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TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA COMPLETO


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CONCURSO: TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA 
CONHECIMENTOS BÁSICOS:
LÍNGUA PORTUGUESA: 
Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo);
Conceito de texto literário e não literário
Aprenda o conceito do texto literário e não literário para, então, compreender as suas demais atribuições. Se você souber os seus conceitos, certamente, será mais fácil fazer uso de um ou de outro dependendo do objetivo que se quer expressar na construção do discurso.
 
Texto literário
É um texto construído com ricos recursos e normas da literatura causando diferentes emoções ao leitor e expressando sentimentos de amor, raiva, alegria, dor etc. A musicalidade, as funções e os tons poéticos e artísticos, a criatividade, a estética da escrita, a organização das palavras e a linguagem com muita expressividade são algumas características encontradas em um texto literário.
Exemplos de textos literários que você pode constatar:
Poemas, contos, fábulas, romances, peças teatrais, poesias, crônicas, minicontos, telenovelas, lendas, letras de músicas etc.
 
Texto não literário
É um texto construído com uma linguagem informativa, explicativa, esclarecedora e que tenha alguma utilidade para o leitor. Logo, ele é produzido em um tom claro, objetivo, direto e que não possa gerar nenhuma dúvida quanto a sua interpretação. As características que você poderá encontrar nesse texto não literário são: objetividade, informação, tutoriais, tangibilidade, inexpressivos, linguagem denotativa, dentre outras.
Exemplos de textos não literários que você pode constatar:
Artigos científicos, receitas de culinárias, noticiários em jornais, revistas, anúncios publicitários, bulas de remédios, conteúdos educacionais, textos de livros didáticos, cartas comerciais, manuais de instrução, guias de beleza etc.
Quais as características de um texto literário e não literário?
Agora que você compreendeu o conceito de um texto literário e não literário convém descobrir as características das quais os distingui em nosso dia a dia. Certamente, conhecendo essas características peculiares que cada um tem ficará mais claro o seu tipo de abordagem.
É importante destacar também que a escolha na produção de um discurso irá depender da função que ele será executado e do objetivo pelo qual se quer expor no texto, o que irá direcionar a um ou ao outro.
Então, é possível afirmar que, se você ler apenas o tema, seja ele um texto literário e não literário, isso não te dará suficiente segurança em distingui-lo, sendo fundamental fazer a leitura completa para identificar a linguagem que este foi aplicado ao longo do discurso. Qual a sua função? Qual o objetivo desse texto?
Não existem textos que utilizam os dois tipos de linguagens. Na verdade, são raríssimos de ver. O que pode ocorrer é a predominância de apenas um em suas diversas características. Se você optar em criar um texto literário, então, utilizará destas características a seguir que fazem parte desse texto. Assim como também irá utilizar com o texto não literário. Cada um à sua maneira de abordar dentro do seu objetivo de uso.
Texto literário – Características
Utiliza de linguagem bem elaborada com recursos artísticos e emotivos
Faz parte de um universo imaginário, porém sem perder a interação do mundo real
Há função poética e função emotiva
As figuras de linguagem se fazem presente
É construída de beleza, harmonia, musicalidade, ritmo, arte e pessoalidade
O seu objetivo é tocar, marcar, fazer com que o leitor sinta além das palavras (tocar o coração)
É um texto imaginativo, surreal expressando um desejo do autor. Recria o mundo real a partir da imaginação do autor
As palavras do texto literário sempre ganham novos significados. O autor maneja essas palavras de forma muito livre, a seu dispor para que possa ser bem encaixada estimulando ao teor do belo e da espontaneidade.
Linguagem conotativa (sentido figurado)
Subjetividade
Texto não literário – Características
É informativo, explicativo, que possui clareza ao que está sendo escrito
O seu objetivo é levar uma informação ao leitor em sentido real, nada imaginativo
Não necessita ser interpretado, pois é um texto em linguagem direta, concisa, com sentido real e claro
É sempre de função referencial, ou seja, centrado em informar
Linguagem impessoal (na 3ª pessoa)
Fatos e acontecimentos reais
Linguagem denotativa (sentido real)
Objetividade
Exemplo de textos literário
Cântico VI (ENEM 2015)
Tu tens um medo de
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).
Exemplo de texto não literário
14 coisas que você não deve jogar na privada (ENEM 2015)
Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar entupimentos: medicamento e preservativo; óleo de cozinha; ponta de cigarro; poeira de varrição de casa; tinta que não seja à base de água; querosene, gasolina, solvente, tíner. Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a destinação final adequada. MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado).
Como visto, o texto literário e não literário possuem características distintivas e isso pode ser notado, inclusive, visivelmente em sua escrita quando este se apresenta no formato estético (ao olhar para ele).
Gênero Narrativo
O gênero narrativo consiste em narrar, como o nome já diz, um fato ou uma história de ficção. Ela conta um enredo, onde existe uma situação inicial, a modificação da situação inicial, um conflito, o clímax (o ponto de tensão na narrativa) e o chamado epílogo, que é a solução narrada no ponto máximo da história. Os elementos que compõem tal gênero são: o narrador, o tempo, o lugar, o enredo ou situação e as personagens.
Nesse gênero literário, existem alguns estilos de escrita, cada um com uma característica própria, que são: o romance, a fábula, a epopeia ou o épico, o conto, a crônica, a novela e o ensaio. Todas essas modalidades fazem parte do gênero narrativo.
Romance
O romance, oriundo dos contos épicos, contém um tempo, lugar, os personagens, um enredo, típico do texto narrativo. Nele, as ações ocorrem em conjunto e os personagens podem surgir no decorrer da trama. Características como essa, fazem com que esse estilo passe a ser mais abundante de recursos que um conto ou uma crônica, por exemplo. Além disso, o romance tem características que se aproximam bastante da realidade.
Fábula
As fábulas são textos muito ricos e seus autores utilizam uma imensa capacidade criativa, visto que, nessa modalidade de sentido figurado, os animais têm características de seres humanos como a fala, capacidade de pensar, etc. Na produção de textos para fábulas pode-se usar sátiras, críticas e sempre no final existe uma lição de moral. Geralmente, são histórias infantis destinadas às crianças; porém, não devem ser desprezadas.
 Epopéia O conto épico ou epopéia são textos narrativos, contados em versos, orais ou escritos. Nas epopéias, se contam histórias heróicas, fundamentadas em contos tradicionalistas, onde se preservam as tradições. Os contos épicos apresentam muitos conceitos de cunho moral que servem de exemplos de comportamento.
Histórias como a Ilíada e a Odisséia, de Homero, se baseiam nas lendas da guerra de Tróia. A obra, Os Lusíadas, de Luís de Camões é repletade fatos históricos relacionados com a viagem marítima de Vasco da Gama para a Índia. Neles, os heróis são os filhos de lusos, ou seja, dos portugueses.
Novela
A novela consiste em uma narração que, diferentemente dos romances, é menos duradoura e toda a história se passa ao redor de uma personagem. Costuma ter entre 50 e 100 páginas e apresenta uma situação de conflito que vai sendo desvendada no decorrer da história.
Conto
Os contos são pequenas narrativas, estruturadas em parágrafos e em seus textos, estão contidas várias situações rotineiras. Os contistas ou escritores de contos relatam nos acontecimentos cotidianos, histórias cômicas, do folclore brasileiro, mas sempre são ocasiões bem populares. Outro elemento do conto é que ele se aproxima bastante de poesias e crônicas.
Os contos cresceram muito e há famosas histórias como “O barba azul”, “Cinderela”, “O gato de boas”, e outras. Enfim, os contos se modernizaram entre os séculos XVIII e XIX, no momento em que os irmãos Grimm reescrevem e publicam contos como “A bela adormecida”, “Rapunzel”, “Branca de Neve”, etc.
Crônica
As crônicas são textos exclusivos para os jornais, pois elas trabalham com o factual (de curta duração). O cronista escreve sobre fatos, elaborando um texto geralmente curto, em que críticas, sátiras, indiretas e afins, podem ser inseridas. O escritor de crônicas costuma contar uma situação de forma bem simples, mostrando sua visão do mundo.
No século XIX, as crônicas faziam parte dos jornais impressos. Um exemplo disso é o jornal francês Journal de Débats, de Paris, onde iniciou a prática. 
Existem diversos tipos de crônicas: a descritiva, humorística, dissertativa, narrativa, narrativo-descritiva, lírica, poética, jornalística e histórica.
– As descritivas discorrem detalhadamente uma situação, aflorando uma capacidade de imaginação do leitor;
– As narrativas são casos narrados em primeira ou terceira pessoa;
– Crônicas narrativo-descritivas, além de narrar um fato, conta-o com muitos detalhes;
– As dissertativas trabalham com argumentos para o lado sentimental, provocando uma certa excitação no leitor. Ela pode vir em primeira pessoa do singular ou plural;
– As humorísticas possuem um caráter cômico ou irônico em relação aos acontecimentos;
– A lírica aborda o lado mais espiritual do ser humano, os sentimentos e emoções do cronista são descritos. Já a poética tem a estrutura estilística em versos;
– Crônicas jornalísticas apresentam alguns pontos mais aprofundados das notícias e acontecimentos;
– As históricas contam os fatos históricos ou mesmo reais.
Ensaio
Os ensaios são textos que caminham entre aspectos didáticos e poéticos. Tem como característica apresentar ideias para que o leitor pense a respeito de vários assuntos. Os ensaios não costumam ser formais e trabalham na defesa de um ponto de vista, com a isenção de provas científicas.
Gênero Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor).
São exemplos de gêneros textuais descritivos:
Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Texto Argumentativo
Um texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer tema ou assunto.
É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar, depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve, com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve também conter contra-argumentos, de forma a não permitir uma interpretação duvidosa. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da opinião.
Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes: a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese; o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados estatístico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos – enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível solução/proposta ou uma síntese. Deve utilizar título que chame a atenção do leitor e utilizar variedade padrão de língua.
A linguagem utilizada normalmente é impessoal e objetiva.
Interpretação e organização interna:
Para uma boa interpretação de texto é necessário que o texto tenha coesão que é quando seus vários elementos estão articulados entre si, estabelecendo unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os parágrafos e a coerência que é a relação lógica entre as idéias, fazendo com que umas complementem as outras, não se contradigam e forme um todo significativo que é o texto, ou seja, A coerência textual resulta da relação harmoniosa entre as idéias apresentadas num texto.
 Elementos de construção do texto e seu sentido: Interpretação e Organização Interna
 
