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TRABALHO DE AMBIENTAL

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FACULDADE NOBRE DE FEIRA DE SANTANA
Recredenciada pela Portaria Ministerial nº 1.417 de 07 de outubro de 2011.
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
PROFESSOR: SANDER PRATES VIANA
AVALIAÇÃO: AV1							 DATA: 27 /04 / 2020
ALUNO(A): CAROLINE ALMEIDA SILVA SEM.: 7º 
ANALISE O CASO CONCRETO DESCRITO A SEGUIR E RESPONDA AS SEGUINTES QUESTÕES. CADA QUESTÃO VALE 2,5 PONTOS.
1) Defina o conceito jurídico de meio ambiente, descreva as caraterísticas do bem jurídico ambiental e explique porque a ação dos grileiros viola tal bem jurídico. 
2) Identifique os princípios do Direito Ambiental violados e explique a sua correlação com o caso concreto.
3) Quais os benefícios da constitucionalização do ambiente? Explique.
4) Por que dizer-se que a partir da Constituição de 1988 operou-se uma ecologização do sistema jurídico brasileiro? 
DIRETRIZES
A avaliação destina-se a medir os conhecimentos dos discentes sobre Direito Ambiental e será avaliada segundo os seguintes critérios:
a) Domínio do conteúdo e apropriação de conceitos (legislação, jurisprudência, doutrina e de outras fontes do Direito);
b) Devida utilização das normas técnico-jurídicas, interpretação e aplicação do Direito;
c) Consistência argumentativa (utilização de raciocínio jurídico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica); 
d) Apresentação, desenvolvimento, conclusão e articulação das ideias; 
e) Capacidade de análise e síntese;
f) Correta utilização da terminologia jurídica ou da Ciência do Direito;
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Bom trabalho!
CASO CONCRETO PARA ESTUDO
Em abril, pelo menos 225 hectares foram desmatados na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia. Invasão massiva de grileiros ocorre desde o final do ano passado.
O fim do período de chuvas coincide com o início da derrubada da floresta na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia. É o que indica sistema de monitoramento do Instituto Socioambiental (ISA), que identificou 225 hectares de desmatamento no mês de abril, o equivalente a 225 campos de futebol.
O cenário já era esperado: desde o fim de 2018, as invasões na Terra Indígena se intensificaram e a previsão era de que os invasores iniciassem a derrubada da floresta assim que o período chuvoso terminasse, em abril.
O monitoramento do Sistema de Indicação por Radar do Desmatamento (Sirad), baseado nas imagens dos satélites Sentinel, mostra dois trechos de desmatamento na Terra Indígena. Em um deles, as clareiras de floresta estão associadas à abertura de ramais, pequenas estradas na mata que servem para o piqueteamento (loteamento) ilegal da área. A maioria dos invasores da TI são grileiros em busca de novas áreas, o que coincide com o padrão identificado pelo satélite - grandes áreas contíguas de desmate, ao contrário do roubo de madeira, em que os cortes são mais pontuais. (VEJA MAPA)
O período crítico para a ação dos invasores se estende até outubro, quando se inicia a época de chuvas. Segundo dados da Associação Kanindé, cerca de 180 invasores adentraram a TI ilegalmente em abril, e, de acordo os indígenas, estão próximos das aldeias. Com a nova leva, a ONG estima que mais de 1.000 pessoas estejam ocupando ilegalmente o território.
Após a denúncia, Funai, Ibama, Polícia Militar Ambiental, Exército Brasileiro e ICMBio realizaram operação para retirada de acampamentos dos invasores em outra área da Terra Indígena. A Funai identificou que grileiros estavam vendendo ilegalmente terras invadidas dentro da Terra Indígena.
A TI, homologada em 1991, é habitada por três povos indígenas contatados (Uur-Eu-Wau-Wau, Amondawa e Oro-Win) e conta com, pelo menos, três registros de povos em situação de isolamento voluntário confirmados pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Os povos isolados optam por não ter nenhum contato com outros povos indígenas e não-indígenas.
