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Projeto de Ensino TCC

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
 Rodovia BR 470 - Km 71 - no 1.040 – Bairro Benedito – Caixa Postal 191 – 89130-000 – Indaial/SC
 Fone (47) 3281-9000 – Fax (47) 3281-9090 – Site: www.uniasselvi.com.br
PRIMEIRA PARTE DO TG: introdução e fundamentação teórica
Autor (Amanda Vivian Maia Da Silva, Rosangela Corsino Da Silva)
Prof. Orientador Mary Jane Santos Da Silva Soares
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Licenciatura em Pedagogia (PED 2184) – Projeto De Ensino em Educação
16/04/2021
1 INTRODUÇÃO
 	 A formação docente exige qualificação acadêmica e profissional tendo em vista, o presente Projeto de Ensino em Educação tem como área de concentração: Formação e Profissionalização Docente, no qual a Delimitação do Tema é: Reflexões sobre a Formação Docente no Contexto Pandêmico Atual: Desafios da Pratica. A pandemia da COVID-19 descortinou desafios enormes em todas as áreas, antes não vividos por esta geração.
	 Mas, o fato com que estamos nos deparando, em plena a pandemia de um Corona vírus, cujo nome, chama-se Covid-19, apresenta uma nova realidade aos educandos e educadores. Nessa situação, o professor se deparou com um novo paradigma que surgiu na educação, em que ele precisará colher informações e promover saberes pedagógico centrado na formação do aluno.
As relações sociais costumeiras de cunho presenciais tiveram que ser adaptadas face aos desdobramentos pela disseminação do vírus, sobretudo, quando nos referimos à educação, atividade essa oficialmente realizada através de aulas presenciais. Como forma resolutiva, a estratégia mais oportuna para que tais atividades não fossem cessadas e, portanto, não houvesse nenhum tipo de prejuízo aos estudantes, professores ativos e professores em formação foi a adequação do ensino com a utilização de tecnologias computacionais e de telecomunicação para a EaD/ensino remoto.
 	O desafio do professor nos faz refletir sobre o processo ensino aprendizagem em tempos de isolamento social. Para Marcelo (2009), a profissão docente é uma profissão do conhecimento, cujo compromisso está em “[...] transformar esse conhecimento em aprendizagens relevantes para os alunos” (MARCELO, 2009, p.8).
A área da educação foi uma das mais afetadas nesse contexto, e para os professores, o peso disso parece ter sido ainda maior: as expectativas depositadas sobre eles foram enormes, pois esperava-se que eles resolvessem todas as questões educacionais, ajudando alunos a continuar aprendendo como antes, mas em um contexto totalmente diferente – e sem terem tido, na maioria dos casos, a oportunidade de receber formação adequada prévia para iniciar as aulas remotamente.
Antes da pandemia, os professores, em sua vasta maioria, não receberam formação para ministrar aulas no modo de ensino remoto ou a distância. Não foram instruídos previamente acerca de como deveriam adaptar atividades em grupos, monitorar a participação dos alunos, avaliar seu progresso e aprendizado, ou oferecer apoio emocional aos mesmos. A formação que tem sido oferecida desde então é uma reação à necessidade de adaptação, mas indispensável para que as aulas continuem acontecendo a distância. Qual é a situação dos professores durante a pandemia?
Se entendermos, portanto, que oferecer metodologias ativas aos alunos é a abordagem a se seguir, o mesmo deve ser feito nas iniciativas de formação de professores. Tem que estar atentos aos próximos rumos da educação pós-pandemia e pensar na volta às aulas presenciais. Não tem a certeza completa de quando isso acontecerá de vez, mas sabemos que o ensino híbrido já vem demonstrando sua importância e deverá se tornar uma realidade.
Diante da pandemia do Covid-19 em que o mundo se encontra é imperativo repensarmos a formação docente e neste sentido o trabalho pretende analisar as construções históricas pedagógicas que o docente atravessa na sua formação inicial em direção para a prática docente. Para tanto, a presente pesquisa tem como objetivo investigar e compreender os antigos e novos desafios nas dimensões acadêmicas, já que é fundamental alertarmos sobre a necessidade de discutir os estudos que fundamentam a educação e o trabalho docente. 
