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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II Aula 7 Professora Maria Lucia Azevedo Viana Dória Email: advmalus@yahoo.com.br Aula 07 CONTRATOS EMPRESARIAIS 1. Contratos Empresariais: características e princípios gerais. 2. Espécies de contratos 3. Representação Comercial ou Agência ou Distribuição 4. Comissão Mercantil 5. Concessão Mercantil 6. Franquia 7. Correção de exercícios. CONTRATOS !!! AI! MEU DEUS ESTOU AMARRADO ! Contratos : Conceito “ Contrato é o acordo de vontade para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos.” Clóvis Beviláqua http://images.google.com/imgres?imgurl=http://www.barcelos.adv.br/imagens_site/contratos.jpg&imgrefurl=http://gentedelisboa.blogspot.com/2007/12/os-novos-contratos-de-avena.html&h=173&w=250&sz=12&hl=pt-BR&start=4&usg=__wy4AGpdE2okEqsThLHimLrzU2N0=&tbnid=5q9uDws8a8_pUM:&tbnh=77&tbnw=111&prev=/images?q=CONTRATOS&hl=pt-BR Quais são contratos que permeiam o dia a dia do empresário? EMPRESÁRIO X CONTRATOS EMPRESÁRIO ADMINISTRATIVO TRABALHISTA CONSUMIDOR LEI 8.078/90 CÍVEL COD. CIVIL CONTRATOS EMPRESARIAIS http://www.maph.com.br/images/42-17193465.jpg INTRODUÇÃO No conceito de empresário descrito no art. 966 do Código Civil está implícito o conceito de empresa, entendida esta como atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Por atividade econômica organizada se entende aquela em que, além do intuito de lucro, há articulação dos diversos fatores de produção (capital, mão de obra, insumos e tecnologia). Sendo assim, é óbvio que no exercício de sua atividade econômica, o empresário (tanto o empresário individual quanto a sociedade empresária) celebra diversos contratos cotidianamente. Quando uma determinada sociedade empresária que explora atividade industrial de grande porte, por exemplo, necessita de recursos para ampliar seu maquinário, pode celebrar com uma instituição financeira um contrato de financiamento ou mesmo adquirir as novas máquinas por meio de leasing. Da mesma forma, um pequeno comerciante pode celebrar com outro contrato de compra e venda de mercadorias, a fim de revendê-las aos seus consumidores, com os quais celebrará novos contratos de compra e venda, os quais, por sua vez, poderão ser celebrados por meio de operações especiais como, por exemplo, o cartão de crédito. Já uma outra sociedade empresária, que teve aumento significativo de suas vendas, poderá estar precisando de mais funcionários, razão pela qual firmará uma série de contratos de trabalho com novos empregados. Pode- se pensar também no caso de uma sociedade empresária que, para absorver novos mercados, resolve se expandir por meio da concessão de franquias ou da constituição de representantes comerciais. Por fim, pode-se citar, ainda, a hipótese de determinada sociedade empresária que participa de procedimento licitatório e, vencendo-o, contrata com o poder público a prestação de serviços específicos São, enfim, diversos os contratos que os empresários individuais, as EIRELI e as sociedades empresárias celebram no exercício diário de suas atividades econômicas. Estes contratos, perceba se, podem ser estritamente empresariais, quando firmados entre empresários – é o caso do leasing feito entre a indústria e o banco para a aquisição de novas máquinas –, ou não, caso em que se sujeitarão a disciplina especial – são os casos dos contratos de trabalho com empregados, dos contratos com consumidores e dos contratos com a Administração Pública. Nesta obra, voltaremos nossos estudos para os contratos estritamente empresariais, ou seja, para aquelas avenças celebradas entre empresários. Cabe aqui uma importante observação: os contratos entre empresários podem eventualmente se submeter às regras do Código de Defesa do Consumidor – CDC (Lei 8.078/1990), bastando para tanto que um dos contratantes assuma a posição de consumidor, ou seja, de destinatário final do produto ou serviço negociado, nos termos do art. 2.