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ESTUDO DE CENÁRIO ECONÔMICO Belo Horizonte 2 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................03 1. ANÁLISE DE CENÁRIOS E O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.............05 2. TIPOS DE SIMULAÇÕES DE CENÁRIOS ORÇAMENTÁRIOS..................07 3. INTRODUÇÃO A CENÁRIOS ECONÔMICOS E AMBIENTE ECONÔMICO..........09 4. DESEMPREGO E INFLAÇÃO.....................................................................................13 5. IMPORTANTES VARIÁVEIS NO CENÁRIO ECONÔMICO........................15 5.1 Variáveis Sócio Econômicas......................................................................18 5.2 Variáveis Político Econômicas...................................................................18 6. RISCO VERSUS RETORNO – DECISÕES DE INVESTIMENTOS..............19 7. TÉCNICAS PARA TOMADAS DE DECISÕES – VPL, TIR, PAY BACK......28 8. PONTO DE INTERSECÇÃO DE FISHER – COMPARAÇÃO COM OUTRAS TÉCNICAS......................................................................................................32 9. REFERÊNCIAS..............................................................................................38 3 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 INTRODUÇÃO Prezados alunos, Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores. Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho. Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos nossos/ seus alunos. Nesta primeira apostila introduzimos conceitos pertinentes à Ecologia e discorreremos sobre os impactos negativos que acometem o meio ambiente principalmente pelas atitudes do ser humano, algumas vezes por necessidade e outras por falta de conscientização de que suas ações podem comprometer o futuro da vida no planeta. Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos serem os mais importantes para a disciplina. Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 4 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar Dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 5 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 1. ANÁLISE DE CENÁRIOS E O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Fonte:sg21.com.br/ Que estamos em um mundo que muda rapidamente e com grande intensidade, e que isto tem grande influência sobre os negócios, não é segredo para ninguém. E cada vez mais é necessário que as empresas estejam atentas a essas mudanças, sejam elas no comportamento dos consumidores, econômicas ou governamentais ou até mesmo concorrenciais. As organizações precisam analisar detalhadamente o seu posicionamento neste cenário econômico, prever e prevenir que fatores negativos as influencie. Ao mesmo tempo precisam destacar seus pontos fortes e direcionar suas estratégias para que tenham sucesso neste ambiente mutante. E é neste ponto que a Análise de Cenários se faz presente. O que é a Análise de Cenários A Análise de Cenários é um conceito difundido por estudos e consultorias que passou a ser amplamente utilizado como ferramenta de gestão, apesar de ter sua origem na teoria militar. Ela permite que estratégias sejam estabelecidas considerando-se um contexto futuro. Neste caso fatores que podem impulsionar o 6 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 negócio são identificados, esperando-se obter um avanço perante um cenário competitivo. É a Análise de Cenários que irá fundamentar as estratégias da empresa, por isso é de extrema importância na concepção do Planejamento Estratégico. Sua principal função é analisar o contexto (interno e externo) no qual a empresa está inserida. Em seguida, identificam-se os fatores futuros que são passíveis de ocorrer, possibilitando-se visão mais clara do cenário atual e permitindo a tomada de decisão mais fundamentada e precisa. É importante destacar que sua principal função não é tentar prever o futuro, mas identificar fatores que podem se tornar reais a longo prazo. Como utilizar a Análise de Cenários no planejamento estratégico Como vimos, a Análise de Cenários é um processo que pode ser simples, o que permite que empresas dos mais diversos ramos e tamanhos possam utilizá-la como parte da sua definição de planejamento estratégico. Ela utiliza fatores que são comuns a todas as empresas, sendo necessário somente que cada organização identifique os pontos específicos internos e externos a sua empresa e mercado. A Análise de Cenários ajuda no direcionamento e precisão do planejamento estratégico através de uma ampla análise do ambiente corporativo. Isso irá resultar na criação ou adaptação de novas estratégias ou planos de ação para minimizar os riscos e maximizar as oportunidades e as chances de sucesso da empresa. Para entender a importância da Análise de Cenários, vamos dar um passo atrás e fazer um pequeno paralelo com sua vida pessoal. Afinal, temos certeza de que em algum momento, você já parou para imaginar como seria sua vida daqui alguns anos, certo? Pensou onde estaria, com quem estaria, o que estaria fazendo e tudo mais, não é mesmo? Além disto, é muito provável que tenha analisado as principais variáveis e alternativas que poderiam afetar os planos. Neste caso, parabéns, você já fez uma Projeção de Cenários e nem havia se dado conta! Em uma empresa, a Projeção e Análise de Cenários funcionam basicamente da mesma forma, mas com a diferença que os sonhos e desejos dão lugar a objetivos e planos. A partir de um certo tamanho, as empresas não podem mais se dar ao luxo de seguir operando sem um bom Planejamento Estratégico, Tático e Operacional. Não se pode simplesmente arriscar palpites e traçar metas simplesmente baseadas em vontades. E na caminhada de sua empresa para a Excelência na Gestão Empresarial, certamente a Projeção e 7 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Análise de Cenários terá um papel fundamental, auxiliando a tirar a subjetividade e dar muito mais respaldo às tomadas de decisões. 8 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 2. TIPOS DE SIMULAÇÕES DE CENÁRIOS ORÇAMENTÁRIOS Fonte: www.treasy.com.br Basicamente, podemos trabalharcom três formas de simular Cenários Orçamentários: Cenário Base Zero: neste tipo de simulação, é realizada a cópia de toda a estrutura do orçamento (grupos de produtos, canais de distribuição, plano de contas, centros de custos, etc.), porém zerando todos os valores na nova simulação. É comum o uso deste tipo de simulação para a geração de um Orçamento Base Zero, repensando criticamente a importância de cada receita, custo e despesa na empresa; Cenário Cópia ou Incremental: aqui é realizada a cópia de toda a estrutura do orçamento, bem como os valores da simulação base da cópia. Geralmente utilizamos esta opção para uma Revisão Orçamentária ou um Cenário Comparativo (exemplo Visão Otimista x Visão Pessimista); Cenário Ajustado: Também conhecido como Rolling Forecast (inglês), nesta opção é realizada a cópia de toda a estrutura do orçamento e os valores realizados da simulação base são carregados sobrepondo os valores planejados da nova simulação. Esse tipo de simulação é muito útil para realizar uma visão impactada do orçamento. Ou seja, depois que o exercício já está iniciado, onde se refaz o 9 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 planejamento para os meses restantes, considerando os efeitos valores dos meses que já passaram. Cenário Otimista, Cenário Pessimista e Cenário Realista Análise de cenários orçamentários, se tudo correu bem, neste ponto você já deve ter entendido bem os conceitos e deve estar começando a se perguntar: mas afinal, como projetar e analisar cenários na prática? Algumas empresas chegam a criar dezenas de Simulações de Cenários, mas você pode começar com bem menos. E mesmo assim já estará muito à frente da maior parte das empresas no Brasil (incluindo seus concorrentes). Nossa sugestão é começar com três simulações, sendo: Um Cenário Otimista, onde a ideia central é prever um ambiente extremamente favorável para a organização, em que