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AULA 07 EMP II ALUNOS APLICADO

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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II 
Aula 7 
 
 
 
 
Professora Maria Lucia Azevedo Viana Dória 
 
Email: advmalus@yahoo.com.br 
Aula 07 CONTRATOS EMPRESARIAIS 
1. Contratos Empresariais: características e princípios gerais. 
 
2. Espécies de contratos 
 
3. Representação Comercial ou Agência ou Distribuição 
 
4. Comissão Mercantil 
 
5. Concessão Mercantil 
 
6. Franquia 
 
7. Correção de exercícios. 
 
CONTRATOS !!! 
 AI! MEU DEUS 
 ESTOU 
AMARRADO ! 
 
Contratos : Conceito 
“ Contrato é o acordo de 
vontade para o fim de 
adquirir, resguardar, 
modificar ou extinguir 
direitos.” Clóvis Beviláqua 
http://images.google.com/imgres?imgurl=http://www.barcelos.adv.br/imagens_site/contratos.jpg&imgrefurl=http://gentedelisboa.blogspot.com/2007/12/os-novos-contratos-de-avena.html&h=173&w=250&sz=12&hl=pt-BR&start=4&usg=__wy4AGpdE2okEqsThLHimLrzU2N0=&tbnid=5q9uDws8a8_pUM:&tbnh=77&tbnw=111&prev=/images?q=CONTRATOS&hl=pt-BR
Quais são contratos 
que permeiam o dia 
a dia do empresário? 
EMPRESÁRIO X CONTRATOS 
EMPRESÁRIO 
ADMINISTRATIVO 
 
TRABALHISTA 
 
CONSUMIDOR 
LEI 8.078/90 
CÍVEL 
COD. CIVIL 
CONTRATOS 
EMPRESARIAIS 
http://www.maph.com.br/images/42-17193465.jpg
INTRODUÇÃO 
No conceito de empresário descrito no art. 966 do Código Civil está implícito o 
conceito de empresa, entendida esta como atividade econômica organizada para 
a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Por atividade econômica 
organizada se entende aquela em que, além do intuito de lucro, há articulação dos 
diversos fatores de produção (capital, mão de obra, insumos e tecnologia). Sendo 
assim, é óbvio que no exercício de sua atividade econômica, o empresário (tanto o 
empresário individual quanto a sociedade empresária) celebra diversos contratos 
cotidianamente. Quando uma determinada sociedade empresária que explora 
atividade industrial de grande porte, por exemplo, necessita de recursos para 
ampliar seu maquinário, pode celebrar com uma instituição financeira um contrato 
de financiamento ou mesmo adquirir as novas máquinas por meio de leasing. Da 
mesma forma, um pequeno comerciante pode celebrar com outro contrato de 
compra e venda de mercadorias, a fim de revendê-las aos seus consumidores, com 
os quais celebrará novos contratos de compra e venda, os quais, por sua vez, 
poderão ser celebrados por meio de operações especiais como, por exemplo, o 
cartão de crédito. Já uma outra sociedade empresária, que teve aumento 
significativo de suas vendas, poderá estar precisando de mais funcionários, razão 
pela qual firmará uma série de contratos de trabalho com novos empregados. Pode-
se pensar também no caso de uma sociedade empresária que, para absorver novos 
mercados, resolve se expandir por meio da concessão de franquias ou da 
constituição de representantes comerciais. Por fim, pode-se citar, ainda, a hipótese 
de determinada sociedade empresária que participa de procedimento licitatório e, 
vencendo-o, contrata com o poder público a prestação de serviços específicos 
São, enfim, diversos os contratos que os empresários individuais, as EIRELI 
e as sociedades empresárias celebram no exercício diário de suas 
atividades econômicas. Estes contratos, perceba se, podem ser 
estritamente empresariais, quando firmados entre empresários – é o 
caso do leasing feito entre a indústria e o banco para a aquisição de 
novas máquinas –, ou não, caso em que se sujeitarão a disciplina 
especial – são os casos dos contratos de trabalho com empregados, 
dos contratos com consumidores e dos contratos com a Administração 
Pública. Nesta obra, voltaremos nossos estudos para os contratos 
estritamente empresariais, ou seja, para aquelas avenças celebradas 
entre empresários. Cabe aqui uma importante observação: os contratos 
entre empresários podem eventualmente se submeter às regras do 
Código de Defesa do Consumidor – CDC (Lei 8.078/1990), bastando 
para tanto que um dos contratantes assuma a posição de consumidor, 
ou seja, de destinatário final do produto ou serviço negociado, nos 
termos do art. 2.º do CDC. Nossas atenções, todavia, voltar-se-ão para 
os contratos empresariais que não se enquadram nessa situação, 
motivo pelo qual os chamamos contratos estritamente empresariais. 
EMPRESÁRIO 
REQUISITOS: AGENTE CAPAZ / OBJETO LÍCITO/ FORMA DA LEI 
EMPRESÁRIO 
CONTRATO 
EMPRESARIAL 
PROPOSTA 
ACEITAÇÃO 
CONTRATOS : PRINCÍPIOS 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
Nem sempre aplicamos a força 
obrigatória a regra é a imprevisão 
No mundo empresarial deve levar em 
conta o risco do contrato 
LIBERDADE 
DE 
CONTRATAR 
CONSENSUALISMO acordo 
RELATIVIDADE 
atinge somente as partes contratantes 
FORÇA 
OBRIGATÓRIA 
BOA-FÉ 
Princípio do consensualismo 
 
