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Prof. Paulo Henrique Nobre Parente Matemática Aplicada à Administração II Unidade 02 - Introdução às funções reais com várias variáveis Administração Prof. Paulo Parente 2 1. Espaço n-dimensional 2. Funções de duas variáveis 3. Limites e continuidade de duas variáveis 4. Derivadas para funções de duas variáveis 5. Máximos e mínimos de funções de duas variáveis 6. Introdução às funções de três ou mais variáveis Sumário Administração Prof. Paulo Parente Exercícios 3 Administração Prof. Paulo Parente 1. Espaço n-dimensional • Espaço bidimensional • Situações que envolvem mais de duas variáveis: ‣ Demanda de um produto em função do seu preço unitário e de seu substituto. ‣ Custo unitário em função do desempenho de três departamentos de produção. ‣ Preferência do consumidor em relação ao consumo de dois bens quaisquer. • Conjunto bidimensional: ‣ Conjunto formado por todos os pares ordenados de reais, indicado por ou : ‣ ℝ2 ℝxℝ ℝ2 ℝ2 = {(a, b) |a ∈ ℝ e b ∈ ℝ} 4 Administração Prof. Paulo Parente 1. Espaço n-dimensional • Relações em • Chama-se relação no a todo subconjunto de : ‣ Seja ‣ Seja ‣ Seja ℝ2 ℝ2 ℝ2 A = {(x, y) ∈ ℝ2 |y = 2x + 1} B = {(x, y) ∈ ℝ2 |y ≥ 2x + 1} C = {(x, y) ∈ ℝ2 |x2 + y2 ≤ 4} 5 Administração Prof. Paulo Parente 1. Espaço n-dimensional • Distância entre dois pontos • Sejam e dois elementos de , representados geometricamente pelo pontos e . A distância entre eles é dada por: ‣ (x1, y1) (x2, y2) ℝ2 P1 P2 d(P1, P2) = (x2 − x1)2 + (y2 − y1)2 6 Administração Prof. Paulo Parente 1. Espaço n-dimensional • Espaço tridimensional • Conjunto tridimensional: ‣ Conjunto formado por todas as triplas ordenadas de reais, indicado por ou : ‣ : ‣ Um elemento do pode ser representado por um ponto de abscissa , ordenada e cota , num sistema de eixos , e perpendiculares dois a dois. ℝ3 ℝxℝxℝ ℝ3 ℝ3 = {(a, b, c) |a ∈ ℝ, b ∈ ℝ e c ∈ ℝ} (a, b, c) ℝ3 P a b c Ox Oy Oz 7 Administração Prof. Paulo Parente 1. Espaço n-dimensional • Relações em • Chama-se relação no a todo subconjunto de : ‣ Se ‣ Se ℝ3 ℝ3 ℝ3 A = {(x, y, z) |x = 0} B = {(x, y, z) |z = 2} 8 Administração Prof. Paulo Parente 1. Espaço n-dimensional • Equações do plano • Toda relação do que satisfaz uma equação do tipo (com reais e não nulos simultaneamente) tem por representação geométrica um plano no espaço tridimensional. ‣ Exemplo: ℝ3 ℝ3 ax + by + cz + d = 0 a, b, c, d a, b, c 2x + 3y + z − 6 = 0 9 Administração Prof. Paulo Parente 1. Espaço n-dimensional • Distância entre dois pontos em • Sejam e dois elementos de representados pelos pontos e . A distância entre eles é dada por: ‣ ℝ3 (x1, y1, z1) (x2, y2, z2) ℝ3 P1 P2 d(P1, P2) = (x2 − x1)2 + (y2 − y1)2 + (z2 − z1)2 10 Administração Prof. Paulo Parente 1. Espaço n-dimensional • O conjunto • Seja o conjunto dos números reais. O conjunto formado pelas ênuplas ordenadas de reais é chamado de espaço n-dimensional e é indicado por . ‣ é um elemento de ‣ é um elemento de ‣ é um elemento de ℝn ℝ ℝn (3, 4, 2, 6) ℝ4 (2, 1, 6, 3, − 5) ℝ5 (2, − 3, 4) ℝ3 11 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Introdução • Função de várias variáveis ‣ Descreve quantitativamente a forma pela qual várias variáveis se relacionam. ‣ Função de duas variáveis: ‣ A demanda por manteiga depende do preço unitário e do preço unitário da margarina . Assim, a quantidade demandada é função de e : . ‣ Aplicação de função de duas variáveis: ‣ A