todas as metas de Faturamento sejam batidas, o menor Custo de Produção seja alcançado, as Despesas Operacionais fiquem abaixo dos limites estabelecidos e assim por diante. Um Cenário Pessimista em que o oposto acontece, prevendo as piores situações de Receita, Custos, Despesas e Investimentos para a companhia. E por fim, um Cenário Realista, mais pé no chão. Um cuidado a ser tomado é não confundir o Cenário Realista com um “meio termo” ou “ficar em cima do muro”. Cada cenário deve ser pensado de forma crítica, avaliando os impactos de cada decisão no contexto geral. Decisões Financeiras Básicas: Investimentos, a preocupação primordial diz respeito à avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos nas atividades normais da empresa. Exemplos de Planejamento de Cenários Orçamentários O segredo está nas perguntas! Projeção de Cenários Na prática, Simular Cenários é muito simples e consiste basicamente em partir de um planejamento base já existente e criar diversos modelos derivados deste, onde são alteradas variáveis chave para o modelo de negócios da empresa e então avaliado os impactos no Resultado e Fluxo Caixa. Neste sentido, mais importante do que as respostas, é saber quais as perguntas certas a se fazer. Para ficar mais claro do que estamos falando, separamos abaixo 10 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 alguns exemplos práticos de como o Planejamento de Cenários Orçamentários podem ser úteis para sua empresa, com uma série de perguntas que você pode se fazer antes de tomar uma decisão. Outros exemplos de previsões de cenários econômico-financeiros: Estas são só algumas questões a serem respondidas durante o processo de Planejamento e Orçamento, mas a lista não para por aí. A Projeção de Cenários pode (e deve) ser utilizada por empresas que trabalham em mercados voláteis ou que dependam de índices externos como cambio, taxa de juros, preço de matérias-primas (commodities), etc. Neste caso, algumas perguntas comuns a serem feitas: O que acontece se o dólar subir? E se baixar? Qual nossa posição quanto a taxa de juros? Continuaremos a expandir? Qual o preço mínimo para comprarmos nossa matéria-prima base? E o que acontece se o preço da matéria-prima não baixar e nosso estoque esvaziar? Compraremos ao preço de mercado ou paramos a produção? E se o preço chegar ao “gatilho” de compra, quanto compramos? Aproveitamos para fazer estoque? Qual o custo de manter este estoque? 3. INTRODUÇÃO A CENÁRIOS ECONÔMICOS E AMBIENTE ECONÔMICO As empresas não podem permitir-se ignorar os acontecimentos do mundo exterior. A interdependência das empresas entre si e destas com o Estado e com a economia internacional, é patente. A sobrevivência empresarial depende, em grande parte, do conhecimento dos fatos atuais e da previsão dos acontecimentos futuros, tanto no plano nacional quanto no internacional. Esta é uma condição de trabalho inerente ao próprio estágio de desenvolvimento pelo qual está passando o Brasil. Em princípio, é uma fase de constantes ajustes e reajustes, pois qualquer trabalho atual constitui apenas um teste para o futuro, cujo alvo é a meta do desenvolvimento global. O cenário econômico e financeiro nacional repercute sempre, direta ou indiretamente, sobre as atividades da empresa. O administrador empresarial, para gerir bem os negócios e agir nas 11 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 oportunidades de mercado, deve estar atendo às questões como: Expansão econômica, efeitos da inflação, comportamento dos preços, renda per capita, política salarial e aumento de renda, custo de vida, especialização da mão-de-obra e progresso tecnológico. É fundamental ter também o domínio e conhecimento sobre o fluxo de recursos, tais como: fontes externas, empréstimos a juros, fontes internas, exportações e importações, balança comercial, déficits governamentais e aumentos de impostos, cujos fatores provocam mutações na economia. Importante medir a temperatura econômica, acompanhando os principais índices econômicos, e para compreendermos a importância da economia na gestão das empresas, temos que entender o que seja: microeconomia, o estudo do comportamento dos mercados específicos e da alocação de recursos entre eles, e macroeconomia - o estudo dos eventos no âmbito de toda a economia, como inflação e deflação, prosperidade e recessão. Os aspectos macroeconômicos: Se a macroeconomia estuda a estrutura institucional do sistema financeiro e as políticas econômicas de que o governo federal dispõe para controlar satisfatoriamente o nível de atividade econômica dentro da Economia do país, temos também claro que a teoria e a política macroeconômica não conhecem limites geográficos, pois visam estabelecer uma estrutura internacional segundo a qual os recursos fluam livremente entre as instituições e nações, a atividade econômica seja estabilizada e o desemprego possa ser controlado. Uma vez que a empresa deve operar no âmbito macroeconômico, é importante que o administrador esteja ciente de sua estrutura institucional, estando alerta para as consequências de diferentes níveis de atividade econômica e mudanças na política econômica que afetem seu próprio ambiente de decisão. Sem compreender o funcionamento do amplo ambiente econômico, o administrador não pode esperar obter sucesso para a empresa. Deve perceber as consequências de uma política monetária mais restritiva sobre a capacidade da empresa obter recursos e gerar receitas. Precisa conhecer as várias instituições que atuam na economia para poder avaliar os canais potenciais de investimento e financiamento dos seus negócios. O processo de desenvolvimento econômico do país pode ser avaliado pelo índice agregado, ou seja, o Produto Nacional Bruto (PNB), que provém da produção líquidade todos os ramos de atividades do país, formando um 12 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 valor global, que pode ser comparado com diferentes níveis de produção, em termos monetários, ao longo dos anos, sendo este indicador uma referência que permite relacionar o ramo de atividade e/ou o da empresa, estabelecendo-se um parâmetro quanto ao comportamento crescente ou decrescente, tempestivamente. A técnica de análise por meio de índices consiste em relacionar contas e grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências e situação econômico- financeira da empresa. O analista pode trabalhar com índices ou percentual. A classificação dos índices pela empresa pode ser como ótima, bom, satisfatório ou deficiente, ao compará-los com os índices de outras empresas do mesmo ramo ou porte. Esta comparação é possível através das publicações em revistas especializadas. O crescimento do PNB sintetiza a evolução da produtividade de uma economia, cujas flutuações, determinam o progresso obtido ou a regressão sofrida pelo país, sendo tudo isso, resultante da ação empresa nacional. Os efeitos da inflação, por exemplo, sobre a vida empresarial, além de afetar, em certo grau, as relações entre empregados e empregadores é mais acentuado nos assuntos que envolvem: custos industriais, despesas com serviços e gerais, encargos financeiros, reposição de bens, renovação tecnológica e, planos de expansão a longo-prazo, métodos de gestão, reajustes salariais, etc. Estes efeitos devem ser imediatamente processados e compreendidos no processo decisório da empresa, exigindo as adequações para a sobrevivência. Os aspectos microeconômicos: A microeconomia trata da determinação de estratégias operacionais ótimas para empresas ou indivíduos e as suas teorias fornecem a base para a operação eficiente da empresa. Os conceitos envolvidos nas relações de oferta e demanda, as estratégias de maximização do lucro são extraídas da teoria microeconômica. Questões relativas à composição de fatores produtivos, níveis ótimos de vendas e estratégias de determinação de preço do produto, a mensuração de preferência através do conceito de utilidade, risco e determinação de valor, as razões para depreciar ativos e a análise marginal são todas fundamentadas por teorias no nível microeconômico. 