De acordo com o princípio do consensualismo ou do 
consentimento, basta para a constituição do vínculo contratual o 
acordo de vontade entre as partes, sendo, pois, desnecessária 
qualquer outra condição para que se aperfeiçoe o contrato. 
Nem todos os contratos, todavia, podem ser classificados como 
consensuais. Fogem a essa regra os contratos reais, para os quais, 
além do consentimento, é imprescindível, para o 
aperfeiçoamento da relação contratual, a entrega de uma 
determinada coisa. É o que ocorre, por exemplo, no mútuo, no 
depósito, no comodato etc. Da mesma forma, fogem à regra da 
necessidade do mero consentimento das partes os contratos 
solenes, que se submetem a formalidades específicas, sem as 
quais a relação contratual não se aperfeiçoa. 
CONSENSUALISMO 
Princípio da relatividade 
 
Segundo o princípio da relatividade dos contratos, entende-se que a 
relação contratual produz efeitos somente entre as partes contratantes – 
bem como aos seus herdeiros, salvo se o contrato é personalíssimo – e não 
se estende além do objeto da avença. Em outras palavras, pode-se dizer 
que esse princípio possui um aspecto subjetivo e outro aspecto objetivo. 
Quanto ao seu aspecto subjetivo, entende-se que o contrato vale apenas 
entre as pessoas que contraíram o vínculo contratual, não produzindo 
efeitos perante terceiros estranhos à relação pactuada. De acordo com o 
seu aspecto objetivo, por outro lado, entende-se que o contrato está 
restrito ao seu objeto, não atingindo bens estranhos a este. Tal princípio, 
entretanto, não é absoluto, existindo algumas exceções quanto à sua 
aplicação, ou seja, há contratos que, excepcionalmente, produzem 
efeitos em relação a terceiros não vinculados à relação contratual. É o 
que ocorre, por exemplo, no contrato de seguro em favor de terceiro. 
Ressalte-se, entretanto, que para que o contrato possa produzir efeitos 
sobre a esfera jurídica de terceiros estranhos ao pacto, é preciso que esta 
possibilidade esteja prevista expressamente em lei. 
RELATIVIDADE 
O princípio fundamental da teoria geral do direito contratual é o da 
autonomia da vontade das partes contratantes, que assegura às 
pessoas a liberdade de contratar, desde que respeitada a chamada 
função social dos contratos, conforme determina o art. 421 do Código 
Civil: “a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato”. Assim, as partes são livres, em princípio, para 
(i) escolher com quem vão manter relações contratuais, (ii) delimitar o 
que vai ser objeto da relação contratual e (iii) fixar o conteúdo dessa 
mesma relação. Alguns autores desdobram o princípio da autonomia 
da vontade em duas vertentes distintas. A primeira seria a que consagra 
a liberdade de contratar, que assegura a faculdade de realizar ou não 
um determinado contrato. A segunda seria a que consagra a chamada 
liberdade contratual, que permite às partes estabelecer livremente o 
conteúdo do contrato. 
LIBERDADE DE CONTRATAR 
Princípio da força obrigatória 
 