função de Cobb-Douglas é uma função de produção que relaciona a quantidade produzida de algum bem em certo intervalo de tempo com os insumos variáveis necessários a essa produção (trabalho, terra, capital e outros). . p1 p2 q p1 p2 q = f(p1, p2) P = f(L, K) = A . Kα . L1−α 12 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Função de duas variáveis • Definição ‣ Seja um subconjunto do . Chama-se função de em toda relação que associa a cada par ordenado pertencente a um único número real indicado por . O conjunto é chamado domínio da função, e é chamado de imagem de ou valor de em . ‣ Exemplo: ‣ Seja e . ‣ Calcule e . D ℝ2 D ℝ (x, y) D f(x, y) D f(x, y) (x, y) f (x, y) D = ℝ2 f(x, y) = x2 + y2 f(2, 3) f(1, − 2) 13 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Gráfico de funções de duas variáveis • Apresentação gráfica das funções ‣ O estudo de funções de uma variável tem seu gráfico definido pelo conjunto representado por: . ‣ O estudo de funções de duas variáveis tem seu gráfico definido pelo conjunto representado por: . {(x, y) ∈ ℝ |y = f(x) e x ∈ D} {(x, y, z) ∈ ℝ3 |z = f(x, y) e (x, y) ∈ D} 14 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Gráfico de funções de duas variáveis • Apresentação gráfica das funções ‣ A obtenção do gráfico de duas variáveis pode ser um problema em algumas situações. ‣ Costuma-se utilizar uma forma alternativa de apresentação de gráficos: curvas de nível. ‣ Determine o gráfico da função , cujo domínio é dado por: ‣ f(x, y) = x + y D = {(0,0), (1,0), (2,0), (0,1), (1,1), (2,1), (0,2), (1,2), (2,2)} 15 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Gráfico de funções de duas variáveis • Apresentação gráfica das funções ‣ Considere a função constante , com domínio . ‣ Considere a função , com domínio . f(x, y) = 4 D = ℝ2 f(x, y) = 6 − 2x − 3y D = ℝ2 16 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Gráfico de funções de duas variáveis • Apresentação gráfica das funções ‣ Considere a função de , com domínio . ‣ Precisamos obter seções paralelas ao plano e ao plano . z = x0,5 . y0,5 D = {(x, y) ∈ ℝ2 |x ≥ 0 e y ≥ 0} x0z y0z 17 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Curvas de nível • Introdução e definição ‣ Dificuldade de desenhar o gráfico de uma função de duas variáveis. ‣ O conjunto de pontos do domínio que têm a mesma cota . ‣ As curvas de nível de uma função de duas variáveis são aquelas com equação , onde é uma constante na imagem de . c f f(x, y) = k k f 18 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Curvas de nível • Introdução e definição ‣ Seja a função . As curvas de nível , e são: ‣ ‣ ‣ f(x, y) = x2 + y2 c = 1 c = 2 c = 4 c = 1 ⇒ x2 + y2 = 1 c = 2 ⇒ x2 + y2 = 2 c = 2 ⇒ x2 + y2 = 4 19 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Curvas de nível • Exemplo 1 ‣ Esboce as curvas de nível das funções: ‣ , nos níveis de e ‣ , nos níveis de , , e ‣ , nos níveis de e f(x, y) = 3x + 4y c = 12 c = 24 f(x, y) = xy c = 1 c = − 1 c = 2 c = − 2 f(x, y) = 1 x2 + y2 c = 1 c = 4 20 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Curvas de nível • Exemplo 2 ‣ Dada a função ‣ Esboce o domínio da função. ‣ Descreva duas curvas de nível quaisquer. f(x, y) = 9 − x2 − 3y2 21 Administração Prof. Paulo Parente 2. Funções de duas variáveis • Curvas de nível • Exemplo 3 ‣ Seja a receita de vendas de dois produtos de quantidades e . Esboce o gráfico dos pontos para os quais a receita vale . R = 2x + 