º do CDC. Nossas atenções, todavia, voltar-se-ão para os contratos empresariais que não se enquadram nessa situação, motivo pelo qual os chamamos contratos estritamente empresariais. EMPRESÁRIO REQUISITOS: AGENTE CAPAZ / OBJETO LÍCITO/ FORMA DA LEI EMPRESÁRIO CONTRATO EMPRESARIAL PROPOSTA ACEITAÇÃO CONTRATOS : PRINCÍPIOS TEORIA DA IMPREVISÃO Nem sempre aplicamos a força obrigatória a regra é a imprevisão No mundo empresarial deve levar em conta o risco do contrato LIBERDADE DE CONTRATAR CONSENSUALISMO acordo RELATIVIDADE atinge somente as partes contratantes FORÇA OBRIGATÓRIA BOA-FÉ Princípio do consensualismo De acordo com o princípio do consensualismo ou do consentimento, basta para a constituição do vínculo contratual o acordo de vontade entre as partes, sendo, pois, desnecessária qualquer outra condição para que se aperfeiçoe o contrato. Nem todos os contratos, todavia, podem ser classificados como consensuais. Fogem a essa regra os contratos reais, para os quais, além do consentimento, é imprescindível, para o aperfeiçoamento da relação contratual, a entrega de uma determinada coisa. É o que ocorre, por exemplo, no mútuo, no depósito, no comodato etc. Da mesma forma, fogem à regra da necessidade do mero consentimento das partes os contratos solenes, que se submetem a formalidades específicas, sem as quais a relação contratual não se aperfeiçoa. CONSENSUALISMO Princípio da relatividade Segundo o princípio da relatividade dos contratos, entende-se que a relação contratual produz efeitos somente entre as partes contratantes – bem como aos seus herdeiros, salvo se o contrato é personalíssimo – e não se estende além do objeto da avença. Em outras palavras, pode-se dizer que esse princípio possui um aspecto subjetivo e outro aspecto objetivo. Quanto ao seu aspecto subjetivo, entende-se que o contrato vale apenas entre as pessoas que contraíram o vínculo contratual, não produzindo efeitos perante terceiros estranhos à relação pactuada. De acordo com o seu aspecto objetivo, por outro lado, entende-se que o contrato está restrito ao seu objeto, não atingindo bens estranhos a este. Tal princípio, entretanto, não é absoluto, existindo algumas exceções quanto à sua aplicação, ou seja, há contratos que, excepcionalmente, produzem efeitos em relação a terceiros não vinculados à relação contratual. É o que ocorre, por exemplo, no contrato de seguro em favor de terceiro. Ressalte-se, entretanto, que para que o contrato possa produzir efeitos sobre a esfera jurídica de terceiros estranhos ao pacto, é preciso que esta possibilidade esteja prevista expressamente em lei. RELATIVIDADE O princípio fundamental da teoria geral do direito contratual é o da autonomia da vontade das partes contratantes, que assegura às pessoas a liberdade de contratar, desde que respeitada a chamada função social dos contratos, conforme determina o art. 421 do Código Civil: “a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Assim, as partes são livres, em princípio, para (i) escolher com quem vão manter relações contratuais, (ii) delimitar o que vai ser objeto da relação contratual e (iii) fixar o conteúdo dessa mesma relação. Alguns autores desdobram o princípio da autonomia da vontade em duas vertentes distintas. A primeira seria a que consagra a liberdade de contratar, que assegura a faculdade de realizar ou não um determinado contrato. A segunda seria a que consagra a chamada liberdade contratual, que permite às partes estabelecer livremente o conteúdo do contrato. LIBERDADE DE CONTRATAR Princípio da força obrigatória Visto que os contratos só geram direitos e deveres entre as partes contratantes, salvo em situações excepcionais, cumpre destacar queesses direitos e deveres assumidos valem como lei entre essas partes. Trata-se da aplicação do princípio da força obrigatória dos contratos, representado pela conhecida cláusula pacta sunt servanda, implícita em qualquer relação contratual. Em outros termos, pode-se dizer ainda que o princípio da força obrigatória tem uma manifestação especial, relativa à impossibilidade de uma das partes contratantes se retratar ou alterar, unilateralmente, as condições acordadas. Assim, em consequência da força obrigatória, há nos contratos, implicitamente, uma cláusula geral de irretratabilidade e de intangibilidade, fundamental para a garantia da segurança jurídica das relações contratuais. FORÇA OBRIGATÓRIA A teoria da imprevisão Da mesma forma que o princípio da relatividade é excepcionado pela teoria da aparência, conforme vimos, o princípio da força obrigatória também é excepcionado pela aplicação da chamada teoria da imprevisão, representada pela cláusula rebus sic stantibus, segundo a qual os direitos e deveres assumidos em determinado contrato podem ser revisados se houver uma alteração significativa e imprevisível nas condições econômicas que originaram a constituição do