As invasões de grileiros na TI têm aumentado desde o começo do ano. “As falas contra os povos indígenas do novo governo estimulam as invasões”, afirma Awapu Uru-eu-wau-wau, liderança do povo Uru-Eu-Wau-Wau, em entrevista ao ISA. A avaliação de Ivaneide Bandeira, coordenadora da Kanindé, é de que o discurso de Bolsonaro de revisão de demarcações de terras indígenas incentiva a ocupação ilegal destes territórios.
(FONTE: https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-monitoramento/com-fim-das-chuvas-comeca-a-derrubada-da-floresta)
1) Defina o conceito jurídico de meio ambiente, descreva as caraterísticas do bem jurídico ambiental e explique porque a ação dos grileiros viola tal bem jurídico. 
RESPOSTA: 
	O conceito jurídico de meio ambiente está expresso na Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, no seu art. 3º, inciso I, que, em verbis, definiu omeio ambiente como sendo um conjunto de condições, leis e influências de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Tal conceituação também pode ser encontrada na Lei Estadual Nº 10.431 de 2006, que similar a anterior, especifica que o meio ambiente é a totalidade dos elementos e condições que, em sua complexidade de ordem física, química, biológica, socioeconômica e cultural, e em suas inter-relações, dão suporte a todas as formas de vida e determinam sua existência, manutenção e propagação, abrangendo o ambiente natural e o artificial. 
A ação dos grileiros ao invadirem o local habitado pelos indígenas e terem destruído hectares de vegetação nativa viola o bem jurídico ambiental, vez que o ato praticado acabou desencadeando no desequilíbrio do meio ambiente, já que desestabiliza a unidade formada entre a relação constituída entre o homem, a natureza original, a artificial e os bens culturais, que existem de maneira interdependente. O que consequentemente implica em inúmeros prejuízos para a qualidade de vida da comunidade ali existente e ao meio ambiente, e como é sabido por todos, é imposto pela Constituição Federal o dever de preservação ambiental a todos os indivíduos, desde o poder público à sociedade civil. 
2) Identifique os princípios do Direito Ambiental violados e explique a sua correlação com o caso concreto.
RESPOSTA:
Os princípios violados do Direito Ambiental no caso em tela fora o do Desenvolvimento Sustentável, a cooperação, a reparação integral e a sociobiodiversidade que serão debatidos posteriormente. Nesse passo, o primeiro princípio violado fora o do “Desenvolvimento Sustentável”, uma vez que os grileiros, ao terem adentrado esse perímetro habitado pela comunidade causando a destruição dos hectares da vegetação nativa vai em direção oposta ao que prega este princípio, vez que o mesmo prioriza que sejam fornecidos mecanismos que possibilitem a conservação dos elementos da natureza e, ainda que estes fossem degradados, fossem oferecidos métodos que pudessem contribuir para sua recuperação, o que não ocorre no caso em questão. 
Já atrelado a essa concepção, temos o princípio similar que é o princípio da “Cooperação”, em que como consta na Constituição, é imposto o dever de preservação ambiental, tanto para os agentes públicos como privados, sejam estas pessoas jurídicas ou físicas, e, mais uma vez, indo em discordância a esse princípio está a atitude dos grileiros ao degradar a vegetação nativa com as máquinas. 
Nesse passo, outro importante princípio que foi violado foi o da “Reparação Integral”, em que quem causa o dano tem o dever de repara-lo ou pagar indenização, cabendo ressaltar que a responsabilidade é tripla, pois abrange as searas cível, penal e administrativa, e, mais uma vez, no caso em tela, não foi evidenciado tal conduta, pois os grileiros degradarem o local e não retornaram para reparar os danos causados ali.