A partir disso, buscou-se estruturar este estudo com base em alguns fundamentos: primeiro, abordar o contexto histórico da formação docente e segundo, analisar brevemente informações relacionadas ao tema que discutem a relação entre formação docente durante a pandemia. Nelas observamos elementos que elucidam a necessidade de adaptação a uma nova rotina e realidade de ensino.
Segundo Silva (2020, p. 1),
Diversas professoras e professores do Brasil inteiro estão batalhando para se adaptarem a uma nova rotina: o ensino remoto emergencial (ERI, sigla em inglês). Diante do contexto da pandemia de Covid-19, unidades escolar estiveram de ser fechadas para evitar aglomerações e o contágio pelo vírus. Porém, em uma conjuntura de desinformação e pouco planejamento, docentes e discentes foram obrigados a se ajustarem a uma realidade de ensino que não é mais o presencial, mas que, ao mesmo tempo,também não é o ensino a distância, pois poucas instituições,profissionais e estudantes estavam preparados para essa nova realidade.
Lidar com reflexões como essa, faz-nos tomar por base essas considerações, procurando contribuir para um pensamento reflexivo da formação e prática docente por meio de um levantamento bibliográfico que evidencia a pesquisa como ferramenta potencializadora de novos conhecimentos. O processo metodológico dessa pesquisa é de natureza qualitativa, caracterizando-se como um estudo exploratório, com base em fontes bibliográficas. Dessa forma, para embasar nosso estudo foram realizadas leituras de livros, artigos, revistas científicas e textos correlacionados ao tema, além de realizar fichamentos das principais idéias dos autores, a fim de proporcionar aos leitores um panorama rico de reflexões para estudos posteriores.
Desse modo, entendemos que é fundamental adentrarmos nesse universo de leituras, interpretações e anotações. E foi por meio desse processo de estudo que observamos as idéias centrais dos autores como Saviani, Nóvoa, Gatti, dentre outros, que fomentam as áreas da educação,direcionando um olhar para a reflexão e desenvolvimento no campo dos saberes relacionados à formação docente.
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Desde março de 2020 estamos vivendo o que alguns gostam de chamar de “novo normal” todos os setores da sociedade estão em enfrentamento em graus diferentes o distanciamento social e isso não tem sido diferente com a educação no mundo inteiro. Esse “novo normal” levou professores formados para trabalhar em sala de aula com seus alunos ao trabalho remoto. Diante disso, não só os professores mas também seus alunos, precisaram se reinventar e repensar o processo de ensino e aprendizagem. Esse novo formato obrigou professores e alunos a adaptar-se às novas condições impostas, sem o devido planejamento e tão pouco a disponibilidade de formação docente para tal (PALÚ; SCHUTZ; MAYER, 2020).
Este novo formato trouxe inúmeros desafios aos docentes. Segundo o Instituto Península, 83% dos professores brasileiros não se sentem preparados para o ensino remoto e 88% revelam ter dado a primeira aula virtual após a pandemia. Observamos que mesmo os professores que já utilizavam as tecnologias digitais como apoio ao ensino presencial encontraram dificuldade para se adaptar ao ensino remoto, visto que muitos não têm infraestrutura adequada em suas casas, tampouco formação específica para atuar na docência online. A utilização das tecnologias digitais em rede na educação evidencia que os ambientes virtuais modificam o domínio sobre o fazer docente praticado na modalidade presencial, pois são outros espaços e tempos pedagógicos que se apresentam.
Apesar disto, não perdemos de vista o primeiro efundamental princípio de que a formação de professores é antes uma práxis que uma teoria sobre uma prática. O ensino remoto tornou-se um desafio para esses profissionais que precisaram aprender na prática a usar as TIC para desenvolver as suas aulas. O ensino remoto provocou um aumento do nível de ansiedade dos professores, além de sobrecarga de trabalho (PENÍNSULA, 2020). Estas conseqüências demonstram a necessidade do apoio técnico e psicológico aos professores.
Neste momento pretendemos compreender de forma sucinta o sentido, o percurso, as dificuldades e os desafios na carreira docente de um professor na era da Corona vírus.