Tenho três postagens que aprofunda estes assuntos:
· Coesão
· Coerência
· Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados
Nesta postagem farei um resumo sobre interpretação e Organização interna textual
 
Interpretação de Textos
Você deve ler o texto atentamente, prestando uma atenção às palavras de ligação (mas, todavia, no entanto, etc.), para compreender a sua construção e identificar as diferentes etapas da argumentação do autor (as partes). Nesta fase, faz todo o sentido sublinhar as palavras e as expressões essenciais.
Desconfie dos textos que parecem simples, pois pode haver armadilhas levando você a errar na interpretação.
A primeira etapa consiste em identificar o tema que está em questão tentando compreender de forma precisa aquilo de que fala o autor e limitar muito bem o tema. O tema não deve, no entanto, ser confundido com a tese, isto é, aquilo que o autor quer demonstrar.
Organização
 É útil explicitar a organização do texto, descobrir a sua articulação, a sua organização interna. Não se trata de cortar o texto, de dividi-lo e de compreender a estrutura através de elementos dissecados sem nenhuma relação entre si. O que interessa é explicitar o encadeamento e evidenciar as verdadeiras ligações.
É necessário construir ligações e obedecer a uma organização rigorosa; do mesmo modo, a explicação do texto visa, sobretudo tornar explícitos os encadeamentos, uns nos outros, dos elementos de reflexão. O que se pretende é precisamente evidenciar a construção e o itinerário do autor. Com esse objetivo, é aconselhável seguir a ordem do texto, e construir as diferentes partes da explicação em função das partes do texto.
 Explicitação dos conceitos fundamentais
 Evidenciar o percurso orgânico do texto é, antes de mais, definir os conceitos fundamentais que presidem a essa organização. A finalidade da explicação do texto é, portanto clara: trata-se definir e de explicitar os conceitos fundamentais do texto, acompanhando o seu movimento e a sua organização. Deve-se prestar atenção particular aos conceitos de base que possuem uma significação particular e que detêm uma função precisa no texto.
Erros a evitar:
Tratar uma só parte do texto
Primeiro erro muito freqüente: concentrar todo o esforço de compreensão numa única passagem do texto. Explicar um texto é determinar o seu sentido global. Por conseguinte a abordagem de um único dos seus aspectos não é nada adequada.
Considerar os exemplos contidos no texto como secundários.
Deve dar-se sempre um lugar privilegiado aos exemplos utilizados pelo autor no texto, na medida em que é neles que reside muitas vezes a chave para uma boa interpretação.
A conclusão tem a finalidade de fazer um breve balanço, indicando o interesse da demonstração do pensador. Ela encerra o debate com precisão e clareza; possui, portanto,uma função retórica e pedagógica, cuja importância não deve ser subestimada.
 o autor quer demonstrar.
Semântica: sentido e emprego dos vocábulos: 
Semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua.
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:
· Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto.
· Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
· Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:
As homônimas podem ser:
· Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);
· Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
· Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);
· Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percurso (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.
· Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
· Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem 
completamente distintos. Exemplos: São (Presente do verbo ser) - São (santo)
Conotação e Denotação:
Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.
Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
Campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos em português:
Depois de falarmos sobre os verbos, não poderíamos deixar de dar importância ao seu aspecto semântico. Em primeiro lugar, devemos reforçar que, quando falamos em semântica, nos referimos à significação. Por isso, quando dizemos que vamos estudar a semântica dos modos e tempos verbais, queremos dizer que estudaremos os significados que eles carregam.
Modo Imperativo
É o modo que dá uma ordem, um conselho, uma dica, uma súplica, uma sugestão ou faz um pedido. Ele é formado a partir do presente do indicativo e não é subdividido em tempos.
Exemplos: Coma tudo! / Não faça isso! / Leia com atenção.
Devemos prestar atenção quando usar o imperativo na 1ª pessoa do plural (nós), pois podemos confundi-lo com o subjuntivo. Para que fique mais claro, devemos ter em mente que, ao contrário do subjuntivo, o imperativo não depende de uma subordinação.
Exemplo: Não desistamos de nossos ideais.
OBS: O modo imperativo é utilizado no texto injuntivo (receita, manual, etc.).
 
Modo subjuntivo
É o modo da incerteza, do desejo, da possibilidade. A semântica do subjuntivo nunca será de certeza, mas sempre de possibilidade, dúvida, irrealidade.
Exemplos: Espero que você venha. / Se ele viajasse, seria ótimo.
Ele ocorre somente em estruturas subordinadas. Isso quer dizer que ele vai aparecer em uma estrutura dependente de outro verbo – quero (verbo do qual o subjuntivo depende) que ele venha (subjuntivo) –, ou dependente de um nome – talvez (nome do qual o subjuntivo depende) ele venha (subjuntivo).
Tempos do subjuntivo
Presente: O verbo no presente do subjuntivo enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. 
Exemplo: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito: Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido. Exemplo: Eu esperava que ele ganhasse a prova. OBS: O pretérito imperfeito também é utilizado para expressar condição e desejo. 
Exemplo: Se ele viesse ao clube, entraria na piscina.
Pretérito perfeito (composto): Expressa um fato totalmente terminado num momento passado. 
Exemplo: Embora tenha comido bastante, ficou com fome.
Pretérito mais que perfeito (composto): Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. 
Exemplo: Embora a prova já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala.
Futuro do presente (simples): Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. 
Exemplos: Quando ele vier aqui, levará os presentes. / Se ele vier aqui, levará os presentes.
Futuro do presente (composto): Enuncia um fato posterior ao momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro. 
Exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.
 
Modo indicativo
O modo indicativo é o mais versátil. Ele é o único em que o verbo afirma que fala com certeza. Porém, isso não o impede de trabalhar também com a dúvida e com a possibilidade.
Exemplos: Eu sairei hoje. / Eu acho que tudo dará certo.
O modo indicativo não precisa ocorrer, necessariamente, em uma estrutura subordinada. Por exemplo: Eu não sei nada da matéria! (estrutura sem subordinação, não depende de nenhuma outra); Eu quero que tudo dê certo. O dê está subordinado ao verbo quero, não poderia existir sem ele. Não existe a frase “tudo dê certo”, parece que falta algo, não é? Essa sensação de que falta algo é por causa da subordinação.
Tempos do indicativo
Presente: possui uma grande quantidade de possibilidades semânticas.
Rotina: O presente do indicativo pode indicar um fato rotineiro, que costuma acontecer com freqüência. 
Exemplo: Eu como todos os dias.
Fato simultâneo ao momento da fala. Exemplo: Vagner Love chuta a bola para o gol.
Passado: O verbo no presente do indicativo pode indicar um fato que já ocorreu. Em geral, o tipo textual narrativo usa muito o presente com a intenção de aproximar a história do leitor, fazer com que o leitor sinta que está assistindo à história, participando dela. 
Exemplo: Em 1808, a família real chega ao Brasil.
Futuro: Pode indicar um fato que ainda vai ocorrer; este uso é muito comum na linguagem coloquial, no nosso falar cotidiano. Exemplo: Na próxima semana, eu vou à aula.
Verdade absoluta: Exemplo: A Terra gira em torno do Sol.
 
Pretérito Perfeito: Pode indicar:
Fato pontual no passado: Fato pontual no passado é um fato que aconteceu em um momento e terminou, não teve uma duração estendida, sendo, por isto, pontual. Exemplo: Ele correu rapidamente.
Fato duradouro no passado: É aquele que teve uma duração, ou seja, ocorreu durante algum tempo, mesmo que pequeno. Exemplo: Falei no telefone por horas.
 