vínculo contratual. No âmbito dos contratos empresariais, é temerário admitir a rescisão ou a revisão de contratos com base na onerosidade excessiva, ainda que esta seja decorrente de situações extraordinárias e imprevisíveis. Trata-se de uma regra que não pode ser aplicada indistintamente a contratos cíveis, contratos de consumo e contratos empresariais. Nas duas primeiras espécies de contrato, pode-se até aceitar a aplicação da teoria da imprevisão, mas nos contratos empresariais ela deve ser rechaçada. TEORIA DA IMPREVISÃO Princípio da boa-fé O princípio da boa-fé, no âmbito do direito contratual, está relacionado, em um primeiro aspecto, a uma questão de interpretação do contrato. Nesse sentido, entende-se que não se deve fazer prevalecer, sobre a real intenção das partes, apenas o que está eventualmente escrito no acordo firmado. Assim, em todos os contratos há certas regras implícitas, decorrentes da própria natureza da relação contratual firmada. BOA FÉ A regra de ouro do livre mercado é a seguinte: o empresário que acerta, ganha; o empresário que erra, perde. Portanto, a intervenção estatal prévia (dirigismo contratual) ou posterior (revisão judicial) nos contratos empresariais deturpa a lógica natural do livre mercado, cria risco moral e traz insegurança jurídica para as relações interempresariais. Nesse sentido, confira-se o Enunciado 21, da I Jornada de Direito Comercial do CJF, de nossa autoria: “Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual deve ser mitigado, tendo em vista a simetria natural das relações interempresariais”. Corroborando o que defendemos acima, confiram-se os seguintes acórdãos do STJ: Direito empresarial. Contratos. Compra e venda de coisa futura (soja). Teoria da imprevisão. Onerosidade excessiva. Inaplicabilidade. 1. Contratos empresariais não devem ser tratados da mesma forma que contratos cíveis em geral ou contratos de consumo. Nestes admite-se o dirigismo contratual. Naqueles devem prevalecer os princípios da autonomia da vontade e da força obrigatória das avenças. 2. Direito Civil e Direito Empresarial, ainda que ramos do Direito Privado, submetem-se a regras e princípios próprios. O fato de o Código Civil de 2002 ter submetido os contratos cíveis e empresariais às mesmas regras gerais não significa que estes contratos sejam essencialmente iguais. (…) (REsp 936.741/GO, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, 4.ª Turma, j. 03.11.2011). Conflito de competência. Cláusula de eleição de foro. Relação empresarial. Não incidência do Código de Defesa do Consumidor. MAS ... ATENÇÃO ! Enunciado 35. Não haverá revisão ou resolução dos contratos de derivativos por imprevisibilidade e onerosidade excessiva (arts. 317 e 478 a 480 do Código Civil). A teoria da imprevisão nem sempre será aplicada no mundo empresarial Enunciado 25. A revisão do contrato por onerosidade excessiva fundada no Código Civil deve levar em conta a natureza do objeto do contrato. Nas relações empresariais, deve-se presumir a sofisticação dos contratantes e observar a alocação de riscos por eles acordada. CONTRATOS EMPRESARIAOS : NORMAS PRÓPRIAS DIREITO EMPRESARIAL. CONTRATOS. COMPRA E VENDA DE COISA FUTURA (SOJA). TEORIA DA IMPREVISÃO. ONEROSIDADE EXCESSIVA . INAPLICABILIDADE. (REsp 936.741/GO, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 03/11/2011, DJe 08/03/2012) 1. Contratos empresariais não devem ser tratados da mesma forma que contratos cíveis em geral ou contratos de consumo. Nestes admite-se o dirigismo contratual. Naqueles devem prevalecer os princípios da autonomia da vontade e da força obrigatória das avenças. 2. Direito Civil e Direito Empresarial, ainda que ramos do Direito Privado, submetem-se a regras e princípios próprios. O fato de o Código Civil de 2002 ter submetido os contratos cíveis e empresariais às mesmas regras gerais não significa que estes contratos sejam essencialmente iguais. 3. O caso dos autos tem peculiaridades que impedem a aplicação da teoria da imprevisão, de que trata o art. 478 do CC/2002: (i) os contratos em discussão não são de execução continuada ou diferida, mas contratos de compra e venda de coisa futura, a preço fixo (o risco já esta previsto), (ii) a alta do preço da soja não tornou a prestação de uma das partes excessivamente onerosa, mas apenas reduziu o lucro esperado pelo produtor rural e (iii) a variação cambial que alterou a cotação da soja não configurou um acontecimento extraordinário e imprevisível, porque ambas as partes contratantes conhecem o mercado em que atuam, pois são profissionais do ramo e sabem que tais flutuações são possíveis. (...) 