Visto que os contratos só geram direitos e deveres entre as partes 
contratantes, salvo em situações excepcionais, cumpre destacar queesses direitos e deveres assumidos valem como lei entre essas partes. 
Trata-se da aplicação do princípio da força obrigatória dos contratos, 
representado pela conhecida cláusula pacta sunt servanda, implícita 
em qualquer relação contratual. Em outros termos, pode-se dizer ainda 
que o princípio da força obrigatória tem uma manifestação especial, 
relativa à impossibilidade de uma das partes contratantes se retratar ou 
alterar, unilateralmente, as condições acordadas. Assim, em 
consequência da força obrigatória, há nos contratos, implicitamente, 
uma cláusula geral de irretratabilidade e de intangibilidade, 
fundamental para a garantia da segurança jurídica das relações 
contratuais. 
FORÇA OBRIGATÓRIA 
 
A teoria da imprevisão Da mesma forma que o princípio da relatividade é 
excepcionado pela teoria da aparência, conforme vimos, o princípio da 
força obrigatória também é excepcionado pela aplicação da chamada 
teoria da imprevisão, representada pela cláusula rebus sic stantibus, 
segundo a qual os direitos e deveres assumidos em determinado contrato 
podem ser revisados se houver uma alteração significativa e imprevisível 
nas condições econômicas que originaram a constituição do vínculo 
contratual. 
 
No âmbito dos contratos empresariais, é temerário admitir a rescisão ou a 
revisão de contratos com base na onerosidade excessiva, ainda que esta 
seja decorrente de situações extraordinárias e imprevisíveis. Trata-se de 
uma regra que não pode ser aplicada indistintamente a contratos cíveis, 
contratos de consumo e contratos empresariais. Nas duas primeiras 
espécies de contrato, pode-se até aceitar a aplicação da teoria da 
imprevisão, mas nos contratos empresariais ela deve ser rechaçada. 
 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
Princípio da boa-fé 
 
O princípio da boa-fé, no âmbito do direito contratual, está 
relacionado, em um primeiro aspecto, a uma questão de 
interpretação do contrato. Nesse sentido, entende-se que não se deve 
fazer prevalecer, sobre a real intenção das partes, apenas o que está 
eventualmente escrito no acordo firmado. Assim, em todos os contratos 
há certas regras implícitas, decorrentes da própria natureza da relação 
contratual firmada. 
 
BOA FÉ 
A regra de ouro do livre mercado é a 
seguinte: o empresário que acerta, 
ganha; o empresário que erra, perde. 
Portanto, a intervenção estatal prévia 
(dirigismo contratual) ou posterior 
(revisão judicial) nos contratos 
empresariais deturpa a lógica natural do 
livre mercado, cria risco moral e traz 
insegurança jurídica para as relações 
interempresariais. 
Nesse sentido, confira-se o Enunciado 21, da I Jornada de Direito Comercial 
do CJF, de nossa autoria: “Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual 
deve ser mitigado, tendo em vista a simetria natural das relações 
interempresariais”. Corroborando o que defendemos acima, confiram-se os 
seguintes acórdãos do STJ: Direito empresarial. Contratos. Compra e venda 
de coisa futura (soja). Teoria da imprevisão. Onerosidade excessiva. 
Inaplicabilidade. 
 