3y x y (x, y) $120,00 22 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Definição ‣ O limite de quando tende ao ponto é o número (se existir) do qual se aproxima quando se aproxima de , por qualquer caminho, sem no entanto ficar igual a . Indicamos por: ‣ ‣ Caso seja igual a , dizemos que é contínua ; caso contrário, é dita descontínua em . f(x, y) (x, y) (x0, y0) L f(x, y) (x, y) (x0, y0) (x0, y0) lim (x,y)→(x0,y0) f(x, y) = L L f(x0, y0) f (x0, y0) f (x0, y0) 23 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Exemplo 1 ‣ Seja . Determine o limite de quando se aproxima do ponto : ‣ ‣ Como , é contínua em . f(x, y) = x + y f(x,y) (x, y) (2,3) lim (x,y)→(2,3) f(x, y) = 5 f(2,3) = 5 f (2,3) 24 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Exemplo 2 ‣ Seja . O limite de quando se aproxima de é . Isto é: ‣ ‣ Como , é descontínua em . f(x, y) = {x + y, se (x,y) ≠ (2,3)6, se (x,y) = (2,3) f(x, y) (x, y) (2,3) 5 lim (x,y)→(2,3) f(x, y) = 5 f(2,3) = 6 f (2,3) 25 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Continuidade ‣ Uma função , diz-se contínua em se ‣ , ou seja, 1. existe; 2. este limite é igual a . f : D ⊂ ℝ2 → ℝ (x0, y0) ∈ D lim(x,y)→(x0,y0) f(x, y) = f(x0, y0) lim(x,y)→(x0,y0) f(x, y) f(x0, y0) 26 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Proposições: ‣ Polinômios são funções contínuas em todo o seu domínio . Exemplo: . ‣ O produto e o quociente de funções contínuas são funções contínuas (nos pontos do seu domínio). Exemplo: é contínua em . ‣ A composição de funções contínuas é uma função contínua (nos pontos do seu domínio). Exemplo: é contínua em D = ℝ2 f(x, y) = x2 + y2 − xy f(x, y) = x 2 + y2 xy − 1 D = ℝ 2 : xy ≠ 1 f(x, y) = sen(x2 + y2) D = ℝ2 27 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Exemplo 1 ‣ Dada a função , obtenha o .f(x, y) = 2x + 3y lim(x,y)→(3,4) f(x, y) 28 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Exemplo 2 ‣ Dada a função , obtenha o .f(x, y) = x3 − x2y x − y lim(x,y)→(1,1) f(x, y) 29 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Exemplo 3 ‣ Seja , se e se . ‣ Para que valor de a função é contínua em ? ‣ Para este valor de , é contínua em ? f(x, y) = x 5 − y5 x − y x ≠ y f(x, y) = L x = y L (1,1) L f (2,2) 30 Administração Prof. Paulo Parente 3. Limites e continuidade • Limite e continuidade • Exemplo 4 ‣ Calcule, se existir, o .lim(x,y)→(0,0) f(x, y) = xy x2 + y2 31 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Derivadas parciais • Definição (em relação a ) ‣ Identificar a variação de a partir de pequenas variações de e . ‣ Abordagem de cálculo consiste em manter uma das variáveis constantes: derivadas parciais. ‣ Considere um ponto ; se mantivermos constante no valor e variamos o valor para , a função dependerá apenas da variável : ‣ Taxa média de variação de em relação a : ‣ x z = f(x, y) x y (x0, y0) y y0 x0 x0 + Δx x Δf = f(x0 + Δx, y0) − f(x0, y0) f x Δf Δx = f(x0 + Δx, y0) − f(x0, y0) Δx 32 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Derivadas parciais • Definição (em relação a ) ‣ A derivada parcial de no ponto em relação a é o limite (se existir e for um número real) de , quando tende a . ‣ Logo, o cálculo da derivada parcial é indicada por um: ‣ x f (x0, y0) x Δf Δx Δx 0 ∂f ∂x (x0, y0) = fx(x0, y0) = limΔx→0 Δf Δx 33 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Derivadas parciais • Definição (em relação a ) ‣ Identificar a variação de a partir de pequenas