5. Recurso especial conhecido e provido. QUANTAS ESPÉCIES DE CONTRATOS EXISTEM NO MUNDO EMPRESARIAL? GERAIS – CÓDIGO CIVIL ESPECIAIS – LEI PRÓPRIA CONTRATOS EMPRESARIAIS : NORMA GERAL COMPRA E VENDA EMPRESÁRIO VENDEDOR EMPRESÁRIO COMPRADOR POR APROXIMAÇÃO (COMISSÃO / REPRESENTAÇÃO ) POR INTERMEDIAÇAO (CONCESSÃO / FRANQUIA / DISTRIBUIÇÃO) CONTRATOS DE COLABORAÇÃO O comércio foi o grande responsável pelo surgimento e pelo desenvolvimento do direito comercial. O contrato de compra e venda mercantil, que se traduz, como visto, na principal modalidade contratual para exploração do comércio, ou seja, para a intermediação de bens entre o mercado produtor e o mercado consumidor não é, obviamente, o único contrato que interessa ao comércio. Ao contrário: com o desenvolvimento da economia e a cada vez maior complexidade das relações econômicas, surge uma incrível quantidade de contratos específicos que se destinam, especialmente, a facilitar o comércio, aproximando o produtor do consumidor. Chamaremos esses contratos, seguindo a terminologia de Fábio Ulhoa Coelho, de contratos de colaboração. Trata-se, em síntese, de contratos entre empresários que dinamizam a atividade empresarial, aproximando o produtor do bem ou prestador do serviço dos seus respectivos consumidores finais. Assim, o colaborador assume a obrigação contratual de ajudar a formar ou ampliar o mercado consumidor do colaborado. A colaboração pode ser feita por intermediação ou por aproximação: naquela, o colaborador compra produtos do colaborado em condições especiais, para depois revender esses produtos adquiridos aos consumidores (ex.: concessão comercial); nesta, o colaborador não adquire produtos do colaborado, mas apenas consegue compradores para esses produtos (ex.: representação comercial). A distinção relevante entre essas duas modalidades de colaboração está na forma como o colaborador obtém seu retorno financeiro: na primeira,seu ganho está na diferença entre o preço de compra ao colaborado e o preço de revenda ao consumidor; na segunda, seu ganho está no recebimento de um percentual por cada compra conseguida para o colaborado, ao qual se dá o nome comissão. CONTRATOS DE APROXIMAÇÃO CODIGO CIVIL Art. 693-709CC LEI 4.886/65 Art. 693 CC “O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente”. Na Comissão mercantil, uma das partes chamada comissário, se obriga a pratica atos por conta de outra pessoa chamada comitente mas em nome próprio figurando no contrato como parte. Art.1º L.4886/65 “Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmití-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios. COMISSÃO EMPRESARIAL REPRESENTAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMA CONTRATO DE APROXIMAÇÃO COMISSÃO EMPRESARIAL REPRESENTAÇÃO COMERCIAL AUTÔNOMA AUTÔNOMO, BILATERAL, TÍPICO, ONEROSO , CONSENSUAL E INTUITO PERSONAE. REMUNERAÇÃO: PACTUADA EM PERCENTUAL. OMISSÃO: COSTUMES LOCAIS (ART.701 CC) REMUNERAÇÃO PACTUADA ENTRE AS PARTES RISCO INADIMPLÊNCIA: COMITENTE, SALVO CLÁUSULA DEL CREDERE (ART. 698CC) RISCO INADIMPLÊNCIA: REPRESENTADO. VEDAÇÃO DA CLÁUSULA DEL CREDERE (ART.43 L.4886/65) AUTÔNOMO, BILATERAL, TÍPICO, ONEROSO , CONSENSUAL E INTUITO PERSONAE. Comissão mercantil De acordo com o art. 693 do Código Civil, “o contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente”. Em suma: o comissário é um empresário que irá realizar negócios no interesse de um outro empresário, o comitente, mas os realizará em seu nome. Portanto, o comissário age no interesse e seguindo as instruções do comitente, mas o faz em seu nome, ou seja, assumindo responsabilidade perante os terceiros com quem contrata. É o que prevê o art. 694 do Código, que assim dispõe: “o comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes”. Representação comercial A representação comercial autônoma é modalidade especial de contrato de colaboração em que o colaborador, chamado de representante, assume a incumbência de obter pedidos de compra e venda para os produtos comercializados pelo colaborado, chamado de representado. Trata-se de contrato que possui regulamentação legal específica (Lei 4.886/1965, que sofreu relevantes alterações provocadas pela Lei 8.420/1992). De acordo com o art. 1.