Fazendo uma breve digressão histórica da formação docente,observamos a necessidade de pensar ações destinadas a formar e preparar professores para desenvolverem com qualidade sua profissão. Dentre elas,Saviani (2009, p. 143) afirma
A necessidade da formação docente já fora preconizada por Comenius, no século XVII, e o primeiro estabelecimento de ensino destinado à formação de professores teria sido instituído por São João Batista de La Salle em 1684, em Reims, com o nome de Seminário dos Mestres (Duarte, 1986,p. 65-66). Mas a questão da formação de professores exigiu uma resposta institucional apenas no século XIX, quando,após a Revolução Francesa, foi colocado o problema da instrução popular. É daí que deriva o processo de criação de Escolas Normais como instituições encarregadas de preparar professores.
Dessa forma, outro aspecto que se torna importante citarmos são as principais dificuldades dos professores geradas pelas responsabilidades da docência, uma vez que elas geram desafios e trazem dilemas a carreira docente. Segundo Aguiar et al (2005, p. 43),
Principais dificuldades: falta de experiência; infra estruturada escola; dicotomia teoria e prática; desvalorização da profissão dentro da própria escola; falta de reconhecimento a disciplina [...] como componente curricular; modelo de aula ultrapassado; falta espaço para troca de idéias no interior da escola [...].
O docente vivencia muitas vezes essas dificuldades dos ofícios na carreira de professor. Agora imaginemos esses desafios conjugados com a pandemia em que estamos vivenciando, isso gera outro desafio, a atuação no campo profissional. A pandemia acentuou a diferença entre aqueles que tinham mais dificuldades de aprender; exigiu um novo educador, que precisou se reinventar, teve que se adaptar à novas tecnologias, novas metodologias, transformando-se.
Professores são comparados a camaleões, pensando em sua grande capacidade de adaptação e de seguir em frente, e é o que tem acontecido face às atuais adversidades. Tem-se visto professores investindo horas e horas (e muitas vezes seu próprio dinheiro) em cursos e formações para saber como ministrar aulas online,  adaptando seus cômodos em salas de aula, comprando equipamentos para melhorar a qualidade da experiência de aprendizado, e buscando informações em suas redes de apoio – a comunidade que tem se fortalecido como resultado da crise.
Os cômodos das casas foram transformados em salas de aulas em um piscar de olhos. Adaptações de espaço e de cenários, juntamente com descobertas de quais plataformas usar, ou como adaptar conteúdo e materiais para aulas online, também foram forçadas a acontecer na mesma velocidade. Tem se acompanhado pesquisas com professores e seus testemunhos, desde o início do ensino remoto, e nota-se que o início dessa modalidade de ensino trouxe desafios, dificuldades, angústia e insegurança. Nesse período, eles foram obrigados a refazer todas as aulas, passar novos exercícios, escrever apostilas, gravar em vídeo os conteúdos das disciplinas, criar canais próprios em redes sociais, mudar avaliações, fazer busca ativa de alunos e se aproximar das famílias dos estudantes. Contudo, a boa notícia é que o sentimento tem agora mudado para mais confiança em diversos aspectos da profissão.
A profissão de professor envolve muita relação interpessoal e acolhimento. Talvez aqui esteja a maior perda. A falta do olho no olho e das interações entre professores e alunos assim como entre alunos e os colegas. Um dos principais desafios é adequar aulas, materiais e atividades para outro modelo que não o presencial. Muitas tecnologias estão sendo disponibilizadas neste momento de crise. É uma avalanche de informações, o que torna muito difícil encontrar a melhor solução para atender a essa necessidade não planejada de ensinar além dos muros da escola.
De acordo com Freire (2003, p. 47) “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para sua própria produção ou a sua construção”. Este novo cenário que vivenciamos nos fez repensar a maneira com que o professor se relaciona com o estudante e os métodos utilizados para ensinar e avaliar. Não há nada mais necessário no nosso novo modelo de ensinar do que trazer este estudante para a possibilidade de criar a ajudar a construir o conhecimento.
Temos que levar em consideração que está solicitude por mudanças no ensino tradicional não é nova, não é algo que surge em detrimento da pandemia, mas vem sendo discutida no meio pedagógico há anos. Libâneo (2014, p. 4) considerou que:
	
O novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada, capacidade aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias.