1. Contratos empresariais não devem ser tratados da mesma forma que 
contratos cíveis em geral ou contratos de consumo. Nestes admite-se o 
dirigismo contratual. Naqueles devem prevalecer os princípios da 
autonomia da vontade e da força obrigatória das avenças. 
2. Direito Civil e Direito Empresarial, ainda que ramos do Direito Privado, 
submetem-se a regras e princípios próprios. O fato de o Código Civil de 
2002 ter submetido os contratos cíveis e empresariais às mesmas regras 
gerais não significa que estes contratos sejam essencialmente iguais. 
(…) (REsp 936.741/GO, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, 4.ª Turma, j. 
03.11.2011). Conflito de competência. Cláusula de eleição de foro. 
Relação empresarial. Não incidência do Código de Defesa do 
Consumidor. 
MAS ... ATENÇÃO ! 
Enunciado 35. Não haverá revisão ou resolução dos 
contratos de derivativos por imprevisibilidade e 
onerosidade excessiva (arts. 317 e 478 a 480 do 
Código Civil). A teoria da imprevisão nem sempre 
será aplicada no mundo empresarial 
Enunciado 25. A revisão do contrato por onerosidade 
excessiva fundada no Código Civil deve levar em 
conta a natureza do objeto do contrato. Nas relações 
empresariais, deve-se presumir a sofisticação dos 
contratantes e observar a alocação de riscos por eles 
acordada. 
CONTRATOS EMPRESARIAOS : NORMAS PRÓPRIAS 
DIREITO EMPRESARIAL. CONTRATOS. COMPRA E VENDA DE COISA 
FUTURA (SOJA). TEORIA DA IMPREVISÃO. ONEROSIDADE EXCESSIVA 
. INAPLICABILIDADE. 
(REsp 936.741/GO, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA 
TURMA, julgado em 03/11/2011, DJe 08/03/2012) 
1. Contratos empresariais não devem ser tratados da 
mesma forma que contratos cíveis em geral ou contratos 
de consumo. Nestes admite-se o dirigismo contratual. 
Naqueles devem prevalecer os princípios da autonomia da 
vontade e da força obrigatória das avenças. 
2. Direito Civil e Direito Empresarial, ainda que ramos do Direito 
Privado, submetem-se a regras e princípios próprios. O fato de o 
Código Civil de 2002 ter submetido os contratos cíveis e 
empresariais às mesmas regras gerais não significa que estes 
contratos sejam essencialmente iguais. 
3. O caso dos autos tem peculiaridades que impedem a 
aplicação da teoria da imprevisão, de que trata o art. 478 do 
CC/2002: (i) os contratos em discussão não são de execução 
continuada ou diferida, mas contratos de compra e venda de 
coisa futura, a preço fixo (o risco já esta previsto), (ii) a alta do 
preço da soja não tornou a prestação de uma das partes 
excessivamente onerosa, mas apenas reduziu o lucro esperado 
pelo produtor rural e (iii) a variação cambial que alterou a 
cotação da soja não configurou um acontecimento 
extraordinário e imprevisível, porque ambas as partes 
contratantes conhecem o mercado em que atuam, pois são 
profissionais do ramo e sabem que tais flutuações são possíveis. 
(...) 5. Recurso especial conhecido e provido. 
QUANTAS ESPÉCIES 
DE CONTRATOS 
EXISTEM NO MUNDO 
EMPRESARIAL? 
GERAIS – CÓDIGO CIVIL 
ESPECIAIS – LEI PRÓPRIA 
CONTRATOS EMPRESARIAIS : NORMA GERAL 
COMPRA E VENDA 
EMPRESÁRIO 
VENDEDOR 
EMPRESÁRIO 
COMPRADOR 
POR APROXIMAÇÃO 
(COMISSÃO / REPRESENTAÇÃO ) 
 
POR INTERMEDIAÇAO 
(CONCESSÃO / FRANQUIA / DISTRIBUIÇÃO) 
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO 
O comércio foi o grande responsável pelo surgimento e pelo desenvolvimento do 
direito comercial. O contrato de compra e venda mercantil, que se traduz, como 
visto, na principal modalidade contratual para exploração do comércio, ou seja, 
para a intermediação de bens entre o mercado produtor e o mercado consumidor 
não é, obviamente, o único contrato que interessa ao comércio. 
 