Pretérito Imperfeito: O verbo no Pretérito Imperfeito só pode indicar uma ação com aspecto durativo, uma ação que ocorreu por certo tempo. Por isso, chama-se imperfeito: a ação que ele indica não foi finalizada imediatamente, ou, então, trata-se de uma ação que costumava acontecer. Exemplo: Eu jogava basquete todos os dias.
 
Pretérito MaisQue Perfeito: A ação que o verbo no pretérito mais que perfeito indica ocorreu antes de outra, também no passado. Exemplo: O policial chegou ao local onde o acidente acontecera.
 OBS: Atualmente, o pretérito mais que perfeito não é utilizado na fala e tem sido pouco utilizado, inclusive, na escrita. Na fala, tende a ser substituído por uma locução de particípio com verbo auxiliar ter ou haver no pretérito imperfeito. Exemplo: O policial chegou ao local onde o acidente tinha acontecido.
 
Futuro do Presente: Pode indicar:
Futuro em relação ao momento em que se fala: Exemplo: Amanhã, irei ao trabalho.
Dúvida: O futuro do presente pode indicar dúvida de quem fala em relação a um fato. Ocorre em frases interrogativas. Exemplo: Será ele a pessoa certa?
Ordem: O futuro do presente pode indicar uma ordem, equivalendo semanticamente ao imperativo. Exemplo: Não roubarás.
 
Futuro do Pretérito: O futuro do pretérito não indica um fato futuro em relação ao momento da enunciação, mas um fato futuro em relação a um fato expresso por outro verbo. Exemplo: Eu sabia que ela iria à festa.
 
Reparem que o verbo no futuro do pretérito iria refere-se a um fato que aconteceu depois do fato expresso pelo verbo no pretérito imperfeito sabia. Ir, portanto, é futuro em relação a “saber”.
 
Pode indicar:
Polidez: Exemplo: Você me emprestaria sua caneta?
Dúvida: Exemplo: Seria eu ideal para o cargo?
Afastamento do que está sendo dito: O enunciador não se responsabiliza pelo que está falando. Exemplo: Disseram que você seria o culpado.
Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais:
Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence. Quando nos referimos às classes gramaticais, logo sabemos que se refere à dez classes, que são: substantivos, artigos, pronomes, verbos, adjetivos, conjunções, interjeições, preposições, advérbios e numerais. 
Classes Gramaticais ou Classes de Palavras Uma Classe Gramatical ou Classe de Palavra é o nome dado ao grupo que classifica uma palavra de acordo com sua estrutura sintática e morfológica. Vejam quais são:
 
SUBSTANTIVOS
É a palavra que dá nome aos objetos, aos lugares, às ações, aos seres em geral, entre outros e varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).
Quanto à formação, o substantivo pode ser:
Primitivo – é o nome que não deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casa, pedra e jornal.
Derivado – é o nome que deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casarão, pedreira e jornaleiro (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente).
Simples – é o nome formado por apenas um radical. Radical é o elemento que é a base do significado das palavras. Exemplos: casa, flor e gira, cujos radicais são respetivamente: cas, flor e gir.
Composto – é o nome formado por mais do que um radical. Exemplos: couve-flor, girassol e passatempo, cujos radicais são respetivamente: couv e flor, gir e sol e pass e temp.
Quanto ao elemento que nomeia, o substantivo pode ser:
Comum – é a palavra que dá nome aos elementos da mesma espécie, de forma genérica. Exemplos: cidade, pessoa e rio.
Próprio – é a palavra que dá nome aos elementos de forma específica, por isso, são sempre grafados com letra maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana e Tietê.
Concreto – é a palavra que dá nome aos elementos concretos, de existência real ou imaginária. Exemplos: casa, fada e pessoa.
Coletivo – é a palavra que dá nome ao grupo de elementos da mesma espécie. Exemplos: acervo (conjunto de obras de arte), cardume (conjunto de peixes) e resma (conjunto de papéis).
Abstrato – é a palavra que dá nome a ações, estados, qualidades e sentimentos. Exemplos: trabalho, alegria, altura e amor.
ARTIGOS
É a palavra que antecede os substantivos e varia em gênero e número, bem como o determina (artigo definido) ou o generaliza (artigo indefinido).
São artigos definidos: o, a (no singular) e os, as (no plural)
São artigos indefinidos: um, uma (no singular) e uns, umas (no plural) 
ADJETIVOS
É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos e varia em gênero, número e grau.
Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
Primitivo – é o adjetivo que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: alegre, bom e fiel.
Derivado – é o adjetivo que deriva de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria e bondade (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente) e escritor (palavra derivada do verbo escrever).
Simples – é o adjetivo formado por apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso e honesto, cujos radicais são respetivamente: alt, estud e honest
Composto – é o adjetivo formado por mais do que um radical. Exemplos: superinteressante, surdo-mudo e verde-claro, cujos radicais são respetivamente: super e interessant, surd e mud e verd e clar.
Há também os Adjetivos Pátrios, que caracterizam os substantivos de acordo com o seu local de origem e as Locuções Adjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de adjetivo.
Exemplos de Adjetivos Pátrios: brasileiro, carioca e sergipano.
Exemplos de Locuções Adjetivas: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal) e de face (=facial).
NUMERAL
É a palavra que indica a posição ou o número de elementos.
Os numerais classificam-se em:
Cardinais – é a forma básica dos números, utilizada na sua contagem. 
Exemplos: um, dois e vinte.
Ordinais – é a forma dos números que indica a posição de um elemento numa série. Exemplos: segundo, quarto e trigésimo.
Fracionários – é a forma dos números que indica a divisão das proporções. Exemplos: meio, metade e um terço.
Coletivos – é a forma dos números que indica um conjunto de elementos. Exemplos: uma dúzia (conjunto de doze), semestre (conjunto de seis) e centena (conjunto de cem).
Multiplicativos – é a forma dos números que indica multiplicação. 
Exemplos: dobro, duplo e sêxtuplo.
PRONOME
É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso e varia em gênero, número e pessoa.
Os pronomes classificam-se em:
Pessoais – Caso reto (quando são o sujeito da oração): eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e Caso oblíquo (quando são complemento da oração): me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco, os, as lhes, se, si, consigo.
Tratamento – Alguns exemplos: Você, Senhor e Vossa Excelência.
Possessivos – meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e respetivas flexões.
Demonstrativos – este, esse, aquele e respetivas flexões, isto, isso, aquilo.
Relativos – o qual, a qual, cujo, cuja, quanto e respetivas flexões, quem, que, onde.
Indefinidos – algum, alguma, nenhum, nenhuma, muito, muita, pouco, pouca, todo, toda, outro, outra, certo, certa, vário, vária, tanto, tanta, quanto, quanta, qualquer, qual, um, uma e respetivas flexões e quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.
Interrogativos – qual, quais, quanto, quanta, quantas, quem, que.
VERBO
É a palavra que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza e varia em pessoa (primeira, segunda e terceira), número (singular e plural), tempo (presente, passado e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).
Exemplos:
O time adversário marcou gol. (ação)
Estou tão feliz hoje! (estado)
De repente ficou triste (mudança de estado)
Trovejava sem parar. (fenômeno da natureza)
ADVÉRBIO
É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros.
Os advérbios classificam-se em:
Modo – Exemplos: assim, devagar e grande parte das palavras terminadas em “-mente”.
Intensidade – Exemplos: demais, menos e tão.
Lugar – Exemplos: adiante, lá e fora.
Tempo – Exemplos: ainda, já e sempre.
Negação – Exemplos: não, jamais e tampouco.
Afirmação – Exemplos: certamente, certo e sim.
Dúvida – acaso,quiçá e talvez.
PREPOSIÇÃO
É a palavra que liga dois elementos da oração.
As preposições classificam-se em:
Essenciais – têm somente função de preposição. Exemplos: a, desde e para.
Acidentais – não têm propriamente a função de preposição, mas podem funcionar como tal. Exemplos: como, durante e exceto.
Há também as Locuções Prepositivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de preposição. Exemplos: apesar de, em vez de e junto de.
CONJUNÇÃO
É a palavra que liga duas orações.
As conjunções classificam-se em:
COORDENATIVAS: Aditivas (e, nem), Adversativas (contudo, mas),Alternativas (ou…ou, seja…seja), Conclusivas (logo, portanto) e Explicativas(assim, porquanto).
SUBORDINATIVAS: Integrantes (que, se), Causais (porque, como), Comparativas (que, como), Concessivas (embora, posto que), Condicionais (caso, salvo se), Conformativas (como, segundo), Consecutivas (que, de maneira que), Temporais (antes que, logo que), Finais (a fim de que, para que) eProporcionais (ao passo que, quanto mais).
Há também as Locuções Conjuntivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: contanto que, logo que e visto que.
INTERJEIÇÃO
É a palavra que exprime emoções e sentimentos.
As interjeições podem ser classificadas em:
Advertência – Calma!, Devagar!, Sentido!
Saudação – Alô!, Oi!, Tchau!
Ajuda – Ei!, Ô!, Socorro!
Afugentamento – Fora!, Sai! Xô!
Alegria – Eba!, Uhu! Viva!
Tristeza – Oh!, Que pena!, Ui!
Medo – Credo!, Cruzes!, Jesus!
Alívio – Arre!, Uf!, Ufa!
Animação – Coragem!, Força!, Vamos!
Aprovação – Bis!, Bravo!, Isso!
Desaprovação – Chega!, Francamente! Livra!,
Concordância –Certo!, Claro!, Ótimo!
Desejo – Oxalá!, Quisera!, Tomara!
Desculpa – Desculpa!, Opa!, Perdão!
Dúvida – Hã?, Hum?, Ué!
Espanto – Caramba!, Oh!, Xi!,
Contrariedade – Credo!, Droga!, Porcaria!
Há também as Locuções Interjetivas, que são o conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: Cai fora!, Muito obrigada!, Volta aqui!
A ANÁLISE MORFOLÓGICA
As palavras da língua portuguesa podem ser analisadas/classificadas de duas formas :
Separadamente, palavra por palavra, mesmo fazendo parte de uma oração. 
De acordo com a função da palavra dentro da oração.
Falamos da análise morfológica e da análise sintática de uma oração.
O que é análise morfológica?
Já aprendemos que a Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe gramatical a que ela pertence.
Estas são as classificações que as palavras recebem sozinhas, fora das frases/orações.  Quando analisamos/classificamos separadamente estas palavras é que temos a sua análise morfológica.
Observem a oração abaixo :
Os meninos da rua treze estavam atônitos com a beleza da nova moradora.
Análise morfológica:  
Os  - artigo 
meninos – substantivo 
da – preposição
rua- substantivo
treze– numeral
estavam – verbo
atônitos–adjetivo
com – preposição
a– artigo
beleza-substantivo
da– preposição
nova – adjetivo
moradora – substantivo
Fica a dica :  Sempre que lhe for proposto a análise morfológica de uma oração, pense nas palavras sozinhas, analisadas uma a uma, como se fosse a única.  E lembre-se das famosas 10(dez) classes gramaticais
Processos de formação de palavras:
Maneiras como os morfemas se organizam para formar as palavras.
Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, a verbo teadorar.
Intransitivo:
Teodoro, Teodora.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970) 
Os principais processos de formação são:
Derivação 
Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra, chamada de primitiva. Os processos de derivação são:
Derivação Prefixal
A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.
Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente. 
Derivação Sufixal
A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.
Ex.: realmente, folhagem. 
Derivação Prefixal e Sufixal
A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado. 
Ex.: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). Você pode observar que os dois afixos são independentes: existem as palavras, desleal e lealmente. 
Derivação Parassintética
A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.
Ex.: anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não podem se separar. 
Derivação Regressiva
A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem.
Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português). 
Derivação Imprópria
A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é usada como fazendo parte de outra.
Exemplos:coelho - substantivo comum, usado como substantivo próprio - Daniel Coelho da Silva. 
verde, geralmente usado como adjetivo - Comprei uma camisa verde-, é usado como substantivo: O verde do parque comoveu a todos.
Mecanismos de flexão dos nomes e verbos:
São morfemas (pedaço mínimo para expressar um significado) colocados no final das palavras para indicar que elas podem flexionar tanto nos nomes como nos verbos.
O ato de flexionar é mudar de forma, ou seja, a flexão nominal varia a forma dos nomes e a flexão verbal varia a forma dos verbos.
 