A pandemia trouxe de forma extremamente repentina uma mudança no modo com que as aulas e o aprendizado são repassados aos alunos. Professores que antes estavam diante de seu corpo discente, detendo o conhecimento, precisaram se adaptar e dividir este conhecimento com seus alunos, de modo remoto.
Alves (1994, p.100), trouxe um pensamento que se encaixa muito bem no nosso “novo normal” “se os professores entrassem nos mundos que existem na distração dos seus alunos, eles ensinariam melhor. Tornar-se-iam companheiros de sonho e invenção.” As distrações sofridas pelos alunos em tempos de pandemia são inúmeras e devem ser levadas em conta quando o professor reinventa o processo de ensino-aprendizagem. Este novo contexto vivido durante a pandemia levará a um repensar no modo de ensinar. 
Os desafios para além da sala de aula são inúmeros. Para Moran; Masetto e Behrens (2000, p. 32) “É importante que cada docente encontre sua maneira de sentir-se bem, comunicar-se bem, ajudar os alunos a aprender melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar”.
Mas o desafio não é só se reinventar o processo de ensino-apredizagem, Santos (2014) diz que:
	“Não basta ter acesso ao computador conectado à internet. É preciso, além de ter acesso aos meios digitais e sua infraestrutura, vivenciar acultura digital com autoria criadora e cidadã. Saber buscar e tratar a
informação em rede, transformar informação em conhecimento, comunicar-se em rede, produzir textos em várias linguagens e suportes são saberes fundamentais para a integração e autoria na cibercultura.”
(SANTOS, 2014, p. 83)
Muitos dos relatos dos professores na atual conjuntura dizem respeito à falta de um tempo maior e fundamental para aprenderem a utilizar softwares de forma mais robusta; o aprendizado tem sido feito de forma conjunta com os alunos durante o próprio processo e decorrer das aulas, o que facilita o gasto de tempo inútil por falta de conhecimento e manejo tecnológico. Além disso, para os professores, esse período tem sido ainda mais desafiador, uma vez que esses necessitam adaptar suas atividades pedagógicas, bem como sua didática, de forma que os conteúdos possam ser administrados, ajustados, comportados ao ensino remoto. Ou seja, o tempo, uma vez mais, parece ser ainda mais precioso para que os professores consigam lidar com essa nova forma de ensino.
Embora as atividades remotas tenham sido adotadas como forma alternativa de dar continuidade às atividades educacionais, alguns pontosnegativos atravessam essa seara. As discussões acerca de atividades excessivas têm crescido de forma exponencial e preocupante quando falamos de professores que lecionam suas disciplinas através de encontros virtuais com seus alunos. O exorbitante número de atividades, provas e trabalhos que os professores precisam corrigir a fim de avaliar a produção de cada aluno, além do planejamento necessário para que as aulas ocorram de forma fluida e o mais produtivas possível, sobrecarrega a atividade docente, causa um profundo estresse e compromete a qualidade do ensino. Isto para não falar do tempo dedicado às atividades domésticas, vez que esses professores estão atuando dentro de suas casas e dividindo tempo entre profissão e rotina doméstica. E, mais uma vez, isto para não falar das questões que envolvem falta de saúde de si e familiares no contexto.
Alguns professores relatam que têm trabalhado cerca de 12hs por dia na tentativa de conseguirem concluir suas atividades diárias. Nesse quesito, as escolas públicas e particulares têm apresentado os mesmos problemas.
Dias e Pinto (2020) afirmam,
Muitas escolas, públicas e privadas, estão exagerando nas expectativas do que professores e familiares conseguem fazer. Há diferenças substanciais entre as famílias, atualmente, em confinamento. Algumas podem ajudar seus filhos a aprender mais do que outras. Fatores como a quantidade de tempo disponível para se dedicar aos estudos dos filhos, auxiliando-os com as aulas online – muitos pais estão em home office cumprindo horário laboral integral e outros tantos precisam trabalhar externamente para garantir a renda mensal –; as habilidades não cognitivas dos genitores; a possibilidade de acessar o material online; a quantidade de conhecimento inato dos pais – afinal, é difícil ajudar o filho se tiver de aprender algo estranho ao que se conheceu e aprendeu – , são questões a serem levados em conta quanto ao papel dos pais na Educação dos filhos em tempos de pandemia. Toda essa situação gerará um aumento da desigualdade na Educação e no progresso do estudante (apud CIFUENTES-FAURA, 2020).