Ao contrário: com o desenvolvimento da economia e a cada vez maior 
complexidade das relações econômicas, surge uma incrível quantidade de 
contratos específicos que se destinam, especialmente, a facilitar o comércio, 
aproximando o produtor do consumidor. Chamaremos esses contratos, seguindo a 
terminologia de Fábio Ulhoa Coelho, de contratos de colaboração. 
 
Trata-se, em síntese, de contratos entre empresários que dinamizam a atividade 
empresarial, aproximando o produtor do bem ou prestador do serviço dos seus 
respectivos consumidores finais. Assim, o colaborador assume a obrigação 
contratual de ajudar a formar ou ampliar o mercado consumidor do colaborado. A 
colaboração pode ser feita por intermediação ou por aproximação: naquela, o 
colaborador compra produtos do colaborado em condições especiais, para depois 
revender esses produtos adquiridos aos consumidores (ex.: concessão comercial); 
nesta, o colaborador não adquire produtos do colaborado, mas apenas consegue 
compradores para esses produtos (ex.: representação comercial). A distinção 
relevante entre essas duas modalidades de colaboração está na forma como o 
colaborador obtém seu retorno financeiro: na primeira,seu ganho está na diferença 
entre o preço de compra ao colaborado e o preço de revenda ao consumidor; na 
segunda, seu ganho está no recebimento de um percentual por cada compra 
conseguida para o colaborado, ao qual se dá o nome comissão. 
CONTRATOS DE APROXIMAÇÃO 
CODIGO CIVIL 
Art. 693-709CC 
LEI 4.886/65 
Art. 693 CC “O contrato de 
comissão tem por objeto a 
aquisição ou a venda de bens 
pelo comissário, em seu próprio 
nome, à conta do comitente”. 
 
 
Na Comissão mercantil, uma das 
partes chamada comissário, se 
obriga a pratica atos por conta de 
outra pessoa chamada comitente 
mas em nome próprio figurando no 
contrato como parte. 
Art.1º L.4886/65 “Exerce a 
representação comercial 
autônoma a pessoa jurídica ou a 
pessoa física, sem relação de 
emprego, que desempenha, em 
caráter não eventual por conta de 
uma ou mais pessoas, a mediação 
para a realização de negócios 
mercantis, agenciando propostas 
ou pedidos, para, transmití-los aos 
representados, praticando ou não 
atos relacionados com a 
execução dos negócios. 
 
COMISSÃO 
EMPRESARIAL 
 
REPRESENTAÇÃO 
COMERCIAL 
AUTÔNOMA 
CONTRATO DE APROXIMAÇÃO 
 
COMISSÃO 
EMPRESARIAL 
 
REPRESENTAÇÃO 
COMERCIAL 
AUTÔNOMA 
AUTÔNOMO, BILATERAL, 
TÍPICO, ONEROSO , 
CONSENSUAL E INTUITO 
PERSONAE. 
REMUNERAÇÃO: PACTUADA 
EM PERCENTUAL. OMISSÃO: 
COSTUMES LOCAIS (ART.701 
CC) 
REMUNERAÇÃO PACTUADA 
ENTRE AS PARTES 
RISCO INADIMPLÊNCIA: 
COMITENTE, SALVO 
CLÁUSULA DEL CREDERE 
(ART. 698CC) 
RISCO INADIMPLÊNCIA: 
REPRESENTADO. VEDAÇÃO 
DA CLÁUSULA DEL CREDERE 
(ART.43 L.4886/65) 
AUTÔNOMO, BILATERAL, 
TÍPICO, ONEROSO , 
CONSENSUAL E INTUITO 
PERSONAE. 
Comissão mercantil 
 