º da Lei 4.886/1965, “exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios”. E OS CONTRATOS DE INTERMEDIAÇÃO? COMPRA ESTOQUE PARA REPASSAR FRANQUIA DISTRIBUIÇÃO CONCESSÃO CONTRATO DE CONCESSÃO – VEÍCULOS AUTOMOTORES TERRESTRES - LEI 6.729/79 ( 8.132/90) Empresário (concessionário) se obriga a comercializar , com ou sem exclusividade, os produtos fabricados por outro empresário (concedente) Quando a concessão recair sobre outra mercadoria, o contrato de concessão é designado ATÍPICO e também denominado de contrato de distribuição http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=VV42SxinnFnm6M&tbnid=2xeB0uxGnHAr8M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.culturamix.com/transporte/carros/concessionarias-toyota&ei=5quDUvGCOoq0kAeK5YDICw&psig=AFQjCNF7xo9LNe7na2RGxRMSRNIT_eEYpg&ust=1384447235560321 Concessão Mercantil A concessão comercial relativa a veículos automotores terrestres, que é disciplinada especialmente pela Lei 6.729/1979, batizada de Lei Ferrari. Assim, em regra, as partes são livres para estipular as cláusulas do contrato de concessão mercantil, salvo, frise-se, no caso da concessão relativa a veículos automotores, em que o contrato se submete ao disposto na Lei 6.729/1979. Sobre a distinção entre o contrato de distribuição (atípico) e o contrato de concessão mercantil de veículos automotores (típico), o STJ já decidiu pela inaplicabilidade da Lei Ferrari àquele, em razão de ela ser uma lei muito específica. Recurso especial. Direito civil e processual civil. Violação ao art. 535 do CPC/1973. Não ocorrência. Ação indenizatória. Contrato de distribuição de bebidas. Não renovação. Validade de cláusula contratual. Ato ilícito. Inexistência. Dever de indenizar. Não configuração. Lei n.º 6.729/1973 (Lei Ferrari). Inaplicabilidade. OBS: No contrato específico de colaboração, um empresário, o concessionário, assume a obrigação de comercializar produtos fabricados por outro empresário, o concedente. Trata-se, em regra, de contrato atípico (distribuição), como exemplo industria de bebidas. CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO/AGENCIA- ART. 710 CC Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando- se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.(TIVER ESTOQUE) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Ze9RehOjUJx2qM&tbnid=LF0-ndo2dVe8oM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.4mdesign.com.br/protfolio.asp?offset=4&ei=2KqDUuCVJoy7kQfi8IGgDQ&bvm=bv.56343320,d.eW0&psig=AFQjCNF1m11jzRio1nfT0dl4ZkqAFCK3fA&ust=1384447014613555 CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO/AGENCIA Não obstante, o Código Civil também trouxe disciplina legal para esse contrato, denominando-o de contrato de agência (arts. 710 a 721), expressão que, segundo alguns autores, é mais apropriada. É importante destacar que há autores que distinguem esses contratos (Representantes/Agência), entendendo que a agência seria modalidade contratual de maior amplitude, que englobaria qualquer contrato firmado com pessoa que exerça a intermediação com habitualidade. São os casos, por exemplo, de agentes de atletas ou artistas. CONTRATO DE FRANQUIA – L. 8.955/94 Contrato pelo qual um empresário – franqueador – licencia o uso da sua (marca) e da (organização empresarial) a outro empresário – franqueado.(Adesão mitigada) Organização Empresarial: Engeneering (layout) Management (treinamento) Marketing (publicidade) Obs: Franquia – contrato atípico. A lei 8.955/94 disciplina a conduta prévia ao contrato de adesão. Ex: obrigatoriedade do Circular de Oferta de Franquia http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=__6poClbYG0eaM&tbnid=PnQih1KIDsNBuM:&ved=0CAUQjRw&url=http://investne.com.br/geral/franquia-o-boticario-cresceu-20-em-2012&ei=xa-DUvS6CYjKkAeY-oCoBw&bvm=bv.56343320,d.eW0&psig=AFQjCNG-VmxTCnCovLWjzvTM4iC_yL4sOg&ust=1384448296711667 Franquia (franchising) Uma forma inteligente de um empreendedor diminuir o risco inerente ao exercício de atividade econômica é procurar serviços especializados de organização empresarial, e talvez a forma mais apropriada de fazê-lo seja celebrando um contrato de franquia (franchising), cujos aspectos principais de sua formação foram regulados pela Lei 8.955/1994. De acordo com o art. 2.