As considerações do autor reforçam que há uma cobrança exacerbada por uma parte da população para que a educação seja feita da forma mais restrita e arcaica possível, criando, portanto, um sentimento de desconforto e sobrecarga naqueles que estão tentando manter o funcionamento da educação no Brasil, tentando quase inutilmente salvaguardar a falta de políticas públicas mais enérgicas não tomadas no início da pandemia para a contenção de problemas maiores.
É importante mencionar que não se trata somente de possuir ou não aparatos tecnológicos ou saber como manuseá-los, mas também de que, por estarmos enfrentando um desastre biológico, as pessoas tendem a apresentar limitações não só de cunho físico, mas também de cunho psicológico, emocional. De acordo com Faro (FARO et al., 2020), é impossível pensarmos no contexto atual de pandemia e minimizarmos as repercussões psicológicas que esse vírus causa sobre cada indivíduo. Esse fator se configura como um dos maiores obstáculos enfrentados pela população e, conseqüentemente, pela saúde pública, atualmente, uma vez que somente a compreensão dos efeitos físicos e biológicos da COVID19 é levada em consideração, deixando de lado a importante atenção às questões da saúde mental (Ho et al., 2020). Faro et al. (2020) ainda menciona que “um evento como esse ocasiona perturbações psicológicas e sociais que afetam a capacidade de enfrentamento de toda a sociedade, em variados níveis de intensidade e propagação” (apud Ministério da Saúde do Brasil [MS], 2020a).
A necessidade de apoio ao professor com relação à formação vai muito além da parte técnica, especialmente durante o momento atual. De acordo com a ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho – a profissão do professor é uma das que apresenta os mais altos índices de síndrome de burnout, juntamente com profissionais das áreas da saúde e de segurança pública, por exemplo. “Oferecer apoio à saúde mental do professor, portanto, é tão importante quanto ajudá-lo a aprimorar sua didática.”( Catarina Pontes).
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Camila Silva de et al. Principais dificuldades dos Professores de educação física nos primeiros anos de docência: Elementos para (re) orientação das disciplinas de didática e prática de ensino do curso de licenciatura em Educação Física da UFU.Motri vivência, Minas Gerais, v. 17, n. 25, p. 38-55, dez. 2005.
ALVES, R. A alegria de ensinar. 3ª edição. ARS Poética Editora ltda, 1994
A pesquisa A situação dos professores no Brasil durante a pandemia foi realizada entre os dias 16 e 28 de maio de 2020.
Catarina Pontes coautora do livro Getting into Teacher Education, a Handbook (Cengage Learning.). Atualmente, faz MBA em Gestão de Pessoas.5 de outubro de 2020.
DIAS, É.; PINTO, F. A Educação e a Covid-19. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. v. 28, n. 108, p. 545-554. Rio de Janeiro, 2020.
FARO, A et al. COVID-19 e saúde mental: a emergência do cuidado. Estud. psicol. (Campinas). Campinas, 2020.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 20ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1987.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? São Paulo: Cortez, 2014.
MARCELO, Carlos. Desenvolvimento profissional docente: passado e futuro. Ciências da Educação, n. 8, 2009, p.7-22.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Nº 454, de 20 de março de 2020. Diário Oficial da União. Brasília, 2020. 
PALÚ, Janete, SCHUTZ, Arlan; MAYER, Leandro (org.). Desafios da educação em tempos de pandemia.
Cruz Alta: Ilustração, 2020. 324
PENÍNSULA, I. Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do Coronavírus no Brasil. 2020. Disponível em: <https://www.institutopeninsula.org.br/> Acesso em: jun. 2020
SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, v. 14, n. 40, p. 143-155, jan./abr. 2009.
SILVA, Maria da Conceição Monteiro da. O primeiro ano de docência: o choque com a realidade. In: ESTRELA, M. T. (org.). Viver e construir a profissão docente. Coleção Ciências da Educação, n. 26, Porto: Porto Editora, 1997. p. 53-80.
TARDIF, Maurice; LESSARD, Claude. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. Petrópolis: Vozes, 2008

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