13 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Globalização: A sabedoria convencional nos ensina que os países não mais dispõem do poder absoluto de controlar o seu próprio destino; os governos estão à mercê dos mercados internacionais. O comércio mundial cresceu num ritmo mais acelerado que a produção, e agora o capital internacional se movimenta a uma velocidade sem precedentes, porém, o comércio internacional não é a fonte dos principais problemas dos países. Efeitos da competição internacional, decorrentes da globalização, está muito ligada à produtividade das empresas, à qualidade dos produtos, aos custos e aos serviços agregados nessas relações comerciais internacionais. O superávit comercial é importante para país, mas nem sempre representa força, pois depende do tipo de produto que é exportado, se de valor agregado ou não, e da importância das importações para o desenvolvimento interno. Os juros na economia A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Este aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender esse maior consumo. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento que ficam mais custosos, a economia desacelera e evita-se que os preços subam, ou seja, que ocorra inflação. Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) com o objetivo de tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos. Selic O Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. Hoje, Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia. Copom 14 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização e Administração. O Copom se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também os chefes dos seguintes: Departamento Econômico (Depec), Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin), Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), além do gerente-executivo da Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin). 4. DESEMPREGO E INFLAÇÃO Os economistas costumam respeitar as evidências empíricas por saberem que elas são a única forma de dar utilidade prática à disciplina que cultivam, à qual se dá o nome de economia. Ela tenta entender como se acomoda o comportamento do agente econômico individual e as consequências de sua inevitável agregação no nível coletivo, que parecem revelar relações estáveis e, às vezes, mensuráveis. O grande objetivo é descobri-las e medi-las, nem que seja apenas para conhecer o sinal do eventual nexo de causalidade. E a grande esperança é que possam ser manipuladas para melhorar o nível de bem-estar da sociedade. Um exemplo interessante desse processo é a explicação de um fenômeno tão importante quanto a inflação que acompanha o homem desde o monopólio da emissão da moeda metálica pelo Estado. Durante décadas, a manipulação da identidade PT = MV: o preço médio de tudo que foi transacionado (P), multiplicado pelo volume unitário das transações (T) é necessariamente igual a tudo o que foi pago em moeda (M), multiplicado pelo número de transações feitas por elas (V), foi a grande diversão algébrica dos economistas. E levada ao paroxismo pelos “monetaristas” do século XX, com suas “longas e variáveis defasagens”. Por causa da instabilidade da relação entre a massa monetária e o PIB, a política monetária evoluiu para o controle da taxa de juros de curto prazo. 15 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 A evolução foi causada pelas mudanças autônomas dos comportamentos sociais dos agentes e pelas inovações criadas no mercado financeiro. Nos meados dos anos 1990, chegou-se à compreensão de que a política monetária influi na economia por meio de ao menos quatro canais de “transmissão”: 1. O da taxa de juro. 2. O da taxa de câmbio. 3. O do crédito. 4. O dos efeitos sobre os preços dos ativos (riqueza). Na ponta da linha dos seus aperfeiçoamentos estão os modelos dinâmicos estocásticos de equilíbrio geral (DSGE, em inglês). O Banco Central do Brasil tem no seu corpo profissional bem apetrechados economistas e também os seus modelos. Como ele se comunica com o País em bancocentralês, em matematiquês e em inglês, é frequentemente mal-entendido. Tem um DSGE de médio porte que tem sido mantido no “estado da arte”. Recentemente,recebeu modificações substantivas importantes que, na minha opinião, sugerem que os seus economistas continuam “ligados” às profundas incertezas que envolvem a eficácia da política monetária no mundo. Isso é visível desde o começo, em 2011, quando, provavelmente, com alguma ironia, eles deram o nome de “Samba” ao modelo mais completo... É assunto árido, talvez técnico demais, mas muito revelador. Quais as modificações que foram implementadas? A primeira foi que “a versão log-linearizada do modelo foi substituída pela especificação não linear original, que traz como consequência, a necessidade de definir as curvas de Phillips” (a nebulosa ligação entre variações de salário e desemprego) e a segunda, que “o bloco fiscal foi alterado para tratar a tributação como variável de ajuste para atingir o equilíbrio dinâmico das contas públicas, tornado exógeno o componente dos gastos do governo”. Não há nada de dramático nos novos resultados, mas eles mostram uma resposta mais lenta da inflação e mais aguda do PIB à política monetária. Suspeito que as incertezas que ainda cercam as decisões do Fed estão ligadas à perplexidade de Alan Greenspan. Quando, em 2004, viu a quebra da relação entre as taxas de juro de curto e longo prazo, chamou-a de enigma (conundrum). As pesquisas empíricas recentes parecem mostrar um importante declínio do poder da política monetária para promover a estabilidade da economia. No Brasil é visível pela segmentação do mercado de crédito. Nos EUA, a elasticidade do emprego com relação à taxa de juro parece ter se reduzido estruturalmente em muitos setores, colocando sérios problemas para a sensibilidade 16 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 da chamada Curva de Phillips, os mesmos que preocupam os economistas do nosso Banco Central. 5. IMPORTANTES VARIÁVEIS NO CENÁRIO ECONÔMICO Inflação Atualmente esta é a variável central na economia brasileira, uma vez que toda a política monetária (nível da taxa de juros) está orientada sobre ela. A relação entre inflação e taxa de juros. Desta vez vou me deter na importância de acompanhar os movimentos da inflação para entender os possíveis caminhos da economia. Como o Banco Central define a taxa de juros quase que exclusivamente com base no nível da inflação, acompanhar a inflação nos permite saber se os juros têm maior probabilidade de aumentar ou diminuir. Além disso, a inflação é primeiramente um indicador de aquecimento da economia, de modo que uma alta da inflação aponta que a economia está produzindo além do potencial permitido por sua capacidade produtiva (infraestrutura, mão de obra, etc.), variáveis que falaremos mais adiante. Inflação na prática: Álvaro Bandeira explica sobre cenários econômicos do Brasil, que o Banco Central teve que aumentar a taxa de juros pela primeira vez em meses, uma vez que a inflação já estava em um nível acima da meta considerada tolerável. Portanto, é de se esperar que ainda devem ocorrer novos aumentos enquanto as taxas de inflação não começarem a diminuir. E por outro lado, podemos também perceber que a possibilidade de ocorrerem reduções nos juros no curto prazo é muito remota. Taxa de Juros Como vimos, a taxa de juros é utilizada para controlar a inflação e entendendo os movimentos da inflação, podemos saber o que esperar das taxas de juros. Por sua vez, a taxa de juros (SELIC) é importante para entendermos o cenário econômico brasileiro, uma vez que ela determina diversas variáveis que afetam diretamente o lado real da economia, ou seja, a produção. Entre essas variáveis estão o nível de crédito oferecido, o custo deste crédito e até mesmo o fluxo de dólares que entram e saem do país 17 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Taxa de Juros na prática: Atualmente