Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONSULTA COM CRIANÇAS Para atender com qualidade, o médico deve ser possuidor de um conjunto amplo de competências e habilidades específicas com as crianças, seus pais ou cuidadores diretos. As habilidades de comunicação variam em função da gravidade do problema clínico da criança, do local onde o atendimento está sendo realizado, das aflições e angústias da família do paciente, das expectativas e necessidades dos pais, da idade de cada criança, de sua capacidade de comunicação, das características do profissional que a atende, do projeto e dinâmica da instituição. As crianças são pessoas em fase de vulnerabilidade máxima e limitada autonomia. Logo, além de cuidados físicos essenciais e de proteção, elas precisam ter seu desenvolvimento mental e emocional e estabelecer bons relacionamentos afetivos. A relação com a criança pode ser estabelecida atraindo-a para uma conversa ou brincadeira compatível com o seu desenvolvimento, oferecendo-lhe brinquedos e mostrando-se sensível aos temores que ela possa ter. Cumprimentar elas pelo nome e envolver elas em interações agradáveis antes de fazer perguntas ou exames é essencial. Deve-se levar em consideração as queixas dos responsáveis e da criança e, caso for preciso, ajudar os responsáveis a distinguir suas ansiedades do problema real da criança. Além de buscar respostas para problemas específicos da saúde física da criança, o médico deve realizar uma série de estratégias de prevenção e orientação antecipadas. A preocupação e a ansiedade maternas seguem duas direções: na direção da doença propriamente dita e na do questionamento da competência materna. Em alguns casos, ocorre a negação ou subestimação do sintoma ou problema real da criança. O médico deve acolher as duas perspectivas: da criança enferma e da percepção que esta condição produz na auto-estima materna e a intensidade desse impacto na mãe. Contratransferência: é definida como o conjunto de reações emocionais mobilizadas no profissional, pelas distrações perceptuais que este possa ter de seu paciente ou dos responsáveis. Duas armadilhas devem ser evitadas na consulta: subestimar as preocupações dos responsáveis e aceitar passivamente o relato, sem dar a devida importância às possibilidades de uma percepção e relato superestimado das queixas e, assim, solicitar mais exames ou tratamentos do que o necessário. ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA As crianças só podem ser adequadamente cuidadas em perspectiva, mirando suas necessidades de hoje, articuladas com sua história pregressa e com as perspectivas do futuro avizinhado. Estrutura clássica da consulta médica: recepção, coleta de dados, exame físico, hipóteses e decisões. A consulta com a criança também envolve perspectivas da família, tarefas educacionais, atividades de promoção da saúde, proteção específica, condutas antecipatórias e aconselhamentos. Existem 3 níveis de interação médicos: paternalista (o médico toma todas as decisões), razoavelmente paternalista (busca a cooperação do paciente da mesma forma que um pai com um adolescente) e o terceiro, caracterizado por uma situação em que o médico ajuda os pais e a criança a ajudarem a si mesmos. A CONSULTA COMEÇOU! Primeiramente, o médico deve se dirigir ao responsável e à criança. É importante acolher e prestar atenção aos relatos do responsável e estabelecer um relacionamento amistoso e gentil com a criança. Os brinquedos ajudam a estabelecer uma relação de confiança com a criança e podem também ser usados para explicar os procedimentos médicos e obter informações da compreensão da criança. TÁTICAS QUE AJUDAM NA APROXIMAÇÃO COM CRIANÇAS Deve-se cumprimentar a criança utilizando estratégias condizentes com a idade da criança, natureza da consulta ou do problema clínico (gravidade). O primeiro contato acolhedor tem potencial para desfazer cargas de ansiedade. Utilizar uma comunicação direta com a criança. COLETA DE INFORMAÇÕES É recomendável que os médicos expliquem, antecipadamente, à criança e aos pais que a participação da criança é importante e desejável. EXAME FÍSICO EM CRIANÇAS DE 10 A 12 MESES DE IDADE Acertar a distância adequada de aproximação, pata não parecer ameaçador e estar próximo o suficiente para estabelecer contato visual e sonoro. Expressões gentis, calmas, movimentos suaves. ENTRE 10 A 12 MESES E 2 A 3 ANOS Nessa idade, a criança costuma se recusar a entrar no consultório. O médico deve averiguar as experiências previas que a criança e a família já tiveram ao lidar com doença, médicos e hospitais. Com crianças em clima de ansiedade e de temor, é melhor iniciar contato com a criança no colo da mãe e, mais tarde, decidir quais procedimentos de exame físico podem ser realizados. CRIANÇAS MAIORES DE 2 E 3 ANOS DE IDADE Nessa idade, as crianças costumam estar mais disponíveis para o diálogo e são mais fáceis de abordar com comunicação direta e pequenas brincadeiras. A criança precisa ter a oportunidade de falar de seus sentimentos, suas dúvidas e fazer perguntas. Crianças temerosas podem ser examinadas no colo do responsável. Algumas atitudes favorecer para que as crianças entendam melhor o momento da consulta, como: disponibilidade acolhedora, contato visual, sorriso, tomar a iniciativa de introduzir assuntos pertinentes, manter distância