FLEXÃO NOMINAL
Flexão nominal é o estudo do gênero e número dos substantivos, adjetivos, numerais e pronomes.
Essencialmente é o estudo do plural e gêneros dos nomes.
Ex.: Mala e malas ou cachorro e cachorra
 FLEXÃO NOMINAL DE GÊNERO:
Os substantivos masculinos são precedidos pelo artigo “o”.
Ex. O cachorro ou o piloto.
Os substantivos femininos são precedidos pelo artigo “a”.
Ex.: A cachorra ou a pilota.
Formação do feminino:
Substantivos masculinos terminados em “o” substitui  por “a”:
Ex.: piloto por pilota
Substantivos masculinos terminados em “ão” substitui  por “ã”:
Ex.: o Anão por a anã ou o capitão por a capitã.
Substantivos masculinos terminados em “r” acrescenta a letra “a”:
Ex.: o cantor por a cantora
Pode acontecer em que substantivos masculinos terminados em “or” substitui por “eira”:
Ex.: O arrumador por a arrumadeira.
Tem substantivo que terminado em “e” mudam para “a” no feminino
Ex.: Elefante por elefanta
Substantivo terminado com “ês”, “L” ou “z” acrescenta o “a” no feminino.
Ex.: Freguês fica freguesa
Conforme o sentido da frase pode ser feminino ou masculino.
Ex.: A capital (cidade); o capital (dinheiro)
FLEXÃO NOMINAL DE NÚMEROS
Os nomes, geralmente admitem a flexão de número: Singular e plural.
FLEXÃO VERBAL
 Das classes de palavras a que tem mais flexões é a do Verbo.
Os verbos sofrem flexão em modo, tempo, número e pessoa.
 