º da referida lei, “franquiaempresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício”. Vê-se, pois, que o contrato de franquia atende tanto aos interesses do franqueador, que consegue expandir seus negócios e divulgar sua marca sem necessitar investir na construção de novos pontos de negócios, quanto aos interesses do franqueado, o qual se aproveita da “fama” do franqueador e de sua experiência administrativa e empresarial. Percebe-se também que o contrato de franquia envolve outros contratos, como a cessão do uso de marca ou patente e a distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços. Ademais, o franqueador presta ao franqueado serviços de organização empresarial, que se desdobram, basicamente, em três contratos específicos: (i) engineering, por meio do qual o franqueador orienta o franqueado em todo o processo de montagem e planejamento do seu estabelecimento; (ii) management, mediante o qual o franqueador orienta o franqueado no treinamento de sua equipe de funcionários e na gerência de sua atividade; (iii) marketing, por meio do qual o franqueador orienta o franqueado quanto aos procedimentos de divulgação e promoção dos produtos comercializados. Assim como ocorre em todos os contratos de colaboração, há na franquia uma clara subordinação empresarial do franqueado em relação ao franqueador, sem que exista, todavia, vínculo empregatício. Essa subordinação, pois, diz respeito apenas à organização da atividade do franqueado, que deve seguir as orientações traçadas pelo franqueador, já que este tem total interesse de que os seus produtos mantenham a sua qualidade e sua marca conserve o “respeito” adquirido junto ao mercado consumidor. CASO CONCRETO: (TJRJ – XLIV Concurso – Magistratura – 2ª fase – adaptada) A Representações de Papéis Ltda, com sede nesta cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta da extinção do contrato firmado entre as partes, em maio de 2017, que vigorava por prazo indeterminado. Na oportunidade, foi esclarecido que a partir do recebimento da referida notificação, novos negócios em nome da notificante, não poderiam ser realizados, pois esta passaria a operar diretamente com os clientes os respectivos pedidos. Inconformada, A propõe ação em face de B, onde sustenta que fez grandes investimentos no interesse desta última, não deu causa à extinção do contrato, cujos negócios dele oriundos representavam 80% do seu faturamento, não tendo sido observado o prazo legal para que a notificação pudesse surtir o efeito pretendido. Além disso, a cessação abrupta da atividade desenvolvida acarretara danos materiais e morais que pretendia ver indenizados. Esclareça qual a disciplina legal a ser adotada, bem como explique as peculiaridades do contrato e o alegado direito à indenização. RESPOSTA: Tratando-se de negócio jurídico de representação comercial, incidente regras e princípios típicos do direito empresarial, especificamente da Lei 4.886/65. Caracteriza-se por ser um contrato de colaboração empresarial em que o representante (pessoa física ou jurídica), sem relação de emprego com o representado, media negócios jurídicos mercantis deste. Tal contrato, além de elementos comuns a qualquer ajuste negocial, deverá conter, obrigatoriamente, várias cláusulas, dentre elas (relevante a solução do caso posto), a estipulação de indenização mínima por rescisão injustificada do acordo (art. 27, j, 4886/65). Desta feita, a empresa "A" terá direito a indenização contratual mínima de 1/12 do total da retribuição auferida durante a vigência da representação. De outra banda, pelo fato da empresa "B" não ter respeitado o aviso prévio de trinta dias da denúncia do ajuste, fará jus ao pagamento previsto no art. 34 da já citada lei. Por fim, no que tange à indenização por danos morais e materiais sofridos pela empresa "A", tal pretensão, a princípio, não merece provimento. Não restou configurado qualquer ato ilícito por parte da representada, mas sim o exercício regular de direito regrado em lei. Desta forma, investimentos feitos pela empresa "A", bem como sua diminuição de faturamento, fazem parte do próprio risco inerente à atividade. QUESTÃO OBJETIVA: (ADVOGADO PETROBRÁS – CESGRANRIO/2011) Quando um empresário licencia o uso de sua marca a outro, prestando-lhe serviços de organização empresarial, com ou sem venda de produtos, mediante remuneração direta ou indireta, sem que fique caracterizado vínculo empregatício, tem-se um contrato de: a) compra e venda mercantil. b) comodato. c) franquia. d) corretagem. e) comissão mercantil.
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