razoável da criança e colocar-se em nível horizontal. É importante explicar para a criança quais procedimentos serão realizados no exame físico (de preferência demonstrar o procedimento em um brinquedo). CONSULTA COM ADULTOS AMBIENTE DA CONSULTA Para adultos, é ideal que o ambiente tenha total privacidade. Também deve se prestar atenção à disposição das cadeiras, de modo que a mesa não sirva como barreira entre os dois. É recomendado que a cadeira do acompanhante fique um pouco mais afastada, para que não haja interferências excessivas no relato do paciente. Recomenda-se um ambiente com boa iluminação e temperatura. Em caso de consultas em leito hospitalar ou domiciliar, é recomendado que o médico se sente próximo ao paciente. CONSULTA COM PACIENTES ADULTOS Há 4 modelos de relação médico-paciente: o Paternalista. o Informativo. o Interpretativo. o Deliberativo. Esses modelos são baseados em 4 aspectos: o Os objetivos da interação médico-paciente. o Os papéis do médico. o O papel dos valores do paciente. o A concepção da autonomia do paciente. A CONSULTA CENTRADA NO PACIENTE ADULTO Na abordagem centrada no paciente, a consulta é vista mais como um diálogo. É uma abordagem colaborativa: há uma mudança no balanço do poder do paternalismo médico em direção a uma reciprocidade maior. Na abordagem centrada no médico, o profissional tende a ser autoritário, paternalista e dominador. A ESTRUTURA DA CONSULTA COM PACIENTES ADULTOS Anamnese, exame físico, investigação laboratorial (quando necessária) e consulta terapêutica. Iniciar a sessão, coletar informação, construir a relação, explicar e planejar e encerrar a sessão. Plano global (série de estratégias) e comportamentos (habilidades específicas). COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DOS MÉDICOS NA CONSULTA COM ADULTOS O médico, para realizar uma boa consulta, precisa ter as seguintes categorias de competências: o Entrevista/ coleta de história clínica. o Exame físico. o Condução do caso. o Solução de problemas. o Relação/ comunicação com pacientes. o Cuidado preventivo. o Registro/ relato escrito. Habilidades interpessoais, habilidades de raciocínio clínico e habilidades práticas. CONSULTA COM IDOSOS Nos países em desenvolvimento, o idoso é todo indivíduo com idade de 60 anos oumais e, nos países e, nos países desenvolvidos, o idoso é aquele indivíduo com 65 anos ou mais. O fator principal que confere a categoria de idoso é: maior vulnerabilidade a intercorrências clinicas e efeitos de agentes agressores. O manejo de problemas clínicos no idoso tem como característica o fato de ser particularmente modulado por aspectos sociais, culturais e ético-filosóficos. Grande parte dos idoso defronta-se com dois sentimentos. O primeiro, é o sentimento de ter pouca utilidade para os outros. O segundo, é o de que está se transformando em uma pessoa diferente do que sempre foi, com reações, limitações e desempenhos inusitados frente aos desafios sociais e biológicos da vida. O AMBIENTE FÍSICO DA CONSULTA O ambiente físico da consulta é importante que seja adequado às limitações funcionais do idoso e também favoreça a comunicação com ele, seus familiares e cuidadores. O ambiente deve ser livre de barreiras e bem iluminado. ENTRANDO EM CONTATO COM O PACIENTE É imprescindível que o médico se identifique, chame o paciente pelo nome e expresse a satisfação em atende-lo, cumprimentando-lhe com aperto de mão. Perguntar qual o nome do paciente é extremamente valioso para a consulta. Orientar o paciente quanto ao local onde deverá sentar. Prestar atenção ao à expressão facial, ao contato visual, ao tom de voz e a outros fatores. ESTABELECENDO LAÇOES E EMPATIA COM O PACIENTE IDOSO E SUA FAMÍLIA Empatia é definida como a apreciação, entendimento e aceitação da situação emocional de outra pessoa. A empatia pode ser favorecida por estratégias como reflexão e legitimação (validação) de sentimentos. Reflexão é a declaração por parte do médico de um sentimento ou emoção do paciente percebida na consulta. Impor, julgar ou criticar um determinado hábito ou prática, pode contribuir para a ideia de que o idoso não está apto a lidar com seus problemas ou tomar decisões adequadas, acentuando seu sentimento de dependência e desvalia. É recomendado que o médico analise com o idoso, de forma aberta e sincera, seus problemas, sem imposições e juízos de valor. É importante concentrar mais em questionamentos do que em interpretações acabadas. QUEIXA PRINCIPAL Uma das características comuns do processo-saúde doença no idoso é a coexistência de múltiplas doenças crônicas e relato de vários sintomas (polissintomatologia). O médico deve hierarquizar os problemas relatados pelo idoso, valorizando os episódios mais agudos motivadores da consulta ou perguntando sobre o que estaria incapacitando mais esse paciente. A efetiva hierarquização de problemas e queixas normalmente só é possível após a tomada de todos os dados do paciente, que ocorre após a entrevista e o exame físico. A HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL Na história do idoso, temos que proceder um apanhado global de vários problemas existentes e/ou relatados. ELEMENTOS IMPORTANTE S DA ENTREVISTA GERIÁTRICA Uso de medicamentos. Capacidade funcional. Avaliação mental. Avaliação do cuidador. Avaliação de hábitos e estilos de vida.
Compartilhar