Modo:
Mostra em que contexto acontece o verbo.
Temos:
Modo indicativo – A pessoa que fala tem certeza do que tá dizendo.
Ex.: Eu vou assistir ao jogo hoje.
Modo subjuntivo – A pessoa que fala tem dúvidas sobre o que tá dizendo.
Ex.: Espero que você jogue bem hoje a noite
Modo imperativo – A pessoa fala uma ordem ou faz um pedido.
Ex.: Pare de dizer estas besteiras!
Tempo:
São ações que podem ocorrer no passado (pretérito), presente ou futuro.
No passado temos o pretérito: Perfeito, imperfeito, mais que perfeito, perfeito composto do indicativo e mais que perfeito composto do indicativo, imperfeito do subjuntivo e o mais que perfeito composto do subjuntivo.
No presente temos o presente do indicativo e o presente do subjuntivo.
No futuro temos futuro: do presente do indicativo, do pretérito do indicativo, do presente composto do indicativo, do pretérito composto doindicativo, do subjuntivo e o composto do subjuntivo.
Número:
Singular ou plural
Eu preciso estudar (singular)
Nós precisamos estudar (plural)
Pessoa:
1ª pessoa: Eu e nós. Seria a pessoa que esta falando
2ª pessoa: Tu e vós. Seria a pessoa com quem se esta falando
3ª pessoa: ele e eles. Seria a pessoa de quem estão falando.
Sintaxe:
A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a função e a relação entre as palavras e as orações.
Frase, oração e período;
Frase é todo o enunciado lingüístico que tem sentido completo e termina com uma pausa pontuada. Não é necessário haver verbo para a formação de uma frase quando o que foi enunciado tem sentido completo.
Exemplos:
Silêncio!
E agora, José?
Choveu.
Não sei o que dizer...
As frases são marcadas por entonação que, na escrita, ocorrem com o recurso dos sinais de pontuação. Sem a pontuação, as palavras são apenas vocábulos.
Leia Tipos de Frase e Pontuação e Sinais de Pontuação.
Oração
A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal. As orações podem ou não ter sentido completo.
Exemplos:
Acabamos finalmente!
Levaram tudo.
É provável.
Estamos indo...
Período
Período é frase organizada em uma ou mais orações. O período pode ser simples ou composto.
Período Simples
O período simples é formado por somente uma oração agrupada em torno de um único verbo ou de uma única locução verbal. Quando isso ocorre, o período é denominado oração absoluta.
Exemplos:
Estamos felizes com os resultados.
Faltam apenas alguns dias.
Talvez eu vá.
Período Composto
O período composto é formado por mais de uma oração. Nesse caso, a quantidade de orações é sujeita ao número de verbos ou de locuções verbais.
Exemplos:
Faça como eu pedi.
Não sei se tenho coragem.
Começou a gritar enquanto ele ia passando.
Termos da oração;
Os termos da oração podem ser classificados em três tipos:
Termos essenciais da oração - São os termos necessários para a formação das orações. Confiram quais são os termos essenciais:
Sujeito: termo da oração no qual se enuncia alguma coisa;
Predicado: termo da oração que se refere ao sujeito.
Termos integrantes da oração
Esses termos integram (completam) o significado dos termos essenciais (sujeito e predicado). 
Os três termos integrantes da oração são:
Agente da passiva: indica quem praticou a ação de um verbo na voz passiva;
Complemento nominal: completa o sentido do adjetivo, do advérbio ou do substantivo;
Complemento verbal: completa o sentido dos verbos transitivos.
Termos acessórios da oração
Diferentemente dos termos essenciais, os termos acessórios são necessários em apenas alguns contextos. As funções desses termos são qualificar um ser, exprimir alguma circunstância e determinar os substantivos. A seguir listaremos os termos acessórios:
Adjunto Adnominal: termo que caracteriza, modifica, determina ou qualifica um substantivo;
Adjunto Adverbial: termo que altera o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio;
Aposto: explica, resumi, enumera ou especifica outro termo;
Vocativo: utilizado para referir-se ao interlocutor.
Processos de coordenação e subordinação:
Para compreender a estrutura sintática de uma frase, ou seja, a análise em relação à organização da mesma, que é dividida em coordenação e subordinação; primeiramente deve-se entender o que é frase; e, de acordo com Mattoso Câmara, nada mais é do que “unidade de comunicação lingüística, caracterizada […] do ponto de vista comunicativo – por ter um propósito definido e ser suficiente pra defini-lo –, e do ponto de vista fonético – por uma entonação […] que lhe assinala nitidamente o começo e o fim.”.
Seguindo a linha de definição acerca de frase escrita, Perini diz que se inicia com letra maiúscula e finaliza com algum sinal de pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação etc), todavia, outros gramáticos não delimitam a necessidade de pontuação para a constituição de frase.
O vocábulo definido acima ainda pode ser uma oração, mas a última não é sinônimo de frase; isto é, uma oração possui verbo, mas uma frase não precisa de verbo para ser denominada como tal, sendo assim, toda oração (ou conjunto de orações = período) é uma frase (exemplo: Abra o livro na página 4 e Faça um bolo e entregue a Maria), porém, nem toda frase é uma oração (exemplo: O caderno amarelo da filha de João da Silva).
Quanto a período (ou enunciado) – que é a soma dos elementos estruturais da frase e tem a necessidade da pontuação –, este pode ser simples ou composto; sendo por composição, será subdividido em coordenação (semântica + sintática) e subordinação (“… é o emprego de um nível mais elevado no lugar de outro de nível inferior”, BACK). Outro ponto a ser frisado é que composição por aposição difere-se de composição por coordenação, pois a primeira admite expressões explicativas (isto é; quero dizer) e expressões retificadoras (minto; aliás).
Ainda em relação à composição por aposição, Back enumera dois tipos de aposição: identificadora (“Pedro Álvares Cabral, um almirante português, descobriu o Brasil.”) e retificadora (“João, minto, Pedro veio até a sala.”), e ambas exercem a mesma função sintática.
A locução subordinante também tem duas classificações, podendo ser complexa ou unitária. A primeira refere-se a uma locução verbal (Ex. Amanhã, todos os alunos irão fazer o teste), enquanto a segunda, como o próprio nome diz, é composta por um único verbo (Ex. Ontem, Pedro fez o exame).
A explanação de alguns termos, como hipotaxe (subordinação) – estrutura muito complexa que pode ser reduzida – e parataxe – termo equivalente para a coordenação –, hipertaxe – palavra que exerce um grande significado, como, por exemplo, um substantivo com significado maior – é também bastante válida para uma compreensão clara e coerente. Além disso, vale ressaltar que pronome sempre tem função sintática.
Concordância nominal e verbal:
Concordância verbal é a concordância em número e pessoa entre o sujeito gramatical e o verbo. 
Exemplos de concordância verbal
Eu li;
Ele leu;
Nós lemos;
Eles leram.
Concordância nominal é a concordância em gênero e número entre os diversos nomes da oração, ocorrendo principalmente entre o artigo, o substantivo e o adjetivo.
Concordância em gênero indica a flexão em masculino e feminino.
Concordância em número indica a flexão em singular e plural. 
Concordância em pessoa indica a flexão em 1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa.
Exemplos de concordância nominal
O vizinho novo;
A vizinha nova;
Os vizinhos novos;
As vizinhas novas.
Casos particulares de concordância verbal
Concordância com pronome relativo que
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome: sou eu que quero, somos nós que queremos, são eles que querem.
Concordância com pronome relativo quem
O verbo estabelece concordância com o antecedente do pronome ou fica na 3.ª pessoa do singular: sou eu quem quero, sou eu quem quer.
Concordância com: a maioria, a maior parte, a metade,...
Preferencialmente, o verbo estabelece concordância com a 3.ª pessoa do singular. Contudo, o uso da 3.ª pessoa do plural é igualmente aceitável: a maioria das pessoas quer, as maiorias das pessoas querem.
Concordância com um dos que
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do plural: um dos que ouviram, um dos que estudarão, um dos que sabem.
Concordância com nem um nem outro
O verbo pode estabelecer concordância com a 3.ª pessoa do singular ou do plural: nem um nem outro veio, nem um nem outro vieram.
Concordância com verbos impessoais
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular, uma vez que não possui um sujeito: havia pessoas, houve problemas, faz dois dias, já amanheceu.
Concordância com a partícula apassivadora se
O verbo estabelece concordância com o objeto direto, que assume a função de sujeito paciente, podendo ficar no singular ou no plural: vende-se casa, vendem-se casas.
Concordância com a partícula de indeterminação do sujeito se
O verbo estabelece sempre concordância com a 3.ª pessoa do singular quando a frase é formada por verbos intransitivosou por verbos transitivos indiretos: precisa-se de funcionário, precisa-se de funcionários.
Concordância com o infinitivo pessoal
O verbo no infinitivo sofre flexão sempre que houver um sujeito definido, quando se quiser definir o sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente do da primeira: é para eles lerem, acho necessário comprarmos comida, eu vi eles chegarem tarde.
Concordância com o infinitivo impessoal
O verbo no infinitivo não sofre flexão quando não houver um sujeito definido, quando o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos imperativos: eles querem comprar, passamos para ver você, eles estão a ouvir.
Concordância com o verbo ser
O verbo estabelece concordância com o predicativo do sujeito, podendo ficar no singular ou no plural: isto é uma mentira, isto são mentiras; quem é você, quem são vocês.
Veja também: Outros exemplos de concordância verbal.
Casos particulares de concordância nominal
Concordância com pronomes pessoais
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o pronome pessoal: ela é simpática, ele é simpático, elas são simpáticas, eles são simpáticos.