o Brasil vive um ciclo em que as taxas de juros estão nos níveis mais baixos das últimas décadas. Isso deve-se à melhor organização das finanças do governo ao longo dos últimos anos, e mais recentemente ao período de crise que reduziu as taxas de juros em todo o mundo. No entanto, ainda assim temos uma das taxas de juros mais altas do mundo. Como uma taxa de juros menor estimula a economia, o governo atual adotou como política manter os juros em níveis baixos, para buscar o crescimento. No entanto, como estamos vendo agora, o nível de crescimento atual apesar de ser relativamente baixo, já é maior do que a capacidade produtiva do Brasil consegue naturalmente, resultando em inflação. Com a taxa de juros aumentando novamente, podemos esperar uma desaceleração da economia para um nível onde as taxas de inflação possam diminuir. Câmbio Esta variável econômica é fundamental por determinar o custo das importações e exportações, e consequentemente se no saldo final destas transações o Brasil é credor (exportações > importações) ou devedor (importações > exportações), as chamadas contas externas como veremos adiante. Em uma economia mundial como a de atualmente, o Brasil compete com outros diversos países no momento de vender sua produção internacionalmente. Como o câmbio determina o preço da moeda internacional (o dólar – US$), ele consequentemente afeta o preço dos produtos brasileiros e nossa competitividade frente a outros países. Além do dinheiro proveniente de transações, existe também o fluxo proveniente de capital especulativo (investimentos de curto prazo), que pode afetar a cotação do dólar para valores que prejudiquem às exportações brasileiras. Neste caso o governo adota uma política de controlar a cotação do dólar por meio da compra e venda da moeda e de dos chamados swaps cambiais. Câmbio na prática: Em períodos de crise, é comum que os governos adotem medidas para desvalorizar sua moeda e assim aumentar a competitividade dos produtos da economia (eles ficam mais baratos em US$). Foi o que ocorreu recentemente, e até foi criada a expressão “tsunami financeiro” referindo-se à quantidade de recursos especulativos que poderiam entrar no Brasil, proveniente de outros países, o que faria o Real valorizar e diminuiria nossa competitividade. Na prática isso não ocorreu, devido a 18 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 atitudes do governo (aumento do IOF) e a mudanças no cenário internacional. No entanto, estamos observando perda de competitividade do Brasil no cenário internacional refletida na menor quantidade de exportações, e no déficit que está ocorrendo no saldo comercial (importações > exportações). Produção Industrial e o Nível de Emprego A produção industrial e o nível de emprego são fundamentais para entender se a economia apresenta potencial de crescimento. Um aumento da produção aponta que mais valor está sendo gerado, que as pessoas estão consumindo mais e consequentemente também há mais postos de trabalhos para serem preenchidos. Como vimos, quando a produção cresce além do suportado pela estrutura econômica, temos a inflação por conta do aumento de demanda nos recursos produtivos, que não estão disponíveis para todos, resultando em aumento de preços. O que permite ampliar a capacidade natural de produção da economia são os novos investimentos por conta do governo e das empresas, fazendo com que os recursos produtivos sejam ampliados e a economia possa crescer de modo sustentável e sem inflação. Produção e Emprego na prática: A produção brasileira tem passado por maus momentos desde 2007, quando desde de então acumula um crescimento médio de somente 0,5% ao ano até 2012. Boa parte disso pode ser atribuído justamente ao baixo nível de investimentos, que correspondem por menos de 25% do nosso PIB, enquanto que em outros países em desenvolvimento este valor aumenta para mais de 40%. Contas Externas As contas externas mostram o saldo entre os dólares que entrarame os dólares que saíram do país, sejam por meio de transações, por meio de investimentos especulativos ou não e até remessas de empresas e pessoas ao exterior. Este fluxo mostra se o Brasil está sendo credor ou devedor perante aos outros países, sendo que a posição de credor mostra que o Brasil está acumulando reservas, enquanto que a posição devedora aponta o Brasil perdendo reservas. O saldo é afetado por diversos motivos, porém principalmente pelos fatores que afetam a produção brasileira, como competitividade, aumento de custos, políticas protecionistas e até mesmo fatores climáticos. 19 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Contas Externas na prática: Em março, o país registrou déficit em transações correntes de US$ 6,873 bilhões, economistas apontam que o déficit em conta corrente por si só não preocupa, mas sua evolução é que é alarmante. Este déficit aponta perda de competitividade da economia brasileira e piora as perspectivas de o Brasil terminar o ano com um superávit de US$ 15 bilhões, conforme o projetado pelo Banco Central. Outras variáveis do cenário econômico brasileiro, embora o bom entendimento das variáveis econômicas dê uma boa perspectiva sobre os rumos da economia é importante lembrar que a economia é afetada por muitos outros fatores, que possuem a importância variável de acordo com o momento e situação do país estudado. Veja alguns exemplos de variáveis importantes que abrangem outros pontos como o social e político. 5.1 Variáveis Sócio Econômicas Também são fundamentais para entender as melhorias e transformações que a sociedade passa: O aumento de renda da população amplia o mercado consumidor doméstico beneficiando a toda a sociedade. A melhoria nos níveis de educação e alfabetização mostram a criação de uma mão de obra mais qualificada para garantir que a competitividade e produção cresçam de modo sustentável. A porcentagem de jovens empregados mostra- se, a mão de obra do futuro está sendo devidamente preparada (problema grave que está ocorrendo em países europeus atualmente). Capacidade de o governo sustentar a população aposentada no futuro (um problema extremamente preocupante que irá ocorrer no Brasil em um futuro próximo caso nada seja feito). 5.2 Variáveis Político Econômicas Estas variáveis mostram o alinhamento do governo em garantir que a economia seja competitiva e que as melhorias realizadas sejam sustentáveis no longo prazo e garantam uma melhor qualidade de vida à população: 20 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Níveis de corrupção: Independência do Banco Central em realizar a política monetária de acordo com a condição econômica e não de interesses políticos. Capacidade e vontade de o governo respeitar os acordos já estabelecidos previamente, garantindo um ambiente mais seguro para investimentos de longo prazo. Eficiência do setor público em agir conforme o necessário e desburocratizar processos, facilitando o processo de investimento, criação de empresas, etc. Capacidade do setor público em gastar o dinheiro arrecadado de forma eficiente, gerando melhoria de vida à população. 