variações de e . ‣ Abordagem de cálculo consiste em manter uma das variáveis constantes: derivadas parciais. ‣ Considere um ponto ; se mantivermos constante no valor e variamos o valor para , a função dependerá apenas da variável : ‣ Taxa média de variação de em relação a : ‣ y z = f(x, y) x y (x0, y0) x x0 y0 y0 + Δy y Δf = f(x0, y0 + Δy) − f(x0, y0) f y Δf Δy = f(x0, y0 + Δy) − f(x0, y0) Δy 34 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Derivadas parciais • Definição (em relação a ) ‣ A derivada parcial de no ponto em relação a é o limite (se existir e for um número real) de , quando tende a . ‣ Logo, o cálculo da derivada parcial é indicada por um: ‣ y f (x0, y0) y Δf Δy Δy 0 ∂f ∂y (x0, y0) = fy(x0, y0) = limΔy→0 Δf Δy 35 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Derivadas parciais • Exemplo 1 ‣ Seja . Calcule, pela definição, e .f(x, y) = 2x + 3y fx (4,5) fy (4,5) 36 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função derivada parcial • Definição ‣ O cálculo de e num ponto genérico gera duas funções de e : ‣ A função é chamada de função derivada parcial de em relação a ‣ A função é chamada de função derivada parcial de em relação a ‣ Para o cálculo de e , pode-se aplicar as regras de derivação estudadas em funções de uma variável, desde que: ‣ No cálculo de considere como constante ‣ No cálculo de considere como constante fx fy (x, y) x y fx(x, y) f x fy(x, y) f y fx fy fx y fy x 37 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função derivada parcial • Definição ‣ Se , então: ‣ ‣ ‣ Para calcular e , basta substituir por e por nas derivadas: ‣ ‣ f(x, y) = x2 + y2 fx(x, y) = 2x fy(x, y) = 2y fx(3,4) fy(3,4) x 3 y 4 fx(3,4) = 2x3 = 6 fy(3,4) = 2x4 = 8 38 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função derivada parcial • Definição ‣ Se , então: ‣ ‣ ‣ Para calcular e , basta substituir por e por nas derivadas: ‣ ‣ f(x, y) = x3 + y2 + 2xy fx(x, y) = 3x2 + 2y fy(x, y) = 2y + 2x fx(1,1) fy(1,1) x 1 y 1 fx(1,1) = 3 + 2 = 5 fy(1,1) = 2 + 2 = 4 39 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função derivada parcial • Exemplo 1 ‣ Suponha que a quantidade de batata demandada por semana (em kg) num supermercado seja a função do seu preço unitário (por kg) e do preço unitário (por kg) do arroz, de acordo com a relação . Calcule e . Interprete o resultado. x y q = f(x, y) = 1.000 − 2x2 + 15y fx(3,4) fy(3,4) 40 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Interpretação geométrica das derivadas parciais • Situação em que é mantido constante ( ) • Encontrar a derivada da função (de ) no ponto , cujo gráfico é a intersecção do gráfico de com o plano de equação . y y = y0 x x0 f y = y0 41 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Interpretação geométrica das derivadas parciais • Situação em que é mantido constante ( ) • Encontrar a derivada da função (de ) no ponto , cujo gráfico é a intersecção do gráfico de com o plano de equação . x x = x0 y y0 f x = x0 42 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Diferencial de uma função • Definição • Considere a função dada por , calculemos a variação de sofrida pela função quando e sofrem variações e a partir do ponto : • Calcule , se: • , • e • f(x, y) = 2x2 + 3y2 Δf x y Δx Δy (x0, y0) Δf = f(x0 + Δx, y0 + Δy) − f(x0, y0) Δf x0 = 5 y0 = 6 Δx = Δy = 0,01 43 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Diferencial de uma função • Definição • Ao analisar