Concordância com vários substantivos
O adjetivo estabelece concordância em gênero e número com o substantivo que está mais próximo: caderno e caneta nova, caneta e caderno novo. Pode também estabelecer concordância com a forma no masculino plural: caneta e caderno novos, caderno e caneta novos.
Concordância com vários adjetivos
Quando há dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular apenas se houver um artigo entre os adjetivos. Sem a presença de um artigo, o substantivo deverá ser escrito no plural: o escritor brasileiro e o chileno, os escritores brasileiro e chileno.
Concordância com: é proibido, é permitido, é preciso, é necessário, é bom
Estas expressões estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando há um artigo que determina o substantivo, mas permanecem invariáveis no masculino singular quando não há artigo: é permitida a entrada, é permitido entrada, é proibida a venda, é proibido venda.
Concordância com: bastante, muito, pouco, meio, longe, caro e barato
Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo quando possuem função de adjetivo: comi meio chocolate, comi meia maçã, há bastante procura, há bastantes pedidos, vi muitas crianças, vi muitos adultos.
Concordância com menos
A palavra menos permanece sempre invariável, quer atue como advérbio ou como adjetivo: menos tristeza, menos medo, menos traições, menos pedidos.
Concordância com: mesmo, próprio, anexo, obrigado, quite, incluso
Estas palavras estabelecem concordância em gênero e número com o substantivo: resultados anexos, informações anexas, as próprias pessoas, o próprio síndico, ele mesmo, elas mesmas.
Concordância com um e outro
Com a expressão um e outro, o adjetivo deverá ser sempre escrito no plural, mesmo que o substantivo esteja no singular: um e outro aluno estudioso, uma e outra pergunta respondida.
Transitividade e regência de nomes e verbos:
Para compreender a estrutura sintática de uma frase, ou seja, a análise em relação à organização da mesma, que é dividida em coordenação e subordinação; primeiramente deve-se entender o que é frase; e, de acordo com Mattoso Câmara, nada mais é do que “unidade de comunicação lingüística, caracterizada […] do ponto de vista comunicativo – por ter um propósito definido e ser suficiente pra defini-lo –, e do ponto de vista fonético – por uma entonação […] que lhe assinala nitidamente o começo e o fim.”.
Seguindo a linha de definição acerca de frase escrita, Perini diz que se inicia com letra maiúscula e finaliza com algum sinal de pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação etc), todavia, outros gramáticos não delimitam a necessidade de pontuação para a constituição de frase.
O vocábulo definido acima ainda pode ser uma oração, mas a última não é sinônimo de frase; isto é, uma oração possui verbo, mas uma frase não precisa de verbo para ser denominada como tal, sendo assim, toda oração (ou conjunto de orações = período) é uma frase (exemplo: Abra o livro na página 4 e Faça um bolo e entregue a Maria), porém, nem toda frase é uma oração (exemplo: O caderno amarelo da filha de João da Silva).
Quanto a período (ou enunciado) – que é a soma dos elementos estruturais da frase e tem a necessidade da pontuação –, este pode ser simples ou composto; sendo por composição, será subdividido em coordenação (semântica + sintática) e subordinação (“… é o emprego de um nível mais elevado no lugar de outro de nível inferior”, BACK). Outro ponto a ser frisado é que composição por aposição difere-se de composição por coordenação, pois a primeira admite expressões explicativas (isto é; quero dizer) e expressões retificadoras (minto; aliás).
Ainda em relação à composição por aposição, Back enumera dois tipos de aposição: identificadora (“Pedro Álvares Cabral, um almirante português, descobriu o Brasil.”) e retificadora (“João, minto, Pedro veio até a sala.”), e ambas exercem a mesma função sintática.
A locução subordinante também tem duas classificações, podendo ser complexa ou unitária. A primeira refere-se a uma locução verbal (Ex. Amanhã, todos os alunos irão fazer o teste), enquanto a segunda, como o próprio nome diz, é composta por um único verbo (Ex. Ontem, Pedro fez o exame).
A explanação de alguns termos, como hipotaxe (subordinação) – estrutura muito complexa que pode ser reduzida – e parataxe – termo equivalente para a coordenação –, hipertaxe – palavra que exerce um grande significado, como, por exemplo, um substantivo com significado maior – é também bastante válida para uma compreensão clara e coerente. Além disso, vale ressaltar que pronome sempre tem função sintática.
Padrões gerais de colocação pronominal no português:
Dá-se o nome de colocação pronominal ao emprego adequado dos pronomes oblíquos átonos.
O emprego desses pronomes é sempre observado em relação ao verbo.
Dessa forma, os pronomes oblíquos átonos podem estar nas seguintes posições:
· Ênclise
· Próclise
· Mesóclise
Em geral, a posição mais adequada desses pronomes é a enclítica. Porém, as formas do particípio não admitem ênclise, ou seja, não é possível termos um pronome oblíquo átono após um particípio. Use, neste caso, a próclise.
Exemplo:
Ele tinha me dado um presente. [Inadequado] Ele tinha me dado um presente. [Adequado]
Colocação Pronominal – Pronomes
Colocação Pronominal é o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
Eles podem ser colocados de três maneiras diferentes, de acordo com as seguintes regras:
PRÓCLISE
Próclise é a colocação dos pronomes oblíquos átonos antes do verbo. Usa-se a próclise quando houver palavras atrativas.
São elas:
Palavras de sentido negativo. 
Ela nem se incomodou com meus problemas. 
Advérbios. 
Aqui se tem sossego, para trabalhar. 
Pronomes Indefinidos. 
Alguém me telefonou? 
Pronomes Interrogativos. 
Que me acontecerá agora? 
Pronomes Relativos 
A pessoa que me telefonou não se identificou. 
Pronomes Demonstrativos Neutros. 
Isso me comoveu deveras. 
Conjunções Subordinativas. 
Escrevia os nomes, conforme me lembrava deles.
Outros usos da próclise:
01) Em frases exclamativas e/ou optativas (que exprimem desejo):
Ex. Quantas injúrias se cometeram naquele caso! 
Deus te abençoe, meu amigo!
02) Em frases com preposição em + verbo no gerúndio:
Ex. Em se tratando de gastronomia, a Itália é ótima. 
Em se estudando Literatura, não se esqueça de Carlos Drummond de Andrade.
Em frases com preposição + infinitivo flexionado:
Ex. Ao nos posicionarmos a favor dela, ganhamos alguns inimigos. 
Ao se referirem a mim, fizeram-no com respeito.
04) Havendo duas palavras atrativas, tanto o pronome poderá ficar após as duas palavras, quanto entre elas.
Ex. Se me não ama mais, diga-me. 
Se não me ama mais, diga-me.
Mesóclise
É a colocação dos pronomesoblíquos átonos no meio do verbo. Usa-se a mesóclise, quando houver verbo no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretérito, sem que haja palavra atrativa alguma. O pronome oblíquo átono será colocado entre o infinitivo e as terminações ei, ás, á, emos, eis, ão, para o Futuro do Presente, e as terminações ia, ias, ia, íamos, íeis, iam, para o Futuro do Pretérito.
Por exemplo, o verbo queixar-se ficará conjugado da seguinte maneira:
Futuro do Presente / Futuro do Pretérito
queixar-me-ei / queixar-me-ia 
queixar-te-ás / queixar-te-ias 
queixar-se-á / queixar-se-ia 
queixar-nos-emos / queixar-nos-íamos 
queixar-vos-eis / queixar-vos-íeis 
queixar-se-ão / queixar-se-iam
Para se conjugar qualquer outro verbo pronominal, basta-lhe trocar o infinitivo.
Por exemplo, retira-se queixar e coloca-se zangar, arrepender, suicidar, mantendo os mesmos pronomes edesinências: zangar-me-ei, zangar-te-ás…
Obs: Lembre-se de que, quando o verbo for transitivo direto terminado em R, S ou Z e à frente surgir os pronomes O(s) ou A(s), as terminações desaparecerão.
Ex. Vou cantar a música/Vou cantá-la. O mesmo ocorrerá, na formação da mesóclise: Cantarei a música/Cantá-la-ei.
Os verbos DIZER, TRAZER E FAZER, conjugados no Futuro do Presente e no Futuro do Pretérito, adquirem as formas direi, dirás, traria, faríamos, por exemplo.
Na formação da mesóclise, ocorre o mesmo: Direi a verdade/Di-la-ei; Farão o trabalho/Fá-lo-ão; Traríamos as apostilas/Trá-las-íamos.
Obs.: Se o verbo não estiver no início da frase e estiver conjugado no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretérito, no Brasil, tanto poderemos usar Próclise, quanto Mesóclise.
Ex.: Eu me queixarei de você/Eu queixar-me-ei de você. Os alunos se esforçarão/Os alunos esforçar-se-ão.
ÊNCLISE
Ênclise é a colocação dos pronomes oblíquos átonos depois do verbo.
Usa-se a ênclise, principalmente nos seguintes casos:
01) Quando o verbo iniciar a oração.
Ex. Trouxe-me as propostas já assinadas. 
Arrependi-me do que fiz a ela.
02) Com o verbo no imperativo afirmativo.
Ex. Por favor, traga-me as propostas já assinadas. 
Arrependa-se, pecador!!
Obs.: Se o verbo não estiver no início da frase e não estiver conjugado no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretérito, no Brasil, tanto poderemos usar Próclise, quanto Ênclise.
Ex.: Eu me queixei de você/Eu queixei-me de você. 
Os alunos se esforçaram/Os alunos esforçaram-se.
Colocação Pronominal – Emprego
EMPREGO DE “EU e TU” / “TI e MIM”
Os pronomes “eu” e “tu” só podem figurar como sujeito de uma oração. Assim, não podem vir precedidos de preposição funcionando como complemento. Para exercer esta função, deve-se empregar as formas “mim” e “ti”.
Exemplos:
Nunca houve brigas entre eu e ela. (errado)
Nunca houve brigas entre mim e ela. (certo)
Todas as dívidas entre eu e tu foram sanadas. (errado)
Todas as dívidas entre mim e ti foram sanadas. (certo)
Sem você e eu, aquela obra não acaba. (errado)
Sem você e mim, aquela obra não acaba. (certo)
A festa não será a mesma sem tu e elas. (errado)
A festa não será a mesma sem ti e elas. (certo)
Perante eu e vós, aquelas criaturas são bem mais infelizes. (errado)
Perante mim e vós, aquelas criaturas são bem mais infelizes. (certo)