6. RISCO VERSUS RETORNO – DECISÕES DE INVESTIMENTOS Fonte: www.infomoney.com.br Conceituação de Risco Risco é a probabilidade de que os retornos reais sejam inferiores aos retornos históricos e esperados. Os fatores de risco incluem volatilidade do mercado, inflação, deterioração dos fundamentos do negócio, baixa produtividade de um funcionário, quebra de equipamento, desgaste do equipamento, etc. As recessões nos mercados financeiros também afetam os preços dos ativos, mesmo que os fundamentos permaneçam sólidos. A inflação leva a uma perda de poder de compra para seus 21 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 investimentos e resultam em maiores despesas e lucros mais baixos para as empresas. Os fundamentos do negócio podem sofrer com o aumento das pressões competitivas, maiores despesas com juros, problemas de qualidade e incapacidade de gerenciamento para executar planos estratégicos e operacionais. Fundamentos fracos podem levar a lucros decrescentes, perdas e, eventualmente, um não cumprimento das obrigações financeiras. Quantificar um risco é mais difícil do que quantificar um retorno sobre um investimento, mas ainda assim é possível fazer. Por exemplo, para a contratação de um novo funcionário, uma empresa precisa analisar no médio e longo prazo as projeções do mercado: ele se manterá aquecido? A empresa é capaz de manter o funcionário mesmo se houver uma queda na demanda? Quanto o funcionário precisa trazer para a empresa para que ele cubra seu risco? Em equipamentos, a mesma linha de pensamento também se segue: se o equipamento quebrar, por quantos dias consigo manter meu estoque? Qual o custo de manutenção do equipamento? Se houver baixa demanda, há algum problema em desativar o equipamento? Tudo isso é importante para a análise de risco de um negócio. Risco versus Retorno Você não pode eliminar o risco, mas pode gerenciá-lo, mantendo uma carteira diversificada de ações, títulos e outros ativos. A composição da carteira deve ser consistente com seus objetivos financeiros e tolerância para o risco. Os retornos de investimento tendem a ser mais altos para ativos mais arriscados. Por exemplo, contas de poupança, certificados de depósito e títulos do tesouro tem taxas de retorno mais baixas porque são investimentos seguros, enquanto retornos a longo prazo são mais altos para ações e outros ativos mais arriscados. Na gestão financeira de uma empresa, o risco e retorno deve ser lidado da mesma maneira. Por exemplo, ao investir em um novo funcionário, é importante que ele passe por um processo seletivo rigoroso e um treinamento adequado, garantindo que ele seja a melhor adição possível para a empresa. No caso da compra de equipamentos, a empresa pode garantir um treinamento aos funcionários para tirar o máximo do equipamento, ou aperfeiçoar processos de produção que possam compensar a falta do equipamento, no caso dele apresentar defeitos e precisar de reparos. 22 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Qual a definição de risco e retorno na administração financeira? Retorno sobre o investimento é o lucro expresso em percentagem do investimento inicial. O lucro inclui rendimentos e ganhos de capital. Risco é a possibilidade de que seu investimento perder dinheiro. Todos os investimentos apresentam algum grau de risco. O investimento bem-sucedido é aquele que sabe encontrar o contrapeso direito entre o risco e o retorno na administração financeira. O retorno sobre o investimento é o retorno de um ativo ao longo de um período de tempo. Analistas e investidores profissionais usam retornos, junto com dados econômicos e da indústria, para estimar taxas de retorno futuras. Você pode usar resultados reais e retornos estimados para avaliar vários ativos, como ações e títulos, bem como diferentes títulos dentro de cada categoria de ativos. Este processo de avaliação ajuda você a escolher a combinação certa de títulos para maximizar os retornos durante o seu horizonte de tempo de investimento. Em empresas, o retorno sobre um investimento se dá pelo quanto esse investimento aumentará os lucros e a produção da empresa. Por exemplo, para uma empresa de alimentos, o investimento em mais um funcionário, ou seja, os custos desse novo funcionário, devem ser superados pelo lucro que ele vai proporcionar à empresa. Exemplo: se um funcionário vai custar R$2000 para a empresa, incluindo salário e encargos trabalhistas, ele tem que trazer para a empresa um ganho maior do que R$2000 para que haja qualquer ganho efetivo para a empresa. A mesma linha depensamento vale para novos equipamentos: se um novo equipamento custa R$1000, mas ele vai agilizar processos da empresa para aumentar a produtividade para a empresa lucrar mais do que o valor que foi investido, é um bom investimento. Gestão Estratégica de Risco Quando uma organização, através de uma área específica de segurança, seja ela da informação ou não, executa atividades relacionadas a gerenciamento de risco, a finalidade na maioria dos casos, é mitigar e se possível eliminar os riscos identificados em um determinado grupo de ativos e produtos. Existem organizações que possuem aversão ao risco e não aceitam a sua existência sem o devido tratamento ou transferência, seja por medo, por indicações unilaterais de auditorias (externas ou internas) ou por visões pré-estabelecidas na organização. Entretanto, esta atuação perante o risco pode não trazer benefícios ao negócio por estar desassociado das necessidades organizacionais e deturpar a visão dos riscos que devem ser aceitos para 23 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 evoluir, além dos inerentes ao negócio que, se não forem corretamente endereçados, podem travar a evolução da organização e por consequência, levar a perda de oportunidades. Além destas questões, existe a carência da visão de mercado do “custo do tratamento de riscos” X “o acréscimo de valor gerado”. Um dos objetivos da Gestão de Riscos é agregar valor ao negócio. O tratamento indevido de riscos pode desvalorizar uma organização pelo uso de recursos, muitas vezes, dispendiosos considerando valor e tempo de implementação, custos operacionais (OPEX) e de capitalização (CAPEX) consideráveis. Estes recursos, utilizados sem um correto alinhamento ao negócio, na maioria das vezes não geram retorno ou benefício real, apenas trazem uma situação de “conforto” a algumas áreas. Com objetivo de potencializar a Gestão de Riscos de forma estratégica dentro das organizações, é sugerida uma metodologia de classificação baseada em 4 passos, sempre apoiada por um comitê (em caso de empresas de maior porte) ou dos seus diretores. Fonte: www.blbbrasil.com.br 24 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Inventário dos riscos Esta primeira etapa é focada na identificação e catalogação dos riscos que a organização está exposta. É necessário pensar em todos os tipos, sem excluir nem o mais trivial deles. O pensamento inicial deve ser de fora da organização para dentro. Isso porque os riscos exógenos são, em sua maioria, inerentes ao negócio, a cultura da região onde ocorre a operação da organização e obviamente os fenômenos naturais locais. Os riscos endógenos muitas vezes são associados a questões de processo, escolha estratégica por uma tecnologia em detrimento de outra, questões políticas, conflitos internos, depreciação de ativos, conscientização e cooperação dos funcionários. Alguns exemplos de riscos comuns são: interrupção da produção, perda de informações, intervenção de agente regulador, perda de competitividade, intervenção fiscal, integridade física de funcionários, contaminação do produto, impacto ambiental dentre dezenas de outros que vão possuir mais ou menos influência em cada organização e tipo de negócio. Este processo necessita ser cíclico pela constante variação dos riscos e pelo fato de que alguns deles podem surgir e outros sumir. Quanto maior a variedade de produtos e serviços de uma organização, maior será a volatilidade de riscos para os negócios. Um vetor que de forma recorrente é considerado como risco não deveria entrar nesta lista. O “risco” de perda financeira. Faço está colocação pelo fato de que a perda financeira é um dos vetores de decisão para definir o risco como aceitável ou não. Risco é uma questão estratégica e não apenas técnica ou setorial; e a perda financeira será decorrente da concretização de um risco e não exclusivamente o evento de perda. Outro erro comum é considerar questões internas conhecidas e cíclicas, associadas a problemas de gestão e falta de investimento, como risco. Se um evento é recorrente e a situação em que ele ocorre é conhecida, não se trata de uma incerteza. Por isso, não é um risco, é um problema interno, logo, não deve ser transferido para a carga de risco organizacional. Após esta atividade e com o levantamento dos riscos aprovado internamente, inicia-se outra etapa do processo que é a categorização dos riscos. 