a expressão , nota-se que: ‣ e ‣ são desprezíveis quando comparados com ‣ Δf = 4x0Δx + 6y0Δy + 2Δx2 + 3Δy2 4x0 = ∂f ∂x (x0, y0) 6y0 = ∂f ∂y (x0, y0) 2Δx2 + 3Δy2 4x0Δx + 6y0Δy Δf ≈ ∂f ∂x (x0, y0)Δx + ∂f ∂y (x0, y0)Δy 44 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Diferencial de uma função • Definição • Seja uma função com duas variáveis e seja um ponto de seu domínio. Seja a variação sofrida por ao passarmos do ponto para o ponto . Ou seja: ‣ f (x0, y0) Δf f(x, y) (x0, y0) (x0 + Δx, y0 + Δy) Δf = f(x0 + Δx, y0 + Δy) − f(x0, y0) 45 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Diferencial de uma função • Definição • Dizemos que é diferencial no ponto se puder ser escrita da forma: ‣ • Em que as funções e têm limites iguais a zero quando tende a . f (x0, y0) Δf Δf = ∂f ∂x (x0, y0) . Δx + ∂f ∂y (x0, y0) . Δy+Δx . h1(Δx, Δy) + Δy . h2(Δx, Δy) h1 h2 (Δx, Δy) (0,0) 46 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Diferencial de uma função • Definição • Retomando para a expressão . • Encontramos: ‣ ‣ ‣ e , ambas com limites nulos quando tendem a , concluímos que é diferenciável num ponto genérico . Δf = 4x0Δx + 6y0Δy + 2Δx2 + 3Δy2 4x0 = ∂f ∂x (x0, y0) 6y0 = ∂f ∂y (x0, y0) h1(Δx, Δy) =2Δx h2(Δx, Δy) = 3Δy (Δx, Δy) (0,0) f (x0, y0) 47 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Diferencial de uma função • Definição • Seja uma função com duas variáveis. Se as derivadas parciais e são contínuas num conjunto aberto A, então é diferenciável em todos os pontos A. ‣ Exemplo: A função é diferenciável em todos os pontos de , pois as derivadas parciais e são contínuas em . A diferencial de num ponto genérico é igual a: . f ∂f ∂x ∂f ∂y f f(x, y) = 2x2 + 4y3 ℝ2 ∂f ∂x = 4x ∂f ∂y = 12y2 ℝ2 f (x, y) df = 4x . Δx + 12y2 . Δy 48 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Diferencial de uma função • Exemplo 1 • Considere a função receita , calcule o diferencial da função em , e . f(x, y) = − x2 − y2 + 100x + 200y x = 10 y = 30 Δx = Δy = 0,01 49 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Diferencial de uma função • Exemplo 2 • Considere a função receita , calcule o diferencial da função em , , e . f(x, y) = − 4xy2 + 2x3y − 3 x = 1 y = 2 Δx = 0,01 Δy = − 0,02 50 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função composta • Derivada por substituição • Considere a função de produção , em que e são as quantidades de dois insumos, capital e trabalho, e , a quantidade produzida de um produto. Suponhamos que o capital cresça com o tempo , de acordo com a relação , e que o trabalho cresça de acordo com a relação . P(x, y) = 6x0,5y0,5 x y P x t x = 0,16t y y = 0,09t 51 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função composta • Regra da cadeia • Para funções de uma variável, , onde , a função composta toma a forma e sua regra da cadeia . • Para funções de duas variáveis, podemos ter as seguintes situações na composição de funções: ‣ e ‣ , e ‣ , e y = f(x) x = g(t) y = f(g(t)) dy dt = dy dx . dx dt y = f(x) x = x(u, v) ⇒ y = f(x(u, v)) z = f(x, y) x = x(t) y = y(t) ⇒ z = f(x(t), y(t)) z = f(x, y) x = x(u, v) y = y(u, v) ⇒ z = f(x(u, v), y(u, v)) 52 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função composta • Regra da cadeia (Caso 1) • Se tem derivadas parciais em e tem derivada em , então, a função composta tem derivadas parciais em , dadas por: ‣ ‣ x = x(u, v) (u, v) y = f(x) x(u, v) y = f(x(u, v)) (u, v) ∂y ∂u = dy dx . ∂x ∂u ∂y ∂v = dy dx . ∂x ∂v 53 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função composta • Regra da cadeia (Caso 2) • Suponhamos e sejam deriváveis em relação a t e que é diferenciável no ponto . Então a composta é uma função derivável em relação a dada por: ‣ x = x(t) y = y(t) z = f(x, y) (x(t), y(t)) z = f(x(t), y(t)) t df dt = ∂f ∂x . dx dt + ∂f ∂y . dy dt 54 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Função composta • Regra da cadeia (Caso 3) • Suponhamos que e tenham derivadas parciais no ponto e que seja diferenciável em . Então, tem derivadas parciais em dadas por: ‣ ‣ x = x(u, v) y = y(u, v) (u, v) z = f(x, y) (x(u, v), y(u, v)) z = f(x(u, v), y(u, v)) (u, v) ∂f ∂u = ∂f ∂x . ∂x ∂u + ∂f ∂y . ∂y ∂u ∂f ∂v = ∂f ∂x . ∂x ∂v + ∂f ∂y . ∂y ∂v 55 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Funções implícitas • Teorema da função implícita • Sejam e funções contínuas num domínio e . Se e , então existe um intervalo , com centro em , em que a equação define implicitamente uma única função derivável , tal que e , . • Exemplo: ‣ f(x, y) ∂f/∂y D (x0, y0) ∈ D f(x0, y0) = 0 ∂f/∂y (x0, y0) ≠ 0 I x0 f(x0, y0) = 0 y = h(x) y0 = h(x0) f(x, h(x)) = 0 ∀x ∈ I f(x, y) = x3y + xy3 + x2y2 + xy + 4 = 0 56 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Funções implícitas • Derivada da função implícita • A derivada da função definida implicitamente é encontrada através: ‣ • Exemplos: ‣ ‣ dy dx = − ∂f ∂x ∂f ∂y f(x, y) = 2x2 + y − 1 = 0 f(x, y) = x2 + y2 − 1 = 0 57 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Funções homogêneas • Introdução • Seja uma função de duas variáveis e . Dizemos que é homogênea de grau se, para toda constante positiva , tivermos: . • Exemplos: ‣ ‣ f x y f m λ f(λx, λy) = λm f(x, y) f(x, y) = 3x2 + 6xy P(x, y) = k . xα . y1−α 58 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Funções homogêneas • Aplicação • Seja uma função de produção homogênea de grau , dizemos que: ‣ Se , então tem retornos crescente de escala. ‣ Se , então tem retornos constante de escala. ‣ Se , então tem retornos decrescente de escala. • Homogeneidade das derivadas parciais — Seja uma função em . Se é uma função homogênea de grau , então suas derivadas parciais de primeira ordem são homogêneas de grau . f(x, y) λ λ > 1 f λ = 1 f λ < 1 f f(x, y) ℝ2 f λ λ − 1 59 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Funções homogêneas • Teorema de Euler • Seja uma função de duas variáveis e , homogênea de grau . Então, ‣ • Exemplos: ‣ ‣ ‣ f x y k k . f(x, y) = x . ∂f ∂x (x, y) + y . ∂f ∂y (x, y) f(x, y) = xy − x2 f(x, y) = xy + 5x f(x, y) = 2x2 − 3xy − y2 60 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Derivadas parciais de segunda ordem • Definição • Seja uma função de duas variáveis de e , e suas derivadas parciais. Se calcularmos as derivadas parciais de e , obteremos quatro funções chamadas derivadas parciais de segunda ordem: , , , . • Exemplos: ‣ ‣ ‣ f x y fx fy fx fy fxx fxy fyx fyy f(x, y) = 4x2 + 3y2 − 6xy f(x, y) = x3 + x2y3 − 2y2 f(x, y) = 6x0,5y0,5 61 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Introdução • Aplicação de derivadas parciais no estudo de otimização de funções. • Otimizar significa encontrar seu ponto de máximo ou de mínimo. • Identificar máximos e mínimos (locais e/ou globais). • Problemas de otimização: ‣ Determinar a máxima produção de uma empresa com um dado orçamento ‣ Encontrar a combinação de insumos que permite