Resíduos - Origem Os resíduos sólidos são gerados a partir de inúmeras atividades e têm características diferentes em sua composição. Eles podem ser classi�cados de acordo com sua origem em: Resíduos Domiciliares Princípios Básicos de Resíduos UrbanosPrincípios Básicos de Resíduos Urbanos 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 11/38 São provenientes das atividades residenciais, por exemplo: restos de alimentos, jornais, revistas, embalagens plásticas, papel higiênico, copos descartáveis e uma grande variedade de itens. Resíduos de Limpeza Urbana São gerados a partir da limpeza pública urbana em logradouros públicos, feiras livres e outros, por exemplo, areia, folhas, galhos, e também aqueles que são descartados de forma inadequada pela população, como entulho, papéis, restos de alimentos e embalagens. Resíduo Sólidos Urbanos Somatório dos resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza urbana. Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico Provenientes de Estações de Tratamento de Água (ETA) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETE). Resíduos de Estabelecimentos Comerciais e Prestadores de Serviços São oriundos de atividades comerciais e de prestação de serviços, compostos, basicamente por papel, plásticos, orgânicos, embalagens, materiais de escritório e outros. Resíduos de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários São aqueles gerados em terminais, navios, aviões e veículos de transporte. Para Monteiro et al. (2001) são gerados a partir do consumo dos passageiros dentro desses transportes, e pode ter certa periculosidade, pois existe o risco de transmissão de doenças que já foram erradicadas no país. Além disso, a transmissão pode ocorrer por meio de cargas que podem estar contaminadas, como plantas e carnes, por exemplo. Resíduos Agrossilvopastoris Gerados a partir de atividades agrícolas, pecuáriase de silvicultura. São compostos por embalagens de fertilizantes e defensivos agrícolas, rações, resíduos de colheita e outros. Resíduos de Mineração Oriundos das atividades de pesquisa, extração ou bene�ciamento de minérios. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 12/38 Resíduos Industriais Provenientes das atividades e instalações industriais. Esses tipos de resíduos possuem características diversi�cadas, pois dependem dos materiais e substâncias que são utilizados e manipulados para a produção de produtos. Para isso, é preciso conhecer previamente todo processo industrial, incluindo as matérias primas e insumos, com o objetivo de classi�car o resíduo. Para fazer a classi�cação do resíduo, podemos utilizar a NBR 10.004 (ABNT, 2004) que pode ser aplicável para classi�cação de qualquer resíduo, independentemente de sua origem, assim podemos utilizá-la para classi�car os resíduos industriais em Classe I (Perigosos), Classe II-A (Não Inertes) e Classe II-B. Resíduos Radioativos São de�nidos como qualquer material resultante de atividade humana, que contém radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especi�cados nas Instruções Normativas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - Norma CNEN-NN-6.02 – Licenciamento de Instalações Radioativas, e para o qual a reutilização é imprópria ou não prevista. Existem vários tipos de resíduos radioativos, tais como: a) Líquidos: apresentam-se como solvente aquoso e solvente orgânico. b) Gasosos: constituem-se de radionuclídeos gasosos ou subprodutos de outros resíduos. c) Sólidos: constituem-se de lixo radioativo em geral, como frascos, ponteiras para pipeta, micro placas, luvas, papel toalha, membrana de nitrocelulose, géis radioativos, animais, sangue. (CNEN, 2004, p. 15). Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) São gerados pelos serviços cujas atividades estejam relacionadas com a atenção humana e saúde animal, tais como hospitais, clínicas odontológicas, consultórios veterinários, farmácias, laboratórios, funerárias, salões de beleza, serviços de piercing e tatuagem, dentre outros. Podem ser classi�cados em: Grupo A, B, C, D e E. Essa classi�cação, é feita a partir da RDC Anvisa nº 222/18 e a Resolução do Conama 358/05, e pode ser observada no quadro a seguir. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 13/38 Classe De�nição Exemplos A – Biológicos Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. Culturas e estoques de microrganismos, bolsas contendo sangue, peças anatômicas e outros B - Químicos Resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de in�amabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quantidade. Produtos farmacêuticos, resíduos de saneantes, desinfetantes, e�uentes de processadores de imagem, reagentes para laboratório e outros. C - Radioativos Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa especi�cados em norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear - Cnen e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Rejeito radioativo resultante de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação. D - Comuns Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, Papéis, plástico, resíduos orgânicos, papelão e outros. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 14/38 Quadro 1.1 - Classi�cação dos RSS Fonte: Adaptado de Resolução 358/05 Conama e RDC 222/18 Resíduos da Construção Civil: são aqueles gerados em novas obras, e reformas. Compostos por materiais dedemolição, entulhos, solos de escavações, também podem conter componentestóxicos como resíduos de tintas e solventes. São classi�cados de acordo com aResolução do Conama 307/02 e suas atualizações (Conama 384/04, 431/11, 469/15),em Classe A, B, C e D, na qual podemos observar a classi�cação no quadro aseguir. podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. E - Perfurocortantes Materiais perfurocortantes ou escari�cantes Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas e outros. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 15/38 Quadro 1.2 - Resíduos de Construção Civil Fonte: Adaptado de Resolução Conama 307 (2002), 384 (2004), 431 (2011), 469 (2015). É essencial conhecermos a origem do resíduo para que possamos classi�cá-lo e pensar nas formas do seu gerenciamento. Classe De�nição Exemplos A Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados. Tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa, concreto, solos não contaminados. B Resíduos recicláveis para outras destinações Plástico, papel, papelão, metais, vidros madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso. C Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação Lã de vidro. D Resíduos perigosos oriundos do processo de construção Tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos, de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 16/38 reflitare�ita Observe como é fundamental conhecer as características dos resíduos sólidos para posteriormente pensar em seu gerenciamento. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 17/38 atividade atividade No que diz respeito em função de sua origem ou natureza, a classi�cação dos resíduos sólidos pode ser: domiciliar ou doméstico, comercial, público, serviços de saúde, agrícola, industrial e de construção civil. Acerca desse assunto, leia as a�rmativas a seguir. I. Os resíduos domiciliares são aqueles que são originados de atividades residenciais, tais como: restos de alimentos, jornais, revistas, garrafas, embalagens, papel higiênico e uma variedade de outros itens, na qual não encontramos resíduos perigosos. II. Os resíduos públicos são provenientes de limpeza pública urbana, logradouros públicos, feiras livres e outros. III. Os resíduos de serviços de saúde são constituídos por resíduos comuns e especiais. São produzidos em serviços de saúde, tais como hospitais, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias etc. IV. Os resíduos de portos, aeroportos e terminais rodoviários, são provenientes de terminais, dentro de navios, aviões e veículos de transporte. A partir das a�rmativas apresentadas anteriormente, é correto o que se a�rma em: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 18/38 A NBR 10.004 (ABNT, 2004) classi�ca os resíduos com base nos critérios de periculosidade, na qual são classi�cados em: Classe I - Resíduos Perigosos São denominados como Classe I, segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) resíduos oriundos de processos produtivos, em unidades industriais e fontes especí�cas.No entanto, resíduos perigosos também podem ser gerados em domicílios e comércios. São considerados resíduos classe I: resíduos ou mistura de resíduos que por sua natureza (in�amabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade) e por suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem apresentar riscos à saúde pública, provocando ou acentuando um aumento na mortalidade por incidências de doenças e riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de maneira inadequada (DERÍSIO, 2012). São exemplos de resíduos classe I: pilhas, baterias, lâmpadas �uorescentes, latas de tinta vazias, latas com solventes, embalagens de agrotóxicos, estopas contaminadas. Classe II A - Não Inertes Apresentam as propriedades, a saber: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água (ABNT, 2004). Como exemplos temos: resíduos orgânicos, papéis, plásticos, podas de Classi�cação de ResíduosClassi�cação de Resíduos 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 19/38 árvores e outros. Resíduos da Classe II B - Inertes Não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade em água, com exceção dos aspectos cor, turbidez, dureza e sabor. Ocorrendo a impossibilidade do enquadramento dos resíduos em pelo menos um dos critérios (tóxico, corrosivo, in�amável, reativo e patogênico) a mesma norma estabelece a necessidade de que amostras dos resíduos sejam submetidas a ensaios