25 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Categorização dos Riscos e Agentes Nesta fase da Gestão de Riscos é feito o relacionamento entre os riscos e os tipos de impacto. Este processo visa facilitar a decisão para definir o que será tratado, transferido ou aceito. Recomenda-se a definição de classes de impacto em grupos associados aos seguintes critérios: Riscos específicos do negócio: Toda atividade tem riscos inerentes, estes riscos não são exclusivos de uma empresa do setor farmacêutico, telecomunicações, mineração ou químico. São, como o nome sugere, riscos do negócio e são aplicados a todas as empresas do setor. Algumas estarão mais ou menos expostas, mas o risco em si será o mesmo. Alguns exemplos são questões relacionadas à regulamentação, novo concorrente, políticas governamentais, espionagem industrial, etc. Riscos operacionais: São os riscos tecnológicos, de procedimentos e infraestrutura da organização. A maioria destes riscos é endógena e suas origens são, normalmente, associadas às escolhas, culturas e processos internos. Seus impactos podem causar desde interrupção do serviço ou linha de produção até a degradação da qualidade dos serviços sem grandes impactos. Riscos improváveis: Existem diversos riscos que, dependendo da situação política e geográfica do local de operação da organização não são considerados factíveis no momento, mas necessitam ser pontuados para avaliações e considerações. As constantes variações climáticas e flutuações cambiais são exemplos reais destes cenários assim como grandes movimentos populares e intervenções políticas no setor. Exemplos deste tipo de cenário são tornados como o ocorrido recentemente no interior de São Paulo, o tsunami da Indonésia, crises político/financeira dos EUA, intervenção do governo na regra de faturamento energético. Para algumas empresas, tratar alguns destes riscos internamente é proibitivo pelo custo que pode superar o valor da organização e isso necessita ser conhecido internamente. A forma mais comum de tratamento para estes cenários é transferência por intermédio de seguradoras. Com os riscos categorizados é necessário especificar os vetores que podem explorá-los, normalmente chamados de agentes ou agentes de risco. Eles podem estar associados a diversos riscos. Essa atividade consome um tempo considerável e sempre 26 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 que for revista, alterações de algum tipo nos agentes serão consideradas. O processo se resume em duas etapas: Pensar em todos os possíveis vetores (agentes) durante um tempo pré-determinado com gestores e especialistas dos serviços e infraestruturas da organização; Associar os vetores (agentes) aos riscos. Nesta etapa é comum surgirem sugestões para novos vetores. A recomendação é não os acrescentar neste momento, mas registrar a situação e verificar se o mesmo vetor ou equivalente será pontuado para outros riscos e após o processo deliberar pela sua inclusão ou não na análise. Com os riscos categorizados é necessário especificar o que torna um risco inaceitável, mitigável, transferível ou aceitável. A próxima etapa é estruturar uma matriz de risco para estabelecer estes valores, sejam eles financeiros, jurídicos, mercado, produto ou de outra categoria pertinente ao negócio. Matriz de Risco Esta é uma etapa que pode ser concluída rapidamente ou levar vários dias. Tudo vai depender da quantidade de produtos e serviços oferecidos associados ao grau de conhecimento e comprometimento dos gestores junto à organização. Poderão existir situações onde um risco é aceitável para uma área e inaceitável para outra. Quando esse cenário ocorre, pode ser por influência de alguns critérios tais como: • Desconhecimento do funcionamento operacional; • Falta de alinhamento com os riscos do negócio; • Impacto em metas de diretoria; • Disputas internas, sejam elas políticas ou não; • Interesses exclusivos de uma área; • Falta de foco no valor organizacional. Esta parte do processo é essencial para o correto alinhamento sobre os critérios que, após a execução da análise de risco, colocarão um risco como aceitável, transferível, mitigável ou inaceitável. A forma de estruturar a matriz é particular de cada organização. O importante é que todos entendam seu processo de classificação e os critérios. Porém, cabe 27 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 uma observação: quanto maior for o número de opções, mais complicado será para classificar cada risco identificado. Em contrapartida, uma quantidade muito reduzida de opções pode causar problemas de definição da priorização dos riscos. O ideal é identificar o meio termo entre a granularidade e a simplicidade. Um exemplo de classificação pode ser este: um determinado sistema de TI, após ser analisado e classificado na matriz de risco com impacto na interrupção de um produto da organização, mas que TI consegue, no pior caso, restabelecê-lo em 8 horas, tem o seu impacto classificado da seguinte forma: Financeiro aceitável; Jurídico aceitável; TI inaceitável; Marketshare mitigável por campanhas de marketing e de CRC. O custo operacional de TI, para o exemplo, é considerado alto e deveria ser tratado para fornecer maior segurança operacional, porém esta não é uma visão compartilhada pelas outras áreas. Seguindo no exemplo, a implementação de duplicação do sistema ou de redundâncias tem um custo de CAPEX inicial que pode ser justificável como investimento, mas ele incorre em mais ambientes para supervisionar e em mão de obra que pode impactar no headcount, ambos gerando maior OPEX e por consequência impactam na margem de lucro, sem agregar valor real; o jurídico lida com as eventuais ações pontualmente. Para as outras áreas, não é considerado um impacto significativo então, qual o impacto para a organização? Neste caso o nível de impacto de marketshare tolerável estabelecido na matriz é que deve direcionar esta resposta. Considerando que a resposta gerada por Marketshare é o tratamento do risco por meio de ações de mitigação interna, como proceder? Existem várias formas que variam desde a implementação de tecnologia a mudanças procedurais. 28 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Tratamento do risco Fonte:matera.com Esta é uma fase crítica do processo onde todas as gerências devem fazer uma avaliação autocrítica da sua participação nos riscos pontuados no serviço e na mitigação ou eliminação dos mesmos. Existem organizações que ainda não visualizam o processo desta forma. Este é um problema de conscientização e de valores da organização. Em alguns casos a própria organização possui sua parcela de culpa ao impor metas conflitantes entre áreas. Em diversos cenários, costuma ser mais prático, barato e com o mesmo retorno financeiro alterar o modus operandi das áreas impactantes e reestruturar os processos internos do que alterar a tecnologia, que é muito mais caro, apesar de parecer mais fácil e com maior exposição pelo valor de capitalização (CAPEX). Esse pode ser um ciclo vicioso gerador de grandes impactos estratégicos e operacionais no futuro. O “problema” existente na primeira opção apresentada acima, é o fato de reestruturação de processos e do modus operandi ser comumente considerado um custo de OPEX. Por isso, na visão financeira de mercado, não agrega valor de forma direta a organização. Um exemplo comum deste tipo de risco são as infraestruturas de backup. Existem empresas que mantêm ativos e ambientes de médio e grande porte para armazenar dados na planta viva por mais de 10 anos. Na maioria dos casos, isso ocorre pela falta de processos ou controles adequados e situação de conforto das áreas em transferir a 29 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 responsabilidade para TI, que investe montantes significativos na sua infraestrutura; por sua vez aumenta o tempo de restauração da informação gerando maior custo de manutenção de robôs e banco de fitas; aumentando por consequência o valor futuro para reposição após os equipamentos atingirem o fim de vida; por consequência aumenta o espaço físico alocado no Data Center, onde associado a isso aumenta o footprint secundário de carbono do Data Center. Ou seja, um problema interno é transformado em um risco operacional com efeito dominó que afeta vários setores da organização, inclusive alguns que podem ser estratégicos como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e a capacidade de DRP (Disaster Recovery Plan). 