obter nível de produção, a custo mínimo 62 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Introdução • Seja uma função de duas variáveis e . Dizemos que um ponto do domínio é um ponto de máximo relativo de se existir uma bola aberta de centro e raio , tal que, para todo ponto do domínio situado no interior dessa bola aberta, tenhamos: . Ao número damos o nome de valor máximo de . f x y (x0, y0) D f (x0, y0) r P(x, y) f(x, y) ≤ f(x0, y0) f(x0, y0) f 63 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Introdução • Seja uma função de duas variáveis e . Dizemos que um ponto do domínio é um ponto de mínimo relativo de se existir uma bola aberta de centro e raio , tal que, para todo ponto do domínio situado no interior dessa bola aberta, tenhamos: . Ao número damos o nome de valor máximo de . f x y (x0, y0) D f (x0, y0) r P(x, y) f(x, y) ≥ f(x0, y0) f(x0, y0) f 64 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Introdução • Seja uma função de duas variáveis e . Dizemos que um ponto do domínio é um ponto de máximo global (ou absoluto) de se para todo ponto do domínio, tivermos: . • Seja uma função de duas variáveis e . Dizemos que um ponto do domínio é um ponto de mínimo global (ou absoluto) de se para todo ponto do domínio, tivermos: . f x y (x0, y0) D f P(x, y) f(x, y) ≤ f(x0, y0) f x y (x0, y0) D f P(x, y) f(x, y) ≥ f(x0, y0) 65 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Teorema 1 • Seja uma função com duas variáveis e e seja um ponto no interior ao domínio. Se for um ponto de máximo ou de mínimo de e se existirem as derivadas parciais e , então: e . • Exemplo: ‣ ‣ f x y (x0, y0) (x0, y0) f fx fy fx(x0, y0) = 0 fy(x0, y0) = 0 f(x, y) = x2 + y2 − 2x + 1 f(x, y) = x2 + y2 − 2x − 2y + xy 66 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas• Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Teorema 1 • Convém ressaltar que o teorema não garante a existência de ponto máximo ou de mínimo, mas sim possíveis pontos de máximo ou de mínimo. Assim, pode ocorrer de termos e sem que seja ponto de máximo ou de mínimo. • Exemplos: ‣ ‣ fx(x0, y0) = 0 fy(x0, y0) = 0 (x0, y0) f(x, y) = xy f(x, y) = 6 − 2x − 3y 67 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Teorema 2 • Seja , contínua, com derivadas parciais até segunda ordem contínuas. Seja um ponto crítico de . Chamemos o determinante: • de Hessiano de no ponto . Se: ‣ e , então será ponto de máximo de . ‣ e , então será ponto de mínimo de . ‣ , então será ponto de sela de . z = f(x, y) (x0, y0) f H(x0, y0) = fxx(x0, y0) fxy(x0, y0) fyx(x0, y0) fyy(x0, y0) f (x0, y0) H(x0, y0) > 0 fxx(x0, y0) < 0 (x0, y0) f H(x0, y0) > 0 fxx(x0, y0) > 0 (x0, y0) f H(x0, y0) < 0 (x0, y0) f 68 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Teorema 2 • Considere a função abaixo, identifique o ponto crítico e classifique-o. ‣ f(x, y) = x2 + y2 − 2x 69 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Teorema 2 • Considere a função abaixo, identifique o ponto crítico e classifique-o. ‣ f(x, y) = − 1 4 x4 − 1 4 y4 + x + y 70 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Teorema 2 • Considere a função abaixo, identifique o ponto crítico e classifique-o. ‣ f(x, y) = 1 5 x5 − x + 1 5 y5 − 16y 71 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Teorema 2 • Considere a função abaixo, identifique o ponto crítico e classifique-o. ‣ f(x, y) = x2 − 2xy + y2 72 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Análise