tecnológicos (ABNT, 2004). São exemplos de resíduos classe II B: tijolo, vidro, entulho, concreto e outros. A Figura 1.3, resume a classi�cação dos Resíduos Sólidos de acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004). Podemos utilizar essa classi�cação, de acordo com a NBR 10.004, para, de acordo com sua origem, classi�carmos os resíduos entre: perigoso ou não perigoso. Por exemplo, podemos utilizá-la na classi�cação de resíduos industriais. No entanto, temos que observar se o resíduo tem origem conhecida, caso não tenha origem conhecida, o trabalho para classi�cação se torna mais complexo, e mesmo sabendo a origem do resíduo, em alguns casos, precisamos enviar amostras para realização de ensaios em laboratórios. A Figura 1.4 nos mostra o passo a passo, por meio de um �uxograma, para classi�car um resíduo em perigoso ou não perigoso, de acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004). Figura 1.3 - Classi�cação dos Resíduos Fonte: Adaptada de NBR 10.004 (ABNT, 2004). 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 20/38 No caso de resíduos industriais, para iniciarmos a sua caracterização, é preciso conhecer todo processo produtivo que originou aquele resíduo, incluindo as matérias primas e insumos. É fundamental que se tenha informações su�cientes do processo que possam permitir a caracterização correta do resíduo, como por exemplo, �uxogramas com balanço de massa e identi�cação das entradas e saídas. Além disso, é importante analisar as características físicas do resíduo, volume produzido bem como sua composição. Com base nessas informações podemos de�nir se o resíduo é ou não conhecido, e veri�car se pode ser encontrado no Anexo A ou B da NBR 10.004 (ABNT, 2004). Caso o resíduo seja encontrado nas listagens do Anexo A ou B da norma NBR 10.004 (ABNT, 2004) automaticamente podemos classi�cá-lo como perigoso (classe I). E se não for encontrado, é importante que sejam veri�cadas suas características de in�amabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade (ABNT, 2004). E se mesmo assim não for possível analisar essas características, é recomendado que seja feita coleta com amostras do resíduo e o encaminhe para laboratório especializado, para que sejam feitos testes de classi�cação (SILVA, 2008). Características dos Resíduos Sólidos Abordamos anteriormente um fato que é muito importante no gerenciamento de resíduos, a necessidade de identi�car e classi�car, além de conhecer sua fonte geradora. Essa caracterização é essencial, pois nos permite obter informações sobre as características físicas, químicas e biológicas dos resíduos. Em posse dessas informações, teremos elementos fundamentais para o gerenciamento adequado que contemple a coleta, transporte, tratamento e destinação �nal dos resíduos. Figura 1.4 – Caracterização e classi�cação de resíduos Fonte: ABNT (2004, p. VI). 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 21/38 Dentre todas as tipologias de resíduos sólidos apresentados, os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) têm sua composição bastante heterogênea, pois nele são encontrados desde resíduos orgânicos, recicláveis e até mesmo resíduos perigosos, como pilhas, lâmpadas �uorescentes e baterias. Já os resíduos industriais, aqueles provenientes de processos controlados, não têm grande variação em sua composição (MMA, 2017). Devido a esses fatos, vamos conhecer as características dos resíduos sólidos, processo que é fundamental para o gerenciamento de resíduos. Características Físicas dos Resíduos Sólidos No que diz respeito às suas características físicas, os resíduos sólidos podem ser classi�cados em: composição gravimétrica, peso especí�co ou aparente, teor de umidade e compressividade (MONTEIRO et al., 2001). No quadro a seguir podemos observar a descrição de cada uma destas características. Quadro 1.3 - Características físicas dos resíduos sólidos Fonte: Adaptado de Monteiro et al. (2001). A geração per capita está relacionada à quantidade de resíduos sólidos urbanos gerados diariamente e ao número de habitantes de determinada região (MONTEIRO et al., 2001). “É estimado que a geração média de resíduos sólidos urbanos no Brasil é próxima de 1 kg por habitante/dia no país, padrão similar de alguns países da União Europeia” (EEA, 2008, p. 30). Característica física Descrição Composição gravimétrica Consiste no percentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de lixo analisado, está relacionada com a densidade populacional. Peso especí�co ou aparente É o peso do lixo em função do volume ocupado livremente sem qualquer compactação expressa em kg/m Teor de umidade Representa a quantidade de água presente no lixo, medida em percentual de seu peso. Compressividade É o grau de compactação ou redução do volume que uma massa de lixo pode sofrer quando compactada. 