Levantaram calúnias contra os alunos e eu. (errado)
Levantaram calúnias contra os alunos e mim. (certo)
Observação: Os pronomes “eu” e “tu”, no entanto, podem aparecer como sujeito de um verbo no infinitivo, embora precedidos de preposição.
Exemplos:
Não vais sem eu mandar.
Dei o dinheiro para tu comprares o carro.
Esta regra é para eu não esquecer.
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS
REGRAS PRÁTICAS PARA A COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS:
Os pronomes átonos são geralmente empregados depois do verbo (ÊNCLISE), muitas vezes antes(PRÓCLISE) e, mais raramente, no meio (MESÓCLISE).
ÊNCLISE
As formas verbais do infinitivo impessoal (precedido ou não da preposição “a”), do gerúndio e do imperativo afirmativo pedem a ênclise pronominal.
Exemplos:
Urge obedecer-se às leis.
Obrigou-me a dizer-lhe tudo.
Bete pediu licença, afastando-se do grupo.
Aqueles livros raros? Compra-os imediatamente!
Observação: Se o gerúndio vier precedido da preposição “em”, deve-se empregar a próclise.
Exemplo: “Nesta terra, em se plantando, tudo da.”
Não se inicia um período pelo pronome átono nem a oração principal precedida de pausa, assim como as orações coordenadas assindéticas, isto é, sem conjunções.
Exemplos:
Me contaram sua aventura em Salvador. (errado)
Contaram-me sua aventura em Salvador. (certo)
Permanecendo aqui, se corre o risco de ser assaltado. (errado)
Permanecendo aqui, corre-se o risco de ser assaltado. (certo)
Segui-o pela rua, o chamei, lhe pedi que parasse. (errado)
Segui-o pela rua, chamei-o, pedi-lhe que parasse. (certo)
Observação: A ênclise não pode ser empregada com verbos no futuro e no particípio passado.
PRÓCLISE
Deve-se colocar o pronome átono antes do verbo, quando antes dele houver uma palavra pertencente a um dos seguintes grupos:
A) palavras ou expressões negativas:
Exemplos:
Não me deixe sozinho esta noite!
Nunca se recuse ajudar a quem precise.
Nem nos conte porque você fez isso.
Nenhum deles me prestou a informação correta.
Ninguém lhe deve nada.
De modo algum (Em hipótese alguma) nos esqueceremos disso.
B) pronomes relativos:
Exemplos:
O livro que me emprestaste é muito bom.
Este é o senhor de quem lhe contei a vida.
Esta é a casa da qual vos falei.
O ministro, cujo filho lhe causou tantos problemas, está aqui.
Aquela rua, onde me assaltaram, foi melhor iluminada.
Pagarei hoje tudo quanto lhe devo.
C) pronomes indefinidos:
Exemplos:
Alguém me disse que você vai viajar.
Quem lhe disse essas bobagens?
Dos vários candidatos entrevistados, alguns (diversos) nos
pareceram bastante inteligentes.
Entre os dez pares de sapato, qualquer um me serve para ir a
festa no sábado.
Quem quer que me traga uma flor, conquistará meu coração.
D) conjunções subordinativas:
Exemplos:
Deixarei você sair, quando me disser a verdade.
Posso ajudar-te na obra, se me levares contigo.
Faça todo esse trabalho, como lhe ensinei.
Entramos no palácio, porque nos deram permissão.
Fiquem em nossa casa, enquanto vos pareça agradável.
Continuo a gostar de ti, embora me magoasse muito.
Confiei neles, logo que os conheci.
E) advérbios:
Exemplos:
Talvez nos seja fácil fazer esta tarefa.
Ontem os vi no cinema.
Aqui me agrada estar todos os dias.
Agora vos contarei um conto de fadas.
Pouco a pouco te revelarei o mistério.
De vez em quando me pego falando sozinho.
De súbito nos assustamos com os tiros.
Observação: O pronome átono pode ser colocado antes ou depois do infinitivo impessoal, se antecedendo o infinitivo vier uma das palavras ou expressões mencionadas acima.
Exemplos:
“Tudo faço para não a perturbar naqueles dias difíceis”; ou “Tudo faço para não perturbá-la…”
MESÓCLISE -Emprega-se o pronome átono no meio da forma verbal, quando esta estiver no futuro simples do presente ou no futuro simples do pretérito do indicativo.
Exemplos:
Chamar-te-ei, quando ele chegar.
Se houver tempo, contar-vos-emos nossa aventura.
Dar-te-ia essas informações, se soubesse.
Observação: Se antes dessas formas verbais houver uma palavra ou expressão que provocam a próclise, não se empregará, conseqüentemente, o pronome átono na posição mesoclítica.
Exemplos:
Nada lhe direi sobre este assunto.
Livrar-te-ei dessas tarefas, porque te daria muito trabalho.
EMPREGO DO PRONOME ÁTONO EM LOCUÇÕES VERBAIS PERFEITAS E EM TEMPOS COMPOSTOS
São locuções verbais perfeitas aquelas formadas de um verbo auxiliar modal (QUERER, DEVER, SABER, PODER, ou TER DE, HAVER DE), seguido de um verbo principal no infinitivo impessoal. Neste caso, o pronome átono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou ainda depois do infinitivo.
Exemplos:
Nós lhe devemos dizer a verdade.
Nós devemos lhe dizer a verdade.
Nós devemos dizer-lhe a verdade.
Observação: No entanto, se no caso acima mencionado as locuções verbais vierem precedidas de palavra ou expressão que exija a próclise, só duas posições serão possíveis para empregar-seo pronome átono: antes do auxiliar ou depois do infinitivo.
Exemplos:
Não lhe devemos dizer a verdade.
Não devemos dizer-lhe a verdade.
TEMPOS COMPOSTOS
Nos tempos compostos, formados de um verbo auxiliar (TER ou HAVER) mais um verbo principal no particípio, o pronome átono se liga ao verbo auxiliar, nunca ao particípio.
Exemplos:
Tinha-me envolvido sem querer com aquela garota.
Nós nos havíamos assustado com o trovão.
O advogado não lhe tinha dito a verdade.
Observação: Quando houver qualquer fator de próclise, esta será a única posição possível do pronome átono na frase, ou seja, antes do verbo auxiliar.
EMPREGO DOS PRONOMES ESTE/ESSE/AQUELE
Os pronomes “este, esta, isto” devem ser empregados referindo-se ao âmbito da pessoa que fala (1ª pessoa do singular e do plural – eu e nós), e quando se quer indicar o que se vai dizer logo em seguida (referência ao “tempo presente). Relacionam-se com o advérbio “aqui” e com os pronomes possessivos “meu, minha, nosso, nossa”.
Exemplos:
Este meu carro só me dá problemas.
Esta casa é nossa há dez anos.
Isto aqui são as minhas encomendas.
Ainda me soam aos ouvidos estas palavras do Divino Mestre:
“Amai ao próximo como a vós mesmos.”
Espero que por estas linhas… (no começo de uma carta, por exemplo)
Neste momento, está chovendo no Rio de Janeiro. (= agora)
Ele deve entregar a proposta nesta semana. (= na semana em que estamos)
Não haverá futebol neste domingo. (= hoje)
O pagamento deverá ser feito neste mês. (= mês em que estamos)
Empregam-se os pronomes “esse, essa, isso”, com relação ao âmbito da pessoa com quem se fala (2ª do singular e do plural – tu e vós; e também com “você, vocês); e quando se quer indicar o que se acabou imediatamente de dizer (referência ao “tempo passado”). Relacionam-se com o advérbio “aí” e com os pronomes possessivos “teu, tua, vosso, vossa, seu, sua (igual a “de você”).
Exemplos:
Essa sua blusa não lhe fica bem.
Quem jogou esse lixo aí na tua calçada?
Isso aí que você está fazendo tem futuro?
Esses vossos planos não darão certo.
Esses exemplos devem ser bem fixados.
Despeço-me, desejando que essas palavras… (no final de uma carta)
Tudo ia bem com Rubinho até a 57ª volta; nesse momento, acabou
o combustível.
Ele pouco se dedicava ao trabalho, por isso foi dispensado.
Os pronomes “aquele, aquela, aquilo” devem ser empregados com referência ao que está no âmbito da pessoa ou da coisa de quem ou de que se fala (3ª pessoa do singular e do plural – ele, ela, eles, elas). Relacionam-se com o advérbio “lá” e com os possessivos “seu, sua ( igual a “dele, dela”).
Exemplos:
Aquele carro, lá no estacionamento, é do professor Paulo.
Aquela garota bonita é da sua turma?
Eu disse ao diretor aquilo que me mandaste dizer.
Observação: Numa enumeração, empregamos os pronomes “este, esta, isto” para nos referir ao elemento mais próximo, e “aquele, aquela, aquilo” para os anteriores.
Exemplo: Em 96, adquiri duas coisas muito importantes para mim: uma casa e um computador. Este no início do ano e aquela no fim.
Guarde duas dicas ao se referir à situação dos pronomes “esse” e “este” em um texto:
“esse” indica “passado”, e ambas as palavras se escrevem com dois ss.
“este” indica “futuro”; em ambos os termos temos a presença do t.
DICAS
 COM A GENTE / CONOSCO / COM NÓS A expressão “com a gente” é típica da linguagem coloquial brasileira. Só pode ser usada em textos informais.
Exemplos:
A outra turma vai se reunir com a gente às 10h.
A sua irmã vai com a gente ao clube hoje.
Em textos formais, que exijam uma linguagem mais cuidada, devemos usar a forma “conosco”.
Exemplos:
Os pais dos alunos querem uma reunião conosco.
Os diretores irão conosco ver o prefeito.
Devemos usar “com nós” antes de algumas palavras:
_ Antes de “todos, mesmos, dois” – “O presidente deixou a decisão com nós todos.” “O presidente deixou a decisão com nós mesmos.” “O presidente deixou a decisão com nós dois.”
Colocação Pronominal – Língua Portuguesa
A língua portuguesa culta, falada no Brasil, por certa teimosia, continua aderindo a normas de colocação do pronome oblíquo átono junto a verbos, conforme os ditames de Portugal.
Daí a grande disparidade entre os processos do uso erudito e do uso cotidiano.
O pronome pessoal oblíquo átono pode estar em:
Próclise – antes do verbo: Não me apresentem conclusões precipitadas.
Ênclise – depois do verbo: Fizeram-me declarações insensatas
Mesóclise – no meio do verbo: Realizar-se à um desfile cívico.
Muitos escritores modernos e contemporâneos de peso em nossas letras já aboliram a prática dessa norma; mas ela existe!
São pronomes oblíquos átonos aqueles que, postos depois de um verbo, ou intercalado nele, usam o hífen.
Chama-se próclise à anteposição do pronome oblíquo ao verbo. Não há hífen e segue algumas regras.
Exemplo: Nunca me procuraram para esclarecimentos.
A ênclise consiste na posição do pronome oblíquo átono após a forma verbal. É a posição normal, não atraída do pronome.
A mesóclise ocorre com a intercalação do oblíquo na forma verbal. Aparece entre hifens.
Mesóclise