De acordo com o art. 693 do Código Civil, “o contrato 
de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda 
de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à 
conta do comitente”. Em suma: o comissário é um 
empresário que irá realizar negócios no interesse de 
um outro empresário, o comitente, mas os realizará em 
seu nome. Portanto, o comissário age no interesse e 
seguindo as instruções do comitente, mas o faz em seu 
nome, ou seja, assumindo responsabilidade perante os 
terceiros com quem contrata. É o que prevê o art. 694 
do Código, que assim dispõe: “o comissário fica 
diretamente obrigado para com as pessoas com 
quem contratar, sem que estas tenham ação contra o 
comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário 
ceder seus direitos a qualquer das partes”. 
 
Representação comercial 
 
A representação comercial autônoma é modalidade especial de contrato 
de colaboração em que o colaborador, chamado de representante, 
assume a incumbência de obter pedidos de compra e venda para os 
produtos comercializados pelo colaborado, chamado de representado. 
Trata-se de contrato que possui regulamentação legal específica (Lei 
4.886/1965, que sofreu relevantes alterações provocadas pela Lei 
8.420/1992). 
 
De acordo com o art. 1.º da Lei 4.886/1965, “exerce a representação 
comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de 
emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou 
mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, 
agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, 
praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios”. 
E OS CONTRATOS DE INTERMEDIAÇÃO? 
COMPRA ESTOQUE PARA REPASSAR 
 
FRANQUIA 
 
 
DISTRIBUIÇÃO 
 
 
CONCESSÃO 
 
CONTRATO DE CONCESSÃO – VEÍCULOS 
AUTOMOTORES TERRESTRES - LEI 6.729/79 ( 8.132/90) 
Empresário (concessionário) se 
obriga a comercializar , com 
ou sem exclusividade, os 
produtos fabricados por outro 
empresário 
(concedente) 
Quando a concessão recair sobre 
outra mercadoria, o contrato de 
concessão é designado ATÍPICO 
e também denominado de 
contrato de distribuição 
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=VV42SxinnFnm6M&tbnid=2xeB0uxGnHAr8M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.culturamix.com/transporte/carros/concessionarias-toyota&ei=5quDUvGCOoq0kAeK5YDICw&psig=AFQjCNF7xo9LNe7na2RGxRMSRNIT_eEYpg&ust=1384447235560321
Concessão Mercantil 
 
A concessão comercial relativa a veículos automotores terrestres, que é 
disciplinada especialmente pela Lei 6.729/1979, batizada de Lei Ferrari. 
Assim, em regra, as partes são livres para estipular as cláusulas do contrato 
de concessão mercantil, salvo, frise-se, no caso da concessão relativa a 
veículos automotores, em que o contrato se submete ao disposto na Lei 
6.729/1979. Sobre a distinção entre o contrato de distribuição (atípico) e o 
contrato de concessão mercantil de veículos automotores (típico), o STJ já 
decidiu pela inaplicabilidade da Lei Ferrari àquele, em razão de ela ser 
uma lei muito específica. Recurso especial. Direito civil e processual civil. 
Violação ao art. 535 do CPC/1973. Não ocorrência. Ação indenizatória. 
Contrato de distribuição de bebidas. Não renovação. Validade de 
cláusula contratual. Ato ilícito. Inexistência. Dever de indenizar. Não 
configuração. Lei n.º 6.729/1973 (Lei Ferrari). Inaplicabilidade. 
 