	Ao que pese a comunidade indígena, cabe ressaltar que esta se encontra amparada ao princípio da “Sociobiodiversidade”, em que consiste na proteção das comunidades e povos, uma vez que estas integram a biodiversidade e são essenciais para o desenvolvimento de um ecossistema equilibrado, cabendo ressaltar que este princípio constana Constituição de 1988, que irá prever esses direitos culturais e históricos. Assim, os grileiros ao adentrarem de maneira abrupta o local em que a comunidade morava, não respeitando as atividades de subsistência advindas do trabalho realizado pelas pessoas que lá habitavam, bem como as constrangendo dada a violência utilizada, viola completamente esse princípio, que prioriza a proteção às comunidades. 
	Por último, temos o princípio do “Usuário Pagador”, que apesar da semelhança com o da reparação integral, seu intuito não é como se fosse uma indenização pelo o uso do local, mas sim um pagamento específico por estar usufruindo um recurso natural público que além de estar escasso, acaba privando que outros utilizem também. Assim, no caso em questão, os grileiros além de estarem exercendo um ato ilegal, não realizaram o pagamento para poder utilizar os recursos daquele perímetro, bem como para degrada-lo, violando, assim, outro princípio do Direito Ambiental.
3) Quais os benefícios da constitucionalização do ambiente? Explique.
RESPOSTA: 
	
A constitucionalização do ambiente surgiu devido o interesse público nas questões ambientais, tendo em vista ao aumento da preocupação decorrente das inúmeras modificações negativas que o meio ambiente vinha sofrendo, dada a degradação da qualidade ambiental feita pelos humanos. Nesse passo, os benefícios para a constitucionalização do ambiente serão classificados em dois tipos, os substantivos e os formais. 
Os benefícios substantivos são aqueles cujo objetivos é a não degradação do meio ambiente e o dever constitucional da exploração dos recursos terrestres de maneira limitada e condicionada. A exploração que antes era feita apenas pela busca da produção e do enriquecimento, é subordinada hoje a condições, limitações e até proibições, sob pena de sanções legais, caso não respeitadas essas restrições. Seriam esses benefícios substantivos: 1) estabelecimento de um dever constitucional genérico de não degradar, base do regime de explorabilidade limitada e condicionada; 2) a ecologização da propriedade e da sua função social; 3) a proteção ambiental como direito fundamental; 4) legitimação constitucional da função estatal reguladora; 5) redução da discricionariedade administrativa; 6) ampliação da participação pública.
Os benefícios formais, por sua vez, serão aqueles que irão permitir que as normas ambientais possuam uma superioridade e uma visibilidade máxima para a garantia da segurança normativa, para funcionar como barreira à desregulamentação. Seriam esses benefícios formais: a máxima preeminência e proeminência dos direitos, deveres e princípios ambientais; segurança normativa; substituição do paradigma da legalidade ambiental; controle de constitucionalidade da lei e reforço exegético pró-ambiente das normas infraconstitucionais. 
4) Por que dizer-se que a partir da Constituição de 1988 operou-se uma ecologização do sistema jurídico brasileiro? 
RESPOSTA: 
	
	Em um primeiro momento, impende salientar a conceituação de ecologização como sendo a introdução de uma ação na dimensão ecológica nas várias áreas da vida e da sociedade. Nesse sentido, as nações firmaram um contrato entre si e entre seus povos, com o objeto de proteger a Terra, não deixar que pereça a biodiversidade, garantindo para o presente e para as gerações futuras a sobrevivência das espécies e de seu habitat. A partir dessa premissa, a ecologização do sistema jurídico estaria relacionado a introdução de normas jurídicas que fossem versar a respeito da importância da conscientização e proteção das questões sócio-ambientais enquanto patrimônio coletivo, como ocorreu na Carta Constitucional de 1988.
	
ICC/2002
Missão Institucional: Formação do ser humano e seu processo de construção de profissional competente em conformidade com os valores éticos, comprometido com o contexto social.