Só ocorre com verbos flexionados no futuro do indicativo, quando iniciando período ou depois de sinal de pontuação.
Exemplos: Dar-me-ás boas notícias? Ainda hoje, entregar-me-ás os documentos.
Nota: A própria expressão formal, em nossos dias, tem abandonado essa colocação que dá um ar esnobe, antipático à expressão.
Próclise
Ocorre quando há palavras eufonicamente atrativas, a saber:
a) Sentido negativo sem pausa (advérbios, pronomes indefinidos):Nunca me deste apoio. Ninguém te abandonou.
b) Pronomes demonstrativos: Isto me causa angústia.
c) Palavras que e quem: Espero que me ouças. Não sei quem me procurou hoje.
d) Verbo no gerúndio precedido de “em”: Em me procurando, atenderei.
e) Orações optativas com sujeito anteposto ao verbo: Bons ventos te tragam até aqui!
f) Orações exclamativas, iniciadas com palavras exclamativas: Quanto me aborreces!
g) Orações interrogativas, iniciadas por palavras interrogativas:Como te enganaste assim?
Colocação do pronome átono no tempo composto e na locução verbal
No tempo composto basta seguir as mesmas regras do tempo simples (dadas acima), lembrando que nunca se prende o pronome oblíquo átono a um particípio.
Assim, é incorreto dizer-se: Haviam falado-me.
O correto será: Haviam-me falado.
No caso das locuções verbais (verbo auxiliar + infinitivo ou gerúndio) vejam-se os exemplos:
a) verbo auxiliar + infinitivo: Posso dizer-lhe/ Posso-lhe dizer. Não posso dizer-lhe/Não lhe posso dizer.
b) verbo auxiliar + preposição + infinitivo: Estou a esperá-lo/Não estou a esperá-lo.
c) Verbo auxiliar + gerúndio: Estava observando-o/ Não o estava observando/Não estava observando-o .
Nota: Apesar das normas de colocação dos pronomes oblíquos átonos, devem sempre prevalecer o bom senso e os ditames do estilo.
Colocação Pronominal – Gramática
Colocação Pronominal, ou Topologia/Sínclise Pronominal, é o nome que se dá à parte da Gramática que trata, basicamente, da adequada posição dos pronomes oblíquos átonos junto aos verbos.
Relembrando os pronomes oblíquos átonos (POAs):
o, a, os, as (que viram -lo, -la, -los, -las diante de verbos terminados em -r, -s e-z ou viram -no, -na, -nos, -nas diante de verbos terminados em ditongo nasal (exceto os verbos no futuro do indicativo)
Ex.: Comprei uma casa (Comprei-a) / Vou comprar uma casa (Vou comprá-la) / Eles compraram uma casa (Eles compraram-na) / Eles comprarão a casa (Eles comprarão-na (INADEQUADO))
Você vai entender por que está INADEQUADA esta última forma na parte 2; ‘segura a onda’!
Além desses, há:
me, te, se, nos, vos, lhe (s)
Relembrados os POAs, vamos às regras:
Próclise é o nome que se dá à colocação pronominal antes do verbo.
Ela é usada em clássicos 12 (doze) casos:
1) Palavra de sentido negativo antes do verbo
Ex.: Não se esqueça de mim.
não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais, tampouco, sequer, etc.
Obs.: Após pausa (vírgula, ponto-e-vírgula…), usa-se ênclise:Não; esqueça-se de mim!
2) Advérbio ou palavra denotativa antes do verbo
Ex.: Agora se negam a depor.
Obs.: Se houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula…) após o advérbio, usa-se a ênclise: Agora, negam-se a depor.
já, talvez, só, somente, apenas, ainda, sempre, talvez, também, até, inclusive, mesmo, exclusive, aqui, hoje, provavelmente, por que, onde, como, quando, etc.
3) Conjunções subordinativas antes do verbo
Ex.: Soube que me negariam.
que, se, como, quando, assim que, para que, à medida que, já que, embora, consoante, etc.
Obs.: Ainda que a conjunção esteja oculta, haverá próclise: Como não o achei, pedi-lhe (que) me procurasse.
4) Pronomes relativos antes do verbo
Ex.: Identificaram-se duas pessoas que se encontravam desaparecidas.
que, o qual (e variações), cujo, quem, quanto (e variações), onde, como, quando.
Obs.: Em linguagem literária, encontramos uma colocação raríssima (inexistente nos registros formais no estágio atual da língua) chamada de apossínclise, em que o POA vem antes da palavra negativa: Convidei duas pessoas que se não falavam há tempos.
5) Pronomes indefinidos antes do verbo
Ex.: Poucos te deram a oportunidade.
alguns, todos, tudo, alguém, qualquer, outro, outrem, etc.
6) Pronomes interrogativos antes do verbo
Ex.: Quem te fez a encomenda?
que, quem, qual, quanto
Obs.: Informação que cabe para qualquer caso de próclise: ignora-se a expressão intercalada, colocando o POA antes do verbo, pois seu antecedente ainda é o pronome ‘quem’: Mesmo quem, diante de situações precárias, se encontra calmo, padece.
7) Entre a preposição em e o verbo no gerúndio.
Ex.: Em se plantando tudo dá.
Obs.: O POA virá antes do gerúndio se estiver modificado por um advérbio: João não era ligado a dinheiro, pouco se importando com o conforto advindo dele.
8) Com certas conjunções coordenativas aditivas e certas alternativas antes do verbo
Ex.: Ora me ajuda, ora não me ajuda. Não foi nem se lembrou de ir.
nem, não só/apenas/somente… mas/como (também/ainda/senão)…, tanto… quanto/como…, que, ou… ou.., ora…ora, quer… quer…, já… já…, etc.
9) Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo)
Ex.: Quanto se ofendem por nada, ora bolas! Deus te proteja, meu filho, que bons ventos o tragam logo.
10) Com o infinitivo flexionado precedido de preposição
Ex.: Foram ajudados por nos trazerem até aqui.
11) Com formas verbais proparoxítona
Ex.: Nós lhe desobedecíamos sempre.
12) Com o numeral ambos
Ex.: Ambos te abraçaram com cuidado.
IMPORTANTE: Muitos gramáticos chamam de ‘palavras atrativas’ os termos que antecedem um verbo, os quais implicam a realização da próclise.
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos
Fernanda, quem te contou isso?
Fernanda, contaram-te isso?
Nos exemplos acima, observe que o pronome “te” foi expresso em lugares distintos: antes e depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise.
1) Próclise
Na próclise, o pronome surge antes do verbo.
Costuma ser empregada:
a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.
Exemplos:
Ninguém o apoia.
Nunca se esqueça de mim.
Não me fale sobre este assunto.
b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.
Exemplos:
Aqui se vive. (advérbio)
Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)
Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.
Por Exemplo:
Aqui, vive-se.
c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.
Exemplos:
Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)
Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)
d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo).
Exemplos:
Como te admiro! (oração exclamativa)
Deus o ilumine! (oração optativa)
e) Nas conjunções subordinativas:
Exemplos:
Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.
É necessário que o traga de volta.
Comprarei o relógio se me for útil.
f) Com gerúndio precedido de preposição “em”.
Exemplos:
Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.
Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.
g) Com a palavra “só” (no sentido de “apenas”, “somente”) e com as conjunções coordenativas alternativas.
Exemplos:
Só se lembram de estudar na véspera das provas.
Ou se diverte, ou fica em casa.
h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.
Exemplos:
Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.
Há pessoas que nos tratam com carinho.
Aqui é o lugar onde te conheci.
2) Mesóclise
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.
Exemplos:
Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)
Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)
Observações:
a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.
Por Exemplo:
Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome “tudo” exige o uso de próclise.)
b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.
c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.
3) Ênclise
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo.
Emprega-se geralmente:
a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.
Exemplos:
Diga-me apenas a verdade.
Importava-se com o sucesso do projeto.
b) Nas orações reduzidas de infinitivo.
Exemplos:
Convém confiar-lhe esta responsabilidade.
Espero contar-lhe isto hoje à noite.
c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição “em”.)
Exemplos:
A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.
O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.
d) Nas orações imperativas afirmativas.
Exemplos:
Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.
Professor, ajude-me neste exercício!
Observações:
1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é necessário haver justificativas.
2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal.
Por Exemplo:
Linguagem Informal: Me alcança a caneta.
Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.
3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.
Exemplos:
Eu me machuquei no jogo.
Eu machuquei-me no jogo.
As crianças se esforçam para acordar cedo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo.
Colocação Pronominal – Regras
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom mulato
Da nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro. (Oswald de Andrade)
No poema acima, o autor trata de uma questão bastante discutida na gramática da língua portuguesa, que é a sintaxe de colocação ou topologia pronominal.
O próprio texto já mostra a diferença de tratamento entre a norma culta (Dê-me um cigarro) e a norma popular (Me dá um cigarro).
Todos os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, os, as, lhes) podem ocupar três posições com relação aos verbos.
Essas colocações dos pronomes chamam-se, respectivamente:
Próclise (antes do verbo): Me dá um cigarro.
Mesóclise (no meio do verbo): Dar-me-á um cigarro.
Ênclise (depois do verbo): Dê-me um cigarro.
Segundo a Gramática que herdamos de Portugal, a colocação normal do pronome é a ênclise. No entanto, no Português escrito e falado no Brasil hoje, nota-se uma preferência marcante pela próclise, fato já constatado por Oswald de Andrade no texto acima.
A colocação pronominal não é uma questão de análise sintática, isto