7. TÉCNICAS PARA TOMADAS DE DECISÕES – VPL, TIR, PAY BACK O que é análise de investimentos? A análise de investimentos se baseia no emprego de técnicas contábeis e financeiras para identificar qual melhor alocação de investimento entre as diversas alternativas existentes. Ao se processar os dados, equações e cálculos relativos ao ativo, é possível enxergar se existe rentabilidade, de quanto ela pode ser e se o investimento está ou não dando certo. Sendo assim, pode-se afirmar que essa análise é indispensável ao se considerar a realização de um investimento, pois ela demonstra ser claramente uma ótima ferramenta de apoio a decisão do investidor. Tendo em vista que todo investimento possui em si um risco envolvido, a análise de investimento contribuirá para minimizá-los, tornando a ação de investir mais lucrativa no longo prazo. Os métodos mais comuns para a análise de investimento são: Payback Valor presente líquido – VPL; Taxa interna de retorno – TIR. Payback O payback é o método mais básico para se avaliar a viabilidade de um investimento. Ele determina qual é o tempo necessário para se recuperar um investimento inicial. O seu 30 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 cálculo é simples: para encontrar o período de payback de determinado investimento basta somar os valores dos rendimentos auferidos, período após período, até que a soma dos mesmos se iguale ao valor do investimento inicial. Sua premissa principal é que quanto mais tempo o investidor precisar esperar para recuperar o investimento, menos atrativo ele fica e maior é possibilidade de prejuízo. É um método que fornece a medida de risco do investimento, pois o período de payback será proporcional a liquidez do investimento e, consequentemente, ao seu risco. Logo, se o período de payback for menor que o tempo máximo tolerável de recuperação do capital, o investimento é viável. Se o período de payback for maior que o tempo máximo tolerável de recuperação do capital, o investimento não é recomendável. O payback não é o “melhor” método para ser usado nas análises, embora ele seja muito popular principalmente entre pessoas com pouca experiência em matemática financeira, devido a sua facilidade de uso. Sua principal desvantagem é não considerar em seu cálculo o valor do dinheiro no tempo, não descontando os valores de fluxo de caixa futuros. Com isso, ele acaba cobrindo apenas o período de tempo máximo aceitável, determinado de forma subjetiva pelo investidor, a partir domomento de entrada de capital até quando os retornos se igualam ao investimento ao ponto de equilíbrio da operação. Outra desvantagem é que o payback ignora todo o retorno estimado para o projeto, não reconhecendo os fluxos de caixa que acontecem depois do período de recuperação do capital, ficando assim incompleto. Porém, uma forma de aprimorar a análise pelo do payback é tentar levar os saldos futuros do fluxo de caixa a um valor presente, por meio do método conhecido como análise de payback descontado. Valor Presente Líquido O Valor Presente Líquido (VPL) é considerado uma técnica de análise mais sofisticada do que o payback, justamente por considerar em seu cálculo o valor do dinheiro no tempo e poder ser aplicada a qualquer tipo de rendimento (convencional e não-convencional). Por meio dele, tanto as entradas como as saídas de capital são transportadas para valores atuais, podendo assim ser comparadas ao investimento inicial.Com ele, os fluxos de retorno do investimento são descontados a uma taxa específica. Esta taxa, chamada de taxa de desconto, e se refere ao retorno mínimo que um investimento deve ter para ser considerado 31 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 atrativo, de forma a cobrir o seu custo de oportunidade. Essa taxa, também conhecida como taxa média de atratividade (TMA) se baseia em fatores como objetivo do investimento, natureza do negócio, custo do capital, entre outros fatores. Logo, quando o VPL for maior do que zero, atesta-se que o investimento é viável, pois ele é capaz de remunerar e garantir o capital investido de forma satisfatória. Se ele for igual a zero, o resultado é indiferente, pois prova que o investimento não representará nem lucro e nem prejuízo de capital. Ele não paga um “prêmio de risco” frente ao custo de oportunidade. Porém, quando o VPL for menor que zero, conclui-se que o investimento é inviável, porque os seus rendimentos futuros não serão suficientes para entregar uma rentabilidade acima do custo de oportunidade. Entretanto, o método VPL também possui algumas desvantagens. A principal é por ele trabalhar com termos absolutos (unidades), ao invés de termos relativos (taxas), impossibilitando que ele seja usado para comparar situações em escalas diferentes. Da mesma forma investimentos que envolvam grandes quantias podem apresentar um VPL superior a investimentos menores, mesmo que eles não sejam melhores em termos relativos. Taxa Interna de Retorno A TIR, ou Taxa Interna de Retorno, é outra forma utilizada para a análise de investimentos. Ela é a taxa de desconto que iguala o VPL a zero, fazendo com que todas as entradas de capital igualem todas as aplicações. Sendo assim, ela complementa a análise de valor presente líquido e reflete os rendimentos reais proporcionados por um investimento em um determinado período. Com isso o critério utilizado para a aceitação ou não de um investimento passa a ser o seguinte: se a TIR for maior que o taxa de retorno desejada, o investimento é lucrativo. Caso contrário, o investimento é considerado inviável. A TIR possui como maior vantagem possibilitar a comparação de investimentos de diferentes tipos e de levar em conta prazo total e a escala dos mesmos, pois ela tem o caráter relativo, expressando seus resultados percentualmente, e não em valores absolutos, como o VPL. Normalmente a TIR não é calculada de forma manual, pois sua resolução envolve equações polinomiais. Ela não possui uma fórmula exata para ser encontrada de forma direta, mas permite que seu valor seja encontrado pelo método de tentativa e erro, ou pelo uso de softwares e algoritmos computacionais. Até mesmo numa calculadora financeira, como a HP12C, o cálculo é feito por tentativa e erro! 32 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Esses são os três métodos de análise de investimentos mais comuns de serem utilizados. Porém, é importante ressaltar que tais análises muitas vezes serão apenas uma parte (geralmente pequena) do processo de tomada de decisões de investimento. Muitas vezes olhar apenas a rentabilidade não é o suficiente. As demandas individuais de cada investidor são amplas e complexas, envolvendo inúmeros outros critérios de análise que podem vir a ser relevantes, que não sejam relativos a própria rentabilidade. O importante é saber adequar a avaliação certa para cada situação, já que nenhum investimento será igual a outro, cada um irá demandar um tipo de análise diferente. Os métodos de análise de investimentos e sua utilização no mercado financeiro, quando falamos do mercado financeiro, normalmente utilizamos a TIR como referência, para saber qual é a rentabilidade de um investimento. Por exemplo: se um investimento rende 14,25% ao ano, então essa é sua TIR. Já o VPL é muito utilizado por analistas de ações que utilizam a análise fundamentalista para tentar encontrar o chamado “preço justo” de uma ação. Quando um investidor pretende realizar um determinado investimento para tentar obter um ganho maior, ele usa como custo de oportunidade, o CDI ou a Selic. Mesmo que o investidor do mercado financeiro não conheça esses métodos de análise, intuitivamente, de alguma forma ele utiliza ao menos alguma dessas premissas acima. 