OBS: No contrato específico de colaboração, um empresário, o 
concessionário, assume a obrigação de comercializar produtos 
fabricados por outro empresário, o concedente. Trata-se, em regra, de 
contrato atípico (distribuição), como exemplo industria de bebidas. 
CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO/AGENCIA- 
ART. 710 CC 
Art. 710. Pelo contrato de 
agência, uma pessoa assume, 
em caráter não eventual e 
sem vínculos de dependência, 
a obrigação de promover, à 
conta de outra, mediante 
retribuição, a realização de 
certos negócios, em zona 
determinada, caracterizando-
se a distribuição quando o 
agente tiver à sua disposição 
a coisa a ser negociada.(TIVER 
ESTOQUE) 
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Ze9RehOjUJx2qM&tbnid=LF0-ndo2dVe8oM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.4mdesign.com.br/protfolio.asp?offset=4&ei=2KqDUuCVJoy7kQfi8IGgDQ&bvm=bv.56343320,d.eW0&psig=AFQjCNF1m11jzRio1nfT0dl4ZkqAFCK3fA&ust=1384447014613555
 
CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO/AGENCIA 
 
 
Não obstante, o Código Civil também trouxe disciplina legal para 
esse contrato, denominando-o de contrato de agência (arts. 710 a 
721), expressão que, segundo alguns autores, é mais apropriada. 
 
É importante destacar que há autores que distinguem esses 
contratos (Representantes/Agência), entendendo que a agência 
seria modalidade contratual de maior amplitude, que englobaria 
qualquer contrato firmado com pessoa que exerça a 
intermediação com habitualidade. São os casos, por exemplo, de 
agentes de atletas ou artistas. 
 
CONTRATO DE FRANQUIA – L. 8.955/94 
Contrato pelo qual um 
empresário – franqueador – 
licencia o uso da sua 
(marca) e da (organização 
empresarial) a outro 
empresário – 
franqueado.(Adesão 
mitigada) 
Organização Empresarial: 
 Engeneering (layout) 
 Management (treinamento) 
 Marketing (publicidade) 
Obs: Franquia – contrato atípico. A lei 8.955/94 disciplina a conduta 
prévia ao contrato de adesão. Ex: obrigatoriedade do Circular de 
Oferta de Franquia 
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=__6poClbYG0eaM&tbnid=PnQih1KIDsNBuM:&ved=0CAUQjRw&url=http://investne.com.br/geral/franquia-o-boticario-cresceu-20-em-2012&ei=xa-DUvS6CYjKkAeY-oCoBw&bvm=bv.56343320,d.eW0&psig=AFQjCNG-VmxTCnCovLWjzvTM4iC_yL4sOg&ust=1384448296711667
 
Franquia (franchising) 
 