3 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 22/38 Aqui no Brasil, podemos observar que a variedade dos resíduos sólidos que produzimos, a maioria são resíduos orgânicos. Segundo Barcelos (2009), no Brasil a fração de matéria orgânica na composição dos resíduos sólidos urbanos �ca entre 50 e 80%. Para visualizarmos melhor, o quadro a seguir nos traz a distribuição e composição gravimétrica de algumas cidades brasileiras, podemos observar que independentemente da composição gravimétrica de algumas cidades brasileiras, o maior percentual está em resíduos orgânicos. Quadro 1.4 – Composição gravimétrica de RSU em algumas cidades brasileiras (em percentual %) Fonte: Adaptado de Santos (2011). Quando conhecemos a composição gravimétrica dos resíduos, podemos pensar na elaboração de projetos de gerenciamento de resíduos, como redução na fonte, segregação na origem, aproveitamento de recicláveis. Resíduo Porto Alegre Belo Horizonte Rio de Janeiro Salvador Orgânico 41,9 65,5 60,7 44,3 Papel/Papelão 20,7 10,1 13,5 19,2 Plástico 22,5 11,3 15,3 20,9 Metal 4,2 2,7 1,7 1,3 Vidro 2,1 2,4 3,2 1,9 Madeira 4,1 - - 2,7 Têxtil 3,6 - - 3,1 Borracha 0,5 8,1 5,5 0,3 Pedra/cerâmica 0,2 - - 6,3 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 23/38 CaracterísticasQuímicas dos Resíduos Sólidos As características químicas encontradas nos resíduos sólidos podem ser: pH, potencial calorí�co, composição química e relação carbono nitrogênio (C/N). Podemos observar a de�nição dessas características, o quadro a seguir nos apresenta as características químicas dos resíduos sólidos. Quadro 1.5 - Características físicas dos resíduos sólidos Fonte: Adaptado de Monteiro et al. (2001). Características Biológicas dos Resíduos Sólidos Para Monteiro et al. (2001), é composta pela população microbiana e microrganismos patogênicos, que são características importantes para que seja escolhido o tratamento e destinação �nal dos resíduos sólidos, e para se pensar no desenvolvimento de inibidores de odores e retardadores e/ou aceleradores da decomposição da matéria orgânica. Característica química Descrição pH Indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos, em geral situa-se na faixa de 5 a 7. O pH varia em uma escala de 0 a 14, sendo de 0 a 6,9 ácido, 7 neutro, de 7,1 a 14 básico. Potencial calorí�co Indica a capacidade potencial de um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido a queima Composição química Consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras. Relação carbono/nitrogênio (C:N) Indica o grau de decomposição da matéria orgânica do lixo nos processos de tratamento/disposição �nal, em geral essa relação encontra-se na ordem de 35/1 a 20/1. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 24/38 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 25/38 atividade atividade A norma regulamentadora NBR 10.004/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelece que a classi�cação dos resíduos deve desenvolver-se com base nos critérios de periculosidade. Sobre a classi�cação dos Resíduos Sólidos, leia as a�rmações a seguir. I. Resíduos Classe I: perigosos, são gerados principalmente nos processos produtivos, em unidades industriais e fontes especí�cas. No entanto, estão presentes nos resíduos sólidos gerados principalmente nos domicílios e comércios. II. Os resíduos da Classe II-A ou Não Inertes: de acordo com a NBR 10.004/2004, podem ter as seguintes propriedades: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. III. Os resíduos da Classe II-B ou Não Inertes: não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade em água. IV. Caso ocorra a impossibilidade do enquadramento dos resíduos em pelo menos um dos critérios (tóxico, corrosivo, in�amável, reativo e patogênico) a mesma norma estabelece a necessidade de que amostras dos resíduos sejam submetidas a ensaios tecnológicos. A partir das a�rmativas apresentadas anteriormente, é correto o que se a�rma em: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 26/38 A Gestão de Resíduos Sólidos, para Barros Junior (2002) consiste nas atividades que são referentes à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para esse �m, na qual envolvem as instituições, as políticas, os instrumentos e os meios. Após de�nido um modelo de gestão de resíduos sólidos, deve-se criar uma estrutura para o gerenciamento dos resíduos. Para Schalch et al. (2002), o manejo dos resíduos precisa obedecer a critérios técnicos que tem por objetivo a minimização do risco a sociedade e ao meio ambiente. Seu desempenho depende de vários fatores, tais como: a forma de geração, acondicionamento na fonte geradora, coleta, transporte, processamento, recuperação e disposição �nal. Assim é preciso criar um sistema dirigido por princípios de engenharia e técnicas de projetos, que possibilite a construção de dispositivos capazes de propiciar a segurança sanitária às comunidades, contra os efeitos adversos dos resíduos. Vamos conhecer a importância do acondicionamento de resíduos