do ponto de fronteira • Análise da otimização sem uso dos teoremas. • Utilizar as curvas de nível da função a ser otimizada. • Exemplo: ‣ Considere a função dada por , definida no domínio dado pelas inequações , e . f f(x, y) = 2x + y D x ≥ 0 y ≥ 0 x + y ≤ 7 73 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos para funções de duas variáveis • Análise do ponto de fronteira • Análise da otimização sem uso dos teoremas. • Utilizar as curvas de nível da função a ser otimizada. • Exemplo: ‣ Considere a função dada por , definida no domínio dado pelas inequações , , e . f f(x, y) = x + y D x ≥ 0 y ≥ 0 2x + y ≥ 10 x + 2y ≥ 10 74 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos condicionados • Introdução • Considere uma função , com domínio . Se restringir o domínio aos pontos que satisfazem uma dada relação e procurarmos, entre esses pontos, os pontos de máximo e mínimo, estamos resolvendo um problema de máximo e mínimo de condicionados à restrição . f(x, y) D (x, y) Φ(x, y) = 0 f Φ(x, y) = 0 75 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos condicionados • Método da substituição • Tal método consiste em substituir (ou ) obtido a partir da restrição , na função . Obtém-se, dessa forma, uma função de uma única variável, e o problema se reduz à determinação de máximos e mínimos de funções de uma variável. • Exemplo: ‣ ‣ x y Φ(x, y) = 0 f f(x, y) = x2 + y2 Φ(x, y) = x + y = 4 76 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos condicionados • Método dos multiplicadores de Lagrange • Suponha que a função , sujeita à restrição , tenha um ponto de máximo e que o gráfico da restrição seja a curva (esquerda). Suponha também que as curvas de nível de tenham a forma das curvas (centro). É intuitivo admitir que, no ponto máximo de , sujeita à restrição , a curva de nível de e admitam uma tangente em comum (direita). f Φ(x, y) = 0 f f Φ(x, y) = 0 f(x, y) = c Φ(x, y) = 0 77 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos condicionados • Método dos multiplicadores de Lagrange • As funções estão definidas implicitamente e compartilham um ponto em comum: ‣ • Ou seja, deve existir um número , tal que: ‣ e • O número é chamado de multiplicador de Lagrange. − ∂f ∂x ∂f ∂y = − ∂Φ ∂x ∂Φ ∂y ⇒ ∂f ∂y ∂Φ ∂y = ∂f ∂x ∂Φ ∂x = λ λ ∂f ∂y = λ ∂Φ ∂y ∂f ∂x = λ ∂Φ ∂x λ 78 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos condicionados • Método dos multiplicadores de Lagrange • Seja uma função com duas variáveis e uma restrição. Se e admitirem derivadas parciais contínuas e for um ponto de máximo (ou de mínimo) de , interior ao domínio, condicionado à restrição e, ainda, se ou , então existe um número , tal que: ‣ ‣ f Φ(x, y) = 0 f(x, y) Φ(x, y) (x0, y0) f Φ(x, y) = 0 ∂Φ ∂x (x0, y0) ≠ 0 ∂Φ ∂y (x0, y0) ≠ 0 λ ∂f ∂x (x0, y0) = λ ∂Φ ∂x (x0, y0) ∂f ∂y (x0, y0) = λ ∂Φ ∂y (x0, y0) 79 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos condicionados • Método dos multiplicadores de Lagrange • Frequentemente, o sistema de equações ‣ , , • aparece na forma: ‣ , , • em que . ∂f ∂x = λ ∂Φ ∂x ∂f ∂y = λ ∂Φ ∂y Φ(x, y) = 0 ∂F ∂x = 0 ∂F ∂y = 0 ∂F ∂λ = 0 F(x, y, λ) = f(x, y) − λ . Φ(x, y) 80 Administração Prof. Paulo Parente 4. Derivadas • Máximos e mínimos condicionados • Método dos multiplicadores de Lagrange • Seja uma função sujeita à restrição .f(x, y) = x2 + y2 x + y − 4 = 0 81 Administração Prof. Paulo Parente Exercícios 82 Prof. Paulo Henrique Nobre Parente Obrigado!