Uma forma inteligente de um empreendedor diminuir o risco inerente ao 
exercício de atividade econômica é procurar serviços especializados de 
organização empresarial, e talvez a forma mais apropriada de fazê-lo 
seja celebrando um contrato de franquia (franchising), cujos aspectos 
principais de sua formação foram regulados pela Lei 8.955/1994. De 
acordo com o art. 2.º da referida lei, “franquiaempresarial é o sistema 
pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de 
marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou 
semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao 
direito de uso de tecnologia de implantação e administração de 
negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo 
franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no 
entanto, fique caracterizado vínculo empregatício”. Vê-se, pois, que o 
contrato de franquia atende tanto aos interesses do franqueador, que 
consegue expandir seus negócios e divulgar sua marca sem necessitar 
investir na construção de novos pontos de negócios, quanto aos 
interesses do franqueado, o qual se aproveita da “fama” do franqueador 
e de sua experiência administrativa e empresarial. 
Percebe-se também que o contrato de franquia envolve outros 
contratos, como a cessão do uso de marca ou patente e a distribuição 
exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços. Ademais, o 
franqueador presta ao franqueado serviços de organização 
empresarial, que se desdobram, basicamente, em três contratos 
específicos: (i) engineering, por meio do qual o franqueador orienta o 
franqueado em todo o processo de montagem e planejamento do seu 
estabelecimento; (ii) management, mediante o qual o franqueador 
orienta o franqueado no treinamento de sua equipe de funcionários e 
na gerência de sua atividade; (iii) marketing, por meio do qual o 
franqueador orienta o franqueado quanto aos procedimentos de 
divulgação e promoção dos produtos comercializados. Assim como 
ocorre em todos os contratos de colaboração, há na franquia uma 
clara subordinação empresarial do franqueado em relação ao 
franqueador, sem que exista, todavia, vínculo empregatício. Essa 
subordinação, pois, diz respeito apenas à organização da atividade do 
franqueado, que deve seguir as orientações traçadas pelo 
franqueador, já que este tem total interesse de que os seus produtos 
mantenham a sua qualidade e sua marca conserve o “respeito” 
adquirido junto ao mercado consumidor. 
CASO CONCRETO: (TJRJ – XLIV Concurso – Magistratura – 2ª fase – 
adaptada) A Representações de Papéis Ltda, com sede nesta 
cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta da 
extinção do contrato firmado entre as partes, em maio de 2017, 
que vigorava por prazo indeterminado. Na oportunidade, foi 
esclarecido que a partir do recebimento da referida notificação, 
novos negócios em nome da notificante, não poderiam ser 
realizados, pois esta passaria a operar diretamente com os 
clientes os respectivos pedidos. Inconformada, A propõe ação 
em face de B, onde sustenta que fez grandes investimentos no 
interesse desta última, não deu causa à extinção do contrato, 
cujos negócios dele oriundos representavam 80% do seu 
faturamento, não tendo sido observado o prazo legal para que a 
notificação pudesse surtir o efeito pretendido. Além disso, a 
cessação abrupta da atividade desenvolvida acarretara danos 
materiais e morais que pretendia ver indenizados. Esclareça qual 
a disciplina legal a ser adotada, bem como explique as 
peculiaridades do contrato e o alegado direito à indenização. 
 
 
 
RESPOSTA: Tratando-se de negócio jurídico de representação comercial, 
incidente regras e princípios típicos do direito empresarial, 
especificamente da Lei 4.886/65. Caracteriza-se por ser um contrato de 
colaboração empresarial em que o representante (pessoa física ou 
jurídica), sem relação de emprego com o representado, media 
negócios jurídicos mercantis deste. Tal contrato, além de elementos 
comuns a qualquer ajuste negocial, deverá conter, obrigatoriamente, 
várias cláusulas, dentre elas (relevante a solução do caso posto), a 
estipulação de indenização mínima por rescisão injustificada do acordo 
(art. 27, j, 4886/65). Desta feita, a empresa "A" terá direito a indenização 
contratual mínima de 1/12 do total da retribuição auferida durante a 
vigência da representação. De outra banda, pelo fato da empresa "B" 
não ter respeitado o aviso prévio de trinta dias da denúncia do ajuste, 
fará jus ao pagamento previsto no art. 34 da já citada lei. Por fim, no 
que tange à indenização por danos morais e materiais sofridos pela 
empresa "A", tal pretensão, a princípio, não merece provimento. Não 
restou configurado qualquer ato ilícito por parte da representada, mas 
sim o exercício regular de direito regrado em lei. Desta forma, 
investimentos feitos pela empresa "A", bem como sua diminuição de 
faturamento, fazem parte do próprio risco inerente à atividade. 
 
QUESTÃO OBJETIVA: (ADVOGADO PETROBRÁS – 
CESGRANRIO/2011) 
 
Quando um empresário licencia o uso de sua 
marca a outro, prestando-lhe serviços de 
organização empresarial, com ou sem venda de 
produtos, mediante remuneração direta ou 
indireta, sem que fique caracterizado vínculo 
empregatício, tem-se um contrato de: 
 
a) compra e venda mercantil. 
b) comodato. 
c) franquia. 
d) corretagem. 
e) comissão mercantil.

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