a seguir. Acondicionamento De acordo com Barros (2013, p.61), “os resíduos sólidos devem ser acondicionados nos pontos de geração, em recipientes em conformidade com as características dos mesmos, ou seja, o recipiente deve possuir compatibilidade mecânica e química com tais resíduos”. Gestão de Resíduos - AcondicionamentoGestão de Resíduos - Acondicionamento 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 27/38 Para Monteiro et al. (2001, p. 56) “acondicionar os resíduos sólidos signi�ca prepará-los para a coleta de forma sanitariamente adequada, como ainda compatível com o tipo e a quantidade de resíduos”. O acondicionamento dos resíduos domiciliares é fundamental para a execução das etapas seguintes da gestão de resíduos, tais como coleta e transporte. Um bom acondicionamento de resíduos visa: evitar acidentes; evitar a proliferação de vetores; minimizar o impacto visual e possíveis odores; reduzir a heterogeneidade dos resíduos; facilitar a realização da etapa da coleta. Podemos observar que, infelizmente em muitas cidades, os resíduos são acondicionados de maneira inadequada e muitas vezes lançados a céu aberto, com isso vários problemas são associados, tais como: proliferação de vetores, doenças, entre outros. Um recipiente adequado, deve suportar o peso do resíduo, não ceder facilmente, ser seguro, devido ao manuseio na hora coleta. Existe ainda outra característica a ser levada em conta: se os recipientes são com ou sem retorno. Neste último caso, para coleta domiciliar, a coleta será mais produtiva e não haverá exposição de recipientes no logradouro após o recolhimento do lixo, tampouco a necessidade de seu asseio por parte da população. Ao analisarmos, os sacos plásticos são as embalagens mais utilizadas para o acondicionamento de resíduos, quando a coleta for manual, porque: são amarrados pela boca, com facilidade; não tem retorno; são leves. No caso do acondicionamento em contêineres, estes são produzidos atendendo as normas americanas Ansi (American National Standards Institute) (MONTEIRO et al., 2001). Existem contêineres de plástico e de metal. São utilizados principalmente em edifícios e escritórios, os quais são padronizados, com rodas e tampa, porque permitem a coleta semi-automatizada, além disso, tem grande durabilidade e são econômicos. Acondicionamento de Resíduos de Grandes Geradores 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 28/38 São considerados grandes geradores de resíduos, aqueles que produzem mais de 120 litros por dia (MONTEIRO et al., 2001). Para isso, existe uma padronização dos recipientes para acondicionar esses resíduos. Para isso, existem contêineres próprios com capacidades de 760, 1.150 e 1.500 litros, estacionários, basculáveis entre outros. Acondicionamento de Resíduos Industriais Os resíduos industriais, após caracterização em perigosos e não perigosos, de acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004), precisam ser acondicionados de maneira adequada. De acordo com Silva (2008) os recipientes para acondicionar resíduos industriais precisam ter resistência física a pequenos choques, durabilidade, compatibilidade com o equipamento de transporte interno e externo. A escolha do tipo de recipiente dependerá basicamente das características do resíduo, da quantidade gerada, do transporte que será utilizado e da necessidade de tratamento ou não. Normalmente, as indústrias utilizam dois tipos de recipientes: 1. um menor: colocado ao lado dos pontos onde são gerados os resíduos; 2. um maior: colocadona área de armazenamento das indústrias (Central de Resíduos). Geralmente são utilizados: containers, bombonas, tambor metálico e tambor plástico. Um ponto fundamental nas indústrias é a identi�cação dos recipientes de acondicionamento, que Figura 1.5 - Modelo de Contêineres Fonte: Armin Staudt / 123RF 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 29/38 precisam estar identi�cados para o armazenamento e transporte, principalmente de resíduos perigosos. A Figura 1.6 nos apresenta um modelo que pode ser utilizado para identi�car resíduos perigosos. Podemos observar que a identi�cação e acondicionamento de resíduos industriais é essencial para uma boa gestão de resíduos. Figura 1.6: Modelo de identi�cação de resíduos Fonte: Adaptada de Silva (2008) 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 30/38 atividade atividade O acondicionamento dos resíduos tem início após a geração dos resíduos, e tem como objetivo preparar os resíduos de forma adequada para as etapas subsequentes. Considerando os benefícios do acondicionamento, a seguir avalie as situações propostas e sinalize com V para verdadeiro e F para falso: ( ) Visa facilitar a coleta e transporte de resíduos. ( ) Busca evitar a proliferação de vetores de doenças. ( ) Reduz o impacto visual e mau cheiro. A partir das a�rmativas apresentadas anteriormente, assinale a alternativa que apresente, respectivamente, a resposta correta: a) V, V, V. b) F, F, F. c) V, F, V. d) V, V, F. e) F, V, V. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 31/38 indicações Material Complementar LIVRO Elementos de Gestão de Resíduos Sólidos Raphael Tobias de Vasconcelos Barros Editora: Tessitura ISBN: 859-97-4536-0 Comentário: Esse livro aborda as etapas e alternativas do gerenciamento de resíduos, bem como as etapas voltadas à gestão: prevenção, minimização, tratamentos, disposição �nal, com ênfase em ideias de sustentabilidade. 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 32/38 FILME Lixo Extraordinário Ano: 2010 Comentário: Esse documentário acompanhou, por um período de dois anos, o trabalho do artista plástico Vik Muniz no maior aterro sanitário do mundo, no Jardim Gramacho, município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Como proposta inicial, Muniz ia retratar os relatos dos catadores que trabalhavam no local, no entanto, acabou ganhando outra dimensão. É um �lme que fala sobre a questão dos resíduos bem como o trabalho dos catadores. Para assistir ao documentário completo, acesse o link a seguir: <https://www.youtube.com/watch?v=61eudaWpWb8>. Acesso em: 8 abr. 2019. T R A I L E R https://www.youtube.com/watch?v=61eudaWpWb8 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 33/38 conclusão Conclusão Estudamos nesta unidade a de�nição de resíduos sólidos de acordo com a NBR 10.004/04, que consiste nos resíduos em estado sólido e semissólido (lodos) oriundos de atividades industriais, hospitalares, domésticas, comerciais, agrícolas e de varrição. Também foram apresentadas as várias maneiras de se classi�car os resíduos sólidos. As mais comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem. Vimos que os resíduos domiciliares são gerados em residências, sendo compostos na maioria das vezes, por matéria orgânica, e também apresentam uma grande de variedade de materiais que podem ser reciclados, tais como papéis, plástico, latas e outros. Finalizamos nossos estudos com as formas de acondicionamento dos resíduos. Espero que você tenha gostado, bons estudos! referências Referências Bibliográ�cas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS (ABRELPE). Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – 2017. Disponível em: <http://abrelpe.org.br/download-panorama-2017/> Acesso em: 10 mar. 2019. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004: resíduos sólidos: classi�cação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. http://abrelpe.org.br/download-panorama-2017/ 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 34/38 ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC Nº 222, de 22 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. BARBOSA, R. P.; IBRAHIN, F. I. D. 1.ed. Resíduos sólidos: impactos, manejo e gestão ambiental. 1.ed. São Paulo: Érica, 2014. BARROS JUNIOR, C. de. Os resíduos urbanos na cidade de Maringá – um modelo de gestão. Tese (Doutorado em Engenharia Química) - Departamento de Engenharia Química, Universidade Estadual de Maringá. Maringá: UEM, 2002. BARROS, Regina Mambeli. Tratado sobre resíduos sólidos: gestão, uso e sustentabilidade. 1.ed. Rio de Janeiro: Interciência; Minas Gerais: Acta, 2012. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Diário O�cial da União. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2010/Lei/L12305.htm> Acesso em: 12 mar. 2019. CNEN-NN – COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR – 6.02 – Licenciamento de Instalações radioativas. Rio de Janeiro: Cnen, 2004. CONAMA – CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução nº 358 de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição �nal dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. CONAMA – CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução nº 384, de 16 de agosto de 2004. Altera a Resolução Conama nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos. CONAMA – CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução nº 431, de 24 de maio de 2011. Altera o art. 3º da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-Conama, estabelecendo nova classi�cação para o gesso. CONAMA – CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução nº 469, de 30 de julho de 2015. Altera a Resolução Conama nº 307, de 05 de julho de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. São Paulo, SP: O�cina de Textos, 2012. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm 10/02/2021 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_668375_1&PARE… 35/38 LIXO EXTRAORDINÁRIO. YouTube. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch? v=61eudaWpWb8> Acesso em: 29 mar. 2019. RESÍDUOS Sólidos. Portal do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos> Acesso em: 13 mar. 2019. MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: Ibam, 2001. p. 200 PAULINO JR, J. 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