8. PONTO DE INTERSECÇÃO DE FISHER – COMPARAÇÃO COM OUTRAS TÉCNICAS Imagine que após fazer uma análise bem detalhada dos indicadores (VPL, TIR e TMA) você tenha chegado à conclusão de que “tanto faz como tanto fez”, ou seja, a escolha entre um e outro investimento é indiferente. O que você faz? Escolher ao acaso está fora de questão, assim como trabalhar com achismos não faz parte do seu mundo. É exatamente por isso que existe uma saída: o Ponto de Fisher, ou Taxa de Fisher. Vamos entender mais sobre ele? Primeiro: o que faz a escolha de um projeto ser indiferente? O que é Ponto de Fisher Para um investidor, a opção por um investimento a favor de outro é indiferente quando ambas as alternativas apresentam o mesmo Valor Presente Líquido (VPL). Quando igualamos o VPL de dois projetos temos como resultado um fluxo de caixa igual à diferença dos fluxos 33 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 de caixa originais que deve ser igualado a zero. Conforme já vimos, a taxa que retorna a um fluxo de caixa igual a zero é a Taxa Interna de Retorno (TIR) do fluxo. O que é Ponto de Fisher? Suponha que você, como o profissional de controladoria incumbido de fornecer ao investidor (ou à diretoria) as informações para tomada de decisão, esteja trabalhando com dois projetos. O Ponto de Fisher identifica o ponto em que um projeto passa a ficar melhor do que o outro, considerada um determinada Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Nesse ponto os VPL’s (Valor Presente Líquido) se equivalem. Explicando melhor: sabemos que cada projeto tem seu fluxo de caixa e sua Taxa Interna de Retorno (TIR), só que os Valores Presentes Líquidos variam segundo a TIR. Para uma determinada taxa de retorno será fácil saber qual o melhor projeto, certo? Mas agora imagine uma escala de taxas com “n” retornos. A Taxa de Fisher surgirá se ocorrer um cruzamento entre as duas curvas em determinado momento. Este ponto pode estar acima ou abaixo da TMA. Portanto, Ponto de Fisher pode ser definido como a taxa que passa a fazer com que um projeto seja mais atrativo do que o outro. Taxa de Fisher e outros indicadores Taxa de Fisher Indicadores Antes de continuarmos e esclarecermos o assunto com exemplos, é importante verificar como está seu entendimento sobre os Indicadores Financeiros para Análise de Investimentos. A seguir, classificamos os indicadores em duas categorias: rentabilidade e risco. Para um entendimento mais completo sobre o Ponto de Fisher, nossa dica é a leitura dos artigos mais detalhados sobreVPL, TIR e TMA (links abaixo): Indicadores associados à rentabilidade (ganho ou criação de riqueza) do projeto: VPL – Valor Presente Líquido; VPLa – Valor Presente Líquido Anualizado; TIR – Taxa Interna de retorno; IBC – Índice Benefício / Custo; ROI – Retorno sobre o Investimento. 34 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Indicadores associados ao risco do projeto: TIR – A Taxa Interna de retorno; Payback – Tempo de recuperação do Investimento; Ponto de Fisher. Calculando o Ponto de Fisher Vamos considerar uma empresa que tem a possibilidade de trabalhar com o projeto B, cujo investimento é de R$ 50.000,00 e o C, com investimento de R$ 20.000,00. Na análise abaixo fizemos a projeção do fluxo de caixa para os próximos 5 anos. Calculamos a TIR de cada projeto, e assim temos as seguintes taxas que igualam o fluxo de caixa a zero: Projeto B: TIR = 12,83% Projeto C: TIR = 14,31% Como o objetivo de nossa análise é verificar qual projeto será melhor em termos de ganhos, temos que a TIR de 11,98% do projeto fictício B-C é a Taxa de Fisher. Isso significa dizer que para uma TMA de 11,98% tanto o projeto B quanto o C apresentariam o mesmo VPL. Desse modo, para o investidor as duas alternativas de investimentos são viáveis e indiferentes em termos de ganhos. 35 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Continuando a análise, entendemos que a Taxa de Fisher estabelece o limite de 11,98% para a variabilidade de TMA. Com essa informação em mãos, o investidor consegue aprofundar sua percepção de risco do Projeto B, ou seja: o Projeto B será superior ao C para TMAs inferiores a 11,98% a.a. Agora vamos imaginar dois investimentos. O fluxo de caixa de ambos foi projetado também para um período de 5 anos, conforme abaixo: Para esse exemplo, iremos trabalhar com a Taxa Mínima de Atratividade. Variando a TMA entre 20% e 40%, temos o Valor Presente Líquido dos fluxos de caixa dos Investimentos A, B e A – B: 36 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 No exemplo acima foram utilizadas as fórmulas do Excel para os cálculos. A partir dos números encontrados, temos o Gráfico VPL x Taxas dos fluxos de caixa dos Investimentos A, B e A – B. A partir dos valores dos fluxos de caixa foram calculados os valores das TIRs dos fluxos de caixa dos Investimentos A, B e A – B e também do VPLa = VPLb no Ponto de Fisher: Como determinar qual investimento deve ser aceito? Em outros artigos sobre indicadores financeiros já falamos que uma das maneiras de obter a resposta é comparando a TIR do seu fluxo de caixa com a rentabilidade mínima (TMA) exigida pelo investidor para seus projetos. Trocando em miúdos: um investimento (ou projeto) somente será viável se a TIR for igual ou superior à TMA. Exemplo 2 – Análise de resultado utilizando a TIR 37 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 Partindo da observação da Taxa Interna de Retorno, temos que: O investimento B é superior ao investimento A. O ponto de equilíbrio, ou seja, o Ponto de Fisher, entre os fluxos dos investimentos A e B, está em TIR = 24,51% e VPL = R$ 127,62. Neste ponto a escolha entre Investimento A ou Investimento B é indiferente. Exemplo 2 – Análise de resultado utilizando o VPL Pelo critério do Valor Presente Líquido, temos que: TMA < 24,51% = o VPL do fluxo de caixa do Investimento A é superior ao VPL do fluxo de caixa do Investimento B., no entanto, ambos são aceitáveis se forem independentes. Caso sejam mutuamente exclusivos o Investimento A deve ser o escolhido. 24,51% < TMA ≤ 28,77% = o VPL do fluxo de caixa do Investimento B é superior ao VPL do fluxo de caixa do Investimento A., no entanto, ambos são aceitáveis se forem independentes. Caso sejam mutuamente exclusivos o Investimento B deve ser o escolhido. 28,77% < TMA ≤ 33,74%: = apenas o Investimento B é aceitável. Para uma TMA > 34,08 % = ambos os investimentos devem ser rejeitados. Ligando tudo isso com orçamento empresarial Quando falamos em Taxa de Fisher estamos falando em indicadores financeiros utilizados para análise de investimentos. Entendemos que investir recursos em um projeto ou analisar diversas maneiras de investimento implica em fazer a transferência de capital e imobilizá-lo por algum tempo. Traduzindo, é preciso ter um fluxo de caixa muito bem projetado e controlado. Além disso, existem alguns aspectos a serem considerados na análise de viabilidade. Um deles é que todas, isso mesmo, todas as áreas do orçamento (e isso inclui despesas, receitas, deduções, custo, etc.), impactam umas nas outras. Mas é o 38 Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com (31) 3270 4500 orçamento de investimento que tem uma influência ainda maior no planejamento orçamentário. Por esse motivo, antes de pensar em investir é preciso verificar como andam os números e o controle do orçamento empresarial, começando, claro, pelo fluxo de caixa. 9. REFERÊNCIAS Lima Netto, R. P. “Curso Básico de Finanças” São Paulo:Saraiva, 1978 VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: micro e macro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003. CHESNAIS, François. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996. GLEISER, Ilan. A Evolução do Pensamento Econômico: Risco e Retorno em Ciclos Econômicos. Rio de Janeiro Forense 2013 (Livro eletrônico) ARRIGHI, Giovanni; RIBEIRO, Vera. 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